O documento descreve alguns bairros alternativos em Paris fora dos principais pontos turísticos, como Barbès, Goutte d'Or e SoPi. Inclui detalhes sobre novos restaurantes, hotéis e lojas nestas áreas, assim como sobre a arte urbana e a diversidade cultural que as caracterizam.
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OS “NOVOS”
BAIRROS
DE
Paris
Além dos clássicos da capital
francesa há outros lugares para
descobrir no norte da cidade,
em zonas como Barbès/Goutte
d’Or e Belleville. No bairro que
está na moda, SoPi (ou Sul
de Pigalle), há novos espaços
culturais para conhecer e bons
restaurantes a experimentar.
Estão reunidos os ingredientes
para uma escapadinha parisiense
alternativa e saborosa.
TEXTO DE TERESA FREDERICO
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PATRIMÓNIO
A Basílica de Sacré-Coeur e a Igreja da Santa Trindade são dois
monumentos religiosos que fazem parte da lista obrigatória.
CHAUSSETTES ORPHELINES
A loja e ateliê especializou-se em peúgas. É uma ideia da designer
brasileira Márcia de Carvalho.
ZONAS VERDES
O Parque de Belleville é uma das áreas ao ar livre bastante
procuradas. Tranquilidade a curta distância do centro.
MOULIN ROUGE
O cabaré de 1889 fica na zona de Pigalle, no Boulevard de Clichy, bem perto
de Montmartre. O moinho é um símbolo da noite parisiense.
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que passou passou. Há que pensar no fu-
turo»,dizemfrancêsodonodopequeno
baràjovemparisiensequeveiobebercafé
epôr,demoradamente,aconversaemdia.
Meiahoraantestinhaconversadoemára-
be com outro cliente e também amigo, a
avaliar pelo forte abraço.
Faz-se vida de bairro nesta perpendi-
cular do Boulevard Barbès e nas várias
línguas que integram a sua multicultu-
ralidade, desde logo evidente pelas lojas
de produtos de vários cantos de África. Só não se ouve inglês, alemão
ou outros idiomas falados por turistas, nem mesmo português, como
é comum acontecer em qualquer visita a Paris.
O dono do café terá a sua razão, há que pensar no futuro e o desta
áreadoarrondissement18(umadasvinteáreasadministrativasemque
se divide a capital francesa), antes mal-afamada, passará certamente
por acolher mais espaços como a Brasserie Barbès, lugar na moda
frequentado por qualquer bobo que se preze – ou bourgeois-bohème,
quase traduzível por «esquerda caviar». Inaugurou-se em 2015 e é
considerada um pré-anúncio da gentrificação que há de impor-se.
Para já veem-se pouquíssimos turistas pelas ruas, alguns a caminho
do quatro estrelas The Playce Hotel, uma novidade no Boulevard
Barbès (abriu a meio de 2018). «Menos é mais» é o mote da meia
centena de quartos, práticos e coloridos, enquanto fotografias nos
corredores dos vários andares recordam filmes a preto e branco pro-
tagonizados por Alain Delon, um dos mais reconhecidos atores eu-
ropeus (e cobiçado sex symbol) nos anos 1960, entre outros. No piso
térreo, um par de máquinas arcade e matraquilhos, por aqui bastan-
te comuns, estão à disposição no bar, que serve cocktails e bebidas de
marcas locais, como o gin Lord of Barbès e a cerveja Goutte d’Or.
A EMERGENTE GOUTTE D’OR
Uma das vantagens de ficar alojado nesta zona é que basta caminhar
um par de ruas para viajar entre mundos completamente distintos: o
charmoso bairro de Montmartre, há muito turístico, fica ao virar da
esquina (de alguns quartos do hotel consegue mesmo espreitar-se a
cúpula da Basílica de Sacré Coeur); o ainda pouco conhecido bairro
Goutte d’Or também. Com um nome que remete para o vinho branco
aqui produzido até ao século xix, em tempos habitado pelos operários
que construíram a vizinha Gare du Nord e com um historial recente de
pobrezaedelinquência,obairrotemvindoamudar(emboraaindaseja
O
«
Onde ficar
THE PLAYCE
Diárias em quarto
duplo rondam
110 € mas podem
custar cerca
de 80 € em época
baixa.
