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2
Adilson Motta
Radiografia de Bom Jardim – MA.
História e Geografia
(Contribuindo para uma educação contextual)
1ª edição - 2007
Revisão: Julho de 2021
E-mail para contato e Sugestões: webinformatica62@gmail.com
Bom Jardim-MA
2020
3
Os conteúdos deste documento são de inteira responsabilidade do autor,
portanto, sua reprodução só será permitida, desde que citado o autor. E sua
alteração, mediante assinatura por escrito do mesmo.
MOTTA, Adilson Pires
Radiografia de uma cidade brasileira. E a sua? História e
geografia / Adilson Pires Motta. - Bom Jardim – MA. 2010.
269 p.: il.
1. Bom Jardim - MA – Aspectos geográficos 3. Bom Jardim
– MA. – Aspectos culturais I Título
CDD 900 (UFMA, 2006)
CDU 908 (812-1)
ISBN: 978-65-90156-1-1-81
ORGANIZAÇÃO:
Adilson Motta
DIGITAÇÃO:
Adilson Motta
Colaboração: Luzinete Silva Vieira
Fotografia:
Rogério Matos
Sibimba (fotógrafo)
CARTOGRAFIA: (mapas)
IBGE
Adilson Motta
Antônio dos Santos Júnior
Araão (Ex-secretário de Saúde)
REVISÃO
Adilson Motta
Firmino Viveiros dos Santos
Claudyomilton Santos
Valderlene Gomes e Silva.
Francisco Pires Mota
José Arnaldo da Silva
4
Sobre o autor
Adilson Motta, filho de Luzanira, nascido em Bom Jardim-MA (Região do Vale do Pindaré).
Formado em Letras pela Universidade Federal do Maranhão em 2005. Já foi comerciante, e
atualmente é professor e escritor. Escreveu o livro “Radiografia de Bom Jardim – Aspectos
históricos, geográficos e culturais”. Sem apoio para publicá-lo, fez uma doação aos
munícipes, o qual se encontra disponível em Rede Social no formato pdf.
Desde cedo, apesar da mãe ser analfabeta, - produto de um contexto social, por não ter podido
estudar, e ter criado sete filhos no árduo labor e dificuldades com a ajuda de seus avós, a mãe
colocou algo precioso nas mãos dos filhos: revistas em quadrinhos e gibis, o que no futuro
despertou para outras leituras, e suas riquezas, tal como os caminhos da pesquisa e produção
textual (como hoby predileto). Além deste trabalho, existe mais oito (08) que estão
disponíveis em sites e lojas virtuais na internet. De 1981 a 1985 morou em Barcelos,
Amazonas. Nos final dos anos 80 retornou a Bom Jardim, onde por um longo tempo exerceu a
atividade de comerciante, (varejista e atacadista). Em 2006, retorna a Bom Jardim-MA, se
restabelecendo.
“É necessário conhecer o passado
para se ter percepção do presente,
e conhecer o presente para
planejar o futuro”.
5
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos estudantes, professores e sociedade em geral que
precisam deste conhecimento. A todos que desejam conhecer o passado e a
realidade desta terra.
Dedico-o também, especialmente, em memória às primeiras famílias que
assentaram as bases para construir a história de Bom Jardim:
Primeiras Famílias Bonjardinenses
Dos anos 59 a 70 * Gerso Meireles
* Nélio (de Dona Maria Estela)-
Comerciante
* Frederico Varão
* Elias Ribeiro* Zé Marinheiro
* Nilo Ribeiro* Zeferino Gomes Pereira
*Chico Milhão* Miguel Milhão
* Bernardo Meireles
* Benjamin Olegório Ribeiro
* Raimundo Fuíca
*Antonio Joaquim (Biribute)
*Chico Cobó * Raimundo Santos
* Bernardo Carvalho
* Antonio de Sales (1ª Farmácia)
* Zé de Sales
* Dico da Vespa (Empresário-Oficina)
* João Sendero
* Ex-vereador Binóca
* Chico Celestino
* Ze Gorim (Dono de Restaurante)
* Chico Vítor * Pedro Carvalho
* Antonio Leandro (Liandra)
* Chico Firme
*Sibimba (Alfaiate/Fotógrafo)
* Joaquim Bezerra (Pai do Biribute)
* Mário Santiago
* Raimundo Varão
* Valdivino Amorim (Comerciante)
* Antonio Curador
* Manoel Matias (Pai do Chico Betel)
* Antonio Surdo(Fundador do Povoado Santa Luz)
*Chico Dentista (Comerciante)
* Dona Toinha (do Comércio)
* Genesão (Comerciante)
*Raimundo Massau
* Miguel Meireles
* Biribute da Calçadeira
* Manoel Pereira Mota
* João Bombom (Da calçadeira)
* Antonio de Santos (Antonio do Dudú)
* Zé Braz (Pai do Chico do Braz)
* Zequinha Joalheiro
* Manoel Chagas
* Raimundo Cícero Gome (Seu Dico)
* José Pedro Vasconcelos
* Binóca Prachedes
*Maneco Sousa
* Manoel Polino
* Sebastião Bispo
*Adroaldo Alves Matos
* Mauzol Miguel
* Corinto (Cabeleireiro)
*Raimundo Danana
* Zé da Joana
*Família Gama
* Pedro Sotero
* João Marruá
* Arlindo Trindade (da Gregória)
* Amador (Irmão de Benedito Bogé)
* Pedro Novo
* Mundico Guimarães (Pai de Boanerges)
* Miguel Gogó
*Joaquim Memória
* João do Rádio
* Romão Cosme do Nascimento
* Simão Lopes
*Antonio Piauí
* Expedito Pereira
*Chico Rumano
* Pacífico Ferreira de Melo
* Joca Soares de Melo
* Raimundo Oleiro
* Zezé (Comerciante)
* Manoel Frota
* Benedito Barbado
* Ozano Bezerra
* Tarzan do Sindicato
* Valquírio Bertoldo
* Valdemar Sapateiro
* Alcides (Sogro do Dionísio)
* Família Venâncio
**********************
* Gildásio Ferreira Brabo(1º prefeito
eleito)
*João Batista Feitosa(1º prefeito por
intervenção)
* Pedro Juvino (Comerciante)
6
SUMÁRIO
HISTÓRIA VERSUS CIDADANIA..................................................................09
1. INTRODUÇÃO (CONSIDERAÇÕES GERAIS)...............................................10
2. GEOGRAFIA BONJARDINENSE................................................................11
2.1 Meio Ambiente (com mapa ambiental de Bom Jardim).............................26
2.2 Meio ambiente bonjardinense..............................................................26
2.3 Medidas corretivas aos problemas ambientais de Bom Jardim..................28
3 UM BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO NO VALE DO PINDARÉ....................37
3.1 Primeiros escritos da História de Bom Jardim – MA. .......................................42
4. HISTÓRIA DA ORIGEM DE BOM JARDIM...................................................43
4.1 Contexto da política Estadual e Nacional................................................54
4.2 Evolução sócio-político da história de Bom Jardim...................................55
4.3 Biografia dos Prefeitos.........................................................................82
4.4 Vultos bonjardinenses.......................................................................84
5 ASPECTOS SOCIAIS.............................................................................88
6. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA...........................................93
6.1 Símbolos municipais..........................................................................111
7 CONHECENDO SÃO LUÍS.......................................................................112
8.HISTÓRIA DOS PRINCIPAIS DISTRITOS DE BOM JARDIM-MA (Rosário, Novo Caru,
Vila Bandeirante, Região da Miril, Tirirical e Cassimiro)..............................114
8.1REGIÃO DA MIRIL, VARIG, BREJO SOCIAL, AEROPORTO E ANTONIO
CONSELHEIRO..............................................................................123
8.1 Indício de Colonização na Região Caru................................................143
8.2 Descobrindo nossas origens................................................................146
8.3 Programas sociais, benefícios, emprego...............................................147
9. INSTITUIÇÕES, SINDICATOS E ASSOCIAÇÕES.......................................147
9.1 INFRAESTRUTURA HABITACIONAL......................................................156
9.2 SETOR DE COMUNICAÇÃO..................................................................135
10 EDUCAÇÃO E CULTURA......................................................................137
10.1 História da educação de Bom Jardim................................................137
10.2 As Primeiras Escolas em Bom Jardim................................................137
10.3 Situação Político-Educacional dos anos 60a 80 em Bom Jardim............144
10.4 Gráficos Situacionais da Educação em Bom Jardim.............................148
10.5 Contexto histórico da EJAI (educação de jovens, adultos e idosos em Bom Jardim – MA.
10.6 Possível Explicação para o Fracasso Escolar .......................................154
11 ASPECTOSCULTURAIS DE BOM JARDIM..........................................159
11.1 Manifestações Folclóricas..................................................................187
11.2 Danças: dança do coco, mangaba, quadrilha, bumba-meu-boi..............187
11.3 O casamento na roça.......................................................................191
11.4 O bumba-meu-boi em Bom Jardim.....................................................194
11.5 O Auto do Bumba-meu-boi/ Interpretação e Histórico...........................198
7
11.6 Festas: Festival do peixe, Carnaval, Festejo de São Francisco de Assis,
Festa do divino, Festas juninas...............................................................199
12 LENDA: PADRE CORDEIRO - A EXCOMUNHÃO......................................205
12.1 CANTORES E ESCRITORES DA TERRA ...............................................206
12.2 Teatro...........................................................................................209
12.3 Artes plásticas...............................................................................210
12.4 Aspectos desportivos..................................................................... 212
12.5A capoeira...................................................................................................213
13 INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS (EVOL. HISTÓRICA)...................................218
13.1 A MAÇONARIA EM BOM JARDIM......................................................230
13.2 AS RELIGIÕES AFRO (MACUMBA, UMBANDA,CANDOMBLÉ).................321
14 POPULAÇÃO INDÍGENA.....................................................................237
14.1 População Indígena Mundial ...........................................................237
14.2 Panorama Maranhense da População Indígena (com mapa das reservas)...........237
14.3 A população Guajajara....................................................................238
14.4 População Indígena de Bom Jardim (Reservas Pindaré e Caru)..............239
14.5 Estrutura da Sociedade Guajajara.....................................................241
14.6 Crendices Indígenas........................................................................245
14.7 Lendas e mitos dos guajajara............................................................246
15 ASPECTOS ECONÔMICOS DE BOM JARDIM-DADOS EVOLUTIVOS..............248
5.1 Agropecuária Bonjardinense..............................................................249
15.2 Extrativismo e Recursos naturais....................................................250
15.3 A DECADÊNCIA AGRÍCOLA NO MUNICÍPIO DE BOM JARDIM................253
15.4 Economia de Bom Jardim – MA.......................................................255
15.5 Infra Estrutura Bancária e Histórico..................................................268
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................271
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................272
8
O Desafio
O presente trabalho, conjugado aos demais foi o maior desafio de minha vida até
hoje; um projeto iniciado com recursos próprios, em fevereiro de 2004 dei início
neste trabalho e outros. Apesar da falta de apoio das autoridades local (Bom Jardim),
jamais desisti e decidi ir até o fim.
Não foi muito fácil, pois, vivemos em um país, onde se fala muito em cultura,
mas na íntegra esta fica em último lugar.
No caso, Radiografia de uma cidade brasileira, tendo como centro e enfoque
maior a cidade de Bom Jardim, é abrangente, propondo-se a resgatar vários aspectos
da história que vai além do município em estudo – contempla várias cidades na
Microrregião do Vale do Pindaré.
As dificuldades surgiam exatamente no fato de haver os que não valorizam o resgate
da história a qual não foi eles que fizeram e argumentam dizendo: “quem gosta de
passado é museu”.
Lamentavelmente, ninguém é eterno! Morrem os desbravadores e junto com
eles a história que ajudaram a construir. É óbvio, um povo sem história é um povo
sem raízes, sem identidade.
Durante as pesquisas foram muitas as situações de impacto; mas não vem ao
caso; corruptos, ignorantes, tentam podar tudo relacionado à cultura, para que o povo
continue a admirá-los, sem saber o quanto são perniciosos.
Tratando-se de desvalorização da cultura, os políticos na maioria são
recordistas. Quando buscava informações para integrar ao corpo deste trabalho,
informações foram negadas, e, percebi que, as evasivas eram por temer, que fosse
descoberto o que buscam manter no anonimato. Informação é poder, e eles sabem
disso; e um povo sem cultura ou desinformado de sua realidade é facilmente
manobrado. Existe dinheiro para tudo, menos para contribuir com o resgate da
história do município, onde se inclui o herói anônimo que depositou seu voto de
confiança elegendo um mau administrador.
As experiências vividas durante o desempenho deste trabalho me fizeram ver
que a maioria dos seres humanos não se dão conta que estamos aqui só de passagem,
além de mostrar claramente, que tudo é possível, basta acreditar e lutar. As
dificuldades foram superadas e aqui está: Radiografia de Bom Jardim – um presente e
doação que faço ao povo de Bom Jardim.
9
História Versus Cidadania
Os dicionários definem que a história se conceitua como Ciência que estuda a vida
humana através dos tempos. É necessário como cidadãos estudarmos história mais do que
nessa simples visão informativa e inteirativa; o essencial é estudá-la como um instrumento de
mudança, que nos permita olharmos para trás e sabermos o que queremos para o futuro que
começa em cada presente. O passado e o presente são inseparáveis, pois somos produtos do
passado e perspectiva de um futuro. O passado histórico, além de ser de extrema importância
para se compreender o presente, as atuais formas de relacionamento entre os homens, as
comunidades e entre os países, pode servir para conscientizar a todos da tarefa de
construirmos um mundo mais justo, mais digno; ajudando então a transformar o país, estado e
municípios para melhor. Conhecer nossa história, a transformação de nossa sociedade e sua
análise (apreender os fatos e compreendê-los diante de outras variáveis) pode ajudar-nos, a
saber, onde estamos e a escolher para onde vamos. E, em outras convergências, é preciso
conhecer a história para corrigir erros e ressaltar acertos. O povo que não conhece seu
passado, a sua história, certamente pode voltar a viver tempos tenebrosos e de triste memória
como tempos idos e não muito distante.
A dialética de Karl Marx aponta que o eixo das transformações históricas são
alimentadas ou produzidas a partir da dinâmica das contradições que permeiam os
acontecimentos sociais e leva a seus opostos. Já outros autores apontam que as ações próprias
do homem – passadas, presentes ou futuras - se lhe aparecem sob o manto da necessidade e
que o indivíduo pode ser uma grande força social de transformação. Principalmente numa
sociedade onde exista pessoas informadas de direitos e deveres, enfim dotadas de espírito
crítico. É nesse sentido que é válida a afirmação de que as particularidades das
personalidades determinam o aspecto individual dos acontecimentos históricos. É dessa
forma que o indivíduo vai cumprir o seu papel na história – enquanto conhecedor e
participante no processo (Plekhanov, 2002, p.110 a 118 e 152).
A história acontece no cenário das lutas “lutadas”, “calada”, “reclamadas”,
“confiadas”, “omissas”, e muitas vezes, sob manobras sociais em formas diversas. E às vezes,
até na atividade ou passividade de cada cidadão.
A política, neste contexto, é o instrumento central onde se desenvolve todo cenário
de acontecimentos que se constitui o fazer histórico. Segundo Creusa Capalbo (apud
SANTOS, 2000, p.98), “a conscientização utilizará uma pedagogia que proporcionará ao
homem condições para descobrir-se, conquistar-se, formar-se como sujeitos de sua própria
história”. Em consonância com o que foi afirmado, veja o que diz Marilena Chauí (1980, p.
114): “ Enquanto não houver um conhecimento da história real, enquanto a teoria não mostrar
o significado da prática imediata dos homens, enquanto a experiência comum de vida for
mantida sem crítica e sem pensamento, a ideologia de dominação se manterá.”
Não é apenas em uma grande cidade, estado e país que a história acontece;
uma pequena comunidade no interior de um município é também um espaço ou cenário onde
acontece história. E nessa relação sociedade&história, veja o que diz a doutora Rita Santos em
(SANTOS, 2000, P. 112):
“Cada sociedade é, pois, um espaço de vida, no qual a sua própria história se vai
escrevendo...”
10
1. Introdução
Considerações Gerais
Foi na percepção da carência de material didático, histórico e geográfico acerca dos
municípios que resolvi desenvolver o presente trabalho. E ao mesmo tempo, atendendo a Lei
Orgânica dos municípios em seu artigo 173, que define como obrigatório à inclusão nos
currículos escolares do ensino da história do Município, da 1ª a 4ª série do 1º grau; e ao que
solicita a LDB 9394/96, que determina que a educação, além de interdisciplinar, seja
contextual. E para que uma educação seja contextual é indispensável arremeter informações e
conhecimento da realidade local onde o aluno está inserido. Grande parte das informações é
de exclusiva importância para o município de Bom Jardim. Entretanto, há um grande número
de informações que, apesar de retratar Bom Jardim, transpõe uma base de estudo bem além
do município em foco. É intenção que a presente obra sirva de convite e modelo, como uma
espécie de livro-projeto para outros municípios brasileiros. É um trabalho científico, pois
resulta de entrevistas e buscas de informações fidedignas em fontes oficiais, precisas e
confiáveis.
Por ser um material histórico e geográfico, necessitará de constantes atualizações e
possíveis revisões. Pois história não é apenas o que passou, envolve também o presente.
O livro “Radiografia de uma cidade brasileira” é fruto de uma ampla pesquisa acerca do
Município de Bom Jardim, no Estado do Maranhão. Sua abordagem vai desde o aspecto
sócio-político, econômico e cultural do município em estudo. É uma obra social, sendo uma
contribuição para a cultura e a informação do povo bonjardinense e outros que dela
precisarem; tendo como objetivo informar os órgãos educacionais, Poder Público, professores,
alunos e sociedade em geral, a história do município abordando: sua origem, demografia,
superfície (geografia), cultura, indicadores sociais, incluindo os símbolos municipais,
bandeira, brasão, hino, aspectos físico e socioeconômico, a história da educação de Bom
Jardim, situação educacional da população escolarizável atendida pelos órgãos competentes
no município, contemplando através do Plano Decenal de Educação de Bom Jardim, os
indicadores educacionais (número de matrículas, aprovação, reprovação, evasão e distorção
idade-série).
Sendo de suma importância para a elaboração de projetos em âmbito municipal pelo
Poder Público e como subsídio na elaboração de Projetos Pedagógicos na área educacional.
É incluído especialmente um capítulo sobre a população indígena; sendo uma
contribuição de Padre Carlo Ubialli, que vivera por muito tempo e em longa relação com os
guajajaras da reserva indígena do Pindaré e Caru. Deixando um rico material histórico e
cultural dessa população, e durante essa vivênciafez um estudo antropológico sobre os
indígenas da região (Pindaré/Bom Jardim), com os quais vivera por longos e pacíficos anos.
Inclui-se também um breve histórico do desenvolvimento no Vale do Pindaré,
microrregião onde o município está localizado.
A história é como um livro sempre aberto, porque está sempre sendo escrita num
presente que caminha para um futuro... O futuro de nossas gerações que continuarão a viver, a
fazer e a retomar os próximos capítulos que continuam...
11
2. A GEOGRAFIA BONJARDINENSE COM MAPAS
O município de Bom Jardim está localizado na mesorregião Oeste do Maranhão, na
microrregião do Vale do Pindaré. Localiza-se em área pertencente à Amazônia Legal e tem
como coordenadas de latitude 4º, 44 min. 30 seg, de longitude 44º, 21 min. 00 seg. e de
Altitude 40,689m. Localizando-se na microrregião do Vale do Pindaré, faz limites com os
lmunicípios de Monção, Açailândia, Tufilândia, Pindaré Mirim, São João do Caru, Newton
Belo, AltoAlegre do Pindaré, Buriticupu, Bom Jesus das Selvas, Centro Novo do Maranhão e
Itinga do Maranhão. O município tem 6.590,48 km³ de área territorial. A área urbana
corresponde a 113 km². A referida área detém 35% da população total, sendo que 65% da
população se concentra na zona rural. A densidade demográfica do município é de 5,93
habitantes por km² .
A distância de Bom Jardim a São Luís é de 275 km. Os principais rios que formam a
hidrografia do município são: rio Pindaré, Caru, rio Azul ou Poranguetê, rio Ubim, os dois
últimos são braços do rio Pindaré, na região da Miril. Existe também os igarapés Água Preta,
Limoeiro, Crumaçu, Arvoredo, Galego e Turizinho. O rio Pindaré, nome que significa “anzol
pequeno”, nasce ao leste da Serra da Cinta e desemboca no rio Mearim, após um curso de
750 km de extensão. É um rio caudaloso, extenso, navegável e rico em peixes.
Bacia Hidrográfica é o conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes
e subafluentes. As bacias hidrográficas dos rios Pindaré e Caru são sub bacias do rio
Mearim, e são tidas por bacias hidrográficas estaduais.
Na Bacia Hidrográfica do Rio Mearim habitam 1,681.307 habitantes, numa área de
99.058,68 km² - abrangendo 85 municípios.
A temperatura média (na região que compreende a área geográfica de Bom Jardim) é de
30º e o clima é quente e úmido como da Amazônia Equatorial. Índice de chuvas por ano:2000
a 2200 mm anuais. Período chuvoso vai de janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho.
Período seco: Julho a Dezembro.
A vegetação ou plantas nativas do município é formada de cocais e matas (árvores
grossas e capoeira). As madeiras nativas no município (atualmente escasseando) são: pau-
d´arco, maçaranduba, pequi, jatobá, mirindiba e cedros, ressaltando também os capins Jaraguá
e canarana. Árvores frutíferas mais predominantes são os mangueirais.
No ranking por área territorial, entre as 217 cidades maranhenses, Bom Jardim é o 7º maior
município.
1º: Balsas: 13.141,7 km²
2º: Alto Parnaíba: 11.132,1 km²
3º: Grajaú: 8.830,9 km²
4º: Mirador: 8.450,8 km²
5º: Centro Novo do Maranhão: 8.258,4 km²
6º: Amarante: 7.438,1 km²
7º: Bom Jardim: 6.590,5 km²
8º: Carolina: 6.441,6
9º: Riachão: 6.373,0 km²
10º: Açailândia: 5.806,4 km²
A menor cidade em área territorial no estado do Maranhão é o município de Raposa, com
66,2 km².
12
Fonte: IBGE 2013
Ordenamento Territorial – Zona Urbana
O município apresenta uma área territorial de 6.590,48 km³ e é o 7º maior no ranking
do estado. A área urbana corresponde a 113 km², ou seja, 1,7% da área territorial do
município. A referida área detém 35% da população total, sendo que 65% da população se
concentra na zona rural. A densidade demográfica do município é de 5,93 habitantes por km².
Se focalizarmos a densidade demográfica só na zona urbana, vamos encontrar um número
totalmente diferente: 107 Hab. / KM². Essas informações são de alta importância, pois nos
permitem perceber que existe um alto aglomerado de pessoa por km² na área urbana
merecendo por isso uma atenção especial à questão ambiental (da referida área, sem excluir a
zona rural). A zona urbana possui 10 bairros:
 Bairro Joana Dark
 Bairro Vila Muniz
 Bairro Vila Pedrosa
 Bairro Vila Meireles
 Centro
 Birro Santa Clara
 Vila Nova Esperança
 Alto dos Praxedes
 Bairro Mutirão
 Bairro União (Bairro novo que fica atrás e entre o Bairro Joana Dark e Vila Muniz)
 Vila São Bernardo
 Bairro Nobre
 Bairro Nova Jerusalém
 Bairro Firmino
 Bairro 28 de Julho
 Bairro Portela
 Bairro Davi.
Dos 39.049 habitantes, 41% residem na zona urbana, o equivalente a 16.010 habitantes.
13
Ordenamento Territorial – Zona Rural
O município possui Polos Administrativos que foram criados para fins administrativos,
numa perspectiva da geopolítica local no intuito de promoção e planejamento das políticas
públicas. A criação destes polos serve de “agregação” de povoados adjacentes a outros
maiores para fins de abranger blocos de povoados no sentido de mapeamento de concursados
por blocos regionais; em outro caso, serve como agregação de povoados para fins de apuração
eleitoral (como aconteceu na eleição de 2012) para apuração eleitoral, a qual muito se
especulava temores de que por trás de certa “inovação” – o que dantes não acontecia, fosse
corromper os resultados da disputada eleição dos dois fortalecidos blocos.
