O documento discute o programa nuclear da Coreia do Norte, sugerindo que ele foi desenvolvido em resposta à ameaça percebida pelos EUA e Coreia do Sul, e não para agressão. Propõe negociações baseadas no acordo "Átomos para a Paz" de 1994, que trocava limites nucleares por ajuda econômica e geração de energia nuclear para a Coreia do Norte.
As relações entre EUA e Cuba têm sido tensas por quase 50 anos, desde que um embargo comercial foi imposto pelos EUA em 1962. O embargo foi reforçado ao longo dos anos, mas Obama recentemente levantou algumas restrições de viagens e remessas. A história da disputa inclui a revolução cubana de 1959, a crise dos mísseis de 1962 e acusações mútuas ao longo da Guerra Fria.
O conflito entre Coreia do Norte e Coreia do Sul remonta à divisão da península após a Segunda Guerra Mundial. A tensão aumentou durante a Guerra Fria e culminou na Guerra da Coreia entre 1950-1953. Atualmente, as relações permanecem conflituosas, com ameaças nucleares da Coreia do Norte e exercícios militares conjuntos dos EUA e Coreia do Sul.
A Coreia do Norte lançou novos mísseis de curto alcance desafiando condenações internacionais por testes nucleares anteriores. O texto menciona que a Coreia do Norte precisa de ajuda estrangeira para alimentar sua população de 23 milhões devido à sua situação econômica precária. As potências regionais e o Conselho de Segurança da ONU condenaram veementemente os novos testes.
Reflexões sobre as armas nucleares no Século XXILeonam Guimarães
O documento discute as armas nucleares no século 21 e analisa diferentes perspectivas sobre a coerção nuclear, proliferação e desarmamento. Também examina cenários de uma possível guerra nuclear limitada e argumenta que é urgente repensar as abordagens para prevenir e lidar com tal conflito.
A Coreia está dividida entre a Coreia do Norte, um regime ditatorial isolado com armas nucleares, e a Coreia do Sul, uma aliada dos EUA com sucesso econômico. As tensões aumentaram após testes nucleares norte-coreanos, levando a ONU a impor novas sanções para isolar o país. A pobreza na Coreia do Norte pode piorar sob as restrições.
A Guerra da Coreia ocorreu entre 1950-1953 e resultou da divisão da península coreana após a Segunda Guerra Mundial, com o norte apoiado pela União Soviética e o sul apoiado pelos Estados Unidos. A Coreia do Norte invadiu o sul em 1950, mas tropas lideradas pelos EUA intervieram e expulsaram as forças do norte de volta à fronteira original. Um armistício em 1953 encerrou os combates, mas não estabeleceu uma paz oficial entre as Coreias.
1) A Coreia foi dividida após a Segunda Guerra Mundial, com o Norte sob influência soviética e o Sul sob influência americana; 2) Isso levou a um conflito entre as Coreias em 1950, com os EUA apoiando o Sul; 3) Embora tenha havido um cessar-fogo em 1953, a região permanece dividida e em tensão até hoje.
A chegada de Donald Trump à Casa Branca pode provocar mudanças significativas em relação ao futuro dos Estados Unidos e do mundo. Diante do discurso de posse e das promessas de campanha de Trump, pode-se descortinar os cenários seguintes: 1) avanço do protecionismo nos Estados Unidos e no mundo; 2) fim da globalização do sistema produtivo e do livre comércio; 3) deportação em massa de imigrantes, especialmente, os ilegais dos Estados Unidos; 4) deterioração das relações econômicas com a China; 5) mudanças na maior aliança militar do mundo (OTAN); 6) aumento das tensões militares com a China e Coreia do Norte no Extremo-Oriente; 7) revisão de acordo nuclear com o Irã; 8) fim dos acordos climáticos; e, 9) formação de um acordo de poder global com a Rússia.
As relações entre EUA e Cuba têm sido tensas por quase 50 anos, desde que um embargo comercial foi imposto pelos EUA em 1962. O embargo foi reforçado ao longo dos anos, mas Obama recentemente levantou algumas restrições de viagens e remessas. A história da disputa inclui a revolução cubana de 1959, a crise dos mísseis de 1962 e acusações mútuas ao longo da Guerra Fria.