66 Boulevard
Barbès
playce-hotel.com
Comprar
A lista de
aderentes da
associação Les
Gouttes d'Or de la
Mode et du Design
está disponível em
madeingouttedor.
paris
Onde comer
ATELIER RAMEY
23 Rue Ramey
atelier-ramey.com
BOUILLON CHARTIER
7 rue du Faubourg
Montmartre
bouillon-chartier.com
LE CHIEN DE LA LUNE
22 Rue de Jessaint
restaurantlechien
delalune.fr
LES RÉSISTANTS
16-18 rue du Château d’Eau
lesresistants.fr
PINK MAMMA
20 bis rue de Douai
bigmammagroup.com
RESTAURANT TERRASS
HOTEL
12-14 Rue Joseph de Maistre
terrass-hotel.com
PASTELARIA SÉBASTIEN
GAUDARD
22, rue des Martyrs
sebastiengaudard.com
Como chegar
A Transavia
(transavia.com)
voa de Lisboa,
Porto, Faro e
Funchal para
Paris Orly. A ida e
volta pode custar
cerca de 100 €,
dependendo da
antecedência
da reserva.
Ir e passear
Para chegar a
Barbès o melhor
é usar o Orlybus
(8,30 €) e depois
a linha 4 do Metro
até Château Rouge
(1,90 €). Para
as deslocações
é conveniente
comprar o passe
Paris Visite
(parisinfo.com),
que custa desde
13,20 € (um dia).
Visitar
LE VRAI PARIS
levraiparis.com
MY URBAN EXPERIENCE
myurbanexperience.com
ATELIER DES LUMIÈRES
38 rue Saint-Maur
atelier-lumieres.com
FONDATION HENRI CARTIER-BRESSON
79 rue des Archives
henricartierbresson.org
CHEZ LES LIBRAIRES ASSOCIÉS
3 rue Pierre l'Ermite
chezleslibrairesassocies.blogspot.com
FRANÇA
Mais informações
em parisinfo.com
AGRADECIMENTO
A Volta ao Mundo viajou a convite do
Office de Turisme et des Congrès de
Paris e com o apoio da Transavia.
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ATELIER RAMEY
Este bistrô em Montmarte aposta
nos ingredientes frescos de cada estação.
BOUILLON CHARTIER
O centenário restaurante surpreende pela
possibilidade de pratos a cerca de dez euros.
BAR NO ENTRY
Faz parte da trattoria Pink Mamma, onde
é aconselhável fazer reserva.
HOTEL THE PLAYCE
Este quatro estrelas abriu em 2018 no Boulevard Barbès. Tem cerca
de 50 quartos e uma decoração inspirada no cinema francês.
ARTE URBANA
Obra de Benjamin Vautier na Praça Fréhel – é preciso desconfiar
das palavras.
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preferível visitá-lo durante o dia) graças a entidades como Les Gouttes
d'OrdelaModeetduDesign.Trata-sedeumacooperativaeassociação
que apoia artesãos que não falam francês e promove criadores estabe-
lecidos na zona. Encomendas de fatos para espetáculos da Ópera de
Paris e participação na Paris Design Week são provas do sucesso do
projeto, tão abrangente que envolve desde ateliês onde um vestido
feito por medida ronda os 30 euros a uma marca de malas que podem
custar mais de um milhar; do vestuário respeitador da Beard & Fringe,
que só usa materiais naturais vegan e sem pesticidas, entre outros re-
quisitosamigosdoambienteedostrabalhadores,àbijutariatotalmen-
te feita à mão, em edições limitadas, pela tunisina Amira Sliman, ex-
-designer industrial radicada em França há décadas.