 Polo Bela Vista;
 Polo Brejo Social e Antônio Conselheiro;
 Polo Caru, Cassimiro, Vila Bandeirante e Igarapé dos Índios;
 Polo Vila Varig;
 Polo Santa Luz, Tirirical e Oscar;
 Cohab.
O município possui 127 povoados (grandes e pequenos), os principais e maiores são:
Povoado KM 18, Boa Esperança, Oscar, Galego, Barrote, Cassimiro, Rapadurinha,
Escada do Caru, Traíras, Igarapé dos índios, Vila Bandeirantes, São Pedro do Caru, Novo
Caru, Centro do Alfredo, São João do Turi, Três Olhos D Água, Turizinho do Augusto,
Sapucaia, Nascimento, Rapadura Velho, Boa Vista, Barraca Lavada, Jatobá Ferrado, Santa
Luz, Barra do Galego, Rosário, Escada do Caru, Povoado Tirirical, Zé Bueiro, Varig, Vila da
Pimenta, Vila da Palha, Vila Cristalândia, Povoado União, Miril, Vila Jacutinga, Aeroporto,
Vila Bom Jesus, Brejo Social, Povoado Flecha, Terra Livre e Antonio Conselheiro.
O município está num processo contínuo de migração da população do campo a cidade
apresentando uma taxa migratória anual de 1,9%. Dos 39.049 habitantes, 59% residem na
zona rural – o correspondente a 23.039 habitantes.
14
Reserva Biológica – REBIO/Gurupi
Bom Jardim, São João do Caru e Centro Novo do Maranhão
Rebio Gurupi - Criada em 1988, através do Decreto Federal nº 95.614 de 12 de
janeiro de 1988, com uma área de 341.650 ha e é a única Proteção Integral do
Maranhão com uma área de 271.197 há, abrangendo três municípios: Bom Jardim
onde compreende uma área de (35,49%), Centro Novo do Maranhão (59,01%), São
João do Caru (5,5%) no Estado do Maranhão.
Ela (REBIO) está situada na região do Arco do Desmatamento e é estratégica para a
conservação, pois, somada às três terras indígenas que fazem fronteira com ela -
Alto Turiaçu, Awa e Caru - constitui a última fronteira de área contínua amazônica do
Maranhão.
A REBIO Gurupi sofre ameaças ao seu território desde que foi criada. Grupos de
madeireiros e pequenos agricultores, que vivem dentro dos limites da reserva,
destroem a floresta para exploração ilegal de madeira, criação de gado, trabalho
escravo e plantações de maconha. Há também conflitos entre colonos, grileiros,
sem-terra, e povos indígenas aliciados ao garimpo.
Hoje a cobertura florestal da REBIO/Gurupi está reduzida a 65% do original.
Toras arrmazenadas na Rebio do Gurupi. Foto: Nelson Feitosa.
Caminhão apreendido em flagrante e depois liberado por decisão judicial. (Foto 2)
15
Tufilândia
Itinga do Maranhão
Mapa de Bom Jardim
16
Fonte: Edições Michelany, 2006
17
18
Bom Jardim(espaço verde) dentro do Estado do Maranhã
Bom Jardim, região e estradas de acesso
Fonte: IBGE, 2006.
19
TIPOS DE SOLOS NO MUNICÍPIO DE BOM JARDIM – MA
Fonte:Secretaria Municipal
de Agricultura. Plano
Municipal Desenvolvimento
Rural Sustentável de Bom
Jardim-MA. Embrapa Solos.
2015.Vigência 2013-2016.
LEGENDA DE DOMÍNIO DE SOLOS
Latos solos amarelos (LA)
Latos solos vermelho escuro húmico
Latos solo vermelho escuro
Latos solos roxo
Terra roxa estruturada
Podzólico vermelho amarelo
Podzólico acinzentado
Podzólico vermelho amarelo trófico
Plintossolo
Planossolos
Candis solos
Vertissolo
Solos de mangue
Oleissolo
Solo aluviais
Areias quartzosas
Dunas
Solos litólicos
Convenção:
 Sede Municipal
............ Drenagem
______ Estradas
______ Rodovias
Água
Mapa Exploratório Reconhecimento
de solos do Município de Bom
20
Mapa de distância de vários municípios a Bom Jardim
Fonte: Gerência Regional de Negócios de Santa Inês 2004
21
MAPA DAS RUAS E BAIRROS DE BOM JARDIM – MARANHÃO (IBGE, 2002)
Fonte: https://pt.slideshare.net/adilsonmottam/mapa-das-ruas-de-bom-jardim-
ibge?from_action=save
(Para baixar com mais visibilidade e detalhamento, nome ruas, bairros).
22
MAPA DA REGIÃO CARU
23
MAPA REGIÃO MIRIL VARIG, ANTONIO CONSELHEIRO
EDEMAIS COM DISTÂNCIAS
Fonte: SUCAM/FUNASA2014
24
HIDROGRAFIA DO VALE DO PINDARÉ
Fonte: Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos. Perfil da Região do Pindaré 2008 . _São Luís :
IMESC, 2009 ‐
Mapa fornecido pelo professor Júnior
25
O Maranhão possui 640 quilômetros de costa, que corresponde a faixa entre a foz do rio
Gurupi, na divisa com o Pará, e a desembocadura do rio Parnaíba, nos limites com o
Piauí.
Fonte: Atlas do Maranhão, Rio de Janeiro, IBGE, 1984.
26
Fotos por Rogério Matos, in 2005.
Rio Pindaré e Caru – extensos e navegáveis – apresentando praias lacustres ao
longo de seus leitos.
27
2.1 Meio Ambiente
5 de junho – Dia internacional do Meio Ambiente.
O meio ambiente é um complexo ecossistema onde as formas diversas de
vida mutuamente se dependem. O homem tem que viver nesse meio, criar
desenvolvimento, mas na responsabilidade e perspectiva de que ele está
decidindo por ele e outras formas de existência que, em sua totalidade
garantem o equilíbrio e a harmonia do planeta. Não somos auto-suficientes e a
autonomia de nossas decisões tem que corresponder com as outras formas de
vida, que não tiveram esse privilégio que temos: da racionalidade e
inteligência.
A questão ambiental está conjugada a questão “Saúde” pois um meio
ambiente saudável e favorável a saúde daqueles que nele vivem, seja o homem
ou a espécie animal. Conclui-se, portanto, que a qualidade de vida da população
está associada à qualidade do meio em que esta vive.
O homem é um produto do meio assim como o meio é produto do homem.
Se nessa relação perpetuar a forma perniciosa, sem um desenvolvimento
sustentável, e o perdedor for o meio ambiente, com certeza o perdedor seremos
nós, porque será nossa existência que estará em risco. É o que também adverte
o CACIQUE SEATLE in (Emilia Amaral et al. 2000, p.520), quando diz: “ensinem
as suas crianças: que a terra é nossa mãe. Tudo que acontecer a terra,
acontecerá aos filhos da terra. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que
une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer com a terra recairá
sobre os filho da terra”.
Aquestão ambiental é um dos grandes problemas em pleno século XXI,
pois se relaciona com a própria existência de toda a forma de vida presente e
futura que habita o planeta. Você já parou pra pensar o que significa a palavra
“progresso”? pois então pense: estradas, usinas, cidades, máquinas, exploração
mineral e muitas outras coisas que ainda estão por vir, principalmente na
Amazônia onde 40% do seu território é área pré-cambriana (área onde estão as
maiores reservas de ferro conhecidas, manganês, etc., sem mencionar-se ouro,
cobre, níquel, pedras preciosas, material de construção, etc. O progresso, da
forma como vem sendo feito, tem acabado com o ambiente ou, em outras
palavras, é nocivo e degrada o planeta terra e a natureza. O atual modelo de
crescimento econômico hoje no mundo gerou enormes desequilíbrios. Se, por um
lado, nunca houve tanta riqueza e fartura, por outro lado, a miséria, a
degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia.
Considerada o pulmão do mundo, a maior floresta tropical do planeta está
ameaçada de extinção, o que será fatal para a humanidade. Segundo cientistas,
o desmatamento e o aquecimento global podem provocar o desaparecimento da
Amazônia. Nos últimos 35 anos a Amazônia perdeu quase 17% de sua cobertura
e advertem:
 Se a floresta perder mais de 40% de sua cobertura, o processo de
destruição será irreversível, pois a mata, segundo pesquisadores,
tem o poder de multiplicar as chuvas.
 O desmatamento e as queimadas na Amazônia são responsáveis por
mais de 75% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil.
 A Amazônia abriga 16% de toda água doce do planeta e 73% de
água disponível no Brasil para consumo.
Segundo as Nações Unidas, o Brasil possui 52% das florestas da América
Latina; e que o país perde anualmente de florestas com o
desaparecimento de 3,1 milhões de hectares. A perda anual de florestas em todo
28
o planeta chega a 7,3 milhões de hectares, o equivalente a um país como o
Panamá.
Diante de tudo isso e similares que ocorre em outros países, o clima da
terra assim como fenômenos fora do normal estão dando suas respostas em
vários cantos do planeta. A título de exemplo, vale citar a seca em plena
Amazônia em 2005, que segundo pesquisadores, foi resultado do possível
aquecimento do planeta, que resulta no efeito estufa, consequente das
queimadas, emissões de gases lançados à atmosfera, tornados devastadores nos
Estados Unidos, tsunami na Ásia, redução de calota de gelo no polo norte
consequente da abertura na camada de ozônio, ciclones nos Estados Unidos,
pesados terremotos em várias partes do mundo que dizimam milhares de
pessoas e a desertificação. Diante desta constatação surge a ideia do
desenvolvimento sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento
econômico como a preservação ambiental, atendendo as necessidades do
presente sem comprometer a possibilidade de futuro para as futuras gerações.
O que acontecerá com a continuação do desmatamento
Amazônico?
Vale também o alerta da LBA (Biosfera Amazônica de Larga Escala, sigla em
inglês), maior estudo científico sobre ecossistemas tropicais já realizado no
planeta, que envolve 500 pesquisadores de 100 instituições internacionais que
advertem:
“Se o desmatamento da Amazônia continuar no ritmo atual, em 100 anos
algumas regiões da floresta tropical podem se tornar uma árida savana”.
Todos os anos, a proliferação da iniciativa agropecuária e a exploração
ilegal de madeira põem abaixo quase 20 mil quilômetros quadrados de mata. Da
floresta que se estende por seis milhões de quilômetros quadrados, 600 mil já
foram destruídos, o que representa uma área do tamanho da Bélgica. “É possível
que haja um aumento na temperatura e uma diminuição no volume de chuvas, o
que transformaria as áreas sul, leste e norte da Amazônia em savanas no prazo
de um século”, avalia Carlos Nobre, coordenador científico do LBA e do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o representante brasileiro do projeto.
As savanas são o correspondente ao cerrado e têm clima semelhante ao de
Brasília. São regiões muito áridas, onde as chuvas se concentram num único
período do ano. (Isto é, n.1758, p. 78/79, jun.2003).
O desequilíbrio provocado pelo efeito estufa poderá ser o mais catastrófico da história
humana se não buscarmos alternativas e solução ao problema. As empresas não podem
operar em um vácuo político, precisam de liderança firme dos governos e incentivos.
Veja o que disse príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, em junho de 2008:
“(...) milhares de pessoas que moram na região da floresta amazônica “vivem com uma
renda muito baixa. Elas precisam de maneiras para garantir que o esforço de não destruir as
florestas valha a pena. Seria preciso criar algum tipo de pacote em forma de incentivos para
que essas pessoas não degradem as florestas. Não podemos esperar por novas tecnologias.
Não há tempo para isso. Se o desmatamento não diminuir rapidamente, haverá mais seca e
fome em grande escala”. E a previsão, segundo cientistas, é que, em décadas não muito
longe, se perdurar os problemas sem busca concreta de solução, haverá 150 milhões de
refugiados em todo mundo.
O aumento da pecuária na região que transforma a floresta em pastos é responsável por uma
grande parte do desmatamento somado às queimadas.
E cita mais: “Os governos, grandes empresas e consumidores devem se unir em um esforço
conjunto para pôr fim à devastação florestal”.
29
2.2 Meio ambiente bonjardinense
Logo na origem de Bom Jardim nascem também nossos problemas
ambientais. Com as grandes roças sob queimadas e a mudança constante de
agricultores repetindo essa prática em vários locais fazendo desaparecer grande
parte de nossas matas e florestas. Segundo relatos de (-os) primeiros moradores
de Bom Jardim, aqui existia mata fechada com muitos animais como onças,
porcos, queixadas, tatu, paca, macaco, etc…
A forma primitiva de agricultura praticada até hoje no município e em
muitos municípios maranhenses é nociva ao meio ambiente, porque devastam
nossas florestas, nossos cocais e vai extinguindo, consequentemente, a fauna da
região. Nos 5.561 municípios que tem o Brasil, a decadência de nossas matas e
florestas incluindo a redução de nossa fauna está associada à ausência de um
desenvolvimento sustentável e às vezes mal planejado, e quando às vezes
planejado, não seguido, expondo o meio ambiente aos riscos e degradação.
Como o caso das roças sob queimadas, um processo que perdura, gerando
grandes roças e magras safras, em troca de magras florestas que ficam como
resultado. E o que ficará para as futuras gerações?
A prefeitura municipal, através da lei orgânica do município deveria atuar
no sentido de assegurar a todos os cidadãos bonjardinenses o direito ao meio
ambiente ecologicamente saudável e equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à qualidade de vida (lei orgânica e constituição federal ART. 225).
Para assegurar tal direito o município deve articular-se com os órgãos
competentes estaduais, regionais e federais, e ainda quando for o caso, com
outros municípios, objetivando a solução de problemas comuns relativos à
proteção ambiental.
Listagem dos problemas ambientais de Bom Jardim
1. Derrubadas e queimadas de palmeiras;
2. Roças sob queimadas;
3. Lixões a céu aberto, sem aterro sanitário e sem tratamento. A
maioria desses lixões se encontram nos braços dos igarapés (em declive), onde
no inverno, as águas das chuvas que ali caem, levam seus dejetos e
contaminações para esses igarapés que poluem e contaminam seus
ecossistemas. Lembrando que esses igarapés desembocam no rio Pindaré
(AbetelPimentaLimoeiroPindaré). Das atividades da pesca se alimenta
grande número de pessoas que vivem nas regiões ribeirinhas e lacustres. Há
presença de entulhos e focos de lixos dentro de alguns braços de igarapés,
pondo consequentemente em risco seu desaparecimento no futuro.
A partir de um mapa dos igarapés que foi elaborado, recebendo um nome
de “Mapa Ambiental Urbano (ver página 26)”, ficou percebido que esses igarapés
formam uma espécie de “cinturão verde” – numa perspectiva ambiental - que
envolvem e adentram o município (em especial no centro urbano).
4. pesca predatória (realizada antes do crescimento dos peixes ou na fase
de desova).
5- Temos também a questão dos esgotos, para os quais não existe
uma rede de tratamento, encontrando-se a céu aberto, permeando
nosso ambiente social e despejando seus poluentes e
contaminações nos igarapés. O rio Pindaré, que atravessa o
município tendo como afluente na margem esquerda o rio caru, está
em risco de desaparecimento em seu curso devido assoreamento
30
causado pelo desmatamento em suas margens, e uma alta carga de
contaminação que recebe dos esgotos das comunidades e cidades
que se localizam nas regiões ribeirinhas.
6- Diante da grande importância social e do potencial econômico dos
rios Pindaré e Caru para o estado e região do vale do Pindaré – cabe
não só a comunidade através de campanhas de conscientização e
educativas, mas, também ao poder público e o Ministério do meio
ambiente desenvolve projeto de preservação.
7- Ao longo da estrada Bom Jardim/São João do Caru, é visto a
“matança” do curso de muitos igarapés pela não-colocação de
bueiros sobre os mesmos, que perpassam ao longo da estrada que
interliga os dois municípios.
Taxa de Desmatamento (km²) de Bom Jardim e algumas Cidades
Maranhenses entre 1988 e 2009
Os dados do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite
(PRODES), evidencia que, no período de 2002 e 2009 alguns municípios no
estado tiveram incremento de desmatamento em áreas de biomas Amazônico
entre 90 e 400 km², o que requer atenção redobrada do sistema de
monitoramento e fiscalização sobre estes territórios.
Tabela 1. Municípios do Maranhão com maior área de desmatamento no bioma
Amazônico, no período entre 2002 e 2009:
Nº Município Área Territorial
do Município
KM²
Área natural
de Floresta
Amazônica.
KM²
Incremento
absoluto de
desmatamento
entre 2002-
2009. Km²
Incremento
relativo de
desmatamento
entre 2002-
2009
%
1 Barra do Corda 8.054 5.551,4 400,5 7,2
2 Bom Jardim 6.647 5.584,9 399,6 7,2
3 Itinga do Maranhão 3.612 3.474,6 381,5 11,0
4 Amarante do
Maranhão
7.737 5.967,7 335,3 5,6
5 Açailândia 5.844 5.812,2 331,6 5,7
6 Centro Novo do
Maranhão
8.366 7.794,8 312,4 4
7 Grajaú 7.480 2.722,2 301,0 11,1
8 Bom Jesus das 2.700 2.617,8 289,6 11,1
31
Selvas
9 Buriticupu 2.567 2.514,5 279,0 11,1
10 São Domingos do
Maranhão
1.321 1.205,2 240,5 20,0
11 Tuntum 3.619 1.644,8 170,1 10,3
12 Santa Luzia 6.193 6.190,7 162,2 2,6
Segundo o relatório, 50% dos municípios listados como maiores desmatadores do bioma
Amazônico (2002-2009) não possuem registros de autorização para supressão vegetal para o
período 2008-2010.
De acordo com os dados da pesquisa, no município de Bom Jardim, de 2002 a 2009 (no
transcorrer de 7 anos) foram devastadas 399,6 km² de floresta natural (amazônica). Superior à
área territorial do município de Santa Inês, que é de 381 km².
18/07/2012
Segundo o documento Indicadores Ambientais do Maranhão (2009), o
município de Bom Jardim apresentou 1.438 focos de queimadas (anual). Já o
índice de desflorestamento global apresentado é de 52%, (significa que 48% das
áreas florestais no município já desapareceram).
Taxa percentual de desflorestamento, Hidrografia, Área de floresta
existente
Município Taxa de desflorestamento
do Município da Amazônia
Legal 2007
Área de Floresta
(%)
Área d a
Floresta (km²)
Hidrografia
%
Hidrografia
(km²)
Bom Jardim 51 32% 2.126 ‐ 7 km²
Fonte: INPE, 2007
Destruição ou desmatamento
em grande escala de
palmeiras - estrada do
povoado Rosário. Em
desconformidade com as leis
ambientais.
32
Igarapés que já desapareceram na área urbana deBom Jardim
Igarapé Abetel (curso cortado)Igarapé do Abetel, ano: 12/2012
Finado Igarapé do Abetel. Por longos anos, era água corrente e servia de banho nos finais de
semana para muitas pessoas no município como lazer. Mataram suas nascentes e seus cursos
construindo estradas e ruas – a chegada nociva do progresso sem conciliar meio ambiente
nem natureza – ou melhor, sem planejamento nem desenvolvimento sustentável. Éste é
apenas um dos defuntos hídricos de nosso ecossistema local.
Crescimento
desordenado e não
acompanhamento dos
órgãos oficiais como
Secretaria de Meio
Ambiente,
infraestrutura e
saneamento básico na
política pública local.
33
2.3 Medidas Corretivas ao Problema Ambiental do
Município
de Bom Jardim
* Reflorestamento nas imediações dos igarapés.
* Fazer aterro sanitário no lixão e procurar lugares estratégicos e distante
dos igarapés e lagos para depositar os futuros lixos.
* Conscientizar e proibir a população de jogar lixos nas imediações ou
braços dos igarapés e rios.
* Dragagem (drenagem) e recanalização do leito do rio Pindaré e Caru
para que eles não venham a desaparecer.
* Reciclagem.
Lembrando que na zona urbana, que corresponde a 1,7% da área
territorial do município é onde se concentra 35,2 % da população total que
corresponde a 12.126 habitantes (IBGE /2000). A densidade demográfica de
todo município é de 5,2 habitantes/km². Em 2010, segundo o IBGE, o número de
habitantes é de 39.049 habitantes. Se focalizarmos a densidade demográfica só
na zona urbana, vamos encontrar um número totalmente diferente: 107 Hab. /
KM². Essas informações são de alta importância, pois nos permitem perceber que
existe um alto aglomerado de pessoa por km² na área urbana merecendo por
isso uma atenção especial à questão ambiental (da referida área, sem excluir a
zona rural).
Todos e cada um de nós estamos diretamente ligados ao meio ambiente, e
dependemos desse meio para sobreviver; é nesse meio onde moram os seres
vivos dos quais também fazemos parte e dependemos; E está situada à escola e
aqueles que a frequentam.
Só a escola poderá não resolver os problemas detectados no meio
ambiente bonjardinense, mas é o caminho viável para acelerar as ações do poder
público com políticas ambientais voltadas para a preservação. É possível conciliar
desenvolvimento e meio ambiente. A questão da preservação não é só uma
iniciativa do poder público. E, não se deve, porém, excluir a participação de
comunidade do processo de preservar. A comunidade deve ser transformada em
parceira essencial do poder público na promoção da ação educativa e na
formação de consciência da sociedade em favor da preservação ambiental para
as presentes e futuras gerações.
“É necessário dentro desse grande país, com uma grande biodiversidade que
temos, construir uma nação com grande consciência ecológica. Já que somos
considerados por todos como o “pulmão do mundo”. E darmos exemplo e lição,
e não sermos vistos como “bárbaros devastadores daquilo que é de todos
inclusive das futuras gerações”.
Por Adão Alves, 2007
Pela ausência de infraestrutura em urbanismo, veja uma das
inundações em uma das ruas de Bom Jardim em junho de 2006.
Saneamento básico é o conjunto de medidas, visando preservar
ou modificar as condições do ambiente com a finalidade de
prevenir doenças e promover saúde. Investir em saneamento,
principalmente no tratamento de esgotos, diminui a incidência
de doenças e internações hospitalares e evita o
comprometimento dos recursos hídricos do município.
34
MAPA AMBIENTAL DE BOM JARDIM
O Mapa Ambiental do município de Bom Jardim visto anteriormente
compreende a circunferência hidrográfica do município onde, no inverno, se
verifica sua integração “arterial” - especialmente no período do inverno. Um
fato verificado, quando na elaboração do presente mapaé que, o mesmo
Autores: Adilson Motta e Sancler (pintor), 2004
35
expressa as “artérias” os igarapés e lagos do município, os quais afluem ao rio
Pindaré.
Outro fato verificado é a existência de grande quantidade de lixos e lixões
nas imediações ou adjacência desses igarapés – que, com seu chorume e
poluentescontaminam os ecossistemas desses mananciais. Contaminando
também, os lençóis freáticos que são reservatórios naturais de água potável que
servem e servirão de consumo à população atual, e as gerações futuras.
Igaarapé do abetel, antes e atualmente (2013).
Igarapé do Betel – Recebe alta carga de contaminações e dejetos do lixão
mostrado abaixo - que fica em terreno declive, propício para as águas das
chuvas durante o inverno. Além do mais, no referido lixão (onde até mesmo lixo
hospitalar é jogado sem o mínimo de critério ou incineração) – muitas crianças,
jovens e adultos caminham por dentre os resíduos encontrados.
Foto tirada por: Natana, 2009.
Não é só o Meio Ambiente que é injustiçado, por muitos anos, os moradores desta casa e outros que se
localizam a menos de 100 metros sofreram (-em) os riscos do impacto das doenças que podem ser
causadas pelo lixo.
Apesar da palavra de ORDEM do atual século ser: “Meio Ambiente & Preservação Ambiental”, em
junho de 2009, a “matança” injustificada de muitas árvores no município, ao longo da BR 316, em
pleno centro da cidade gerou muita polêmica, discussão e insatisfação. Nas rádios locais foram o
objeto de uma semana de especulação e debate e pelos recantos informais da cidade. Frente a
situação, o nome de Bom Jardim até chegou a mudar! Muitos chamaram de “A Cidade do Pau
Pelado” outros: “A Cidade da Cara pelada”. Sem respostas para o ato, muitos se perguntavam: “Será
que a AVENIDA agora vai sair?