O conflito entre Coreia do Norte e Coreia do Sul remonta à divisão da península após a Segunda Guerra Mundial. A tensão aumentou durante a Guerra Fria e culminou na Guerra da Coreia entre 1950-1953. Atualmente, as relações permanecem conflituosas, com ameaças nucleares da Coreia do Norte e exercícios militares conjuntos dos EUA e Coreia do Sul.
A Coreia do Norte lançou novos mísseis de curto alcance desafiando condenações internacionais por testes nucleares anteriores. O texto menciona que a Coreia do Norte precisa de ajuda estrangeira para alimentar sua população de 23 milhões devido à sua situação econômica precária. As potências regionais e o Conselho de Segurança da ONU condenaram veementemente os novos testes.
Reflexões sobre as armas nucleares no Século XXILeonam Guimarães
O documento discute as armas nucleares no século 21 e analisa diferentes perspectivas sobre a coerção nuclear, proliferação e desarmamento. Também examina cenários de uma possível guerra nuclear limitada e argumenta que é urgente repensar as abordagens para prevenir e lidar com tal conflito.
A Coreia está dividida entre a Coreia do Norte, um regime ditatorial isolado com armas nucleares, e a Coreia do Sul, uma aliada dos EUA com sucesso econômico. As tensões aumentaram após testes nucleares norte-coreanos, levando a ONU a impor novas sanções para isolar o país. A pobreza na Coreia do Norte pode piorar sob as restrições.
A Guerra da Coreia ocorreu entre 1950-1953 e resultou da divisão da península coreana após a Segunda Guerra Mundial, com o norte apoiado pela União Soviética e o sul apoiado pelos Estados Unidos. A Coreia do Norte invadiu o sul em 1950, mas tropas lideradas pelos EUA intervieram e expulsaram as forças do norte de volta à fronteira original. Um armistício em 1953 encerrou os combates, mas não estabeleceu uma paz oficial entre as Coreias.
1) A Coreia foi dividida após a Segunda Guerra Mundial, com o Norte sob influência soviética e o Sul sob influência americana; 2) Isso levou a um conflito entre as Coreias em 1950, com os EUA apoiando o Sul; 3) Embora tenha havido um cessar-fogo em 1953, a região permanece dividida e em tensão até hoje.
A chegada de Donald Trump à Casa Branca pode provocar mudanças significativas em relação ao futuro dos Estados Unidos e do mundo. Diante do discurso de posse e das promessas de campanha de Trump, pode-se descortinar os cenários seguintes: 1) avanço do protecionismo nos Estados Unidos e no mundo; 2) fim da globalização do sistema produtivo e do livre comércio; 3) deportação em massa de imigrantes, especialmente, os ilegais dos Estados Unidos; 4) deterioração das relações econômicas com a China; 5) mudanças na maior aliança militar do mundo (OTAN); 6) aumento das tensões militares com a China e Coreia do Norte no Extremo-Oriente; 7) revisão de acordo nuclear com o Irã; 8) fim dos acordos climáticos; e, 9) formação de um acordo de poder global com a Rússia.
O documento discute os riscos associados à posse de armas nucleares pela instável Coreia do Norte. A Coreia do Norte tem ameaçado usar armas nucleares de forma "sem misericórdia" contra qualquer país que ameace sua soberania, e escolheu o filho mais novo, Kim Jong-un, para suceder o atual líder Kim Jong-il.
O documento discute a Guerra da Coréia ocorrida entre 1950-1953, que resultou na divisão da península coreana em Coreia do Norte e Coreia do Sul. Desde então, as duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra, embora tenham assinado um armistício em 1953. O documento também aborda os desenvolvimentos econômicos e geopolíticos das Coreias nas décadas seguintes.
As bombas atómicas sobre Hiroxima e Nagasakitiatex
O documento descreve o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki pelo Estados Unidos em agosto de 1945 para forçar a rendição do Japão e acabar com a Segunda Guerra Mundial, matando mais de 100 mil pessoas imediatamente e deixando muitos outros com doenças decorrentes da radiação por décadas. Também discute os perigos crescentes das armas nucleares à medida que mais países as desenvolvem.
A Coreia foi ocupada pelo Japão de 1910 a 1945. Após a Segunda Guerra Mundial, o país foi dividido entre a influência dos EUA no sul e da URSS no norte, originando as atuais Coreias. A tensão entre os regimes capitalistas e comunistas das Coreias levou à Guerra da Coreia na década de 1950 e permanece até hoje.
