ASSUNTO 1 CONTROLE DE POTÊNCIA DE FORNO INDUSTRIAL A Eletrônica de
Análise do comportamento eletroaeroelástico de uma seção típica para geração piezelétrica de energia
1. Análise do comportamento
eletroaeroelástico de uma seção típica
para geração piezelétrica de energia
Vagner Candido de Sousa
Orientador: Prof. Dr. Carlos De Marqui Jr.
Departamento de Engenharia Aeronáutica
Escola de Engenharia de São Carlos
Universidade de São Paulo
Defesa de Mestrado (Engenharia Mecânica)
2. Sumário
• Produção de eletricidade a partir de vibrações
– Vibrações induzidas pelo escoamento de ar
– Trabalhos relevantes na área
• Seção típica aeroelástica piezeletricamente acoplada
– Linear (interação resposta aeroelástica e geração de potência elétrica)
– Não linear (oscilações persistentes para geração em ampla faixa de
velocidades)
• Análises de estabilidade
• Previsões no domínio do tempo (resposta aeroelástica + elétrica)
• Efeitos da condição de contorno elétrica (circuito gerador)
• Influência de parâmetros eletromecânicos
• Conclusões e tópicos finais
2/42
3. Energy harvesting é a conversão (ou coleta) de energia
disponível no ambiente em eletricidade
• Algumas formas de energia que podem ser exploradas
– Solar, eólica, ruído acústico, bioconversão, vibrações e outras
• Motivações
– Consumo reduzido de pequenos dispositivos eletrônicos
– Aplicações em locais remotos (bases árticas, aeroespaciais, florestas)
– Fonte de energia adicional (ou principal) e por longos períodos
– Minimizar o uso e a necessidade de substituição de baterias
• Exemplos de aplicações aeronáuticas
– Alimentar sistemas embarcados em UAVs
– Sistemas de verificação de integridade estrutural (SHM)
• Transdução piezelétrica (efeito direto)
Direto
– Elevada densidade de potência Energia
mecânica
efeito
Energia
elétrica
Inverso
– Facilidade de uso
3/42
4. Os geradores piezelétricos mais comuns são baseados em vigas
• Modelo de viga ou placa engastada
– Completa ou parcialmente coberta
– Uma ou mais camadas piezelétricas
– Excitação de base ou escoamento
• Excitação pelo escoamento: flutter
De Marqui et al., 2011 (JVA)
– Velocidade mínima de oscilação persistente
– Oscilações autoexcitadas, de amplitude
crescente e potencialmente destrutivas
• Alternativa para oscilações persistentes
– Modelos não lineares
• LCOs aceitáveis quando U∞ < ULF e U∞ > ULF
Tang e Dowell, 2002 (JA)
4/42
5. Diversos trabalhos recentes coletam energia do escoamento
utilizando transdução piezelétrica
Bryant e Garcia, 2011 (JVA)
(Numérico + experimental)
Bibo et al., 2011 (JIMSS)
(Numérico + experimental)
Kwon, 2010 (APL)
(Experimental)
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6. Outros geradores eletroaeroelásticos promissores
• Transdução piezelétrica + • Transdução eletromagnética
galloping aeroelástico
Air flow
Sirohi e Mahadik, 2011 (JIMSS) Zhu et al., 2010 (IEEE Conference on Sensors)
6/42
7. Seção típica piezeletricamente acoplada para geração de
energia
• Piezoaeroelasticidade: interação entre
– forças aerodinâmicas, elásticas e inerciais
– efeitos piezelétricos
• 2-GDL (h, α)
• 3-GDL (h, α, β)
• Acoplamento
eletromecânico (h)
Tang e Dowell, 2010 (AIAA J.)