36
07/2010
Fonte: Natana, 06/2009
E assim foi um dia... Depois da “pelação”
Por falta de comunicação, conscientização e sintonia com a comunidade, houve o incidente
da “devastação” para alguns, das árvores. Sendo em seguida recomposto com projeto de
arborização.
07/2011
1ª etapa da avenida: a
iluminação – 3 anos.
Logo nos três meses de governo, a
administração Beto/Lidiane Rocha
cumpriram o que prometiam em
palanque: Retirar o lixão do
inadequado local onde se
encontrava, como mostra as fotos ao
lado.
37
Quem não se comunica, se trumbica... Se era a tão “sonhada avenida”ou arborização, porque
o gestor não comunicou o fato com antecedência à comunidade?
Importância das árvores em uma cidade
As ÁRVORES desempenham um importante papel na diminuição da poluição
atmosférica. Uma VEGETAÇÃO densa representa um verdadeiro filtro contra as
bactérias; As folhas das ÁRVORES retêm a poeira;
Os ESPAÇOS VERDES podem ser um refúgio e lazer de sombras para homens,
mulheres e crianças –, um presente da natureza;
As ÁRVORES produzem oxigénio para a nossa respiração;
As ÁRVORES regularizam a umidade atmosférica e a temperatura;
Os ESPAÇOS VERDES atenuam o ruído da cidade;
As ÁRVORES diminuem a poluição causada pelos veículos motorizados;
E retiram gases tóxicos da atmosfera.
Cria uma certa umidade, que reduz a temperatura.
1º Posto de Gasolina de Bom Jardim
O primeiro Posto de Gasolina a funcionar em Bom Jardim foi nos anos 70, e sua localização
era onde hoje se localiza a Usina Natuba (de frente para a Avenida José Pedo) –BR 316.
Funcionava com duas bombas 1 de diesel e 1 para venda de gasolina. O mesmo pertencia ao
Senhor Zé Roseno. Fonte: Marcelino e Décio, 2020.
38
3. UM BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO
NO VALE DO PINDARÉ
Devido o fato do município de Bom Jardim se
localizar na microrregião do Vale do Pindaré, é de
suma importância fazer uma breve retrospectiva
da referida região. Pois é o contexto onde o
município está inserido.
Falar sobre o desenvolvimento na região do
Vale do Pindaré é imprescindível tocar também na
questão dos engenhos. Ou, sendo mais específico,
o Engenho Central acerca do que
representou aquela fábrica localizada no Vale do Pindaré, a qual foi a alavanca
para o desenvolvimento e colonização na referida região. Subsistindo hoje, como
patrimônio tombado pelo estado.
Engenho central
Fonte: http://historiadesantaines.blogspot.com.br/
A instalação do primeiro engenho em terras maranhenses foi feita em
meados do século XVII, mais precisamente em 1662, às margens do rio
Itapecuru, pelo então provedor da fazenda real, Antonio Munis Barreiros.
Em 1860, no Maranhão haviam 420 engenhos, sendo que 98 destes, era
no Vale do Pindaré. A produção, por essa época, era em torno de 100 mil sacos
de açúcar, mas mesmo assim o Maranhão queria produzir em escala bem maior.
Enfatiza-se no papel dos engenhos as ações políticas promovidas pelo
governo provincial que fomentava o desenvolvimento agroindustrial através da
concessão dos subsídios para empreendimentos fundados em concepções
modernas (era da máquina, da indústria).
Procurava-se através do engenho promover a economia maranhense
investindo no setor industrial, especialmente no fabrico moderno do açúcar de
demais produtos da exploração canavieira, tendo com base a instalação dos
engenhos centrais.
A instalação dos engenhos centrais do Brasil corresponde aos anos de
transição, pelos quais passariam a economia e a sociedade brasileira na segunda
metade do século XIX, representados, fundamentalmente pela crise do trabalho
escravo. O Maranhão entrou em decadência com a abolição dos escravos, cujos
braços sustentavam toda atividade produzida do estado.
A relevância política e social do engenho central São Pedro, na região de
Pindaré-Mirim, pode ser compreendida em relação à posição que as camadas de
proprietários de engenhos, como segmentos da classe produtora escravista,
ocupou na estrutura de poder da sociedade brasileira, durante o século XIX,
membros de setor acreditavam, ser a mecanização altamente sofisticada, do
setor de beneficiamento de cana-de-açúcar a tábula de salvação para os
Pindaré-Mirim
39
problemas que afetavam a economia açucareira na segunda metade do referido
século.
Produzir muito e barato, era a fórmula salvadora realizada por meio dos
engenhos centrais.
Os engenhos, sendo uma grande fábrica altamente equipada, totalmente
importada, das estruturas de ferro a máquinas e parafusos, inteiramente
montados por técnicos franceses e ingleses, seria a solução para os problemas,
que tanto afetaram os senhores de engenhos, representados fundamentalmente,
pelas baixas sucessivas no preço do açúcar no mercado internacional. Bem
como, pela crise do trabalho escravo que ameaçava a produção exatamente no
momento em que se buscava superar as baixas através de um incremento da
produção açucareira.
O imperador do Brasil, D. Pedro II, era um entusiasta das novas
tecnologias e em 1857 foi elaborado um programa de modernização da
produção de açúcar. Assim surgiram os Engenhos Centrais, que deveriam
somente moer a cana-de-açúcar, ficando o cultivo (da cana) por conta dos
fornecedores.
A criação dos engenhos foi produto de meses de discussão no parlamento
e estado; sensibilizados pelos senhores de engenhos, e, em 29 de setembro de
1875, foi promulgado o decreto legislativo nº 2.658, o qual foi autorizado pelo
governo a conceder isenção de direitos de importação para todos os materiais
destinados a construção e exploração de engenhos, por fábricas centrais que
tivesse sido ou fosse contratada pelos governos da província, ou pelo geral,
fixadas previamente a quantidade e qualidade dos materiais favorecidos com
aisenção.
A instalação do engenho central promovido pelo grupo Martins Hoyer,
portanto, deveria introduzir mudanças no cultivo de cana na zona do Pindaré,
onde existiam muitos produtores dessa matéria prima e senhores de engenhos.
Por localizar-se às margens do rio Pindaré com a abundancia de peixes e caças
isso garantia o sustento da maioria dos trabalhadores ligados, formal ou
informalmente, ao engenho central: no eito, na unida fabril, no ramal ferroviário,
nas atividades portuárias nas casas administrativas ou mesmo nas casas de
residências de gerentes e demais funcionários graduados. A energia elétrica
chegou à colônia (São Pedro) em 1883. Tal fato deu a região à classificação
pioneira do Brasil, pois somente em 1892 é que a cidade fluminense de campos
teve sua iluminação elétrica efetivamente inaugurada.
Apesar do município de Santa Inês emancipar-se apenas em dezembro de
1966, já existia como povoado desde 1879; fundada por senhores de escravos.
O primeiro nome do município era Ponta da Linha, passou a ser chamado de
Conceição e por fim Santa Inês em razão de um voto de uma senhora que lhe
deu o nome como padroeira da cidade. Mani Viana e Severino Costa foram os
primeiros moradores do município de Santa Inês.
A estrada de ferro foi inaugurada em 13 de setembro de 1883. A
inauguração do engenho efetuou-se em 6 de agosto de 1884. Do engenho até a
Ponta da Linha, se fixava a estrada de ferro com 12 quilômetros que ia até os
canaviais das quadras.Sobre elas, trilhos rodavam 105 vagões carregando 315
toneladas de cana-de-açúcar, um panorama inédito no Maranhão.
A partir de 1884, o engenho central encontrava-se em declínio, através de
déficit de largas proporções, a empresa continuava a lutar para sobreviver aos
elevados juros que aumentavam assustadoramente o seu débito. A
irregularidade nas estações, com invernos rigorosos trouxe um agravamento
40
maior à crise; além disso, a linha férrea foi danificada. E anos que seguiram, a
seca, para piorar a situação.
O engenho central ficou, nessas condições sem fornecedores de matéria
prima, e, portanto, impedido de funcionar. Sendo vendido para terceiros e
revendido para a Companhia Progresso Agrícola, que também foi à falência e
arrematado em leilões por bancos no valor de 90 contos, e, num processo de
revendas que se seguiam, chegando a 750 contos.
Através da lei estadual nº 800, de 22 de março de 1918 a antiga colônia
onde estava situado o referido engenho (hoje em ruínas), foi elevado à categoria
de vila e posteriormente pela lei nº 1052, de 10 de abril de 1923, essa vila foi
elevada à categoria de cidade conhecida como: São Pedro. Mais tarde, pelo
decreto estadual nº 75, de 22 de abril de 1931, o município foi extinto. Em
seguida restabelecido pelo decreto nº 121, de 12 de junho do mesmo ano. A
partir daí, a cidade não parava de crescer. Na década de 60, o município de São
Pedro teve que ceder mais de 50% de suas terras para criação dos municípios de
Santa Inês e Santa Luzia.
Emerso num contexto maior, Maranhão, é importante frisar que, a partir
da década de 20 o quadro econômico passou por uma pequena alteração
proveniente do fluxo migratório nordestino, decorrente de secas e crises
econômicas, resolvendo-se parcialmente o problema da falta de mão-de-obra.
Conclui-se, pois, que na primeira metade do século XX o Maranhão
continuava com seus aspectos primários de produção sujeita a flutuações do
mercado mundial.
No processo de alteração do quadro econômico, produtos anteriormente
considerados de ponta vão dar lugar ao babaçu e ao arroz. O primeiro como
atividade extrativa, e o segundo, sendo cultivados pelos pequenos lavradores.
É então que surge o babaçu em nossa história econômica, quando da
primeira guerra mundial, e permite um primeiro reequilíbrio nas finanças
estaduais que vinham se alimentando precariamente de empréstimos, e oferecer,
a nosso comércio, com as exportações dessas amêndoas oleaginosa, em desafio
desafogo que cria um clima de recuperação cujo processo de desenvolvimento,
ressente-se da carência de capitais.
A agricultura foi a atividade que congregou homens e mulheres,
constituindo-se na principal fonte da vida e de trabalho nos anos que se seguiam
na região.
O arroz se tornou o responsável em grande parte pela ocupação das
extensas terras livres, pois à medida que ia ocorrendo o desmatamento para
plantio, surgiam pequenos aglomerados rurais que iam se desenvolvendo, e
sendo envolvidos em moldes capitalista de estratificação, e formando-se desse
modo pequenos e grandes núcleos de povoamentos, que resultou no surgimento
de novas cidades em nível de estado e na região do Vale do Pindaré.
O pequeno produtor vai deixando de ser autônomo e se tornar o último
colocado em uma pirâmide que envolve plantio e ocorre para o “auxílio” da
colheita, ficando empenhado na mão de comerciantes. Em troca das compras
(querosene, açúcar, ferramentas, remédios e possíveis empréstimos em
dinheiro). A consequência dessa relação é a dependência do pequeno produtor
que é expropriado, chegando a perder a sua propriedade para os grandes
latifundiários.
Com o declínio da produção açucareira no Vale do Pindaré e
consequentemente dos engenhos, formou-se no transcorrer dos anos que se
seguiram, novas formas de desenvolvimento na referida região, cotado pela
agricultura, pecuária e comercial. Somados a projetos do governo estadual e
federal e não de forma isolada. A título de exemplo, cabe citar projetos como: a
41
abertura de várias rodovias tais como, a estrada BR – 316, a – 222, e a Belém-
Brasília e projetos como SUDENE (superintendência do desenvolvimento do
norte), projetos estaduais como o CEPLAMA. Revendo a construção da BR 222,
vale citar o que diz Asselin (apud Valverde, p.94):
A construção da BR 222, entre Santa Inês e Açailândia abriu
caminho a posseiros, que subiram rapidamente aos vales do
Pindaré e do Zituia. Em contrapartida, vagas sucessivas de
grileiros, poderosos fazendeiros de Minas Gerais, São Paulo,
Paraná e Goiás, apoiados em Imperatriz, desceram com seus
pistoleiros em sentido contrário, expropriando os
camponeses sem títulos legítimos e compelindo os outros,
pelas mais diversas formas, a abandonar suas terras.
Asselin, o referido autor, cita que os camponeses da região
têm sido usados para desbravar as terras e trabalhar para os
latifundiários, sem direito a nada. Isto com a conivência das
autoridades do governo na época, em todos os níveis.
Execução de projetos estaduais do Maranhão, PLANAGRO (Plano de
Colonização e Desenvolvimento Agropecuário) e o projeto Carajás que atravessa
a região, os quais deram o maior impulso no desenvolvimento da região e
estado.
Apesar da cana de açúcar, cujo nome científico é Saccharum officicinarum,
ter entrado em declínio seu cultivo em função do
declínio da fase açucareira e falência dos engenhos,
deixou no entanto, na região a certeza e a
informação de que as terras ali existentes são ricas
para seu cultivo. E isto gera perspectiva no fato da
existência de um novo produto que surge e irá
demandar no mercado nacional e internacional, o
BIOCOMBUSTÍVEL (ou álcool) gerado a partir da
cana-de-açúcar. O qual, além de ser uma alternativa para evitar o uso de
combustível poluente derivados do petróleo, irá gerar emprego e ser um
benefício ambiental.
Fonte da foto: Internet, 2007.
MUNICÍPIO DE SANTA INÊS – VALE DO PINDARÉ
Há uma estação ferroviária Igreja Matriz
42
Fonte: MESQUITA, Wagner.
Raridade histórica da Região do Pindaré. Povoado Santa Inês, 1908.
43
3.1 Primeiros Escritos da História de Bom Jardim
 O primeiro escrito acerca da história de Bom Jardim foi uma monografia
descritiva realizada pela 1ª Secretária de Educação de Bom Jardim, a
Senhora Mirene – como um documento oficial.
 O segundo foi um trabalho acadêmico desenvolvido pela Senhora Irene
Matos em sua formação de pedagoga, que descreve cronologicamente a
narrativa da história de Bom Jardim - seus primeiros gestores,
indicadores da época dos primeiros dias, história da educação, etc.
 O terceiro escrito foi desenvolvido pelo professor Jesus Tavares num
livro intitulado “Meus Versus & Minha Vida”, cujo contexto, no gênero
poético/literário através de poemas, acrósticos e crônicas – nos quais são
pintados a vida pessoal e familiar do autor, e neste contexto, a conjuntura
política de Bom Jardim.
 O quarto e mais completo livro acerca da história de Bom Jardim numa
ampla visão histórico, geográfica, cultural e indicadores sociais – com
atualizações – servindo-se em termos interdisciplinar e intertextos de
outras obras é o livro: “Radiografia de uma Cidade Brasileira”, que
abrange históricos de muitos povoados de Bom jardim (em seus confins),
e cidades que estão interrelacionadas em termos contextuais com a
história de Bom Jardim. Tal trabalho, escrito por Adilson Motta,
mobilizou anos de pesquisas.
44
4 A HISTÓRIA DA ORIGEM DE BOM JARDIM
No início de sua história, essa região hoje chamada Bom Jardim era
pertencente à Monção, uma região longínqua, onde só vinham caçadores residentes
em Águas Boas que caçavam, pescavam e retornavam. No entanto, o Sr. José
Pedro Vasconcelos chegou disposto a ficar, o qual era descendente do Ceará e
residia em Águas Boas. O primeiro contato que o referindo primeiro morador teve
com o lugar foi em 29 de fevereiro de 1959. Porém, a data oficial da fundação se
deu com seu estabelecimento em 4 de outubro de 1959; data em que este aqui
chegou, vindo também um agrupamento de 20 homens, retirantes nordestinos (do
Ceará e Piauí) que aqui também se estabeleceram.
Segundo esses primeiros moradores, o local era uma verdadeira floresta, com
mata fechada, e a existência de uma rica fauna e uma rica flora, os animais
existentes eram: onças, veados, pebas, tatus, porcos caititus, pacas, etc.…
A área atualmente tida como território do município de Bom Jardim desde
tempos memoriais foi habitada por populosas tribos indígenas, destacando os
guajajaras. Quando os pioneiros aqui chegaram encontraram essa população já
existente, os primeiros habitantes dessa terra. Houve rumores de ameaças de
perseguição por parte dos indígenas. José Pedro teve várias vezes que fugir,
temendo ser atacado (pois segundo os mais antigos moradores, era avisado com
ameaças), contudo, retornava. Em verdade, estava produzindo o encontro entre dois
mundos, entre duas culturas que se desconheciam e tinham, portanto, posturas
distintas quanto à convivência recíproca na área: uns porque nela viviam ao logo do
tempo, outro porque nela visavam realizar sonhos impossíveis em seus locais de
origem, como, por exemplo, ter um lugar, um pedaço de terra para produzir sua
subsistência.
A primeira atividade econômica nesses primeiros dias dos primeiros
moradores era na agricultura no manejo de roças, os quais faziam seus limites de
áreas, por serem devolutas, através de veredas. Segundo relatos de primeiros
habitantes, anos depois chegaram muitos poderosos e fazendeiros que, “na marra, e
sob pressão nem respeito cercavam de arame as terras desses agricultores, dantes
demarcadas na vareda” e delas se apossavam.
Com a chegada de outras famílias, migrantes nordestinos, o local passou a
ser denominado centro do Zé Pedro, em virtude da liderança do pioneiro, que a
exercia estimulando a que os demais atuassem na região como um grupo e não
disperso como sugere uma ocupação de terras devolutas. O local se tornou um
pequeno povoado sob a administração de Monção, cujo prefeito era o senhor
Antonilson.
Antonilson, prefeito de Monção na
época da emancipação política de Bom
Jardim também deu a sua colaboração.
45
Monção, 2009.
Cidade de Monção - 250 anos depois de sua fundação (Foto tirada julho de 2006).
A mãe de quase todas as cidades na região do Vale do Pindaré e algumas na região
Turi (Zé Doca, Newton Belo...). Existe a insatisfação por parte de muitos cidadãos
daquele lugar, devido ter dois séculos e meio de existência e apresentar morosidade
e atraso no seu desenvolvimento. Existiu como vila, segundo Joana Matos dos
Santos (professora de Monção) desde 16 de julho de 1757, fundação da 1ª Vila, a
qual foi consumida por um incêndio. A segunda surgiu em 9 de junho de 1959,
tendo sua emancipação política logo em seguida em 26 de novembro de 1959.
Em 2007, a população de Monção era de 27.586 habitantes. Em 2010 esse número
caiu para 24.125 habitantes. Muitas famílias migram em busca de melhoria, já que o
espaço político não está atingindo esta meta para o social.
Muitos municípios na região do Vale do Pindré e Turi apresentam altos índices de
pobreza e subdesenvolvimento e vivem praticamente de repasses constitucionais;
somando-se a isto a corrupção, que é um dos maiores entraves ao desenvolvimento.
Já o povoado Bom Jardim cresceu rapidamente devido às constantes
migrações de lavradores que ali andavam atrás das matas destruindo-as para a
construção de lavouras temporárias. Bom Jardim foi o maior produtor de arroz na
região, “um verdadeiro garimpo” atraindo assim migrantes oriundos do Ceará, Piauí
e outras regiões (fugitivos da seca) e do próprio Maranhão. O povoado recebeu
inicialmente o nome de centro do Zé Pedro, em homenagem ao seu fundador. Em
1960, aproximadamente às 16 horas, um certo número de pessoas da comunidade,
entre elas, Zé Pedro, sua esposa dona Maria, Valdivino (pai de Carmelita), Dona
Neusa e outros, estavam no Barracão do próprio Zé Pedro reunidos para discutir
sobre a mudança do nome do povoado.E, por apresentar grandes quantidades de
pau d´arco e cedro com bastantes flores; razão pela qual os seus moradores
passaram a chamá-lo de Belo Jardim; e em seguida devido o lugar apresentar clima
aprazível, solo fértil e variadas qualidades de frutas nativas, tais como tuturubá,
bacuri, coroatá, (croatá), cacau, manga, etc… Então o Sr. José Pedro, unânime com
os amigos decidiram que o nome do povoado não seria Belo Jardim nem Centro
José Pedro. Como vinha prevalecendo, considerando que o lugar não era só dele, e
sim de todos, mas que o nome seria definitivamente Bom Jardim. O lugar era “bom e
parecia um jardim”. Associaram então as duas palavras surgindo Bom Jardim que é
seu nome atual.
46
Dona Maria e Dona Neusa, co-responsáveis e protagonistas pelo atual nome da cidade de Bom Jardim.
Na época de Bom Jardim povoado, antes mesmo da construção da BR 316, o
baixão que se localiza entre o posto de Nildão e Hospital Municipal existia uma
ponte de pranchas de madeira – por onde os moradores de Bom Jardim transitavam
do alto José Pedro ao alto dos Praxedes.
Pau-d´arco – Árvore predominante nos primeiros dias do povoado Bom Jardim
às margens da BR 316
Na medicina, o Pau d’Arco é considerado como um excelente anti-inflamatório,
antibacteriano, antifúngico e laxativo; além de ser bastante usado para tratar úlceras, infecções
urinárias, psoríase, diabetes e alergias, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como
sífilis, candidíases e cancro, além de problemas gastrointestinais e alergias..
O Sr. José Pedro Vasconcelos é tido como primeiro administrador do
povoado. Isso se deu em função de que todos quantos nele chegavam,
procuravam–no para solicitar-lhe um local para construírem suas residências. Era
ele quem determinava a aberturas das ruas, designando os locais para as
construções de casas, motivo pelo qual foi tornando-se o chefe administrativo do
lugar. Nos anos 60 só se fazia compras em Santa Inês e Pindaré montados a
cavalos e burros.No inverno a dificuldade era maior ainda, pois só iam montados até
a beira do igarapé ou rio, e então atravessavam de canoa e em seguida iam a pés.
Os transportes que facilitavam a passagem dos viajantes indo e voltando de Santa
Inês pertenciam aos índios; eram eles que, sendo pagos, faziam a passagem das
pessoas. Atravessava desse modo, o rio Pindaré com os próprios animais dentro de
canoas.
Existiam outras variantes feitas pela PETROBRAS, quando por aqui
passaram em sondagem a existência de petróleo na região. Estas serviam de
caminhos usados pelos índios Guajajaras da Aldeia Gonçalves Dias às margens do
Rio Pindaré. Outras demarcações com fins de averiguação e pesquisa que se deu
entre Bom Jardim e o povoado Boa Vista – às margens da BR 316.
Para o Sertanejo a floração do Pau-D´arco, colorido
de amarelo, é uma experiência de inverno.
Além de indicar o período chuvoso, o vegetal tem
utilidade no tratamento de diversas doenças virais
47
Nos primórdios do município a situação era difícil, os primeiros moradores
enfrentavam as dificuldades de toda ordem. Segundo Alcides Bezerra, (Um dos 1º
moradores):
No começo era difícil, pois quando precisávamos comprar
mantimentos para o sustento da família, tínhamos que ir para
Santa Inês ou Pindaré a pé ou montados em animais e a
viagem demorava dois dias (ida e volta). Quando adoecíamos,
ficávamos isolados e distantes da cidade, onde existiam
farmácias e hospitais.
As cidades de Santa Inês, Pindaré-Mirim e Monção tiveram um papel
importante no processo de frente de expansão para os pioneiros no
desenvolvimento da região, pois era nesses municípios que acorriam grande número
de pessoas de outros municípios para realizarem suas transações comerciais.
Nos anos 60 a 62, o centro de José Pedro (depois Bom Jardim) continuou
crescendo em ritmo acelerado em face do surgimento cada vez maior de casas
residenciais, casas comerciais, muitas em formas de barracas ou edificações
improvisadas, cujos donos eram migrantes de outros estados e de outras regiões
maranhenses. O certo é que no ano 1962, Bom Jardim, já na categoria de Distrito
município de Monção ganhava seu 1º líder político, o vereador Maneco Souza,
residente no Distrito, juntamente com outros dois vereadores, Afonso Pinto e
Valdivino Amorim.
O primeiro grande salto no desenvolvimento do povoado se deu com a
chegada da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Dois
anos depois, após sua fundação.
o principal objetivo da SUDENE era, pois, promover o
desenvolvimento harmônico de uma região estagnada e reduzir
o grande fosso* que a separava dos centros dinâmicos
nacionais. Eliminando a causa desse desequilíbrio, houve da
SUDENE uma concentração dos investimentos dos projetos
voltados para o fortalecimento da infraestrutura econômica com
vista à elevação da oferta de serviços de transportes, energia,
escola e saneamento básico.