O documento descreve os eventos que levaram ao lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki pelo Estados Unidos em agosto de 1945, pondo fim à Segunda Guerra Mundial. No entanto, levanta questões sobre se o uso das bombas era realmente necessário ou se existiam outras opções que não envolvessem tanta destruição de vidas inocentes. O documento também discute as consequências humanitárias e ambientais a longo prazo deste ataque nuclear.
História nos mostra que a busca pela posse de armas nucleares é muito mais uma resposta a ameaças percebidas do que a preparação para uma agressão. A política externa das grandes potências, entretanto, insiste no erro de considerar que elas são desenvolvidas com intuito de ameaçar.
O Projeto Manhattan iniciou-se com a carta de Einstein a Roosevelt alertando sobre a possibilidade da Alemanha desenvolver armas nucleares. Isso levou os EUA a construírem as primeiras bombas atômicas durante a Segunda Guerra Mundial. A corrida armamentista durante a Guerra Fria estimulou o desenvolvimento de novas armas pelos EUA e União Soviética, incluindo bombas de hidrogênio cada vez mais poderosas. A Doutrina Truman visava impedir a expansão do comunismo oferecendo ajuda econômica a países
A Guerra Fria incentivou a corrida armamentista e a corrida espacial entre EUA e URSS, levando ao desenvolvimento de armas cada vez mais destrutivas. A divisão da Coréia resultou na Guerra da Coréia. A Guerra do Vietnã opôs o Vietnã do Sul apoiado pelos EUA ao Vietnã do Norte comunista. A Crise dos Mísseis em Cuba quase deflagrou uma guerra nuclear.
A Guerra Fria incentivou a corrida armamentista entre EUA e URSS, levando ao desenvolvimento de armas cada vez mais destrutivas. Também estimulou a Corrida Espacial com lançamentos de satélites e envio do homem ao espaço. Conflitos como a Guerra da Coréia e a Guerra do Vietnã refletiram a disputa ideológica entre capitalismo e socialismo. A Crise dos Mísseis em Cuba quase deflagrou uma guerra nuclear.
A crise dos mísseis de Cuba ocorreu entre 1962 quando a União Soviética instalou mísseis nucleares em Cuba em resposta à instalação de mísseis americanos na Turquia e à invasão da Baía dos Porcos. Isso levou a 13 dias de tensão nuclear até que a União Soviética concordou em remover os mísseis em troca da remoção dos mísseis americanos da Turquia.
1. O documento discute vários focos de tensão geopolítica que podem levar a guerras, incluindo a Síria, Palestina, Israel, Irã e Coreia do Norte. 2. A situação na Síria é particularmente complexa com vários atores envolvidos como Rússia, EUA, Irã e Arábia Saudita. 3. Tanto Israel quanto a Palestina reivindicam a mesma terra histórica, levando a um conflito de longa data que continua sem resolução.
O documento discute os riscos associados à posse de armas nucleares pela instável Coreia do Norte. A Coreia do Norte tem ameaçado usar armas nucleares de forma "sem misericórdia" contra qualquer país que ameace sua soberania, e escolheu o filho mais novo, Kim Jong-un, para suceder o atual líder Kim Jong-il.
O documento discute a Guerra da Coréia ocorrida entre 1950-1953, que resultou na divisão da península coreana em Coreia do Norte e Coreia do Sul. Desde então, as duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra, embora tenham assinado um armistício em 1953. O documento também aborda os desenvolvimentos econômicos e geopolíticos das Coreias nas décadas seguintes.
As bombas atómicas sobre Hiroxima e Nagasakitiatex
O documento descreve o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki pelo Estados Unidos em agosto de 1945 para forçar a rendição do Japão e acabar com a Segunda Guerra Mundial, matando mais de 100 mil pessoas imediatamente e deixando muitos outros com doenças decorrentes da radiação por décadas. Também discute os perigos crescentes das armas nucleares à medida que mais países as desenvolvem.
A Coreia foi ocupada pelo Japão de 1910 a 1945. Após a Segunda Guerra Mundial, o país foi dividido entre a influência dos EUA no sul e da URSS no norte, originando as atuais Coreias. A tensão entre os regimes capitalistas e comunistas das Coreias levou à Guerra da Coreia na década de 1950 e permanece até hoje.
