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TRAUMA ALÉM
DA INFÂNCIA
REVISTA LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA ANHANGUERA UNIDERP
O que dizem delegados e psicólogos
sobre abuso sexual infantil
UNIVERSIDADE
Altlética sus-
peita que ex-
-membro tenha
desviado
R$ 40 mil
CONTATADOS
Descubra o
lugar de MS
onde pessoas
dizem ter
contato com
extra-terrestres
2 3
A MAIOR
'COM TEXTO'
DE TODOS
OS TEMPOS
143 páginas especiais
dedicadas à você!
Com texto e imagem
Turma de Jornalismo
N51 & N41
2015
SUMÁRIO
DO CAMPUS.....10
Atética suspeita de desvio
de mais de R$ 40 mil .......10
ECONOMIA........20
Corumbá alavanca econo-
mia com turismo....22
CIDADES..........49
Conheça os monumentos da
Capital e os seus 'donos...49
ESPORTES..........58
Relembre os anos de ouro
do futebol de MS.........58
RURAL..............75
Médica de MS clona bezerro.
Conheça a história.....75
CULTURA..........83
Onde comer crepe, sushi
e outros pratos em Campo
Grande.......83
TECNOLOGIA
PÁG. 131
Saiba sobre
Assassin’s Creed,
e Warface em
CONHEÇA A CIDADE
DE OUTRO MUNDO
EM MS PÁG.37
ELES NÃO SENTEM DOR
DO OUTRO, DIZ PSICÓLO-
GA SOBRE ABUSADORE
PÁG.32
As faces da
homofobia ... PÁG.118
COMPORTAMENTO...110
SAÚDE..........122
Pindas pra
relaxar........127
4 5
EDITORIAL	
	 É com grande prazer que fazemos
chegar às mãos dos leitores mais uma edi-
ção da revista ComTexto. Seguindo o su-
cesso da edição anterior, lançada após uma
década da primeira publicação, este ano
apresentamos uma revista com a nossa cara, tra-
zendo um novo design, outra logo marca e um dife-
rencial na maneira de enxergar o jornalismo para
revista. Marcamos aqui mais uma fase importan-
te para a comunicação em nossa região.	
	 Contando com várias editorias reche-
adas de grandes matérias, essa revista labo-
ratório, pensada pelos alunos do 4° e 5° se-
mestre do curso de bacharel em Jornalismo
da Universidade Anhanguera Uniderp, traz
grandes conquistas, curiosidades e muitas
histórias a cada página folheada. 		
	 Ao escolher os temas das matérias que
compõe a cada caderno, procuramos contem-
plar assuntos atuais que auxiliem o leitor a
ter acesso a uma abordagem contextualizada
no mundo contemporâneo que vivemos.	
	 O objetivo desta revista é, portanto, con-
tribuir para a formação dos acadêmicos, que
se empenharam e dedicaram parte de seu tem-
po na execução desta publicação. E é des-
sa forma que gostaríamos de agradecer a to-
dos que colaboraram para a realização desse
projeto, confiantes que essa revista represente
apenas o início de uma série de contribuições
para a formação inicial e continuada de ou-
tros acadêmicos que nos sucederá.		
						
Wilton Rojas
Editor-chefe
POR TRÁS DO VIDRO AZUL
LEOCÁDIA PETRY LEME
A mulher que administra a maior universidade do Estado
fala à 'Com Texto' da vida pessoal, trajetória, crises e superações.
P
or trás do vidro com pelícu-
la azul-marinho, está a edu-
cadora, mãe, esposa e avó
que tem mais histórias para
contar do que o tempo para
uma prosa permite. Com 67 anos, a
reitora da Anhanguera Uniderp, Le-
ocádia Aglaer Petry Leme, diz que já
passou da hora para escrever um li-
vro sobre a sua trajetória. O cargo de
chefia não a antipatiza. Sua simpatia
jovem e contemporânea a coloca à
frente do seu tempo, mesmo ocupan-
do posição de influência e autoridade.
	 “Catarinense de nascimen-
to, paranaense de criação, sul-ma-
to-grossense de coração e campo-
-grandense por adoção” é como
a educadora define a sua origem.
	 Sorriso é o que ela não eco-
nomiza, principalmente quando o
assunto é a família ou o seu traba-
lho. Mãe de dois filhos e avó ‘co-
rujésima’ de sete netos, Leocádia
confessa, com sotaque inconfundí-
vel do sul do Brasil, ter passado do
tempo para se aposentar. 	
	 A mulher obstinada e de pul-
so firme interrompeu seus afazeres
no meio da tarde do dia 19 de maio
para nos recepcionar como velhos
conhecidos. “Se todos os brasileiros
tivessem a possibilidade de estudar,
o Brasil seria outro”, disse no come-
ço da entrevista relembrando uma
conversa que teve um dia antes com
a ex-vice-governadora, atual sena-
RONIE CRUZ
RESPONDE
Ascom/Uniderp
"O que eu
não faço é
abrir mão
daquilo que
acredito"
Revista Laboratório do Curso de
Jornalismo
Ano III - Nº 1
28 de Junho de 2015
Coordenador do curso de Jornalismo:
Carlos Kuntzel
Jornalista Responsável
Marcelo Rezende - 741 MTB/MS
Editor-chefe: Wilton Rojas
Editores: Adriano Fernandes, Anderson Dinozzo,
Anna Camposano, Cleto Kipper, Juliana Alves, João
Gabriel Vilalba, Vinicius Costa, Jessé Martins e
Ronie Cruz
Repórteres: Anderson Dinozzo, Anna Camposano,
Anne Araújo, Ana Gabrielle Brandão, Beatriz Almei-
da, Beatriz Arruda, Bruna Rocha, Carla Salentim,
Clauder Gaete, Cleto Kipper, Cristiano Arruda, Éder
Freitas, Elaine Otnemicsan, Elizangela Vargas, Fábio
Onorato, Felipe Copat, Felipe Sidy, Fernanda Oshi-
ro, Francielle Floriano, Jadd Índio do Brasil, James
Vianna, Jefferson Gamarra, Jessé Martins, João
Gabriel Vilalba, João Guanes, Juliana Alves, Juliana
Miyuki, Larissa, Leonardo Lima, Marcus Rodrigues,
Mauro Silva, Matheus Ribeiro, Nathália Oliveira, Ro-
nie Cruz, Samuel Isidoro, Tamara Sainz, Thais Rosa,
Vinicius Costa, Wilton Rojas.
Editores de texto: Felipe Sidy e Jessé Martins
Editor de Imagem: Matheus Ribeiro
Editor de arte e diagramação: Ronie Cruz
Auxiliar de diagramação: James Vianna
Editor de foto e imagem: Matheus Ribeiro
Capa: Juliana Miyuki, Matheus Ribeiro e Ronie Cruz
O conteúdo produzido nesta edição é de inteira responsa-
bilidade de seus idealizadores.
Revista Com Texto
Rua Ceará, 333 B. Miguel Couto
Campo Grande - MS. CEP 79003-010
Tel: (67) 3348 - 8096
Email: comtexto@uniderp.com.br
Reitora: Profa. Leocádia Aglaé Petry Leme
Pró-Reitora de Graduação, Pesquisa e Pós-
-Gradução: Profa. Dra. Luciana Paes de Andrade
- Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Desporto:
Prof. Mestre Ivo Arcângelo Vendrúsculo Busato
E
N
T
R
E
V
I
S
T
A
6 7
dora e também professora, Simone Tebet (PMDB).
Ao ser entrevistada, a reitora recordou as primei-
ras 'páginas' da sua vida e destacou os primeiros
anos como profissional na àrea da educação. Ela
comentou sobre a sua relação com a política sul-
-mato-grossense e revelou como a universidade
enfrentou as recentes crises de imagem. Além dis-
so, explicou como está se comportanto diante das
mudanças Anhanguera/Kroton e como isso muda
o dia-a-dia dos universitários. Sobre as alterações
realizadas pelo Governo Federal no FIES, que pro-
vocou uma onda de protestos na Anhanguera Uni-
derp, Leocádia não poupou críticas e disse que
“qualquer pessoa nesse
país que trabalhar em fun-
ção de dificultar a entra-
da de um aluno no ensino
superior não é do bem”.
Como foi o início da sua trajetória?
Eu pertenço a uma família que dava um valor mui-
to grande para a educação. Eu lembro que éramos
cinco irmãos. Duas meninas e três meninos. Eles
diziam ‘pai eu quero ir trabalhar e meu pai respon-
dia “trabalho pra você estudar, então vai estudar,
esse é o teu trabalho”. Com isso, aconteceu que fui
a primeira mulher entre esses cinco a entrar numa
faculdade. Eu na verdade queria fazer direito, mas
o meu pai tinha um sonho. Um sonho maravilho-
so dele que queria que eu fosse professora. Eu falei
‘tudo bem’. Então eu fui para o curso de pedagogia
na Universidade Federal do Paraná, sempre pen-
sando que um dia fosse fazer direito. Mas eu casei,
mudei pra Mato Grosso do Sul, continuei a estudar
e a minha voltou pra questão da educação mesmo.
Fui professora primária durante algum tempo em
estágio, depois eu fui supervisora educacional, fiz
supervisão, fiz gestão, fiz MBA em gestão e aca-
bei me especializando na gestão em educação, não
como professora, mas como gestora. Fui secretária
de educação em Mato Grosso do Sul, que na minha
gestão que foi no governo Pedro Pedrossian, criou-
-se a UEMS. E com isso eu acabei saindo da se-
cretaria e sendo eleita a primeira reitora da UEMS,
onde fiquei durante cerca de oito anos. Depois eu fui
reeleita reitora então eu fiquei 8 anos e 9 meses na
UEMS. Foi uma experiência bárbara e lá me aposen-
tei enquanto vínculo com o governo do estado. Aí
quando terminei, estava já pra descansar, pra parar,
o professor Pedro que era dono aqui da Uniderp me
convidou pra ser vice-reitora dele e até hoje estou
aqui. A Anhanguera adquiriu a Uniderp, eu fui de
vários cargos dentro da Anhanguera e voltei como
reitora aqui da Uniderp. É uma prazer enorme ser
reitora da Uniderp, um desafio enorme, a Uniderp
querem os nossos concorrentes ou não é a maior
universidade do Estado, não tem pra ninguém, o
senso tai é só olhar os números. Portanto, por ser
maior e também querer ser a melhor, que esse é o
nosso grande desafio, são muitos os problemas a se-
rem enfrentados, mas é sempre muito gratificante.
Geralmente as pessoas escolhem a profis-
são por afinidade. A senhora nasceu líder?
Não acredito que eu tenha nascido líder, eu acho que
a vida leva a você desenvolver algumas habilidades
que você tem internamente que você até nem sabe
que tem e na educação a liderança é a primeira que
se aprende. Você lidera, você organiza, você orienta
e isso sem você querer um não, se você exercitar a
vocação do educador, você acaba sendo líder. Então
eu acho que a minha área fez com que isso ficas-
se muito presente. Eu sou muito,‘a mãe nasceu pra
coordenar’, meus filhos falam isso. A minha casa é
cheia de homens, então, tinha um conceito quando os
meus dois filhos eram pequenos, que eles diziam as-
sim, 'mãe manda o pai deixar', porque supostamente
era a mãe que mandava o pai deixar. Mas é isso, eu
defendo muito o que eu acredito. As pessoas dizem
assim: 'mas você não muda de opinião?' Mudo. Se
eu encontrar uma outra Leocádia tão firme nos seus
conceitos quanto os meus eu vou parar para olhar. O
que eu não faço é abrir mão daquilo que eu acredito.
Eu não abro. Mas eu quero sempre ser convenci-
da, porque a mudança pro ser humano desestabiliza.
Nós estamos vivendo um momento novamente aqui
na Uniderp de novas ideias, de novos caminhos, e
se você for resistente a mudança você realmente não
consegue. Não é a tua liderança que vai fazer com
que aconteça, não é nada. Ou você abre e até ajuda
a propor coisas pra ser melhor ou então sai, porque
se não você não consegue exercer a sua profissão.
O ano passado a senhora foi suplen-
te do candidato a senador Ricardo
Ayache. A senhora ainda planeja al-
gum dia ocupar algum cargo político?
Eu nunca planejei. Foram dois momentos que eu
aceitei o convite que me fizeram. Por dois motivos
muito claros. No primeiro, fui candidata a Deputada
Federal quando eu estava lá em Dourados. E fui sem
sair um dia do meu trabalho como fiz dessa vez aqui
também. Eu vou pra poder falar sobre a proposta
do PDT, que é o meu partido. O PDT é o partido
do Brizola e o partido da educação no nosso país. É
uma pena que esse Brasil ele tem uma extrema difi-
culdade de aceitar, digamos assim, ideologicamente
os partidos. Já com o Ayache, o Delcídio pôs na ca-
beça que se ele fosse governador ele me chamaria
para trabalhar, dizer o que é importante fazer em
educação. A vida me proporcionou conhecimento.
A vida me fez 40 anos da minha trajetória pública
e privada, agora, 7 anos, me possibilitou adquirir
muito conhecimento e eu tenho obrigação de pôr
pra fora. Eu falo sempre que eu estou demorando
para aposentar, mas na hora que eu me aposentar eu
vou ter que escrever, vou ter que por isso em livro
porque é uma experiência muito grande. Eu ima-
gino que pouquíssimas pessoas no Brasil tiveram
a chance de ser secretário de educação, reitora de
uma estadual e reitora de uma de capital aberto ou
a maior do mundo. Quer dizer, é uma história que
a vida me proporcionou que eu tenho que, de uma
certa forma, dar em troco. Por isso que eu fui. Então,
eu não tenho assim nenhuma pretensão de ser, mas
tenho a pretensão de poder sempre que eu puder fa-
lar sobre aquilo que eu acredito em política. E em
política só acredito numa coisa no país. Tenho dito
esses dias, qualquer pessoa nesse país que trabalhar
em função de dificultar a entrada de um aluno no
ensino superior não é do bem. Não pode ser do bem.
Qual é a sua opinião sobre as mudan-
ças realizadas pelo governo no FIES?
É exatamente sobre isso que estou falando. Em 2010,
quando eles fizeram essa proposta maravilhosa do
FIES pra todo brasileiro poder entrar eu aplaudi de
pé e vou dizer o porquê. Desde o tempo que eu es-
tava na Secretaria eu fiz várias viagens para o exte-
rior para conhecer propostas é que eu acompanhava.
Qualquer americano, qualquer canadense que nas-
cer hoje ou nascesse há 30 anos o pai dele sabia que
quando ele completasse 18 anos e fosse fazer a uni-
versidade ele poderia escolher Harvard porque tem
financiamento pra ele fazer o ensino superior. Qual-
quer um de primeiro mundo. E nós não. O Brasil
consegue ser o país que, inclusive na América Lati-
na, é o último em percentual de pessoas com curso
superior. Você aguenta perder pro Paraguai? Fala
pra mim? Você aguenta perder pra Argentina? Pro
Chile? E então. E por quê? Porque nunca existiu nin-
guém que trabalhasse fortemente com uma proposta
de entrada para que tivesse a possibilidade de ter.
Não se construía novas universidades federais e não
se tinha nada que possibilitasse que o menino pudes-
se pagar. Feito isso, tem uma mudança que eu acho
que deveria ter sido desde o início que eu concordo.
"Eu acho que o estudante
tem que ter no mínimo 450
pontos na redação do ENEM
para ter o FIES. Porque se
não o aluno faz de qualquer
jeito, como quiser, não estu-
da nada no ensino médio"
LEOCÁDIA PETRY LEME
RESPONDE
8 9
Mas, eu sou contrária a limitar. A dizer, por exem-
plo, eu só vou dar 10% desse curso, isso eu sou con-
trário. Acho que eles tinham tirar dinheiro de tudo
para poder dar jeito. Não dá pra tratar a educação
desse jeito num país subdesenvolvido como o nosso
quando entra em crise.
RECENTEMENTE A UNIVERSIDADE PAS-
SOU POR DUAS CRISES DE IMAGEM, SEN-
DO O CASO DA ESTUDANTE DE ARQUITE-
TURA QUE FALECEU NO ANO PASSADO E
DO SUPOSTO SUICÍDIO DE OUTRA ESTU-
DANTE NESTE ANO? COMO FOI GEREN-
CIAR ESSAS CRISES?Foi muito difícil. Foi di-
fícil pelo seguinte, a gente toma todos os cuidados,
e mais do que isso a gente atende a tudo o que a
legislação manda. E você sabe que a legislação é
muito séria hoje em dia no que diz respeito à aces-
sibilidade e segurança. Tem bombeiro e têm órgãos
fiscalizadores. A gente só não consegue se preparar
para o inevitável, como foi o caso da menina que fa-
leceu no corredor da sala de aula. Fizemos tudo que
nós pudemos. Nós temos inclusive dentro do nosso
Campus um centro médico. Os médicos saíram de
lá, vieram. Quer dizer, foi feito tudo. Não foi fácil,
foi muito difícil, foi doloroso. Mas eu tenho a cons-
ciência absolutamente tranquila, porque nós demos,
inclusive para a família, todo o suporte necessário
e fizemos acompanhamento disso tanto no primei-
ro quanto no segundo caso. No último, todos que
viram concluíram que os nossos patamares de segu-
rança são altos, não tem nada que facilite aqui que
uma pessoa caia assim. E eu espero que tanto nossos
alunos quanto a sociedade consigam fazer essa lei-
tura. Teve uma coisa que melhorou após o primeiro
caso, a gente tinha brigadista que é obrigado a ter,
chamava SAMU, mas a gente não tinha o que nós
temos agora. Além do serviço obrigatório de SAMU
e bombeiro, temos um serviço terceirizado que nos
dá atenção em primeiro lugar. É a Quali Salva. Às
vezes acontece de chegar os três juntos. Então as
pessoas vêm direto do serviço, passam mal, ficam
com hipoglicemia e então os socorristas são aciona-
dos e às vezes chegam todos juntos. A gente chama
nosso serviço terceirizado, ele é obrigado a vir. A
Quali Salva tem um contrato de no máximo 10 mi-
nutos, não mais que isso. Mas os bombeiros às vezes
chega com sete, às vezes chega com cinco. Portanto,
só para que a gente garanta que o nosso aluno, que
o nosso professor, que o nosso funcionário possa ser
atendido.
O QUE O ESTUDANTE DA ANHANGUERA
UNIDERP PODE ESPERAR COM A RECENTE
FUSÃO DA ANHANGUERA E DA KROTON?
Inovação em primeira mão. Eu tenho sentido isso.
Nós ainda estamos recebendo gradativamente todas
as informações de matrizes novas, grades novas.
Existe um pré-conceito no Brasil de que estaríamos
comercializando um direito do aluno que é o ensino.
Só que eu particularmente que conheço o ensino de
tudo que é jeito, conheço ele público, de capital fe-
chado e de capital aberto. E sabe o que eu vejo que
a gente ganha com o de capital aberto? É a neces-
sidade que essas empresas precisam de resultado.
Ninguém investe no que não é bom. Certo? E Inves-
tidor não está para brincadeira. Esses investidores
dos EUA, esses grandes investidores, e eles buscam
o resultado do nosso negócio no que o MEC apre-
senta e diz pra eles. ‘Olha aquele curso tirou quatro
no Enade, aquele lá tirou um e aquele la tirou dois’
. Para que o estudante tire quatro no Enade, nós, o
capital, vamos ter que fazer o estudante aprender.
Então, ganha quem? Ganha a sociedade, ganha essa
pessoa que está fazendo um curso dentro de uma
instituição como essa e ganha o Brasil. Por isso que
eu digo, o aluno da Kroton pode esperar por isso.
Ele vai estar sempre atento ao máximo de inova-
ção possível, à possibilidade de garantir que ele não
pare, o jeito de negociar e fazer qualquer coisa para
que ele não deixe de estudar.
O QUE LHE TRAZ MAIS ORGULHO AQUI
NA UNIDERP? A marca nas pessoas que passam
pela Uniderp tem um significado fabuloso. O que
me traz mais orgulho é perceber que não tem em
Mato Grosso do Sul quem não saiba quando fala o
nome da 'Uniderp'. É, sobretudo, o reconhecimento.
Quando o estudante que está aqui percebe que exis-
te um risco de ele não poder ficar, isso revolta. E eu
acho que eles estão certos. Eu acho que tem que lu-
tar, por querer, por conseguir, por ter que ficar para
poder sair daqui com um diploma da Uniderp.
QUEM É LEOCÁDIA AGLAER PETRY
LEME? Ela é uma mulher que tem um monte de
homens em sua vida, eu falo porque são 8 homens.
Eu tenho um marido, dois filhos, seis netos homens
e uma netinha. Mas eu sou uma mulher que se de-
dicou a vida inteira por uma causa e essa causa é a
educação.
NÃO TOLERA? Falsidade, corrupção, não tolero.
Para mim é o grande fator de desagregação do nosso
país. Isso eu não tolero.
REGRAS? Respeito, compromisso e dedicação.
Essas três questões estão em qualquer regra de con-
vivência, seja ela familiar ou profissional.
UMA SÉRIE DE TV FAVORITA? Eu nem tenho.
Eu não vejo muito a TV, mas eu gosto de novela. Eu
vejo novela umas duas vezes por semana.
QUAL NOVELA? Vamos ver. Qual é mesmo a que
está passando agora? [risos]. Mas eu gosto um pou-
co de ver televisão, eu gosto de entrevistas, sabe?
Eu gosto desse tipo, que não canse, se você enjoar
você tira e não tem nenhum compromisso. Filmes
assisto poucos. Só quando o filme é muito recomen-
dado que eu vou ao cinema.
TEM ALGUM HOBBY? Eu acordo e faço exer-
cício na bicicleta ergométrica durante 40 minutos
todos os dias, de domingo a domingo. Eu levanto
as sete, tomo meu café e faço bicicleta lendo jornal.
Esse é o meu hobby.
DESISTIR? Nunca. Eu não desisto nunca. Eu sou
teimosa. Dizem que taurino é teimoso e eu sou. Eu
sou protótipo. Não desisto nunca, além de ser brasi-
leira que não desiste. [risos].
SE FOSSE PARA ESCOLHER A TRILHA SO-
NORA DA SUA VIDA, QUAL SERIA O CAN-
TOR, A MÚSICA E O TRECHO? O cantor qual-
quer um seria. Mas a música seria “Carinhoso”. E
eu digo por que. Meu marido toca clarinete e eu
adoro quando ele toca “Carinhoso”, é a minha mú-
sica preferida.
UM LUGAR DO MUNDO PRA VIVER EM
PAZ? A minha casa que eu sei que eu viverei em
paz. Mas eu também gosto demais de Curitiba.
LEOCÁDIA PETRY LEME
RESPONDE
"Uniderp é a marca que nos
dá o maior orgulho. Traz os
maiores problemas também.
O FIES foi no Brasil inteiro
e só aqui que os estudantes
fizeram movimento, bateram
panela, mas isso eu consi-
dero que é exatamente essa
paixão pela universidade"
Ascom/Uniderp
10 11
EX-MEMBRO
DE ATLÉTICA
É SUSPEITO
DE DESVIAR
MAIS DE
R$40 MILEle era diretor de eventos da
Atlética de Direito da Uniderp e
teria desviado recursos de viagem
de universitários à Florianópolis.
'Benny teve total controle sobre
as transações do caixa' e dinheiro
teria sido gasto em ‘noitadas’ em
casa de shows de Campo Grande,
diz fonte. Acusado nega desvio,
alega erro de cálculo e culpa ADU.
A
Associação Atlética Acadêmica de Di-
reito Uniderp (ADU) está mesmo com
um ‘pepino’ para resolver. A viagem
para o Praia Jurídica 2015, ocorrida em
abril deste ano, em Florianópolis, aca-
bou terminando em pesadelo para a associação. Em
setembro de 2014, a Atlética conseguiu a oportunida-
de para participar do requisitado evento, por meio de
um dos seus integrantes, o estudante de Direito Benja-
mim Dankam. O rapaz ficou responsável por consul-
tar os gastos com o evento, estipular preços, vender
os pacotes da viagem e fazer o pagamento mensal das
seis parcelas à empresa do circuito de praias. AAtléti-
ca suspeita que ele tenha desviado mais de R$ 40 mil
do dinheiro. Uma fonte ligada à ADU. e que preferiu
não ser identificada disse à Com texto que, como o
acusado havia conseguido emplacar a associação no
Praia Jurídica (o que é muito difícil, segundo ela), a
Atlética confiou ao acadêmico toda a organização da
viagem e ‘total controle sobre as transações do caixa’.
“Foi excesso de confiança”, afirmou a fonte. 	
	 Benjamim não é quem diz ser. Seu nome na
verdade é Douglas Nascimento da Silva. Ele usa ou-
tro nome para se apresentar aos amigos e nas redes
sociais. O rapaz, conhecido popularmente por Benny,
era sócio e diretor de eventos da Atlética e organiza
bailes e festas na capital sul-mato-grossense. No en-
tanto, dessa vez, o episódio na universidade pode ter
manchado sua reputação como promotor de eventos
BIA ALMEIDA
RONIE CRUZ
DO CAMPUS
CONFIOU DEMAIS
Fonte secreta ligada à ADU diz que
foi 'excesso de confiança'.
PaulaMaroso/ArquivoPessoal
D
O
C
A
M
P
U
S
12 13
DO CAMPUS
em Campo Grande. 				