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8. As equações de Lagrange são deduzidas a partir do Princípio
de Hamilton para um sistema eletroaeroelástico
t2
T U Wie Wnce Wnca Wsd dt 0
t1
Contribuição da
massa adicional
das fixações
d T T U Wie
Qi (i 1, , n)
dt
qi qi qi qi
1 2
T mh 2mx bh 2m x bh m f h 2 I 2 I 2
2
d T T U Wie
M d U
1
kh h 2 k 2
k 2
hv
dt 2 l
eq
d T T U Wie 1 Cp 2
M d Wie v vh
dt 2 l l
Q
Wnce v
d T T U Wie l
L dhh
dt
h h h h Wnca L h M M
Efeitos dissipativos como Wsd
dh h h d d
d T T U Wie Q “forças não conservativas”
dt
v v v v l
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9. Resolver as equações de Lagrange leva às equações de
movimento (lineares) da seção típica piezelétrica
I ( I
(c a)m x b 2 ) mx bh d k
Aeroelasticidade
M
Piezoaeroelasticidade
(I
(c a)m x b 2 ) I m x bh d k M m, b
mx b m x b (m m f )h d h h kh h v L t
l h
v d d
C v eq
h 0 h
p dt d
Rl
x hx
x 2
x
• Que podem ser expressas de maneira adimensional
h
r2 r 2 (c a ) x x h 2 2
r M
r 2
(c a ) x r 2
x h 2 2
r M 1 ( mb 2 2
h )
x x h h h h v L 2
1 (mb h )
1
v v h 0
v* (mb 2l 3
h ) 1 sistema / 1 classe de sistemas (Hemati, 1995)
9/42
10. E então modificadas para o caso mais geral aqui considerado:
uma seção típica piezelétrica 3-GDL não linear
r2 r 2 (c a ) x x h 2 2
r f b( ) f c( ) M
r 2 (c a ) x r2 x h 2 2
r f b( ) M
x x h h h h v L
1
v v h 0 2 2
r s s Momento
f b( ) 0 bilinear de
s s
2 2
rotação do
r s s aerofólio
2 2
cr ( s )3 s Momento
cúbico de
f c( ) 0 s s
rotação do
2 2 3
cr ( s ) s aerofólio
2 2
r s s
Momento
bilinear de
f b( ) 0 s s rotação da
2 2
r s s
superfície de
controle
Sousa et al., 2011 (SMS)
10/42
11. As não linearidades também afetam as características do
movimento da seção típica
• Os movimentos podem ser arbitrários (inclusive caóticos)
• O modelo aerodinâmico deve considerar estes movimentos
– Theodorsen: limitado à movimento harmônico
– Wagner: difícil de ser representado em espaço de estados
• Solução: aproximação de Jones (1940) para a função indicial de Wagner
0.0455 s 0.3 s
( s ) 1 0.165e 0.335e
Dois novos estados são
acrescentados ao modelo
U U2 U (Edwards, 1977)
xa
S1x S 2 x 1 2 1 2 xa
b b b
No tempo
2 adimensional
1 U 1 U U
xa 2
S1x S2x 1 2 2 1 2 xa
h h b h h b hb
11/42
12. As equações resultantes (adimensionais e não lineares) são
representadas em espaço de estados
I 0 0 0 x 0 I 0 0 x 0 0 0 0 x*
0 M 0 0 x K B D θs x
K 0 0 0 0
nl
0 0 I 0 xa
E
E
F 0 xa 0 0 0 0 0
1 2 p
0 0 0 v 0 θe 0 1 v 0 0 0 0 0
• De maneira compacta,
Resolvido no tempo
com RK4 + método
ˆ
x ˆ ˆ
Ax ax* de Hénon (1982)
• onde
0 I 0 0 0 0 0 0
M 1K
M 1B
M 1D
M 1θs
M 1K nl 0 0 0
A a
I 1E 1 I 1E 2 I 1F p 0 0 0 0 0
0 (1 )θe 0 1( ) 0 0 0 0
12/42
13. Um sistema experimental 2-GDL eletromecanicamente
acoplado foi construído para verificar o modelo proposto
13/42
14. Os parâmetros do gerador com 2-GDL foram determinados
experimentalmente
• Cinco resistores foram considerados • Parâmetros experimentais
Rl 102 , 103 , 10 4 , 105 e 106
o que equivale a diversas condições
desde próximo de curto-circuito à Parâmetros
próximo de circuito aberto adimensionais
são obtidos
Erturk e
Inman, 2008
• Para cada resistor, aumenta-se U∞
até se observar oscilações
autossustentadas Capacitância
equiv. //
• No caso linear, coletam-se os dados Portanto, os resultados
apresentados a seguir
quando U∞ ≈ ULF são adimensionais
14/42
15. Estudos de caso – seção típica geradora 2-GDL
• Sistema 2-GDL linear (verificação
numérica e experimental)
• Sistema 2-GDL não linear
– Freeplay em pitch (experimental)
• Motivação: antecipar LCOs
– Freeplay + cúbica em pitch (numérica)
• Antecipar LCOs + oscilação persistente
acima da ULF (ampla faixa de velocidades)
15/42
16. A primeira investigação numérica é uma análise de
estabilidade para o sistema 2-GDL linear
• Autovalores aeroelásticos
– A parte real é associada ao
amortecimento
– O limiar de estabilidade neutra
é interceptado na velocidade
linear de flutter
(u U b)