O documento descreve os eventos que levaram ao lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki pelo Estados Unidos em agosto de 1945, pondo fim à Segunda Guerra Mundial. No entanto, levanta questões sobre se o uso das bombas era realmente necessário ou se existiam outras opções que não envolvessem tanta destruição de vidas inocentes. O documento também discute as consequências humanitárias e ambientais a longo prazo deste ataque nuclear.
História nos mostra que a busca pela posse de armas nucleares é muito mais uma resposta a ameaças percebidas do que a preparação para uma agressão. A política externa das grandes potências, entretanto, insiste no erro de considerar que elas são desenvolvidas com intuito de ameaçar.
O Projeto Manhattan iniciou-se com a carta de Einstein a Roosevelt alertando sobre a possibilidade da Alemanha desenvolver armas nucleares. Isso levou os EUA a construírem as primeiras bombas atômicas durante a Segunda Guerra Mundial. A corrida armamentista durante a Guerra Fria estimulou o desenvolvimento de novas armas pelos EUA e União Soviética, incluindo bombas de hidrogênio cada vez mais poderosas. A Doutrina Truman visava impedir a expansão do comunismo oferecendo ajuda econômica a países
A Guerra Fria incentivou a corrida armamentista e a corrida espacial entre EUA e URSS, levando ao desenvolvimento de armas cada vez mais destrutivas. A divisão da Coréia resultou na Guerra da Coréia. A Guerra do Vietnã opôs o Vietnã do Sul apoiado pelos EUA ao Vietnã do Norte comunista. A Crise dos Mísseis em Cuba quase deflagrou uma guerra nuclear.
A Guerra Fria incentivou a corrida armamentista entre EUA e URSS, levando ao desenvolvimento de armas cada vez mais destrutivas. Também estimulou a Corrida Espacial com lançamentos de satélites e envio do homem ao espaço. Conflitos como a Guerra da Coréia e a Guerra do Vietnã refletiram a disputa ideológica entre capitalismo e socialismo. A Crise dos Mísseis em Cuba quase deflagrou uma guerra nuclear.
A crise dos mísseis de Cuba ocorreu entre 1962 quando a União Soviética instalou mísseis nucleares em Cuba em resposta à instalação de mísseis americanos na Turquia e à invasão da Baía dos Porcos. Isso levou a 13 dias de tensão nuclear até que a União Soviética concordou em remover os mísseis em troca da remoção dos mísseis americanos da Turquia.
1. O documento discute vários focos de tensão geopolítica que podem levar a guerras, incluindo a Síria, Palestina, Israel, Irã e Coreia do Norte. 2. A situação na Síria é particularmente complexa com vários atores envolvidos como Rússia, EUA, Irã e Arábia Saudita. 3. Tanto Israel quanto a Palestina reivindicam a mesma terra histórica, levando a um conflito de longa data que continua sem resolução.
1. 2017612 Átomos para a Paz na Coreia CEIRI NEWSPAPER
http://www.jornal.ceiri.com.br/atomosparapaznacoreia/ 1/7O reator experimental
Emblema do programa Átomos para a Paz
ÁtomosparaaPaznaCoreia
Leonam Guimarães - Colaborador Voluntário Sênior 7 horas ago
Em artigo recente, abordamos a história da proliferação nuclear, concluindo que a busca pela posse de armas
nucleares é muito mais uma resposta a ameaças percebidas do que a preparação para uma agressão. A política
externa das grandes potências, entretanto, insiste em considerar que elas são desenvolvidas com intuito de ameaçar.
Considerando que a Coreia do Norte é, hoje, a ameaça mais visível, aprofundaremos aqui este caso.
O espetacular surto de desenvolvimento que levou a Coreia do Sul de uma condição de país mais pobre do que o
Brasil e do que a própria Coreia do Norte na década de 60, a país desenvolvido hoje, certamente fez nascer no seu
vizinho do Norte uma percepção de ameaça, amplificada pela decadência que ele sofreu ao final do mesmo período.
A Queda do Muro de Berlin, em 1989, induzia uma quase certeza de que o “muro” representado pela Zona
Desmilitarizada no paralelo 38 cairia em seguida, por razões bastante semelhantes.
