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Vitor Abud Hiar   Curso prático de Tabla Árabe
Vitor Abud Hiar                                                     Curso prático de Tabla Árabe




                                             Sumário

1 – INTRODUÇÃO.......................................................................... 4

2 – A TABLA ÁRABE / Derbakke..................................................4

2.1 – Fuad Haidamus e a Percussão Árabe no Brasil......................... 4
2.2 - Considerações iniciais sobre a Tabla Árabe...............................5
2.3 – Tipos de Tabla Árabe................................................................ 6
2.4 – Darbuka e Zarb são versões da Tabla Árabe ?...........................8
2.5 – Considerações sobre a afinação................................................9
2.6 –.Posicionamento.......................................................................... 9
2.7 – Vícios na percussão.................................................................. 11
2.8- Pluralidade sonora da Tabla Árabe............................................ 12

3 – OS RITMOS ............................................................................. 13

3.1 – A notação gráfica dos ritmos árabes........................................ 13
3.2 – As batidas e os sons especiais.................................................. 15
3.3 – A importância do DUM no ritmo árabe................................... 16
3.4 – O ritmo libanês e o ritmo árabe................................................ 17
3.5 – O Compasso no Ritmo Libanês................................................ 18
3.6 - Os principais ritmos libaneses e árabes em geral......................19
3.7 – O Ayubb/Zaar........................................................................... 20
3.8 – O Bayou.................................................................................... 20
3.9 – O Maqsoun e o Baladi...............................................................20
3.10 – O Karatchi............................................................................... 21
3.11 – O Saaidi................................................................................... 22
3.12 – O Ciftetelli............................................................................... 22
3.13 – O Bolero e a Rhumba.............................................................. 23
3.14 – O Zaffa.................................................................................... 23
3.15 – O Karsilama............................................................................ 24
3.16 – O Saudi / Khaleegy................................................................. 24
3.17 – O Nawwary............................................................................. 24
3.18 - O Basiit e Btayhi .................................................................... 25
3.19 – O Cocek / Serto....................................................................... 25
3.20 – O Jark...................................................................................... 25
3.21 – O Sombati.................................................................................... 26
3.22 – O Chaka....................................................................................... 26
3.23 – O Vox/Foxs...................................................................................26
3.24 – Malfuf/Leff....................................................................................27
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3.25 – O Masmoudi................................................................................. 27
3.26 – O Falahi ........................................................................................28
3.27 – O Bambi....................................................................................... 28

4 – SOLO DE TABLA ÁRABE (O TAKASSIM )............................. 28

4.1 – Considerações Iniciais................................................................... 28
4.3 – Ahmed Hammouda e o “solo clássico de Tabla Árabe “...............29
4.2 – Tipos de solo................................................................................. 30
4.4 - Construindo um solo improvisadamente....................................... 30
4.5 – Técnicas básicas aplicáveis ao solo de Tabla Árabe..................... 31

5 – EXERCÍCIOS ............................................................................... 32

5.1 – Exercícios I ( prática )................................................................... 32
5.2 – Exercícios II (1 ritmo)................................................................... 32
5.3 – Exercícios III (2 e 3 ritmos).......................................................... 33




                      ____________________________
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1-    INTRODUÇÃO

                   Desde os primórdios tempos da humanidade, a
percussão sempre foi algo que fascinou o ser humano. Dados históricos
revelam que o tambor foi o primeiro instrumento musical criado pelo
homem. Do nascimento do tambor, surgem posteriormente os ritmos tribais
que acabaram se tornando muitas vêzes, caracterísca marcante de um povo
ou nação.

                      Na obra “Introdução à Tabla Árabe”, falamos dos
pontos primordiais para uma pessoa iniciar seu sestudos ao referido
instrumento. Agora, faremos uma compilação atualizada da sua versão
anterior, sempre de uma forma didádica e liguagem simples, faremos uma
introdução aos principais ritmos e técnicas aplicadas na Tabla Árabe,
evidentemente com as devidas atualizações e ilustrações pertinentes.
                      Fica evidente que a elaboração de uma nova apostila ,
revista e atualizada, se fez nescessário.