• A condição de contorno elétrica
h
modifica a resposta aeroelástica
• Há uma velocidade de flutter • A velocidade mais elevada
particular para cada carga (2.5%) ocorre quando
considerada
Rl 105 (ou 1.7E+8)
16/42
17. A resposta no tempo prevê as deformações elásticas e a
voltagem produzida nos terminais da carga considerada
2-GDL linear
• Curto-circuito
– ULF exp. = 12 m/s
– ULF mod. = 11.6 m/s
• Para Rl = 105 Ω
– ULF exp. = 12 m/s
– ULF mod. = 11.8 m/s
• O modelo prevê com sucesso a
resposta piezoaeroelástica
– Amplitudes
– Frequências
17/42
18. Aplicando a lei de Ohm, calcula-se a potência elétrica
transferida à cada carga resistiva
• Rl = 105 Ω é a carga ótima entre as
consideradas
– Experimental: 9.3 mW
– Numérica: 10.1 mW
• A verificação numérica (para várias
cargas) conferiu um caráter
contínuo à curva
P V2 R
– Uma carga ótima global foi
identificada p* v 2
• No entanto, oscilações persistentes em uma única velocidade
limita o envelope de operação do gerador eletroaeroelástico
18/42
19. A mola linear de pitch é substituída por uma mola bilinear
• No caso linear
– U∞ < ULF: oscilações amortecidas
– U ∞ >= ULF: oscilações de amplitude crescente
– U ∞ = ULF: ideal para energy harvesting (porém, impraticável)
• Não linearidades podem induzir
LCOs do tipo subcrítico
– Oportunidade de conversão
quando U∞ < ULF
• Mola bilinear
2 2
r s s Sousa et al., 2011 (SMS)
f b( ) 0 s s
2 2
r s s Gap: 2.8°
19/42
20. Os ensaios experimentais e simulações são repetidos para o
caso 2-GDL não linear com freeplay em pitch
2-GDL não linear
• ULF exp. (Rl → 0) = 10 m/s
• ULF mod. (Rl → 0) = 10.1 m/s
• ULF exp. (Rl = 105 Ω) = 10 m/s
• ULF mod. (Rl = 105 Ω) = 10.3 m/s
• Primeira LCO em velocidade
16% menor que a ULF
• Oscilações com grandes
amplitudes
20/42
21. A potência elétrica convertida no caso não linear é superior à
potência do caso linear
• Para Rl = 105 Ω, a potência • Salta de 10 mW (linear)
elétrica • para quase 30 mW (não linear)
– Experimental é 27.5 mW
– Numérica é 28.6 mW
p* v 2
• Porém, as amplitudes crescem quando U∞ ≈ ULF
21/42
22. Uma mola cúbica é considerada com o intuito de se obter
oscilações de amplitudes aceitáveis quando U∞ > ULF
• Cenário ideal para energy harvesting • Solução: não linearidade
– LCOs desde abaixo da ULF combinada
– Até acima da ULF
– Mola bilinear + mola cúbica
• Mola cúbica hardening
– Exerce momento elástico
proporcional ao cubo do
deslocamento
• Define-se a razão entre a rigidez da
mola cúbica e a rigidez linear de pitch
knl k
Sousa et al., 2011 (SMS)
22/42
23. A mola cúbica é combinada com a mola bilinear no GDL de
rotação da seção típica
• O comportamento é
verificado para várias η aumenta
razões η (quando Rl → 0)
Rl 0
• As amplitudes diminuem
conforme η aumenta
• η = 100 mantém as η aumenta
amplitudes aceitáveis na
maior faixa de velocidades
Rl 0
knl k
U U LF
23/42
24. A potência elétrica convertida é investigada quando a não
linearidade combinada é considerada
• Admite-se a razão de rigidez η = 100
– Rl = 105 Ω propicia a máxima conversão
– Previsão de 120 mW em 18 m/s (com amplitudes aceitáveis)
100
U U LF
24/42
25. Influência da condição de contorno elétrica na resposta
aeroelástica do modelo com não linearidade combinada
• As amplitudes de vibração são pouco sensíveis à variação de resistência
– Mesmo para a carga ótima, a redução é pouco significativa
• Acoplamento eletromecânico é pouco evidente (efeito em termos de amortecimento é
da ordem do amortecimento mecânico – Erturk e Inman, 2011)
• Acoplamento piezelétrico é mais efetivo em plunge; forte não linearidade em pitch
100
100
U U LF U U LF
25/42
26. E se os parâmetros eletromecânicos fossem diferentes?
• Como o comportamento piezoaeroelástico é modificado pelos
parâmetros eletromecânicos quando
– variam-se a carga resistiva e o acoplamento eletromecânico
– variam-se a carga resistiva e a capacitância equivalente
• Como a velocidade linear de flutter e a potência gerada são afetadas?