A região era estagnada devido à ausência de infraestrutura como estradas,
eletrificação, escolas, hospitais e etc. sendo isso um fator de subdesenvolvimento.
No entanto, a referida região apresentava uma grande produção agrícola, daí o
sentido de ser tachado como um verdadeiro garimpo agrícola, que por longas
décadas produzia arroz em grande escala para a exportação.
Data desta época a construção do aeroporto que foi um fator importante no
desenvolvimento, facilitando o transporte para outras localidades distantes, pois na
época a então BR – 22 atual BR – 316 era uma estrada vicinal que chegava a ficar
interditada no inverno.
48
Fonte: Américo, Pedro Juvino (por Manin)
A SUDENE instalou também uma unidade de assistência médica no
lugar, uma escola próxima ao aeroporto, a extinta Escola Estadual
Unidade Integrada Bom Jardim, a qual os bonjardinenses chamavam de
“Colégio da Sudene” (por ter sido construída por ela), esforço que ocorreu
também no sistema educacional e nos programas e projetos estratégicos
para o desenvolvimento da região.
No período de três anos após o estabelecimento da SUDENE, houve
uma aceleração no crescimento populacional, cuja população ultrapassou
a da sede da cidade mãe (Monção), elevando-o assim a categoria de
distrito do município de Monção.
Além da SUDENE, houve também o projeto RONDON, que através
de estagiários de universidade, faziam pesquisas no povoado Bom Jardim,
os quais trouxeram remédios e projetos relacionados à saúde. Pois no
momento era grande o número de malária na região.
Por intrigas e indecisões políticas entre situação e oposição que
ocorriam entre Monção e Bom Jardim, a SUDENE aqui se instalou e,
portanto, não permaneceu, indo se estabelecer em Zé Doca, em 1964;
sendo esta a versão dos gestores da época. No entanto existe a versão
popular e de outros políticos, de que a saída da SUDENE de Bom Jardim
para outro município tenha sido porque políticos de situação da época na
região acreditavam que a SUDENE tinha ligação com os comunistas, que,
segundo eles, tentavam dominar o país no momento. (Veja também
Michalany, 1986, p. 361), que confirma o fato da intenção comunista;
exceto que a SUDENE tivesse vínculo algum com eles. O temor era
produto de uma experiência que o país acabara de passar, onde a
democracia brasileira, que estava em perigo e cujo presidente, João
Goulart, era comprometido com os comunistas – fato este, que resultou
em sua cassação e deposição.
O aeroporto por muito tempo
serviu de espaço para a
realização de corrida de cavalos;
evento que atraía grande número
de bonjardinenses como diversão
e lazer.
49
Foto fornecida por Ziraldo
(De Zé Doca)
Primeiro morador de
Zé Doca conhecido por Zé Doca.
Zé Doca em 2007 apresenta 45.064
habitantes e uma área territorial de
2.414 km².
Prainha em Zé Doca
Zé Doca.
A Sudene ia se estabelecer em Governador Newton Belo, no entanto,
segundo relatos, a mesma versão lá correu e arejeitaram. Onde a Sudene se
estabelecesse ia levar progresso e desenvolvimento, pois esse era o objetivo de
sua instituição pelo governo federal.
Município de Zé Doca atualmente/jul./2006
Vila do Bec – Zé Doca
Farol da Educação: O que
era para ser um projeto
implantado em todo estado,
em muitos municípios foi
consumido pela corrupção.
50
Governador Newton Belo - 10 anos depois de sua emancipação política em 10 de
novembro de 1994 ao ser desmembrado do município de Zé Doca. (foto tirada
em julho/2006). Poucas mudanças... Por alguns é conhecida como “a cidade
que parou no tempo” por conta do descaso de administradores.
O primeiro nome do município era Chapéu de Couro em homenagem a Raimundo Coelho
Filho, conhecido Chapéu de Couro. O mesmo era maranhense e descendente da cidade de
Coroatá. Enquanto morava no povoado que levava seu nome, exerceu a atividade de
comerciante. Faleceu em 24 de dezembro de 1991 na cidade de Parauapebas. Sua família,
hoje residente no município de Parauapebas é insatisfeita pela troca do nome do lugar que era
Chapéu de Couro – que era um morador e filho da terra, o qual foi trocado por Governador
Newton Belo, e que se sabe, nunca foi lá.
Foto fornecida por Antonia L.
Governador Newton Belo
Fundação: 11 de novembro de 1994
Microrregião: Pindaré
Mesorregião: Oeste maranhense
Área: 1.160,866 km²
População: 13.119 hab. IBGE: 2006
Densidade: 11,3 hab. por km²
Em 2007 essa população caiu para 11.005 habitantes.
IDH: 0,494 PNU/2000/ IDH 2010: 0,521
Renda percapita: R$ 1.238,92 IBGE/2003.
Índice de exclusão social: 0,276
Expectativa de vida: 55 anos
Renda per capita: R$ 44,00
Mortalidade infantil: 15,96%
Índice de analfabetismo em 2000: 43,6%
Índice de analfabetismo em 2010: 33,21% (IBGE)
Bom Jardim: 31,84% (Dados de 2011, acima de 15 anos)
Governador Newton Belo, segundo o Jornal Pequeno (2007, Edição 21,563), é a 5ª
mais pobre do Maranhão.
Raimundo Coelho Filho, conhecido por
Chapéu de Couro.
51
No transcorrer dos anos 62 a 65, o Distrito de Bom Jardim, já contava com um
acentuado fluxo migratório, tornando-se um verdadeiro canteiro de obras. E mesmo
de maneira desordenada, surgiam muitas casas comerciais, com diversos ramos de
negócio, atendendo em grande parte, as necessidades dos moradores, em número
cada vez maior. As primeiras residências eram construídas de tábua, em sua
maioria, devido à facilidade de madeira e outras de taipas, devido a grande
dificuldade de acesso a cidade de Pindaré-Mirim - cidade que oferecia material de
construção de primeira qualidade. Pindaré era e o celeiro e ponto de convergência
de toda região.
Tendo em vista o excepcional desenvolvimento econômico e demográfico, o
povoado Bom Jardim tornou-se dos Distritos de Monção o mais importante Centro
comercial do município.
Nasceu entre seus moradores um forte desejo de emancipação político-
administrativa. Os comerciantes e o senhor José Pedro Vasconcelos, o seu
fundador, considerados representantes da sociedade bonjardinense e prevalecendo
a opinião geral, sem dissidência, optavam pela emancipação de Bom Jardim.
Iniciaram uma grande luta política pelo objetivo proposto. A partir daí, começou o
movimento político através e um grupo de jovens comerciantes. Os protagonistas
dessa luta foram os senhores Gildásio Ferreira Brabo, João Batista Feitosa, César
Sales, Gaspar Meireles, Zeferino Gomes Pereira e Mauzol Miguel de Souza. Um
nome também, que é relevante ser lembrado nesse processo de emancipação é o
de Arlindo Menezes, que no período era gerente do banco do Estado, no município
de Pindaré. Em homenagem a este, é que existe a rua Arlindo Menezes.
O primeiro morador, José Pedro Vasconcelos faleceu em 2 de outubro de
2002, na cidade de Rio Preto da Eva, Amazonas.
.
Em princípio de 1964, já se destacara a campanha tendo em vista as eleições
para governador que realizou-se em 1965. Concorria para candidato do Maranhão, a
governador o Deputado Federal José Sarney. O qual, devido sua eleição como o 2º
deputado federal mais votado do Estado, lhe rendeu as credenciais necessárias
para que o mesmo pleiteasse a candidatura a governador pelo grupo “Frente de
Oposições Coligadas”. Na ocasião, o grupo de comerciantes que conspirava a
possível passagem do povoado Bom Jardim para município, resolveu convidar o
candidato José Sarney para uma visita ao lugar. O candidato aceitou o convite e no
dia do seu comparecimento em reunião com os representantes bonjardinenses,
estes firmaram o compromisso de apoiá-lo na sua campanha para governador do
Maranhão. Expuseram suas ideias em relação ao povoado e reivindicaram a
emancipação de Bom Jardim, o movimento contou com a adesão do prefeito de
Monção.
Naquele ano de 1966, por imposição do prefeito de Monção. Sr. José Bastos,
deu-se início a uma série de negociações, com referência ao processo de
desmembramento de Bom Jardim, dado o fato daquele Prefeito só concordar com o
1º morador de Bom
Jardim e família
José Pedro Vasconcelos
Foto fornecida por
Srª Antônia
52
desmembramento tão sonhado caso houvesse as renúncias de dois vereadores do
povoado Bom Jardim; com isto, automaticamente cairiam também às posições dos
suplentes de vereador. Não havendo outra solução, tudo ficou concordado e o velho
“cacique”, José Sarney, mais uma vez entra em cena, acertando tudo em nome de
Bom Jardim do Município de Monção.
Assim foi que, no ano de 1966, já com vereadores pelo novo partido a
“ARENA”, assumiria a liderança política de Bom Jardim, o Sr. Gildásio Ferreira
Brabo, que foi determinado na época por José Sarney, como representante do
povoado Bom Jardim na esfera Estadual, tendo a frente das negociações políticas
João Batista Feitosa e como suplentes de vereador, Bernardo Carvalho e José Alves
de Souza. O candidato José Sarney fez um comício na praça que hoje leva seu
nome, em seu discurso deixou explicitado ao povo bonjardinenses que um de seus
primeiros atos quando governador do Maranhão seria a elevação do povoado Bom
Jardim à categoria de cidade. Vale salientar que todas as manobras políticas da
época tinham sempre à atuação de José Sarney, o qual foi eleito como Governador
do Estado em 15 de Novembro de 1965, com expressiva margem de votos. O
deputado José Sarney, que ao assumir o governo tratou logo de cumprir sua
promessa aos bonjardinenses. Foi o Deputado Estadual Newton Serra que entrou
com o projeto de emancipação de Bom Jardim na Assembleia Legislativa do Estado,
no ano de 1967.
Foto tirada pelo 1º fotógrafo de Bom Jardim: Pedro Juvino por (Manin).
Com a promulgação da Lei nº 2735, de 30 de dezembro de 1967,
sete anos após sua fundação, o povoado Bom Jardim passou à categoria
de cidade. Em 14 de março do referido ano, foi realizada sua instalação
pública. A partir desta data, Bom Jardim adquiriu sua autonomia política,
ganhando com isso mais recursos como município criado, Bom Jardim
emancipou com 750 eleitores (segundo Batista Feitosa). Foi com a
coordenação de José Sarney que João Batista Feitosa assumiu o cargo de
Interventor por dois anos; tudo isto, com o compromisso de coordenar e
financiar toda a campanha da candidatura a Prefeito de Gildásio Ferreira
Brabo.
Tomou posse o seu primeiro governante, João Batista Feitosa,
nomeado a interventor do município pelo Governador do Estado, José
Sarney.
A instalação da primeira Prefeitura de Bom Jardim foi em uma das
casas do fundador do lugar, cedida por ele e sua esposa Euzamar Oliveira
Vasconcelos localizada na Avenida José Pedro.
José Sarney e cúpula
política em comício
nos princípios da
emancipação política
de Bom Jardim.
53
Na administração do interventor João Batista Feitosa foram implantadas as
bases político-administrativas do município. Foi instalada a primeira Coletoria
Estadual, foi comprado o prédio próprio da Prefeitura Municipal e iniciada a
construção do Colégio Governador José Sarney. O registro da história de Bom
Jardim, no aspecto administrativo, consta a primeira autoridade policial do município,
na pessoa do Sr. Mário Santiago de Oliveira, como Inspetor de Quarteirão,
autoridade que, na época fazia às vezes de um delegado de polícia, resolvendo
todos os casos de responsabilidade da polícia, inclusive subordinado a Secretaria de
Segurança Pública do Estado, que lhe dava todo o apoio no exercício de suas
funções. Mário Santiago de Oliveira, que chegou neste município no ano de 1961,
desempenhava função de Inspetor de Quarteirão até a chegada do primeiro
Delegado de policia, em 1962, o Sr. Maximiano Costa, que se tornou muito
conhecido e muito temido, pela maneira enérgica como exercia seu cargo, sem
interferência de políticos e ou pessoas influentes.
O 1º Cartório de Bom Jardim, como Município, foi implantado em 1968, tendo
como categoria jurídica, Cartório de Oficio Único e subordinado à Comarca de Santa
Inês, até 29 de Agosto de 1987, quando foi implantado a Comarca Bom Jardim,
passando a contar com os cartórios 1º e 2º Oficio. O primeiro Cartório de Bom
Jardim teve como escrivã a Sra. Esmeraldina Lopes Araújo, que exerce até os dias
atuais. Hoje, é titular do Cartório de 2º Oficio, desde a criação da comarca de Bom
Jardim.
Os meios de transportes e comunicação de Bom Jardim nos anos 60 no verão
era caminhão jardineira (um ônibus com carroceria de madeira e mista) e a empresa
Florência Ferreira. Durante o inverno, eram utilizadas tropas de burros, lanchas e
canoa. Em Bom Jardim surgiu telefone no mandato do Prefeito Adroaldo em 1973. O
primeiro rádio foi do senhor João do rádio, a primeira televisão pertenceu ao senhor
Antonio Joaquim, onde muitas pessoas se reuniam para assistir; o primeiro
proprietário de carro foi o senhor Raimundo Timóteo, o carro era um pick-up azul, e
o senhor Frazão possuiu o primeiro caminhão; as tropas de animais que trafegavam
a serviço da comunidade nos anos 60 –principalmente no inverno - transportando
pessoas e produtos de Bom Jardim para a beira do rio Pindaré e de lá a Santa
pertenciam aos Senhores:Sebastião Bispo, Manuel Chagas, Severino Leite,
Geraldinho e Camilo, - este último, segundo relatos, foi o primeiro tropeiro a fazer
fretes de Bom Jardim a Santa Inês, sua tropa era de 15 burros. A primeira moto a
circular em Bom Jardim pertenceu ao senhor Dico da Vespa, o mesmo já faleceu.
O primeiro magarefe foi o senhor José Vieira dos Santos, conhecido como
Zezé (comerciante).
O primeiro comerciante: Benedito Bogér, seu comércio era numa casa de
taipa onde hoje é o comércio Casa Betel e a primeira casa de telha foi do senhor
Antonio Surdo.
João Batista Feitosa, 1º prefeito por
interventoria de Bom Jardim
Foto fornecida por Batista Feitosa.
54
Empresa de ônibus muito conhecida na época: Florêncio – anos 80. (Foto por
Washinghton Oliveira, 2013).
COMPLEMENTAR
Em 1980, o Governo Federal João Figueiredo, preocupado com as
tensões sociais na região que hoje chamamos de Projeto Ferro Carajás,
resolveu criar o Grupo Executivo das Terras do Araguaia-Tocantins
(GETAT), subordinado ao Conselho de Segurança Nacional.
Ao GETAT foram dadas as mesmas atribuições do INCRA,
restringindo-se porém à sua área específica, a qual abrangia cerca de
450.000 km², sendo 60% no Pará, o Estado de Goiás, 22%; e o
Maranhão com 18%, envolvendo os municípios de: Amarante do
Maranhão, Açailândia, Bom Jardim, Carolina, Carutapera, Estreito,
Imperatriz, João Lisboa, Montes Altos, Porto Franco, Riachão, Santa
Luzia e Sítios Novos.
Em 06 de maio de 1984, ainda povoado de Marabá, Parauapebas foi
invadidopor dois mil garimpeiros. Todas as ruas, desde as correntes da
Portaria da Vale até a saída do povoado ficaram cheias de garimpeiros,
os quais destruíram vários prédios públicos. Revoltados e enfurecidos
(com o fechamento do garimpo Serra Pelada pelo governo federal),
queriam a todo custo invadir a Serra dos Carajás. E do lado de dentro das
correntes estava a polícia, e chegavam aviões cheios de homens do
exército – que impediram o ato.
4.1 CONTEXTO DA POLÍTICA ESTADUAL E NACIONAL
 Presidência de Juscelino Kubitschek (1956 a 1961)
Em 1960, inauguração de Brasília.
Abertura de grandes rodovias como a Estrada Belém/ Brasília.
Construção de grandes usinas hidrelétrica (furnas três Maria em
Minas Gerais). Grande impulso a indústria nacional.
55
 Presidência de Jânio Quadros (de 31/01 de 1961 até 25/08
do mesmo ano). Com sete meses de governo renunciou.
 Presidência de João Goulart: (1961 a 1964)
Ao tentar levar o país para o socialismo ao modelo de Cuba
desencadeou a revolução de 64 (da qual os militares governaram até
1985).
 Presidência: Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco
(primeiro governo revolucionário, 1964 a 1967).
Governador do Estado: Newton Belo (1961 a 1966)
Principais realizações:
Instituiu um Plano de Colonização e Desenvolvimento Agropecuário
(PLANAGRO).
Criou uma Comissão Executiva do Planejamento Educacional do Maranhão
(CEPLAMA), que traçou o plano trianual de Educação. A revolução de 64
poria fim a sua carreira política, foram cassados seus direitos políticos por
dez anos. (Sendo substituído por Alfredo Duailibe até 1966).
Você sabia... Que a estrada que liga Bom Jardim a São João do
Caru foi iniciada na administração de João Batista Feitosa. E que, até o
povoado Barrote foi feito à máquina.Do Barrote até o povoado Gurvia foi
feito em atividade braçal.
4.2 EVOLUÇÃO SÓCIO-POLÍTICO DA HISTÓRIA DE BOM JARDIM.
1º MANDATO (1969-72)
Em 1968 deflagra-se a campanha em prol das eleições para prefeito e
vereadores em todos em todos os Estados do Brasil. Candidatou-se para Prefeito de
Bom Jardim, o senhor Gildásio Ferreira Brabo (ARENA I) e Expedito Ribamar
Pereira (ARENA II – Aliança Renovadora Nacional).
Realizadas as eleições, foram eleitos: Gildásio Ferreira Brabo para Prefeito
municipal e para vice-prefeito, José Alves de Souza. Para a primeira Legislatura do
Município foram eleitos os vereadores: Adroaldo Alves Matos e Bernardo Carvalho
Nunes (ARENA II), Luís Ferreira Lima, Raimundo Nonato Figueiredo, Agostinho
Maranhão Oliveira, Miguel Alves Meireles, João Soares de Melo, José Jesus
Carvalho e Zeferino Gomes Ferreira (ARENAI), Edis que foram a primeira Câmara
Municipal de Bom Jardim instalada através da ata de posse da Câmara Municipal no
dia 06 de Janeiro de 1969. O primeiro presidente da Câmara de vereadores de Bom
Jardim foi Luís Ferreira Lima.
56
Principais obras realizadas:
A instalação do Departamento de educação e Cultura, conforme a
Lei nº. 32 de Março de 1971, término da construção do Hospital Municipal,
implantação do ginásio Bandeirante, já que o estado montava sua rede de
ginásio em cerca de 25% dos municípios maranhenses, percentual que
deveria crescer ano a ano, tanto é que atingiu em 1971, 91 dos 130
municípios do Estado. O ponto mais crítico residia no ensino primário,
principalmente na zona rural; para tentar modificar esta situação foi
concebido o “Projeto João de Barro” pela equipe de assessoramento do
Governador. O objetivo do Projeto “João de Barro” foi assim anunciado
através de um processo de educação integrada em nível elementar,
inserir o homem rural no processo de desenvolvimento socioeconômico
realizado, foi construído um posto médico na sede, e ampliação das
escolas na zona rural.
Contexto da política estadual e nacional (1969/1972)
Presidente
Presidência de Costa e Silva (1967-1969)
Vindo a falecer em 17 de dezembro de 1969, não terminou seu
mandato. Em função de sua morte os Deputados Federais e Senadores
elegem o General Emilio Garrastazu Médice para a presidência
(1969/1974). Obras realizadas: construção da rodovia Transamazônica e
da Rodovia Cuiabá-Santarém
Governador
José Sarney (1966-1970). Pontos relevantes em seu governo:
A criação da Superintendência do Desenvolvimento do Maranhão
(SUDEMA). A qual caberia traçar e supervisionar o plano de
desenvolvimento do Estado. Criou no programa escolar a escola João de
Barro, para o mais pronto combate ao analfabetismo, e a instituição da
Televisão Educativa, para a maior difusão do ensino médio; e ainda, no
campo da educação a criação das escolas superiores de Agricultura,
Administração e Engenharia, em São Luís e de Educação em Caxias.
Primeiro Prefeito eleito de Bom Jardim
Gildásio Ferreira Brabo.
57
Alargou a rede rodoviária do Governo Federal, e o início da energização
dos municípios, em fase da construção da hidrelétrica de Boa Esperança
pela União; asfaltamento das artérias do centro urbano, a construção da
ponte sobre o rio Anil, construção do porto do Itaqui.
Neiva de Santana (1971 a 1975)
O PROJETO DE COLONIZAÇÃO NO GOVERNO PEDRO NEIVA (1971-1974)
Na década de 1970,0 Brasil vivia sobo regime discricionário implantado pelo golpe
militar de 1964. Naquela época, os governadores estaduais eram indicados pelos
generais-presidentes e depois eleitos pelas respectivas Assembleias Legislativas.
O médico e ex-prefeito de São Luís Pedro Neiva de Santana foi indicado pelo
presidente da República Gal. Emílio Garrastazu Médici ao governo do Maranhão e,
em seguida, eleito pela Assembleia Legislativa. Empossado como governador do
Estado, Pedro Neiva de Santana dispunha-se a desenvolver uma política de
colonização agrária no Estado. Para tanto, contava com o apoio irrestrito do então
presidente da República, que o havia nomeado. O General Emesto Geisel, que
sucedeu a Médici, também apoiava grandemente a iniciativa, de modo que só
restava dar início à elaboração do grande projeto agrícola.
Por outro lado, dada a necessidade de imprimir velocidade e dinamização no
processo de ocupação ordenada das terras devolutas do Maranhão, fazia-se
necessária a criação de uma companhia de colonização. Com esse fim, no dia 6 de
dezembro de 1971, o Projeto de Lei n2 3.230 foi encaminhado à Assembleia
Legislativa, onde foi apreciado e aprovado em caráter de urgência. O ato autorizava
o governador Pedro Neiva de Santana a criar a Companhia Maranhense de
Colonização (COMARCO), estruturada sob a forma de sociedade anônimade
economia mista.
Em seu governo deu ênfase ao sistema rodoviário, a rede de energização e de
saneamento do interior e uma política de colonização e de saneamento do interior e
colonização agrária.No campo da educação instituiu o Conselho Estadual de Cultura
e da Fundação Cultural do Maranhão com vista a uma futura universidade
estadual.No campo econômico, além da política de colonização agrária, a atividade
do banco de desenvolvimento do Maranhão, e a criação da Federação das Escolas
Superiores do Maranhão, a Companhia Progresso do Maranhão; no campo de
segurança, a interiorização da Polícia Militar, com a criação de 5 batalhões, sediados
58
em São Luis, Caxias, Pindaré-Mirim, Imperatriz e Livramento. Terminou a construção
do porto do Itaqui.
 2º MANDATO (1973 a1976)
No ano de 1972 realizaram-se novas eleições no país. Concorriam às eleições Municipais
de Bom Jardim Adroaldo Alves Matos e Augustinho Maranhão; sendo eleito Prefeito
Municipal Adroaldo Alves Matos e Miguel Alves Meireles, vice-prefeito. Os vereadores
foram: José Nilo Ribeiro, Mauzol Miguel de Sousa, Ângelo Jorge Vieira, Aldimar da Silva
Porto, João Soares de Melo, Martinho Gomes de Azevedo, Raimundo Nonato Figueiredo,
Antonio Carvalho e Zeferino Gomes Pereira.
PRINCIPAIS OBRAS REALIZADAS
Implantação da rede distribuidora de energia elétrica, proveniente da Hidrelétrica
de Boa Esperança sob administração da CEMAR. Conclusões dos serviços de
abastecimento de água realizadas pela CAEMA, construção do mercado público
municipal de abastecimento, construção de escolas na zona rural.
