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Língua Portuguesa: diferença entre os pronomes TEU e SEU!


O Diretor Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante diretor, que
depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar,
começou a ausentar-se ao meio-dia.

Então o Diretor Geral do Banco, chamou um detetive e disse-lhe:- Siga o Diretor Lopes
durante uma semana, durante o horário de almoço.

O detetive, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:- O Diretor Lopes
sai normalmente ao meio-dia, pega o SEU carro, vai à SUA casa almoçar, faz amor com a
SUA mulher, fuma um dos SEUS excelentes cubanos e regressa ao trabalho.

Responde o Diretor Geral:- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mau nisso.

Logo em seguida o detetive:- Desculpe. Vou retificar.- Sim, claro! respondeu o Diretor
surpreendido!- Bom então vou repetir: O Diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega
o TEU carro, vai à TUA casa almoçar, faz amor com a TUA mulher, fuma um dos TEUS
excelentes cubanos e regressa ao trabalho.


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A confusão entre tu e você
A conjugação verbal do modo imperativo no português moderno, às vezes, incomoda
quem conhece a gramática tradicional, principalmente quanto se trata do uso de tu e
você. 
Por exemplo: lê ou leia? Você quer saber bem o assunto, então leia este livro. Usou o
tratamento você (3.ª pessoa) e o verbo ler ficou leia (3.ª pessoa do modo imperativo).
Houve uniformidade de tratamento. 
Ou então: Tu queres saber o assunto, então lê este livro. Usou o tratamento tu (2.ª
pessoa) e o verbo ler ficou lê (2.ª pessoa do modo imperativo). Houve uniformidade de
tratamento. 
Você quer saber bem o assunto, então lê este livro. Usou o tratamento você (3.ª
pessoa) e o verbo ler ficou lê (2.ª pessoa, tu). Não houve uniformidade de tratamento.
Isso não é tolerado pela gramática tradicional. 
O português moderno permite que se escolha livremente entre tratá-lo por tu ou por
você. Nas gramáticas tradicionais, são duas formas igualmente corretas para tratar a
segunda pessoa do discurso: 1.ª pessoa: quem fala (eu-nós)/ 2.ª pessoa: com quem se
fala (tu-vós, você-vocês)/ 3.ª: de quem se fala (ele-eles, ela-elas). 
Embora tu e você se refiram à segunda pessoa do discurso, tu pertence à 2.ª e você
pertence à 3.ª pessoa gramatical, exigindo as formas verbais e os pronomes respectivos. 
Mas o rumo evolutivo da língua aponta a supremacia absoluta do você e a retirada de
cena de tu/vós. A conjugação verbal se reduzirá a quatro pessoas: eu, ele, você; nós,
eles, vocês. 
Para fazer um convite, uma exortação, ou dar uma ordem usa-se o imperativo, mas no
português moderno misturam-se imperativo e subjuntivo. 
Veja a antiga propaganda da Caixa Econômica Federal "Vem pra Caixa você
também!". Vem é o tu do imperativo. Para haver uniformidade, deveria ser "Venha pra
Caixa você também!" 
Imperativo afirmativo: (não há 1.ª p. sing), vem tu, venha você, venhamos nós, vinde
vós, venham vocês. 
Daí a frase "Ou você se atualiza ou a concorrência te engole..." ser legítima no
português popular e no apelo publicitário, mas afrontar a gramática tradicional.

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Pronomes TU e SEU: diferença explicada

  • 1. Língua Portuguesa: diferença entre os pronomes TEU e SEU! O Diretor Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante diretor, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então o Diretor Geral do Banco, chamou um detetive e disse-lhe:- Siga o Diretor Lopes durante uma semana, durante o horário de almoço. O detetive, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:- O Diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o SEU carro, vai à SUA casa almoçar, faz amor com a SUA mulher, fuma um dos SEUS excelentes cubanos e regressa ao trabalho. Responde o Diretor Geral:- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mau nisso. Logo em seguida o detetive:- Desculpe. Vou retificar.- Sim, claro! respondeu o Diretor surpreendido!- Bom então vou repetir: O Diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o TEU carro, vai à TUA casa almoçar, faz amor com a TUA mulher, fuma um dos TEUS excelentes cubanos e regressa ao trabalho. !
  • 2. A confusão entre tu e você A conjugação verbal do modo imperativo no português moderno, às vezes, incomoda quem conhece a gramática tradicional, principalmente quanto se trata do uso de tu e você. Por exemplo: lê ou leia? Você quer saber bem o assunto, então leia este livro. Usou o tratamento você (3.ª pessoa) e o verbo ler ficou leia (3.ª pessoa do modo imperativo). Houve uniformidade de tratamento. Ou então: Tu queres saber o assunto, então lê este livro. Usou o tratamento tu (2.ª pessoa) e o verbo ler ficou lê (2.ª pessoa do modo imperativo). Houve uniformidade de tratamento. Você quer saber bem o assunto, então lê este livro. Usou o tratamento você (3.ª pessoa) e o verbo ler ficou lê (2.ª pessoa, tu). Não houve uniformidade de tratamento. Isso não é tolerado pela gramática tradicional. O português moderno permite que se escolha livremente entre tratá-lo por tu ou por você. Nas gramáticas tradicionais, são duas formas igualmente corretas para tratar a segunda pessoa do discurso: 1.ª pessoa: quem fala (eu-nós)/ 2.ª pessoa: com quem se fala (tu-vós, você-vocês)/ 3.ª: de quem se fala (ele-eles, ela-elas). Embora tu e você se refiram à segunda pessoa do discurso, tu pertence à 2.ª e você pertence à 3.ª pessoa gramatical, exigindo as formas verbais e os pronomes respectivos. Mas o rumo evolutivo da língua aponta a supremacia absoluta do você e a retirada de cena de tu/vós. A conjugação verbal se reduzirá a quatro pessoas: eu, ele, você; nós, eles, vocês. Para fazer um convite, uma exortação, ou dar uma ordem usa-se o imperativo, mas no português moderno misturam-se imperativo e subjuntivo. Veja a antiga propaganda da Caixa Econômica Federal "Vem pra Caixa você também!". Vem é o tu do imperativo. Para haver uniformidade, deveria ser "Venha pra Caixa você também!" Imperativo afirmativo: (não há 1.ª p. sing), vem tu, venha você, venhamos nós, vinde vós, venham vocês. Daí a frase "Ou você se atualiza ou a concorrência te engole..." ser legítima no português popular e no apelo publicitário, mas afrontar a gramática tradicional.