2. Num assalto à mão armada, O desespero de uma mãe, Que ao ver-se pressionada Não mais teve opção,
3. Entregando o seu carro Para proteger o filho, Mas não deu tempo tirá-lo Estava preso pelo cinto.
4. Arrastado por sete quilômetros, Que tortura tal crueldade! Contra o asfalto seus frágeis membros, Apenas seis anos a sua idade,
5. Era o fim de uma vida, De um garoto tão esperto, A sentença assinada Do pequeno João Hélio.
6.
7. Do alto de um edifício, Queda livre, outra tragédia, A morte de mais uma criança, A da menina Isabela,
8. Que de tão bela Era bastante invejada E no seu último fim de semana, Sentiu a fúria da sua madrasta,
9. Pai, pára, Pai! - ela dizia, Mal sabia a inocente, Que ele tudo consentia, Como pai fora displicente,
10. Chegando ao ponto de ser covarde, Não protegeu a própria filha, Arrepender-se agora é tarde, Outra mãe tornou-se vítima.
11.
12. E agora Eloá, Nas mãos de um doente, Sofreu apavorada, Num seqüestro, infelizmente
13. Que terminou em um desastre, Numa bala alojada, Na cabeça numa parte, Deixou-lhe desacordada.
14. Nos seus momentos finais, Teve uma grande companhia, Uma pessoa tão leal, Uma verdadeira amiga,
15. Que mesmo se arriscando Voltou, não a abandonou, Provou demonstrando, O seu genuíno amor.
16.
17. Em tudo isso vemos, A crescente violência, Para viver nestes tempos É preciso paciência.
18. Pois a cada morte de inocente, Ficamos perplexados, A compaixão está presente No coração, pelos enlutados.
19. Nós ansiamos o fim de tudo, Quando tudo será paz, Onde os bons terão refúgio, Esperança que nos traz, Um alívio imediato, Um desejo compartilhado, Um momento esperado, O paraíso restaurado...