	 Conforme relato da fonte anônima, as su-
postas irregularidades começaram a serem desco-
bertas no dia 16 de abril, momentos antes do em-
barque para o evento em Florianópolis (SC). A ADU
contratou três ônibus para fazer o transporte de 125
estudantes. Desses, 108 eram da Anhanguera Uni-
derp e 17 eram estudantes da Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul (UFMS). O ponto definido
para embarque foi a Praça do Rádio Clube, no cen-
tro de Campo Grande, às 18h. Segundo a fonte, até a
data já haviam passado seis meses e as despesas com
a viagem deveriam estar devidamente pagas, porém,
a associação veio dar conta de pagamentos não reali-
zados meia hora antes da viagem. A fonte afirma que
até então Benny negava qualquer problema que pu-
desse impossibilitar a ida ao evento e dizia que “es-
tava tudo ok e que tudo seria resolvido”. Porém, uma
ligação meia hora antes do embarque na quinta-feira
(16) teria transtornado os membros do diretório da
Atlética. A fonte soube que a empresa de transportes
Monte Sião - contratada para realizar o serviço – en-
trou em contato com a diretoria informando que o
terceiro ônibus só faria o transporte caso fosse efetu-
ado o pagamento de R$ 13,7 mil e que a associação
ainda não havia pagado o valor. O ônibus do qual a
empresa se referiu ao telefonema seria o veículo que
o custo foi dividido entre os estudantes da Anhan-
guera Uniderp e os acadêmicos de odontologia da
UFMS. Os estudantes da UFMS teriam pagado à
vista dias antes a quantia de R$ 5,4 mil – referen-
te à parte do ônibus combinada em acordo - o que
intrigou a diretoria da Atlética, segundo a fonte.
“Ele [Benny] sumiu com esse dinheiro. O pessoal
da odontologia pagou à vista. Pelo menos a metade
do ônibus deveria ter sido paga à empresa”, afirmou.
	 Os problemas só estavam começando. Pouco
antes da ADU receber o telefonema da Monte Sião,
Benny teria resolvido ir de avião para Florianópolis
antes delegação embarcar para receber um prêmio
no valor de R$ 5 mil, ao todo, concedido pela em-
presa do Praia Jurídica à ADU. “Um dos membros
da Atlética emprestou o cheque porque o Benny
disse que estava sem dinheiro e a empresa informou
que queria entregar o prêmio nas mãos dele. O cara
que emprestou não sabia preencher o cheque e dis-
se para o ele [Benny] preencher depois, no valor de
R$ 250. Ele confiou que isso fosse acontecer, mas,
em vez disso, o Benny pegou o cheque e preencheu
com o valor de R$ 14,7 mil. Depois, ele [Benny] foi
na empresa Monte Sião e entregou o cheque dizen-
do que seria para pagar o restante do dinheiro que
a Atlética estava devendo” revelou a fonte. A inten-
ção de Benny, segundo ela, era ‘tapar o buraco’ de
R$ 13,7 mil, mas, ‘por sorte’, o cheque foi recusado
pela empresa por causa de uma restrição no nome
do titular logo após o suspeito ter deixado o local.
Benny teria mentido para o proprietário da empresa
de transportes dizendo que o cheque
seria pago por um fazendeiro e que o
dono do cheque era seu cunhado. O
estudante que fez o empréstimo para o
suspeito soube do fato ao receber um
telefonema da Monte Sião. “Nessas al-
turas, eu tenho certeza que o Benny
iria fugir porque, se o cara da atlética
não tivesse emprestado o cheque, ele
[Benny] nem iria para a Praça, já sa-
bendo que o terceiro ônibus não esta-
ria lá. O Benny não sabia que a Monte
Sião tinha recusado o cheque logo de-
pois que ele saiu de lá, por isso deci-
diu ir junto com o pessoal achando que estava tudo
certo”, conclui o informante explicando que, mesmo
tendo utilizado o cheque com outro propósito e ter
desistido ir receber o prêmio, Benny foi para a Praça
do Rádio Clube para embarcar com o restante da de-
legação. “Quando [membros da ADU] perguntaram
sobre a dívida ele [Benny] alegou que o pessoal [que
tinha comprado os pacotes] atrasou parcelas e os ju-
ros e multas acumularam. Então deu nisso no final”.
Ao ser questionado sobre o cheque, que ele teria pre-
enchido com valor 50 vezes maior do que o combi-
nado, Benny alegou, segundo a fonte, que iria avi-
sar posteriormente, mas isso não soou convincente.
	 Para tentar ‘salvar’ a viagem, em cima da
hora, a fonte revelou ainda que os membros da atlé-
tica foram até a empresa Monte Sião tentar negociar
a dívida para que o terceiro ônibus fosse liberado.
Benny, ‘encurralado’, acabou indo junto. Sem acor-
do, eles decidiram, então, fazer uma ‘vaquinha’ en-
tre os estudantes - que no momento aguardavam o
embarque na Praça. A ideia era quitar a dívida com
o dinheiro da ‘vaquinha’. Para isso, as 125 pessoas
da delegação, além de estarem pagando pela viagem,
deveriam colaborar com R$ 109,06 cada, o que ao fi-
nal resultaria em cerca de R$ 13 mil. De acordo com
depoimento da fonte secreta à revista Com Texto, à
diretoriadaassociaçãoresolveu,comopunição,fazer
com que Benny fosse até os estudantes, confessasse
o que havia ‘aprontado’ e fizesse a coleta de fundos
para pagar a dívida do transporte. No entanto, “ele
passou em cada um dos ônibus [que já estavam es-
tacionados lá] e começou a falar que a Atlética tinha
gasto todo o dinheiro, sendo que a atlética nunca viu
a cor desse dinheiro. Ele [Benny] falou ainda que isso
[a quantia que ainda faltava] era culpa de quem ha-
via atrasado as parcelas. Ele inventou um monte de
mentiras, de cara lavada e com tranquilidade. Uma
coisa absurda”. A fonte afirma que os estudantes fi-
caram transtornados com a notícia. Mesmo assim,
alguns desembolsaram dinheiro para ajudar na ‘va-
quinha’, mas o total não conseguiram atingir nem a
metade da dívida. O desespero bateu com apenas R$
2,7 mil em mãos. Foi então que eles recorreram mais
uma vez à empresa para tentar negociar a dívida.
VAI OU RACHA	
	 Segundo o informante, com receio de que os
acadêmicos pudessem tomar medidas legais contra a
Atlética, devido ao não cumprimento do que estava
no contrato, alguns membros da associação propu-
seram penhorar seus carros, mas a empresa se recu-
sou a aceitar. Assim, um acadêmico que estava entre
os passageiros conseguiu entrar em contato com o
proprietário da Monte Sião e marcar uma reunião
no mesmo dia em um Posto Combustível, localizado
no cruzamento entre a avenida Calógeras e a ave-
nida Salgado Filho. Enquanto os estudantes aguar-
davam para partir, alguns sócios da Atlética foram
até o posto e se reuniram com o proprietário da em-
presa. Após algum tempo de conversa, uma terceira
pessoa teria emprestado para a ADU um cheque de
R$ 12 mil. Além de repassarem a quantia levanta-
da na ‘vaquinha’, 'eles entregaram ao empresário o
cheque e, só assim, o terceiro ônibus foi liberado'.
Ao retornarem para a Praça, Benny já estava
de malas feitas, pronto para partir com os estudantes.
“Daí o pessoal começou a espalhar a verdade pra
todo mundo que estava por lá e ele começou a se fa-
zer de coitado. Começou a falar ‘ah! Foram seis me-
ses de trabalho jogado fora’. Um dos caras da atlética
foi em todos os ônibus esclarecer o que tinha aconte-
cido. Ele começou a desmentir o Benny falando que
o terceiro ônibus não tinha sido pago, que a Atlética
nunca tinha visto a cor do dinheiro e que o respon-
DIZ SER QUEM NÃO É. Nas redes sociais Douglas utiliza perfil com outro nome e com foto 'fake', diz informante.
ReproduçãoFacebook
14 15
sável era o Douglas. O cara contou toda a história da
negociação para o pessoal e disse que, se a atlética
não tivesse negociado a dívida, 43 pessoas não iriam
viajar, mesmo tendo pagado o pacote”, informou a
fonte. “Quando o cara chegou ao ônibus que o Ben-
ny tinha embarcado avisou que ele [Benny] não iria
viajar e que era para descer. Daí o Benny levantou
para sair e dois amigos dele, ‘marombinhas’, o barra-
ram e disseram que ele [Benny] não ia descer. Mas o
cara da Atlética continuou dizendo que ele ia descer
sim e, se eles tentassem impedir, os dois seriam ex-
pulsos juntos. Todo mundo parou e ficou olhando
nessa hora. O cara [da atlética] disse ainda que os
ônibus não iriam enquanto isso não fosse resolvido.
Tinha até algumas pessoas defendendo o Benny, in-
clusive pessoas da Atlética. Mas o rapaz da atlética
acabou convencendo a maioria e o Benny desceu do
ônibus. A galera queria começar a surrar ele lá na
hora. Muita gente começou a entender o que havia
acontecido. Se o Benny tivesse ido [na viagem] eles
teriam matado ele, porque durante o caminho o pes-
soal da Atlética começou a descobrir mais coisas”.
	 Os ônibus que sairiam às 18h do dia 16
de abril, rumo à Florianópolis, partiram cin-
co horas depois, às 23h30, devido à demora das
negociações entre a Atlética e a Monte Sião.
DESCOBERTAS NO CAMINHO	
	 A fonte soube que os membros da diretoria
da ADU entraram em contato com a empresa, que
realiza o Praia Jurídica, e descobriram que havia
uma dívida de cerca de R$ 24 mil reais e que, desse
valor, Benny teria pago apenas R$ 8 mil um dia antes,
quando alegava que tudo estaria sob controle. Por
estar em dívida com a empresa, à Atlética não iria
poder participar do evento. Ao chegar em Florianó-
polis, “a diretoria conseguiu fazer uma reunião com
o dono da empresa do circuito de praias para tratar
da dívida. Como eles tinham ganhado o prêmio de
R$ 5 mil, a quantia foi utilizada para abater parte da
dívida. O restante que ainda deviam, cerca de R$ 11
mil, foi divido em dez vezes. O proprietário do cir-
cuito disse que sabia que a atlética estava na pior e
ia ajudar porque queria ver eles [os estudantes] nos
eventosfuturosdoPraiaJurídica”,disseoinformante.
	 Benny conhecia o dono do circuito de praias.
Foi ele quem apresentou a ADU à empresa à fim de
conseguir participar do evento. O rapaz conseguiu
isso, mas colocou tudo a perder, segundo a fonte.
“Por sorte ele [o dono do circuito] deu 30 pulsei-
ras do camarote do evento para a Atlética distribuir
entre os estudantes da delegação. Em vez disso, eles
[a Atlética] decidiram vender as pulseiras por um
preço abaixo do que era vendido pelo no local. Al-
gumas foram distribuídas para os que ajudaram na
‘vaquinha’ e 20 foram vendidas por cerca de R$ 100
reais. Com esse dinheiro eles pagaram a hospeda-
gem e a alimentação dos motoristas. Ficou mais de
R$ 1 mil [o gasto com os motoristas]”, relata a fonte
explicando que foi descoberto que Benny não havia
pagado a estadia dos seis motoristas da Monte Sião.
“A empresa disponibilizou dois motoristas para cada
veículo para que houvesse revezamento entre eles.
Por sorte, os motoristas conseguiram uma pousada
do outro lado do hotel onde ficaram hospedados os
estudantes. O custo foi de R$ 150 para cada por mo-
torista por 5 dias. Daí, além desse gasto, a Atlética
teve que arcar com a alimentação deles [motoristas]”.
	 Outra descoberta que chocou a Atlética foi
referente ao cancelamento dos universitários que
compraram pacotes, mas desistiram antes da via-
gem. “A atlética descobriu que nenhum pacote ha-
via sido cancelado. O Benny alegava para o pesso-
al que tinha cancelado o pacote só que não tinha
cancelado. A pessoa pagava a multa e ele embolsava
o dinheiro. O cara [do Praia Jurídica] mostrou no
sistema que não tinha nenhum contrato cancelado”.
Além disso, “os valores do pacote que o dono do cir-
cuito passou eram bem diferentes do que ele [Ben-
ny] cobrava. Ele cobrou a mais. Tudo bem que era o
valor do pacote seco e ele incluiu o valor do ônibus
junto. Mas de 108 contratos, se ele aumentasse R$ 10
durante os seis meses em cada um, iria dar um bom
dinheiro e foi isso que ele fez. Ele aumentou”, revela.
CADÊ OS R$ 40 MIL	
	 Após cinco dias na capital catarinense, a vol-
ta para casa foi marcada pelas estratégias para orga-
nizar a ‘bagunça’. “O valor do rombo calculado pela
Atlética é de mais de R$ 30 mil. Fácil. Porque foram
R$ 13,7 mil do ônibus, mais R$ 16 mil do circuito,
só isso dá R$ 29,7 mil. Tem ainda a hospedagem e
alimentação dos motoristas e os contratos que ele
[Benny] falou que cancelou e não foram cancelados.
Soma R$ 40 mil fácil, fácil. Muito fácil. Só que as-
sim, quase metade disso daí já foi perdido. A atlética
está pagando as dívidas com os eventos que estão
sendo realizados, como a Feijoada, a Festa de 1 ano
de Atlética e a festa que eles já fizeram na Move. To-
dos os eventos para quitação da dívida foi planejado
'TÁ TUDO BENNY' Em montagem publicada na
página oficial da Atlética após a viagem, a asso-
ciação satiriza o estudante Douglas nascimento,
também conhecido como Benny.
Reprodução Facebook
DO CAMPUS
16 17
durante a viagem. Ao todo, a associação está deven-
do uns R$ 15 mil ainda. Até o fim do ano a atlética
deve pagar tudo.” 					
	 Segundo a fonte, Benny mandou mensa-
gens para a ADU pedindo desculpas e ‘sumiu’ de-
pois disso. “Primeiro ele estava com o argumento de
que a Atlética tinha gasto todo o dinheiro, depois
ele alegou que tudo foi erro de cálculo, que ele cal-
culou mal, que era um evento de 60 mil, um valor
muito alto e que ele não tinha noção e cobrou me-
nos dos contratantes. Todos os contratos que esta-
vam na casa dele e alguns kits (boné, samba canção,
óculos e camisetas), foram recolhidos pela Atlética.
	 Os mais prejudicados, segundo a fonte,
não foram os estudantes que compraram paco-
tes, mas, sim, os organizadores, membros da Atlé-
tica, que tiveram de resolver os problemas que
surgiram no decorrer da viagem e as dívidas que
ficaram posteriormente. Ela diz que apesar dos de-
safios, a ADU conseguiu cumprir com o que es-
tava no contrato firmado com os universitários.
CULPA DA ATLÉTICA	
	 À Com texto, Benny negou as acusações de
desvios de dinheiro. O estudante do 8º semestre de
direito disse que realiza eventos desde que entrou na
universidade e como nunca havia organizado uma
viagem como essa acabou ‘metendo os pés pelas
mãos’. “Eu cobrei valores a menos do que deveria ser
cobrado do pessoal, daí na hora da contagem final,
que seria para o pagamento dos ônibus, ficou faltan-
do dinheiro”, afirma. Ele informou que a empresa do
evento vende pacotes com preços variados. A varia-
ção está no tipo de quarto para hospedagem, acesso a
camarotes dos shows e outras regalias. O rapaz disse
que na hora de estipular os preços para os estudantes
a Atlética não observou essa variação e definiu va-
lores em desacordo com a tabela do Praia Jurídica.
Entre os itens incluídos nos pacotes vendidos pela
ADU estavam, além da participação no Praia Jurí-
dica com festas e open bar, o transporte da delega-
ção até Florianópolis e a hospedagem para os 4 dias
de evento. O rapaz confirmou que ficou responsável
por organizar a viagem sozinho e teve ‘total controle
sobre as transações do caixa’. Segundo ele, isso acon-
teceu porque em todas as reuniões realizadas pela
diretoria da Atlética ‘ninguém dava muita atenção
e só ficavam na brincadeira’. “Era sempre assim. Por
isso eu fiquei responsável por tudo”, afirma Benny.
	 O estudante diz ainda que as acusações
que estão fazendo contra ele são exageradas. “Eles
[membros da atlética] sentem inveja de mim,
por isso estão fazendo essas acusações”, declara.
	 Em relação ao outro nome que ele utiliza
para se apresentar aos amigos e nas redes sociais, o
rapaz alegou que Benjamim Dankam é uma espécie
de nome artístico que ele utiliza desde que era DJ em
eventosdeCampoGrande.Porisso,émaisconhecido
como Benjamim do que como Douglas, segundo ele.
	 Bennyinformouquedeveentrarcomumaação
na Justiça contra as acusações de membros da ADU.
‘Ninguém dava muita
atenção e só ficavam na brin-
cadeira. Era sempre assim.
Por isso eu fiquei responsável
por tudo”, diz Benny.
SAIU BENNY	
	 Segundo informações da fonte, a ADU
deve entrar com uma ação na Justiça contra Dou-
glas Nascimento da Silva, ainda neste mês, após
levantamento de todos os contratos e conclu-
são do valor exato que foi desviado por Benny.
	 No dia 29 de abril, a Atlética publicou no
Facebook uma nota na qual exclui Benny da asso-
ciação, por cometer infração grave no exercício do
cargo. Além de sócio, ele cumpria função de dire-
tor de eventos. De acordo com a nota, o acadêmi-
co foi excluído com base no artigo 7º do Estatuto
Social da Associação Atlética Acadêmica de Direi-
to Uniderp (ADU), que diz que ‘será excluído da
associação o membro que aplicar de maneira irre-
gular as receitas sociais, praticar crimes contra a
administração da A.A.A.D.U., violar gravemente
preceitos éticos e legais ou conduzir-se a qualquer
outra forma que justifique o seu afastamento’.•
DO CAMPUS
APÓS PMDB, AZAMBUJA
QUER FAZER ‘GOVERNO PARA
TODOS’ COM A 'CARA' DE MS
“
O momentoé paraarrumara casa”.Foi o que
disse o Governador de Mato Grosso do Sul,
Reinaldo Azambuja (PSDB), em entrevista
exclusiva à Com Texto. Ele criticou a gestão
passada e disse ainda que o governo anterior
deixou como herança “alguns pacotes de bondades'.
Em 2014, Azambuja frustrou lideranças políticas
após derrotar os dois últimos partidos que governa-
ram o estado (PT e PMDB), sendo primeiro governa-
dor tucano a governar o estado. O campo-grandense
nasceu em 1963, é casado com Fátima Silva, pai de
três filhos, Rafael, Rodrigo e Thiago. Antes de entrar
na política, trabalhou como profissional no setor do
agronegócio. Seu primeiro cargo eletivo foi alcança-
do em 1996, como Prefeito de Maracajú - ficando
conhecido por ter melhorado a economia da cidade,
que passou da 12ª a 5ª colocação no Estado. Foi tam-
bém durante a sua gestão que Maracajú teve 100%
das suas ruas asfaltadas. Permaneceu no cargo por
doismandatos.Em2006,foieleitoDeputadoEstadu-
al e quatro anos depois foi eleito Deputado Federal.
Azambuja disse à Com Texto que não encontrou o estado da maneira
que esperava, conforme dados recebidos pela gestão anterior.
Economia
é a saída para que
Mato Grosso do Sul
se sobressaia entre
outros estados,
diz governador
FELIPE SIDY
P
O
L
Í
T
I
C
A
18 19
Qual foi sua reação em saber que havia sido eleito Go-
vernador do Estado, depois de uma administração de
8 anos do PMDB? Foi um momento de muita satisfa-
ção. A vitória não consolidou apenas o resultado de
uma eleição, mas consolidou um trabalho desenvol-
vido por anos. A minha trajetória política sempre foi
focada no desenvolvimento e, quando entrei neste
projeto, meu objetivo era colocar em prática toda
a experiência que tive em outras esferas da política
e desenvolver um projeto que atendesse todos, ou
seja, fazer um Governo para todos e, com a vitória,
tive a certeza de que a oportunidade de colocar o
meu objetivo em prática me foi dada.
O senhor esperava que tivesse chance?	Apesar de sa-
ber que a eleição é um processo longo e muito dinâ-
mico, sempre tive certeza das nossas propostas e de
que poderia sim vencer a eleição se passasse para a
população o que o nosso Plano de Governo previa.
Minha campanha foi na conversa direta com a po-
pulação e na sola de sapato e isso me dava segurança
na caminhada eleitoral.
Quais foram os primeiros desafios enfrentados pelo
seu Governo? O primeiro desafio foi a questão eco-
nômica do Estado. Em primeiro lugar, não encon-
tramos o Estado da maneira que esperávamos, con-
forme dados recebidos pela gestão anterior. Somado
a isso, o país entrou, e enfrenta ainda hoje, um mo-
mento de retração econômica, o que dificulta algu-
mas ações de Governo. Também tivemos que lidar
com o aumento significativo da folha de pagamen-
to; obras inacabadas sem dinheiro no caixa, ou seja,
alguns pacotes de bondades que nos foi deixado de
herança.
O aquário do pantanal foi uma boa herança da gestão
passada? O assunto é polêmico e complexo. A obra
do Aquário pode sim significar um avanço científico
e turístico, porém, nosso Estado necessita de obras
de atendimento à sociedade no que se refere ao bási-
co, como hospitais.	
"São milhões investidos em
algo que poderia esperar,
portanto, não é uma obra
prioritária na minha ges-
tão", diz Azambuja sobre
Aquário do Pantanal.
Ainda falta muito para inaugurá-lo? Estamos fazen-
do uma força tarefa entregar essa obra, mas é um
projeto complexo que demanda mais tempo. Nosso
Governo tem o projeto “Obra Zero” e o Aquário do
Pantanal não ficará de fora, apesar de a nossa priori-
dade ser a construção de hospitais ou qualquer outra
necessidade maior da população.
Uma das suas propostas durante a campanha era a
construção de hospitais regionais para não sobre-
carregar a Capital. Em que pé está isso governador?
Essa proposta não é uma promessa de campanha.
É uma proposta de Governo. A primeira ação foi à
criação do programa Caravana da Saúde que já tem
o objetivo de atender os polos regionais e assim de-
safogar os hospitais de Campo Grande. Também
vamos concluir o Hospital do Trauma e o Hospital
do Câncer, na Capital. Também vamos iniciar agora
a construção do Hospital Regional de Três Lagoas
com recursos próprios. Com a aprovação do projeto,
o Governo do Estado já deu início ao processo para
a assinatura da ordem de serviço do Hospital, pre-
vista para o dia 15 de junho, em Três Lagoas. Para as
obras do Hospital Regional serão investidos R$ 41
milhões financiados pelo BNDES, com contraparti-
da estadual.
O senhor conseguiu elevar a economia de Maracaju
de 12ª para 5ª maior economia do Estado. E agora?
Vai conseguir fazer o mesmo com Mato Grosso do
Sul? Como disse esse momento é de arrumar a casa
e de equilibrar as finanças, mas Mato Grosso do Sul
é maior que a crise e estamos trabalhando para o
desenvolvimento econômico. Exemplo disso são os
anúncios de investimentos de capital estrangeiro na
casa dos bilhões de reais, como a Fibria (7,7 bilhões
de reais), Eldorado (8 bilhões de reais) e da BBCA
(1,2 bilhão de dólares).
Uma das suas propostas de governo era a criação de
escolas de tempo integral nas regiões mais carentes
e priorizar o ensino profissional para qualificar mão
de obra sul-mato-grossense. Nesses primeiros meses
de governo, quais foram as medidas tomadas para dar
início a esse projeto? Esses projetos estão sendo ela-
borados. Para a realização disso é necessário a rees-
truturação do sistema que a secretaria de Educação
está trabalhando.
O senhor adotou como governador menos publicida-
de com a “cara do governo” e mais com a “cara do Es-
tado” em relação ao governo anterior. Um exemplo é
a logomarca nos uniformes dos estudantes. Por que
decidiu fazer isso? Porque sou o governador do esta-
do de Mato Grosso do Sul que tem o seu brasão, suas
cores da bandeira.
Não sou o governador de um
partido, sou o governador
de todos e acho que o chefe
do executivo deve respeitar
a marca do estado que ele
representa"
Uma das suas bandeiras durante a campanha foi se-
gurança pública em Mato Grosso do Sul. Quais foram
as medidas adotadas em relação a isso? Estamos con-
vocando policiais aprovados em concursos rema-
nescentes. Buscando alternativa para fortalecer as
polícias do estado e para melhorar as viaturas e to-
dos os equipamentos necessários para o trabalho da
polícia. Também estamos tentando a parceria com
o Governo federal para fechar as nossas fronteira e,
assim, diminuir o tráfico de drogas e o contrabando.
Nestes primeiros meses do nossa gestão, já convo-
camos 1041 policias, entre Bombeiros, Civis e Mi-
litares, e vamos chamar mais 459 até o final do ano,
totalizando 1500 policiais a mais somente em 2015.
O senhor tem algum projeto para que o Mato Grosso
do Sul seja mais conhecido no Brasil? Mato Grosso
do Sul é o celeiro do Brasil. Temos potencial para
desenvolver economicamente, porém é necessário
sairmos da periferia do país e brigar de igual para
igual com os estados do sudeste no que se refere aos
recursos federais. Também queremos trabalhar no
fortalecimento da nossa rota turística para atrair
pessoas do mundo todo para conhecer as nossas be-
lezas e a nossa cultura.
O que o senhor pensa sobre uma alterar o nome do
nosso estado? Não penso em alterar o nome do nos-
so estado, fortalecendo a economia, a cultura, tu-
rismo e outras áreas, fortalecemos o nome de Mato
Grosso do Sul no cenário nacional e internacional.