CONTEXTO DA POLÍTICA NACIONAL E ESTADUAL
PRESIDENTE
 Presidência de Ernesto Geisel (1973 a1976)
Meta prioritária do seu governo:
- Desenvolver o sistema Ferroviário, Fluvial e Marítimo;
- Aumentar as exportações, as pesquisas minerais e o aproveitamento do xisto e
do carvão;
Desenvolver a qualquer preço a tecnologia nacional e ampliar a fronteira Agrícola
em todas as áreas de produção.
Houve o acordo de cooperação nuclear (Brasil//Alemanha) para suprir a crise
energética e petrolífera do país.
 GOVERNADOR: Nunes Freire: (1975 a 1979)
Osvaldo da Costa Nunes Freire concluía um mandato de deputado estadual pela
ARENA (Aliança Renovadora Nacional), quando foi indicado pelo governo federal
a substituir o governador Pedro Neiva. Seu nome, então, foi escolhido pela
Assembleia Legislativa, da mesma forma que seu antecessor. Como se
encontrava doente na data da posse (15 de março de 1975), a faixa de
governador foi recebida por seu vice, o Dr. José Duailibe Murad, que permaneceu
interinamente no cargo até o dia 31 de março do mesmo ano, data em que o
titular se integrou ao seu mandato.
As expectativas por parte dos colonos eram as melhores possíveis. Todos
estavam esperançosos por melhores dias e pela continuidade do Projeto de
Colonização no interior do Estado. Assumia o governo do Estado do Maranhão o
Dr. Nunes Freire. Com um perfil diferente de seu antecessor, o novo governador
tentou mudar radicalmente a política agrária no Estado, dentre outros setores
administrativos.
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  • 1.
  • 2. 2 Adilson Motta Radiografia de Bom Jardim – MA. História e Geografia (Contribuindo para uma educação contextual) 1ª edição - 2007 Revisão: Julho de 2021 E-mail para contato e Sugestões: webinformatica62@gmail.com Bom Jardim-MA 2020
  • 3. 3 Os conteúdos deste documento são de inteira responsabilidade do autor, portanto, sua reprodução só será permitida, desde que citado o autor. E sua alteração, mediante assinatura por escrito do mesmo. MOTTA, Adilson Pires Radiografia de uma cidade brasileira. E a sua? História e geografia / Adilson Pires Motta. - Bom Jardim – MA. 2010. 269 p.: il. 1. Bom Jardim - MA – Aspectos geográficos 3. Bom Jardim – MA. – Aspectos culturais I Título CDD 900 (UFMA, 2006) CDU 908 (812-1) ISBN: 978-65-90156-1-1-81 ORGANIZAÇÃO: Adilson Motta DIGITAÇÃO: Adilson Motta Colaboração: Luzinete Silva Vieira Fotografia: Rogério Matos Sibimba (fotógrafo) CARTOGRAFIA: (mapas) IBGE Adilson Motta Antônio dos Santos Júnior Araão (Ex-secretário de Saúde) REVISÃO Adilson Motta Firmino Viveiros dos Santos Claudyomilton Santos Valderlene Gomes e Silva. Francisco Pires Mota José Arnaldo da Silva
  • 4. 4 Sobre o autor Adilson Motta, filho de Luzanira, nascido em Bom Jardim-MA (Região do Vale do Pindaré). Formado em Letras pela Universidade Federal do Maranhão em 2005. Já foi comerciante, e atualmente é professor e escritor. Escreveu o livro “Radiografia de Bom Jardim – Aspectos históricos, geográficos e culturais”. Sem apoio para publicá-lo, fez uma doação aos munícipes, o qual se encontra disponível em Rede Social no formato pdf. Desde cedo, apesar da mãe ser analfabeta, - produto de um contexto social, por não ter podido estudar, e ter criado sete filhos no árduo labor e dificuldades com a ajuda de seus avós, a mãe colocou algo precioso nas mãos dos filhos: revistas em quadrinhos e gibis, o que no futuro despertou para outras leituras, e suas riquezas, tal como os caminhos da pesquisa e produção textual (como hoby predileto). Além deste trabalho, existe mais oito (08) que estão disponíveis em sites e lojas virtuais na internet. De 1981 a 1985 morou em Barcelos, Amazonas. Nos final dos anos 80 retornou a Bom Jardim, onde por um longo tempo exerceu a atividade de comerciante, (varejista e atacadista). Em 2006, retorna a Bom Jardim-MA, se restabelecendo. “É necessário conhecer o passado para se ter percepção do presente, e conhecer o presente para planejar o futuro”.
  • 5. 5 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos estudantes, professores e sociedade em geral que precisam deste conhecimento. A todos que desejam conhecer o passado e a realidade desta terra. Dedico-o também, especialmente, em memória às primeiras famílias que assentaram as bases para construir a história de Bom Jardim: Primeiras Famílias Bonjardinenses Dos anos 59 a 70 * Gerso Meireles * Nélio (de Dona Maria Estela)- Comerciante * Frederico Varão * Elias Ribeiro* Zé Marinheiro * Nilo Ribeiro* Zeferino Gomes Pereira *Chico Milhão* Miguel Milhão * Bernardo Meireles * Benjamin Olegório Ribeiro * Raimundo Fuíca *Antonio Joaquim (Biribute) *Chico Cobó * Raimundo Santos * Bernardo Carvalho * Antonio de Sales (1ª Farmácia) * Zé de Sales * Dico da Vespa (Empresário-Oficina) * João Sendero * Ex-vereador Binóca * Chico Celestino * Ze Gorim (Dono de Restaurante) * Chico Vítor * Pedro Carvalho * Antonio Leandro (Liandra) * Chico Firme *Sibimba (Alfaiate/Fotógrafo) * Joaquim Bezerra (Pai do Biribute) * Mário Santiago * Raimundo Varão * Valdivino Amorim (Comerciante) * Antonio Curador * Manoel Matias (Pai do Chico Betel) * Antonio Surdo(Fundador do Povoado Santa Luz) *Chico Dentista (Comerciante) * Dona Toinha (do Comércio) * Genesão (Comerciante) *Raimundo Massau * Miguel Meireles * Biribute da Calçadeira * Manoel Pereira Mota * João Bombom (Da calçadeira) * Antonio de Santos (Antonio do Dudú) * Zé Braz (Pai do Chico do Braz) * Zequinha Joalheiro * Manoel Chagas * Raimundo Cícero Gome (Seu Dico) * José Pedro Vasconcelos * Binóca Prachedes *Maneco Sousa * Manoel Polino * Sebastião Bispo *Adroaldo Alves Matos * Mauzol Miguel * Corinto (Cabeleireiro) *Raimundo Danana * Zé da Joana *Família Gama * Pedro Sotero * João Marruá * Arlindo Trindade (da Gregória) * Amador (Irmão de Benedito Bogé) * Pedro Novo * Mundico Guimarães (Pai de Boanerges) * Miguel Gogó *Joaquim Memória * João do Rádio * Romão Cosme do Nascimento * Simão Lopes *Antonio Piauí * Expedito Pereira *Chico Rumano * Pacífico Ferreira de Melo * Joca Soares de Melo * Raimundo Oleiro * Zezé (Comerciante) * Manoel Frota * Benedito Barbado * Ozano Bezerra * Tarzan do Sindicato * Valquírio Bertoldo * Valdemar Sapateiro * Alcides (Sogro do Dionísio) * Família Venâncio ********************** * Gildásio Ferreira Brabo(1º prefeito eleito) *João Batista Feitosa(1º prefeito por intervenção) * Pedro Juvino (Comerciante)
  • 6. 6 SUMÁRIO HISTÓRIA VERSUS CIDADANIA..................................................................09 1. INTRODUÇÃO (CONSIDERAÇÕES GERAIS)...............................................10 2. GEOGRAFIA BONJARDINENSE................................................................11 2.1 Meio Ambiente (com mapa ambiental de Bom Jardim).............................26 2.2 Meio ambiente bonjardinense..............................................................26 2.3 Medidas corretivas aos problemas ambientais de Bom Jardim..................28 3 UM BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO NO VALE DO PINDARÉ....................37 3.1 Primeiros escritos da História de Bom Jardim – MA. .......................................42 4. HISTÓRIA DA ORIGEM DE BOM JARDIM...................................................43 4.1 Contexto da política Estadual e Nacional................................................54 4.2 Evolução sócio-político da história de Bom Jardim...................................55 4.3 Biografia dos Prefeitos.........................................................................82 4.4 Vultos bonjardinenses.......................................................................84 5 ASPECTOS SOCIAIS.............................................................................88 6. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA...........................................93 6.1 Símbolos municipais..........................................................................111 7 CONHECENDO SÃO LUÍS.......................................................................112 8.HISTÓRIA DOS PRINCIPAIS DISTRITOS DE BOM JARDIM-MA (Rosário, Novo Caru, Vila Bandeirante, Região da Miril, Tirirical e Cassimiro)..............................114 8.1REGIÃO DA MIRIL, VARIG, BREJO SOCIAL, AEROPORTO E ANTONIO CONSELHEIRO..............................................................................123 8.1 Indício de Colonização na Região Caru................................................143 8.2 Descobrindo nossas origens................................................................146 8.3 Programas sociais, benefícios, emprego...............................................147 9. INSTITUIÇÕES, SINDICATOS E ASSOCIAÇÕES.......................................147 9.1 INFRAESTRUTURA HABITACIONAL......................................................156 9.2 SETOR DE COMUNICAÇÃO..................................................................135 10 EDUCAÇÃO E CULTURA......................................................................137 10.1 História da educação de Bom Jardim................................................137 10.2 As Primeiras Escolas em Bom Jardim................................................137 10.3 Situação Político-Educacional dos anos 60a 80 em Bom Jardim............144 10.4 Gráficos Situacionais da Educação em Bom Jardim.............................148 10.5 Contexto histórico da EJAI (educação de jovens, adultos e idosos em Bom Jardim – MA. 10.6 Possível Explicação para o Fracasso Escolar .......................................154 11 ASPECTOSCULTURAIS DE BOM JARDIM..........................................159 11.1 Manifestações Folclóricas..................................................................187 11.2 Danças: dança do coco, mangaba, quadrilha, bumba-meu-boi..............187 11.3 O casamento na roça.......................................................................191 11.4 O bumba-meu-boi em Bom Jardim.....................................................194 11.5 O Auto do Bumba-meu-boi/ Interpretação e Histórico...........................198
  • 7. 7 11.6 Festas: Festival do peixe, Carnaval, Festejo de São Francisco de Assis, Festa do divino, Festas juninas...............................................................199 12 LENDA: PADRE CORDEIRO - A EXCOMUNHÃO......................................205 12.1 CANTORES E ESCRITORES DA TERRA ...............................................206 12.2 Teatro...........................................................................................209 12.3 Artes plásticas...............................................................................210 12.4 Aspectos desportivos..................................................................... 212 12.5A capoeira...................................................................................................213 13 INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS (EVOL. HISTÓRICA)...................................218 13.1 A MAÇONARIA EM BOM JARDIM......................................................230 13.2 AS RELIGIÕES AFRO (MACUMBA, UMBANDA,CANDOMBLÉ).................321 14 POPULAÇÃO INDÍGENA.....................................................................237 14.1 População Indígena Mundial ...........................................................237 14.2 Panorama Maranhense da População Indígena (com mapa das reservas)...........237 14.3 A população Guajajara....................................................................238 14.4 População Indígena de Bom Jardim (Reservas Pindaré e Caru)..............239 14.5 Estrutura da Sociedade Guajajara.....................................................241 14.6 Crendices Indígenas........................................................................245 14.7 Lendas e mitos dos guajajara............................................................246 15 ASPECTOS ECONÔMICOS DE BOM JARDIM-DADOS EVOLUTIVOS..............248 5.1 Agropecuária Bonjardinense..............................................................249 15.2 Extrativismo e Recursos naturais....................................................250 15.3 A DECADÊNCIA AGRÍCOLA NO MUNICÍPIO DE BOM JARDIM................253 15.4 Economia de Bom Jardim – MA.......................................................255 15.5 Infra Estrutura Bancária e Histórico..................................................268 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................271 REFERÊNCIAS.................................................................................................................................272
  • 8. 8 O Desafio O presente trabalho, conjugado aos demais foi o maior desafio de minha vida até hoje; um projeto iniciado com recursos próprios, em fevereiro de 2004 dei início neste trabalho e outros. Apesar da falta de apoio das autoridades local (Bom Jardim), jamais desisti e decidi ir até o fim. Não foi muito fácil, pois, vivemos em um país, onde se fala muito em cultura, mas na íntegra esta fica em último lugar. No caso, Radiografia de uma cidade brasileira, tendo como centro e enfoque maior a cidade de Bom Jardim, é abrangente, propondo-se a resgatar vários aspectos da história que vai além do município em estudo – contempla várias cidades na Microrregião do Vale do Pindaré. As dificuldades surgiam exatamente no fato de haver os que não valorizam o resgate da história a qual não foi eles que fizeram e argumentam dizendo: “quem gosta de passado é museu”. Lamentavelmente, ninguém é eterno! Morrem os desbravadores e junto com eles a história que ajudaram a construir. É óbvio, um povo sem história é um povo sem raízes, sem identidade. Durante as pesquisas foram muitas as situações de impacto; mas não vem ao caso; corruptos, ignorantes, tentam podar tudo relacionado à cultura, para que o povo continue a admirá-los, sem saber o quanto são perniciosos. Tratando-se de desvalorização da cultura, os políticos na maioria são recordistas. Quando buscava informações para integrar ao corpo deste trabalho, informações foram negadas, e, percebi que, as evasivas eram por temer, que fosse descoberto o que buscam manter no anonimato. Informação é poder, e eles sabem disso; e um povo sem cultura ou desinformado de sua realidade é facilmente manobrado. Existe dinheiro para tudo, menos para contribuir com o resgate da história do município, onde se inclui o herói anônimo que depositou seu voto de confiança elegendo um mau administrador. As experiências vividas durante o desempenho deste trabalho me fizeram ver que a maioria dos seres humanos não se dão conta que estamos aqui só de passagem, além de mostrar claramente, que tudo é possível, basta acreditar e lutar. As dificuldades foram superadas e aqui está: Radiografia de Bom Jardim – um presente e doação que faço ao povo de Bom Jardim.
  • 9. 9 História Versus Cidadania Os dicionários definem que a história se conceitua como Ciência que estuda a vida humana através dos tempos. É necessário como cidadãos estudarmos história mais do que nessa simples visão informativa e inteirativa; o essencial é estudá-la como um instrumento de mudança, que nos permita olharmos para trás e sabermos o que queremos para o futuro que começa em cada presente. O passado e o presente são inseparáveis, pois somos produtos do passado e perspectiva de um futuro. O passado histórico, além de ser de extrema importância para se compreender o presente, as atuais formas de relacionamento entre os homens, as comunidades e entre os países, pode servir para conscientizar a todos da tarefa de construirmos um mundo mais justo, mais digno; ajudando então a transformar o país, estado e municípios para melhor. Conhecer nossa história, a transformação de nossa sociedade e sua análise (apreender os fatos e compreendê-los diante de outras variáveis) pode ajudar-nos, a saber, onde estamos e a escolher para onde vamos. E, em outras convergências, é preciso conhecer a história para corrigir erros e ressaltar acertos. O povo que não conhece seu passado, a sua história, certamente pode voltar a viver tempos tenebrosos e de triste memória como tempos idos e não muito distante. A dialética de Karl Marx aponta que o eixo das transformações históricas são alimentadas ou produzidas a partir da dinâmica das contradições que permeiam os acontecimentos sociais e leva a seus opostos. Já outros autores apontam que as ações próprias do homem – passadas, presentes ou futuras - se lhe aparecem sob o manto da necessidade e que o indivíduo pode ser uma grande força social de transformação. Principalmente numa sociedade onde exista pessoas informadas de direitos e deveres, enfim dotadas de espírito crítico. É nesse sentido que é válida a afirmação de que as particularidades das personalidades determinam o aspecto individual dos acontecimentos históricos. É dessa forma que o indivíduo vai cumprir o seu papel na história – enquanto conhecedor e participante no processo (Plekhanov, 2002, p.110 a 118 e 152). A história acontece no cenário das lutas “lutadas”, “calada”, “reclamadas”, “confiadas”, “omissas”, e muitas vezes, sob manobras sociais em formas diversas. E às vezes, até na atividade ou passividade de cada cidadão. A política, neste contexto, é o instrumento central onde se desenvolve todo cenário de acontecimentos que se constitui o fazer histórico. Segundo Creusa Capalbo (apud SANTOS, 2000, p.98), “a conscientização utilizará uma pedagogia que proporcionará ao homem condições para descobrir-se, conquistar-se, formar-se como sujeitos de sua própria história”. Em consonância com o que foi afirmado, veja o que diz Marilena Chauí (1980, p. 114): “ Enquanto não houver um conhecimento da história real, enquanto a teoria não mostrar o significado da prática imediata dos homens, enquanto a experiência comum de vida for mantida sem crítica e sem pensamento, a ideologia de dominação se manterá.” Não é apenas em uma grande cidade, estado e país que a história acontece; uma pequena comunidade no interior de um município é também um espaço ou cenário onde acontece história. E nessa relação sociedade&história, veja o que diz a doutora Rita Santos em (SANTOS, 2000, P. 112): “Cada sociedade é, pois, um espaço de vida, no qual a sua própria história se vai escrevendo...”
  • 10. 10 1. Introdução Considerações Gerais Foi na percepção da carência de material didático, histórico e geográfico acerca dos municípios que resolvi desenvolver o presente trabalho. E ao mesmo tempo, atendendo a Lei Orgânica dos municípios em seu artigo 173, que define como obrigatório à inclusão nos currículos escolares do ensino da história do Município, da 1ª a 4ª série do 1º grau; e ao que solicita a LDB 9394/96, que determina que a educação, além de interdisciplinar, seja contextual. E para que uma educação seja contextual é indispensável arremeter informações e conhecimento da realidade local onde o aluno está inserido. Grande parte das informações é de exclusiva importância para o município de Bom Jardim. Entretanto, há um grande número de informações que, apesar de retratar Bom Jardim, transpõe uma base de estudo bem além do município em foco. É intenção que a presente obra sirva de convite e modelo, como uma espécie de livro-projeto para outros municípios brasileiros. É um trabalho científico, pois resulta de entrevistas e buscas de informações fidedignas em fontes oficiais, precisas e confiáveis. Por ser um material histórico e geográfico, necessitará de constantes atualizações e possíveis revisões. Pois história não é apenas o que passou, envolve também o presente. O livro “Radiografia de uma cidade brasileira” é fruto de uma ampla pesquisa acerca do Município de Bom Jardim, no Estado do Maranhão. Sua abordagem vai desde o aspecto sócio-político, econômico e cultural do município em estudo. É uma obra social, sendo uma contribuição para a cultura e a informação do povo bonjardinense e outros que dela precisarem; tendo como objetivo informar os órgãos educacionais, Poder Público, professores, alunos e sociedade em geral, a história do município abordando: sua origem, demografia, superfície (geografia), cultura, indicadores sociais, incluindo os símbolos municipais, bandeira, brasão, hino, aspectos físico e socioeconômico, a história da educação de Bom Jardim, situação educacional da população escolarizável atendida pelos órgãos competentes no município, contemplando através do Plano Decenal de Educação de Bom Jardim, os indicadores educacionais (número de matrículas, aprovação, reprovação, evasão e distorção idade-série). Sendo de suma importância para a elaboração de projetos em âmbito municipal pelo Poder Público e como subsídio na elaboração de Projetos Pedagógicos na área educacional. É incluído especialmente um capítulo sobre a população indígena; sendo uma contribuição de Padre Carlo Ubialli, que vivera por muito tempo e em longa relação com os guajajaras da reserva indígena do Pindaré e Caru. Deixando um rico material histórico e cultural dessa população, e durante essa vivênciafez um estudo antropológico sobre os indígenas da região (Pindaré/Bom Jardim), com os quais vivera por longos e pacíficos anos. Inclui-se também um breve histórico do desenvolvimento no Vale do Pindaré, microrregião onde o município está localizado. A história é como um livro sempre aberto, porque está sempre sendo escrita num presente que caminha para um futuro... O futuro de nossas gerações que continuarão a viver, a fazer e a retomar os próximos capítulos que continuam...
  • 11. 11 2. A GEOGRAFIA BONJARDINENSE COM MAPAS O município de Bom Jardim está localizado na mesorregião Oeste do Maranhão, na microrregião do Vale do Pindaré. Localiza-se em área pertencente à Amazônia Legal e tem como coordenadas de latitude 4º, 44 min. 30 seg, de longitude 44º, 21 min. 00 seg. e de Altitude 40,689m. Localizando-se na microrregião do Vale do Pindaré, faz limites com os lmunicípios de Monção, Açailândia, Tufilândia, Pindaré Mirim, São João do Caru, Newton Belo, AltoAlegre do Pindaré, Buriticupu, Bom Jesus das Selvas, Centro Novo do Maranhão e Itinga do Maranhão. O município tem 6.590,48 km³ de área territorial. A área urbana corresponde a 113 km². A referida área detém 35% da população total, sendo que 65% da população se concentra na zona rural. A densidade demográfica do município é de 5,93 habitantes por km² . A distância de Bom Jardim a São Luís é de 275 km. Os principais rios que formam a hidrografia do município são: rio Pindaré, Caru, rio Azul ou Poranguetê, rio Ubim, os dois últimos são braços do rio Pindaré, na região da Miril. Existe também os igarapés Água Preta, Limoeiro, Crumaçu, Arvoredo, Galego e Turizinho. O rio Pindaré, nome que significa “anzol pequeno”, nasce ao leste da Serra da Cinta e desemboca no rio Mearim, após um curso de 750 km de extensão. É um rio caudaloso, extenso, navegável e rico em peixes. Bacia Hidrográfica é o conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. As bacias hidrográficas dos rios Pindaré e Caru são sub bacias do rio Mearim, e são tidas por bacias hidrográficas estaduais. Na Bacia Hidrográfica do Rio Mearim habitam 1,681.307 habitantes, numa área de 99.058,68 km² - abrangendo 85 municípios. A temperatura média (na região que compreende a área geográfica de Bom Jardim) é de 30º e o clima é quente e úmido como da Amazônia Equatorial. Índice de chuvas por ano:2000 a 2200 mm anuais. Período chuvoso vai de janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho. Período seco: Julho a Dezembro. A vegetação ou plantas nativas do município é formada de cocais e matas (árvores grossas e capoeira). As madeiras nativas no município (atualmente escasseando) são: pau- d´arco, maçaranduba, pequi, jatobá, mirindiba e cedros, ressaltando também os capins Jaraguá e canarana. Árvores frutíferas mais predominantes são os mangueirais. No ranking por área territorial, entre as 217 cidades maranhenses, Bom Jardim é o 7º maior município. 1º: Balsas: 13.141,7 km² 2º: Alto Parnaíba: 11.132,1 km² 3º: Grajaú: 8.830,9 km² 4º: Mirador: 8.450,8 km² 5º: Centro Novo do Maranhão: 8.258,4 km² 6º: Amarante: 7.438,1 km² 7º: Bom Jardim: 6.590,5 km² 8º: Carolina: 6.441,6 9º: Riachão: 6.373,0 km² 10º: Açailândia: 5.806,4 km² A menor cidade em área territorial no estado do Maranhão é o município de Raposa, com 66,2 km².
  • 12. 12 Fonte: IBGE 2013 Ordenamento Territorial – Zona Urbana O município apresenta uma área territorial de 6.590,48 km³ e é o 7º maior no ranking do estado. A área urbana corresponde a 113 km², ou seja, 1,7% da área territorial do município. A referida área detém 35% da população total, sendo que 65% da população se concentra na zona rural. A densidade demográfica do município é de 5,93 habitantes por km². Se focalizarmos a densidade demográfica só na zona urbana, vamos encontrar um número totalmente diferente: 107 Hab. / KM². Essas informações são de alta importância, pois nos permitem perceber que existe um alto aglomerado de pessoa por km² na área urbana merecendo por isso uma atenção especial à questão ambiental (da referida área, sem excluir a zona rural). A zona urbana possui 10 bairros:  Bairro Joana Dark  Bairro Vila Muniz  Bairro Vila Pedrosa  Bairro Vila Meireles  Centro  Birro Santa Clara  Vila Nova Esperança  Alto dos Praxedes  Bairro Mutirão  Bairro União (Bairro novo que fica atrás e entre o Bairro Joana Dark e Vila Muniz)  Vila São Bernardo  Bairro Nobre  Bairro Nova Jerusalém  Bairro Firmino  Bairro 28 de Julho  Bairro Portela  Bairro Davi. Dos 39.049 habitantes, 41% residem na zona urbana, o equivalente a 16.010 habitantes.
