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PEDRO PEDROSA DA FONSECA .
Nasceu em Faro, 1989.
Vive e trabalha em Lisboa e Leiria.
Licenciado em Artes Plásticas, na Escola Superior de Artes e
Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR) em 2011.
Co-fundador do ateliê e espaço expositivo Casa da Praia em
2014, Alcântara (Lisboa).
Exposições colectivas (selecção):
“90-10, 20 anos de artes plásticas ESAD.CR”, Centro Cultural
e Congressos das Caldas da Rainha (2011); “FUSO”, Museu
Nacional da História Natural, Lisboa (2011); “Ninguém diz
nada”, Parque Quinta da Alagoa, Carcavelos (2013); “FUSO”,
Museu da Electricidade, Lisboa (2013); “Lisboa 13.2 NE
1/500000”, Centro Cultural do Cartaxo (2015); “Twelve legs
around the table”, LxFactory, Lisboa (2015); “mOstra’16”,
Porto e Lisboa (2016); “Noites da Lua Azul”, Electricidade
Estética, Caldas da Rainha (2017).
Exposições individuais:
“r-r-r-r-r-r eterno!”, Sala do Veado - MNHNC, Lisboa (2012);
“Simetria entrópica”, Museu Monte Redondo, Leiria (2014);
“Um grito no vazio para o nada”, Museu Bernardo, Caldas da
Rainha (2014); “Nos murmúrios do silêncio”, SILOS Contentor
Criativo, Caldas da Rainha (2015); “Depois do ressoar de um
búzio”, Atelier 6 - Centro de Artes das Caldas da Rainha
(2016).
“Quando se é confrontado com os trabalhos do Pedro é-se
assolado por uma súbita estranheza e curiosidade diante
dos elementos que surgem. Aparentam, denunciam, asse-
melham-se, mas são agora, uma outra coisa, possuem uma
outra existência, para lá da mera função de qualquer um
desses objectos reconhecíveis. Transformados, manipulados
e essencialmente, desvinculados do seu ambiente original,
estes objectos projectam-se no espaço, e potenciam-se nos
domínios da imaginação. Aqui o artista insurge-se como
um engenheiro, foi ele que concebeu cautelosamente estas
peças, reinventadas a partir de elementos selecionados do
quotidiano, peças que, afinal, sempre nos rodearam.”
Catarina Carvalho Lopes
Construção obsessiva-compulsiva.
Duas rodas de bicicleta e duas correias de borracha,
prolongam e desmultiplicam a velocidade frenética do motor.
O sistema de locomotiva, simples e frágil, é o elemento de
ignição para articular a estrutura de barras de aço, redondo
e furjado, com dimensões que tomam por referência o
corpo humano, prolongando-se em ondas energéticas pelo
espaço. Construção obsessiva-compulsiva é uma repetição
de compulsões, contínuas, hipnotizando e pautando o tempo
de observação do espectador. Diferentes ritmos e sons e
tensões, a própria mecânica que arcaicamente faz oscilar a
estrutura na sua totalidade, a fragilidade pantenteada em
todo o mecanismo, são sintomas que intensificam uma
inquietação, uma desordem, ou dissolve-os, revelando
harmonização e equilíbrio.
construção obsessiva-compulsiva, 2011
aço, correias, rodas de bicicleta e motor
160 x 710 x 40 cm
VIDEO
s/ título (gravidade), 2010
vídeo p/b, som, 6’14’’ (loop)
https://vimeo.com/16676837
emancipação, 2010
vídeo p/b, s/ som, 0’60’’
https://vimeo.com/16679497
Um grito no vazio para o nada.
Acabamos por ter que rumar para lugar nenhum quando
realmente percebemos e descobrimos onde estamos.
“Penso, penso no sentido de tudo aquilo que não faz sentido
e quanto tudo isso não faria nenhum sentido se tivesse
algum sentido.” Esta expressão do livro “Um grito no vazio
para o nada” é a constatação de um indivíduo que vagueia
pelos labirintos da sua própria mente, contemplando a sua
existência e o lugar onde está, tal como nesta instalação
site-specific, uma ventoinha paira sobre um objecto não
identificado.
um grito no vazio para o nada, 2014
aço, vidro, óleo de motor e ventoinha
dimensões variáveis
https://vimeo.com/113065185
s/ título #1 (série faculdade inventiva), 2012
impressão digital s/ papel fine art
50 x 70 cm
s/ título #3 (série faculdade inventiva), 2012
impressão digital s/ papel fine art
50 x 70 cm
Série faculdade inventiva.