2- A TABLA ÁRABE / DERBAKKE


2.1 –Fuad Haidamus e a Percussão Árabe no Brasil ( Histórico).

                    A história inicial da Percussão Árabe no Brasil muito
se confunde com a história do percussionista e Mestre Fuad Calil
Haidamus. Nascido em 1920 na República do Líbano, e iniciando seus
estudos na percussão árabe aos 15 anos de idade, Fuad Haidamus se tornou
em muito pouco tempo, um dos maiores nomes da música árabe percussiva
no Brasil. Seu trabalho pioneiro em difundir a percussão árabe, fora uma
verdadeira mola propulsora no surgimento de outros percussionistas árabes.
Como percussionista oficial de grandes nomes da Dança do Ventre no
Brasil como por exemplo Shahrazad Sharkey, viajou para inúmeras
cidades do Brasil, levando à todos parte dessa tão nobre e rica Cultura
Árabe.

                    Na década de 70, Fuad Haidamus participou de
inúmeros programas de auditório, ao lado de orquestras renomadas como
dos maestros Sílvio Mazucca e Osmar Millani.
Em 1977, fora convidado para participar musicalmente em um dos
capítulos da novela global "O Astro" de Janete Clair, que fora ao ar entre os
anos de 1977 e 1978, apresentando-se em umas das festas patrocinadas
Vitor Abud Hiar                                Curso prático de Tabla Árabe


pelo inesquecível personagem “Salomão Hayallah”, interpretado pelo ator
Dionísio Azevedo.

                    Fuad Haidamus foi o primeiro percussionista a
apresentar no Brasil um solo de derbakke para dança do ventre ao vivo.
Durante o período em que se apresentou foi o melhor derbakkista do Brasil,
sendo muito requisitado para shows, programas de auditório, novelas etc..


                     De estilo forte e marcante, encantava a todos com seus
repiques e batidas especiais.

                    Tivemos o prazer de ser um dos seus únicos alunos de
Tabla árabe, pois na época ( meados de 1977 e 1978 ),o derbakke era muito
pouco conhecido no Brasil.

                   Faleceu aos 82 anos de idade, na cidade de Santos,
Estado de São Paulo, no dia 24 de Janeiro de 2002.

                    É considerado o mestre da percussão árabe no Brasil,
por suas técnicas, pioneirismo e dedicação aos instrumentos da percussão
árabe.


2.2 – Considerações Iniciais sobre a Tabla Árabe.


                   De fato, a Tabla Árabe é, sem dúvida, um instrumento
fascinante. Seu som inconfundível, perante os demais instrumentos de
percussão, nos convida a viajar num verdadeiro mundo de ritmos e
variações.

                    É considerada no âmbito da tradicionalidade a mais
importante peça instrumental da percussão árabe.
                    Popularmente esse instrumento recebe inúmeras
denominações: Derbakke, Doumbek, Doumbec, Dumbec, Darbukka,
Dumbek ( “Dum” da batida grave e “bek” da batida aguda), Derback,
etc. Obviamente, estes nomes não surgiram por acaso. Provavelmente seria
no sentido de individualizar ainda mais a Tabla Árabe, uma vez que Tabla
também é a denominação do principal instrumento de percussão da Índia
(Tabla Indiana).
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                   O nome originário da Tabla Árabe é Tabla Egipcia,
pois surgira ainda no antigo Egito e, certamente, figura como um dos
instrumentos de percussão mais antigos da humanidade.

                     Curiosamente em nosso vocabulário, a expressão tabla
significa um objeto cortante e precioso. Em verdade, pode-se dizer que no
âmbito de uma execução rítmica, a Tabla Árabe tem exatamente esta
característica, ou seja, é uma peça de preciosa importância que como uma
lâmina corta o ritmo bruto de maciço com o escopo de extrair sua
verdadeira essência. Isso vale tanto para a Tabla Árabe quanto para a Tabla
Indiana.

                    Verdadeiramente, todo tablista árabe ou derbakkista, se
revela como um grande pesquisador. Seu objeto de estudo são os ritmos e
sua pesquisa consiste em como e de que forma extrair variantes destes sem
contudo descaracterizá-los.