• Conhecer a influência destes parâmetros na resposta do sistema pode
auxiliar no projeto de geradores eletroaeroelásticos otimizados
26/42
27. Uma análise da influência dos parâmetros eletromecânicos
(quando a capacitância é mantida fixa) é apresentada
• Variam-se a carga resistiva e o
acoplamento eletromecânico
– Para cada acoplamento, existe uma
carga ótima correspondente
– Para qualquer carga, a velocidade
aumenta quando o acoplamento
aumenta
• A potência elétrica (obtida na ULF de
cada combinação de λ e χ) apresenta
um comportamento similar ao da
velocidade
– É maior em velocidades mais elevadas
27/42
28. A conversão também melhora quando a capacitância
equivalente das piezocerâmicas diminui
• Neste caso, o acoplamento
eletromecânico é mantido fixo
– Para cada capacitância, existe uma
carga ótima correspondente
– Para qualquer carga, a velocidade
aumenta quando a capacitância
diminui
• A potência elétrica (obtida na ULF
de cada combinação de λ e
ψ), aumenta com o aumento de
velocidade
28/42
29. Em seguida, uma seção típica com 3-GDL é investigada
• Estudos de caso • Motivação: reduzir a velocidade em
que oscilações persistentes ocorrem
(em relação ao caso 2-GDL)
– Sistema 3-GDL linear
– Sistema 3-GDL não linear
• Freeplay superfície de controle
– Antecipar LCOs
• Freeplay s.c. + cúbica em pitch
– Antecipar LCOs + oscilação
persistente acima da ULF
• Previsão numérica apenas
– Modelo (3-GDL) verificado a partir
de dados da literatura
29/42
30. Incluir uma superfície de controle reduziu a velocidade linear
de flutter 18% em relação ao caso 2-GDL
• ULF = 9.8 m/s (curto-circuito) 3-GDL linear
• ULF = 10 m/s (carga resistiva ótima)
30/42
31. A resposta piezoaeroelástica 3-GDL linear é similar à do caso 2-
GDL não linear
• Potência prevista: 11 mW para a carga resistiva ótima
31/42
32. Espera-se que o caso 3-GDL também apresente LCOs em baixas
velocidades quando uma mola bilinear é considerada
• Freeplay é considerado na mola da superfície de controle
– Gap nominal = 2.8° (simétrico)
r2 r 2 (c a ) x x h 2 2
r M
r 2 (c a ) x r2 x h 2 2
r f b( ) M
x x h h h h v L
1
v v h 0
2 2
r s s
f b( ) 0 s s
2 2
r s s
32/42
33. LCOs ocorreram em velocidades mais baixas quando freeplay
foi considerado na superfície de controle
• LCOs entre 70% e 98% da ULF (curto-circuito)
• Potência entre 5.5 µW e 32.6 mW (carga ótima)
3-GDL não linear
7 m/s
33/42
34. Não linearidade combinada pode permitir geração desde
abaixo até acima da velocidade linear de flutter 3-GDL
r2 r 2 (c a ) x x h 2 2
r f c( ) M
r 2 (c a ) x r2 x h 2 2
r f b( ) M
x x h h h h v L
1
v v h 0
2 2
cr ( s )3 s
Momento
cúbico de
f c( ) 0 s s
2 2
rotação do
cr ( s )3 s
aerofólio
2 2
r s s
Momento
bilinear de f b( ) 0 s s
rotação da 2 2
superfície r s s
de controle
34/42
35. O caso com mola cúbica em pitch e mola bilinear na superfície
de controle é investigado (Rl → 0)
• κ é a razão entre a rigidez
da mola cúbica e a rigidez κ aumenta
linear de pitch
knl k
• As amplitudes diminuem 3-GDL
quando κ aumenta U U LF combinada
• κ = 100 mantém as
amplitudes aceitáveis na
maior faixa de velocidades
Rl 0
0.7 < ULF < 1.4 U U LF U U LF
35/42
36. Potência produzida pelo caso com mola cúbica em pitch e
mola bilinear na superfície de controle
3-GDL
combinada
Rl 105 U U LF
• Oscilações persistentes • Em relação à 2-GDL combinada
– 0.7 < ULF < 1.4 – Metade da potência elétrica
– 5 µW < Potência < 60 mW – Porém, faixa mais ampla
36/42
37. Conclusões
• Comportamento eletroaeroelástico linear e não linear de geradores
piezelétricos de energia baseados em seção típica com 2-GDL e 3-GDL
• Acoplamento piezelétrico é inserido no GDL de deslocamento linear
• Uma carga resistiva é considerada no domínio elétrico
• Não linearidades concentradas são modeladas no GDL de rotação do
aerofólio ou da superfície de controle
• Modelo numérico por parâmetros concentrados eletromecanicamente
acoplado obtido a partir do Princípio de Hamilton para corpos
eletroaeroelásticos
• Aerodinâmica não estacionária para movimentos arbitrários modelada
com a aproximação de Jones para a função indicial de Wagner
• Modelo não linear representado em espaço de estados + método de
Hénon
37/42
38. Conclusões
• O modelo 2-GDL foi verificado com sucesso experimentalmente
• O modelo 3-GDL foi verificado com dados da literatura
Velocidade 2-GDL (m/s) 3-GDL (m/s)
Linear 12 10
Freeplay 10 ~ 12 7 ~ 10
Combinada 10 ~ 18 7 ~ 14
Potência elétrica 2-GDL (mW) 3-GDL (mW)
Linear 10 11
Freeplay 28 30
Combinada 120 60
38/42
39. 3-GDL
Potência
Combinada
60 mW
Linear
Freeplay
30 mW
11 mW
5 µW
7 m/s 10 m/s 14 m/s
U∞
39/42
40. Sugestões para trabalhos futuros
• Experimentos em túnel de vento com não linearidades combinadas
para o sistema 2-GDL;
• Experimentos em túnel de vento para um sistema 3-GDL;
• Aplicação de técnicas para solução de problemas não lineares com o
objetivo de otimizar a geração piezoaeroelástica de energia utilizando
seção típica;
• Combinar diferentes mecanismos de transdução e realizar a conversão
a partir de diferentes GDLs simultaneamente;
• Investigar a possibilidade da utilização de molas com memória de
forma para o ajuste do comportamento aeroelástico do sistema para
diferentes velocidades do escoamento;
• Investigar a possibilidade de redução de escala dos sistemas aqui
estudados visando o projeto de geradores portáteis.