Os objectos resultam de uma investigação visual de
fragmentos no campo da indústria tecnológica. A idealização
de novas formas e a transformação da própria natureza
das imagens capturadas, passam por descontextualizar e
reconstruir a matéria (o objecto real), explorando as ideias
de alteridade e de ficção. A manipulação digital (rotação/
espelho/repetição) é a ferramenta do artista, que possibilita
agigantar o carácter fragmentário e fugidio da imagem real
e do seu peculiar desenho, providenciando uma “visão táctil”
que é por natureza errante. O trabalho encontra assim, a
escala alienígena que era uma ambição do pensamento.
			“...olho outra vez e liberto-me 		
			 dessa vontade racional e ontológica, 		
			 e entro em órbita efectivamente.”
Inês Marques
onde nunca até aquele momento, 2013
vídeo cor, som, 4’50’’
https://vimeo.com/69406476
Onde nunca até aquele momento.
O personagem do texto “Stirrings Still” de Samuel Beckett,
tem a incapacidade de se mover. Não é que não se mova,
move-se, mas isso é inútil e não o leva a lugar algum, assim
como acontece no vídeo, acabando por desafiar o tempo
de observação do espectador, e expressando uma energia
que depois de consumada nos dá uma breve sensação de
suspensão do tempo.
Série espectrograma.
Traços aleatórios desenhados no diário gráfico, que são
depois trabalhados digitalmente. O próprio desenho
computorizado é um somatório de bits, tão efémero e
impalpável quanto o processo mental (da dispersão ou
distribuição de energia) que está na origem da ideia, é agora,
uma janela de fazer imagens. As relações entre as várias
formas que fitam dar sentido ao encontro estético, a ordem
geométrica, a sistemática repetição, convida o espectador
a viajar visualmente por formas surgidas do desenho, que
permite um pensamento gráfico-espacial.
s/ título #1 (série espectrograma), 2010
impressão s/ papel fotográfico
67 x 105 cm
construção epiléptica, 2011
aço, correia, rodas de automóvel e motor
115 x 210 x 75 cm
Construção epiléptica.
Duas rodas de automóvel, activadas mecanicamente, fazem
deslizar, horizontalmente, a chapa de zinco que apenas se
apoia sobre os pneus, sem qualquer suporte, proporcionando
assim uma breve suspensão temporal e gravitacional, uma
avalanche energética, onde o espectador é confrontado com
um jogo de dualidades – estabilidade/instabilidade, equilíbrio/
desequilíbrio, mobilidade/imobilidade, certeza/incerteza - que
expressam uma (in)constante precariedade da obra. Desta
forma, toda a energia patente no específico-elemento suscita a
estranheza , a estimulação, a (des)construção mental, que tanto
o artista procura, para que haja um enigmático pensamento em
torno da objectualidade da obra-artística.
depois do ressoar de um búzio, 2016
projector de luz, tripé, mola de arquivo e lupa
dimensões variáveis
https://vimeo.com/164657171
Depois do ressoar de um búzio.
Uma lupa suspensa por um fio tem um movimento,
naturalmente, rotativo e aleatório, que neste caso resulta
na ampliação, ou distorção da projecção de luz sobre uma
parede. Temporalidade e espacialidade são noções intrínsecas
à experiência da imagem projectada, que tanto poderá estar
focada e revelar a sua forma e origem, como expandir-se e
emancipar-se pelo espaço envolvente. A essência está entre
os dois pontos, no ir e no voltar.
O pensamento nada sabe dos labirintos do tempo.