2.3 - Tipos de Tabla Árabe (versões)


                   A Tabla Árabe, em sua original confeccção, é
produzida em argila queimada revestida em madrepérolas. Possui
membrana em pele de peixe do rio Nilo ou pele de Cabrito. Por muito
tempo, essas Tablas Árabes foram utilizadas pelos percussionistas até que,
devidas certas desvantagens relacionadas com a afinação do instrumento,
em meados de 1980, surgem as Tablas em alumínio fundido e em pele de
nylon tornando-se rapidamente mais uma opção para o percussionista
árabe. É importante ressaltar que, quando falamos em tipos de tabla árabe,
estamos nos referindo aos modelos (versões) diversificados que ela possui
no mundo árabe, pois existe uma Tabla Árabe apenas.

                   A Darbuka é a versão turca da Tabla Árabe, apesar de
haver posicionamento contrário, com corpo mais afilado e em níquel. O
Dohollah também é considerado uma espécie de Tabla, porém possui
sonoridade bastante grave. São confeccionadas em argila queimada e pele
de peixe, porém já existe sua versão modernizada em corpo de alumínio e
pele de nylon. Observe abaixo, os mais diversificados modelos de tablas
árabes existentes:
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      a1 – Tabla Árabe / Derbakke ( versão Libanesa/Síria,/Egípcia ) modelo
      standard em corpo de alumínio fundido e pele de nylon, possuindo
      revestimento em polímero de vinil.

      a2 – Darbuka ( versão turca ) de corpo niquelado e pele em nylon ou cabra.

      a3 – Doumbek ( estilo iraniano ) em corpo de madeira e pele de cabra.

      a4 – Tabla Árabe ( estilo marroquina ) em corpo de cerâmica e pele de
      cabra.

      a5 – Tabla Árabe / Derbakke ( versão egípcia/síria/libanesa ) em pele de
      peixe e corpo em cerâmica revestido em madrepérolas.

      a6 – Tabla Árabe / Derbakke ( versão libanesa/síria/egípcia ) em pele de
      nylon e corpo de alumínio revestido em madrepérolas.


                    Em relação ao Zarb, podemos afirmar que é o
principal instrumento de percussão do Irã. Existe porém uma grande
divergência sobre a sua denominação mais correta ( Zarb ou Tombak).
Trata-se de um instrumento semelhante ao Derbakke, mas é de se ressaltar
que alguns defendem a tese de que Derbakke e Zarb são instrumentos
distintos, baseando-se em algumas questões que relataremos no próximo
tópico, assim como ocorre com a Darbuka Turca.

                    Outra questão importante, que não podemos deixar de
mensionar, é sobre a surgimento da versão moderna das tablas árabes.

                    Quando falamos na versão moderna de alguma coisa,
logo imaginamos em algo melhor, mais aprimorado e que irá substituir a
sua versão antiga, tornando-a definitivamente ultrapassada. Curiosamente,
com relação às Tablas egípcias modernas, ocorrera algo um pouco diferente
uma vez que estas não vieram para substituir as Tablas de cerâmica, mas
sim para serem uma alternativa a mais para os músicos percussionistas.
Pelo menos este é o entendimento de mestres da percussão árabe mundial.
Vitor Abud Hiar                                Curso prático de Tabla Árabe


                    Não há substitutividade, mas sim alternatividade no
surgimento da versão moderna das Tablas egípcias. Cabe agora fazermos
uma indagação: Por que então as Tablas egípcias modernas passaram a ser
utilizadas nas orquestras e conjuntos árabes ? Simplesmente porque nestes
casos tal versão se tornou a melhor opção, uma vez que é bastante
complicado em um show, manter a pele de uma Tabla de cerâmica
aquecida e, por consequência, esticada o tempo todo.

