1) O documento discute os conceitos de troca de tráfego entre provedores de internet, incluindo modalidades como tráfego irrestrito, tráfego parcial e troca de tráfego pura.
2) As modalidades diferem nos prefixos anunciados e redistribuídos entre os provedores, afetando a extensão do tráfego permitido em cada direção.
3) Fatores como custos, nível de serviço e suporte devem ser considerados ao escolher um provedor ou modalidade de troca de tráfego.
1. Rafael de Oliveira Ribeiro
Pílulas de conhecimento, 24/abril/2020
Troca de tráfego
2. Agenda
"What lies beyond
And what lay before?
Is anything certain in life?"
"The Spirit Carries On" – Dream Theater
3. Agenda
• O que é Troca de tráfego?
• Modalidades
• Na prática
• Como posso saber mais?
• Conclusão
4. O que é Troca de tráfego?
"What is it -
that stands before me?"
"Black Sabbath" – Black Sabbath
5. Troca de tráfego
• É toda e qualquer relação comercial1 entre dois ou mais
entes onde todos concordam em carregar parte ou a
totalidade dos prefixos dos outros a si, seus provedores,
clientes ou parceiros.
• Objetiva, levar o tráfego de dados de forma mútua entre os dois ou mais
atores.
• O jargão peering denota esta relação.
1 Não implica necessariamente pagamento.
6. Troca de tráfego
• Comumente é operacionalizada pelo emprego do
protocolo BGP.
• As modalidades são executadas através de políticas de roteamento e,
sempre que possível, associados a filtros de tráfego.
• Nesta apresentação, prefixos, rotas e destinos serão considerados
sinônimos para efeito de entendimento.
7. Troca de tráfego
• Ocorrem em:
• Data Centers
• PoPs de Operadoras
• PTTs – IXPs
8. Troca de tráfego
• Ocorrem em:
• Data Centers
• PoPs de Operadoras
• PTTs – IXPs
São alojados nas chamadas “salas de
Telecomunicações” ou nos “meet-me-rooms”
9. Troca de tráfego
• Ocorrem em:
• Data Centers
• PoPs de Operadoras
• PTTs – IXPs
Pontos de Troca de Tráfego (PTTs), em Inglês
“Internet Exchange Points”, IXPs, são estruturas
criadas para este fim, normalmente geridas por
instituições consideradas neutras.
10. Troca de tráfego
• Atores:
• Empresas Clientes
• Provedores ou Operadoras
• Provedores de Conteúdo1
• Operadores de Data Center
• Pontos de Troca de Tráfego
1 Também conhecidos como OTTs – “Over The Top”. E.g., Netflix, Facebook, YouTube.
11. Modalidades
“And the Lord spake, saying, 'First shalt thou take out the Holy Pin.
Then, shalt thou count to three. No more. No less.
Three shalt be the number thou shalt count
and the number of the counting shall be three(…)’.”
”Monty Python and the Holy Grail”, Scene 20
15. Modalidades
• Os tipos de troca de tráfego são:
• Tráfego irrestrito
• Tráfego parcial
• Troca de tráfego
16. Modalidades
• Os tipos de troca de tráfego são:
• Tráfego irrestrito
• Tráfego parcial
• Troca de tráfego
Também conhecido como “full routing”, esta modalidade garante aos entes
envolvidos que todos os seus prefixos serão anunciados de forma irrestrita aos
provedores, clientes e parceiros de quem as recebe.
Pode ou não estar associado ao envio de uma rota default.
É do tipo Bilateral – apenas entre dois atores.
17. Modalidades
• Os tipos de troca de tráfego são:
• Tráfego irrestrito
• Tráfego parcial
• Troca de tráfego
Aqui, no que se conhece comercialmente por “partial routing”, os envolvidos
separam um subconjunto de destinos a anunciar aos outros, podendo incluir
seus próprios clientes ou provedores.
Também pode estar associado ao envio de uma rota default.
É do tipo Bilateral – apenas entre dois atores.
18. Modalidades
• Os tipos de troca de tráfego são:
• Tráfego irrestrito
• Tráfego parcial
• Troca de tráfego
A troca “pura” de tráfego, ou simplesmente, peering, consiste no anúncio e
subsequente recebimento daqueles prefixos de cada um, sem incluir seus
clientes, parceiros ou provedores.
Não se associa com o envio de rota default.
Pode ser tanto Bilateral, quanto Multilateral (ATMs de PTTs, por exemplo)
19. Modalidades – tráfego irrestrito
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
O exemplo a seguir se dá do
ponto de vista dos
Provedores A e B!