Óleo de motor sobre papel. A partir desta ideia de mancha,
o trabalho ganha um carácter pictórico, até ao momento
desconhecido. O tempo do processo da “fotografia”
na totalidade da sua “captura”, poderá levar meses em
“laboratório” e o tempo de “revelação” poderá mesmo ser
indeterminado. A sua própria temporalidade faz como se de
uma “fotografia de longa exposição” se tratasse, ou melhor,
de uma “pintura em movimento”, isto porque o óleo nunca
seca, e assim, a obra está numa mutação incontrolável
constantemente subtil.
o pensamento nada sabe dos labirintos do tempo #3 #4, 2015
óleo de motor s/ papel fotográfico
10 x 15 cm
o pensamento nada sabe dos labirintos do tempo #1, 2015
óleo de motor s/ papel fabriano
50 x 50 cm
nada sobre uma parede #2, 2014
óleo de motor s/ papel fabriano
40 x 50 cm
nos murmúrios do silêncio, 2015
aço, motor de passo, óleo de motor e gesso
dimensões variáveis
Nos murmúrios do silêncio.
O homem existe primeiro como ser livre (nada) para depois
se definir, daí a máxima sartreana de que a “existência
precede a essência” e o nada, no seu mais recente trabalho,
aparece como o fator enigmático no campo da imaginação,
onde no espaço ocupa um lugar de contemplação. Andar à
volta do nada, do vazio, do que não sabemos onde está, nem
o que é. Simultaneamente a esse nada aparece a liberdade
«nos murmúrios do silêncio», entendida como autonomia de
escolha. Isto caracteriza a realidade humana como o ser dos
possíveis, uma vez que apenas o conhecimento se exclui de
tudo o que poderá ser nada.
a história
. . .
onde nunca até aquele momento, 2013
iluminação, 2013
um grito no vazio para o nada, 2014
nada sobre uma parede, 2014
entre tanto, 2015
construção de uma parede sobre nada, 2015
habita o ângulo de reflexão, 2015
o nada não existe, 2015
aparece a liberdade, 2015
nos murmúrios do silêncio, 2015
depois do ressoar de um búzio, 2016
diante do nada (e a possibilidade da sua existência), 2016
o pensamento nada sabe dos labirintos do tempo, 2016
procurei-te na luz, no mar, no vento, 2016
viagens no tempo, 2016
espera a ordem e o tempo de cada coisa, 2017
pedrosadafonseca@gmail.com © 2018

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Pedro Pedrosa da Fonseca

  • 1. PEDRO PEDROSA DA FONSECA .
  • 2. Nasceu em Faro, 1989. Vive e trabalha em Lisboa e Leiria. Licenciado em Artes Plásticas, na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR) em 2011. Co-fundador do ateliê e espaço expositivo Casa da Praia em 2014, Alcântara (Lisboa). Exposições colectivas (selecção): “90-10, 20 anos de artes plásticas ESAD.CR”, Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha (2011); “FUSO”, Museu Nacional da História Natural, Lisboa (2011); “Ninguém diz nada”, Parque Quinta da Alagoa, Carcavelos (2013); “FUSO”, Museu da Electricidade, Lisboa (2013); “Lisboa 13.2 NE 1/500000”, Centro Cultural do Cartaxo (2015); “Twelve legs around the table”, LxFactory, Lisboa (2015); “mOstra’16”, Porto e Lisboa (2016); “Noites da Lua Azul”, Electricidade Estética, Caldas da Rainha (2017). Exposições individuais: “r-r-r-r-r-r eterno!”, Sala do Veado - MNHNC, Lisboa (2012); “Simetria entrópica”, Museu Monte Redondo, Leiria (2014); “Um grito no vazio para o nada”, Museu Bernardo, Caldas da Rainha (2014); “Nos murmúrios do silêncio”, SILOS Contentor Criativo, Caldas da Rainha (2015); “Depois do ressoar de um búzio”, Atelier 6 - Centro de Artes das Caldas da Rainha (2016). “Quando se é confrontado com os trabalhos do Pedro é-se assolado por uma súbita estranheza e curiosidade diante dos elementos que surgem. Aparentam, denunciam, asse- melham-se, mas são agora, uma outra coisa, possuem uma outra existência, para lá da mera função de qualquer um desses objectos reconhecíveis. Transformados, manipulados e essencialmente, desvinculados do seu ambiente original, estes objectos projectam-se no espaço, e potenciam-se nos domínios da imaginação. Aqui o artista insurge-se como um engenheiro, foi ele que concebeu cautelosamente estas peças, reinventadas a partir de elementos selecionados do quotidiano, peças que, afinal, sempre nos rodearam.” Catarina Carvalho Lopes
  • 3.