  • 13. 13 Ordenamento Territorial – Zona Rural O município possui Polos Administrativos que foram criados para fins administrativos, numa perspectiva da geopolítica local no intuito de promoção e planejamento das políticas públicas. A criação destes polos serve de “agregação” de povoados adjacentes a outros maiores para fins de abranger blocos de povoados no sentido de mapeamento de concursados por blocos regionais; em outro caso, serve como agregação de povoados para fins de apuração eleitoral (como aconteceu na eleição de 2012) para apuração eleitoral, a qual muito se especulava temores de que por trás de certa “inovação” – o que dantes não acontecia, fosse corromper os resultados da disputada eleição dos dois fortalecidos blocos.  Polo Bela Vista;  Polo Brejo Social e Antônio Conselheiro;  Polo Caru, Cassimiro, Vila Bandeirante e Igarapé dos Índios;  Polo Vila Varig;  Polo Santa Luz, Tirirical e Oscar;  Cohab. O município possui 127 povoados (grandes e pequenos), os principais e maiores são: Povoado KM 18, Boa Esperança, Oscar, Galego, Barrote, Cassimiro, Rapadurinha, Escada do Caru, Traíras, Igarapé dos índios, Vila Bandeirantes, São Pedro do Caru, Novo Caru, Centro do Alfredo, São João do Turi, Três Olhos D Água, Turizinho do Augusto, Sapucaia, Nascimento, Rapadura Velho, Boa Vista, Barraca Lavada, Jatobá Ferrado, Santa Luz, Barra do Galego, Rosário, Escada do Caru, Povoado Tirirical, Zé Bueiro, Varig, Vila da Pimenta, Vila da Palha, Vila Cristalândia, Povoado União, Miril, Vila Jacutinga, Aeroporto, Vila Bom Jesus, Brejo Social, Povoado Flecha, Terra Livre e Antonio Conselheiro. O município está num processo contínuo de migração da população do campo a cidade apresentando uma taxa migratória anual de 1,9%. Dos 39.049 habitantes, 59% residem na zona rural – o correspondente a 23.039 habitantes.
  • 14. 14 Reserva Biológica – REBIO/Gurupi Bom Jardim, São João do Caru e Centro Novo do Maranhão Rebio Gurupi - Criada em 1988, através do Decreto Federal nº 95.614 de 12 de janeiro de 1988, com uma área de 341.650 ha e é a única Proteção Integral do Maranhão com uma área de 271.197 há, abrangendo três municípios: Bom Jardim onde compreende uma área de (35,49%), Centro Novo do Maranhão (59,01%), São João do Caru (5,5%) no Estado do Maranhão. Ela (REBIO) está situada na região do Arco do Desmatamento e é estratégica para a conservação, pois, somada às três terras indígenas que fazem fronteira com ela - Alto Turiaçu, Awa e Caru - constitui a última fronteira de área contínua amazônica do Maranhão. A REBIO Gurupi sofre ameaças ao seu território desde que foi criada. Grupos de madeireiros e pequenos agricultores, que vivem dentro dos limites da reserva, destroem a floresta para exploração ilegal de madeira, criação de gado, trabalho escravo e plantações de maconha. Há também conflitos entre colonos, grileiros, sem-terra, e povos indígenas aliciados ao garimpo. Hoje a cobertura florestal da REBIO/Gurupi está reduzida a 65% do original. Toras arrmazenadas na Rebio do Gurupi. Foto: Nelson Feitosa. Caminhão apreendido em flagrante e depois liberado por decisão judicial. (Foto 2)
  • 17. 17
  • 18. 18 Bom Jardim(espaço verde) dentro do Estado do Maranhã Bom Jardim, região e estradas de acesso Fonte: IBGE, 2006.
  • 19. 19 TIPOS DE SOLOS NO MUNICÍPIO DE BOM JARDIM – MA Fonte:Secretaria Municipal de Agricultura. Plano Municipal Desenvolvimento Rural Sustentável de Bom Jardim-MA. Embrapa Solos. 2015.Vigência 2013-2016. LEGENDA DE DOMÍNIO DE SOLOS Latos solos amarelos (LA) Latos solos vermelho escuro húmico Latos solo vermelho escuro Latos solos roxo Terra roxa estruturada Podzólico vermelho amarelo Podzólico acinzentado Podzólico vermelho amarelo trófico Plintossolo Planossolos Candis solos Vertissolo Solos de mangue Oleissolo Solo aluviais Areias quartzosas Dunas Solos litólicos Convenção:  Sede Municipal ............ Drenagem ______ Estradas ______ Rodovias Água Mapa Exploratório Reconhecimento de solos do Município de Bom
  • 20. 20 Mapa de distância de vários municípios a Bom Jardim Fonte: Gerência Regional de Negócios de Santa Inês 2004
  • 21. 21 MAPA DAS RUAS E BAIRROS DE BOM JARDIM – MARANHÃO (IBGE, 2002) Fonte: https://pt.slideshare.net/adilsonmottam/mapa-das-ruas-de-bom-jardim- ibge?from_action=save (Para baixar com mais visibilidade e detalhamento, nome ruas, bairros).
  • 23. 23 MAPA REGIÃO MIRIL VARIG, ANTONIO CONSELHEIRO EDEMAIS COM DISTÂNCIAS Fonte: SUCAM/FUNASA2014
  • 24. 24 HIDROGRAFIA DO VALE DO PINDARÉ Fonte: Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos. Perfil da Região do Pindaré 2008 . _São Luís : IMESC, 2009 ‐ Mapa fornecido pelo professor Júnior
  • 25. 25 O Maranhão possui 640 quilômetros de costa, que corresponde a faixa entre a foz do rio Gurupi, na divisa com o Pará, e a desembocadura do rio Parnaíba, nos limites com o Piauí. Fonte: Atlas do Maranhão, Rio de Janeiro, IBGE, 1984.
  • 26. 26 Fotos por Rogério Matos, in 2005. Rio Pindaré e Caru – extensos e navegáveis – apresentando praias lacustres ao longo de seus leitos.
  • 27. 27 2.1 Meio Ambiente 5 de junho – Dia internacional do Meio Ambiente. O meio ambiente é um complexo ecossistema onde as formas diversas de vida mutuamente se dependem. O homem tem que viver nesse meio, criar desenvolvimento, mas na responsabilidade e perspectiva de que ele está decidindo por ele e outras formas de existência que, em sua totalidade garantem o equilíbrio e a harmonia do planeta. Não somos auto-suficientes e a autonomia de nossas decisões tem que corresponder com as outras formas de vida, que não tiveram esse privilégio que temos: da racionalidade e inteligência. A questão ambiental está conjugada a questão “Saúde” pois um meio ambiente saudável e favorável a saúde daqueles que nele vivem, seja o homem ou a espécie animal. Conclui-se, portanto, que a qualidade de vida da população está associada à qualidade do meio em que esta vive. O homem é um produto do meio assim como o meio é produto do homem. Se nessa relação perpetuar a forma perniciosa, sem um desenvolvimento sustentável, e o perdedor for o meio ambiente, com certeza o perdedor seremos nós, porque será nossa existência que estará em risco. É o que também adverte o CACIQUE SEATLE in (Emilia Amaral et al. 2000, p.520), quando diz: “ensinem as suas crianças: que a terra é nossa mãe. Tudo que acontecer a terra, acontecerá aos filhos da terra. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. O que ocorrer com a terra recairá sobre os filho da terra”. Aquestão ambiental é um dos grandes problemas em pleno século XXI, pois se relaciona com a própria existência de toda a forma de vida presente e futura que habita o planeta. Você já parou pra pensar o que significa a palavra “progresso”? pois então pense: estradas, usinas, cidades, máquinas, exploração mineral e muitas outras coisas que ainda estão por vir, principalmente na Amazônia onde 40% do seu território é área pré-cambriana (área onde estão as maiores reservas de ferro conhecidas, manganês, etc., sem mencionar-se ouro, cobre, níquel, pedras preciosas, material de construção, etc. O progresso, da forma como vem sendo feito, tem acabado com o ambiente ou, em outras palavras, é nocivo e degrada o planeta terra e a natureza. O atual modelo de crescimento econômico hoje no mundo gerou enormes desequilíbrios. Se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Considerada o pulmão do mundo, a maior floresta tropical do planeta está ameaçada de extinção, o que será fatal para a humanidade. Segundo cientistas, o desmatamento e o aquecimento global podem provocar o desaparecimento da Amazônia. Nos últimos 35 anos a Amazônia perdeu quase 17% de sua cobertura e advertem:  Se a floresta perder mais de 40% de sua cobertura, o processo de destruição será irreversível, pois a mata, segundo pesquisadores, tem o poder de multiplicar as chuvas.  O desmatamento e as queimadas na Amazônia são responsáveis por mais de 75% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil.  A Amazônia abriga 16% de toda água doce do planeta e 73% de água disponível no Brasil para consumo. Segundo as Nações Unidas, o Brasil possui 52% das florestas da América Latina; e que o país perde anualmente de florestas com o desaparecimento de 3,1 milhões de hectares. A perda anual de florestas em todo
  • 28. 28 o planeta chega a 7,3 milhões de hectares, o equivalente a um país como o Panamá. Diante de tudo isso e similares que ocorre em outros países, o clima da terra assim como fenômenos fora do normal estão dando suas respostas em vários cantos do planeta. A título de exemplo, vale citar a seca em plena Amazônia em 2005, que segundo pesquisadores, foi resultado do possível aquecimento do planeta, que resulta no efeito estufa, consequente das queimadas, emissões de gases lançados à atmosfera, tornados devastadores nos Estados Unidos, tsunami na Ásia, redução de calota de gelo no polo norte consequente da abertura na camada de ozônio, ciclones nos Estados Unidos, pesados terremotos em várias partes do mundo que dizimam milhares de pessoas e a desertificação. Diante desta constatação surge a ideia do desenvolvimento sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento econômico como a preservação ambiental, atendendo as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de futuro para as futuras gerações. O que acontecerá com a continuação do desmatamento Amazônico? Vale também o alerta da LBA (Biosfera Amazônica de Larga Escala, sigla em inglês), maior estudo científico sobre ecossistemas tropicais já realizado no planeta, que envolve 500 pesquisadores de 100 instituições internacionais que advertem: “Se o desmatamento da Amazônia continuar no ritmo atual, em 100 anos algumas regiões da floresta tropical podem se tornar uma árida savana”. Todos os anos, a proliferação da iniciativa agropecuária e a exploração ilegal de madeira põem abaixo quase 20 mil quilômetros quadrados de mata. Da floresta que se estende por seis milhões de quilômetros quadrados, 600 mil já foram destruídos, o que representa uma área do tamanho da Bélgica. “É possível que haja um aumento na temperatura e uma diminuição no volume de chuvas, o que transformaria as áreas sul, leste e norte da Amazônia em savanas no prazo de um século”, avalia Carlos Nobre, coordenador científico do LBA e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o representante brasileiro do projeto. As savanas são o correspondente ao cerrado e têm clima semelhante ao de Brasília. São regiões muito áridas, onde as chuvas se concentram num único período do ano. (Isto é, n.1758, p. 78/79, jun.2003). O desequilíbrio provocado pelo efeito estufa poderá ser o mais catastrófico da história humana se não buscarmos alternativas e solução ao problema. As empresas não podem operar em um vácuo político, precisam de liderança firme dos governos e incentivos. Veja o que disse príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, em junho de 2008: “(...) milhares de pessoas que moram na região da floresta amazônica “vivem com uma renda muito baixa. Elas precisam de maneiras para garantir que o esforço de não destruir as florestas valha a pena. Seria preciso criar algum tipo de pacote em forma de incentivos para que essas pessoas não degradem as florestas. Não podemos esperar por novas tecnologias. Não há tempo para isso. Se o desmatamento não diminuir rapidamente, haverá mais seca e fome em grande escala”. E a previsão, segundo cientistas, é que, em décadas não muito longe, se perdurar os problemas sem busca concreta de solução, haverá 150 milhões de refugiados em todo mundo. O aumento da pecuária na região que transforma a floresta em pastos é responsável por uma grande parte do desmatamento somado às queimadas. E cita mais: “Os governos, grandes empresas e consumidores devem se unir em um esforço conjunto para pôr fim à devastação florestal”.
  • 29. 29 2.2 Meio ambiente bonjardinense Logo na origem de Bom Jardim nascem também nossos problemas ambientais. Com as grandes roças sob queimadas e a mudança constante de agricultores repetindo essa prática em vários locais fazendo desaparecer grande parte de nossas matas e florestas. Segundo relatos de (-os) primeiros moradores de Bom Jardim, aqui existia mata fechada com muitos animais como onças, porcos, queixadas, tatu, paca, macaco, etc… A forma primitiva de agricultura praticada até hoje no município e em muitos municípios maranhenses é nociva ao meio ambiente, porque devastam nossas florestas, nossos cocais e vai extinguindo, consequentemente, a fauna da região. Nos 5.561 municípios que tem o Brasil, a decadência de nossas matas e florestas incluindo a redução de nossa fauna está associada à ausência de um desenvolvimento sustentável e às vezes mal planejado, e quando às vezes planejado, não seguido, expondo o meio ambiente aos riscos e degradação. Como o caso das roças sob queimadas, um processo que perdura, gerando grandes roças e magras safras, em troca de magras florestas que ficam como resultado. E o que ficará para as futuras gerações? A prefeitura municipal, através da lei orgânica do município deveria atuar no sentido de assegurar a todos os cidadãos bonjardinenses o direito ao meio ambiente ecologicamente saudável e equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida (lei orgânica e constituição federal ART. 225). Para assegurar tal direito o município deve articular-se com os órgãos competentes estaduais, regionais e federais, e ainda quando for o caso, com outros municípios, objetivando a solução de problemas comuns relativos à proteção ambiental. Listagem dos problemas ambientais de Bom Jardim 1. Derrubadas e queimadas de palmeiras; 2. Roças sob queimadas; 3. Lixões a céu aberto, sem aterro sanitário e sem tratamento. A maioria desses lixões se encontram nos braços dos igarapés (em declive), onde no inverno, as águas das chuvas que ali caem, levam seus dejetos e contaminações para esses igarapés que poluem e contaminam seus ecossistemas. Lembrando que esses igarapés desembocam no rio Pindaré (AbetelPimentaLimoeiroPindaré). Das atividades da pesca se alimenta grande número de pessoas que vivem nas regiões ribeirinhas e lacustres. Há presença de entulhos e focos de lixos dentro de alguns braços de igarapés, pondo consequentemente em risco seu desaparecimento no futuro. A partir de um mapa dos igarapés que foi elaborado, recebendo um nome de “Mapa Ambiental Urbano (ver página 26)”, ficou percebido que esses igarapés formam uma espécie de “cinturão verde” – numa perspectiva ambiental - que envolvem e adentram o município (em especial no centro urbano). 4. pesca predatória (realizada antes do crescimento dos peixes ou na fase de desova). 5- Temos também a questão dos esgotos, para os quais não existe uma rede de tratamento, encontrando-se a céu aberto, permeando nosso ambiente social e despejando seus poluentes e contaminações nos igarapés. O rio Pindaré, que atravessa o município tendo como afluente na margem esquerda o rio caru, está em risco de desaparecimento em seu curso devido assoreamento
  • 30. 30 causado pelo desmatamento em suas margens, e uma alta carga de contaminação que recebe dos esgotos das comunidades e cidades que se localizam nas regiões ribeirinhas. 6- Diante da grande importância social e do potencial econômico dos rios Pindaré e Caru para o estado e região do vale do Pindaré – cabe não só a comunidade através de campanhas de conscientização e educativas, mas, também ao poder público e o Ministério do meio ambiente desenvolve projeto de preservação. 7- Ao longo da estrada Bom Jardim/São João do Caru, é visto a “matança” do curso de muitos igarapés pela não-colocação de bueiros sobre os mesmos, que perpassam ao longo da estrada que interliga os dois municípios. Taxa de Desmatamento (km²) de Bom Jardim e algumas Cidades Maranhenses entre 1988 e 2009 Os dados do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite (PRODES), evidencia que, no período de 2002 e 2009 alguns municípios no estado tiveram incremento de desmatamento em áreas de biomas Amazônico entre 90 e 400 km², o que requer atenção redobrada do sistema de monitoramento e fiscalização sobre estes territórios. Tabela 1. Municípios do Maranhão com maior área de desmatamento no bioma Amazônico, no período entre 2002 e 2009: Nº Município Área Territorial do Município KM² Área natural de Floresta Amazônica. KM² Incremento absoluto de desmatamento entre 2002- 2009. Km² Incremento relativo de desmatamento entre 2002- 2009 % 1 Barra do Corda 8.054 5.551,4 400,5 7,2 2 Bom Jardim 6.647 5.584,9 399,6 7,2 3 Itinga do Maranhão 3.612 3.474,6 381,5 11,0 4 Amarante do Maranhão 7.737 5.967,7 335,3 5,6 5 Açailândia 5.844 5.812,2 331,6 5,7 6 Centro Novo do Maranhão 8.366 7.794,8 312,4 4 7 Grajaú 7.480 2.722,2 301,0 11,1 8 Bom Jesus das 2.700 2.617,8 289,6 11,1
  • 31. 31 Selvas 9 Buriticupu 2.567 2.514,5 279,0 11,1 10 São Domingos do Maranhão 1.321 1.205,2 240,5 20,0 11 Tuntum 3.619 1.644,8 170,1 10,3 12 Santa Luzia 6.193 6.190,7 162,2 2,6 Segundo o relatório, 50% dos municípios listados como maiores desmatadores do bioma Amazônico (2002-2009) não possuem registros de autorização para supressão vegetal para o período 2008-2010. De acordo com os dados da pesquisa, no município de Bom Jardim, de 2002 a 2009 (no transcorrer de 7 anos) foram devastadas 399,6 km² de floresta natural (amazônica). Superior à área territorial do município de Santa Inês, que é de 381 km². 18/07/2012 Segundo o documento Indicadores Ambientais do Maranhão (2009), o município de Bom Jardim apresentou 1.438 focos de queimadas (anual). Já o índice de desflorestamento global apresentado é de 52%, (significa que 48% das áreas florestais no município já desapareceram). Taxa percentual de desflorestamento, Hidrografia, Área de floresta existente Município Taxa de desflorestamento do Município da Amazônia Legal 2007 Área de Floresta (%) Área d a Floresta (km²) Hidrografia % Hidrografia (km²) Bom Jardim 51 32% 2.126 ‐ 7 km² Fonte: INPE, 2007 Destruição ou desmatamento em grande escala de palmeiras - estrada do povoado Rosário. Em desconformidade com as leis ambientais.
  • 32. 32 Igarapés que já desapareceram na área urbana deBom Jardim Igarapé Abetel (curso cortado)Igarapé do Abetel, ano: 12/2012 Finado Igarapé do Abetel. Por longos anos, era água corrente e servia de banho nos finais de semana para muitas pessoas no município como lazer. Mataram suas nascentes e seus cursos construindo estradas e ruas – a chegada nociva do progresso sem conciliar meio ambiente nem natureza – ou melhor, sem planejamento nem desenvolvimento sustentável. Éste é apenas um dos defuntos hídricos de nosso ecossistema local. Crescimento desordenado e não acompanhamento dos órgãos oficiais como Secretaria de Meio Ambiente, infraestrutura e saneamento básico na política pública local.
  • 33. 33 2.3 Medidas Corretivas ao Problema Ambiental do Município de Bom Jardim * Reflorestamento nas imediações dos igarapés. * Fazer aterro sanitário no lixão e procurar lugares estratégicos e distante dos igarapés e lagos para depositar os futuros lixos. * Conscientizar e proibir a população de jogar lixos nas imediações ou braços dos igarapés e rios. * Dragagem (drenagem) e recanalização do leito do rio Pindaré e Caru para que eles não venham a desaparecer. * Reciclagem. Lembrando que na zona urbana, que corresponde a 1,7% da área territorial do município é onde se concentra 35,2 % da população total que corresponde a 12.126 habitantes (IBGE /2000). A densidade demográfica de todo município é de 5,2 habitantes/km². Em 2010, segundo o IBGE, o número de habitantes é de 39.049 habitantes. Se focalizarmos a densidade demográfica só na zona urbana, vamos encontrar um número totalmente diferente: 107 Hab. / KM². Essas informações são de alta importância, pois nos permitem perceber que existe um alto aglomerado de pessoa por km² na área urbana merecendo por isso uma atenção especial à questão ambiental (da referida área, sem excluir a zona rural). Todos e cada um de nós estamos diretamente ligados ao meio ambiente, e dependemos desse meio para sobreviver; é nesse meio onde moram os seres vivos dos quais também fazemos parte e dependemos; E está situada à escola e aqueles que a frequentam. Só a escola poderá não resolver os problemas detectados no meio ambiente bonjardinense, mas é o caminho viável para acelerar as ações do poder público com políticas ambientais voltadas para a preservação. É possível conciliar desenvolvimento e meio ambiente. A questão da preservação não é só uma iniciativa do poder público. E, não se deve, porém, excluir a participação de comunidade do processo de preservar. A comunidade deve ser transformada em parceira essencial do poder público na promoção da ação educativa e na formação de consciência da sociedade em favor da preservação ambiental para as presentes e futuras gerações. “É necessário dentro desse grande país, com uma grande biodiversidade que temos, construir uma nação com grande consciência ecológica. Já que somos considerados por todos como o “pulmão do mundo”. E darmos exemplo e lição, e não sermos vistos como “bárbaros devastadores daquilo que é de todos inclusive das futuras gerações”. Por Adão Alves, 2007 Pela ausência de infraestrutura em urbanismo, veja uma das inundações em uma das ruas de Bom Jardim em junho de 2006. Saneamento básico é o conjunto de medidas, visando preservar ou modificar as condições do ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover saúde. Investir em saneamento, principalmente no tratamento de esgotos, diminui a incidência de doenças e internações hospitalares e evita o comprometimento dos recursos hídricos do município.
  • 34. 34 MAPA AMBIENTAL DE BOM JARDIM O Mapa Ambiental do município de Bom Jardim visto anteriormente compreende a circunferência hidrográfica do município onde, no inverno, se verifica sua integração “arterial” - especialmente no período do inverno. Um fato verificado, quando na elaboração do presente mapaé que, o mesmo Autores: Adilson Motta e Sancler (pintor), 2004
  • 35. 35 expressa as “artérias” os igarapés e lagos do município, os quais afluem ao rio Pindaré. Outro fato verificado é a existência de grande quantidade de lixos e lixões nas imediações ou adjacência desses igarapés – que, com seu chorume e poluentescontaminam os ecossistemas desses mananciais. Contaminando também, os lençóis freáticos que são reservatórios naturais de água potável que servem e servirão de consumo à população atual, e as gerações futuras. Igaarapé do abetel, antes e atualmente (2013). Igarapé do Betel – Recebe alta carga de contaminações e dejetos do lixão mostrado abaixo - que fica em terreno declive, propício para as águas das chuvas durante o inverno. Além do mais, no referido lixão (onde até mesmo lixo hospitalar é jogado sem o mínimo de critério ou incineração) – muitas crianças, jovens e adultos caminham por dentre os resíduos encontrados. Foto tirada por: Natana, 2009. Não é só o Meio Ambiente que é injustiçado, por muitos anos, os moradores desta casa e outros que se localizam a menos de 100 metros sofreram (-em) os riscos do impacto das doenças que podem ser causadas pelo lixo. Apesar da palavra de ORDEM do atual século ser: “Meio Ambiente & Preservação Ambiental”, em junho de 2009, a “matança” injustificada de muitas árvores no município, ao longo da BR 316, em pleno centro da cidade gerou muita polêmica, discussão e insatisfação. Nas rádios locais foram o objeto de uma semana de especulação e debate e pelos recantos informais da cidade. Frente a situação, o nome de Bom Jardim até chegou a mudar! Muitos chamaram de “A Cidade do Pau Pelado” outros: “A Cidade da Cara pelada”. Sem respostas para o ato, muitos se perguntavam: “Será que a AVENIDA agora vai sair?