                     Sempre mantive uma posição neutra, pois a
neutralidade é a melhor resposta nesses casos. Quem gosta de solos
estremamente técnicos, geralmente opta pelas Tablas de cerâmica e em pele
animal, uma vez que o couro valoriza e individualiza mais o toque dos
dedos no instrumento, tornando-os um pouco mais nítidos auditivamente. É
por esta razão que mestres de percussão árabe ainda dão "alguns pontinhos"
a favor para a versão tradicional da Tabla egípcia.
                     Não existe versão antiga da Tabla egípcia porque
elas não foram substituídas por novas. Existe sim a versão tradicional,
feita em corpo de barro e em membrana animal (couro de peixe ou cabrito),
cuja fabricação se perpetua até os tempos atuais, e agora a versão moderna
( próxima a nós ) criada em meados dos anos 80.
                     “A Tabla egípica em sua versão moderna,
conseguira definitivamente aquilo que realmente era esperado, figurar
como uma alternativa ao lado de sua versão tradicional e isto
obviamente não seria possível, se não fosse graças a sua sonoridade,
que é provida de grandes méritos”.


2.4 – Darbuka e Zarb são versões da Tabla Árabe ?


                     Existe divergência sobre tal questão. Muitos
percussionistas consideram que a Darbukka e o Zarb ou Tombak são
instrumentos parecidos com a Tabla Árabe, mas não são versões desta. Mas
em que se baseiam ? Bem, a Tabla Árabe, como o próprio nome explicita, é
a Tabla tocada no mundo árabe, ou seja, nos países árabes. Curiosamente o
Irã (antiga Pérsia ) e a Turquia, não são considerados países árabes, e por
esta razão a Darbuka e o Zarb não são versões da Tabla Árabe (originária
do Egito ) mas sim instrumentos parecidos, familiares. Realmente, Turquia
e Grécia são países próximos culturalmente, tanto que a Darbuka é
conhecida na Grécia com o nome de Tumberleke.

                Em opinião particular, considero a Darbuka como a
versão turca da Tabla Árabe, porém com sonoridade e utilidade
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musical diversificada (assim como o violão clássico se difere da viola
caipira, tanto em sonoridade como utilidade musical ). Afirmamos isso
pois raramente vemos uma percussão para dança do ventre ser executada
em uma darbuka turca. Sem dúvida, trata-se de uma questão muito ampla e
divergente.

                   Quando falamos em “utilidade musical”, estamos nos
referindo ao gênero musical em que o instrumento se adequa melhor. Por
exemplo: a viola caipira se adequa melhor às músicas sertanejas; o
pandeiro se adequa melhor ao samba, pagode e chorinhos; a zabumba se
adequa ao baião nordestino; etc...


2.5 – Considerações sobre a afinação


                    As Tablas Árabes modernas, confeccionadas em
alumínio fundido e pele em nylon, possuem um sistema bastante simples de
afinação. Isto se faz através de 6 parafusos embutidos na borda do
instrumento, que deverão ser apertados sempre de forma igualitária, ou
seja, dando-se uma volta em um parafuso, deve-se dar uma volta em todos
os 5 restantes. Este procedimento tem como objetivo evitar distorções na
afinação como também possíveis danos ao instrumento.

                   Em geral, é comum as Tablas Árabes em alumínio
virem afinadas desde sua confeccção.

                     Nos casos de Tablas novas, é perfeitamente comum
ocorrer uma pequena perda de afinação. Neste caso, deve-se dar uma volta
em todos os parafusos (sentido horário ou anti-horário para não se perder) e
verificar se a afinação está correta. Caso ainda não estiver de acordo, deve-
se repetir a operação.

                      Nos casos das Tablas Árabes de cerâmica, a afinação
é feita através do emprego de uma lâmpada não muito potente no seu
interior. O calor da lâmpada retira toda umidade do couro fazendo com que
se chegue à uma perfeita afinação. Nos períodos de clima seco, as Tablas
de cerâmica apresentam uma ótima afinação sem mesmo a necessidade do
uso de lâmpadas. Já em dias chuvosos ou de clima úmido, o uso destas
torna-se indispensável.
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                    Fuad Haidamus foi o primeiro percussionsita árabe a
utilizar lâmpadas como fonte de calor na afinação das tablas árabes em
cerâmica no Brasil.