40/42
41. Publicações decorrentes deste trabalho
• V C SOUSA; M M ANICÉZIO; C DE MARQUI JR; A ERTURK
– Enhanced aeroelastic energy harvesting by exploiting
combined nonlinearities: theory and experiment. Smart Verificação (numérica +
Materials and Structures, v.20, p.094007, August 2011. experimental) 2-GDL
DOI: 10.1088/0964-1726/20/9/094007. Disponível em:
<stacks.iop.org/SMS/20/094007>
• V C SOUSA; C DE MARQUI JR
Verificação 3-GDL com
– Modeling and analysis of a broadband piezoaeroelastic dados da literatura
energy harvester. In: Proceedings of COBEM, Brazilian
Congress of Mechanical Engineering. Oct. 24-28 – Natal,
RN, Brazil, 2011
• V C SOUSA; D D’ASSUNÇÃO; C DE MARQUI JR Influência de parâmetros
– Piezoaeroelastic typical section for wind energy harvesting. aeroelásticos 3-GDL na
conversão elétrica
In: Proceedings of IMAC XXX, A Conference and Exposition
on Structural Dynamics. Jan. 30-Feb. 2 – Jacksonville, FL,
USA, 2012
41/42
42. Muito obrigado!
• Agradecimentos
– Ao Prof. Dr. Carlos De Marqui
– Ao departamento de Engenharia Aeronáutica, EESC-USP
– À banca examinadora
– A todos os presentes
– Ao CNPq
42/42
Notas do Editor
Boa tarde, meu nome é Vagner C..., sou aluno de mestrado no Dep. Eng. Aero, meu orientador é o Prof. Dr. Carlos...; Hoje vou apresentar uma “Análise do comportamento...”; Eu gostaria de agradecer aos membros da banca examinadora, Prof. Dr. (do ITA), Prof. Dr. Flávio Marques e Prof. Dr. Carlos De Marqui (EESC) e a todos os presentes;
os tópicos aqui tratados estão relacionados à conversão de vibrações induzidas pelo escoamento em eletricidade; vou mencionar alguns trabalhos relevantes na área, os fenômenos aeroelásticos mais explorados e os mecanismos de transdução mais utilizados; em seguida, vou apresentar um modelo por parâmetros concentrados para geração de energia; uma seção típica aeroelástica com acoplamento piezelétrico em um de seus GDLs; diversos estudos de caso serão apresentados; modelos lineares e não lineares de uma ST com 2- e 3-GDL; em alguns casos, previsões numéricas serão comparadas com resultados experimentais; De maneira geral, os estudos compreendem “Análises...” (no slide)
A conversão de energia disponível no ambiente em eletricidade é uma possibilidade atraente para sistemas remotamente operados e com fontes limitadas de energia; pode ser uma alternativa à substituição periódica de baterias (quando a substituição é possível); alguns sistemas têm sua vida útil limitada pela duração de sua fonte de energia (aplicações em que a substituição de baterias é inviável); coletar energia do próprio ambiente pode extender a vida útil de dispositivos de baixo consumo (como sensores sem fio) ou torná-los energeticamente autônomos;Um sistema de conversão/coleta de energia a partir de vibrações pode operar por anos (promissor para aplicações remotas, de difícil acesso – bases árticas, estruturas aeroespaciais); desde o trabalho de Williams e Yates (1995), a conversão de vibrações em eletricidade vem recebendo cada vez mais atenção; os mecanismos de transdução mais comuns são o eletromagnético, o eletrostático e o piezelétrico; trabalhos de revisão (Beeby et al. (2006); Cook-Chennault et al. (2008)) mostram que a transdução piezelétrica tem recebido mais atenção (as principais vantagens são a elevada densidade de potência e a facilidade de uso); um material piezelétrico possui a capacidade de intercâmbio entre energia mecânica e elétrica;
Os geradores piezelétricos mais simples são modelados como vigas ou placas metálicas engastadas; a estrutura é completa ou parcialmente coberta por uma ou mais camadas de material piezelétrico; a excitação da estrutura se dá por movimento de base ou pela ação do escoamento*; os geradores excitados pelo escoamento (mais frequentemente encontrados) baseiam-se no fenômeno aeroelástico dinâmico “flutter”; desta maneira, uma velocidade do escoamento mínima (particular do sistema) define quando o gerador apresenta conversão persistente de energia; ao mesmo tempo, quando o escoamento atinge esta velocidade “crítica” (vel. linear de flutter), as vibrações passam a ser autossustentadas e de amplitude crescente (potencialmente destrutivas); assim sendo, muitos trabalhos têm investigado maneiras alternativas de se obter conversão persistente em velocidades do escoamento inferiores à velocidade linear de flutter; a literatura mostra que não linearidades estruturais (geralmente encontradas em qualquer sistema aeronáutico) podem induzir oscilações persistentes (e de amplitudes aceitáveis) abaixo da ULF; portanto, um dos objetivos deste trabalho é a investigação de sistemas não lineares para conversão persistente de energia em baixas velocidades do escoamento;