O mais te encanta no Mato Grosso do Sul? O povo,
a cultura, a gente dessa terra. Mato Grosso do Sul é
um estado rico em vários aspectos. Nossas paisagens
e fauna são riquíssimas, tudo isso me encanta.
Em comparação com outras épocas, o esporte em
Mato Grosso do Sul vive uma clara decadência. Existe
algum plano do governo para que o esporte seja ainda
mais incentivado e ganhe importância, assim como já
teve? A primeira ação é garantir o investimento de
1% do orçamento estadual para o esporte. Também
estamos fazendo parcerias com o Governo federal
para fomentar o esporte nos municípios menores
como, por exemplo, a reestruturação de praças es-
portivas e a construção de espaços esportivos em
municípios de até 50 mil.	
O que podemos esperar dos próximos anos do seu
governo? Pode esperar muito trabalho para trazer o
desenvolvimento sócio econômico para o estado de
forma coerente e responsável.	
Sonho? Meu sonho é concretizar os projetos que
propus na campanha eleitoral.
20 21
C
om a crise política econômica que
o país está passando em 2015, mui-
tos especialistas indicam que as
perspectivas não são boas para
os próximos semestres, e muitos
acreditam que a crise poderá se agravar ainda
mais, podendo se estender para o ano de 2016.
Mesmo antes das eleições para presidente da
república acontecerem, já haviam previsões
nada favoráveis para uma possível estabilida-
de ou um crescimento da economia. E com a cri-
se hídrica o problema se agravou ainda mais.
Para que a economia se recupere, economistas
apontam os possíveis setores que contribuíram
para a crise e indicam como esses setores podem
contribuir para a volta do crescimento econômico.
Segundo o economista e consultor financei-
ro, Ricardo Amorim, que está percorrendo vá-
rios estados brasileiros com palestras que apon-
tam como o governo e o país podem superar
a crise. Ele defende que “as crises trazem as
maiores oportunidades e o Brasil tem jeito”.
O economista aponta os setores que es-
tão contribuindo com a crise e como es-
ses setores podem ajudar a recuperá-la.	
ENQUANTO ISSO NO SETOR DE
EMPREGO
	 As mudanças na lei trabalhista do governo
Lula, como a do desemprego, a do tempo mínimo
e o tempo máximo do seguro desemprego, contri-
buíram para que os trabalhadores permanecessem
menos tempo no emprego para poderem rece-
ber o seguro desemprego por seis messes, geran-
do assim gastos com esses tipos de trabalhadores.
No governo do presidente Lula foram gastos
anualmente para pagamentos rescisórios o to-
tal de 10 milhões, e no governo da presiden-
te Dilma esse valor chega a cerca de 53 milhões.
A solução para que esse setor é o governo in-
centivar a indústria a abrir mais campos de tra-
balho e as empresas investirem mais na auto-
mação dos funcionários, ou seja, capacitando,
investindo em cursos para que o trabalhador perma-
neça por mais tempo no campo de trabalho.	
CRISE NO SETOR AUTOMOTIVO
PREOCUPA GARAGENS
	 No setor automobilístico a situação tam-
bém não é diferente a venda de carros teve um
acréscimo no Brasil, com a diminuição do IPVA,
mas a situação não aparenta melhora nas fábricas.
Indústrias como da Mercedes Benz, que chegou a
demitir mais de 700 funcionários no mês de maio,
sem contar com a Volkswagen que em abril, demitiu
mais de 500 pessoas, e cerca de dois mil estão de
férias coletivas, sem data de retorno das atividades.
Hoje podemos levantar cerca de dez mil pessoas
que sofrem com o desemprego, segundo uma pes-
quisa realizada pela Folha de São Paulo, para cal-
cular o valor de mercado automobilístico no país.
FábricascomoaFord,Fiat,Volvoqueaotodotiveram
praticamente mais de 70% de suas atividades afeta-
das pela crise financeira que pendura os brasileiros.
Entenda um pouco mais desta crise automobilísti-
ca, com o tombo de 15,3% na produção em 2014,
segundo o levantamento feito pelo setor de produ-
ção industrial, a crise na indústria automotiva mu-
dou o cenário do segmento no país, pois se antes as
grandes fábricas eram vistas como um emprego de
realização, hoje, para muitos funcionários, o sonho
virou pesadelo. O alerta vermelho vem com a possí-
vel redução da remuneração dos empregados a títu-
lo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR),
que pode ser impactada pela queda na produção.
Depois das férias coletivas, os colaboradores que re-
tornaram as atividades começam o ano com dívidas
a saldar, como IPVAe IPTU. E isso é uma preocupa-
ção de todos.AFiat pagou a primeira parcela do PLR
no ano passado, porém, 45% ainda devem ser pagos.
Para o lojista José Manoel, que trabalha há 10 anos
no setor como gerente de uma garagem de carros em
Campo Grande, a venda de novos modelos de veícu-
losestáemalta,“Avendadeveículoestáemalta,isso
porque o IPVAestá mais baixo e também já podemos
trocar os carros antigos para mais novos, isso é bom
por que tivemos um aumento de 40%”, disse ele.
	 A tempestade que ronda com quem tra-
balha nestas empresas se fortalece com os no-
vos sinais do que pode vir por aí. A tendência é
aumentar ainda mais essa tempestade, e o so-
nho de quem realmente deseja trabalhar em uma
empresa de veículos, pode vir por água baixo.
Enãoésóosetorautomobilísticoquesofrecomacrise
econômica,váriossetoresemdiferentesáreasbuscam
estratégias para o fortalecimento do capital e escapar
dessa crise que pode se prolongar por muito tempo.●
FÁBIO HONORATO
JOÃO GABRIEL VILALBA
CRISE POLÍTICA
ECONÔMICA NO
BRASIL PODE
AGRAVAR ATÉ 2016,
DIZEM ESPECIALISTAS
Mercedes Benz
demitiu cerca
DESEMPREGO
700500em abril
Volksvagem
demitiu mais de 	
Para economista, crises trazem oportunidades
e o Brasil tem jeito.
em maio
Cerca de 10 mil
pessoas que sofrem
com o desemprego
atualmente, segundo
pesquisa da
Folha de São Paulo
E
C
O
N
O
M
I
A
22 23
A
localização geográfica do estado
de Mato Grosso do Sul é dos fato-
res que contribui para o seu desen-
volvimento econômico do local.
A região pantaneira é vizinha dos
estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, e
é uns dos grandes centros de movimento de capi-
tal. Sua economia é voltada principalmente para
agropecuária, pesca e turismo de navegação.
	 O Turismo representa boa parcela de receita
tributáriadopoisrecebevisitantesdediversasregiões
do país e do mundo que são atraídos em conhecer a
beleza natural na região do pantanal mato-grossense.
	 De acordo com levantamento elaborado
pela Fundação de Turismo de Corumbá, por meio
do observatório que monitora o impacto do turis-
mo na economia corumbaense, no ano passado
teve um aumento de 4,5% em relação ao ano de
2013. Isso gerou uma movimentação de R$ 316
milhões na economia da cidade, comprovando que
o setor corresponde a 8,4% do PIB do município.
O estudo apontou que o aumento de visitantes em
2014, gerou cerca de 970 empregos diretos, injetan-
do mensalmente cerca de R$ 1,3 milhões na econo-
mia. A observação foi feita com base em entrevis-
tas junto aos empresários da área do turismo e do
mercado local. Os empresários também investiram
cerca de R$ 4,5 milhões no ano passado na moderni-
zação da atividade e expansão da cadeia do turismo.
	 A diretora-presidente da Fundação de Tu-
rismo, Hélènemarie Dias Fernandes, ressalta que
esse ano é desafiador “O ano de 2015 apresenta
ÉDER FREITAS
Mesmo com a crise econômica no Brasil, turismo continua
gerando empregos e movimenta a economia em Corumbá.
BELEZA ATIVA. Turismo representa boa
parcela de receita para o estado, pois atrai
interessados em conhecer a beleza
natural na região do pantanal.
ClóvisNeto
TURISMO GERA 970 EMPREGOS
DIRETOS NO PANTANAL,
DIZ ESTUDO
um cenário desafiador, mas é
preciso manter o otimismo”
afirmou. Ainda segundo ela,
com a alta do dólar e a con-
seqüente desvalorização da
nossa moeda, está previsto o aumento da chega-
da de turistas estrangeiros no Brasil, que podem
consumir e injetar dinheiro na nossa economia
local, já que temos a maior infraestrutura geral
e turística do pantanal do Mato Grosso do Sul.
	 Os motivos que levam os visitantes busca-
rem o destino do Pantanal de Corumbá são as be-
lezas naturais e principalmente o lazer, apontado
por 58,5% dos visitantes, 22,2% motivados por
negócios e os demais, 19%, divididos entre visi-
ta a parentes e amigos, eventos, religião e outros.
Os que buscam o lazer, a pesca esportiva ocupa
um grande interesse, quase 24% do total de turis-
tas. Outros 12,5% buscam as belezas do pantanal.
	 Aproximadamente 35% dos visitantes que
vão ao pantanal são oriundos do Estado de São Pau-
lo. E 33,5% da região do Centro-oeste, 15,7% da
região Sul, Norte e nordeste, e cerca de 2% do total
ressaltando ainda a participação do público estran-
geiro 13,7%, que são grandes consumidores das be-
lezas e maravilhas do pantanal Sul-mato-grossense.
Segundo Viviane Silvestre, gerente do Hotel da rede
Candeias, “Amaior procura por turismo no Pantanal
acontece nos meses de março até novembro, quan-
do fecha a temporada de pesca. As atividades mais
buscadas são o lazer e a pesca esportiva” explica.●
58,2%
Lazer é uma das
principais opções
para turistas.
TÁ NERVOSO?
24% vão ao Pantanal
por causa da pesca
esportiva.
Divulgação/CVC
ClóvisNeto
24 25
P
lacas solares são dispositivos utiliza-
dos para converter a energia da luz
do Sol em energia elétrica. Esse dis-
positivo também é conhecido como
“Painel Solar Fotovoltaico”. A com-
posição de um painel solar consiste em célu-
las fotovoltaicas, estas com a propriedade de
ter sensibilidade de absorver a energia solar e
gerar a eletricidade em duas camadas opostas.
Atualmente, é possível encontrar no mercado duas
alternativas de sistemas de captação e conversão
de energia solar: um desenvolvido por meio do
coleto solar térmico e outro pela placa fotovol-
taica. Contando com aplicação e funcionalidades
distintas, as alternativas precisam ser bem estuda-
das para se obter resultados efetivos e eficientes.
Os painéis fotovoltaicos transformam a energia solar
diretamente em energia elétrica. Eles coletam fótons
da luz solar e os transformam em corrente elétrica,
gerando energia para o funcionamento de aparelhos
elétricos (televisão, geladeira, computador, entre
outros). A conversão do material coletado para ener-
gia elétrica pode ocorrer por meio de dois processos:
o termoelétrico (junção de dois materiais semicon-
dutores que, quando aquecidos pelo sol, provocam
uma diferença de potencial entre as extremidades,
gerando corrente elétrica) e o fotoelétrico (converte
os fótons contidos na luz solar em energia elétrica).
Por ser um sistema mais simples, o painel so-
lar térmico torna-se mais acessível e é aplicado
em casas, prédios, clubes, indústrias, entre ou-
tros. É muito utilizado no aquecimento de água
de piscinas, e também em chuveiros e torneiras.
Para o pequeno consumidor, mesmo para aqueles
que estão em uma grande construção/habitação, a
produção de energia com o sistema fotovoltaico aca-
ba sendo uma opção pouco atrativa, pois os custos
com painel, conversores e inversores, tornam o in-
vestimento, do ponto de vista econômico, inviável.
Aqueles que optam pelo sistema de geração de
energia térmica para aquecimento de água, além
de gerar economia significativa em sua conta de
energia, estão contribuindo diretamente com a
melhoria da matriz energética do País. “Hoje todo
mundo pode ser considerado produtor de energia”
afirmou Brenda de Oliveira, estudante do curso de
Engenharia Elétrica, ao reforçar que esse tipo de
recurso pode ser mais explorados pelos cidadãos
FUNCIONALIDADES
	 Os painéis solares coletam fótons da luz
solar, em seguida são convertidos em corrente elé-
trica. A energia obtida através das placas solares
vem sendo usadas em vários segmentos. A sua uti-
lização vai de casas e indústrias, até locais afasta-
dos de linhas eletrificadas, iluminação externa de
casas e espaços públicos, auxílio nas telecomuni-
cações em locais remotos, telefonia rural, sinali-
zação de estradas, cercas elétricas, entre outros. A
grande vantagem desse tipo de eletricidade é que
ela é renovável e as pessoas podem a utilizar sem
necessidade de ter um poste de energia por per-
to. Os painéis solares, após instalados, possuem
pouca manutenção e podem durar vários anos e o
mais importante, não prejudica o meio ambiente.
As células do sistema são feitas de materiais espe-
ciais chamados de semicondutores como o silício.
Quando a luz brilha sobre a célula solar de uma
percentagem dessa energia solar é absorvida pelo
material semicondutor. Essa energia localizada no
interior do semicondutor arranca os elétrons fraca-
mente permitindo que eles possam fluir livremente.
As células Fotovoltaicas também possuem um ou
mais campos elétricos que forçam os elétrons li-
berados pela absorção da luz para fluir na direção
correta. O fluxo de elétrons que acontece é uma
corrente elétrica. A corrente elétrica produzida, jun-
tamente com a voltagem da célula determina o po-
der, ou potência, que a célula é capaz de produzir.
USO PARA AQUECIMENTO DE ÁGUA:
	 O uso de energia solar para aquecimento de
água está sendo bem aceito no mercado do Brasil. O
sistema de aquecimento de água acontece diferente
ao dos painéis solares que produzem energia elétri-
ca. Costumamos confundir um coletor solar térmico,
que aproveita o sol para aquecimento de água, e uma
placa fotovoltaica, que transforma a energia da luz do
solar em el-etricidade por um processo físico. O co-
letor solar é um equipamento simples e mais barato.
Basicamente través do equipamento circula a água,
que se aquece com a incidência do sol e é distri-
buída para o chuveiro e torneiras. Em países mais
desenvolvidos o aproveitamento da energia solar
é bastante aceito e usado. O aquecimento solar é
bastante utilizado no aquecimento de água de pis
EM TEMPOS DE ALTA DE
ENERGIA, PLACA SOLAR
PODE SER ALTERNATIVA
ANDERSON DINOZO
YuzuruYoshikawa/Bloomberg
Saiba como funciona a tecnologia das placas solares.
26 27
cinas como também em outras alternativas, como
chuveiro e torneiras. A tecnologia usada no siste-
ma de aquecimento solar é simples e basicamente
utiliza tubulações de cobre, instaladas sobre uma
lâmina também do mesmo material, este conjun-
to é encaixado e protegido por painel de vidro.
Essa boa alternativa de aquecimento da água através
da luz do sol possui bons resultados técnicos, porém,
para muitos, sem atrativos estéticos. Para unir prati-
cidade, estética e economia, os painéis solares para
aquecimento de água usados em edificações, casas
e outros segmentos, estão em constante evolução.
A placa solar fica localizada nos telhados das ca-
sas e prédios expostas ao sol. Este sistema aquece
a água existente nos canos debaixo da placa solar.
As placas coletoras absorvem a radiação solar e
assim, a energia térmica absorvida pelas placas é
passada para a água que circula entre os canos de
cobre. A água permanece aquecida no recipiente de
cobre e pode ser usada ao longo do dia em diver-
sos lugares, sendo de dia ou mesmo a noite. O pro-
cesso em que a água circula entre os coletores e o
reservatório possui o nome de termofissão. A água
fria encontrada na caixa alimenta o reservatório e
assim, a água dos coletores, que fica muito quente,
é menos densa que a água do reservatório, assim,
a água fria mais densa empurra a água quente para
o reservatório, desta forma, gerando circulação.
Este sistema citado acima é usado em torneiras e
chuveiros, para ser usada no aquecimento de água
em lugares maiores, como piscinas, a circulação da
água necessita do auxílio de motores hidráulicos.
ENERGIA GERADA:
	 A energia gerada pelas placas é um tan-
to limitada. Se pensarmos em uma placa solar de
45W, recebendo uma insolação diária de 11 horas
por dia, terá energia suficiente para manter acesa
uma lâmpada fluorescente de 9W durante 12 horas
por dia, ou mesmo ldeixar ligada uma TV de 12V
durante 6 horas. Também é possível acionar uma
bomba de 12V durante o tempo suficiente para
abastecer uma caixa d’água de 1000 litros por dia.
Para quem quer usar duas placas de 45W, a gera-
ção de energia é bastante superior. Torna-se possí-
vel fornecer energia para iluminação, TV e rádio
simultaneamente. Com quatro placas, por exem-
plo, é possível manter uma geladeira ligada. Com
cinco placas é possível manter um posto de saúde
em uma localidade rural, mantendo geladeira, ilu-
minação e TV. Com os exemplos acima percebe-
mos que a geração de energia é promovida através
do número de placas instaladas. Cada local possui
a quantia de placas que necessitada. Pensando em
uma casa moderna, bem equipada, sabemos que
o número de placas deverá ser maior, para tanto,
o custo de implantação também será relativamen-
te maior. Este é grande impedimento da utiliza-
ção de painéis solares para a produção de energia
BATERIA
	 A bateria possui uma função muito impor-
tante no sistema. Ela permite o armazenamento de
energia para ser usada posteriormente e também
evita que variações da insolação interfiram no fun-
cionamento dos equipamentos. Por exemplo, se
você está usando um determinado aparelho elétrico
e uma nuvem obscureça o sol, a corrente gerada pela
placa solar iria diminuir, porém, com a bateria isso
não acontece. A bateria evita que a transmissão de
energia seja cortada, garantindo assim, o funciona-
mento dos equipamentos, inclusive durante a noite.
As baterias possuem capacidade de utilização para
umnúmerodeterminadodecélulasemsérie.Abateria
tem uma autonomia de uso sem a captação e conver-
são da energia solar. Para tanto, se a autonomia da ba-
teria for de três dias, mesmo que não haja captação de
energia solar nesses três dias, ela garantirá a energia.
As baterias solares funcionam numa interação entre
placa solar, banco de baterias, controlador de carga.
Quanto ao número de baterias necessárias em uma
placa de energia, depende da quantia de energia
necessária a ser utilizada. Então, se por exemplo,
em um painel solar com 4 baterias e cada uma de-
las consegue produzir 0,45 volts e 100 milliamps,
ou seja, 45 milliwatts. Com estas baterias solares
você consegue gerar 45 milliwatts em 6,45 cm.
CUSTOS		
	 Atualmente existem no mercado muitos mo-
delos de placas usadas para aquecimento da água
através da luz solar. Para tanto, como a ideia de
tudo justifica-se ao fato de economia e aproveita-
mento de energia renovável, existem modelos de
aquecimento criados a partir da criatividade de
pesquisadores, estou me referindo a aquecedores
solares feitos de garrafa pet. Esta é uma excelente
alternativa de reciclagem e barateamento. Confor-
me demonstrações, o produto funciona muito bem.
VANTAGENS
DESVANTAGENS
A maioria das vantagens da energia
solar está relacionada com os seus
benefícios ambientais.
Dentre os principais pontos, podemos
destacar:
1 - É renovável;
2 - É gratuita.
3 - Ocupa pouco espaço.
4 - Não emite poluentes.
5 - Baixa necessidade de manutenção.
6 - Acessível em lugares remotos.
Todo sistema de produção de ener-
gia possui o seu lado B, isto é, os seus
efeitos colaterais. Com a energia solar
não é diferente.
Dentre as suas desvantagens,
podemos citar:
1 - Custo elevado.
2 - Dependência climática.
3 - Baixa capacidade de armazena-
mento.
4 - Baixo rendimento.
5 - Prejuízos ambientais
GettyImages
28 29
ÓTIMA IDEIA! GRANDE
NEGÓCIO!
Há alguns anos, a vontade de tornar-
-se dono do próprio negócio, ex-
pandir horizontes de carreira e au-
mentar a renda profissional, tem
crescido de maneira ativa e constante no Brasil. O
chamado empreendedorismo, deve ser entendido
como qualquer tentativa de criação de um novo
empreendimento, podendo ser a criação de uma
nova empresa, expansão de um empreendimento já
existente ou até mesmo uma atividade autônoma.
	 É possível analisar em algumas pesquisas
populares, o crescimento da população empreen-
dedora brasileira, como aponta dados da pesquisa
Global Enterpreneurship Monitor 2011 (GEM), que
o Brasil possui 27 milhões de pessoas envolvidas em
um negócio próprio ou na criação de um, ocupando
o terceiro lugar no ranking de países analisados.
Em índices mais recentes da mesma pesquisa rea-
lizada em 2013, é possível analisar que o Brasil ob-
teve o número mais elevado de empreendedores,
prevalecendo a quantia de 71% de empresários por
oportunidade e 25% por necessidade, garantindo o
primeiro lugar entre os quatro países do grupo dos
BRICS.
	 Entre outros dados relevantes da GEM, a
maior concentração de empreendedores iniciais
possuem entre 25 e 34 anos, nos quais 51% são ho-
mens e 49% são mulheres, mantendo um devido
equilíbrio de atitudes empreendedoras no mercado
atual.
	 Sete de cada dez brasileiros, abrem uma em-
presa com a visão de que o momento do mercado
está colaborativo, no intuito de obter sucesso no
novo negócio, porém, nem todos analisam outros
aspectos importantes e primordiais. O empresário
do ramo alimentício Valmir Cousso, alerta sobre
cautelas que devem ser tomadas antes da decisão
importante de ser um novo empreendedor, "É ne-
cessário que haja cuidados com o controle de in-
vestimento inicial, atentar-se a divulgação do pon-
MAYRA COSTA
THAYS ROSA
ECONOMIA COLABORATIVA 'Quem traba-
lha como autônomo, colabora com o crescimento
do país, por meio da geração de novos empregos',
diz empresário .
Negócio social com um jeito de ganhar dinheiro e mudar o mundo.
MayraCosta
MayraCosta
ACREDITAR
Ele acreditou e o negócio
deu bons sinais
to comercial, da marca e principalmente
conhecimento do mercado de atuação,
para obter o ganho do público desejado".
E ainda completa, sobre o grande papel
de importância que tem o empresário,
"Aquele que opta por trabalhar como au-
tônomo, colabora com o crescimento do
país, por meio da geração de novos em-
pregos, além de auxiliar efetivamente na
expansão econômica do país".
	 Portanto, o empreendedorismo e
crescimento econômico caminham jun-
tos, no aspecto de inovação, crescimento
tecnológico, créditos para novos investi-
mentos e novos postos trabalhistas, cola-
borando também com a diminuição da
taxa de desemprego no país.
	 Também atuando como empre-
sário, irmão de Valmir, o empreendedor
Valdir Cousso, dono de uma loja de deco-
ração, comenta sobre aspectos positivos e
negativos, além das dificuldades enfren-
tadas pelo dono do próprio negócio, "Os
aspectos positivos são os de criação, ino-
vação, correr atrás do seu objetivo com
mais força de vontade e obter o retorno desejado. Os
aspectos negativos de ser um empresário no Brasil é
que o apoio do governo é inexistente e os impostos
são muito altos, já as maiores dificuldades enfrenta-
das são responsabilidades maiores e encontrar mão
de obra qualificada no mercado".
	 Outra dificuldade enfrentada no setor em-
preendedor, está relacionada e ligada à empresas
familiares. Com desafios inicialmente iguais aos de-
mais estabelecimentos, porém, com fatores relativa-
mente particulares. Por outro lado, possui vantagens
aplicadas somente neste setor, o que diferencia as
dificuldades das vantagens, são justamente a forma
principal de administrar o negócio.
	 Citando as principais dificuldades, encontra-
-se a questão de transição de poder para a próxima
geração, conflitos familiares, mistura de ideais afeti-
vos e profissionais e falta de boa administração para
quesitos que envolvem a escolha e seleção de bons
profissionais, deixando prevalecer o paternalismo ao
invés de escolher o profissional por suas capacidades
e preparações.
	 “Podemos observar que empresas familia-
res, muitas vezes tornam-se um cabide de emprego
para parentes, deixando de lado a oportunidade de
contratação de bons profissionais com maior experi-
ência e melhor qualificado”, diz Maisa Florindo, que
trabalhou durante quinze anos como funcionária
registrada (CLT), e vivenciou a rotina de empresa
familiar durante dois anos.
	 Segundo um estudo feito pela PWC em
2010, em 35 países constatou-se os seguintes ín-
dices: 36% das empresas sobrevivem à passa-
gem para a segunda geração empresarial; 19%,
30 31
EMPREENDEDORISMO
Ela apostou no negócio, empreendeu
e deu certo.
Sem números expressivos de arrecadação anual, os charutos têm espaço garantido
por consumidores no mundo.
O
charuto jamais foi objeto de cam-
panha de marketing. No entanto,
roubou todo o poder e sedução que
durante décadas a publicidade do ci-
garro tentou incutir na cabeça dos
consumidores. De pessoas desconhecidas, de in-
telectuais, artistas e políticos poderosos, o charuto
sempre esteve na boca de alguma personalidade.
	 É também um mimo de celebrações, ofere-
cidos em casamentos, promoções de trabalho e no
nascimento de uma criança. Diz a lenda que, não
fosse a fumaça de um charuto soprada em seus rosto
assim que nasceu, o pintor Pablo Picasso não teria
Nascido. Ou como brinca o consumidor, ex-sar-
gento da Policia Militar, Ubiraci Andrade, afirmou
“não ha prazer tão maior no mundo do que apreciar
uma charuto e uma dose de um bom e velho whisky
irlandês”,. Instado a escolher entre sua mulher e o
charuto, respondeu a futura ex-esposa: “Espero que
nos possamos ser bons amigos” indaga Ubiraci.