2.6 – Posicionamento ( Instrumento e mãos )


                     Trataremos aqui do correto posicionamento da Tabla
Árabe. Existem duas formas de se posicionar a Tabla Árabe. A primeira
forma denominada tradicional, consiste em apoiar a Tabla Árabe no
membro superior da perna esquerda (pessoa destra) ou no membro superior
da perna direita (pessoa canhota). Esta posição tradicional proporciona ao
percussionista a possibilidade de tocar o instrumento sentado ou em pé. A
forma não tradicional, consiste em sustentar a Tabla Árabe na forma
vertical fixada entre os membros superiores de ambas as pernas ou em pé,
com o auxílio de um suporte específico para a Tabla Árabe. Convém
ressaltar que, para o Mestre Fuad Haidamus, só existia a forma tradicional
de posicionamento da tabla árabe, pois considerava errada qualquer outra
forma divergente.
                 Devido certas desvantagens que esta forma
proporciona ao percussionista, adotaremos a maneira tradicional de
posicionamento em nossas explicações.

* Posicionamento da Tabla árabe em relação ao joelho do percussionista:




A – Tabla declinada - errado
B – Tabla com inclinação suave - correto
C - Tabla inclinada – errado



                   Outro dado importante é a forma correta de
posicionamento das mãos na Tabla Árabe. Observe a figura abaixo:
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* Posição das mãos para pessoa destra. Para pessoa canhota, inverte-se as posições.

E = mão esquerda - direita para canhotos.
D = mão direita – esquerda para conhotos.
Dum = Batida grave, usando sempre sua mão principal.


2.7 – Vícios na percussão.


                    O vício é sem dúvida um problema muito comum
enfrentado pela maioria das pessoas que aprendem qualquer tipo de
instrumento musical, sendo muito comum no caso dos autodidatas. É por
essa forma que trataremos desse assunto logo no início deste curso.
                    Mas afinal, o que é um vício de percussão ? Vício é o
"hábito defeituoso" de se tocar o instrumento, adquirido no ínício do
aprendizado, e que muitas vezes pode prejudicar a atuação do
instrumentista no futuro. Trata-se de um problema que afeta diretamente a
forma de se executar e por isso deve ser evitado.
                    Exemplos comuns de vícios adquiridos:

                    A) Pessoa destra que toca instrumento na forma
canhota ou vice-versa.
                    B) Usar mão esquerda para executar o DUM ao
invés da direita ou vice-versa nos casos de pessoa canhota.
                    C) Apoiar instrumento muito inclinado ou
declinado, sendo este muito comum.
                    D) Usar o polegar para executar o DUM, vício
bastante comum por aqueles que tocam da forma não tradicional.

                      Solucionando tais vícios:

                    A) Nunca se deve trocar a posição do instrumento,
ou seja, se a pessoa for destra deverá tocar o instrumento no lado
esquerdo, e direito nos casos de pessoa canhota.
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                   B) Usar sempre sua mão principal para executar o
DUM.
                   C) A tabla árabe deve estar apoiada
horizontalmente com uma ligeira inclinação.
                   D) O DUM deve sempre ser tocado com o os dedos
indicador, médio e o anular unidos e nunca com o polegar.


2.8 – Pluralidade sonora da Tabla Árabe.


                     A Tabla Árabe é um instrumento extremamente
versátil em termos de sonoridade. Nela é possível se realizar inúmeros
sons, enfeites e repiques variando-se assim de acordo com o gosto de cada
percussionista. Para se extrair tais sons é necessário recorrer a algumas
técnicas pertinentes muitas vezes à percussão em geral. Vejamos os
principais sons e efeitos produzidos na Tabla Árabe.

                     A) Repique – O repique é utilizado no
embelezamento percussivo como também no início e/ou término de um
solo. Utiliza-se em geral os dedos médio e anular de ambas as mãos unidos,
batendo-os de forma alternada e rápida, nas bordas superiores da Tabla
Árabe.

                    B) Estouro – O estouro é utilizado muitas vezes
como um recurso para acelerar determinado ritmo. Com a mão direita
(destros) ou esquerda (canhotos), em forma de cone razo, bate-se no centro
da Tabla Árabe produzindo o referido som.

                    C) Estalo – Batida seca e aguda sem vibração da
membrana de couro ou nylon. Usa-se a base do polegar da mão direita
(destro) ou esquerda (canhoto) para precionar o centro da Tabla Árabe,
batendo-se com a mão esquerda (destros) ou direta (canhotos) na borda da
mesma. Movimentando a base do polegar verticalmente sobre a membrana,
é possível a obtenção de sons dos mais variados.