Muitos trabalhos recentes utilizam transdução piezelétrica para conversão de energia do escoamento; Bryant e Garcia (2011) apresentam um aerofólio articulado pelo seu bordo de ataque à extremidade livre de uma viga elástica engastada. Material piezelétrico é colado na região do engaste (onde as deflexões elásticas são mais significativas); o modelo aerodinâmico considera o estol dinâmico devido ao elevado ângulo de ataque que o aerofólio atinge; Bibo et al. (2011) propuseram um microgerador baseado no princípio de funcionamento dos órgãos musicais; uma viga piezelétrica unimorph posicionada em uma cavidade é sujeita ao escoamento (~~ 1 mW @ 12.5 m/s, 50 kR); as oscilações observadas são do tipo supercrítica; o dispositivo em forma de T proposto por Kwon (2010) é sujeito ao escoamento axialmente, e apresenta oscilações persistentes em baixas velocidades (em torno de 4 m/s) mesmo quando o dispositivo é reproduzido em menor escala;
Contrastando com a maioria dos trabalhos recentes, Sihori e Mahadik propuseram um gerador piezelétrico baseado no fenômeno aeroelástico “galloping” (e mostraram que esta também é uma opção viável para alimentar sensores sem fio); (protótipo ~ 16x25 cm, 53 mW @ 18 m/s); Zhu et al. (2010) propuseram um gerador excitado pelo escoamento baseado no princípio da indução eletromagnética; conforme o aerofólio vibra, ele é sujeito ao escoamento livre e à esteira do corpo rombudo de maneira alternada, o que provoca um desbalanceamento de forças no sistema e induz movimento persistente; o imã é vinculado ao aerofólio e se desloca em relação à bobina, fixada no sistema estacionário, produzindo eletricidade;
a nossa solução para um gerador excitado pelo escoamento: uma seção típica aeroelástica com acoplamento piezelétrico;“piezoaeroelasticidade”: interação entre forças aerodinâmicas, elásticas e inerciais e efeitos piezelétricos; primeiro, uma ST com 2-GDL (estruturais) é considerada: a ST pode realizar deslocamentos de translação (linear) e rotação em torno do eixo elástico; em seguida, uma ST com 3-GDL é considerada: os deslocamentos possíveis são o movimento linear, rotação em torno do eixo elástico e posição de uma superfície de controle; o acoplamento piezelétrico sempre é considerado no GDL de deslocamento linear;
(para deslocamentos virtuais arbitrários,) o princípio de Hamilton extendido para um sistema eletroelástico se reduz às equações eletromecânicas de Lagrange; os efeitos mecânicos dissipativos são introduzidos como forças não conservativas (Erturk e Inman, 2011); princípio de Hamilton para um sistema eletroaeroelástico permite obter as equações piezoaeroelásticas de Lagrange; das equações de Lagrange, determinam-se as equações de movimento da seção típica piezelétrica; Princípio de Hamilton extendido para uma seção típica piezoeletricamente acoplada e especializada para geração de energia (sinal negativo no termo de acoplamento eletromecânico); Elementos: primeira variação da: energia cinética (T): é importante considerar a massa adicional das fixações do sistema experimental no GDL de deslocamento linear (que é significativa); energia potencial (U): além das contribuições das molas de cada GDL, o acoplamento eletromecânico modifica as propriedades de rigidez do sistema; energia elétrica interna (Wie): relacionada à capacitância equivalente das camadas piezocerâmicas e ao acoplamento eletromecânico; (componente não conservativa) carga elétrica; (componente não conservativa) carregamento aerodinâmico; (componente não conservativa) amortecimento estrutural;
As equações de movimento para a seção típica piezeletricamente acoplada são obtidas resolvendo-se as equações eletromecânicas de Lagrange; ainda, a equação elétrica é derivada no tempo para que a carga resistiva seja introduzida no modelo; em seguida, as equações de movimento são adimensionalizadas; desta maneira é possível analisar uma classe de sistemas ao invés de apenas um sistema em particular (Hemati, 1995);