	 Originário das Américas e levado para
a Europa pelos descobridores a partir de 1942,
o tabaco foi considerado uma espécie de “Erva
do Diabo” no Velho Mundo. Mas ajudou ate a fi-
nanciar a Revolução Americana: George Wa-
shington e Thomas Jefferson pertenciam a famí-
lias que enriqueceram com o cultivo do tabaco.
Maior Produtor	
	 Cuba, mostra-se o pais pela liderança dos
charutos da preferencia do consumidor. A junção
de fatores com tipo de planta, solo, clima, cultivo e
seleção das melhores tabacos. Mostra-se com fator
superior, o Maior produtor de Charutos do Mundo.
	 Os números de consumidores e de valores ar-
recadados são difíceis de ser divulgados, mais exis-
tem tabacarias especializadas somente no produto
pelo mundo. Há charutos que chegam a ter valores
expressivos entre R$ 24 à R$ 880 cada unidade de
charuto, dados fornecidos pela revista Abril/2012.
No Brasil, sinais de fumaça, e da Boa
	 O Brasil tem uma longa tradição na produ-
ção de charutos. A fábrica mais antiga é a DENNE-
MANN, começou sua produção na Bahia na década
de 1870. No país recentemente, há 13 Tabacaria es-
pecificas em charutos nos estados de São Paulo, Rio
de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia.
FANTÁSTICAS FÁBRICAS
DE FUMAÇA
ANDERSON DINOZO
DanSmith
PARA TODOS OS BOLSOS
Preços de charutos variam
entre R$ 24 à R$ 880.
MayraCosta
para a terceira geração; 7%, para a quarta gera-
ção; e apenas 5%, para a quinta ou mais gerações.
	 Nos cinco últimos anos, o Brasil acompanha
o crescimento do número de pequenos negócios que
estão se formalizando e conquistando a atenção do
mercadodetrabalho.Dentreessesnúmeros,20%dos
cargos de chefia, são ocupados por empresários com
menos de 30 anos, o que significa que jovens estão
destacando-se cada vez mais neste mercado. Natália
Cerchiari de apenas 18 anos, está no mercado em-
preendedor há dois anos. A jovem resolveu ingressar
como autônoma no ramo da beleza, pelo fato de não
existirem muitas oportunidades em sua cidade. Com
o auxílio da família e do noivo, Cerchiari montou
seu espaço próprio, conquistando a independência
profissional. “Os jovens tem procurado o diferencial,
satisfazer-se com o que gostam, buscam a realização
profissional, inovando o mercado de trabalho, por
meio de idéias inovadoras, que atraem os consumi-
doreseomercadoempreendedor”,dizamaquiadora.
	 Concluindo, o Brasil tem destacado-se
como um dos países mais propensos para investi-
mento e abertura de empresas de todos os setores,
tendo amplas condições de reconhecimento e cres-
cimento para estabelecimentos de pequeno, médio
e grande porte, abrangendo o interesse de maneira
nacional e internacional do mercado econômico.
EXEMPLO QUE DEU CERTO	
	 Hoje em dia muitas pessoas deixam de
trabalhar como funcionários e se tornam gran-
des comerciantes. Algumas pessoas têm medo de
começar algo e temem que não dê certo.Em qual-
quer ramo não é fácil, mas é necessário ser perse-
verante e levar em conta a questão da concorrên-
cia , mas em tudo que for fazer, tem que mostrar
melhor porque isso é o diferencial , pois o reco-
nhecimento da clientela rapidamente vai chegar.
	 Joana Lima Jorge Da Cunha de 50 anos,
nasceu em Campo Grande Mato Grosso Do Sul,
de dona de casa se tornou comerciante a mais ou
menos 20 anos e não se arrepende, pois não vive
mais sem trabalhar no ramo. Sua família vive do
comercio e ela possui uma loja no camelódromo.
	 Sua filha e seu esposo não gostavam mui-
to da ideia, porem Joana acabou convencendo-
-os, pegou o dinheiro que tinha e investiu. Ela já
trabalhou com varias coisas: de brinquedo, a bi-
juterias, e roupas e entre outros ,mas atualmente
ela trabalha com capas e acessórios para celular.
	 Joana diz que pretende passar o negocio de
geração a geração pois tudo que ela conseguiu foi
com seu comércio, e sua filha Priscila Lima Jor-
ge Da Cunha pretende abril em breve a sua loja.
	 Ela sempre trabalhou com estações, porem
agora, o auge do momento são as “cases para celula-
res”, as capinhas personalizadas.Ela diz que sua me-
lhor clientela são as mulheres, pois elas “trocam de
capinhas como trocam de roupas” são as que gastam
bem mais que os homens.
32 33
CAPA
O PERIGO PODE
ESTAR BEM
PRÓXIMO
A
menina que aos oito anos foi estu-
prada, hoje é mulher casada e con-
seguiu dar a volta por cima, por pre-
caução pediu para não revelássemos
o nome e conta: “Eu tinha uns oito
anos, quando aconteceu que o menino chegou pe-
netrou o dedo nas minhas partes íntimas. Eu estava
brincando na rua. Ele fez aquilo numa brincadei-
ra muito maldosa, e começou a tirar sarro de mim
na frente de todo mundo.” revela traumatizada.
	 Aolongodosanos,aquilopermaneciadentro
dela, e quando acreditava que tinha superado, aos 25
anos, foi vitima novamente e agora pelo patrão, logo
no inicio da sua carreira e lamenta não ter denuncia-
do, “não denunciei, por medo de "sujar minha carrei-
CLETO KIPPER
“Meu agressor dizia que tinha
fotos minha e mostrava para
mim no computador, era um
cara muito nojento", diz
vítima de abuso
ra", que estava só começando. Foi a pior besteira que
eu fiz. Tive síndrome do pânico e engordei quase 70
quilos com isso. Foi um inferno. Fiz e faço terapia há
muitos anos, pois até hoje não superei esse trauma”
	 Ela além de ter sido abusada, foi chanta-
geada, pois seu agressor dizia que tinha fotos, “ele
mostrou para mim no computador dele na primeira
vez que fui lá, nunca imaginei que ele me seguida ou
me olhava. Depois soube que ele já havia assedia-
do outras pessoas e que era um cara muito nojento”.
	 O ex patrão da vitima já morreu, e ela re-
lata que não sabe explicar o sentimento na hora
que recebeu a noticia da morte “foi a primeira vez
na minha vida que eu não senti pena de alguém” .
	 Ler notícias relacionadas à violência in-
fantil no dia a dia não é difícil, todo momento
surgem manchetes como “Avô é flagrado abusan-
do de neta de 12 anos” ou “Padrasto é acusado de
abusar da enteada de 13 anos”. O Caso mais forte
que surgiu nos últimos meses em Campo Gran-
de é de uma suposta rede de exploração sexu-
al que tinha como clientes, políticos da capital.
	 Em Mato Grosso do Sul, no primeiro tri-
mestre de 2015 foram feitas 107 denuncias através
do disque 100 (Disque Direitos Humanos). Nesse
ranking divulgado pela Secretaria de Direitos Hu-
manos da presidência da república o estado que li-
dera o número de denuncias é São Paulo com 737
e em seguida o estado do Rio de Janeiro 404 de-
nuncias. Levantamento revela ainda que a violência
sexual é a quarta violação mais recorrente contra
crianças e adolescentes denunciada no Disque Di-
reitos Humanos, geralmente os casos de abuso se-
xual estão presentes em 85% do total das denúncias.
	 O delegado titular da Delegacia Especializa-
da de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA)
de Campo Grande, Paulo Sergio Lauretto fala que a
primeira dificuldade nas investigações é na detecção
do problema, “Nós temos dificuldade na questão do
abuso porque as vítimas ainda meninas, geralmente
buscam apoio da família, a mãe principalmente, no
primeiro momento tende a desacreditar no relato da
filha ainda mais quando o abusador se trata de um
padrasto, por exemplo,”, disse ele. Outro fato que ele
ABUSO
"Quando a vítima é
menina, geralmente,
elas buscam a família,
mas a mãe tende a
não acreditar, ainda
mais quando o
abusador é um
padrasto, por
exemplo", afirma
o delegado.
MatheusRibeiro/ComTexto
C
A
P
A
34 35
do como o “Crime Araceli”. Por isso 18 de maio foi
intitulado como dia “Nacional de Combate aoAbuso
e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.
	 O Ministério Público Federal de Mato Gros-
so do Sul lançou a campanha “Abuso e Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes – Marcas para a
vida toda”. A iniciativa tem como objetivo conscien-
tizar pais e cuidadores. A procuradora da República
Danilce Vanessa Arte Ortiz Camy fala sobre a cam-
panha do MPF, “a campanha pretende ser o início de
uma ação permanente, que envolva outros órgãos,
no sentido de buscar e cobrar a melhoria de toda a
rede de atendimento e enfrentamento desses casos”.	
	 Segundooórgãoem2014foram207notifica-
ções de violência sexual, 38 na faixa etária de 10 a 14
anos idade e 36 casos entre meninas de 1a 4 anos de
idade. Em todo estado foram registrados 980 casos
envolvendo estupro de menores de 18 anos. A maio-
ria deles (81%) ocorreram em ambiente doméstico.
	 Lauretto conta que as denuncias anônimas
tem sido o principal problema, principalmente nos
casos de exploração, “Ainda que uma adolescente
seja explorada sexualmente no sentido da prosti-
tuição elas não se sentem como vítimas, elas fo-
ram atraídas em um mundo de fantasia e recebem
dinheiro facilmente” argumentou. A polícia civil
segundo ele, tem conseguido desmontar apenas
casos isolados de redes de prostituição, pelo fato
de as vítimas não colaborarem nas investigações.
	 A psicóloga fala que é muito importante essas
crianças passarem por um acompanhamento psico-
lógico para que possa superar e esquecer o seu pas-
sado triste, “O apoio que a criança ou o adolescente
vai encontrar com o cuidador é importante, para
que a criança aos poucos passe a entender de que a
culpa não é dela. Além da importância desta rede de
apoio, faz-se necessário o afastamento da vítima com
o agressor, além de um acompanhamento médico e
psicológico para estas vítimas afim de elaborar esta
violência, buscando que a criança retome seu curso
de desenvolvimento afetivo, moral, psíquico, físico”.
	 A Policia Rodoviária Federal tem uma co-
missão de direitos humanos que trabalha no com-
bate da violência sexual com menores, o inspetor da
PRF Tércio Bággio relata que o policial na sua ronda
diária ao longo da rodovia, observa alguns pontos
vulneráveis. “Através do mapeamento desses pontos
nos conseguimos diminuir o número de incidência
dos casos, nas rodovias federais a situação é tranqui-
la, esse ano recolhemos cinco menores que estavam
em uma condição de vulnerabilidade que seriam
possíveisvitimasdeexploraçãosexualinfantil”,disse.
INTERNET	
	 Outro assunto que vem alertando as autori-
dades é o uso tão cedo a internet pelos adolescentes.
Hoje se tornou um grande aliado do abusador, que
acaba escolhendo suas “presas” a dedo. Outro pon-
to ligado a internet e que vem manchando imagens
de muitas adolescentes é o Sexting, termo em inglês
que tem como significado envio de mensagens, fo-
tos ou vídeos sexualmente explícitos pelo celular.
As conseqüências são irreversíveis, pois hoje a dis-
seminação através das redes sociais é muito rápida.
	 O delegado da DPCA fala que realmente o
mundo virtual tem sido um aliado do mal quan-
to à disseminação da exploração sexual. “Isso está
tomando proporções, estamos tendo muitos ca-
sos. A facilidade em que as adolescente se expõem,
são expostas, a facilidade em que as pessoas maio-
res de idade tem de ter acesso a essas adolescente,
objetivo delas é criar laços com as vítimas até con-
quistar a confiança dos jovens e induzi-los a ter re-
lações”.●
Dados do Ministério Público
Federal de Mato Grosso do Sul
apontam que em 2014 foram 207
notificações de violência sexual,
sendo 38 na faixa etária de 10 a
14 anos idade e 36 casos entre
meninas de 1a 4 anos
de idade.	
destaca é sobre a exploração sexu-
al e chama atenção, “É importante
que os pais tomem muita atenção
nas companhias que as crianças e
adolescentes tem saído, e como é
que elas têm voltado pra casa, se
estão voltando com uma quantia
em dinheiro que nas condições
normais não poderia estar por-
tando aqueles valores”, afirmou.
	 Em Campo Grande a Casa
Lar Meninos e Meninas dos Olhos
de Deus, trabalha no enfrenta-
mento da violência sexual infantil,
hoje abriga cerca de 30 crianças,
divididas em três casas, duas para
meninas e uma para meninos, elas
são enviadas para lá através da
Vara da Infância, Juventude e do
Idoso de Campo Grande, o pastor
Silvano de Sena Ferreira, respon-
sável pela instituição comenta que
geralmente as crianças chegam
em estágio crítico, “Vem crianças
de vários níveis, sem base familiar,
sem referência, então trabalha-
mos valores, trabalho em grupo,
terapia, para que essa criança pos-
sa voltar há ter sonhos”, afirmou.
O tempo de internação geralmen-
te é curto segundo ele, é em média
dois anos, mas garante que tem
crianças com cinco anos no abri-
emoções, sentimentos e afetos, mas sim visto de
forma distante e fria, como um objeto no qual bus-
cam simplesmente seu prazer e satisfação própria”.
	 No dia 18 de maio de 1973 em Vitória (ES),
uma menina de oito anos de idade, foi raptada, droga-
da, estuprada e morta carbonizada. Um crime que até
hoje é impune. O fato chocou o país e ficou conheci-
ESTUPRO
Em Mato Grosso do Sul, foram registrados 980
casos em 2014 envolvendo menores.
MatheusRibeiro/ComTexto
CAPA
FRIAMENTE
“Eles não possuem
a capacidade de
imaginar o sofrimento
e a dor do outro",
diz psicóloga
sobre
abusadores
go por não ter condições de voltar para a família.
	 A coordenadora do curso de psicologia da
Universidade Anhanguera Uniderp, Mayara Men-
des Bacha, fala do cuidado que se deve ter para não
generalizar os tipos de agressores, visto que cada si-
tuação tem seu contexto, ela explica que o abusador
tem dificuldade de se colocar no lugar do próximo.
“Eles não possuem essa capacidade de imaginar o
sofrimento do outro, a dor do outro. A outra pes-
soa, neste caso podendo ser criança ou adolescente,
é tratada não como uma pessoa por completo, com
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OS CONTATADOSSaiba o que leva pessoas a deixarem suas vidas nas
cidades para procurarem aconchego no campo
FELIPE COPAT E MAURO SILVA
ZIGURATZ Comunidade de observadores locali-
zada em fazenda na região de Corguinhos.
O
ciclo da vida ao longo de cada ano da
Terra é o mesmo até os dias de hoje.
Seres nascem, crescem e morrem. O
ser humano tem a capacidade de ra-
ciocínio, que além do polegar oposi-
tor como os primatas, difere nós de outros seres de
nosso planeta.
Esse ciclo base é
divididoporetapas;estudos,
conhecimentos, trabalhos, amizades
e prazeres. Porém, essa fase é a única for-
ma concreta de certeza que temos no uni-
verso, pois existem variáveis desconhecidas.
	 Como diz a letra da música “tocando em
frente” do violeiro Almir Sater: “Cada ser humano
em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz”, que
relata que, a felicidade depende de cada um dentre
as infinitas formas conhecidas dessa felicidade acon-
tecer. A viagem é uma delas, pois são poucas as pes-
soas que ficam tristes por fazer uma a passeio. Tudo
depende do perfil delas.
	 O aventureiro, histórico-cultural, peregrino,
gastronômico, consumista e “baladeiro”. Mas o que
leva uma pessoa largar tudo, para uma viagem só
de ida, em busca dos conhecimentos mais profun-
dos do universo? Estamos falando de amantes das
galáxias. Pessoas que tiveram contato com seres de
outros planetas ou que buscam experiências novas
dentro deste assunto.
PROFESSOR LÚCIO
O ESCOLHIDO DE OUTRO MUNDO
	 Quando tinha dois anos de idade, o profes-
sor Lúcio Valério Barbosa ficou doente e sua vida
nunca mais foi a mesma. Tratado por médicos da
família, dois anos internados, seis meses em coma,
mãe e pai gastaram tudo que tinham com o trata-
mento da doença, mas nada adiantou. Cansada da
situação, a mãe de Lúcio ajoelhou aos pés da cama
e orou para Cristo pedindo que se fosse sua von-
tade que curasse seu filho, caso contrário, que le-
FelipeCopat/ComTexto
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vasse ele logo para não mais sofrer. De repente, ela
viu uma bola de luz dourada que entrou no peito
de Lúcio, permaneceu por alguns segundos e saiu.
Ele acordou e começou a andar, estava curado.
	 Aos 13 anos, Lúcio sempre ia até o mor-
ro Canastrão, que fica na cidade onde ele morava
nessa época. Estava em Sidrolândia, quando numa
noite, ele enxergou uma luz fazendo “zig-zag” no
céu, entre as estrelas. A nave se aproximou de Lú-
cio. “Ela parou uns 20 metros de mim, e ela cresceu.
Virou uma bola de luz do tamanho de um estádio
de futebol. Aí apagou a luz. Quase morri do cora-
ção porque eu vi um disco voador cor de metal, a
lua estava clara, aquilo brilhava na lua. Eu pensei
que eles iam me levar. Eu vi uma porta redonda de
baixo do disco, na janelinha dessa porta saiu uma
luz prata que clareou a montanha inteira. Logo de-
pois saiu uma luz dourada do meio dessa luz prata
e no meio dessas luzes caíram brilhos, como pur-
purina. Em seguida, começou tocar uma música.
Uma música orquestrada, que me passou um sen-
timento de amor. Quando eu estava cheio desse
amor parecia que eu ia explodir, eu me vi flutuando
no espaço e vi uma bola azul, fui me aproximan-
do da bola azul, fui me aproximando da Terra.” Ele
finaliza sua experiência. “Ter contato é uma coisa
meio estranha, mas é o que aconteceu comigo.”
ULI OHRSTRON
A MUSA SELECIONADA POR ASHTAR
SHERAN
	 Tinha apenas oito anos quando teve o pri-
meiro contato. Ela morava próxima ao Recanto An-
jos de luz. Ela e a família deram as mãos em cir-
culo e como numa prece, com os olhos fechados,
pediram para os extraterrestres aparecerem. E foi
assim. A mãe de Uli se assustou e soltou as mãos
quando o disco apareceu e o no mesmo instante,
num piscar de olhos, o disco sumiu. Uli diz ter visto
humanoides dentro da nave. “Eram humanos!”.
Já na adolescência, Uli saiu da fazenda para mo-
rar em Campo Grande para poder estudar turismo.
Numa tarde, ela estava em seu apartamento com sua
mãe, quando Lúcio foi visita-las. Lúcio era amigo
da família. Ali aconteceu o primeiro contato deles.
Um contato visual. Uma amiga em comum recebeu
o convite de Lúcio para passar o Revellion no sítio e
convidou Uli. Ela acabou indo no carnaval. “O lugar
émágiconé...daímeenvolvicomoLúcio.”Disseela.
	 Lúcio e Uli hoje são casados e têm dois fi-
lhos. No mundo da Ufologia, o professor é respei-
tado pelas suas experiências e contatos. Ele não
se considera um ufólogo, nem estudioso e sim um
Contatado. Segundo Lúcio, ele recebeu poderes pa-
CONTATO
IMEDIATO
Aos 13 anos, Lúcio
diz que viu o primei-
ro OVINI
FelipeCopat/ComTexto
ranormais e sabe muitas coisas que a humanidade
não está preparada para receber. Ele têm quatro li-
vros publicados sobre suas experiências. Seu sítio
está localizado em Corguinho, na Serra de Mara-
caju. Não se sabe ao certo do porque chapadas e
serras são lugares de mais acessos a esses conta-
tos, porém, pessoas enfrentam milhares de quilô-
metros para buscar essa aproximação extraterrena.
A VERDADE ESTÁ LÁ FORA
	 A equipe da revista Com Texto resolveu
encarar uma aventura. Saímos de Campo Grande e
fomos até a cidade de Rochedo. São dois lugares
mundialmente conhecidos, Recanto Anjos de Luz,
que pertence ao professor Lúcio e o Projeto Portal,
onde está à cidade Zigurats, que pertence à Uran-
dir Fernandes Oliveira, que por incrível que pare-
ça remete a UFO. Sigla norte americana utilizada
para definir (Unidentified flying object), ou seja:
objeto voador não identificado, em bom português.
	 Buscamos informações enquanto aguardá-
vamos o nosso “guia”. A estrada que dá acesso a
esses dois lugares, que são vizinhos, fica em Ro-
chedo, porém, eles pertencem a cidade de Corgui-
nho. Sem nenhuma informação na cidade, fomos ao
local que leva “informação” diária para a popula-
ção de Rochedo pedir “ajuda”. A rádio 100,3 FM.
ROCHEDO
A PORTA DE ENTRADA DO UNIVERSO
	 Luana Lima é locutora da rádio. Ela co-
nheceu o Projeto Portal. “Se existe a gente, por-
que não pode existir seres em outras galáxias”,
afirmando acreditar em seres extras terrestres.
Luana diz que a maioria da população da cida-
de não acredita e também não tem acesso ao Pro-
jeto Portal, muito menos ao Recanto Anjos de
Luz. São os turistas que vão mais a esses locais.
	 Com duas indicações, fomos atrás de mais
informações. Procuramos por um antigo morador
de Zigurats, que não quis nos dar entrevista, mas
indicou a Elizabeth. Por sorte, e por estar em uma
cidade pequena, a própria Elizabeth passava de
carro na rua onde conversávamos com o “ex-zigu-
ratiano”. Conseguimos falar com ela e marcamos
um encontro para o dia seguinte às 10 horas da ma-
nhã na entrada do Projeto Portal. Sobre o Projeto
Portal e a cidade chamada Zigurats falaremos em
instantes. Voltemos para o Recanto Anjos de Luz.
	 Nosso guia atrasou e passou por telefone as
coordenadas. “Vão e me esperem no bar do Elézio,
depois de lá é mais difícil.” Afirmou Humberto
Chelotti Gonçalves, advogado que mora em Campo
Grande e sempre que pode está em Corguinho. Para
ele, observar o céu é uma conexão com a natureza e
uma forma de fomentar esse fascínio que tem pelo
mundo extraterreno. “Desde criança, na verdade
eu estou ligado a essa realidade, para mim é uma
realidade. Este local aqui, em razão de suas parti-
cularidades, acabou concretizando mais ainda essa
ideia de existência de outras raças além da nossa.
Eu não sei por que motivo eles tem a somar, ou o
que eles querem levar... se isso está relacionado à
sociedade, eu não sei, mas eles são nossos irmãos”.
PORTAL. Estrada que dá acesso à comunidade
de observadores do céu.
FelipeCopat/ComTexto
40 41
Foi o que fizemos. Andamos cerca de 50 km de
estrada de chão. Caminho desconhecido e o medo
de errar fizeram-nos gastar cerca de 2h30min
de viagem. Estradas confusas, caminhos que
às vezes nos induziam ao erro. Nós não podía-
mos errar! O combustível estava contado, se aca-
basse, teríamos que esperar um contato para a
ajuda com primeiro que chegasse, seja humano
ou ET. Ali já percebemos que a noite seria longa.
BAR DO ELÉZIO
DRIVE THRU DE DISCO VOADOR
	 Inacreditável. Um bar no meio da escuridão.
Uma lâmpada com luz fraca ajudava a identificar o
local. Um aparelho de som tocando country român-
tico americano. A mesa de sinuca cheia de maripo-
sas, dois cachorros bem receptivos e tranquilos, o
som da mata... (Que é tenebroso em meio ao nada!).
A natureza refletida pela luz do sol é uma impres-
sionante obra de arte natural, já à noite... E nesse
cenário encontramos o solitário Elézio José da Silva
que contou um pouco de sua história, inclusive suas
experiências com as luzes vinda do céu.	
	 Em 2007, ele teve sua primeira visão. Um
dia, José aguardava uma carona na beira da estrada
próximo ao seu bar, quando viu uma estrela muito
grande, que fazia movimentos leves para cima e para
baixo. De repente esta estrela fez movimentos brus-
cos, foi em direção ao morro e por lá desapareceu.
Naquele mesmo ano, Elézio estava com sua irmã em
seu estabelecimento, e no alto da estrada mais uma
estrela aparecera. Ele saiu de dentro do bar para ob-
servar o fenômeno, e os movimentos eram parecidos
com os da primeira vez. Em cima de seu bar a estrela
ficou com a luz mais intensa e depois desapareceu.
	 O comerciante diz não acreditar exatamente
em ET’s. Tudo não passa fenômenos da natureza.
Acredita sim que exista algum ser por traz de tudo
isso. “Existem outros seres que servem a Deus, en-
tão essa crença nos deuses que o povo esqueceu. E
hoje ela tem que voltar à tona de novo, é por isso que
muita gente está procurando o Projeto Portal e o Lu-
cio Valério, porque eles têm contatos com alguns ti-
pos de seres diferentes do que a igreja não tem. Eles
quando falam dos seres extraterrestres, eles levam
para o lado material, assim digamos outros planetas.