                    D) Trigêmeo – Espécie de repique no qual utiliza-se
os dedos anular, médio e indicador da mão esquerda (destros) ou direita
(canhotos), que deverão tocar a borda da Tabla de forma alternada e sempre
nesta ordem apresentada (1ºtoque – dedo anular, 2º toque – dedo médio e 3º
toque – dedo indicador ) sempre de forma rápida e sequenciada.
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                    Dessas batidas chaves apresentadas, é possível criar
inúmeros enfeites e repiques especiais que poderão ser utilizados nos mais
variados tipos de solos. É neste momento que entra a criatividade do
percussionista.




3 – OS RITMOS

3.1 – A notação gráfica dos ritmos árabes

                    Com o objetivo de representar graficamente os ritmos
árabes, buscando sempre aproximar-se ao máximo de sua representação
sonora
                    É importante ressaltar que nenhuma forma anotada de
representação dos ritmos árabes pode ser considerada como cem por cento
eficaz, visto aos olhos do sistema de aprendizagem rítmica. Todo ritmo
possui uma determinada essência e característica própria e isto não se é
possível passar em uma forma anotada. Se deve sempre ter em mente que a
forma gráfica deve sempre ser interpretada pelo percussionista. É portanto
aconselhável ouvir o ritmo para sua perfeita compreensão.
                    Existem formas gráficas de extrema complexidade e
por consequência de difícil entendimento ( o que contraria a sua finalidade
) bem como outras extremamente simples e que por isso podem apresentar
profundos erros.
                    Outro dado importante é não confundirmos notação
rítmica com cifragem rítmica. Cifras, são símbolos que representam as
notas musicais (batidas da percussão) em uma pauta. A notação gráfica
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é uma forma prática, didática e simplificada de representação das batidas
rítmicas e não exige do aluno conhecimento de leitura de pautas musicais.
                    Fica evidente que a notação gráfica dos ritmos
libabaneses não são tão precisos quanto sua representação em cifras,
podendo proporcionar interpretações errônias e diversificadas. Sempre digo
que a melhor forma de se aprender percussão é a auditiva.
                    Desta forma, buscando sempre atender o máximo
possível do princípio didático, adotaremos uma forma simples e didática de
notação, porém faremos comentários a essas notações para evitar possíveis
erros de entendimento.
                    Obseve e memorize o texto chave abaixo:

Texto chave para pessoa destra:

Tá = Batida forte com a mão direita.
Ká = Batida forte com a mão esquerda.
tá = Batida suave com a mão direita.
ká = Batida suave usando a mão esquerda.
KÁ = Batida aguda e seca usando a mão esquerda.
TÁ = Estouro usando a mão direita.
DUM = Batida grave no centro da Tabla árabe usando sempre sua
mão direita.
Espacos = pequena pausa entre uma batida e outra

Texto chave para pessoa canhota:

Tá = Batida forte com a mão esquerda.
Ká = Batida forte com a mão direita.
tá = Batida suave com a mão esquerda.
ká = Batida suave usando a mão direita.
KÁ = Batida aguda e seca usando a mão direita.
TÁ = Estouro usando a mão esquerda
DUM = Batida grave no centro da Tabla árabe usando sempre sua
mão esquerda.
Espaço = pequena pausa entre uma batida e outra.

                   Observe agora a notação gráfica do ritmo Baladi 4/4:

                   DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká

                   DUM DUM = Duas batidas pausadas no centro da
Tabla Árabe.
Vitor Abud Hiar                                  Curso prático de Tabla Árabe


                   tákáTá = Sequência de 3 batidas na borda superior da
Tabla Árabe, sendo a última batida, mais forte que as anteriores.
                   DUM = Uma batida no centro da Tabla Árabe.
                   tákáTá = Sequência de 3 batidas na borda superior da
Tabla Árabe, sendo a última batida mais forte que as anteriores.
                   táká = Sequência de duas batidas suaves na borda
superior da Tabla Árabe.
                   Terminada uma sequência, torna-se a repeti-la dando
assim início a uma continuidade rítmica, observe:

DUM DUM tákaTá DUM tákáTá táká DUM DUM tákátá DUM tákáTá
táká DUM DUM tákáTá DUM tákáTá .....

