O documento descreve um curta-metragem chamado Rubras Mariposas que será filmado em Londrina sobre a história da cafeicultura e da vida noturna da cidade entre os anos 1950 e 1970. O filme será dirigido por Anderson Craveiro e terá atores renomados como Maria Alice Vergueiro e Luciano Chirolli. O objetivo é retratar poeticamente o auge e declínio da produção cafeeira em Londrina durante esse período.

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Rubras Mariposas contam a história de uma outra Londrina
O apogeu e a decadência da cafeicultura em Londrina refletidos na vida noturna da cidade. Esse é o tema do curta-metragem que o diretor de cinema e professor do curso de
Artes Visuais da Unopar, Anderson Craveiro, começa a filmar neste mês de agosto. A produção pé-vermelho vai traçar um panorama poético da Londrina boemia dos anos 50,
desde o auge da produção cafeeira até seu declínio na década de 70.
O elenco já está escolhido e tem confirmadas as participações de dois grandes atores nacionais: Maria Alice Vergueiro, atriz renomada do teatro, cinema e tevê, que ficou
famosa recentemente como a protagonista do curta Tapa na Pantera, sucesso na internet; e Luciano Chirolli, ator que já trabalhou em várias novelas e filmes, entre eles Bruna
Surfistinha.
Rubras Mariposas também lança em Londrina um novo grupo de cinema – o Clareira Filmes, que além de Craveiro tem a participação de vários alunos e egressos da Unopar.
“A inspiração para esse filme veio do livro Terra Vermelha, do escritor Domingos Pellegrini, onde ele fala sobre uma passeata de prostitutas. Essa cena, tão inusitada, ficou na
minha mente e a partir daí eu comecei a pesquisar sobre a prostituição em Londrina. Li Noites Ilícitas (Edson Holtz Leme), que é um excelente documento da época e também
Eny e o Grande Bordel Brasileiro (Lucius de Mello), ouvi muitos depoimentos de pessoas da cidade, levantei muito material e daí desenvolvi um roteiro”, conta Craveiro. “A
história do café e da noite boemia de Londrina rendem milhares de filmes”, complementa, confessando que o curta pode, um dia, virar longa: “O Rubras Mariposas é um pré
projeto para um longa metragem”.
O nome do filme é um trocadilho poético: mariposas se refere às prostitutas e rubras é uma alusão à terra vermelha, a cor da noite e da paixão.
Devido à sua formação – Craveiro é diretor de fotografia e trabalhou na premiada trilogia Satori Uso, Booker Pittman e Haruo Ohara – Rubras Mariposas deve mostrar o contexto
histórico, social e econômico da época com uma visão poética. “Minha intenção é expor esse universo de forma bem concisa, até porque o filme é um curta: a proposta é que o
espectador ‘monte’ o filme a partir das imagens e cenas que vamos oferecer”, aponta Craveiro.
O orçamento é modesto – R$ 92 mil reais financiados pelo Promic. “Na realidade o filme teria um custo de R$ 120 mil. A gente faz milagre, é sempre assim no cinema
brasileiro”, comenta o professor.
O elenco/figuração tem mais de cem pessoas, a maioria de Londrina. A estréia está prevista para dezembro deste ano.
Clareira Filmes
A denominação do novo grupo de cinema da cidade é uma homenagem a João Batista Reimão, publicitário paulista que filmou Daniel, o Capanga de Deus, produção da década
de 70 com Regina Duarte, Paulo César Pereio e Arduino Colasanti e exibida e premiada no festival de cinema de Montreal de 1978.
Craveiro encontrou uma cópia do filme no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo. “Fiz uma espécie de telecinagem, ou seja, passei de película para vídeo e foi
possível exibir o filme em Piraju, no interior de São Paulo, cidade onde Reimão mora atualmente”, conta. O professor também exibiu uma cópia durante a 11ª Mostra de Cinema
de Londrina, no Cine Com Tour, em 2009.
Mesmo antes de iniciar as filmagens de Rubras Mariposas, Craveiro já pensa em outros projetos. “Tenho vários roteiros prontos ou em andamento, inclusive de animação, coisa
que quero muito fazer com Macunaíma”, adianta. Ele também promete manter a tradição de qualidade da Mostra de Curtas e Documentários de alunos da Unopar, prevista para
outubro durante a realização do Congresso Nacional de Extensão/ Encontro de Atividades Científicas da Unopar. E vai mais longe: “Temos um estudo para montar uma Mostra
Universitária Nacional, que é um evento de cinema que falta em Londrina e que seria muito bom para a cidade”.
(Asimp/Unopar)
Publicado em: 26/07/2011

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