O meu jeito de entender é diferente, esses deuses
são de outros planos, já não é, por exemplo, de Mar-
te, Vênus, Júpiter, Plutão, e sim de outros planos. E
eles nos visitam através de raios de luz, então é mui-
to, mais rápido até que um elevador. Eles moram
em planos muito longe. Quando precisam vir aqui,
eles vem em raios de luz, porque é muito rápido,
coisa de alguns segundo eles já estão próximo da
eles já estão próximo da terra”. Afirmou Elézio, mo-
rador do local há 17 anos.
LOCUTORA "Se existe gente aqui porque não
pode existir em outras galáxias?", diz Luana Lima
CRENÇA Dono de bar diz que existem outros
seres que servem à Deus
RECANTO ANJOS DE LUZ
CELESTE LUGAR DO INTERIOR
DA GALÁXIA
	 Enfim, chegou nossa carona. Chegamos na
sede do sítio. Algumas redes penduradas, um fo-
gão à lenha feito de tijolos à vista, água de poço
e uma roda d’água. Típico sítio do interior. Não
mora ninguém no lugar. Então, estávamos eu,
Mauro, Fernando, Jackson e Humberto. Levamos
comida. Fernando preparou um churrasco. A chur-
rasqueira era um “cupinzeiro” desabitado reapro-
veitado. Incrível a natureza nos fornecendo ferra-
mentas. Muita conversa e música. Pouco distante
dali, escutávamos um batuque de percussão. Zigu-
rats. Nossa expectativa aumentava a cada segun-
do, tanto para ter um contato, quanto para conhe-
cer as pessoas dessa cidade tão no meio do nada.
	 Fernando e Jackson autorizaram utilizar o
primeiro nome e o local de onde vieram. Fernan-
do, de São Paulo, capital, sempre vem passar suas
férias em Campo Grande. Entre suas escolhas está
um final de semana no Recanto Anjos de Luz. Para
ele, Deus é o próprio universo, ao contrário do que
o professor Lúcio, que diz que Deus é o criador de
todos os universos, mas ele vê em Lúcio sabedoria
e o respeita como mestre. Jackson mora em Cam-
po Grande e sempre acompanha Fernando. Disse
já ter visto várias luzes diferentes no céu, para ele
são OVNIs, (Objetos voadores não identificados).
	 Terminamos de jantar, fomos até um ve-
lho aeródromo armar as barracas. Ali, a nossa noi-
te começou. Eram duas horas da manhã. Mauro e
eu já tínhamos montado a nossa barraca e resol-
vemos ajudar Fernando que estava com dificul-
dades, também não conseguimos. Num gesto de
companheirismo, colocamos o colchão na grama
e dormimos ao relento, até porque se dormísse-
mos na barraca poderíamos perder a chance de ter
um contato, enxergar um disco voador ou luzes.
PAZ Recanto anjos de luz é
um lugar tranquilo e sossegado. A roda d'água
compõe a trilha sonora d ambiente
Fotos:FelipeCopat/ComTexto
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  • 1. TRAUMA ALÉM DA INFÂNCIA REVISTA LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA ANHANGUERA UNIDERP O que dizem delegados e psicólogos sobre abuso sexual infantil UNIVERSIDADE Altlética sus- peita que ex- -membro tenha desviado R$ 40 mil CONTATADOS Descubra o lugar de MS onde pessoas dizem ter contato com extra-terrestres
  • 2. 2 3 A MAIOR 'COM TEXTO' DE TODOS OS TEMPOS 143 páginas especiais dedicadas à você! Com texto e imagem Turma de Jornalismo N51 & N41 2015 SUMÁRIO DO CAMPUS.....10 Atética suspeita de desvio de mais de R$ 40 mil .......10 ECONOMIA........20 Corumbá alavanca econo- mia com turismo....22 CIDADES..........49 Conheça os monumentos da Capital e os seus 'donos...49 ESPORTES..........58 Relembre os anos de ouro do futebol de MS.........58 RURAL..............75 Médica de MS clona bezerro. Conheça a história.....75 CULTURA..........83 Onde comer crepe, sushi e outros pratos em Campo Grande.......83 TECNOLOGIA PÁG. 131 Saiba sobre Assassin’s Creed, e Warface em CONHEÇA A CIDADE DE OUTRO MUNDO EM MS PÁG.37 ELES NÃO SENTEM DOR DO OUTRO, DIZ PSICÓLO- GA SOBRE ABUSADORE PÁG.32 As faces da homofobia ... PÁG.118 COMPORTAMENTO...110 SAÚDE..........122 Pindas pra relaxar........127
  • 3. 4 5 EDITORIAL É com grande prazer que fazemos chegar às mãos dos leitores mais uma edi- ção da revista ComTexto. Seguindo o su- cesso da edição anterior, lançada após uma década da primeira publicação, este ano apresentamos uma revista com a nossa cara, tra- zendo um novo design, outra logo marca e um dife- rencial na maneira de enxergar o jornalismo para revista. Marcamos aqui mais uma fase importan- te para a comunicação em nossa região. Contando com várias editorias reche- adas de grandes matérias, essa revista labo- ratório, pensada pelos alunos do 4° e 5° se- mestre do curso de bacharel em Jornalismo da Universidade Anhanguera Uniderp, traz grandes conquistas, curiosidades e muitas histórias a cada página folheada. Ao escolher os temas das matérias que compõe a cada caderno, procuramos contem- plar assuntos atuais que auxiliem o leitor a ter acesso a uma abordagem contextualizada no mundo contemporâneo que vivemos. O objetivo desta revista é, portanto, con- tribuir para a formação dos acadêmicos, que se empenharam e dedicaram parte de seu tem- po na execução desta publicação. E é des- sa forma que gostaríamos de agradecer a to- dos que colaboraram para a realização desse projeto, confiantes que essa revista represente apenas o início de uma série de contribuições para a formação inicial e continuada de ou- tros acadêmicos que nos sucederá. Wilton Rojas Editor-chefe POR TRÁS DO VIDRO AZUL LEOCÁDIA PETRY LEME A mulher que administra a maior universidade do Estado fala à 'Com Texto' da vida pessoal, trajetória, crises e superações. P or trás do vidro com pelícu- la azul-marinho, está a edu- cadora, mãe, esposa e avó que tem mais histórias para contar do que o tempo para uma prosa permite. Com 67 anos, a reitora da Anhanguera Uniderp, Le- ocádia Aglaer Petry Leme, diz que já passou da hora para escrever um li- vro sobre a sua trajetória. O cargo de chefia não a antipatiza. Sua simpatia jovem e contemporânea a coloca à frente do seu tempo, mesmo ocupan- do posição de influência e autoridade. “Catarinense de nascimen- to, paranaense de criação, sul-ma- to-grossense de coração e campo- -grandense por adoção” é como a educadora define a sua origem. Sorriso é o que ela não eco- nomiza, principalmente quando o assunto é a família ou o seu traba- lho. Mãe de dois filhos e avó ‘co- rujésima’ de sete netos, Leocádia confessa, com sotaque inconfundí- vel do sul do Brasil, ter passado do tempo para se aposentar. A mulher obstinada e de pul- so firme interrompeu seus afazeres no meio da tarde do dia 19 de maio para nos recepcionar como velhos conhecidos. “Se todos os brasileiros tivessem a possibilidade de estudar, o Brasil seria outro”, disse no come- ço da entrevista relembrando uma conversa que teve um dia antes com a ex-vice-governadora, atual sena- RONIE CRUZ RESPONDE Ascom/Uniderp "O que eu não faço é abrir mão daquilo que acredito" Revista Laboratório do Curso de Jornalismo Ano III - Nº 1 28 de Junho de 2015 Coordenador do curso de Jornalismo: Carlos Kuntzel Jornalista Responsável Marcelo Rezende - 741 MTB/MS Editor-chefe: Wilton Rojas Editores: Adriano Fernandes, Anderson Dinozzo, Anna Camposano, Cleto Kipper, Juliana Alves, João Gabriel Vilalba, Vinicius Costa, Jessé Martins e Ronie Cruz Repórteres: Anderson Dinozzo, Anna Camposano, Anne Araújo, Ana Gabrielle Brandão, Beatriz Almei- da, Beatriz Arruda, Bruna Rocha, Carla Salentim, Clauder Gaete, Cleto Kipper, Cristiano Arruda, Éder Freitas, Elaine Otnemicsan, Elizangela Vargas, Fábio Onorato, Felipe Copat, Felipe Sidy, Fernanda Oshi- ro, Francielle Floriano, Jadd Índio do Brasil, James Vianna, Jefferson Gamarra, Jessé Martins, João Gabriel Vilalba, João Guanes, Juliana Alves, Juliana Miyuki, Larissa, Leonardo Lima, Marcus Rodrigues, Mauro Silva, Matheus Ribeiro, Nathália Oliveira, Ro- nie Cruz, Samuel Isidoro, Tamara Sainz, Thais Rosa, Vinicius Costa, Wilton Rojas. Editores de texto: Felipe Sidy e Jessé Martins Editor de Imagem: Matheus Ribeiro Editor de arte e diagramação: Ronie Cruz Auxiliar de diagramação: James Vianna Editor de foto e imagem: Matheus Ribeiro Capa: Juliana Miyuki, Matheus Ribeiro e Ronie Cruz O conteúdo produzido nesta edição é de inteira responsa- bilidade de seus idealizadores. Revista Com Texto Rua Ceará, 333 B. Miguel Couto Campo Grande - MS. CEP 79003-010 Tel: (67) 3348 - 8096 Email: comtexto@uniderp.com.br Reitora: Profa. Leocádia Aglaé Petry Leme Pró-Reitora de Graduação, Pesquisa e Pós- -Gradução: Profa. Dra. Luciana Paes de Andrade - Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Desporto: Prof. Mestre Ivo Arcângelo Vendrúsculo Busato E N T R E V I S T A
  • 4. 6 7 dora e também professora, Simone Tebet (PMDB). Ao ser entrevistada, a reitora recordou as primei- ras 'páginas' da sua vida e destacou os primeiros anos como profissional na àrea da educação. Ela comentou sobre a sua relação com a política sul- -mato-grossense e revelou como a universidade enfrentou as recentes crises de imagem. Além dis- so, explicou como está se comportanto diante das mudanças Anhanguera/Kroton e como isso muda o dia-a-dia dos universitários. Sobre as alterações realizadas pelo Governo Federal no FIES, que pro- vocou uma onda de protestos na Anhanguera Uni- derp, Leocádia não poupou críticas e disse que “qualquer pessoa nesse país que trabalhar em fun- ção de dificultar a entra- da de um aluno no ensino superior não é do bem”. Como foi o início da sua trajetória? Eu pertenço a uma família que dava um valor mui- to grande para a educação. Eu lembro que éramos cinco irmãos. Duas meninas e três meninos. Eles diziam ‘pai eu quero ir trabalhar e meu pai respon- dia “trabalho pra você estudar, então vai estudar, esse é o teu trabalho”. Com isso, aconteceu que fui a primeira mulher entre esses cinco a entrar numa faculdade. Eu na verdade queria fazer direito, mas o meu pai tinha um sonho. Um sonho maravilho- so dele que queria que eu fosse professora. Eu falei ‘tudo bem’. Então eu fui para o curso de pedagogia na Universidade Federal do Paraná, sempre pen- sando que um dia fosse fazer direito. Mas eu casei, mudei pra Mato Grosso do Sul, continuei a estudar e a minha voltou pra questão da educação mesmo. Fui professora primária durante algum tempo em estágio, depois eu fui supervisora educacional, fiz supervisão, fiz gestão, fiz MBA em gestão e aca- bei me especializando na gestão em educação, não como professora, mas como gestora. Fui secretária de educação em Mato Grosso do Sul, que na minha gestão que foi no governo Pedro Pedrossian, criou- -se a UEMS. E com isso eu acabei saindo da se- cretaria e sendo eleita a primeira reitora da UEMS, onde fiquei durante cerca de oito anos. Depois eu fui reeleita reitora então eu fiquei 8 anos e 9 meses na UEMS. Foi uma experiência bárbara e lá me aposen- tei enquanto vínculo com o governo do estado. Aí quando terminei, estava já pra descansar, pra parar, o professor Pedro que era dono aqui da Uniderp me convidou pra ser vice-reitora dele e até hoje estou aqui. A Anhanguera adquiriu a Uniderp, eu fui de vários cargos dentro da Anhanguera e voltei como reitora aqui da Uniderp. É uma prazer enorme ser reitora da Uniderp, um desafio enorme, a Uniderp querem os nossos concorrentes ou não é a maior universidade do Estado, não tem pra ninguém, o senso tai é só olhar os números. Portanto, por ser maior e também querer ser a melhor, que esse é o nosso grande desafio, são muitos os problemas a se- rem enfrentados, mas é sempre muito gratificante. Geralmente as pessoas escolhem a profis- são por afinidade. A senhora nasceu líder? Não acredito que eu tenha nascido líder, eu acho que a vida leva a você desenvolver algumas habilidades que você tem internamente que você até nem sabe que tem e na educação a liderança é a primeira que se aprende. Você lidera, você organiza, você orienta e isso sem você querer um não, se você exercitar a vocação do educador, você acaba sendo líder. Então eu acho que a minha área fez com que isso ficas- se muito presente. Eu sou muito,‘a mãe nasceu pra coordenar’, meus filhos falam isso. A minha casa é cheia de homens, então, tinha um conceito quando os meus dois filhos eram pequenos, que eles diziam as- sim, 'mãe manda o pai deixar', porque supostamente era a mãe que mandava o pai deixar. Mas é isso, eu defendo muito o que eu acredito. As pessoas dizem assim: 'mas você não muda de opinião?' Mudo. Se eu encontrar uma outra Leocádia tão firme nos seus conceitos quanto os meus eu vou parar para olhar. O que eu não faço é abrir mão daquilo que eu acredito. Eu não abro. Mas eu quero sempre ser convenci- da, porque a mudança pro ser humano desestabiliza. Nós estamos vivendo um momento novamente aqui na Uniderp de novas ideias, de novos caminhos, e se você for resistente a mudança você realmente não consegue. Não é a tua liderança que vai fazer com que aconteça, não é nada. Ou você abre e até ajuda a propor coisas pra ser melhor ou então sai, porque se não você não consegue exercer a sua profissão. O ano passado a senhora foi suplen- te do candidato a senador Ricardo Ayache. A senhora ainda planeja al- gum dia ocupar algum cargo político? Eu nunca planejei. Foram dois momentos que eu aceitei o convite que me fizeram. Por dois motivos muito claros. No primeiro, fui candidata a Deputada Federal quando eu estava lá em Dourados. E fui sem sair um dia do meu trabalho como fiz dessa vez aqui também. Eu vou pra poder falar sobre a proposta do PDT, que é o meu partido. O PDT é o partido do Brizola e o partido da educação no nosso país. É uma pena que esse Brasil ele tem uma extrema difi- culdade de aceitar, digamos assim, ideologicamente os partidos. Já com o Ayache, o Delcídio pôs na ca- beça que se ele fosse governador ele me chamaria para trabalhar, dizer o que é importante fazer em educação. A vida me proporcionou conhecimento. A vida me fez 40 anos da minha trajetória pública e privada, agora, 7 anos, me possibilitou adquirir muito conhecimento e eu tenho obrigação de pôr pra fora. Eu falo sempre que eu estou demorando para aposentar, mas na hora que eu me aposentar eu vou ter que escrever, vou ter que por isso em livro porque é uma experiência muito grande. Eu ima- gino que pouquíssimas pessoas no Brasil tiveram a chance de ser secretário de educação, reitora de uma estadual e reitora de uma de capital aberto ou a maior do mundo. Quer dizer, é uma história que a vida me proporcionou que eu tenho que, de uma certa forma, dar em troco. Por isso que eu fui. Então, eu não tenho assim nenhuma pretensão de ser, mas tenho a pretensão de poder sempre que eu puder fa- lar sobre aquilo que eu acredito em política. E em política só acredito numa coisa no país. Tenho dito esses dias, qualquer pessoa nesse país que trabalhar em função de dificultar a entrada de um aluno no ensino superior não é do bem. Não pode ser do bem. Qual é a sua opinião sobre as mudan- ças realizadas pelo governo no FIES? É exatamente sobre isso que estou falando. Em 2010, quando eles fizeram essa proposta maravilhosa do FIES pra todo brasileiro poder entrar eu aplaudi de pé e vou dizer o porquê. Desde o tempo que eu es- tava na Secretaria eu fiz várias viagens para o exte- rior para conhecer propostas é que eu acompanhava. Qualquer americano, qualquer canadense que nas- cer hoje ou nascesse há 30 anos o pai dele sabia que quando ele completasse 18 anos e fosse fazer a uni- versidade ele poderia escolher Harvard porque tem financiamento pra ele fazer o ensino superior. Qual- quer um de primeiro mundo. E nós não. O Brasil consegue ser o país que, inclusive na América Lati- na, é o último em percentual de pessoas com curso superior. Você aguenta perder pro Paraguai? Fala pra mim? Você aguenta perder pra Argentina? Pro Chile? E então. E por quê? Porque nunca existiu nin- guém que trabalhasse fortemente com uma proposta de entrada para que tivesse a possibilidade de ter. Não se construía novas universidades federais e não se tinha nada que possibilitasse que o menino pudes- se pagar. Feito isso, tem uma mudança que eu acho que deveria ter sido desde o início que eu concordo. "Eu acho que o estudante tem que ter no mínimo 450 pontos na redação do ENEM para ter o FIES. Porque se não o aluno faz de qualquer jeito, como quiser, não estu- da nada no ensino médio" LEOCÁDIA PETRY LEME RESPONDE
  • 5. 8 9 Mas, eu sou contrária a limitar. A dizer, por exem- plo, eu só vou dar 10% desse curso, isso eu sou con- trário. Acho que eles tinham tirar dinheiro de tudo para poder dar jeito. Não dá pra tratar a educação desse jeito num país subdesenvolvido como o nosso quando entra em crise. RECENTEMENTE A UNIVERSIDADE PAS- SOU POR DUAS CRISES DE IMAGEM, SEN- DO O CASO DA ESTUDANTE DE ARQUITE- TURA QUE FALECEU NO ANO PASSADO E DO SUPOSTO SUICÍDIO DE OUTRA ESTU- DANTE NESTE ANO? COMO FOI GEREN- CIAR ESSAS CRISES?Foi muito difícil. Foi di- fícil pelo seguinte, a gente toma todos os cuidados, e mais do que isso a gente atende a tudo o que a legislação manda. E você sabe que a legislação é muito séria hoje em dia no que diz respeito à aces- sibilidade e segurança. Tem bombeiro e têm órgãos fiscalizadores. A gente só não consegue se preparar para o inevitável, como foi o caso da menina que fa- leceu no corredor da sala de aula. Fizemos tudo que nós pudemos. Nós temos inclusive dentro do nosso Campus um centro médico. Os médicos saíram de lá, vieram. Quer dizer, foi feito tudo. Não foi fácil, foi muito difícil, foi doloroso. Mas eu tenho a cons- ciência absolutamente tranquila, porque nós demos, inclusive para a família, todo o suporte necessário e fizemos acompanhamento disso tanto no primei- ro quanto no segundo caso. No último, todos que viram concluíram que os nossos patamares de segu- rança são altos, não tem nada que facilite aqui que uma pessoa caia assim. E eu espero que tanto nossos alunos quanto a sociedade consigam fazer essa lei- tura. Teve uma coisa que melhorou após o primeiro caso, a gente tinha brigadista que é obrigado a ter, chamava SAMU, mas a gente não tinha o que nós temos agora. Além do serviço obrigatório de SAMU e bombeiro, temos um serviço terceirizado que nos dá atenção em primeiro lugar. É a Quali Salva. Às vezes acontece de chegar os três juntos. Então as pessoas vêm direto do serviço, passam mal, ficam com hipoglicemia e então os socorristas são aciona- dos e às vezes chegam todos juntos. A gente chama nosso serviço terceirizado, ele é obrigado a vir. A Quali Salva tem um contrato de no máximo 10 mi- nutos, não mais que isso. Mas os bombeiros às vezes chega com sete, às vezes chega com cinco. Portanto, só para que a gente garanta que o nosso aluno, que o nosso professor, que o nosso funcionário possa ser atendido. O QUE O ESTUDANTE DA ANHANGUERA UNIDERP PODE ESPERAR COM A RECENTE FUSÃO DA ANHANGUERA E DA KROTON? Inovação em primeira mão. Eu tenho sentido isso. Nós ainda estamos recebendo gradativamente todas as informações de matrizes novas, grades novas. Existe um pré-conceito no Brasil de que estaríamos comercializando um direito do aluno que é o ensino. Só que eu particularmente que conheço o ensino de tudo que é jeito, conheço ele público, de capital fe- chado e de capital aberto. E sabe o que eu vejo que a gente ganha com o de capital aberto? É a neces- sidade que essas empresas precisam de resultado. Ninguém investe no que não é bom. Certo? E Inves- tidor não está para brincadeira. Esses investidores dos EUA, esses grandes investidores, e eles buscam o resultado do nosso negócio no que o MEC apre- senta e diz pra eles. ‘Olha aquele curso tirou quatro no Enade, aquele lá tirou um e aquele la tirou dois’ . Para que o estudante tire quatro no Enade, nós, o capital, vamos ter que fazer o estudante aprender. Então, ganha quem? Ganha a sociedade, ganha essa pessoa que está fazendo um curso dentro de uma instituição como essa e ganha o Brasil. Por isso que eu digo, o aluno da Kroton pode esperar por isso. Ele vai estar sempre atento ao máximo de inova- ção possível, à possibilidade de garantir que ele não pare, o jeito de negociar e fazer qualquer coisa para que ele não deixe de estudar. O QUE LHE TRAZ MAIS ORGULHO AQUI NA UNIDERP? A marca nas pessoas que passam pela Uniderp tem um significado fabuloso. O que me traz mais orgulho é perceber que não tem em Mato Grosso do Sul quem não saiba quando fala o nome da 'Uniderp'. É, sobretudo, o reconhecimento. Quando o estudante que está aqui percebe que exis- te um risco de ele não poder ficar, isso revolta. E eu acho que eles estão certos. Eu acho que tem que lu- tar, por querer, por conseguir, por ter que ficar para poder sair daqui com um diploma da Uniderp. QUEM É LEOCÁDIA AGLAER PETRY LEME? Ela é uma mulher que tem um monte de homens em sua vida, eu falo porque são 8 homens. Eu tenho um marido, dois filhos, seis netos homens e uma netinha. Mas eu sou uma mulher que se de- dicou a vida inteira por uma causa e essa causa é a educação. NÃO TOLERA? Falsidade, corrupção, não tolero. Para mim é o grande fator de desagregação do nosso país. Isso eu não tolero. REGRAS? Respeito, compromisso e dedicação. Essas três questões estão em qualquer regra de con- vivência, seja ela familiar ou profissional. UMA SÉRIE DE TV FAVORITA? Eu nem tenho. Eu não vejo muito a TV, mas eu gosto de novela. Eu vejo novela umas duas vezes por semana. QUAL NOVELA? Vamos ver. Qual é mesmo a que está passando agora? [risos]. Mas eu gosto um pou- co de ver televisão, eu gosto de entrevistas, sabe? Eu gosto desse tipo, que não canse, se você enjoar você tira e não tem nenhum compromisso. Filmes assisto poucos. Só quando o filme é muito recomen- dado que eu vou ao cinema. TEM ALGUM HOBBY? Eu acordo e faço exer- cício na bicicleta ergométrica durante 40 minutos todos os dias, de domingo a domingo. Eu levanto as sete, tomo meu café e faço bicicleta lendo jornal. Esse é o meu hobby. DESISTIR? Nunca. Eu não desisto nunca. Eu sou teimosa. Dizem que taurino é teimoso e eu sou. Eu sou protótipo. Não desisto nunca, além de ser brasi- leira que não desiste. [risos]. SE FOSSE PARA ESCOLHER A TRILHA SO- NORA DA SUA VIDA, QUAL SERIA O CAN- TOR, A MÚSICA E O TRECHO? O cantor qual- quer um seria. Mas a música seria “Carinhoso”. E eu digo por que. Meu marido toca clarinete e eu adoro quando ele toca “Carinhoso”, é a minha mú- sica preferida. UM LUGAR DO MUNDO PRA VIVER EM PAZ? A minha casa que eu sei que eu viverei em paz. Mas eu também gosto demais de Curitiba. LEOCÁDIA PETRY LEME RESPONDE "Uniderp é a marca que nos dá o maior orgulho. Traz os maiores problemas também. O FIES foi no Brasil inteiro e só aqui que os estudantes fizeram movimento, bateram panela, mas isso eu consi- dero que é exatamente essa paixão pela universidade" Ascom/Uniderp
  • 6. 10 11 EX-MEMBRO DE ATLÉTICA É SUSPEITO DE DESVIAR MAIS DE R$40 MILEle era diretor de eventos da Atlética de Direito da Uniderp e teria desviado recursos de viagem de universitários à Florianópolis. 'Benny teve total controle sobre as transações do caixa' e dinheiro teria sido gasto em ‘noitadas’ em casa de shows de Campo Grande, diz fonte. Acusado nega desvio, alega erro de cálculo e culpa ADU. A Associação Atlética Acadêmica de Di- reito Uniderp (ADU) está mesmo com um ‘pepino’ para resolver. A viagem para o Praia Jurídica 2015, ocorrida em abril deste ano, em Florianópolis, aca- bou terminando em pesadelo para a associação. Em setembro de 2014, a Atlética conseguiu a oportunida- de para participar do requisitado evento, por meio de um dos seus integrantes, o estudante de Direito Benja- mim Dankam. O rapaz ficou responsável por consul- tar os gastos com o evento, estipular preços, vender os pacotes da viagem e fazer o pagamento mensal das seis parcelas à empresa do circuito de praias. AAtléti- ca suspeita que ele tenha desviado mais de R$ 40 mil do dinheiro. Uma fonte ligada à ADU. e que preferiu não ser identificada disse à Com texto que, como o acusado havia conseguido emplacar a associação no Praia Jurídica (o que é muito difícil, segundo ela), a Atlética confiou ao acadêmico toda a organização da viagem e ‘total controle sobre as transações do caixa’. “Foi excesso de confiança”, afirmou a fonte. Benjamim não é quem diz ser. Seu nome na verdade é Douglas Nascimento da Silva. Ele usa ou- tro nome para se apresentar aos amigos e nas redes sociais. O rapaz, conhecido popularmente por Benny, era sócio e diretor de eventos da Atlética e organiza bailes e festas na capital sul-mato-grossense. No en- tanto, dessa vez, o episódio na universidade pode ter manchado sua reputação como promotor de eventos BIA ALMEIDA RONIE CRUZ DO CAMPUS CONFIOU DEMAIS Fonte secreta ligada à ADU diz que foi 'excesso de confiança'. PaulaMaroso/ArquivoPessoal D O C A M P U S
