1. Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná PR
UNIVERS IDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Campus Pato Branco
Curso Superior de Engenharia Mecânica
Mulheres na engenharia e
o mercado de trabalho.
Acadêmico:
Jéssica Carolina Barbosa Vieira
Pato branco, 2010
2. 1-Introdução.
Várias pesquisas mostram na maior parte das vezes, que o século XX tem
sido significativo no que respeita ao aumento do número de mulheres nas
carreiras cientificas e tecnológicas, fato que se deve, principalmente, ao acesso
legal á educação superior. Mas embora esse número tenha crescido, carreiras
como a engenharia ainda são resistentes a um aumento dito expressivo.
Tendo em vista pesquisas já feitas, muitas vezes essa minoria absoluta no
ramo da engenharia é tido como um fato alarmante o grande preconceito para
com o sexo feminino em cargos que na antiguidade apenas homens
conseguiam alcançar.
Essa pesquisa tem um objetivo a fim de conhecer como se estabelecem as
relações de gênero entre os e as estudantes dos cursos de engenharia, suas
razões para a escolha deste campo profissional, suas expectativas de trabalho,
as oportunidades encontradas de trabalho, e a dinâmica do relacionamento
profissional de engenheiras no mercado de trabalho.
3. 2-Objetivos:
2.1.-Objetivos gerais
Analisar o pequeno número de mulheres na engenharia, e o mercado de
trabalho mais escolhido por elas.
2.2.-Objetivos específicos.
-Avaliar o motivo de os cursos de engenharia possuírem um numero reduzido
de mulheres, comparativamente aos homens.
-As razões da escolha para esse curso.
-Espaços profissionais em que as mulheres encontram grandes obstáculos
para sua atuação e sua afirmação enquanto engenheiras.
4. 3-Fundamentação teórica.
O fato de os cursos de engenharia possuírem um número bastante reduzindo
de mulheres, comparativamente aos homens, nos leva a uma série de
indagações para as quais, muitas delas continuam sem resposta. Sabe-se que
este campo profissional foi tradicionalmente construído para atender,
primeiramente exigências militares de guerra e defesa de territórios no período
moderno e, posteriormente, após a consolidação da industrialização, para
atender as exigências não só do processo de urbanização, com o
crescimento das cidades, mas também as exigências das inovações
tecnológicas, imprescindíveis ao sistema de produção capitalista.
Tanto as atividades militares, quanto as atividades produtivas caracterizaram-
se historicamente como domínios masculinos, até porque ambas são
realizadas no âmbito da esfera pública, espaço até há pouco tempo, destinado
às atividades dos homens. Apesar das grandes conquistas das mulheres no
mercado de trabalho, ocorridas principalmente após o movimento feminista, a
partir da segunda metade do século XX, e a luta pela eqüidade de direitos, o
campo de trabalho das engenharias constitui ainda um dos últimos redutos em
que a presença de mulheres apresenta uma minoria significativa. Não só
minoria numérica, mas também estes são espaços profissionais em que as
mulheres encontram grandes obstáculos para sua atuação e sua afirmação
enquanto engenheiras.
As estudantes de engenharia da UP e IFPR alegaram como motivo para sua
opção de curso o fato de gostarem muito das matérias que exigem cálculos e
por terem ido sempre muito bem em matemática durante o período escolar e
pré-universitário. Além disso, as engenharias foram citadas como uma das
profissões onde se abre um grande leque de possibilidades de trabalho, com
maior diversificação de atividades no mercado de trabalho, cuja competência
de engenheiros/as é indiscutível. Além disso, representa uma profissão de
status e posição social privilegiados. A escolha pelas engenharias, em alguns
casos, causou estranhamento de familiares que consideram este curso
inadequado para mulheres, porém em sua maioria as estudantes entrevistadas
obtiveram apoio e incentivo da família.
A maioria alegou que o preconceito foi sendo percebido não apenas vindo de
colegas de turma, mas também de professores. Por fazerem parte de uma
minoria elas, muitas vezes tinham que provar serem capazes e competentes
para com isso obterem ao menos um certo respeito e consideração pelos
colegas.