Uma das propostas mais curiosas é a de Márcia de Carvalho, brasi-
leira de São Paulo estabelecida no bairro há 16 anos: perante as peúgas
sem par dos seus filhos, que não queria deitar fora para não poluir,
decidiu desfazê-las e usar a lã/linha para criar novas peças usando a
sua experiência como designer de moda em malha. Nasceu então a
Chaussettes Orphelines, pela qual até já foi distinguida com a Ordem
Nacional de Mérito. Hoje recebe doações de peúgas de todo o país que
são transformadas em fio cinzento ou cru e acrescenta-lhe a sua cria-
tividade para fazer novas meias mas também gorros, sacos, casacos, à
venda na loja da Rue des Gardes e online. Paralelamente promove
workshopsdecrochéetricôparamulheresnumcentrodeacolhimen-
to temporário e ações pedagógicas com as crianças do bairro, num
projeto de moda ética e solidária que dá mesmo gosto conhecer.
Outra experiência reconfortante é almoçar no Chien de la Lune,
pequenino e muito acolhedor restaurante, pelo atendimento e pela
decoração,compeçasúnicascriadaspeladesignerCatherineMégevand
quepodemseradquiridasporencomenda.Ocheféomarido,Christian,
que se estreou nestas lides há apenas dois anos e tem conquistado a
clientela–localeumturistaououtroqueficaemAirbnbdazona–com
os seus pratos que recriam os tradicionais. Tudo aqui tem um toque
pessoal, a começar pelo nome do restaurante, o título de um livro in-
fantil que lia à filha, hoje adulta.
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MULTICULTURALISMO
Nas lojas do Boulevard Barbès também vai
encontrar tecidos africanos.
RESTAURANTE CHIEN DE LA LUNE
Uma designer e um chef, casados, são os rostos
deste restaurante no bairro de Goutte d'Or.
PLACE DU TERTRE
No coração do bairro de Montmarte, é o ponto de
encontro de turistas e artistas locais.
RESTAURANTE PINK MAMMA
É uma trattoria do século xxi, distribuída por quatro pisos, com bar
na cave, um serviço eficaz e preços acessíveis.
GRAFFITI E MUITO MAIS
As ruas do arrondissement 18 são galerias ao ar livre. Arte urbana
para todos os gostos e idades.
SOPI, O BAIRRO FASHION
Colado ao dix-huitième, o arrondissement 9 inclui Pigalle, onde fica
situado um dos mais conhecidos cabarés do mundo, o Moulin Rouge.
Em tempos uma zona repleta de sex shops, espetáculos para adultos e
bares com prostituição, a área a sul da Place Pigalle começou a mudar
vaiparaumadécadaefoiganhandofamacomolugarnamodahámeia
dúzia de anos. Passou a ser conhecida como SoPi, ou South Pigalle,
num acrónimo que remete para o SoHo, certamente criado por jorna-
listas anglo-saxónicos, e tornou-se mais um destino bobo de Paris.
Sempre atraiu turistas e agora atrai mais ainda, com a diferença que os
novos visitantes, em geral, procuram os prazeres da carne numa pers-
petiva gastronómica.
Nem tudo mudou, ainda existem por aqui bars à filles, ou bares de
meninas, numa definição ligeira do que possa passar-se entre aquelas
paredes.TambémaRuedeDouaicontinuaaserumaespéciedeparaí-
so para os músicos graças às suas muitas lojas de instrumentos – e isso
faz lembrar que esta zona era outrora frequentada por muitos artistas.
O compositor húngaro Franz Lizt foi um dos que por aqui passaram
mas também o pintor Eugène Delacroix, ou os escritores Victor Hugo
ou Alexandre Dumas. Este último residiria (e daria festas de arromba)
na Square d'Orléans, condomínio com vários edifícios e pequenos
jardins, uma das mais belas construções deste bairro conhecido como
Nouvelle Athènes pela sua arquitetura neoclássica. Também acolheu
Frédéric Chopin, George Sand e outras personalidades que marcaram
a história das artes.
DescobrirazonapassaporiraoMuséedelaVieRomantique,ebeber
umchánorelaxantejardim,eàPousadadeJuventudenaRuedelaTour
des Dames, igualmente instalada num edifício histórico e com uma
receçãotãoespantosaquevaleapenainventarumpedidodeinforma-
ções só para a espreitar.