  • 7. 12 13 DO CAMPUS em Campo Grande. Conforme relato da fonte anônima, as su- postas irregularidades começaram a serem desco- bertas no dia 16 de abril, momentos antes do em- barque para o evento em Florianópolis (SC). A ADU contratou três ônibus para fazer o transporte de 125 estudantes. Desses, 108 eram da Anhanguera Uni- derp e 17 eram estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O ponto definido para embarque foi a Praça do Rádio Clube, no cen- tro de Campo Grande, às 18h. Segundo a fonte, até a data já haviam passado seis meses e as despesas com a viagem deveriam estar devidamente pagas, porém, a associação veio dar conta de pagamentos não reali- zados meia hora antes da viagem. A fonte afirma que até então Benny negava qualquer problema que pu- desse impossibilitar a ida ao evento e dizia que “es- tava tudo ok e que tudo seria resolvido”. Porém, uma ligação meia hora antes do embarque na quinta-feira (16) teria transtornado os membros do diretório da Atlética. A fonte soube que a empresa de transportes Monte Sião - contratada para realizar o serviço – en- trou em contato com a diretoria informando que o terceiro ônibus só faria o transporte caso fosse efetu- ado o pagamento de R$ 13,7 mil e que a associação ainda não havia pagado o valor. O ônibus do qual a empresa se referiu ao telefonema seria o veículo que o custo foi dividido entre os estudantes da Anhan- guera Uniderp e os acadêmicos de odontologia da UFMS. Os estudantes da UFMS teriam pagado à vista dias antes a quantia de R$ 5,4 mil – referen- te à parte do ônibus combinada em acordo - o que intrigou a diretoria da Atlética, segundo a fonte. “Ele [Benny] sumiu com esse dinheiro. O pessoal da odontologia pagou à vista. Pelo menos a metade do ônibus deveria ter sido paga à empresa”, afirmou. Os problemas só estavam começando. Pouco antes da ADU receber o telefonema da Monte Sião, Benny teria resolvido ir de avião para Florianópolis antes delegação embarcar para receber um prêmio no valor de R$ 5 mil, ao todo, concedido pela em- presa do Praia Jurídica à ADU. “Um dos membros da Atlética emprestou o cheque porque o Benny disse que estava sem dinheiro e a empresa informou que queria entregar o prêmio nas mãos dele. O cara que emprestou não sabia preencher o cheque e dis- se para o ele [Benny] preencher depois, no valor de R$ 250. Ele confiou que isso fosse acontecer, mas, em vez disso, o Benny pegou o cheque e preencheu com o valor de R$ 14,7 mil. Depois, ele [Benny] foi na empresa Monte Sião e entregou o cheque dizen- do que seria para pagar o restante do dinheiro que a Atlética estava devendo” revelou a fonte. A inten- ção de Benny, segundo ela, era ‘tapar o buraco’ de R$ 13,7 mil, mas, ‘por sorte’, o cheque foi recusado pela empresa por causa de uma restrição no nome do titular logo após o suspeito ter deixado o local. Benny teria mentido para o proprietário da empresa de transportes dizendo que o cheque seria pago por um fazendeiro e que o dono do cheque era seu cunhado. O estudante que fez o empréstimo para o suspeito soube do fato ao receber um telefonema da Monte Sião. “Nessas al- turas, eu tenho certeza que o Benny iria fugir porque, se o cara da atlética não tivesse emprestado o cheque, ele [Benny] nem iria para a Praça, já sa- bendo que o terceiro ônibus não esta- ria lá. O Benny não sabia que a Monte Sião tinha recusado o cheque logo de- pois que ele saiu de lá, por isso deci- diu ir junto com o pessoal achando que estava tudo certo”, conclui o informante explicando que, mesmo tendo utilizado o cheque com outro propósito e ter desistido ir receber o prêmio, Benny foi para a Praça do Rádio Clube para embarcar com o restante da de- legação. “Quando [membros da ADU] perguntaram sobre a dívida ele [Benny] alegou que o pessoal [que tinha comprado os pacotes] atrasou parcelas e os ju- ros e multas acumularam. Então deu nisso no final”. Ao ser questionado sobre o cheque, que ele teria pre- enchido com valor 50 vezes maior do que o combi- nado, Benny alegou, segundo a fonte, que iria avi- sar posteriormente, mas isso não soou convincente. Para tentar ‘salvar’ a viagem, em cima da hora, a fonte revelou ainda que os membros da atlé- tica foram até a empresa Monte Sião tentar negociar a dívida para que o terceiro ônibus fosse liberado. Benny, ‘encurralado’, acabou indo junto. Sem acor- do, eles decidiram, então, fazer uma ‘vaquinha’ en- tre os estudantes - que no momento aguardavam o embarque na Praça. A ideia era quitar a dívida com o dinheiro da ‘vaquinha’. Para isso, as 125 pessoas da delegação, além de estarem pagando pela viagem, deveriam colaborar com R$ 109,06 cada, o que ao fi- nal resultaria em cerca de R$ 13 mil. De acordo com depoimento da fonte secreta à revista Com Texto, à diretoriadaassociaçãoresolveu,comopunição,fazer com que Benny fosse até os estudantes, confessasse o que havia ‘aprontado’ e fizesse a coleta de fundos para pagar a dívida do transporte. No entanto, “ele passou em cada um dos ônibus [que já estavam es- tacionados lá] e começou a falar que a Atlética tinha gasto todo o dinheiro, sendo que a atlética nunca viu a cor desse dinheiro. Ele [Benny] falou ainda que isso [a quantia que ainda faltava] era culpa de quem ha- via atrasado as parcelas. Ele inventou um monte de mentiras, de cara lavada e com tranquilidade. Uma coisa absurda”. A fonte afirma que os estudantes fi- caram transtornados com a notícia. Mesmo assim, alguns desembolsaram dinheiro para ajudar na ‘va- quinha’, mas o total não conseguiram atingir nem a metade da dívida. O desespero bateu com apenas R$ 2,7 mil em mãos. Foi então que eles recorreram mais uma vez à empresa para tentar negociar a dívida. VAI OU RACHA Segundo o informante, com receio de que os acadêmicos pudessem tomar medidas legais contra a Atlética, devido ao não cumprimento do que estava no contrato, alguns membros da associação propu- seram penhorar seus carros, mas a empresa se recu- sou a aceitar. Assim, um acadêmico que estava entre os passageiros conseguiu entrar em contato com o proprietário da Monte Sião e marcar uma reunião no mesmo dia em um Posto Combustível, localizado no cruzamento entre a avenida Calógeras e a ave- nida Salgado Filho. Enquanto os estudantes aguar- davam para partir, alguns sócios da Atlética foram até o posto e se reuniram com o proprietário da em- presa. Após algum tempo de conversa, uma terceira pessoa teria emprestado para a ADU um cheque de R$ 12 mil. Além de repassarem a quantia levanta- da na ‘vaquinha’, 'eles entregaram ao empresário o cheque e, só assim, o terceiro ônibus foi liberado'. Ao retornarem para a Praça, Benny já estava de malas feitas, pronto para partir com os estudantes. “Daí o pessoal começou a espalhar a verdade pra todo mundo que estava por lá e ele começou a se fa- zer de coitado. Começou a falar ‘ah! Foram seis me- ses de trabalho jogado fora’. Um dos caras da atlética foi em todos os ônibus esclarecer o que tinha aconte- cido. Ele começou a desmentir o Benny falando que o terceiro ônibus não tinha sido pago, que a Atlética nunca tinha visto a cor do dinheiro e que o respon- DIZ SER QUEM NÃO É. Nas redes sociais Douglas utiliza perfil com outro nome e com foto 'fake', diz informante. ReproduçãoFacebook
  • 8. 14 15 sável era o Douglas. O cara contou toda a história da negociação para o pessoal e disse que, se a atlética não tivesse negociado a dívida, 43 pessoas não iriam viajar, mesmo tendo pagado o pacote”, informou a fonte. “Quando o cara chegou ao ônibus que o Ben- ny tinha embarcado avisou que ele [Benny] não iria viajar e que era para descer. Daí o Benny levantou para sair e dois amigos dele, ‘marombinhas’, o barra- ram e disseram que ele [Benny] não ia descer. Mas o cara da Atlética continuou dizendo que ele ia descer sim e, se eles tentassem impedir, os dois seriam ex- pulsos juntos. Todo mundo parou e ficou olhando nessa hora. O cara [da atlética] disse ainda que os ônibus não iriam enquanto isso não fosse resolvido. Tinha até algumas pessoas defendendo o Benny, in- clusive pessoas da Atlética. Mas o rapaz da atlética acabou convencendo a maioria e o Benny desceu do ônibus. A galera queria começar a surrar ele lá na hora. Muita gente começou a entender o que havia acontecido. Se o Benny tivesse ido [na viagem] eles teriam matado ele, porque durante o caminho o pes- soal da Atlética começou a descobrir mais coisas”. Os ônibus que sairiam às 18h do dia 16 de abril, rumo à Florianópolis, partiram cin- co horas depois, às 23h30, devido à demora das negociações entre a Atlética e a Monte Sião. DESCOBERTAS NO CAMINHO A fonte soube que os membros da diretoria da ADU entraram em contato com a empresa, que realiza o Praia Jurídica, e descobriram que havia uma dívida de cerca de R$ 24 mil reais e que, desse valor, Benny teria pago apenas R$ 8 mil um dia antes, quando alegava que tudo estaria sob controle. Por estar em dívida com a empresa, à Atlética não iria poder participar do evento. Ao chegar em Florianó- polis, “a diretoria conseguiu fazer uma reunião com o dono da empresa do circuito de praias para tratar da dívida. Como eles tinham ganhado o prêmio de R$ 5 mil, a quantia foi utilizada para abater parte da dívida. O restante que ainda deviam, cerca de R$ 11 mil, foi divido em dez vezes. O proprietário do cir- cuito disse que sabia que a atlética estava na pior e ia ajudar porque queria ver eles [os estudantes] nos eventosfuturosdoPraiaJurídica”,disseoinformante. Benny conhecia o dono do circuito de praias. Foi ele quem apresentou a ADU à empresa à fim de conseguir participar do evento. O rapaz conseguiu isso, mas colocou tudo a perder, segundo a fonte. “Por sorte ele [o dono do circuito] deu 30 pulsei- ras do camarote do evento para a Atlética distribuir entre os estudantes da delegação. Em vez disso, eles [a Atlética] decidiram vender as pulseiras por um preço abaixo do que era vendido pelo no local. Al- gumas foram distribuídas para os que ajudaram na ‘vaquinha’ e 20 foram vendidas por cerca de R$ 100 reais. Com esse dinheiro eles pagaram a hospeda- gem e a alimentação dos motoristas. Ficou mais de R$ 1 mil [o gasto com os motoristas]”, relata a fonte explicando que foi descoberto que Benny não havia pagado a estadia dos seis motoristas da Monte Sião. “A empresa disponibilizou dois motoristas para cada veículo para que houvesse revezamento entre eles. Por sorte, os motoristas conseguiram uma pousada do outro lado do hotel onde ficaram hospedados os estudantes. O custo foi de R$ 150 para cada por mo- torista por 5 dias. Daí, além desse gasto, a Atlética teve que arcar com a alimentação deles [motoristas]”. Outra descoberta que chocou a Atlética foi referente ao cancelamento dos universitários que compraram pacotes, mas desistiram antes da via- gem. “A atlética descobriu que nenhum pacote ha- via sido cancelado. O Benny alegava para o pesso- al que tinha cancelado o pacote só que não tinha cancelado. A pessoa pagava a multa e ele embolsava o dinheiro. O cara [do Praia Jurídica] mostrou no sistema que não tinha nenhum contrato cancelado”. Além disso, “os valores do pacote que o dono do cir- cuito passou eram bem diferentes do que ele [Ben- ny] cobrava. Ele cobrou a mais. Tudo bem que era o valor do pacote seco e ele incluiu o valor do ônibus junto. Mas de 108 contratos, se ele aumentasse R$ 10 durante os seis meses em cada um, iria dar um bom dinheiro e foi isso que ele fez. Ele aumentou”, revela. CADÊ OS R$ 40 MIL Após cinco dias na capital catarinense, a vol- ta para casa foi marcada pelas estratégias para orga- nizar a ‘bagunça’. “O valor do rombo calculado pela Atlética é de mais de R$ 30 mil. Fácil. Porque foram R$ 13,7 mil do ônibus, mais R$ 16 mil do circuito, só isso dá R$ 29,7 mil. Tem ainda a hospedagem e alimentação dos motoristas e os contratos que ele [Benny] falou que cancelou e não foram cancelados. Soma R$ 40 mil fácil, fácil. Muito fácil. Só que as- sim, quase metade disso daí já foi perdido. A atlética está pagando as dívidas com os eventos que estão sendo realizados, como a Feijoada, a Festa de 1 ano de Atlética e a festa que eles já fizeram na Move. To- dos os eventos para quitação da dívida foi planejado 'TÁ TUDO BENNY' Em montagem publicada na página oficial da Atlética após a viagem, a asso- ciação satiriza o estudante Douglas nascimento, também conhecido como Benny. Reprodução Facebook DO CAMPUS
  • 9. 16 17 durante a viagem. Ao todo, a associação está deven- do uns R$ 15 mil ainda. Até o fim do ano a atlética deve pagar tudo.” Segundo a fonte, Benny mandou mensa- gens para a ADU pedindo desculpas e ‘sumiu’ de- pois disso. “Primeiro ele estava com o argumento de que a Atlética tinha gasto todo o dinheiro, depois ele alegou que tudo foi erro de cálculo, que ele cal- culou mal, que era um evento de 60 mil, um valor muito alto e que ele não tinha noção e cobrou me- nos dos contratantes. Todos os contratos que esta- vam na casa dele e alguns kits (boné, samba canção, óculos e camisetas), foram recolhidos pela Atlética. Os mais prejudicados, segundo a fonte, não foram os estudantes que compraram paco- tes, mas, sim, os organizadores, membros da Atlé- tica, que tiveram de resolver os problemas que surgiram no decorrer da viagem e as dívidas que ficaram posteriormente. Ela diz que apesar dos de- safios, a ADU conseguiu cumprir com o que es- tava no contrato firmado com os universitários. CULPA DA ATLÉTICA À Com texto, Benny negou as acusações de desvios de dinheiro. O estudante do 8º semestre de direito disse que realiza eventos desde que entrou na universidade e como nunca havia organizado uma viagem como essa acabou ‘metendo os pés pelas mãos’. “Eu cobrei valores a menos do que deveria ser cobrado do pessoal, daí na hora da contagem final, que seria para o pagamento dos ônibus, ficou faltan- do dinheiro”, afirma. Ele informou que a empresa do evento vende pacotes com preços variados. A varia- ção está no tipo de quarto para hospedagem, acesso a camarotes dos shows e outras regalias. O rapaz disse que na hora de estipular os preços para os estudantes a Atlética não observou essa variação e definiu va- lores em desacordo com a tabela do Praia Jurídica. Entre os itens incluídos nos pacotes vendidos pela ADU estavam, além da participação no Praia Jurí- dica com festas e open bar, o transporte da delega- ção até Florianópolis e a hospedagem para os 4 dias de evento. O rapaz confirmou que ficou responsável por organizar a viagem sozinho e teve ‘total controle sobre as transações do caixa’. Segundo ele, isso acon- teceu porque em todas as reuniões realizadas pela diretoria da Atlética ‘ninguém dava muita atenção e só ficavam na brincadeira’. “Era sempre assim. Por isso eu fiquei responsável por tudo”, afirma Benny. O estudante diz ainda que as acusações que estão fazendo contra ele são exageradas. “Eles [membros da atlética] sentem inveja de mim, por isso estão fazendo essas acusações”, declara. Em relação ao outro nome que ele utiliza para se apresentar aos amigos e nas redes sociais, o rapaz alegou que Benjamim Dankam é uma espécie de nome artístico que ele utiliza desde que era DJ em eventosdeCampoGrande.Porisso,émaisconhecido como Benjamim do que como Douglas, segundo ele. Bennyinformouquedeveentrarcomumaação na Justiça contra as acusações de membros da ADU. ‘Ninguém dava muita atenção e só ficavam na brin- cadeira. Era sempre assim. Por isso eu fiquei responsável por tudo”, diz Benny. SAIU BENNY Segundo informações da fonte, a ADU deve entrar com uma ação na Justiça contra Dou- glas Nascimento da Silva, ainda neste mês, após levantamento de todos os contratos e conclu- são do valor exato que foi desviado por Benny. No dia 29 de abril, a Atlética publicou no Facebook uma nota na qual exclui Benny da asso- ciação, por cometer infração grave no exercício do cargo. Além de sócio, ele cumpria função de dire- tor de eventos. De acordo com a nota, o acadêmi- co foi excluído com base no artigo 7º do Estatuto Social da Associação Atlética Acadêmica de Direi- to Uniderp (ADU), que diz que ‘será excluído da associação o membro que aplicar de maneira irre- gular as receitas sociais, praticar crimes contra a administração da A.A.A.D.U., violar gravemente preceitos éticos e legais ou conduzir-se a qualquer outra forma que justifique o seu afastamento’.• DO CAMPUS APÓS PMDB, AZAMBUJA QUER FAZER ‘GOVERNO PARA TODOS’ COM A 'CARA' DE MS “ O momentoé paraarrumara casa”.Foi o que disse o Governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), em entrevista exclusiva à Com Texto. Ele criticou a gestão passada e disse ainda que o governo anterior deixou como herança “alguns pacotes de bondades'. Em 2014, Azambuja frustrou lideranças políticas após derrotar os dois últimos partidos que governa- ram o estado (PT e PMDB), sendo primeiro governa- dor tucano a governar o estado. O campo-grandense nasceu em 1963, é casado com Fátima Silva, pai de três filhos, Rafael, Rodrigo e Thiago. Antes de entrar na política, trabalhou como profissional no setor do agronegócio. Seu primeiro cargo eletivo foi alcança- do em 1996, como Prefeito de Maracajú - ficando conhecido por ter melhorado a economia da cidade, que passou da 12ª a 5ª colocação no Estado. Foi tam- bém durante a sua gestão que Maracajú teve 100% das suas ruas asfaltadas. Permaneceu no cargo por doismandatos.Em2006,foieleitoDeputadoEstadu- al e quatro anos depois foi eleito Deputado Federal. Azambuja disse à Com Texto que não encontrou o estado da maneira que esperava, conforme dados recebidos pela gestão anterior. Economia é a saída para que Mato Grosso do Sul se sobressaia entre outros estados, diz governador FELIPE SIDY P O L Í T I C A
  • 10. 18 19 Qual foi sua reação em saber que havia sido eleito Go- vernador do Estado, depois de uma administração de 8 anos do PMDB? Foi um momento de muita satisfa- ção. A vitória não consolidou apenas o resultado de uma eleição, mas consolidou um trabalho desenvol- vido por anos. A minha trajetória política sempre foi focada no desenvolvimento e, quando entrei neste projeto, meu objetivo era colocar em prática toda a experiência que tive em outras esferas da política e desenvolver um projeto que atendesse todos, ou seja, fazer um Governo para todos e, com a vitória, tive a certeza de que a oportunidade de colocar o meu objetivo em prática me foi dada. O senhor esperava que tivesse chance? Apesar de sa- ber que a eleição é um processo longo e muito dinâ- mico, sempre tive certeza das nossas propostas e de que poderia sim vencer a eleição se passasse para a população o que o nosso Plano de Governo previa. Minha campanha foi na conversa direta com a po- pulação e na sola de sapato e isso me dava segurança na caminhada eleitoral. Quais foram os primeiros desafios enfrentados pelo seu Governo? O primeiro desafio foi a questão eco- nômica do Estado. Em primeiro lugar, não encon- tramos o Estado da maneira que esperávamos, con- forme dados recebidos pela gestão anterior. Somado a isso, o país entrou, e enfrenta ainda hoje, um mo- mento de retração econômica, o que dificulta algu- mas ações de Governo. Também tivemos que lidar com o aumento significativo da folha de pagamen- to; obras inacabadas sem dinheiro no caixa, ou seja, alguns pacotes de bondades que nos foi deixado de herança. O aquário do pantanal foi uma boa herança da gestão passada? O assunto é polêmico e complexo. A obra do Aquário pode sim significar um avanço científico e turístico, porém, nosso Estado necessita de obras de atendimento à sociedade no que se refere ao bási- co, como hospitais. "São milhões investidos em algo que poderia esperar, portanto, não é uma obra prioritária na minha ges- tão", diz Azambuja sobre Aquário do Pantanal. Ainda falta muito para inaugurá-lo? Estamos fazen- do uma força tarefa entregar essa obra, mas é um projeto complexo que demanda mais tempo. Nosso Governo tem o projeto “Obra Zero” e o Aquário do Pantanal não ficará de fora, apesar de a nossa priori- dade ser a construção de hospitais ou qualquer outra necessidade maior da população. Uma das suas propostas durante a campanha era a construção de hospitais regionais para não sobre- carregar a Capital. Em que pé está isso governador? Essa proposta não é uma promessa de campanha. É uma proposta de Governo. A primeira ação foi à criação do programa Caravana da Saúde que já tem o objetivo de atender os polos regionais e assim de- safogar os hospitais de Campo Grande. Também vamos concluir o Hospital do Trauma e o Hospital do Câncer, na Capital. Também vamos iniciar agora a construção do Hospital Regional de Três Lagoas com recursos próprios. Com a aprovação do projeto, o Governo do Estado já deu início ao processo para a assinatura da ordem de serviço do Hospital, pre- vista para o dia 15 de junho, em Três Lagoas. Para as obras do Hospital Regional serão investidos R$ 41 milhões financiados pelo BNDES, com contraparti- da estadual. O senhor conseguiu elevar a economia de Maracaju de 12ª para 5ª maior economia do Estado. E agora? Vai conseguir fazer o mesmo com Mato Grosso do Sul? Como disse esse momento é de arrumar a casa e de equilibrar as finanças, mas Mato Grosso do Sul é maior que a crise e estamos trabalhando para o desenvolvimento econômico. Exemplo disso são os anúncios de investimentos de capital estrangeiro na casa dos bilhões de reais, como a Fibria (7,7 bilhões de reais), Eldorado (8 bilhões de reais) e da BBCA (1,2 bilhão de dólares). Uma das suas propostas de governo era a criação de escolas de tempo integral nas regiões mais carentes e priorizar o ensino profissional para qualificar mão de obra sul-mato-grossense. Nesses primeiros meses de governo, quais foram as medidas tomadas para dar início a esse projeto? Esses projetos estão sendo ela- borados. Para a realização disso é necessário a rees- truturação do sistema que a secretaria de Educação está trabalhando. O senhor adotou como governador menos publicida- de com a “cara do governo” e mais com a “cara do Es- tado” em relação ao governo anterior. Um exemplo é a logomarca nos uniformes dos estudantes. Por que decidiu fazer isso? Porque sou o governador do esta- do de Mato Grosso do Sul que tem o seu brasão, suas cores da bandeira. Não sou o governador de um partido, sou o governador de todos e acho que o chefe do executivo deve respeitar a marca do estado que ele representa" Uma das suas bandeiras durante a campanha foi se- gurança pública em Mato Grosso do Sul. Quais foram as medidas adotadas em relação a isso? Estamos con- vocando policiais aprovados em concursos rema- nescentes. Buscando alternativa para fortalecer as polícias do estado e para melhorar as viaturas e to- dos os equipamentos necessários para o trabalho da polícia. Também estamos tentando a parceria com o Governo federal para fechar as nossas fronteira e, assim, diminuir o tráfico de drogas e o contrabando. Nestes primeiros meses do nossa gestão, já convo- camos 1041 policias, entre Bombeiros, Civis e Mi- litares, e vamos chamar mais 459 até o final do ano, totalizando 1500 policiais a mais somente em 2015. O senhor tem algum projeto para que o Mato Grosso do Sul seja mais conhecido no Brasil? Mato Grosso do Sul é o celeiro do Brasil. Temos potencial para desenvolver economicamente, porém é necessário sairmos da periferia do país e brigar de igual para igual com os estados do sudeste no que se refere aos recursos federais. Também queremos trabalhar no fortalecimento da nossa rota turística para atrair pessoas do mundo todo para conhecer as nossas be- lezas e a nossa cultura. O que o senhor pensa sobre uma alterar o nome do nosso estado? Não penso em alterar o nome do nos- so estado, fortalecendo a economia, a cultura, tu- rismo e outras áreas, fortalecemos o nome de Mato Grosso do Sul no cenário nacional e internacional. O mais te encanta no Mato Grosso do Sul? O povo, a cultura, a gente dessa terra. Mato Grosso do Sul é um estado rico em vários aspectos. Nossas paisagens e fauna são riquíssimas, tudo isso me encanta. Em comparação com outras épocas, o esporte em Mato Grosso do Sul vive uma clara decadência. Existe algum plano do governo para que o esporte seja ainda mais incentivado e ganhe importância, assim como já teve? A primeira ação é garantir o investimento de 1% do orçamento estadual para o esporte. Também estamos fazendo parcerias com o Governo federal para fomentar o esporte nos municípios menores como, por exemplo, a reestruturação de praças es- portivas e a construção de espaços esportivos em municípios de até 50 mil. O que podemos esperar dos próximos anos do seu governo? Pode esperar muito trabalho para trazer o desenvolvimento sócio econômico para o estado de forma coerente e responsável. Sonho? Meu sonho é concretizar os projetos que propus na campanha eleitoral.