                   Vamos agora, em um segundo exemplo, analisar outro
ritmo bastante comum na percussão árabe chamado Malfuf:

DUMkákáTákákáTá

DUM = Uma batida no centro da Tabla Árabe.

                     kákáTákákáTá = Sequência de seis batidas onde os
dois primeiros toques são feitos com a mão esquerda (destro) ou direita
(canhoto) e o terceiro usa-se a mão direita (destro) ou esquerda (canhoto).
Novamente no quarto e no quinto toque, usa-se a mão esquerda (destro) ou
direta (canhoto) e no sexto, a mão direita (destro) ou esquerda (canhoto).

                     Novamente, ao terminar uma sequência, torna-se a
repeti-la, dando assim uma continuidade ritmica da seguinte forma:

DUMkákáTákákáTá        DUMkákáTákákáTá             DUM         kákáTákákáTá
DUMkákáTákákáTá       DUM........


3.2 – As Batidas Especiais e os sons especiais

                   No tópico anterior, analizamos as batidas simples ou
comuns da Tabla Árabe, representadas graficamente pelas expressões “tá”,
“ká”, “Tá” e “Ká”.
                   Agora iremos nos preocupar com as batidas especiais
graficamente representadas pelas expressões “TÁ” e “KÁ”.
                   A batida “KÁ” representa o estalo com vibração da
membrana, ou seja, toque de som agudo efetuado na borda da Tabla Árabe.
Vitor Abud Hiar                                Curso prático de Tabla Árabe


É amplamente utilizados na execução de algumas variações rítmicas como
por exemplo o Baladi Clássico Egípcio. Observe:

DUM DUM ká KÁ DUM ká KÁ...

                   Com o dedo indicador ou médio da mão que se executa
a batida do “DUM”, preciona-se suavemente o centro da Tabla Árabe.
Dessa forma o som, ao se bater na borda do instrumento, será produzido.

                   A batida “TÁ” é o estouro, já mencionado em tópico
anterior. Com a mesma mão que se executa o “DUM”, posicionando-se em
forma de cone raso, bate-se no centro da Tabla Árabe (fig.). Ela pode ser
introduzida em ritmos de natureza acelerados, como por exemplo o
Maqsoum, o Ayubb e o Bayou.

3.3 – A importância do “DUM” no ritmo libanês ( O Maqsoun e o
Baladi )

                     Digo sempre que o “DUM” é o coração do ritmo.
Quando aquele se torna imperceptível, este perde toda sua vida. Mas afinal,
o que significa a expressão “DUM” ?
                     “DUM” é a nota grave do ritmo executado e, por
consequência, a mais vibrante. Representa também a badita no centro do
Derbakke que é a maneira de se reproduzir da nota de “DUM”.
                     Por ser a nota mais vibrante, deve ser evidentemente
precisa tanto ritmicamente como auditivamente.
                     Podemos elencar algumas características importantes
da nota do “DUM” como:

1 – Auxiliar no reconhecimento do ritmo que está sendo executado e
2 – Auxiliar no reconhecimento do compasso rítmico.
3 – Identificação do ritmo ( graficamente e/ou execução )

                    O “DUM” também “pode” se consubstanciar na
identidade de um ritmo como, por exemplo, nos casos do Maqsoum, Baladi
e Saaidi.
                    A expressão “pode” realmente quebra a virtual
constante, fictamente presente na regra dos DUMS entre o Baladi e o
Maqsoun, que deve ser aplicado apenas na forma anotada ou cifrada. O
Baladi é a versão lenta do Maqsoun justamente por possuir graficamente
um DUM a mais em sua frase, porém é errônio afirmarmos que o
Maqsoun obrigatoriamente, na execução, deve possuir apenas um
“DUM” em sua frase. O Maqsoun é basicamente igual ao Baladi, porém
Vitor Abud Hiar                                    Curso prático de Tabla Árabe


