O poema critica as pessoas por serem conformistas e viverem vidas superficiais. Ele descreve como as pessoas se acomodam nos limites do que é socialmente aceito e se vestem de máscaras para esconder suas verdadeiras naturezas. O poema também sugere que as pessoas constroem identidades artificiais através de símbolos de status como roupas e aparências para esconder que estão aquém de suas capacidades internas.

1. ATO DE CONTRIÇÃO ARTUR DA TÁVOLA

2. Ah, como somos comedidos! Acomodamo-nos, vãos, nos limites do concebido.

3. Somos bem educados, cultos, e ruge tanta fome nos apetites fora do concedido

4. Ah, como somos sob medida! submetidos, hirtos, bem vestidos, robôs impecáveis, ilusão de vida. Ah, como somos sob medida! submetidos, hirtos, bem vestidos, robôs impecáveis, ilusão de vida.

5. Ah, somos como os subvertidos, introvertida soma de extrovertidos por pompa, tinta, arroto ou brilhantina.

6. Filhos do instante, do entanto e do porém, somos através, como os vidros, mas opacos e pervertidos, sempre aquém

7. Traçamos sinas e abstrações, terçamos ódio finos, dissuadidos, lãs de olvido e alucinações.

8. Sovamos os sidos, os vividos, somos eiva, disfarce, diluição. Somos somas e subtrações.

9. Formatação: Miriam Catão Texto: Artur da Távola Música: Crazy Imagens: Internet

10. FIM