Essa ameaça levou o regime de Pyongyang a promover um programa de
desenvolvimento de armas nucleares que foi interrompido em 21 de outubro de 1994,
após o “Agreed Framework” firmado com o governo Clinton ao final de seu mandato, o
qual foi sucedido pelo governo Bush. Esse acordo previa uma série de obrigações e
compensações à Coreia do Norte, dentre as quais a construção de duas usinas nucleares
PWR para geração de energia elétrica, em troca do descomissionamento de reator
plutonígeno grafitegás de Yongbyon.
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2. 2017612 Átomos para a Paz na Coreia CEIRI NEWSPAPER
http://www.jornal.ceiri.com.br/atomosparapaznacoreia/ 2/7
O reator experimental
de Yongbyon, de 5
MWe, que forneceu o
combustível utilizado
nas armas nucleares
Esboço foto-realista de Kim
Jong-Un
O acordo, entretanto, não foi plenamente cumprido pelos americanos e sulcoreanos e,
como consequência, a Coreia do Norte retirouse do TNP em 2003 e, em 9 de outubro
de 2006, anunciou ter realizado com êxito seu primeiro teste nuclear. Esse teste,
segundo análises da inteligência ocidental, não teve pleno êxito e, em 25 de maio de 2009, foi realizado um segundo
teste com sucesso. De lá para cá a situação somente se degradou.
Ao fracasso do “Agreed Framework” podem ser imputadas várias razões. Entretanto, certamente muito contribuiu o
interesse que americanos e sulcoreanos têm na unificação da península, nos mesmos moldes da Alemanha, fazendo
com que qualquer auxílio político e econômico seja visto como uma contribuição à continuidade do regime
comunista do Norte, o que seria contrário ao objetivo maior de uma Coreia unida sob a égide do sul. Tal unificação,
entretanto, muito desagrada a China, pois passaria a ter um aliado dos EUA na sua fronteira terrestre.
O regime nortecoreano parece estar desde sempre envolvido em um processo de extorsão de ajuda e
reconhecimento externo, visando sua perpetuação num contexto político, econômico e social que lhe é totalmente
desfavorável. É claro que a “dinastia Kim” sabe que o uso de suas armas, de eficácia duvidosa, representaria o fim do
regime, exatamente o que ela não quer.
Uma política viável em relação a isso seria reduzir o nível de ameaça e esperar enquanto ele continua tentando obter
contrapartidas políticas e econômicas da comunidade internacional, em especial os EUA e a Coreia do Sul. Isso
certamente é melhor do que conduzir políticas de sanções e pressão que somente aumentam a grande miséria em que
vive o povo da Coreia do Norte, com pouco ou nenhum efeito sobre seu regime.
Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que “nas circunstâncias corretas”, ele se
encontraria com o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong Um, que continua a aumentar o arsenal nuclear de seu
país. Com a eleição na Coreia do Sul do presidente Moon Jaein, que fez campanha propondo a retomada das
negociações entre as duas Coreias, eles podem criar essas circunstâncias.
Kim Jong Un afirmou repetidamente que ele quer o mesmo que os líderes anteriores
da Coreia do Norte, seu pai, Kim Jong Il e seu avô Kim Il Sung, queriam: a certeza
de que a Coreia do Norte não será invadida novamente e fontes de geração elétrica
para o desenvolvimento econômico de seu país, que substituam a capacidade
hidrelétrica instalada que foi destruída pelos bombardeios estratégicos maciços nos
primeiros anos da Guerra da Coreia, travada de 1950 a 1953. Estas foram as duas
exigências que a Coreia do Norte fez, e a administração Clinton concordou, no
contexto do “Agreed Framework” de 1994.
O presidente da Coreia do Norte está plenamente consciente de que atacar os Estados Unidos seria equivalente ao
suicídio. Em 2000, como o presidente Kim Jong Il disse a um editor de jornal sulcoreano, “Nossos mísseis não podem
chegar aos Estados Unidos e, se eu os lançar, os EUA disparariam mil mísseis de volta e não sobreviveríamos. Eu sei muito bem.
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3. 2017612 Átomos para a Paz na Coreia CEIRI NEWSPAPER
http://www.jornal.ceiri.com.br/atomosparapaznacoreia/ 3/7
Mas tenho que demonstrar que temos nossos mísseis. Eu estou fazendo isso porque só então os Estados Unidos vão falar comigo”.