  • 11. 20 21 C om a crise política econômica que o país está passando em 2015, mui- tos especialistas indicam que as perspectivas não são boas para os próximos semestres, e muitos acreditam que a crise poderá se agravar ainda mais, podendo se estender para o ano de 2016. Mesmo antes das eleições para presidente da república acontecerem, já haviam previsões nada favoráveis para uma possível estabilida- de ou um crescimento da economia. E com a cri- se hídrica o problema se agravou ainda mais. Para que a economia se recupere, economistas apontam os possíveis setores que contribuíram para a crise e indicam como esses setores podem contribuir para a volta do crescimento econômico. Segundo o economista e consultor financei- ro, Ricardo Amorim, que está percorrendo vá- rios estados brasileiros com palestras que apon- tam como o governo e o país podem superar a crise. Ele defende que “as crises trazem as maiores oportunidades e o Brasil tem jeito”. O economista aponta os setores que es- tão contribuindo com a crise e como es- ses setores podem ajudar a recuperá-la. ENQUANTO ISSO NO SETOR DE EMPREGO As mudanças na lei trabalhista do governo Lula, como a do desemprego, a do tempo mínimo e o tempo máximo do seguro desemprego, contri- buíram para que os trabalhadores permanecessem menos tempo no emprego para poderem rece- ber o seguro desemprego por seis messes, geran- do assim gastos com esses tipos de trabalhadores. No governo do presidente Lula foram gastos anualmente para pagamentos rescisórios o to- tal de 10 milhões, e no governo da presiden- te Dilma esse valor chega a cerca de 53 milhões. A solução para que esse setor é o governo in- centivar a indústria a abrir mais campos de tra- balho e as empresas investirem mais na auto- mação dos funcionários, ou seja, capacitando, investindo em cursos para que o trabalhador perma- neça por mais tempo no campo de trabalho. CRISE NO SETOR AUTOMOTIVO PREOCUPA GARAGENS No setor automobilístico a situação tam- bém não é diferente a venda de carros teve um acréscimo no Brasil, com a diminuição do IPVA, mas a situação não aparenta melhora nas fábricas. Indústrias como da Mercedes Benz, que chegou a demitir mais de 700 funcionários no mês de maio, sem contar com a Volkswagen que em abril, demitiu mais de 500 pessoas, e cerca de dois mil estão de férias coletivas, sem data de retorno das atividades. Hoje podemos levantar cerca de dez mil pessoas que sofrem com o desemprego, segundo uma pes- quisa realizada pela Folha de São Paulo, para cal- cular o valor de mercado automobilístico no país. FábricascomoaFord,Fiat,Volvoqueaotodotiveram praticamente mais de 70% de suas atividades afeta- das pela crise financeira que pendura os brasileiros. Entenda um pouco mais desta crise automobilísti- ca, com o tombo de 15,3% na produção em 2014, segundo o levantamento feito pelo setor de produ- ção industrial, a crise na indústria automotiva mu- dou o cenário do segmento no país, pois se antes as grandes fábricas eram vistas como um emprego de realização, hoje, para muitos funcionários, o sonho virou pesadelo. O alerta vermelho vem com a possí- vel redução da remuneração dos empregados a títu- lo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que pode ser impactada pela queda na produção. Depois das férias coletivas, os colaboradores que re- tornaram as atividades começam o ano com dívidas a saldar, como IPVAe IPTU. E isso é uma preocupa- ção de todos.AFiat pagou a primeira parcela do PLR no ano passado, porém, 45% ainda devem ser pagos. Para o lojista José Manoel, que trabalha há 10 anos no setor como gerente de uma garagem de carros em Campo Grande, a venda de novos modelos de veícu- losestáemalta,“Avendadeveículoestáemalta,isso porque o IPVAestá mais baixo e também já podemos trocar os carros antigos para mais novos, isso é bom por que tivemos um aumento de 40%”, disse ele. A tempestade que ronda com quem tra- balha nestas empresas se fortalece com os no- vos sinais do que pode vir por aí. A tendência é aumentar ainda mais essa tempestade, e o so- nho de quem realmente deseja trabalhar em uma empresa de veículos, pode vir por água baixo. Enãoésóosetorautomobilísticoquesofrecomacrise econômica,váriossetoresemdiferentesáreasbuscam estratégias para o fortalecimento do capital e escapar dessa crise que pode se prolongar por muito tempo.● FÁBIO HONORATO JOÃO GABRIEL VILALBA CRISE POLÍTICA ECONÔMICA NO BRASIL PODE AGRAVAR ATÉ 2016, DIZEM ESPECIALISTAS Mercedes Benz demitiu cerca DESEMPREGO 700500em abril Volksvagem demitiu mais de Para economista, crises trazem oportunidades e o Brasil tem jeito. em maio Cerca de 10 mil pessoas que sofrem com o desemprego atualmente, segundo pesquisa da Folha de São Paulo E C O N O M I A
  • 12. 22 23 A localização geográfica do estado de Mato Grosso do Sul é dos fato- res que contribui para o seu desen- volvimento econômico do local. A região pantaneira é vizinha dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, e é uns dos grandes centros de movimento de capi- tal. Sua economia é voltada principalmente para agropecuária, pesca e turismo de navegação. O Turismo representa boa parcela de receita tributáriadopoisrecebevisitantesdediversasregiões do país e do mundo que são atraídos em conhecer a beleza natural na região do pantanal mato-grossense. De acordo com levantamento elaborado pela Fundação de Turismo de Corumbá, por meio do observatório que monitora o impacto do turis- mo na economia corumbaense, no ano passado teve um aumento de 4,5% em relação ao ano de 2013. Isso gerou uma movimentação de R$ 316 milhões na economia da cidade, comprovando que o setor corresponde a 8,4% do PIB do município. O estudo apontou que o aumento de visitantes em 2014, gerou cerca de 970 empregos diretos, injetan- do mensalmente cerca de R$ 1,3 milhões na econo- mia. A observação foi feita com base em entrevis- tas junto aos empresários da área do turismo e do mercado local. Os empresários também investiram cerca de R$ 4,5 milhões no ano passado na moderni- zação da atividade e expansão da cadeia do turismo. A diretora-presidente da Fundação de Tu- rismo, Hélènemarie Dias Fernandes, ressalta que esse ano é desafiador “O ano de 2015 apresenta ÉDER FREITAS Mesmo com a crise econômica no Brasil, turismo continua gerando empregos e movimenta a economia em Corumbá. BELEZA ATIVA. Turismo representa boa parcela de receita para o estado, pois atrai interessados em conhecer a beleza natural na região do pantanal. ClóvisNeto TURISMO GERA 970 EMPREGOS DIRETOS NO PANTANAL, DIZ ESTUDO um cenário desafiador, mas é preciso manter o otimismo” afirmou. Ainda segundo ela, com a alta do dólar e a con- seqüente desvalorização da nossa moeda, está previsto o aumento da chega- da de turistas estrangeiros no Brasil, que podem consumir e injetar dinheiro na nossa economia local, já que temos a maior infraestrutura geral e turística do pantanal do Mato Grosso do Sul. Os motivos que levam os visitantes busca- rem o destino do Pantanal de Corumbá são as be- lezas naturais e principalmente o lazer, apontado por 58,5% dos visitantes, 22,2% motivados por negócios e os demais, 19%, divididos entre visi- ta a parentes e amigos, eventos, religião e outros. Os que buscam o lazer, a pesca esportiva ocupa um grande interesse, quase 24% do total de turis- tas. Outros 12,5% buscam as belezas do pantanal. Aproximadamente 35% dos visitantes que vão ao pantanal são oriundos do Estado de São Pau- lo. E 33,5% da região do Centro-oeste, 15,7% da região Sul, Norte e nordeste, e cerca de 2% do total ressaltando ainda a participação do público estran- geiro 13,7%, que são grandes consumidores das be- lezas e maravilhas do pantanal Sul-mato-grossense. Segundo Viviane Silvestre, gerente do Hotel da rede Candeias, “Amaior procura por turismo no Pantanal acontece nos meses de março até novembro, quan- do fecha a temporada de pesca. As atividades mais buscadas são o lazer e a pesca esportiva” explica.● 58,2% Lazer é uma das principais opções para turistas. TÁ NERVOSO? 24% vão ao Pantanal por causa da pesca esportiva. Divulgação/CVC ClóvisNeto
  • 13. 24 25 P lacas solares são dispositivos utiliza- dos para converter a energia da luz do Sol em energia elétrica. Esse dis- positivo também é conhecido como “Painel Solar Fotovoltaico”. A com- posição de um painel solar consiste em célu- las fotovoltaicas, estas com a propriedade de ter sensibilidade de absorver a energia solar e gerar a eletricidade em duas camadas opostas. Atualmente, é possível encontrar no mercado duas alternativas de sistemas de captação e conversão de energia solar: um desenvolvido por meio do coleto solar térmico e outro pela placa fotovol- taica. Contando com aplicação e funcionalidades distintas, as alternativas precisam ser bem estuda- das para se obter resultados efetivos e eficientes. Os painéis fotovoltaicos transformam a energia solar diretamente em energia elétrica. Eles coletam fótons da luz solar e os transformam em corrente elétrica, gerando energia para o funcionamento de aparelhos elétricos (televisão, geladeira, computador, entre outros). A conversão do material coletado para ener- gia elétrica pode ocorrer por meio de dois processos: o termoelétrico (junção de dois materiais semicon- dutores que, quando aquecidos pelo sol, provocam uma diferença de potencial entre as extremidades, gerando corrente elétrica) e o fotoelétrico (converte os fótons contidos na luz solar em energia elétrica). Por ser um sistema mais simples, o painel so- lar térmico torna-se mais acessível e é aplicado em casas, prédios, clubes, indústrias, entre ou- tros. É muito utilizado no aquecimento de água de piscinas, e também em chuveiros e torneiras. Para o pequeno consumidor, mesmo para aqueles que estão em uma grande construção/habitação, a produção de energia com o sistema fotovoltaico aca- ba sendo uma opção pouco atrativa, pois os custos com painel, conversores e inversores, tornam o in- vestimento, do ponto de vista econômico, inviável. Aqueles que optam pelo sistema de geração de energia térmica para aquecimento de água, além de gerar economia significativa em sua conta de energia, estão contribuindo diretamente com a melhoria da matriz energética do País. “Hoje todo mundo pode ser considerado produtor de energia” afirmou Brenda de Oliveira, estudante do curso de Engenharia Elétrica, ao reforçar que esse tipo de recurso pode ser mais explorados pelos cidadãos FUNCIONALIDADES Os painéis solares coletam fótons da luz solar, em seguida são convertidos em corrente elé- trica. A energia obtida através das placas solares vem sendo usadas em vários segmentos. A sua uti- lização vai de casas e indústrias, até locais afasta- dos de linhas eletrificadas, iluminação externa de casas e espaços públicos, auxílio nas telecomuni- cações em locais remotos, telefonia rural, sinali- zação de estradas, cercas elétricas, entre outros. A grande vantagem desse tipo de eletricidade é que ela é renovável e as pessoas podem a utilizar sem necessidade de ter um poste de energia por per- to. Os painéis solares, após instalados, possuem pouca manutenção e podem durar vários anos e o mais importante, não prejudica o meio ambiente. As células do sistema são feitas de materiais espe- ciais chamados de semicondutores como o silício. Quando a luz brilha sobre a célula solar de uma percentagem dessa energia solar é absorvida pelo material semicondutor. Essa energia localizada no interior do semicondutor arranca os elétrons fraca- mente permitindo que eles possam fluir livremente. As células Fotovoltaicas também possuem um ou mais campos elétricos que forçam os elétrons li- berados pela absorção da luz para fluir na direção correta. O fluxo de elétrons que acontece é uma corrente elétrica. A corrente elétrica produzida, jun- tamente com a voltagem da célula determina o po- der, ou potência, que a célula é capaz de produzir. USO PARA AQUECIMENTO DE ÁGUA: O uso de energia solar para aquecimento de água está sendo bem aceito no mercado do Brasil. O sistema de aquecimento de água acontece diferente ao dos painéis solares que produzem energia elétri- ca. Costumamos confundir um coletor solar térmico, que aproveita o sol para aquecimento de água, e uma placa fotovoltaica, que transforma a energia da luz do solar em el-etricidade por um processo físico. O co- letor solar é um equipamento simples e mais barato. Basicamente través do equipamento circula a água, que se aquece com a incidência do sol e é distri- buída para o chuveiro e torneiras. Em países mais desenvolvidos o aproveitamento da energia solar é bastante aceito e usado. O aquecimento solar é bastante utilizado no aquecimento de água de pis EM TEMPOS DE ALTA DE ENERGIA, PLACA SOLAR PODE SER ALTERNATIVA ANDERSON DINOZO YuzuruYoshikawa/Bloomberg Saiba como funciona a tecnologia das placas solares.
  • 14. 26 27 cinas como também em outras alternativas, como chuveiro e torneiras. A tecnologia usada no siste- ma de aquecimento solar é simples e basicamente utiliza tubulações de cobre, instaladas sobre uma lâmina também do mesmo material, este conjun- to é encaixado e protegido por painel de vidro. Essa boa alternativa de aquecimento da água através da luz do sol possui bons resultados técnicos, porém, para muitos, sem atrativos estéticos. Para unir prati- cidade, estética e economia, os painéis solares para aquecimento de água usados em edificações, casas e outros segmentos, estão em constante evolução. A placa solar fica localizada nos telhados das ca- sas e prédios expostas ao sol. Este sistema aquece a água existente nos canos debaixo da placa solar. As placas coletoras absorvem a radiação solar e assim, a energia térmica absorvida pelas placas é passada para a água que circula entre os canos de cobre. A água permanece aquecida no recipiente de cobre e pode ser usada ao longo do dia em diver- sos lugares, sendo de dia ou mesmo a noite. O pro- cesso em que a água circula entre os coletores e o reservatório possui o nome de termofissão. A água fria encontrada na caixa alimenta o reservatório e assim, a água dos coletores, que fica muito quente, é menos densa que a água do reservatório, assim, a água fria mais densa empurra a água quente para o reservatório, desta forma, gerando circulação. Este sistema citado acima é usado em torneiras e chuveiros, para ser usada no aquecimento de água em lugares maiores, como piscinas, a circulação da água necessita do auxílio de motores hidráulicos. ENERGIA GERADA: A energia gerada pelas placas é um tan- to limitada. Se pensarmos em uma placa solar de 45W, recebendo uma insolação diária de 11 horas por dia, terá energia suficiente para manter acesa uma lâmpada fluorescente de 9W durante 12 horas por dia, ou mesmo ldeixar ligada uma TV de 12V durante 6 horas. Também é possível acionar uma bomba de 12V durante o tempo suficiente para abastecer uma caixa d’água de 1000 litros por dia. Para quem quer usar duas placas de 45W, a gera- ção de energia é bastante superior. Torna-se possí- vel fornecer energia para iluminação, TV e rádio simultaneamente. Com quatro placas, por exem- plo, é possível manter uma geladeira ligada. Com cinco placas é possível manter um posto de saúde em uma localidade rural, mantendo geladeira, ilu- minação e TV. Com os exemplos acima percebe- mos que a geração de energia é promovida através do número de placas instaladas. Cada local possui a quantia de placas que necessitada. Pensando em uma casa moderna, bem equipada, sabemos que o número de placas deverá ser maior, para tanto, o custo de implantação também será relativamen- te maior. Este é grande impedimento da utiliza- ção de painéis solares para a produção de energia BATERIA A bateria possui uma função muito impor- tante no sistema. Ela permite o armazenamento de energia para ser usada posteriormente e também evita que variações da insolação interfiram no fun- cionamento dos equipamentos. Por exemplo, se você está usando um determinado aparelho elétrico e uma nuvem obscureça o sol, a corrente gerada pela placa solar iria diminuir, porém, com a bateria isso não acontece. A bateria evita que a transmissão de energia seja cortada, garantindo assim, o funciona- mento dos equipamentos, inclusive durante a noite. As baterias possuem capacidade de utilização para umnúmerodeterminadodecélulasemsérie.Abateria tem uma autonomia de uso sem a captação e conver- são da energia solar. Para tanto, se a autonomia da ba- teria for de três dias, mesmo que não haja captação de energia solar nesses três dias, ela garantirá a energia. As baterias solares funcionam numa interação entre placa solar, banco de baterias, controlador de carga. Quanto ao número de baterias necessárias em uma placa de energia, depende da quantia de energia necessária a ser utilizada. Então, se por exemplo, em um painel solar com 4 baterias e cada uma de- las consegue produzir 0,45 volts e 100 milliamps, ou seja, 45 milliwatts. Com estas baterias solares você consegue gerar 45 milliwatts em 6,45 cm. CUSTOS Atualmente existem no mercado muitos mo- delos de placas usadas para aquecimento da água através da luz solar. Para tanto, como a ideia de tudo justifica-se ao fato de economia e aproveita- mento de energia renovável, existem modelos de aquecimento criados a partir da criatividade de pesquisadores, estou me referindo a aquecedores solares feitos de garrafa pet. Esta é uma excelente alternativa de reciclagem e barateamento. Confor- me demonstrações, o produto funciona muito bem. VANTAGENS DESVANTAGENS A maioria das vantagens da energia solar está relacionada com os seus benefícios ambientais. Dentre os principais pontos, podemos destacar: 1 - É renovável; 2 - É gratuita. 3 - Ocupa pouco espaço. 4 - Não emite poluentes. 5 - Baixa necessidade de manutenção. 6 - Acessível em lugares remotos. Todo sistema de produção de ener- gia possui o seu lado B, isto é, os seus efeitos colaterais. Com a energia solar não é diferente. Dentre as suas desvantagens, podemos citar: 1 - Custo elevado. 2 - Dependência climática. 3 - Baixa capacidade de armazena- mento. 4 - Baixo rendimento. 5 - Prejuízos ambientais GettyImages
  • 15. 28 29 ÓTIMA IDEIA! GRANDE NEGÓCIO! Há alguns anos, a vontade de tornar- -se dono do próprio negócio, ex- pandir horizontes de carreira e au- mentar a renda profissional, tem crescido de maneira ativa e constante no Brasil. O chamado empreendedorismo, deve ser entendido como qualquer tentativa de criação de um novo empreendimento, podendo ser a criação de uma nova empresa, expansão de um empreendimento já existente ou até mesmo uma atividade autônoma. É possível analisar em algumas pesquisas populares, o crescimento da população empreen- dedora brasileira, como aponta dados da pesquisa Global Enterpreneurship Monitor 2011 (GEM), que o Brasil possui 27 milhões de pessoas envolvidas em um negócio próprio ou na criação de um, ocupando o terceiro lugar no ranking de países analisados. Em índices mais recentes da mesma pesquisa rea- lizada em 2013, é possível analisar que o Brasil ob- teve o número mais elevado de empreendedores, prevalecendo a quantia de 71% de empresários por oportunidade e 25% por necessidade, garantindo o primeiro lugar entre os quatro países do grupo dos BRICS. Entre outros dados relevantes da GEM, a maior concentração de empreendedores iniciais possuem entre 25 e 34 anos, nos quais 51% são ho- mens e 49% são mulheres, mantendo um devido equilíbrio de atitudes empreendedoras no mercado atual. Sete de cada dez brasileiros, abrem uma em- presa com a visão de que o momento do mercado está colaborativo, no intuito de obter sucesso no novo negócio, porém, nem todos analisam outros aspectos importantes e primordiais. O empresário do ramo alimentício Valmir Cousso, alerta sobre cautelas que devem ser tomadas antes da decisão importante de ser um novo empreendedor, "É ne- cessário que haja cuidados com o controle de in- vestimento inicial, atentar-se a divulgação do pon- MAYRA COSTA THAYS ROSA ECONOMIA COLABORATIVA 'Quem traba- lha como autônomo, colabora com o crescimento do país, por meio da geração de novos empregos', diz empresário . Negócio social com um jeito de ganhar dinheiro e mudar o mundo. MayraCosta MayraCosta ACREDITAR Ele acreditou e o negócio deu bons sinais to comercial, da marca e principalmente conhecimento do mercado de atuação, para obter o ganho do público desejado". E ainda completa, sobre o grande papel de importância que tem o empresário, "Aquele que opta por trabalhar como au- tônomo, colabora com o crescimento do país, por meio da geração de novos em- pregos, além de auxiliar efetivamente na expansão econômica do país". Portanto, o empreendedorismo e crescimento econômico caminham jun- tos, no aspecto de inovação, crescimento tecnológico, créditos para novos investi- mentos e novos postos trabalhistas, cola- borando também com a diminuição da taxa de desemprego no país. Também atuando como empre- sário, irmão de Valmir, o empreendedor Valdir Cousso, dono de uma loja de deco- ração, comenta sobre aspectos positivos e negativos, além das dificuldades enfren- tadas pelo dono do próprio negócio, "Os aspectos positivos são os de criação, ino- vação, correr atrás do seu objetivo com mais força de vontade e obter o retorno desejado. Os aspectos negativos de ser um empresário no Brasil é que o apoio do governo é inexistente e os impostos são muito altos, já as maiores dificuldades enfrenta- das são responsabilidades maiores e encontrar mão de obra qualificada no mercado". Outra dificuldade enfrentada no setor em- preendedor, está relacionada e ligada à empresas familiares. Com desafios inicialmente iguais aos de- mais estabelecimentos, porém, com fatores relativa- mente particulares. Por outro lado, possui vantagens aplicadas somente neste setor, o que diferencia as dificuldades das vantagens, são justamente a forma principal de administrar o negócio. Citando as principais dificuldades, encontra- -se a questão de transição de poder para a próxima geração, conflitos familiares, mistura de ideais afeti- vos e profissionais e falta de boa administração para quesitos que envolvem a escolha e seleção de bons profissionais, deixando prevalecer o paternalismo ao invés de escolher o profissional por suas capacidades e preparações. “Podemos observar que empresas familia- res, muitas vezes tornam-se um cabide de emprego para parentes, deixando de lado a oportunidade de contratação de bons profissionais com maior experi- ência e melhor qualificado”, diz Maisa Florindo, que trabalhou durante quinze anos como funcionária registrada (CLT), e vivenciou a rotina de empresa familiar durante dois anos. Segundo um estudo feito pela PWC em 2010, em 35 países constatou-se os seguintes ín- dices: 36% das empresas sobrevivem à passa- gem para a segunda geração empresarial; 19%,
  • 16. 30 31 EMPREENDEDORISMO Ela apostou no negócio, empreendeu e deu certo. Sem números expressivos de arrecadação anual, os charutos têm espaço garantido por consumidores no mundo. O charuto jamais foi objeto de cam- panha de marketing. No entanto, roubou todo o poder e sedução que durante décadas a publicidade do ci- garro tentou incutir na cabeça dos consumidores. De pessoas desconhecidas, de in- telectuais, artistas e políticos poderosos, o charuto sempre esteve na boca de alguma personalidade. É também um mimo de celebrações, ofere- cidos em casamentos, promoções de trabalho e no nascimento de uma criança. Diz a lenda que, não fosse a fumaça de um charuto soprada em seus rosto assim que nasceu, o pintor Pablo Picasso não teria Nascido. Ou como brinca o consumidor, ex-sar- gento da Policia Militar, Ubiraci Andrade, afirmou “não ha prazer tão maior no mundo do que apreciar uma charuto e uma dose de um bom e velho whisky irlandês”,. Instado a escolher entre sua mulher e o charuto, respondeu a futura ex-esposa: “Espero que nos possamos ser bons amigos” indaga Ubiraci. Originário das Américas e levado para a Europa pelos descobridores a partir de 1942, o tabaco foi considerado uma espécie de “Erva do Diabo” no Velho Mundo. Mas ajudou ate a fi- nanciar a Revolução Americana: George Wa- shington e Thomas Jefferson pertenciam a famí- lias que enriqueceram com o cultivo do tabaco. Maior Produtor Cuba, mostra-se o pais pela liderança dos charutos da preferencia do consumidor. A junção de fatores com tipo de planta, solo, clima, cultivo e seleção das melhores tabacos. Mostra-se com fator superior, o Maior produtor de Charutos do Mundo. Os números de consumidores e de valores ar- recadados são difíceis de ser divulgados, mais exis- tem tabacarias especializadas somente no produto pelo mundo. Há charutos que chegam a ter valores expressivos entre R$ 24 à R$ 880 cada unidade de charuto, dados fornecidos pela revista Abril/2012. No Brasil, sinais de fumaça, e da Boa O Brasil tem uma longa tradição na produ- ção de charutos. A fábrica mais antiga é a DENNE- MANN, começou sua produção na Bahia na década de 1870. No país recentemente, há 13 Tabacaria es- pecificas em charutos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia. FANTÁSTICAS FÁBRICAS DE FUMAÇA ANDERSON DINOZO DanSmith PARA TODOS OS BOLSOS Preços de charutos variam entre R$ 24 à R$ 880. MayraCosta para a terceira geração; 7%, para a quarta gera- ção; e apenas 5%, para a quinta ou mais gerações. Nos cinco últimos anos, o Brasil acompanha o crescimento do número de pequenos negócios que estão se formalizando e conquistando a atenção do mercadodetrabalho.Dentreessesnúmeros,20%dos cargos de chefia, são ocupados por empresários com menos de 30 anos, o que significa que jovens estão destacando-se cada vez mais neste mercado. Natália Cerchiari de apenas 18 anos, está no mercado em- preendedor há dois anos. A jovem resolveu ingressar como autônoma no ramo da beleza, pelo fato de não existirem muitas oportunidades em sua cidade. Com o auxílio da família e do noivo, Cerchiari montou seu espaço próprio, conquistando a independência profissional. “Os jovens tem procurado o diferencial, satisfazer-se com o que gostam, buscam a realização profissional, inovando o mercado de trabalho, por meio de idéias inovadoras, que atraem os consumi- doreseomercadoempreendedor”,dizamaquiadora. Concluindo, o Brasil tem destacado-se como um dos países mais propensos para investi- mento e abertura de empresas de todos os setores, tendo amplas condições de reconhecimento e cres- cimento para estabelecimentos de pequeno, médio e grande porte, abrangendo o interesse de maneira nacional e internacional do mercado econômico. EXEMPLO QUE DEU CERTO Hoje em dia muitas pessoas deixam de trabalhar como funcionários e se tornam gran- des comerciantes. Algumas pessoas têm medo de começar algo e temem que não dê certo.Em qual- quer ramo não é fácil, mas é necessário ser perse- verante e levar em conta a questão da concorrên- cia , mas em tudo que for fazer, tem que mostrar melhor porque isso é o diferencial , pois o reco- nhecimento da clientela rapidamente vai chegar. Joana Lima Jorge Da Cunha de 50 anos, nasceu em Campo Grande Mato Grosso Do Sul, de dona de casa se tornou comerciante a mais ou menos 20 anos e não se arrepende, pois não vive mais sem trabalhar no ramo. Sua família vive do comercio e ela possui uma loja no camelódromo. Sua filha e seu esposo não gostavam mui- to da ideia, porem Joana acabou convencendo- -os, pegou o dinheiro que tinha e investiu. Ela já trabalhou com varias coisas: de brinquedo, a bi- juterias, e roupas e entre outros ,mas atualmente ela trabalha com capas e acessórios para celular. Joana diz que pretende passar o negocio de geração a geração pois tudo que ela conseguiu foi com seu comércio, e sua filha Priscila Lima Jor- ge Da Cunha pretende abril em breve a sua loja. Ela sempre trabalhou com estações, porem agora, o auge do momento são as “cases para celula- res”, as capinhas personalizadas.Ela diz que sua me- lhor clientela são as mulheres, pois elas “trocam de capinhas como trocam de roupas” são as que gastam bem mais que os homens.
