1) Os sindicatos dos controladores aéreos decidiram desconvocar a greve que estava prevista para os próximos cinco dias após abrirem novas vias de diálogo com o Governo.
2) A NAV Portugal espera agora compromissos concretos do Governo para resolver a situação financeira da empresa e garantir os empregos.
3) A TAP está a reprogramar voos e pede aos passageiros que confirmem o seu voo antes de viajar devido à desconvocação da greve.
1. NACIONAL
Aviação
Desconvocada greve dos controladores aéreos
Os sindicatos dos trabalhadores da NAV decidiram des- bido informação que contacte com os serviços.
convocar a greve que estava prevista para os próximos “Os passageiros cujos voos tenham sido alterados ou
cinco dias, informou a Comissão de Trabalhadores da estão a ser informados, se tivermos os contactos deles,
empresa responsável pela gestão do espaço aéreo. ou pedimos que, durante o dia, contactem os servi-
“Esta decisão resulta do facto de se terem aberto, ços”, pede o porta-voz da transportadora aérea, Antó-
junto das Tutelas (Economia e Finanças), vias de di- nio Monteiro, em declarações à Renascença.
álogo até aqui inexistentes e do compromisso em ser “Mal foi conhecido que a greve não se efectuaria, ini-
analisada, em conjunto com sindicatos e empresa, a ciámos os trabalhos para voltar, tanto quanto possível,
especificidade do modelo de negócio da NAV Portugal aos horários iniciais. Em muitos casos, isso já foi feito,
e soluções que evitem a perda anual de milhões de eu- noutros será feito ao longo do dia”, adianta.
ros”, refere a nota da Comissão de Trabalhadores da Depois dos trabalhadores da NAV, a empresa espera que
NAV enviada à agência Lusa. também os pilotos possam cancelar a sua greve, agen-
Os trabalhadores da NAV Portugal esperam agora “o em- dada para a próxima semana, entre 5 e 8 de Julho.
penhamento político efectivo do Governo no processo À Renascença, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil
PÁG. de diálogo (...) para se encontrarem respostas concre-
tas à situação da empresa e dos seus colaboradores” e
afirmou, esta manhã, que a convocatória da greve se
mantém.
03 garantem que se manterão “expectantes
e atentos aos desenvolvimentos” futuros.
A Comissão de Trabalhadores da NAV la-
menta “ter tido de recorrer à greve como
meio para desbloquear uma nova fase nes-
te processo, que dura já há 18 meses, e ao
qual não tem sido prestada a necessária
atenção”.
A greve dos trabalhadores da NAV estava
prevista arrancar amanhã e prolongar-se
até 3 de Julho, depois da paralisação de
Maio de cinco dias, que afectou centenas
de voos.
Confirme o seu voo antes de viajar
A TAP está a avisar os passageiros sobre
a nova reprogramação de voos, depois de
desconvocada a greve dos controladores
RR
aéreos, mas apela a quem não tenha rece-
elho acha que o tempo que temos para acertar as
Não há penalties na contas é curto. Mas, se o acha, já o devia ter dito.
política Por muito que a Europa nos ajude, se falharmos por
uns pontos, a imagem de credibilidade do Governo
Portugal perdeu ontem nos penalties. Em futebol.
sai beliscada. É sempre assim quando se esconde
Mas na política não há penalties. Passos Coelho tar-
metade do jogo.
da em contar a verdade toda. Já diz que o programa
Agora, de duas, uma: ou a troika toma a iniciativa
da troika exigia quatro anos. Quando se pede pro-
de nos alargar uns furos no cinto - não por termos
longamento, é porque o jogo não está controlado.
sido geniais mas porque há o Chipre, a Grécia, a
A táctica de Passos Coelho e Vítor Gaspar está a ba-
Espanha e a certeza de que ou há coesão ou comem
ralhar os portugueses. Cobriram a austeridade com
todos - ou o prolongamento da ajuda não chega e
a promessa de que iam cumprir e não haveria mais
o Governo vê-se obrigado a impôr mais medidas de
apertos de cinto. Afinal, a receita da austeridade
austeridade. Se for por aqui, Passos deve preparar-
máxima dá sinais de falhar.
se para o pior. Não há penalties que o salvem.
O défice treme. Passos já não garante nada. E, em
desespero de causa, decidiu contar que antes de ser
Governo perguntou à troika se o nosso resgate não
podia prolongar-se por quatro anos. Ao que a troika
terá respondido: o PS (que na altura era Governo)
não pediu quatro anos. Aceitou três.
Se a história é verdadeira, significa que Passos Co-
Ângela Silva
r/com renascença comunicação multimédia, 2012