  • 4. Construção obsessiva-compulsiva. Duas rodas de bicicleta e duas correias de borracha, prolongam e desmultiplicam a velocidade frenética do motor. O sistema de locomotiva, simples e frágil, é o elemento de ignição para articular a estrutura de barras de aço, redondo e furjado, com dimensões que tomam por referência o corpo humano, prolongando-se em ondas energéticas pelo espaço. Construção obsessiva-compulsiva é uma repetição de compulsões, contínuas, hipnotizando e pautando o tempo de observação do espectador. Diferentes ritmos e sons e tensões, a própria mecânica que arcaicamente faz oscilar a estrutura na sua totalidade, a fragilidade pantenteada em todo o mecanismo, são sintomas que intensificam uma inquietação, uma desordem, ou dissolve-os, revelando harmonização e equilíbrio. construção obsessiva-compulsiva, 2011 aço, correias, rodas de bicicleta e motor 160 x 710 x 40 cm VIDEO
  • 5. s/ título (gravidade), 2010 vídeo p/b, som, 6’14’’ (loop) https://vimeo.com/16676837 emancipação, 2010 vídeo p/b, s/ som, 0’60’’ https://vimeo.com/16679497
  • 6.
  • 7. Um grito no vazio para o nada. Acabamos por ter que rumar para lugar nenhum quando realmente percebemos e descobrimos onde estamos. “Penso, penso no sentido de tudo aquilo que não faz sentido e quanto tudo isso não faria nenhum sentido se tivesse algum sentido.” Esta expressão do livro “Um grito no vazio para o nada” é a constatação de um indivíduo que vagueia pelos labirintos da sua própria mente, contemplando a sua existência e o lugar onde está, tal como nesta instalação site-specific, uma ventoinha paira sobre um objecto não identificado. um grito no vazio para o nada, 2014 aço, vidro, óleo de motor e ventoinha dimensões variáveis https://vimeo.com/113065185
  • 8. s/ título #1 (série faculdade inventiva), 2012 impressão digital s/ papel fine art 50 x 70 cm s/ título #3 (série faculdade inventiva), 2012 impressão digital s/ papel fine art 50 x 70 cm Série faculdade inventiva. Os objectos resultam de uma investigação visual de fragmentos no campo da indústria tecnológica. A idealização de novas formas e a transformação da própria natureza das imagens capturadas, passam por descontextualizar e reconstruir a matéria (o objecto real), explorando as ideias de alteridade e de ficção. A manipulação digital (rotação/ espelho/repetição) é a ferramenta do artista, que possibilita agigantar o carácter fragmentário e fugidio da imagem real e do seu peculiar desenho, providenciando uma “visão táctil” que é por natureza errante. O trabalho encontra assim, a escala alienígena que era uma ambição do pensamento. “...olho outra vez e liberto-me dessa vontade racional e ontológica, e entro em órbita efectivamente.” Inês Marques
  • 9. onde nunca até aquele momento, 2013 vídeo cor, som, 4’50’’ https://vimeo.com/69406476 Onde nunca até aquele momento. O personagem do texto “Stirrings Still” de Samuel Beckett, tem a incapacidade de se mover. Não é que não se mova, move-se, mas isso é inútil e não o leva a lugar algum, assim como acontece no vídeo, acabando por desafiar o tempo de observação do espectador, e expressando uma energia que depois de consumada nos dá uma breve sensação de suspensão do tempo.
  • 10.
  • 11. Série espectrograma. Traços aleatórios desenhados no diário gráfico, que são depois trabalhados digitalmente. O próprio desenho computorizado é um somatório de bits, tão efémero e impalpável quanto o processo mental (da dispersão ou distribuição de energia) que está na origem da ideia, é agora, uma janela de fazer imagens. As relações entre as várias formas que fitam dar sentido ao encontro estético, a ordem geométrica, a sistemática repetição, convida o espectador a viajar visualmente por formas surgidas do desenho, que permite um pensamento gráfico-espacial. s/ título #1 (série espectrograma), 2010 impressão s/ papel fotográfico 67 x 105 cm
  • 12.