Muitas outras fachadas escondem segredos antigos, como a do nú-
mero 9 da Rue de Navarin, em tempos um bordel especializado em
sadomasoquismo. Ao lado fica o reputado hotel-boutique Amour,
outro espaço bobo que, apesar de já existir há mais de uma década,
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continua a ser uma referência quer como unidade hoteleira quer pelo
restaurante, com um jardinzinho exótico. Hoje tem a concorrência de
hotéis recentes como o Grand Pigalle, cujas varandas dão para a Villa
Frochot, onde viveu o pintor Toulouse-Lautrec, e outros hão de certa-
mente inaugurar-se nos próximos tempos neste bairro cada vez mais
famoso.
Nãofaltamtambémrestaurantesconcorridos,comfilaàporta,como
é o caso da trattoria Pink Mamma, inaugurada há dois anos. Os preços
são acessíveis, a decoração é diferente em cada um dos quatro pisos, e
algunssãoespecialmentebonitos,assimcomoobarNoEntry,nacave.
Proibida está a entrada a quem não vê na carne um prazer pois ir beber
um copo implica passar por arcas frigoríficas com costeletas expostas.
BELLEVILLE
E A SUA STREET ART
Nonoroestedacidade,Bellevilleéumbairropopulardovingtièmeque
começou por receber franceses de zonas rurais em busca de melhores
condições de vida, depois população proveniente de ex-colónias no
norte de África e da Ásia. Hoje continua a ser baratinho e isso explica
que muitos artistas aqui residam e tenham os seus ateliês – por sinal
visitáveis no final de maio, na iniciativa Portes Ouvertes da associação
Ateliers d’Artistes de Belleville, que reúne mais de 250 artistas e cole-
tivos dedicados às artes visuais.
É também um dos polos da street art parisiense, que convém desco-
brir numa visita guiada para melhor compreender as obras e as histó-
rias por detrás delas, e saber de como são roubadas, acabando à venda
no mercado negro, o que faz que os artistas usem cada vez mais mate-
riais mais frágeis.
Algumas são do tamanho de um prédio inteiro e da autoria de um
artista multifacetado como Ben (melhor dizendo, o Senhor Benjamin
Vautier, nascido em 1935), que desde 1993 alerta «il faut se méfier des
mots» (é preciso desconfiar das palavras) na Place Fréhel. Outras
ilustram proteções de lojas, como os trabalhos de Ernesto Novo, por
exemplo, que homenageia a etnóloga Gemaine Tillion, mas a maioria
surpreende num recanto inesperado, como o lobo colorido de Selor,
pintado com pincel porque é alérgico à bomba de spray; as “invasões”
de Invaders, recentemente com uma exposição em nome próprio em
Los Angeles; ou as faces em relevo de Gregos, moldadas na sua própria
cara, que expressam emoções um pouco por todo o lado, desde a
fachada de uma loja Cartier às colunas no topo do amplo Parque de
Belleville, com vista desafogada sobre Paris, Torre Eiffel incluída. E,
finalmente, nesta visita alternativa, vislumbra-se o principal ícone
da cidade.
Outro ícone continua a ser mimado por fãs vindos de todo o mundo
no Cimetière du Père-Lachaise, não muito distante. Há flores ainda
frescas e velas sobre a campa, sinais de que há quem trepe a vedação
para chegar ao lugar onde o músico Jim Morrisson, falecido com 27
anos, repousa desde 1971. O cemitério é enorme, convém ter o mapa
paraencontrarotúmulo–talcomoosdeBalzac,Chopin,LaFontaine,
Molière, Edith Piaf, Oscar Wilde e outros vultos aqui sepultados – mas
há sempre visitantes que o procuram por isso quase basta segui-los.
Carinhosemelhante,comfloresemensagens,sótemSusanGarrigues,
vítimaaos21anosdoatentadonoBataclannumafatídicanoitede2015.
COMEDORES DE BATATAS
– E OUTROS PRATOS
Tal como a mostra anterior, dedicada a Klimt, a exposição imersiva
Noite Estrelada promete ser um sucesso: as telas do génio Vincent van
Gogh surgem projetadas em paredes com dez metros de altura, as de
uma fundição do século xix que, há um ano, deu lugar ao Atelier des
Lumières, no 11ème, relativamente perto do Père-Lachaise.