  • 17. 32 33 CAPA O PERIGO PODE ESTAR BEM PRÓXIMO A menina que aos oito anos foi estu- prada, hoje é mulher casada e con- seguiu dar a volta por cima, por pre- caução pediu para não revelássemos o nome e conta: “Eu tinha uns oito anos, quando aconteceu que o menino chegou pe- netrou o dedo nas minhas partes íntimas. Eu estava brincando na rua. Ele fez aquilo numa brincadei- ra muito maldosa, e começou a tirar sarro de mim na frente de todo mundo.” revela traumatizada. Aolongodosanos,aquilopermaneciadentro dela, e quando acreditava que tinha superado, aos 25 anos, foi vitima novamente e agora pelo patrão, logo no inicio da sua carreira e lamenta não ter denuncia- do, “não denunciei, por medo de "sujar minha carrei- CLETO KIPPER “Meu agressor dizia que tinha fotos minha e mostrava para mim no computador, era um cara muito nojento", diz vítima de abuso ra", que estava só começando. Foi a pior besteira que eu fiz. Tive síndrome do pânico e engordei quase 70 quilos com isso. Foi um inferno. Fiz e faço terapia há muitos anos, pois até hoje não superei esse trauma” Ela além de ter sido abusada, foi chanta- geada, pois seu agressor dizia que tinha fotos, “ele mostrou para mim no computador dele na primeira vez que fui lá, nunca imaginei que ele me seguida ou me olhava. Depois soube que ele já havia assedia- do outras pessoas e que era um cara muito nojento”. O ex patrão da vitima já morreu, e ela re- lata que não sabe explicar o sentimento na hora que recebeu a noticia da morte “foi a primeira vez na minha vida que eu não senti pena de alguém” . Ler notícias relacionadas à violência in- fantil no dia a dia não é difícil, todo momento surgem manchetes como “Avô é flagrado abusan- do de neta de 12 anos” ou “Padrasto é acusado de abusar da enteada de 13 anos”. O Caso mais forte que surgiu nos últimos meses em Campo Gran- de é de uma suposta rede de exploração sexu- al que tinha como clientes, políticos da capital. Em Mato Grosso do Sul, no primeiro tri- mestre de 2015 foram feitas 107 denuncias através do disque 100 (Disque Direitos Humanos). Nesse ranking divulgado pela Secretaria de Direitos Hu- manos da presidência da república o estado que li- dera o número de denuncias é São Paulo com 737 e em seguida o estado do Rio de Janeiro 404 de- nuncias. Levantamento revela ainda que a violência sexual é a quarta violação mais recorrente contra crianças e adolescentes denunciada no Disque Di- reitos Humanos, geralmente os casos de abuso se- xual estão presentes em 85% do total das denúncias. O delegado titular da Delegacia Especializa- da de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) de Campo Grande, Paulo Sergio Lauretto fala que a primeira dificuldade nas investigações é na detecção do problema, “Nós temos dificuldade na questão do abuso porque as vítimas ainda meninas, geralmente buscam apoio da família, a mãe principalmente, no primeiro momento tende a desacreditar no relato da filha ainda mais quando o abusador se trata de um padrasto, por exemplo,”, disse ele. Outro fato que ele ABUSO "Quando a vítima é menina, geralmente, elas buscam a família, mas a mãe tende a não acreditar, ainda mais quando o abusador é um padrasto, por exemplo", afirma o delegado. MatheusRibeiro/ComTexto C A P A
  • 18. 34 35 do como o “Crime Araceli”. Por isso 18 de maio foi intitulado como dia “Nacional de Combate aoAbuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”. O Ministério Público Federal de Mato Gros- so do Sul lançou a campanha “Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – Marcas para a vida toda”. A iniciativa tem como objetivo conscien- tizar pais e cuidadores. A procuradora da República Danilce Vanessa Arte Ortiz Camy fala sobre a cam- panha do MPF, “a campanha pretende ser o início de uma ação permanente, que envolva outros órgãos, no sentido de buscar e cobrar a melhoria de toda a rede de atendimento e enfrentamento desses casos”. Segundooórgãoem2014foram207notifica- ções de violência sexual, 38 na faixa etária de 10 a 14 anos idade e 36 casos entre meninas de 1a 4 anos de idade. Em todo estado foram registrados 980 casos envolvendo estupro de menores de 18 anos. A maio- ria deles (81%) ocorreram em ambiente doméstico. Lauretto conta que as denuncias anônimas tem sido o principal problema, principalmente nos casos de exploração, “Ainda que uma adolescente seja explorada sexualmente no sentido da prosti- tuição elas não se sentem como vítimas, elas fo- ram atraídas em um mundo de fantasia e recebem dinheiro facilmente” argumentou. A polícia civil segundo ele, tem conseguido desmontar apenas casos isolados de redes de prostituição, pelo fato de as vítimas não colaborarem nas investigações. A psicóloga fala que é muito importante essas crianças passarem por um acompanhamento psico- lógico para que possa superar e esquecer o seu pas- sado triste, “O apoio que a criança ou o adolescente vai encontrar com o cuidador é importante, para que a criança aos poucos passe a entender de que a culpa não é dela. Além da importância desta rede de apoio, faz-se necessário o afastamento da vítima com o agressor, além de um acompanhamento médico e psicológico para estas vítimas afim de elaborar esta violência, buscando que a criança retome seu curso de desenvolvimento afetivo, moral, psíquico, físico”. A Policia Rodoviária Federal tem uma co- missão de direitos humanos que trabalha no com- bate da violência sexual com menores, o inspetor da PRF Tércio Bággio relata que o policial na sua ronda diária ao longo da rodovia, observa alguns pontos vulneráveis. “Através do mapeamento desses pontos nos conseguimos diminuir o número de incidência dos casos, nas rodovias federais a situação é tranqui- la, esse ano recolhemos cinco menores que estavam em uma condição de vulnerabilidade que seriam possíveisvitimasdeexploraçãosexualinfantil”,disse. INTERNET Outro assunto que vem alertando as autori- dades é o uso tão cedo a internet pelos adolescentes. Hoje se tornou um grande aliado do abusador, que acaba escolhendo suas “presas” a dedo. Outro pon- to ligado a internet e que vem manchando imagens de muitas adolescentes é o Sexting, termo em inglês que tem como significado envio de mensagens, fo- tos ou vídeos sexualmente explícitos pelo celular. As conseqüências são irreversíveis, pois hoje a dis- seminação através das redes sociais é muito rápida. O delegado da DPCA fala que realmente o mundo virtual tem sido um aliado do mal quan- to à disseminação da exploração sexual. “Isso está tomando proporções, estamos tendo muitos ca- sos. A facilidade em que as adolescente se expõem, são expostas, a facilidade em que as pessoas maio- res de idade tem de ter acesso a essas adolescente, objetivo delas é criar laços com as vítimas até con- quistar a confiança dos jovens e induzi-los a ter re- lações”.● Dados do Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul apontam que em 2014 foram 207 notificações de violência sexual, sendo 38 na faixa etária de 10 a 14 anos idade e 36 casos entre meninas de 1a 4 anos de idade. destaca é sobre a exploração sexu- al e chama atenção, “É importante que os pais tomem muita atenção nas companhias que as crianças e adolescentes tem saído, e como é que elas têm voltado pra casa, se estão voltando com uma quantia em dinheiro que nas condições normais não poderia estar por- tando aqueles valores”, afirmou. Em Campo Grande a Casa Lar Meninos e Meninas dos Olhos de Deus, trabalha no enfrenta- mento da violência sexual infantil, hoje abriga cerca de 30 crianças, divididas em três casas, duas para meninas e uma para meninos, elas são enviadas para lá através da Vara da Infância, Juventude e do Idoso de Campo Grande, o pastor Silvano de Sena Ferreira, respon- sável pela instituição comenta que geralmente as crianças chegam em estágio crítico, “Vem crianças de vários níveis, sem base familiar, sem referência, então trabalha- mos valores, trabalho em grupo, terapia, para que essa criança pos- sa voltar há ter sonhos”, afirmou. O tempo de internação geralmen- te é curto segundo ele, é em média dois anos, mas garante que tem crianças com cinco anos no abri- emoções, sentimentos e afetos, mas sim visto de forma distante e fria, como um objeto no qual bus- cam simplesmente seu prazer e satisfação própria”. No dia 18 de maio de 1973 em Vitória (ES), uma menina de oito anos de idade, foi raptada, droga- da, estuprada e morta carbonizada. Um crime que até hoje é impune. O fato chocou o país e ficou conheci- ESTUPRO Em Mato Grosso do Sul, foram registrados 980 casos em 2014 envolvendo menores. MatheusRibeiro/ComTexto CAPA FRIAMENTE “Eles não possuem a capacidade de imaginar o sofrimento e a dor do outro", diz psicóloga sobre abusadores go por não ter condições de voltar para a família. A coordenadora do curso de psicologia da Universidade Anhanguera Uniderp, Mayara Men- des Bacha, fala do cuidado que se deve ter para não generalizar os tipos de agressores, visto que cada si- tuação tem seu contexto, ela explica que o abusador tem dificuldade de se colocar no lugar do próximo. “Eles não possuem essa capacidade de imaginar o sofrimento do outro, a dor do outro. A outra pes- soa, neste caso podendo ser criança ou adolescente, é tratada não como uma pessoa por completo, com C A P A
  • 19. 36 37 OS CONTATADOSSaiba o que leva pessoas a deixarem suas vidas nas cidades para procurarem aconchego no campo FELIPE COPAT E MAURO SILVA ZIGURATZ Comunidade de observadores locali- zada em fazenda na região de Corguinhos. O ciclo da vida ao longo de cada ano da Terra é o mesmo até os dias de hoje. Seres nascem, crescem e morrem. O ser humano tem a capacidade de ra- ciocínio, que além do polegar oposi- tor como os primatas, difere nós de outros seres de nosso planeta. Esse ciclo base é divididoporetapas;estudos, conhecimentos, trabalhos, amizades e prazeres. Porém, essa fase é a única for- ma concreta de certeza que temos no uni- verso, pois existem variáveis desconhecidas. Como diz a letra da música “tocando em frente” do violeiro Almir Sater: “Cada ser humano em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz”, que relata que, a felicidade depende de cada um dentre as infinitas formas conhecidas dessa felicidade acon- tecer. A viagem é uma delas, pois são poucas as pes- soas que ficam tristes por fazer uma a passeio. Tudo depende do perfil delas. O aventureiro, histórico-cultural, peregrino, gastronômico, consumista e “baladeiro”. Mas o que leva uma pessoa largar tudo, para uma viagem só de ida, em busca dos conhecimentos mais profun- dos do universo? Estamos falando de amantes das galáxias. Pessoas que tiveram contato com seres de outros planetas ou que buscam experiências novas dentro deste assunto. PROFESSOR LÚCIO O ESCOLHIDO DE OUTRO MUNDO Quando tinha dois anos de idade, o profes- sor Lúcio Valério Barbosa ficou doente e sua vida nunca mais foi a mesma. Tratado por médicos da família, dois anos internados, seis meses em coma, mãe e pai gastaram tudo que tinham com o trata- mento da doença, mas nada adiantou. Cansada da situação, a mãe de Lúcio ajoelhou aos pés da cama e orou para Cristo pedindo que se fosse sua von- tade que curasse seu filho, caso contrário, que le- FelipeCopat/ComTexto E S P E C I A L
  • 20. 38 39 vasse ele logo para não mais sofrer. De repente, ela viu uma bola de luz dourada que entrou no peito de Lúcio, permaneceu por alguns segundos e saiu. Ele acordou e começou a andar, estava curado. Aos 13 anos, Lúcio sempre ia até o mor- ro Canastrão, que fica na cidade onde ele morava nessa época. Estava em Sidrolândia, quando numa noite, ele enxergou uma luz fazendo “zig-zag” no céu, entre as estrelas. A nave se aproximou de Lú- cio. “Ela parou uns 20 metros de mim, e ela cresceu. Virou uma bola de luz do tamanho de um estádio de futebol. Aí apagou a luz. Quase morri do cora- ção porque eu vi um disco voador cor de metal, a lua estava clara, aquilo brilhava na lua. Eu pensei que eles iam me levar. Eu vi uma porta redonda de baixo do disco, na janelinha dessa porta saiu uma luz prata que clareou a montanha inteira. Logo de- pois saiu uma luz dourada do meio dessa luz prata e no meio dessas luzes caíram brilhos, como pur- purina. Em seguida, começou tocar uma música. Uma música orquestrada, que me passou um sen- timento de amor. Quando eu estava cheio desse amor parecia que eu ia explodir, eu me vi flutuando no espaço e vi uma bola azul, fui me aproximan- do da bola azul, fui me aproximando da Terra.” Ele finaliza sua experiência. “Ter contato é uma coisa meio estranha, mas é o que aconteceu comigo.” ULI OHRSTRON A MUSA SELECIONADA POR ASHTAR SHERAN Tinha apenas oito anos quando teve o pri- meiro contato. Ela morava próxima ao Recanto An- jos de luz. Ela e a família deram as mãos em cir- culo e como numa prece, com os olhos fechados, pediram para os extraterrestres aparecerem. E foi assim. A mãe de Uli se assustou e soltou as mãos quando o disco apareceu e o no mesmo instante, num piscar de olhos, o disco sumiu. Uli diz ter visto humanoides dentro da nave. “Eram humanos!”. Já na adolescência, Uli saiu da fazenda para mo- rar em Campo Grande para poder estudar turismo. Numa tarde, ela estava em seu apartamento com sua mãe, quando Lúcio foi visita-las. Lúcio era amigo da família. Ali aconteceu o primeiro contato deles. Um contato visual. Uma amiga em comum recebeu o convite de Lúcio para passar o Revellion no sítio e convidou Uli. Ela acabou indo no carnaval. “O lugar émágiconé...daímeenvolvicomoLúcio.”Disseela. Lúcio e Uli hoje são casados e têm dois fi- lhos. No mundo da Ufologia, o professor é respei- tado pelas suas experiências e contatos. Ele não se considera um ufólogo, nem estudioso e sim um Contatado. Segundo Lúcio, ele recebeu poderes pa- CONTATO IMEDIATO Aos 13 anos, Lúcio diz que viu o primei- ro OVINI FelipeCopat/ComTexto ranormais e sabe muitas coisas que a humanidade não está preparada para receber. Ele têm quatro li- vros publicados sobre suas experiências. Seu sítio está localizado em Corguinho, na Serra de Mara- caju. Não se sabe ao certo do porque chapadas e serras são lugares de mais acessos a esses conta- tos, porém, pessoas enfrentam milhares de quilô- metros para buscar essa aproximação extraterrena. A VERDADE ESTÁ LÁ FORA A equipe da revista Com Texto resolveu encarar uma aventura. Saímos de Campo Grande e fomos até a cidade de Rochedo. São dois lugares mundialmente conhecidos, Recanto Anjos de Luz, que pertence ao professor Lúcio e o Projeto Portal, onde está à cidade Zigurats, que pertence à Uran- dir Fernandes Oliveira, que por incrível que pare- ça remete a UFO. Sigla norte americana utilizada para definir (Unidentified flying object), ou seja: objeto voador não identificado, em bom português. Buscamos informações enquanto aguardá- vamos o nosso “guia”. A estrada que dá acesso a esses dois lugares, que são vizinhos, fica em Ro- chedo, porém, eles pertencem a cidade de Corgui- nho. Sem nenhuma informação na cidade, fomos ao local que leva “informação” diária para a popula- ção de Rochedo pedir “ajuda”. A rádio 100,3 FM. ROCHEDO A PORTA DE ENTRADA DO UNIVERSO Luana Lima é locutora da rádio. Ela co- nheceu o Projeto Portal. “Se existe a gente, por- que não pode existir seres em outras galáxias”, afirmando acreditar em seres extras terrestres. Luana diz que a maioria da população da cida- de não acredita e também não tem acesso ao Pro- jeto Portal, muito menos ao Recanto Anjos de Luz. São os turistas que vão mais a esses locais. Com duas indicações, fomos atrás de mais informações. Procuramos por um antigo morador de Zigurats, que não quis nos dar entrevista, mas indicou a Elizabeth. Por sorte, e por estar em uma cidade pequena, a própria Elizabeth passava de carro na rua onde conversávamos com o “ex-zigu- ratiano”. Conseguimos falar com ela e marcamos um encontro para o dia seguinte às 10 horas da ma- nhã na entrada do Projeto Portal. Sobre o Projeto Portal e a cidade chamada Zigurats falaremos em instantes. Voltemos para o Recanto Anjos de Luz. Nosso guia atrasou e passou por telefone as coordenadas. “Vão e me esperem no bar do Elézio, depois de lá é mais difícil.” Afirmou Humberto Chelotti Gonçalves, advogado que mora em Campo Grande e sempre que pode está em Corguinho. Para ele, observar o céu é uma conexão com a natureza e uma forma de fomentar esse fascínio que tem pelo mundo extraterreno. “Desde criança, na verdade eu estou ligado a essa realidade, para mim é uma realidade. Este local aqui, em razão de suas parti- cularidades, acabou concretizando mais ainda essa ideia de existência de outras raças além da nossa. Eu não sei por que motivo eles tem a somar, ou o que eles querem levar... se isso está relacionado à sociedade, eu não sei, mas eles são nossos irmãos”. PORTAL. Estrada que dá acesso à comunidade de observadores do céu. FelipeCopat/ComTexto
  • 21. 40 41 Foi o que fizemos. Andamos cerca de 50 km de estrada de chão. Caminho desconhecido e o medo de errar fizeram-nos gastar cerca de 2h30min de viagem. Estradas confusas, caminhos que às vezes nos induziam ao erro. Nós não podía- mos errar! O combustível estava contado, se aca- basse, teríamos que esperar um contato para a ajuda com primeiro que chegasse, seja humano ou ET. Ali já percebemos que a noite seria longa. BAR DO ELÉZIO DRIVE THRU DE DISCO VOADOR Inacreditável. Um bar no meio da escuridão. Uma lâmpada com luz fraca ajudava a identificar o local. Um aparelho de som tocando country român- tico americano. A mesa de sinuca cheia de maripo- sas, dois cachorros bem receptivos e tranquilos, o som da mata... (Que é tenebroso em meio ao nada!). A natureza refletida pela luz do sol é uma impres- sionante obra de arte natural, já à noite... E nesse cenário encontramos o solitário Elézio José da Silva que contou um pouco de sua história, inclusive suas experiências com as luzes vinda do céu. Em 2007, ele teve sua primeira visão. Um dia, José aguardava uma carona na beira da estrada próximo ao seu bar, quando viu uma estrela muito grande, que fazia movimentos leves para cima e para baixo. De repente esta estrela fez movimentos brus- cos, foi em direção ao morro e por lá desapareceu. Naquele mesmo ano, Elézio estava com sua irmã em seu estabelecimento, e no alto da estrada mais uma estrela aparecera. Ele saiu de dentro do bar para ob- servar o fenômeno, e os movimentos eram parecidos com os da primeira vez. Em cima de seu bar a estrela ficou com a luz mais intensa e depois desapareceu. O comerciante diz não acreditar exatamente em ET’s. Tudo não passa fenômenos da natureza. Acredita sim que exista algum ser por traz de tudo isso. “Existem outros seres que servem a Deus, en- tão essa crença nos deuses que o povo esqueceu. E hoje ela tem que voltar à tona de novo, é por isso que muita gente está procurando o Projeto Portal e o Lu- cio Valério, porque eles têm contatos com alguns ti- pos de seres diferentes do que a igreja não tem. Eles quando falam dos seres extraterrestres, eles levam para o lado material, assim digamos outros planetas. O meu jeito de entender é diferente, esses deuses são de outros planos, já não é, por exemplo, de Mar- te, Vênus, Júpiter, Plutão, e sim de outros planos. E eles nos visitam através de raios de luz, então é mui- to, mais rápido até que um elevador. Eles moram em planos muito longe. Quando precisam vir aqui, eles vem em raios de luz, porque é muito rápido, coisa de alguns segundo eles já estão próximo da eles já estão próximo da terra”. Afirmou Elézio, mo- rador do local há 17 anos. LOCUTORA "Se existe gente aqui porque não pode existir em outras galáxias?", diz Luana Lima CRENÇA Dono de bar diz que existem outros seres que servem à Deus RECANTO ANJOS DE LUZ CELESTE LUGAR DO INTERIOR DA GALÁXIA Enfim, chegou nossa carona. Chegamos na sede do sítio. Algumas redes penduradas, um fo- gão à lenha feito de tijolos à vista, água de poço e uma roda d’água. Típico sítio do interior. Não mora ninguém no lugar. Então, estávamos eu, Mauro, Fernando, Jackson e Humberto. Levamos comida. Fernando preparou um churrasco. A chur- rasqueira era um “cupinzeiro” desabitado reapro- veitado. Incrível a natureza nos fornecendo ferra- mentas. Muita conversa e música. Pouco distante dali, escutávamos um batuque de percussão. Zigu- rats. Nossa expectativa aumentava a cada segun- do, tanto para ter um contato, quanto para conhe- cer as pessoas dessa cidade tão no meio do nada. Fernando e Jackson autorizaram utilizar o primeiro nome e o local de onde vieram. Fernan- do, de São Paulo, capital, sempre vem passar suas férias em Campo Grande. Entre suas escolhas está um final de semana no Recanto Anjos de Luz. Para ele, Deus é o próprio universo, ao contrário do que o professor Lúcio, que diz que Deus é o criador de todos os universos, mas ele vê em Lúcio sabedoria e o respeita como mestre. Jackson mora em Cam- po Grande e sempre acompanha Fernando. Disse já ter visto várias luzes diferentes no céu, para ele são OVNIs, (Objetos voadores não identificados). Terminamos de jantar, fomos até um ve- lho aeródromo armar as barracas. Ali, a nossa noi- te começou. Eram duas horas da manhã. Mauro e eu já tínhamos montado a nossa barraca e resol- vemos ajudar Fernando que estava com dificul- dades, também não conseguimos. Num gesto de companheirismo, colocamos o colchão na grama e dormimos ao relento, até porque se dormísse- mos na barraca poderíamos perder a chance de ter um contato, enxergar um disco voador ou luzes. PAZ Recanto anjos de luz é um lugar tranquilo e sossegado. A roda d'água compõe a trilha sonora d ambiente Fotos:FelipeCopat/ComTexto