Como o modelo é desenvolvido em sua forma mais geral, todas as não linearidades possíveis neste trabalho são introduzidas nas equações de movimento; no GDL de rotação do aerofólio (pitch), a não linearidade freeplay (modelada como uma mola bilinear) pode ocorrer de maneira isolada ou combinada com uma mola cúbica do tipo hardening; no GDL de posição da superfície de controle, somente a não linearidade freeplay é considerada; no entanto, é possível combinar freeplay na superfície de controle com mola cúbica em pitch; nenhuma não linearidade é considerada no GDL de deslocamento linear (plunge) ou no domínio elétrico do problema;
O modelo aerodinâmico não estacionário de Theodorsen é limitado à movimento harmônico; (a função/operador de Theodorsen, que introduz no modelo os atrasos relativos ao desprendimento de vórtices no bordo de fuga da seção típica, depende somente da frequência reduzida k=wb/U e, portanto, é limitada à movimento harmônico); a função de carregamento indicial de Wagner, formulada considerando-se uma entrada (mudança em?) degrau no ângulo de ataque e que o movimento inicia-se em t=0 (e não em t=-infinito como no modelo de Theodorsen), é capaz de representar movimentos arbitrários de aerofólio, sendo, portanto, conveniente para se determinar o carregamento aerodinâmico não estácionário de modelos não lineares; embora a solução da função de Wagner seja relativamente simples, sua representação no espaço de estados não é tão trivial; Jones (1940) mostrou que a função (acima, no slide) reproduz quase que exatamente a curva obtida com a função de Wagner; a aproximação de Jones é mais facilmente representada no espaço de estados, e acrescenta apenas 2 novos estados ao modelo;
As submatrizes de massa, rigidez e amortecimento são compostas por uma contribuição estrutural e outra aerodinâmica; cada contribuição aerodinâmica pode, ainda, ser classificada em circulatória ou não circulatória; as submatrizes que constituem os 2 estados adicionais (do modelo aerodinâmico não estacionário) são puramente geométricas e definidas em termos das constantes de Theodorsen, estas, por sua vez, dependem apenas da posição do eixo elástico da seção típica e do eixo de articulação da superfície de controle (se 3-GDL); pode-se investigar a estabilidade do sistema linear por análise de autovalores; observando-se a variação dos autovalores conforme a velocidade do escoamento, é possível prever a velocidade linear de flutter para cada carga resistiva considerada; tendo-se a vel. flutter de cada resistor, o sistema pode ser resolvido no tempo para fornecer previsões das deflexões aeroelásticas de cada GDL e a voltagem produzida pelo circuito gerador; da aplicação da Lei de Ohm, podemos estimar a potência elétrica gerada; por fim, conhecendo-se a interação entre potência produzida e comportamento aeroelástico para cada carga resistiva investigada, é possível identificar uma carga em particular que propicia, simultaneamente, a vel. flutter mais elevada (devido ao efeito de shunt damping associado à geração de potência – os elementos do circuito elétrico gerador podem modificar a estabilidade em torno da condição de flutter) e a máxima quantidade de potência elétrica;
no sistema experimental, o acoplamento piezelétrico é introduzido no GDL de deslocamento linear; as piezocerâmicas são coladas na região do engaste das vigas de aço-mola que atribuem rigidez ao GDL de deslocamento linear; um fio-mola também atribui rigidez ao GDL de rotação;
Estes são os parâmetros experimentais, expressos em termos de grandezas dimensionais e adimensionais; Parâmetros experimentais para a seção típica 2-GDL
Uma análise de estabilidade por autovalores é apresentada para a ST 2-GDL; É possível investigar a estabilidade do sistema quando a velocidade do escoamento aumenta observando-se a parte real dos autovalores aeroelásticos (associada ao amortecimento); Quando o limiar de estabilidade neutra é interceptado, tem-se a velocidade linear de flutter (ou velocidade crítica) do sistema piezoaeroelástico; A condição de contorno elétrica é considerada desde próximo da condição de curto-circuito (Rl -> 0) até circuito aberto (Rl -> inf); É possível observar que a condição de contorno elétrica modifica a resposta aeroelástica da seção típica; pelo detalhe, constata-se a existência de uma carga resistiva (entre as consideradas) que leva à velocidade de flutter mais elevada; tendo-se a velocidade de flutter de cada carga considerada, as equações de movimento (representadas em espaço de estados) são então resolvidas no tempo;