Reproduzindoapinturaquelhedánome,omaiscélebreAutorretra-
toeComedoresdeBatatas,entremuitasoutras,asimagensagigantam-
-se, movem-se, numa espécie de bailado vertical, ao som de uma
bandasonoracriadaàmedida,enquantoosvisitantesdeambulampelo
amploespaço.Éumaboaexperiência,esta,muitomaisdoqueapenas
(re)ver a obra de grandes artistas mundiais, e a do mestre holandês
continuará em exibição até ao final do ano.
Bem mais curtas são as exposições no novo espaço da Fondation
Henri Cartier-Bresson, há uns meses transferida para o 3ème, não
longe do Atelier e a dois passos da Place de la Republique. É lugar de
romariaparaamantesdefotografia,especialmenteagoraqueapresen-
ta uma exposição do próprio Cartier-Bresson, ainda considerado um
dos melhores fotógrafos de sempre. En France 1926-1938 – portanto
com imagens captadas antes de ter cofundado a famosa agência Mag-
num – decorre só até ao início de junho de 2019.
Justifica um saltinho ao centro, tal como uma refeição no Les Résis-
tants, projeto gastronómico criado por três amigos de infância, dos
quaisochefClément,ealimentadoporcercade250produtoresdetoda
a França. São estes os resistentes, gente que começou a praticar agri-
cultura biológica há décadas, que respeita o bem-estar animal e os
ciclos naturais, que cria os bichos ao ar livre e durante, pelo menos,
trêsvezesmaistempodoqueaindústriaagroalimentar.Porissosurgem
em destaque no menu, são as estrelas por detrás do que chega à mesa,
simples, esteticamente atraente, saboroso e a preços acessíveis.
É um facto, come-se bastante bem e gastando pouco na segunda
cidade com mais estrelas Michelin no mundo. Até no centenário e
famosíssimo Bouillon Chartier que, apesar de quase parecer uma fá-
brica de comida, tal é o ritmo de parisienses e estrangeiros sempre a
chegar e a partir da belíssima sala, tem afinal um serviço impecável e
pratos tradicionais gostosos, a uma média de apenas dez euros.
Os preços são outros no restaurante do Terrass Hotel, em Montmar-
tre, mas não excessivos e justificados pela refeição em si, com elegan-
tesreinterpretaçõesdagastronomiafrancesaassinadasporEricLurthy,
quer pelo espaço, no topo de um edifício de 1911 por onde passaram
Dalí, Matisse, Renoir e a eterna Edith Piaf. Hão de ter apreciado a vista
e, lá ao fundo, a Torre Eiffel, que agora se ilumina de hora a hora num
pequeno espetáculo colorido. Vê-se melhor do bar no terraço.
Ainda em Montmartre mas a poucos passos do Boulevard Barbès, o
bistrot Atelier Ramey é uma última descoberta de fazer crescer a água
na boca. Pequenino, pacato, com uma apetitosa ementa à base de
produtos frescos da estação, é ainda pouco frequentado por estrangei-
ros mas não deve faltar muito para fazer parte dos roteiros.
Porenquanto,encerranaperfeiçãoestaescapadinhaaumaParisque
se rejuvenesce na multiculturalidade, na gastronomia e na arte, man-
tendo a alma boémia, chique e decadente que inspirou e continua a
inspirar as mentes inquietas e as veias criativas.
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RESTAURANTE LES RÉSISTANTS
Este projeto gastronómico merece destaque. Aposta em produtores locais,
respeita o bem-estar animal e o menu conquista.
ARTE E GENTE
Em qualquer dos bairros visitados, a street art está presente. É o reflexo
das muitas comunidades que por aqui vivem.
ATELIER LES LUMIÈRES
O espaço expositivo é uma antiga fundição do século xix. Fica no 11ème,
a curta distância do mais famoso cemitério de Paris.
RESTAURANTE TERRASS HOTEL
Requintado, com cozinha de autor (chef Eric Lurthy), num edifício
que já recebeu ilustres como Dalí, Renoir ou Matisse.
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