O documento faz uma analogia entre decisões políticas que levam à guerra e atos fisiológicos como urinar. Afirma que líderes que decidem o início e fim de guerras agem como crianças que resolvem problemas enquanto estão no banheiro, sem considerar as consequências de suas ações. Propõe que os soldados troquem suas armas por seus órgãos genitais, para que em vez de matar pessoas eles possam criá-las, acabando com a guerra.

1. Guerra eu resolvo numa mijada

2. Podia ser simples assim, né. E até é, Pois os que decidem início e término de guerras, fazem quase o mesmo que o menino aí da foto. Decidem como se estivessem ao banheiro, não importando o estrago que deixam em razão da atitude.

3. Há quem diga que grandes estadistas ficam com suas cabeças murchas, após muito pensar. E maldosos recomendam que não se cheguem perto demais. Se é assim, mais fácil ir ao banheiro. Afinal, cada um faz suas necessidades por onde se sente melhor.

4. Pensou, decidir vidas de milhões, tirar filhos de seus pais, ordenar que se despeje uma bomba. Só mesmo quem tem problemas sérios com seu sistema digestivo para agir nessas condições e depois ir jantar com a família, tomar um uiskei e até mesmo dar uma urinada para esvaziar.

5. Certo tá o menino ali da foto. Mirou o soldado, deve ter dito algo assim: pare aí com esse barulho, deixe de ser nervoso e toma essa mijada aqui para esfriar sua cabeça.

6. E toma mais essa, que é pro cabo que te mandou aqui. Como o cabo não vai dar muita bola, leva mais uma pro sargento, pro tenente e essa bem chacoalhada para o general.

7. E pro general, você diga que tem uma boa mensagem pro chefe dele. Não vai ser uma mijada simples assim não. Será algo mais consistente, aliás bem à altura das decisões que ele tem tomado, deixando nós aqui na maior aflição, a ponto de termos uma incontinência urinária geral.

8. Mas meu bom soldado, sei que você cumpre ordens, então uma simples mijadinha na cabeça já é o suficiente. E sabe que essa sua paciência está fazendo com que eu me afeiçoe por você. Não me leve a mal, mas cada um dá o tiro que tem e esse é o meu nesse momento.

9. Também não quero trocar minha espingarda pela sua. Essa sua aí dá tiros, repete tiros, mata gente e é só Isso. A minha é mais versátil, pois faz xixi e quando a gente cresce, a moçada vive querendo pegar nela. A do Tio Bétio, não sei porque ficou desse tamanho.

10. Minha mãe vive falando pro meu pai que a espingarda dele é mais comprida que a do soldado da esquina. Acho que estava falando de você e dessa espingarda aí que só dá tiros, pois a outra minha mãe não deve ter conhecido, não é mesmo?

11. Fico aqui pensando: se você usar a outra espingarda e não essa aí, de dar tiro, como fico eu? Onde vou mijar? E o cabo, o sargento, o tenente, o capitão, o major, o tenente coronel, coronel, marechal e presidente, o que poderão esperar de você?

12. Ah entendi! Se você usar a espingarda de mijar e que também serve pra fazer outras coisas muito boas, o soldado, ao invés de matar gente, vai fabricar gente, não é isso? E gente pequena vive mijando. E o soldado vai se ocupar trocando a criança mijada? Legal!

13. Com isso dá adeus à espingarda, ao cabo, ao sargento, ao tenente, ao capitão, ao major, ao tenente coronel, ao coronel, ao general e ao presidente.

14. E o presidente dá ordem ao general, que dá ordem ao coronel, que transmite ao tenente-coronel, que passa a mensagem ao major e esse ao capitão, que manda o tenente mandar o sargento mandar o soldado dar tiro.

15. E o soldado, que não está com a espingarda de dar tiro na mão e sim tomando conta do filho, que fez com a outra espingarda e com ajuda da namorada, nada acontece.

16. Acaba a guerra. Putz que legal! Um mijo pra comemorar!

17. Texto e apresentação por Renato Cardoso

18. www.vivendobauru.com.br