Pouco depois, durante uma visita à Coreia do Norte da Secretária de Estado Madeleine Albright, ele concordou com
uma moratória sobre a construção de mísseis.
O acordo “energia por armas” de 1994 funcionou até os atentados terroristas de 11 de setembro, após o qual o
Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que a Coreia do Norte fazia parte, junto ao Iraque e o Irã,
do chamado “eixo do mal”. Dois anos depois, os Estados Unidos invadiram o Iraque. Os líderes nortecoreanos
concluíram bastante racionalmente que o erro do Iraque não foi buscar a arma, mas sim terem fracassado em
construíla. Eles realizaram seu primeiro teste de armas nucleares três anos depois, em 2006. A busca contínua de
Washington por uma estratégia fracassada faz pensar que não seria Pyongyang o ator irracional deste “drama”.
O governo Obama continuou em grande parte a mesma abordagem “linha dura” da administração Bush para a Coreia
do Norte, com resultados ainda piores. Não só a Coreia do Norte está mais perto do que nunca para produzir um
míssil balístico intercontinental que pode atingir os Estados Unidos, mas também seus habitantes continuam atolados
na pobreza, em parte devido à falta de eletricidade abundante e confiável. As imagens de satélite mostram uma
Coreia do Sul brilhantemente iluminada, um terço da energia para isso vindo de suas usinas nucleares, ao lado de
uma Coreia do Norte quase inteiramente escura.
Imagem de satélite da Península Coreana à noite. A disparidade dos níveis de iluminação
é um indicador da diferença em desenvolvimento energético e econômico entre a Coreia
do Norte e a do Sul
Ameaçar a Coreia do Norte com ação militar só aprofunda a convicção de seus líderes de que eles precisam de uma
capacidade de dissuasão nuclear considerável para se protegerem. Em contrapartida, prometendo não atacar e ajudar
a Coreia do Norte a obter acesso à energia nuclear em troca de limitar seu arsenal nuclear e seu desenvolvimento de
mísseis criaria forte incentivo para Pyongyang parar de ameaçar seus vizinhos e para que deixar de exportar mísseis
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4. 2017612 Átomos para a Paz na Coreia CEIRI NEWSPAPER
http://www.jornal.ceiri.com.br/atomosparapaznacoreia/ 4/7
Jimmy Carter, ex-
presidente dos
Estados Unidos
e outros materiais nucleares e militares para outros países. Essa proposta foi feita por Richard Rhodes e Michael
Shellenberger em artigo na revista “Foreign Affairs”.
O engajamento construtivo é fundamental para alcançar a paz na península coreana e, eventualmente, a liberdade
para o povo da Coreia do Norte. O fracasso dos Estados Unidos em imporem a democracia no Afeganistão e no
Iraque contrasta claramente com a transição gradual, de várias décadas, das ditaduras para a democracia em muitas
outras nações do mundo, da Europa à América Latina e a grande parte da Ásia. Na verdade, não existe nenhum
mistério sobre a forma como uma mudança de regime pacífica e gradual ocorre. A prosperidade crescente aumenta
as demandas populares por liberdade, inviabilizando a permanência do poder autoritário.
A própria Coreia do Sul é o melhor exemplo: mesmo que realizasse eleições regulares, este país era efetivamente uma
ditadura militar até 1987 quando, por referendo popular, foi promulgada uma nova Constituição que permitiu
eleições diretas, inclusive para Presidente. Entre 1980 e 1990, sua renda per capita quase quadruplicou, de US$ 1.778
para US$ 6.642.
Os que procuram uma solução militar para o problema coreano não são os únicos
equivocados. Os que se opõem à energia nuclear também o são, igualmente. Desde o
governo de Carter, os EUA procuram restringir o acesso à energia nuclear pelas nações
menos desenvolvidas e punir nações como Índia e Paquistão que adquiriram a arma
nuclear depois que o Tratado de Nãoproliferação Nuclear (NPT) foi ratificado,
bloqueando os esforços para ampliar sua geração elétrica nuclear. Os EUA têm procurado
evitar que as nações, mesmo aquelas que já se tornaram Estados com armas nucleares,
reprocessem o combustível nuclear usado porque temem que o plutônio separado possa
ser usado para armas, mesmo sabendose que o TNP atribui explicitamente aos seus
signatários o direito de fazêlo e que o plutônio extraído do combustível usado de reatores de potência a água leve
não seja utilizável para o uso em armas.