Mas essa minoria feminina nesse campo de atuação não se mostra
preocupante, muito pelo contrario, dados mostram que o número de mulheres
premiadas por excelência corresponde à quase totalidade delas (de 26,9% de
mulheres matriculadas em algum ensino tecnológico, 25,4% obtiveram
prêmios) o que lhes permite dizer que as mulheres que atuam no ensino
tecnológico possuem melhores iniciativas e um superior nível de qualificação.
5. Porem apesar dessa qualificação a preferência do mercado de trabalho ainda
é por engenheiros homens.
Esse é um dos maiores motivos, citado por uma das entrevistadas:, que as
mulheres antevêem dificuldades de ingresso no mercado de trabalho por isso
muitas vezes abandonam a idéia de fazer um curso predominantemente
masculino. A grande questão que se ressalta é que existe uma hierarquização
entre a divisão de tarefas entre homens e mulheres, valorizando mais, inclusive
financeiramente, as atividades estritamente técnicas e racionais (que ficam
mais destinadas à eles), enquanto as atividades que envolvem habilidades com
relacionamento interpessoal ou administração(que são exercidas por elas)
costumam ser consideradas de menor importância.
6. 4- Metodologia
Através de um questionário, a pesquisa foi feita pela internet (MSN) com 10
meninas, sendo que 4 delas cursam engenharia Mecânica na Universidade
Positivo em Curitiba- 1 semestre ,as outras 6 fazem engenharia agrônomica na
IFPR em Palmas- PR-2 semestre. Abordando em sua maioria o seguinte
assunto( no ponto de vista das entrevistadas) :
- motivos do pequeno numero de mulheres dentro da engenharia;
-preconceitos obtidos dentro desse campo de atuação;
-campo de atuação escolhidos.
7. 5-Resultados e discussões
Praticamente todas apontam o mesmo motivo para o pequeno número de
mulheres dentro de campos da tecnologia, entre eles os que mais se
destacaram:
-a fato de mulheres terem mais habilidades em outras áreas
-problema de discriminação de competência
-pode ser a falta de conhecimento sobre a profissão e sua associação a
trabalhos braçais
Já os campos de atuação escolhidos por elas se mostram da seguinte forma:
ENGENHARIA MECÂNICA
- 50% trabalhar com projetos
- 25% exercer na empresa do pai
- 25% ainda não sabe.
ENGENHARIA AGRONOMICA
- 50% melhoramento genético e biotecnologia
- 33.3% processamento de produtos agrícolas
-16,6% não sabe.
Preconceitos:
Todas apontam já ter sentido que há um grande preconceito com as mulheres
dessa área, fato que se mostra relevante desde a sociedade mais antiga, pois
trabalhos que tem um grande status social eram visto apenas para homens.
Mas logo entra a discordância, “tendo em vista de que pesquisas mostram que
engenheiras se destacam tanto quanto ou até mais que os engenheiros.” Pode
ser que mulheres se interessem muito menos por seguir essa carreira, mas
quando optam por elas não deixam nada a desejar em termos de competência.
Uma delas ainda citou “Muita gente ainda tem aquela visão errada de que é
uma área que se associa com trabalhos braçais”, e acha que pode ser esse um
dos maiores motivos da existência de poucas mulheres nesses cursos.
8. CONCLUSÃO
A Engenharia brasileira teve origem na área militar em 1810 e foi estendida
aos civis somente em 1874, com a fundação da “Escola Politécnica do Rio de
Janeiro”. Hoje, quase 200 anos após seu surgimento no país – e milhares no
mundo – ela continua sendo uma ciência predominantemente masculina. De
acordo com os resultados do Censo da Educação Superior, realizado
anualmente pelo MEC, o número de mulheres que ingressam na profissão vem
sendo incrementado lentamente: em doze anos (de 1991 a 2002) a
representatividade feminina em relação ao total de matrículas subiu de 17,4%
para 20,3%. Mas se considerarmos o caso particular da engenharia mecânica
veremos que os números são ainda mais baixos. Nesse trabalho tentei abordar
“os motivos” que as estudantes entrevistadas, apontavam como os principais,
para esclarecer o porque esses números ainda são tão baixos.