  • 13. construção epiléptica, 2011 aço, correia, rodas de automóvel e motor 115 x 210 x 75 cm Construção epiléptica. Duas rodas de automóvel, activadas mecanicamente, fazem deslizar, horizontalmente, a chapa de zinco que apenas se apoia sobre os pneus, sem qualquer suporte, proporcionando assim uma breve suspensão temporal e gravitacional, uma avalanche energética, onde o espectador é confrontado com um jogo de dualidades – estabilidade/instabilidade, equilíbrio/ desequilíbrio, mobilidade/imobilidade, certeza/incerteza - que expressam uma (in)constante precariedade da obra. Desta forma, toda a energia patente no específico-elemento suscita a estranheza , a estimulação, a (des)construção mental, que tanto o artista procura, para que haja um enigmático pensamento em torno da objectualidade da obra-artística.
  • 14.
  • 15. depois do ressoar de um búzio, 2016 projector de luz, tripé, mola de arquivo e lupa dimensões variáveis https://vimeo.com/164657171 Depois do ressoar de um búzio. Uma lupa suspensa por um fio tem um movimento, naturalmente, rotativo e aleatório, que neste caso resulta na ampliação, ou distorção da projecção de luz sobre uma parede. Temporalidade e espacialidade são noções intrínsecas à experiência da imagem projectada, que tanto poderá estar focada e revelar a sua forma e origem, como expandir-se e emancipar-se pelo espaço envolvente. A essência está entre os dois pontos, no ir e no voltar.
  • 16. O pensamento nada sabe dos labirintos do tempo. Óleo de motor sobre papel. A partir desta ideia de mancha, o trabalho ganha um carácter pictórico, até ao momento desconhecido. O tempo do processo da “fotografia” na totalidade da sua “captura”, poderá levar meses em “laboratório” e o tempo de “revelação” poderá mesmo ser indeterminado. A sua própria temporalidade faz como se de uma “fotografia de longa exposição” se tratasse, ou melhor, de uma “pintura em movimento”, isto porque o óleo nunca seca, e assim, a obra está numa mutação incontrolável constantemente subtil. o pensamento nada sabe dos labirintos do tempo #3 #4, 2015 óleo de motor s/ papel fotográfico 10 x 15 cm
  • 17. o pensamento nada sabe dos labirintos do tempo #1, 2015 óleo de motor s/ papel fabriano 50 x 50 cm nada sobre uma parede #2, 2014 óleo de motor s/ papel fabriano 40 x 50 cm
  • 18.
  • 19. nos murmúrios do silêncio, 2015 aço, motor de passo, óleo de motor e gesso dimensões variáveis Nos murmúrios do silêncio. O homem existe primeiro como ser livre (nada) para depois se definir, daí a máxima sartreana de que a “existência precede a essência” e o nada, no seu mais recente trabalho, aparece como o fator enigmático no campo da imaginação, onde no espaço ocupa um lugar de contemplação. Andar à volta do nada, do vazio, do que não sabemos onde está, nem o que é. Simultaneamente a esse nada aparece a liberdade «nos murmúrios do silêncio», entendida como autonomia de escolha. Isto caracteriza a realidade humana como o ser dos possíveis, uma vez que apenas o conhecimento se exclui de tudo o que poderá ser nada.
  • 20. a história . . . onde nunca até aquele momento, 2013 iluminação, 2013 um grito no vazio para o nada, 2014 nada sobre uma parede, 2014 entre tanto, 2015 construção de uma parede sobre nada, 2015 habita o ângulo de reflexão, 2015 o nada não existe, 2015 aparece a liberdade, 2015 nos murmúrios do silêncio, 2015 depois do ressoar de um búzio, 2016 diante do nada (e a possibilidade da sua existência), 2016 o pensamento nada sabe dos labirintos do tempo, 2016 procurei-te na luz, no mar, no vento, 2016 viagens no tempo, 2016 espera a ordem e o tempo de cada coisa, 2017 pedrosadafonseca@gmail.com © 2018