20. Modalidades – tráfego irrestrito
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Provedor A anuncia ao Provedor B, os
prefixos:
• PA
• CA1
• CA2
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2
21. Modalidades – tráfego irrestrito
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Provedor A anuncia ao Provedor B, os
prefixos:
• PA
• CA1
• CA2
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2 Provedor B, por sua vez os reanuncia
para:
• Provedor C
• Cliente B1
• Cliente B2
22. Modalidades – tráfego irrestrito
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2
Sentido do tráfego permitido1
1 Unilateral – não implica retorno.
23. Modalidades – tráfego irrestrito
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
No sentido inverso, Provedor B anuncia
ao Provedor A:
• PB
• PC
• CB1
• CB2
Prefixos CB1
Prefixos CB2
Prefixos PCPrefixos PB
24. Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
No sentido inverso, Provedor B anuncia
ao Provedor A:
• PB
• PC
• CB1
• CB2
Provedor A, por sua vez os reanuncia
para:
• Cliente A1
• Cliente A2
Modalidades – tráfego irrestrito
Prefixos PCPrefixos PB
Prefixos CB1
Prefixos CB2
25. Modalidades – tráfego irrestrito
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Prefixos CB1
Prefixos CB2
Prefixos PCPrefixos PB
Sentido do tráfego permitido1
1 Unilateral – não implica retorno.
26. Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Modalidades – tráfego irrestrito
Prefixos PCPrefixos PB
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2
Dado que, neste exemplo, todos os destinos são
conhecidos por todas as origens, entende-se
que o tráfego é irrestrito, i.e., há full routing.
Prefixos CB1
Prefixos CB2
27. Modalidades – tráfego parcial
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
O exemplo a seguir se dá do
ponto de vista dos
Provedores A e B!
28. Modalidades – tráfego parcial
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Provedor A anuncia ao Provedor B, os
prefixos:
• PA
• CA1
• CA2
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2
29. Modalidades – tráfego parcial
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Provedor A anuncia ao Provedor B, os
prefixos:
• PA
• CA1
• CA2
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2 Provedor B, por sua vez os reanuncia
para:
• Provedor C
• Cliente B1
• Cliente B2
30. Modalidades – tráfego parcial
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2
Sentido do tráfego permitido1
1 Unilateral – não implica retorno.
31. Modalidades – tráfego parcial
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Aqui, o Provedor B anuncia apenas:
• PB
• CB1
Não enviando mais os prefixos:
• PC
• CB2
Prefixos CB1
Prefixos CB2
Prefixos PCPrefixos PB
32. Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Aqui, o Provedor B anuncia apenas:
• PB
• CB1
Não enviando mais os prefixos:
• PC
• CB2
Provedor A, por sua vez os reanuncia
para:
• Cliente A1
• Cliente A2
Modalidades – tráfego parcial
Prefixos PCPrefixos PB
Prefixos CB1
Prefixos CB2
33. Modalidades – tráfego parcial
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Prefixos CB1
Prefixos CB2
Prefixos PCPrefixos PB
Sentido do tráfego permitido1
1 Unilateral – não implica retorno.
34. Modalidades – tráfego parcial
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Prefixos CB1
Prefixos CB2
Prefixos PCPrefixos PB
Sentido do tráfego permitido1
1 Unilateral – não implica retorno.
ATENÇÃO: Isto é apenas um exemplo – notar-se-
á que não é possível acessar os Clientes A1 e A2
a partir do Provedor C ou do Cliente B2 pela falta
de anúncio deles ao Provedor A!
35. Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Modalidades – tráfego parcial
Prefixos PCPrefixos PB
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2
Prefixos CB1
Prefixos CB2
Aqui, tem-se que nem todos os destinos são
conhecidos por todas as origens; portanto o
tráfego não é pleno, se tornando parcial, i.e.,
caracterizando o partial routing.
Chama-se também de trânsito parcial.
36. Modalidades – troca de tráfego
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
O exemplo a seguir se dá do
ponto de vista dos
Provedores A e B!
37. Modalidades – troca de tráfego
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Provedor A anuncia ao Provedor B,
somente seus prefixos:
• PA
Deixam de ser enviados:
• CA1
• CA2
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2
38. Modalidades – troca de tráfego
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Provedor A anuncia ao Provedor B,
somente seus prefixos:
• PA
Deixam de ser enviados:
• CA1
• CA2
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2 Provedor B, por sua vez, só aceita para
si. Ele não os reanuncia para:
