O poema descreve a beleza do entardecer, com a luz poente caindo suavemente sobre as folhas das árvores e a paisagem parecendo adormecida. A brisa leva o tempo sem rumo enquanto as pessoas caminham distraídas pelas ruas, sonhando sem sonhar.
1. Vesperal
E, contudo bonito
O entardecer.
A luz poente cai do céu vazio
Sobre o tecido macio
Da ramagem
E fica derramada em cada folha.
Imóvel, a paisagem
Parece adormecida
Nos olhos de quem a olha.
A brisa leva o tempo
Sem destino.
E o rumos citadino
Ondula nos ouvidos
Distraídos
Dos que vão pelas ruas caminhando
Devagar
E como que sonhando
Sem sonhar…
Miguel torga, Diário XIV