O “Agreed Framework” de 1994 estava alinhado com a visão do discurso “Átomos para a Paz” que o presidente dos
Estados Unidos Dwight Eisenhower fez nas Nações Unidas em 1953, cinco meses após o fim da Guerra da Coreia.
Eisenhower, um General profundamente empenhado em evitar que as condições que levaram à Segunda Guerra
Mundial se repetissem, pediu que o desenvolvimento da energia nuclear fosse promovido para que fornecesse
“abundante energia elétrica nas áreas do mundo famintas por energia”. Trabalhando através da Agência Internacional de
Energia Atômica das Nações Unidas (AIEA), os Estados Unidos forneceram reatores de pesquisa, e treinamento para
usálos, a múltiplos países, Brasil incluso, mantendo salvaguardas sobre materiais nucleares sensíveis, com emprego
em armas.
Dada a atual retórica belicosa do governo Trump em relação à Coreia do Norte, abrir negociações neste sentido pode
parecer improvável. No entanto, este mesmo governo defende o uso pacífico da energia nuclear num contexto em
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5. 2017612 Átomos para a Paz na Coreia CEIRI NEWSPAPER
http://www.jornal.ceiri.com.br/atomosparapaznacoreia/ 5/7
Donald Trump – 45º
Presidente dos Estados
Unidos
que essa indústria nos EUA está atualmente lutando pela sobrevivência contra energias
renováveis subsidiadas e gás natural barato.
Um acordo “Átomos para Paz” com a Coreia do Norte poderia contribuir
significativamente para a redução da ameaça de um conflito nuclear. Por meio de
conversações e acordos sobre limites quantitativos às armas nucleares estratégicas,
Estados Unidos e Rússia reduziram o número total de ogivas nucleares operacionais de
30 mil no final da década de 1960 para 1.500 hoje. Estimase que mais de 30 nações
possuem a capacidade técnica para desenvolver armas nucleares. Apenas nove
escolheram fazêlo. Em suma, há mais de 70 anos, as nações têm evitado com sucesso o
uso de átomos para a guerra. O que está faltando agora é a expansão dos átomos para a paz. Isto não só na península
coreana, mas em todo o mundo.
A mudança climática e uma terceira guerra mundial são as duas principais ameaças que pairam sobre a humanidade
hoje. A energia nuclear está intimamente ligada a essas duas ameaças de forma paradoxal: na primeira como solução
e na segunda como problema. Somente o efetivo engajamento dos políticos, abolindo as armas nucleares e
valorizando a energia nuclear para fins pacíficos, criarão condições para paz e prosperidade duradoura.
———————————————————————————————–
Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Emblema del programa Átomos para la Paz montado sobre la puerta del edificio del
reactor estadounidense durante la Conferencia Internacional sobre los Usos Pacíficos de la Energía
Atómica en Ginebra, usualmente llamada la conferencia de los Átomos para la paz” (Fonte):
https://es.wikipedia.org/wiki/Átomos_para_la_Paz
Imagem 2 “O reator experimental de Yongbyon, de 5 MWe, que forneceu o combustível utilizado nas
armas nucleares” (Fonte):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_nuclear_norte-coreano
Imagem 3 “Esboço foto–realista de Kim Jong–Un” (Fonte):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kim_Jong-un
Imagem 4 “Imagem de satélite da Península Coreana à noite. A disparidade dos níveis de iluminação
é um indicador da diferença em desenvolvimento energético e econômico entre a Coreia do Norte e
a do Sul” (Fonte):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coreia_do_Sul
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6. 2017612 Átomos para a Paz na Coreia CEIRI NEWSPAPER
http://www.jornal.ceiri.com.br/atomosparapaznacoreia/ 6/7
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Imagem 5 “Jimmy Carter, ex–presidente dos Estados Unidos” (Fonte):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jimmy_Carter
Imagem 6 “Donald Trump – 45º Presidente dos Estados Unidos” (Fonte):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Donald_Trump
———————————————————————————————–
Fonte Consultada:
Avaliação de Leonam dos Santos Guimarães: Doutor em Engenharia, Diretor de Planejamento,
Gestão e Meio Ambiente da Eletrobrás Eletronuclear e membro do Grupo Permanente de Assessoria
do Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
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