• Provedor C
• Cliente B1
• Cliente B2
39. Modalidades – troca de tráfego
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2
Sentido do tráfego permitido1
1 Unilateral – não implica retorno.
40. Modalidades – troca de tráfego
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Aqui, o Provedor B anuncia apenas:
• PB
Não enviando mais os prefixos:
• PC
• CB1
• CB2
Prefixos CB1
Prefixos CB2
Prefixos PCPrefixos PB
41. Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Aqui, o Provedor B anuncia apenas:
• PB
Não enviando mais os prefixos:
• PC
• CB1
• CB2
Provedor A, por sua vez, só aceita os
prefixos para si, sem os reanunciar
para:
• Cliente A1
• Cliente A2
Modalidades – troca de tráfego
Prefixos PCPrefixos PB
Prefixos CB1
Prefixos CB2
42. Modalidades – troca de tráfego
Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Prefixos CB1
Prefixos CB2
Prefixos PCPrefixos PB
Sentido do tráfego permitido1
1 Unilateral – não implica retorno.
43. Provedor A Provedor B
Cliente A2
Cliente B1
Provedor C
Cliente B2
Cliente A1
Modalidades – troca de tráfego
Prefixos PCPrefixos PB
Prefixos PA
Prefixos CA1
Prefixos CA2
Prefixos CB1
Prefixos CB2
Por fim, aqui tem-se que apenas um
subconjunto dos destinos é conhecido de outra
parte das origens.
A este tipo de troca não se associa trânsito!
44. Na prática
“Can I believe that what I saw
That night was real and not just fantasy”?
”The Number of the Beast" – Iron Maiden
45. Na prática
• Via de regra, os atores se valem de uma combinação das três
modalidades.
• Exemplos1:
• Empresas clientes contratam de seus provedores de trânsito tráfego irrestrito
para acesso à Internet, mas também estão em PTTs para troca pura de
tráfego.
• Operadoras se utilizam de tráfego parcial com parceiros2, além de
contratarem trânsito irrestrito de provedores de hierarquia mais alta (Tier
menor).
1 Lista não exaustiva.
2
OTTs, Provedores de Conteúdo, etc.
48. Na prática
• Como escolher uma modalidade, provedor ou parceiro?
• Deve-se levar em consideração alguns itens:
• Custos envolvidos
• Conexão é no parceiro ou na ‘casa do cliente’?
• Custo por Megabit?
• Considero adicionar uma conexão a um PTT?
• Nível de serviço esperado
• Na conexão física.
• Protocolos de roteamento.
• Quesitos de atendimento
• Há um NOC responsivo, com operação 24x7?
• Abertura de chamados é célere?
49. Na prática
• Como escolher uma modalidade, provedor ou parceiro?
• Deve-se levar em consideração alguns itens:
• Custos envolvidos
• Conexão é no parceiro ou na ‘casa do cliente’?
• Custo por Megabit?
• Considero adicionar uma conexão a um PTT?
• Nível de serviço esperado
• Na conexão física.
• Protocolos de roteamento.
• Quesitos de atendimento
• Há um NOC responsivo, com operação 24x7?
• Abertura de chamados é célere?
50. Na prática
• Como escolher uma modalidade, provedor ou parceiro?
• Deve-se levar em consideração alguns itens:
• Matriz de tráfego
• Para onde vai e de onde vem o maior interesse de tráfego?
• Há congestionamentos?
• Posso reduzir latência para meus clientes?
51. Na prática
• Como escolher uma modalidade, provedor ou parceiro?
• Deve-se levar em consideração alguns itens:
• Matriz de tráfego
• Para onde vai e de onde vem o maior interesse de tráfego?
• Há congestionamentos?
• Posso reduzir latência para meus clientes?
52. Como posso saber mais?
“The journey begins with curiosity
And envolves into soul-felt questions”
”Perennial Quest" - Death
54. Como posso saber mais?
• Hierarquia de Provedores
• Tiers 1,2 e 3
• Relações entre eles
• DFZ – Default-free Zone
55. Como posso saber mais?
• Custos
• Contratos, SFI – requisitos mínimos
• Transporte, Remote Hands, Golden Jumper
• Benefícios: Economia de trânsito, redução de congestionamento.
56. Como posso saber mais?
• Melhores Práticas
• Filtragem de prefixos próprios e de parceiros.
• Registros de prefixos em bases.
• Diga não às rotas default em PTTs!
57. Conclusão
“More of your conversation would infect my brain,
being the herdsmen of the beastly plebeians.
“Coriolanus” – William Shakespeare
58. Conclusão
• É fundamental conhecer sua rede e seus requisitos ao se planejar
para troca de tráfego, seja para trânsito ou conexão a um PTT.
• Entender os custos atuais e futuros são essenciais.
• Deve-se buscar benefícios mútuos – se o outro lado não percebê-los,
a negociação será mais difícil.
• No lado técnico, a confecção e manutenção de políticas de
roteamento e filtros de prefixos faz-se premente.