a resposta piezoaeroelástica no tempo prevê as deformações elásticas em cada GDL, além da voltagem produzida entre os terminais da carga resistiva considerada; as figuras mostram que o modelo numérico prevê com sucesso os resultados experimentais; aplicando a lei de Ohm, calculamos a potência elétrica transferida à cada carga resistiva; (gancho p/ próximo slide)
novamente, é possível identificar uma carga (entre as consideradas) que propicia a máxima conversão de energia das vibrações em eletricidade; esta carga, que produz a maior quantidade de potência e leva à velocidade de flutter mais elevada (devido ao efeito de shunt damping de geração resistiva de potência), é geralmente chamada de carga ótima; ainda, é possível prever a existência de uma carga ótima global para o circuito gerador;
Ufree = ULF é uma situação impossível para aplicações práticas, as oscilações são sempre amortecidas ou de amplitude crescente) (envelope de operação do gerador é muito restrito); Sabe-se que não linearidades (estruturais) podem induzir oscilações persistentes em velocidades do escoamento inferiores à velocidade linear de flutter (oscilações subcríticas); Em geral, todos os sistemas apresentam não linearidades intrínsecas; Se as oscilações são persistentes e de amplitudes aceitáveis (e ocorrem em uma “faixa” de velocidades), então temos uma oportunidade (promissora) de coleta de energia disponível no ambiente; O ideal é obter geração persistente a partir da velocidade do escoamento mais baixa possível, de maneira que o gerador seja “portátil” e (ainda assim) acionado pelo vento natural;
Novamente, as equações de movimento são resolvidas no tempo com o intuito de se estimar as deformações aeroelásticas e a voltagem produzida por cada carga resistiva considerada;- O modelo numérico também prevê com sucesso os resultados experimentais;
- A potência convertida no caso não linear (~ 28 mW) é 3x superior à potência do caso linear (~ 11 mW), para a mesma carga elétrica;
Quando uma mola cúbica (do tipo hardening) também é considerada no GDL de rotação, as amplitudes de oscilação tendem a diminuir conforme a razão entre a rigidez não linear e a rigidez linear aumenta; Portanto, a não linearidade cúbica pode limitar a amplitude de oscilação à valores aceitáveis em velocidades do escoamento acima da velocidade crítica;
considerando-se uma razão de rigidez (eta = 100), a potência convertida é investigada para cada carga resistiva considerada e, novamente, a carga Rl = 10^5 R é a que propicia a maior conversão de energia;
As amplitudes de vibração (de deslocamento linear e pitch) são pouco afetadas pela condição de contorno elétrica (carga resistiva utilizada no circuito gerador); Mesmo quando a carga ótima é considerada, o controle passivo de vibrações é pouco significativo (embora exista);
Mencionar q os estudos anteriores foram realizados com os dados experimentais (os dados q possuimos)... Para se ter um conhecimento mais amplo (global) do sistema, é importante analisar a influência de alguns parâmetros sobre o comportamento piezoaeroelástico ...
- A conversão de energia melhora quando o acoplamento eletromecânico aumenta;
Motivação do caso 3-GDL: reduzir a velocidade na qual oscilações autossustentadas ocorrem;
redução da ULF de 11.6 m/s para ~9.8 m/s (18%);
11 mW p/ pequena perturbação inicial; 30 mW p/ perturbações iniciais maiores (~ = 2-gdl não linear);
Com a mola bilinear na sup. controle, LCOs ocorrem entre 70% e 98% da ULF (3-GDL); As amplitudes são pequenas e aumentam linearmente até ~1.42; entre 1.42 e 1.49 as amplitudes aumentam rápido até a amplitude da perturbação inicial; < 70% oscilações amortecidas, > 98% oscilações de amplitude crescente;
Quando uma mola cúbica é considerada em pitch e uma mola bilinear é considerada na superfície de controle, as amplitudes tendem a diminuir conforme a razão de rigidez da não linearidade cúbica aumenta; as oscilações apresentam maiores amplitudes quando a velocidade do escoamento é aproximadamente igual à velocidade linear de flutter, quando a potência gerada passa a ser mais significativa;
Quando uma mola cúbica é considerada em pitch e uma mola bilinear é considerada na superfície de controle, as amplitudes tendem a diminuir conforme a razão de rigidez da não linearidade cúbica aumenta; as oscilações apresentam maiores amplitudes quando a velocidade do escoamento é aproximadamente igual à velocidade linear de flutter, quando a potência gerada passa a ser mais significativa;