  • 36. 36 07/2010 Fonte: Natana, 06/2009 E assim foi um dia... Depois da “pelação” Por falta de comunicação, conscientização e sintonia com a comunidade, houve o incidente da “devastação” para alguns, das árvores. Sendo em seguida recomposto com projeto de arborização. 07/2011 1ª etapa da avenida: a iluminação – 3 anos. Logo nos três meses de governo, a administração Beto/Lidiane Rocha cumpriram o que prometiam em palanque: Retirar o lixão do inadequado local onde se encontrava, como mostra as fotos ao lado.
  • 37. 37 Quem não se comunica, se trumbica... Se era a tão “sonhada avenida”ou arborização, porque o gestor não comunicou o fato com antecedência à comunidade? Importância das árvores em uma cidade As ÁRVORES desempenham um importante papel na diminuição da poluição atmosférica. Uma VEGETAÇÃO densa representa um verdadeiro filtro contra as bactérias; As folhas das ÁRVORES retêm a poeira; Os ESPAÇOS VERDES podem ser um refúgio e lazer de sombras para homens, mulheres e crianças –, um presente da natureza; As ÁRVORES produzem oxigénio para a nossa respiração; As ÁRVORES regularizam a umidade atmosférica e a temperatura; Os ESPAÇOS VERDES atenuam o ruído da cidade; As ÁRVORES diminuem a poluição causada pelos veículos motorizados; E retiram gases tóxicos da atmosfera. Cria uma certa umidade, que reduz a temperatura. 1º Posto de Gasolina de Bom Jardim O primeiro Posto de Gasolina a funcionar em Bom Jardim foi nos anos 70, e sua localização era onde hoje se localiza a Usina Natuba (de frente para a Avenida José Pedo) –BR 316. Funcionava com duas bombas 1 de diesel e 1 para venda de gasolina. O mesmo pertencia ao Senhor Zé Roseno. Fonte: Marcelino e Décio, 2020.
  • 38. 38 3. UM BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO NO VALE DO PINDARÉ Devido o fato do município de Bom Jardim se localizar na microrregião do Vale do Pindaré, é de suma importância fazer uma breve retrospectiva da referida região. Pois é o contexto onde o município está inserido. Falar sobre o desenvolvimento na região do Vale do Pindaré é imprescindível tocar também na questão dos engenhos. Ou, sendo mais específico, o Engenho Central acerca do que representou aquela fábrica localizada no Vale do Pindaré, a qual foi a alavanca para o desenvolvimento e colonização na referida região. Subsistindo hoje, como patrimônio tombado pelo estado. Engenho central Fonte: http://historiadesantaines.blogspot.com.br/ A instalação do primeiro engenho em terras maranhenses foi feita em meados do século XVII, mais precisamente em 1662, às margens do rio Itapecuru, pelo então provedor da fazenda real, Antonio Munis Barreiros. Em 1860, no Maranhão haviam 420 engenhos, sendo que 98 destes, era no Vale do Pindaré. A produção, por essa época, era em torno de 100 mil sacos de açúcar, mas mesmo assim o Maranhão queria produzir em escala bem maior. Enfatiza-se no papel dos engenhos as ações políticas promovidas pelo governo provincial que fomentava o desenvolvimento agroindustrial através da concessão dos subsídios para empreendimentos fundados em concepções modernas (era da máquina, da indústria). Procurava-se através do engenho promover a economia maranhense investindo no setor industrial, especialmente no fabrico moderno do açúcar de demais produtos da exploração canavieira, tendo com base a instalação dos engenhos centrais. A instalação dos engenhos centrais do Brasil corresponde aos anos de transição, pelos quais passariam a economia e a sociedade brasileira na segunda metade do século XIX, representados, fundamentalmente pela crise do trabalho escravo. O Maranhão entrou em decadência com a abolição dos escravos, cujos braços sustentavam toda atividade produzida do estado. A relevância política e social do engenho central São Pedro, na região de Pindaré-Mirim, pode ser compreendida em relação à posição que as camadas de proprietários de engenhos, como segmentos da classe produtora escravista, ocupou na estrutura de poder da sociedade brasileira, durante o século XIX, membros de setor acreditavam, ser a mecanização altamente sofisticada, do setor de beneficiamento de cana-de-açúcar a tábula de salvação para os Pindaré-Mirim
  • 39. 39 problemas que afetavam a economia açucareira na segunda metade do referido século. Produzir muito e barato, era a fórmula salvadora realizada por meio dos engenhos centrais. Os engenhos, sendo uma grande fábrica altamente equipada, totalmente importada, das estruturas de ferro a máquinas e parafusos, inteiramente montados por técnicos franceses e ingleses, seria a solução para os problemas, que tanto afetaram os senhores de engenhos, representados fundamentalmente, pelas baixas sucessivas no preço do açúcar no mercado internacional. Bem como, pela crise do trabalho escravo que ameaçava a produção exatamente no momento em que se buscava superar as baixas através de um incremento da produção açucareira. O imperador do Brasil, D. Pedro II, era um entusiasta das novas tecnologias e em 1857 foi elaborado um programa de modernização da produção de açúcar. Assim surgiram os Engenhos Centrais, que deveriam somente moer a cana-de-açúcar, ficando o cultivo (da cana) por conta dos fornecedores. A criação dos engenhos foi produto de meses de discussão no parlamento e estado; sensibilizados pelos senhores de engenhos, e, em 29 de setembro de 1875, foi promulgado o decreto legislativo nº 2.658, o qual foi autorizado pelo governo a conceder isenção de direitos de importação para todos os materiais destinados a construção e exploração de engenhos, por fábricas centrais que tivesse sido ou fosse contratada pelos governos da província, ou pelo geral, fixadas previamente a quantidade e qualidade dos materiais favorecidos com aisenção. A instalação do engenho central promovido pelo grupo Martins Hoyer, portanto, deveria introduzir mudanças no cultivo de cana na zona do Pindaré, onde existiam muitos produtores dessa matéria prima e senhores de engenhos. Por localizar-se às margens do rio Pindaré com a abundancia de peixes e caças isso garantia o sustento da maioria dos trabalhadores ligados, formal ou informalmente, ao engenho central: no eito, na unida fabril, no ramal ferroviário, nas atividades portuárias nas casas administrativas ou mesmo nas casas de residências de gerentes e demais funcionários graduados. A energia elétrica chegou à colônia (São Pedro) em 1883. Tal fato deu a região à classificação pioneira do Brasil, pois somente em 1892 é que a cidade fluminense de campos teve sua iluminação elétrica efetivamente inaugurada. Apesar do município de Santa Inês emancipar-se apenas em dezembro de 1966, já existia como povoado desde 1879; fundada por senhores de escravos. O primeiro nome do município era Ponta da Linha, passou a ser chamado de Conceição e por fim Santa Inês em razão de um voto de uma senhora que lhe deu o nome como padroeira da cidade. Mani Viana e Severino Costa foram os primeiros moradores do município de Santa Inês. A estrada de ferro foi inaugurada em 13 de setembro de 1883. A inauguração do engenho efetuou-se em 6 de agosto de 1884. Do engenho até a Ponta da Linha, se fixava a estrada de ferro com 12 quilômetros que ia até os canaviais das quadras.Sobre elas, trilhos rodavam 105 vagões carregando 315 toneladas de cana-de-açúcar, um panorama inédito no Maranhão. A partir de 1884, o engenho central encontrava-se em declínio, através de déficit de largas proporções, a empresa continuava a lutar para sobreviver aos elevados juros que aumentavam assustadoramente o seu débito. A irregularidade nas estações, com invernos rigorosos trouxe um agravamento
  • 40. 40 maior à crise; além disso, a linha férrea foi danificada. E anos que seguiram, a seca, para piorar a situação. O engenho central ficou, nessas condições sem fornecedores de matéria prima, e, portanto, impedido de funcionar. Sendo vendido para terceiros e revendido para a Companhia Progresso Agrícola, que também foi à falência e arrematado em leilões por bancos no valor de 90 contos, e, num processo de revendas que se seguiam, chegando a 750 contos. Através da lei estadual nº 800, de 22 de março de 1918 a antiga colônia onde estava situado o referido engenho (hoje em ruínas), foi elevado à categoria de vila e posteriormente pela lei nº 1052, de 10 de abril de 1923, essa vila foi elevada à categoria de cidade conhecida como: São Pedro. Mais tarde, pelo decreto estadual nº 75, de 22 de abril de 1931, o município foi extinto. Em seguida restabelecido pelo decreto nº 121, de 12 de junho do mesmo ano. A partir daí, a cidade não parava de crescer. Na década de 60, o município de São Pedro teve que ceder mais de 50% de suas terras para criação dos municípios de Santa Inês e Santa Luzia. Emerso num contexto maior, Maranhão, é importante frisar que, a partir da década de 20 o quadro econômico passou por uma pequena alteração proveniente do fluxo migratório nordestino, decorrente de secas e crises econômicas, resolvendo-se parcialmente o problema da falta de mão-de-obra. Conclui-se, pois, que na primeira metade do século XX o Maranhão continuava com seus aspectos primários de produção sujeita a flutuações do mercado mundial. No processo de alteração do quadro econômico, produtos anteriormente considerados de ponta vão dar lugar ao babaçu e ao arroz. O primeiro como atividade extrativa, e o segundo, sendo cultivados pelos pequenos lavradores. É então que surge o babaçu em nossa história econômica, quando da primeira guerra mundial, e permite um primeiro reequilíbrio nas finanças estaduais que vinham se alimentando precariamente de empréstimos, e oferecer, a nosso comércio, com as exportações dessas amêndoas oleaginosa, em desafio desafogo que cria um clima de recuperação cujo processo de desenvolvimento, ressente-se da carência de capitais. A agricultura foi a atividade que congregou homens e mulheres, constituindo-se na principal fonte da vida e de trabalho nos anos que se seguiam na região. O arroz se tornou o responsável em grande parte pela ocupação das extensas terras livres, pois à medida que ia ocorrendo o desmatamento para plantio, surgiam pequenos aglomerados rurais que iam se desenvolvendo, e sendo envolvidos em moldes capitalista de estratificação, e formando-se desse modo pequenos e grandes núcleos de povoamentos, que resultou no surgimento de novas cidades em nível de estado e na região do Vale do Pindaré. O pequeno produtor vai deixando de ser autônomo e se tornar o último colocado em uma pirâmide que envolve plantio e ocorre para o “auxílio” da colheita, ficando empenhado na mão de comerciantes. Em troca das compras (querosene, açúcar, ferramentas, remédios e possíveis empréstimos em dinheiro). A consequência dessa relação é a dependência do pequeno produtor que é expropriado, chegando a perder a sua propriedade para os grandes latifundiários. Com o declínio da produção açucareira no Vale do Pindaré e consequentemente dos engenhos, formou-se no transcorrer dos anos que se seguiram, novas formas de desenvolvimento na referida região, cotado pela agricultura, pecuária e comercial. Somados a projetos do governo estadual e federal e não de forma isolada. A título de exemplo, cabe citar projetos como: a
  • 41. 41 abertura de várias rodovias tais como, a estrada BR – 316, a – 222, e a Belém- Brasília e projetos como SUDENE (superintendência do desenvolvimento do norte), projetos estaduais como o CEPLAMA. Revendo a construção da BR 222, vale citar o que diz Asselin (apud Valverde, p.94): A construção da BR 222, entre Santa Inês e Açailândia abriu caminho a posseiros, que subiram rapidamente aos vales do Pindaré e do Zituia. Em contrapartida, vagas sucessivas de grileiros, poderosos fazendeiros de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Goiás, apoiados em Imperatriz, desceram com seus pistoleiros em sentido contrário, expropriando os camponeses sem títulos legítimos e compelindo os outros, pelas mais diversas formas, a abandonar suas terras. Asselin, o referido autor, cita que os camponeses da região têm sido usados para desbravar as terras e trabalhar para os latifundiários, sem direito a nada. Isto com a conivência das autoridades do governo na época, em todos os níveis. Execução de projetos estaduais do Maranhão, PLANAGRO (Plano de Colonização e Desenvolvimento Agropecuário) e o projeto Carajás que atravessa a região, os quais deram o maior impulso no desenvolvimento da região e estado. Apesar da cana de açúcar, cujo nome científico é Saccharum officicinarum, ter entrado em declínio seu cultivo em função do declínio da fase açucareira e falência dos engenhos, deixou no entanto, na região a certeza e a informação de que as terras ali existentes são ricas para seu cultivo. E isto gera perspectiva no fato da existência de um novo produto que surge e irá demandar no mercado nacional e internacional, o BIOCOMBUSTÍVEL (ou álcool) gerado a partir da cana-de-açúcar. O qual, além de ser uma alternativa para evitar o uso de combustível poluente derivados do petróleo, irá gerar emprego e ser um benefício ambiental. Fonte da foto: Internet, 2007. MUNICÍPIO DE SANTA INÊS – VALE DO PINDARÉ Há uma estação ferroviária Igreja Matriz
  • 42. 42 Fonte: MESQUITA, Wagner. Raridade histórica da Região do Pindaré. Povoado Santa Inês, 1908.
  • 43. 43 3.1 Primeiros Escritos da História de Bom Jardim  O primeiro escrito acerca da história de Bom Jardim foi uma monografia descritiva realizada pela 1ª Secretária de Educação de Bom Jardim, a Senhora Mirene – como um documento oficial.  O segundo foi um trabalho acadêmico desenvolvido pela Senhora Irene Matos em sua formação de pedagoga, que descreve cronologicamente a narrativa da história de Bom Jardim - seus primeiros gestores, indicadores da época dos primeiros dias, história da educação, etc.  O terceiro escrito foi desenvolvido pelo professor Jesus Tavares num livro intitulado “Meus Versus & Minha Vida”, cujo contexto, no gênero poético/literário através de poemas, acrósticos e crônicas – nos quais são pintados a vida pessoal e familiar do autor, e neste contexto, a conjuntura política de Bom Jardim.  O quarto e mais completo livro acerca da história de Bom Jardim numa ampla visão histórico, geográfica, cultural e indicadores sociais – com atualizações – servindo-se em termos interdisciplinar e intertextos de outras obras é o livro: “Radiografia de uma Cidade Brasileira”, que abrange históricos de muitos povoados de Bom jardim (em seus confins), e cidades que estão interrelacionadas em termos contextuais com a história de Bom Jardim. Tal trabalho, escrito por Adilson Motta, mobilizou anos de pesquisas.
  • 44. 44 4 A HISTÓRIA DA ORIGEM DE BOM JARDIM No início de sua história, essa região hoje chamada Bom Jardim era pertencente à Monção, uma região longínqua, onde só vinham caçadores residentes em Águas Boas que caçavam, pescavam e retornavam. No entanto, o Sr. José Pedro Vasconcelos chegou disposto a ficar, o qual era descendente do Ceará e residia em Águas Boas. O primeiro contato que o referindo primeiro morador teve com o lugar foi em 29 de fevereiro de 1959. Porém, a data oficial da fundação se deu com seu estabelecimento em 4 de outubro de 1959; data em que este aqui chegou, vindo também um agrupamento de 20 homens, retirantes nordestinos (do Ceará e Piauí) que aqui também se estabeleceram. Segundo esses primeiros moradores, o local era uma verdadeira floresta, com mata fechada, e a existência de uma rica fauna e uma rica flora, os animais existentes eram: onças, veados, pebas, tatus, porcos caititus, pacas, etc.… A área atualmente tida como território do município de Bom Jardim desde tempos memoriais foi habitada por populosas tribos indígenas, destacando os guajajaras. Quando os pioneiros aqui chegaram encontraram essa população já existente, os primeiros habitantes dessa terra. Houve rumores de ameaças de perseguição por parte dos indígenas. José Pedro teve várias vezes que fugir, temendo ser atacado (pois segundo os mais antigos moradores, era avisado com ameaças), contudo, retornava. Em verdade, estava produzindo o encontro entre dois mundos, entre duas culturas que se desconheciam e tinham, portanto, posturas distintas quanto à convivência recíproca na área: uns porque nela viviam ao logo do tempo, outro porque nela visavam realizar sonhos impossíveis em seus locais de origem, como, por exemplo, ter um lugar, um pedaço de terra para produzir sua subsistência. A primeira atividade econômica nesses primeiros dias dos primeiros moradores era na agricultura no manejo de roças, os quais faziam seus limites de áreas, por serem devolutas, através de veredas. Segundo relatos de primeiros habitantes, anos depois chegaram muitos poderosos e fazendeiros que, “na marra, e sob pressão nem respeito cercavam de arame as terras desses agricultores, dantes demarcadas na vareda” e delas se apossavam. Com a chegada de outras famílias, migrantes nordestinos, o local passou a ser denominado centro do Zé Pedro, em virtude da liderança do pioneiro, que a exercia estimulando a que os demais atuassem na região como um grupo e não disperso como sugere uma ocupação de terras devolutas. O local se tornou um pequeno povoado sob a administração de Monção, cujo prefeito era o senhor Antonilson. Antonilson, prefeito de Monção na época da emancipação política de Bom Jardim também deu a sua colaboração.
  • 45. 45 Monção, 2009. Cidade de Monção - 250 anos depois de sua fundação (Foto tirada julho de 2006). A mãe de quase todas as cidades na região do Vale do Pindaré e algumas na região Turi (Zé Doca, Newton Belo...). Existe a insatisfação por parte de muitos cidadãos daquele lugar, devido ter dois séculos e meio de existência e apresentar morosidade e atraso no seu desenvolvimento. Existiu como vila, segundo Joana Matos dos Santos (professora de Monção) desde 16 de julho de 1757, fundação da 1ª Vila, a qual foi consumida por um incêndio. A segunda surgiu em 9 de junho de 1959, tendo sua emancipação política logo em seguida em 26 de novembro de 1959. Em 2007, a população de Monção era de 27.586 habitantes. Em 2010 esse número caiu para 24.125 habitantes. Muitas famílias migram em busca de melhoria, já que o espaço político não está atingindo esta meta para o social. Muitos municípios na região do Vale do Pindré e Turi apresentam altos índices de pobreza e subdesenvolvimento e vivem praticamente de repasses constitucionais; somando-se a isto a corrupção, que é um dos maiores entraves ao desenvolvimento. Já o povoado Bom Jardim cresceu rapidamente devido às constantes migrações de lavradores que ali andavam atrás das matas destruindo-as para a construção de lavouras temporárias. Bom Jardim foi o maior produtor de arroz na região, “um verdadeiro garimpo” atraindo assim migrantes oriundos do Ceará, Piauí e outras regiões (fugitivos da seca) e do próprio Maranhão. O povoado recebeu inicialmente o nome de centro do Zé Pedro, em homenagem ao seu fundador. Em 1960, aproximadamente às 16 horas, um certo número de pessoas da comunidade, entre elas, Zé Pedro, sua esposa dona Maria, Valdivino (pai de Carmelita), Dona Neusa e outros, estavam no Barracão do próprio Zé Pedro reunidos para discutir sobre a mudança do nome do povoado.E, por apresentar grandes quantidades de pau d´arco e cedro com bastantes flores; razão pela qual os seus moradores passaram a chamá-lo de Belo Jardim; e em seguida devido o lugar apresentar clima aprazível, solo fértil e variadas qualidades de frutas nativas, tais como tuturubá, bacuri, coroatá, (croatá), cacau, manga, etc… Então o Sr. José Pedro, unânime com os amigos decidiram que o nome do povoado não seria Belo Jardim nem Centro José Pedro. Como vinha prevalecendo, considerando que o lugar não era só dele, e sim de todos, mas que o nome seria definitivamente Bom Jardim. O lugar era “bom e parecia um jardim”. Associaram então as duas palavras surgindo Bom Jardim que é seu nome atual.
  • 46. 46 Dona Maria e Dona Neusa, co-responsáveis e protagonistas pelo atual nome da cidade de Bom Jardim. Na época de Bom Jardim povoado, antes mesmo da construção da BR 316, o baixão que se localiza entre o posto de Nildão e Hospital Municipal existia uma ponte de pranchas de madeira – por onde os moradores de Bom Jardim transitavam do alto José Pedro ao alto dos Praxedes. Pau-d´arco – Árvore predominante nos primeiros dias do povoado Bom Jardim às margens da BR 316 Na medicina, o Pau d’Arco é considerado como um excelente anti-inflamatório, antibacteriano, antifúngico e laxativo; além de ser bastante usado para tratar úlceras, infecções urinárias, psoríase, diabetes e alergias, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como sífilis, candidíases e cancro, além de problemas gastrointestinais e alergias.. O Sr. José Pedro Vasconcelos é tido como primeiro administrador do povoado. Isso se deu em função de que todos quantos nele chegavam, procuravam–no para solicitar-lhe um local para construírem suas residências. Era ele quem determinava a aberturas das ruas, designando os locais para as construções de casas, motivo pelo qual foi tornando-se o chefe administrativo do lugar. Nos anos 60 só se fazia compras em Santa Inês e Pindaré montados a cavalos e burros.No inverno a dificuldade era maior ainda, pois só iam montados até a beira do igarapé ou rio, e então atravessavam de canoa e em seguida iam a pés. Os transportes que facilitavam a passagem dos viajantes indo e voltando de Santa Inês pertenciam aos índios; eram eles que, sendo pagos, faziam a passagem das pessoas. Atravessava desse modo, o rio Pindaré com os próprios animais dentro de canoas. Existiam outras variantes feitas pela PETROBRAS, quando por aqui passaram em sondagem a existência de petróleo na região. Estas serviam de caminhos usados pelos índios Guajajaras da Aldeia Gonçalves Dias às margens do Rio Pindaré. Outras demarcações com fins de averiguação e pesquisa que se deu entre Bom Jardim e o povoado Boa Vista – às margens da BR 316. Para o Sertanejo a floração do Pau-D´arco, colorido de amarelo, é uma experiência de inverno. Além de indicar o período chuvoso, o vegetal tem utilidade no tratamento de diversas doenças virais
  • 47. 47 Nos primórdios do município a situação era difícil, os primeiros moradores enfrentavam as dificuldades de toda ordem. Segundo Alcides Bezerra, (Um dos 1º moradores): No começo era difícil, pois quando precisávamos comprar mantimentos para o sustento da família, tínhamos que ir para Santa Inês ou Pindaré a pé ou montados em animais e a viagem demorava dois dias (ida e volta). Quando adoecíamos, ficávamos isolados e distantes da cidade, onde existiam farmácias e hospitais. As cidades de Santa Inês, Pindaré-Mirim e Monção tiveram um papel importante no processo de frente de expansão para os pioneiros no desenvolvimento da região, pois era nesses municípios que acorriam grande número de pessoas de outros municípios para realizarem suas transações comerciais. Nos anos 60 a 62, o centro de José Pedro (depois Bom Jardim) continuou crescendo em ritmo acelerado em face do surgimento cada vez maior de casas residenciais, casas comerciais, muitas em formas de barracas ou edificações improvisadas, cujos donos eram migrantes de outros estados e de outras regiões maranhenses. O certo é que no ano 1962, Bom Jardim, já na categoria de Distrito município de Monção ganhava seu 1º líder político, o vereador Maneco Souza, residente no Distrito, juntamente com outros dois vereadores, Afonso Pinto e Valdivino Amorim. O primeiro grande salto no desenvolvimento do povoado se deu com a chegada da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Dois anos depois, após sua fundação. o principal objetivo da SUDENE era, pois, promover o desenvolvimento harmônico de uma região estagnada e reduzir o grande fosso* que a separava dos centros dinâmicos nacionais. Eliminando a causa desse desequilíbrio, houve da SUDENE uma concentração dos investimentos dos projetos voltados para o fortalecimento da infraestrutura econômica com vista à elevação da oferta de serviços de transportes, energia, escola e saneamento básico. A região era estagnada devido à ausência de infraestrutura como estradas, eletrificação, escolas, hospitais e etc. sendo isso um fator de subdesenvolvimento. No entanto, a referida região apresentava uma grande produção agrícola, daí o sentido de ser tachado como um verdadeiro garimpo agrícola, que por longas décadas produzia arroz em grande escala para a exportação. Data desta época a construção do aeroporto que foi um fator importante no desenvolvimento, facilitando o transporte para outras localidades distantes, pois na época a então BR – 22 atual BR – 316 era uma estrada vicinal que chegava a ficar interditada no inverno.
  • 48. 48 Fonte: Américo, Pedro Juvino (por Manin) A SUDENE instalou também uma unidade de assistência médica no lugar, uma escola próxima ao aeroporto, a extinta Escola Estadual Unidade Integrada Bom Jardim, a qual os bonjardinenses chamavam de “Colégio da Sudene” (por ter sido construída por ela), esforço que ocorreu também no sistema educacional e nos programas e projetos estratégicos para o desenvolvimento da região. No período de três anos após o estabelecimento da SUDENE, houve uma aceleração no crescimento populacional, cuja população ultrapassou a da sede da cidade mãe (Monção), elevando-o assim a categoria de distrito do município de Monção. Além da SUDENE, houve também o projeto RONDON, que através de estagiários de universidade, faziam pesquisas no povoado Bom Jardim, os quais trouxeram remédios e projetos relacionados à saúde. Pois no momento era grande o número de malária na região. Por intrigas e indecisões políticas entre situação e oposição que ocorriam entre Monção e Bom Jardim, a SUDENE aqui se instalou e, portanto, não permaneceu, indo se estabelecer em Zé Doca, em 1964; sendo esta a versão dos gestores da época. No entanto existe a versão popular e de outros políticos, de que a saída da SUDENE de Bom Jardim para outro município tenha sido porque políticos de situação da época na região acreditavam que a SUDENE tinha ligação com os comunistas, que, segundo eles, tentavam dominar o país no momento. (Veja também Michalany, 1986, p. 361), que confirma o fato da intenção comunista; exceto que a SUDENE tivesse vínculo algum com eles. O temor era produto de uma experiência que o país acabara de passar, onde a democracia brasileira, que estava em perigo e cujo presidente, João Goulart, era comprometido com os comunistas – fato este, que resultou em sua cassação e deposição. O aeroporto por muito tempo serviu de espaço para a realização de corrida de cavalos; evento que atraía grande número de bonjardinenses como diversão e lazer.
  • 49. 49 Foto fornecida por Ziraldo (De Zé Doca) Primeiro morador de Zé Doca conhecido por Zé Doca. Zé Doca em 2007 apresenta 45.064 habitantes e uma área territorial de 2.414 km². Prainha em Zé Doca Zé Doca. A Sudene ia se estabelecer em Governador Newton Belo, no entanto, segundo relatos, a mesma versão lá correu e arejeitaram. Onde a Sudene se estabelecesse ia levar progresso e desenvolvimento, pois esse era o objetivo de sua instituição pelo governo federal. Município de Zé Doca atualmente/jul./2006 Vila do Bec – Zé Doca Farol da Educação: O que era para ser um projeto implantado em todo estado, em muitos municípios foi consumido pela corrupção.
  • 50. 50 Governador Newton Belo - 10 anos depois de sua emancipação política em 10 de novembro de 1994 ao ser desmembrado do município de Zé Doca. (foto tirada em julho/2006). Poucas mudanças... Por alguns é conhecida como “a cidade que parou no tempo” por conta do descaso de administradores. O primeiro nome do município era Chapéu de Couro em homenagem a Raimundo Coelho Filho, conhecido Chapéu de Couro. O mesmo era maranhense e descendente da cidade de Coroatá. Enquanto morava no povoado que levava seu nome, exerceu a atividade de comerciante. Faleceu em 24 de dezembro de 1991 na cidade de Parauapebas. Sua família, hoje residente no município de Parauapebas é insatisfeita pela troca do nome do lugar que era Chapéu de Couro – que era um morador e filho da terra, o qual foi trocado por Governador Newton Belo, e que se sabe, nunca foi lá. Foto fornecida por Antonia L. Governador Newton Belo Fundação: 11 de novembro de 1994 Microrregião: Pindaré Mesorregião: Oeste maranhense Área: 1.160,866 km² População: 13.119 hab. IBGE: 2006 Densidade: 11,3 hab. por km² Em 2007 essa população caiu para 11.005 habitantes. IDH: 0,494 PNU/2000/ IDH 2010: 0,521 Renda percapita: R$ 1.238,92 IBGE/2003. Índice de exclusão social: 0,276 Expectativa de vida: 55 anos Renda per capita: R$ 44,00 Mortalidade infantil: 15,96% Índice de analfabetismo em 2000: 43,6% Índice de analfabetismo em 2010: 33,21% (IBGE) Bom Jardim: 31,84% (Dados de 2011, acima de 15 anos) Governador Newton Belo, segundo o Jornal Pequeno (2007, Edição 21,563), é a 5ª mais pobre do Maranhão. Raimundo Coelho Filho, conhecido por Chapéu de Couro.
  • 51. 51 No transcorrer dos anos 62 a 65, o Distrito de Bom Jardim, já contava com um acentuado fluxo migratório, tornando-se um verdadeiro canteiro de obras. E mesmo de maneira desordenada, surgiam muitas casas comerciais, com diversos ramos de negócio, atendendo em grande parte, as necessidades dos moradores, em número cada vez maior. As primeiras residências eram construídas de tábua, em sua maioria, devido à facilidade de madeira e outras de taipas, devido a grande dificuldade de acesso a cidade de Pindaré-Mirim - cidade que oferecia material de construção de primeira qualidade. Pindaré era e o celeiro e ponto de convergência de toda região. Tendo em vista o excepcional desenvolvimento econômico e demográfico, o povoado Bom Jardim tornou-se dos Distritos de Monção o mais importante Centro comercial do município. Nasceu entre seus moradores um forte desejo de emancipação político- administrativa. Os comerciantes e o senhor José Pedro Vasconcelos, o seu fundador, considerados representantes da sociedade bonjardinense e prevalecendo a opinião geral, sem dissidência, optavam pela emancipação de Bom Jardim. Iniciaram uma grande luta política pelo objetivo proposto. A partir daí, começou o movimento político através e um grupo de jovens comerciantes. Os protagonistas dessa luta foram os senhores Gildásio Ferreira Brabo, João Batista Feitosa, César Sales, Gaspar Meireles, Zeferino Gomes Pereira e Mauzol Miguel de Souza. Um nome também, que é relevante ser lembrado nesse processo de emancipação é o de Arlindo Menezes, que no período era gerente do banco do Estado, no município de Pindaré. Em homenagem a este, é que existe a rua Arlindo Menezes. O primeiro morador, José Pedro Vasconcelos faleceu em 2 de outubro de 2002, na cidade de Rio Preto da Eva, Amazonas. . Em princípio de 1964, já se destacara a campanha tendo em vista as eleições para governador que realizou-se em 1965. Concorria para candidato do Maranhão, a governador o Deputado Federal José Sarney. O qual, devido sua eleição como o 2º deputado federal mais votado do Estado, lhe rendeu as credenciais necessárias para que o mesmo pleiteasse a candidatura a governador pelo grupo “Frente de Oposições Coligadas”. Na ocasião, o grupo de comerciantes que conspirava a possível passagem do povoado Bom Jardim para município, resolveu convidar o candidato José Sarney para uma visita ao lugar. O candidato aceitou o convite e no dia do seu comparecimento em reunião com os representantes bonjardinenses, estes firmaram o compromisso de apoiá-lo na sua campanha para governador do Maranhão. Expuseram suas ideias em relação ao povoado e reivindicaram a emancipação de Bom Jardim, o movimento contou com a adesão do prefeito de Monção. Naquele ano de 1966, por imposição do prefeito de Monção. Sr. José Bastos, deu-se início a uma série de negociações, com referência ao processo de desmembramento de Bom Jardim, dado o fato daquele Prefeito só concordar com o 1º morador de Bom Jardim e família José Pedro Vasconcelos Foto fornecida por Srª Antônia
  • 52. 52 desmembramento tão sonhado caso houvesse as renúncias de dois vereadores do povoado Bom Jardim; com isto, automaticamente cairiam também às posições dos suplentes de vereador. Não havendo outra solução, tudo ficou concordado e o velho “cacique”, José Sarney, mais uma vez entra em cena, acertando tudo em nome de Bom Jardim do Município de Monção. Assim foi que, no ano de 1966, já com vereadores pelo novo partido a “ARENA”, assumiria a liderança política de Bom Jardim, o Sr. Gildásio Ferreira Brabo, que foi determinado na época por José Sarney, como representante do povoado Bom Jardim na esfera Estadual, tendo a frente das negociações políticas João Batista Feitosa e como suplentes de vereador, Bernardo Carvalho e José Alves de Souza. O candidato José Sarney fez um comício na praça que hoje leva seu nome, em seu discurso deixou explicitado ao povo bonjardinenses que um de seus primeiros atos quando governador do Maranhão seria a elevação do povoado Bom Jardim à categoria de cidade. Vale salientar que todas as manobras políticas da época tinham sempre à atuação de José Sarney, o qual foi eleito como Governador do Estado em 15 de Novembro de 1965, com expressiva margem de votos. O deputado José Sarney, que ao assumir o governo tratou logo de cumprir sua promessa aos bonjardinenses. Foi o Deputado Estadual Newton Serra que entrou com o projeto de emancipação de Bom Jardim na Assembleia Legislativa do Estado, no ano de 1967. Foto tirada pelo 1º fotógrafo de Bom Jardim: Pedro Juvino por (Manin). Com a promulgação da Lei nº 2735, de 30 de dezembro de 1967, sete anos após sua fundação, o povoado Bom Jardim passou à categoria de cidade. Em 14 de março do referido ano, foi realizada sua instalação pública. A partir desta data, Bom Jardim adquiriu sua autonomia política, ganhando com isso mais recursos como município criado, Bom Jardim emancipou com 750 eleitores (segundo Batista Feitosa). Foi com a coordenação de José Sarney que João Batista Feitosa assumiu o cargo de Interventor por dois anos; tudo isto, com o compromisso de coordenar e financiar toda a campanha da candidatura a Prefeito de Gildásio Ferreira Brabo. Tomou posse o seu primeiro governante, João Batista Feitosa, nomeado a interventor do município pelo Governador do Estado, José Sarney. A instalação da primeira Prefeitura de Bom Jardim foi em uma das casas do fundador do lugar, cedida por ele e sua esposa Euzamar Oliveira Vasconcelos localizada na Avenida José Pedro. José Sarney e cúpula política em comício nos princípios da emancipação política de Bom Jardim.
  • 53. 53 Na administração do interventor João Batista Feitosa foram implantadas as bases político-administrativas do município. Foi instalada a primeira Coletoria Estadual, foi comprado o prédio próprio da Prefeitura Municipal e iniciada a construção do Colégio Governador José Sarney. O registro da história de Bom Jardim, no aspecto administrativo, consta a primeira autoridade policial do município, na pessoa do Sr. Mário Santiago de Oliveira, como Inspetor de Quarteirão, autoridade que, na época fazia às vezes de um delegado de polícia, resolvendo todos os casos de responsabilidade da polícia, inclusive subordinado a Secretaria de Segurança Pública do Estado, que lhe dava todo o apoio no exercício de suas funções. Mário Santiago de Oliveira, que chegou neste município no ano de 1961, desempenhava função de Inspetor de Quarteirão até a chegada do primeiro Delegado de policia, em 1962, o Sr. Maximiano Costa, que se tornou muito conhecido e muito temido, pela maneira enérgica como exercia seu cargo, sem interferência de políticos e ou pessoas influentes. O 1º Cartório de Bom Jardim, como Município, foi implantado em 1968, tendo como categoria jurídica, Cartório de Oficio Único e subordinado à Comarca de Santa Inês, até 29 de Agosto de 1987, quando foi implantado a Comarca Bom Jardim, passando a contar com os cartórios 1º e 2º Oficio. O primeiro Cartório de Bom Jardim teve como escrivã a Sra. Esmeraldina Lopes Araújo, que exerce até os dias atuais. Hoje, é titular do Cartório de 2º Oficio, desde a criação da comarca de Bom Jardim. Os meios de transportes e comunicação de Bom Jardim nos anos 60 no verão era caminhão jardineira (um ônibus com carroceria de madeira e mista) e a empresa Florência Ferreira. Durante o inverno, eram utilizadas tropas de burros, lanchas e canoa. Em Bom Jardim surgiu telefone no mandato do Prefeito Adroaldo em 1973. O primeiro rádio foi do senhor João do rádio, a primeira televisão pertenceu ao senhor Antonio Joaquim, onde muitas pessoas se reuniam para assistir; o primeiro proprietário de carro foi o senhor Raimundo Timóteo, o carro era um pick-up azul, e o senhor Frazão possuiu o primeiro caminhão; as tropas de animais que trafegavam a serviço da comunidade nos anos 60 –principalmente no inverno - transportando pessoas e produtos de Bom Jardim para a beira do rio Pindaré e de lá a Santa pertenciam aos Senhores:Sebastião Bispo, Manuel Chagas, Severino Leite, Geraldinho e Camilo, - este último, segundo relatos, foi o primeiro tropeiro a fazer fretes de Bom Jardim a Santa Inês, sua tropa era de 15 burros. A primeira moto a circular em Bom Jardim pertenceu ao senhor Dico da Vespa, o mesmo já faleceu. O primeiro magarefe foi o senhor José Vieira dos Santos, conhecido como Zezé (comerciante). O primeiro comerciante: Benedito Bogér, seu comércio era numa casa de taipa onde hoje é o comércio Casa Betel e a primeira casa de telha foi do senhor Antonio Surdo. João Batista Feitosa, 1º prefeito por interventoria de Bom Jardim Foto fornecida por Batista Feitosa.
  • 54. 54 Empresa de ônibus muito conhecida na época: Florêncio – anos 80. (Foto por Washinghton Oliveira, 2013). COMPLEMENTAR Em 1980, o Governo Federal João Figueiredo, preocupado com as tensões sociais na região que hoje chamamos de Projeto Ferro Carajás, resolveu criar o Grupo Executivo das Terras do Araguaia-Tocantins (GETAT), subordinado ao Conselho de Segurança Nacional. Ao GETAT foram dadas as mesmas atribuições do INCRA, restringindo-se porém à sua área específica, a qual abrangia cerca de 450.000 km², sendo 60% no Pará, o Estado de Goiás, 22%; e o Maranhão com 18%, envolvendo os municípios de: Amarante do Maranhão, Açailândia, Bom Jardim, Carolina, Carutapera, Estreito, Imperatriz, João Lisboa, Montes Altos, Porto Franco, Riachão, Santa Luzia e Sítios Novos. Em 06 de maio de 1984, ainda povoado de Marabá, Parauapebas foi invadidopor dois mil garimpeiros. Todas as ruas, desde as correntes da Portaria da Vale até a saída do povoado ficaram cheias de garimpeiros, os quais destruíram vários prédios públicos. Revoltados e enfurecidos (com o fechamento do garimpo Serra Pelada pelo governo federal), queriam a todo custo invadir a Serra dos Carajás. E do lado de dentro das correntes estava a polícia, e chegavam aviões cheios de homens do exército – que impediram o ato. 4.1 CONTEXTO DA POLÍTICA ESTADUAL E NACIONAL  Presidência de Juscelino Kubitschek (1956 a 1961) Em 1960, inauguração de Brasília. Abertura de grandes rodovias como a Estrada Belém/ Brasília. Construção de grandes usinas hidrelétrica (furnas três Maria em Minas Gerais). Grande impulso a indústria nacional.
  • 55. 55  Presidência de Jânio Quadros (de 31/01 de 1961 até 25/08 do mesmo ano). Com sete meses de governo renunciou.  Presidência de João Goulart: (1961 a 1964) Ao tentar levar o país para o socialismo ao modelo de Cuba desencadeou a revolução de 64 (da qual os militares governaram até 1985).  Presidência: Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (primeiro governo revolucionário, 1964 a 1967). Governador do Estado: Newton Belo (1961 a 1966) Principais realizações: Instituiu um Plano de Colonização e Desenvolvimento Agropecuário (PLANAGRO). Criou uma Comissão Executiva do Planejamento Educacional do Maranhão (CEPLAMA), que traçou o plano trianual de Educação. A revolução de 64 poria fim a sua carreira política, foram cassados seus direitos políticos por dez anos. (Sendo substituído por Alfredo Duailibe até 1966). Você sabia... Que a estrada que liga Bom Jardim a São João do Caru foi iniciada na administração de João Batista Feitosa. E que, até o povoado Barrote foi feito à máquina.Do Barrote até o povoado Gurvia foi feito em atividade braçal. 4.2 EVOLUÇÃO SÓCIO-POLÍTICO DA HISTÓRIA DE BOM JARDIM. 1º MANDATO (1969-72) Em 1968 deflagra-se a campanha em prol das eleições para prefeito e vereadores em todos em todos os Estados do Brasil. Candidatou-se para Prefeito de Bom Jardim, o senhor Gildásio Ferreira Brabo (ARENA I) e Expedito Ribamar Pereira (ARENA II – Aliança Renovadora Nacional). Realizadas as eleições, foram eleitos: Gildásio Ferreira Brabo para Prefeito municipal e para vice-prefeito, José Alves de Souza. Para a primeira Legislatura do Município foram eleitos os vereadores: Adroaldo Alves Matos e Bernardo Carvalho Nunes (ARENA II), Luís Ferreira Lima, Raimundo Nonato Figueiredo, Agostinho Maranhão Oliveira, Miguel Alves Meireles, João Soares de Melo, José Jesus Carvalho e Zeferino Gomes Ferreira (ARENAI), Edis que foram a primeira Câmara Municipal de Bom Jardim instalada através da ata de posse da Câmara Municipal no dia 06 de Janeiro de 1969. O primeiro presidente da Câmara de vereadores de Bom Jardim foi Luís Ferreira Lima.
  • 56. 56 Principais obras realizadas: A instalação do Departamento de educação e Cultura, conforme a Lei nº. 32 de Março de 1971, término da construção do Hospital Municipal, implantação do ginásio Bandeirante, já que o estado montava sua rede de ginásio em cerca de 25% dos municípios maranhenses, percentual que deveria crescer ano a ano, tanto é que atingiu em 1971, 91 dos 130 municípios do Estado. O ponto mais crítico residia no ensino primário, principalmente na zona rural; para tentar modificar esta situação foi concebido o “Projeto João de Barro” pela equipe de assessoramento do Governador. O objetivo do Projeto “João de Barro” foi assim anunciado através de um processo de educação integrada em nível elementar, inserir o homem rural no processo de desenvolvimento socioeconômico realizado, foi construído um posto médico na sede, e ampliação das escolas na zona rural. Contexto da política estadual e nacional (1969/1972) Presidente Presidência de Costa e Silva (1967-1969) Vindo a falecer em 17 de dezembro de 1969, não terminou seu mandato. Em função de sua morte os Deputados Federais e Senadores elegem o General Emilio Garrastazu Médice para a presidência (1969/1974). Obras realizadas: construção da rodovia Transamazônica e da Rodovia Cuiabá-Santarém Governador José Sarney (1966-1970). Pontos relevantes em seu governo: A criação da Superintendência do Desenvolvimento do Maranhão (SUDEMA). A qual caberia traçar e supervisionar o plano de desenvolvimento do Estado. Criou no programa escolar a escola João de Barro, para o mais pronto combate ao analfabetismo, e a instituição da Televisão Educativa, para a maior difusão do ensino médio; e ainda, no campo da educação a criação das escolas superiores de Agricultura, Administração e Engenharia, em São Luís e de Educação em Caxias. Primeiro Prefeito eleito de Bom Jardim Gildásio Ferreira Brabo.
  • 57. 57 Alargou a rede rodoviária do Governo Federal, e o início da energização dos municípios, em fase da construção da hidrelétrica de Boa Esperança pela União; asfaltamento das artérias do centro urbano, a construção da ponte sobre o rio Anil, construção do porto do Itaqui. Neiva de Santana (1971 a 1975) O PROJETO DE COLONIZAÇÃO NO GOVERNO PEDRO NEIVA (1971-1974) Na década de 1970,0 Brasil vivia sobo regime discricionário implantado pelo golpe militar de 1964. Naquela época, os governadores estaduais eram indicados pelos generais-presidentes e depois eleitos pelas respectivas Assembleias Legislativas. O médico e ex-prefeito de São Luís Pedro Neiva de Santana foi indicado pelo presidente da República Gal. Emílio Garrastazu Médici ao governo do Maranhão e, em seguida, eleito pela Assembleia Legislativa. Empossado como governador do Estado, Pedro Neiva de Santana dispunha-se a desenvolver uma política de colonização agrária no Estado. Para tanto, contava com o apoio irrestrito do então presidente da República, que o havia nomeado. O General Emesto Geisel, que sucedeu a Médici, também apoiava grandemente a iniciativa, de modo que só restava dar início à elaboração do grande projeto agrícola. Por outro lado, dada a necessidade de imprimir velocidade e dinamização no processo de ocupação ordenada das terras devolutas do Maranhão, fazia-se necessária a criação de uma companhia de colonização. Com esse fim, no dia 6 de dezembro de 1971, o Projeto de Lei n2 3.230 foi encaminhado à Assembleia Legislativa, onde foi apreciado e aprovado em caráter de urgência. O ato autorizava o governador Pedro Neiva de Santana a criar a Companhia Maranhense de Colonização (COMARCO), estruturada sob a forma de sociedade anônimade economia mista. Em seu governo deu ênfase ao sistema rodoviário, a rede de energização e de saneamento do interior e uma política de colonização e de saneamento do interior e colonização agrária.No campo da educação instituiu o Conselho Estadual de Cultura e da Fundação Cultural do Maranhão com vista a uma futura universidade estadual.No campo econômico, além da política de colonização agrária, a atividade do banco de desenvolvimento do Maranhão, e a criação da Federação das Escolas Superiores do Maranhão, a Companhia Progresso do Maranhão; no campo de segurança, a interiorização da Polícia Militar, com a criação de 5 batalhões, sediados
  • 58. 58 em São Luis, Caxias, Pindaré-Mirim, Imperatriz e Livramento. Terminou a construção do porto do Itaqui.  2º MANDATO (1973 a1976) No ano de 1972 realizaram-se novas eleições no país. Concorriam às eleições Municipais de Bom Jardim Adroaldo Alves Matos e Augustinho Maranhão; sendo eleito Prefeito Municipal Adroaldo Alves Matos e Miguel Alves Meireles, vice-prefeito. Os vereadores foram: José Nilo Ribeiro, Mauzol Miguel de Sousa, Ângelo Jorge Vieira, Aldimar da Silva Porto, João Soares de Melo, Martinho Gomes de Azevedo, Raimundo Nonato Figueiredo, Antonio Carvalho e Zeferino Gomes Pereira. PRINCIPAIS OBRAS REALIZADAS Implantação da rede distribuidora de energia elétrica, proveniente da Hidrelétrica de Boa Esperança sob administração da CEMAR. Conclusões dos serviços de abastecimento de água realizadas pela CAEMA, construção do mercado público municipal de abastecimento, construção de escolas na zona rural. CONTEXTO DA POLÍTICA NACIONAL E ESTADUAL PRESIDENTE  Presidência de Ernesto Geisel (1973 a1976) Meta prioritária do seu governo: - Desenvolver o sistema Ferroviário, Fluvial e Marítimo; - Aumentar as exportações, as pesquisas minerais e o aproveitamento do xisto e do carvão; Desenvolver a qualquer preço a tecnologia nacional e ampliar a fronteira Agrícola em todas as áreas de produção. Houve o acordo de cooperação nuclear (Brasil//Alemanha) para suprir a crise energética e petrolífera do país.  GOVERNADOR: Nunes Freire: (1975 a 1979) Osvaldo da Costa Nunes Freire concluía um mandato de deputado estadual pela ARENA (Aliança Renovadora Nacional), quando foi indicado pelo governo federal a substituir o governador Pedro Neiva. Seu nome, então, foi escolhido pela Assembleia Legislativa, da mesma forma que seu antecessor. Como se encontrava doente na data da posse (15 de março de 1975), a faixa de governador foi recebida por seu vice, o Dr. José Duailibe Murad, que permaneceu interinamente no cargo até o dia 31 de março do mesmo ano, data em que o titular se integrou ao seu mandato. As expectativas por parte dos colonos eram as melhores possíveis. Todos estavam esperançosos por melhores dias e pela continuidade do Projeto de Colonização no interior do Estado. Assumia o governo do Estado do Maranhão o Dr. Nunes Freire. Com um perfil diferente de seu antecessor, o novo governador tentou mudar radicalmente a política agrária no Estado, dentre outros setores administrativos.