executado de maneira rápida, assim, quando executamos a frase do ritmo
Baladi rapidamente, estamos executando, na verdade, o Maqsoun. O Baladi
possui graficamente dois “DUM´s” em sua frase, justamente para
demostrar que ele deve ser executado de forma mais lenta que o Maqsoun,
mas isso não obriga o percussionista a executar obrigatoriamente os dois
“DUM´s”. Se executarmos a frase do Maqsoun lentamente, estaremos, na
verdade, executando o Baladi. O que realmente vai diferenciar os dois
ritmos na execução, é a velocidade com que são tocados.
                    A regra dos “DUM´s” vale apenas para a forma de
notação gráfica ou cifrada, ou seja, se representarmos no papel uma frase
com um “DUM”, estaremos descrevendo o Maqsoun e não o Baladi, que
deve possuir graficamente um “DUM” a mais.
                    Desta forma só é possível demostrarmos o ritmo
Baladi ou Maqsoun com um ou dois DUM’s na execução e nunca na
forma anotada ou cifrada.

                     Baladi 4/4

                     DUM DUM takaTá DUM takaTá Táka DUM
DUM....
                       * a inserção do DUM no ritmo Baladi é apenas para torná-lo
mais lento que sua versão acelerada, o Maqsoun
                       * A Exemplo, vide obra discográfica “ Ritmos do Nilo” de
Hossam Ramzy( ritmo maqsoum).



3.4 – O ritmo libanês e o ritmo árabe.


                    Muitas pessoas utilizam a expressão árabe sem contudo
analisar o sentido amplo que esta representa. Quando falamos em ritmos
árabes, estamos nos referindo à todos os ritmos do mundo árabe, ou seja, os
ritmos gerais e específicos de todos os países que compõem o mundo
árabe: Líbano, Síria, Egito, Iraque, Líbia, Mauritânia, Arábia Saudita,
Palestina, Etiópia, Jordânia, Sudão, Tunísia, Marrocos, Yêmen,
Kuweit, Argélia, Eritréia, Somália, Omã, Emirados Árabes Unidos,
Etiópia, Catar e Bahrein.
                    O ritmos árabes são muito vastos e seria muito difícil
conhecê-los em sua totalidade. Vale lembrar dos rítmos específicos de cada
país árabe ( exemplo: Nawwari – Líbano ) Desta forma seria conveniente
especificar-mos o estudo rítmico como: ritmo libanês, ritmo egípcio, ritmo
saudita etc..
                    Desta forma temos:
Vitor Abud Hiar                                 Curso prático de Tabla Árabe


                    1 – Ritmos Árabes = Ritmos de todas as nações árabes,
que são os ritmos comuns e específicos.
                    2 – Ritmos libaneses, egípcios, etc = Ritmos comuns
mais os específicos do país mencionado.
                    Esta apostila,por exermplo, tem como objetivo de
estudo os ritmos libaneses, ou seja, os ritmos comuns e os específicos deste
país. É sempre importante temos em mente a divisão das esferas presente
no ritmo árabe.


3.5 – Compasso no ritmo libanês ( Considerações sobre sua contagem )

                    O Compasso é a medida de tempo de um ritmo. É
dentro do compasso que contruiremos o ritmo e suas possíveis variações.
Sem compasso definido não existe ritmo.
                    Antes de mais nada, seria de grande valia abordarmos
algumas questões sobre o Metrônomo, que é uma importante ferramenta
auxiliadora no estudo dos ritmos.
                    Para que serve o metrônomo? O metrônomo é um
aparelho que auxilia o músico em seus estúdos, principalmente os que
trabalham com percussão. Trata-se de um aparelho pendular que marca o
tempo rítmico com batidas constantes. É ótimo para que o percussionista,
tanto avançado como iniciante, possa desenvolver suas técnicas sem
contudo correr o risco de ferir os espaços entre as frases. Na percussão ,
podemos utilizar o metrônomo para as seguintes finalidades:

a - Estudar os ritmos e compassos ( com seus devidos tempos )

b- Desenvolver técnicas

c- Criar combinações rítmicas

d- Treinar velocidade

                     Infelizmente, o metrônomo não poderá lhe ajudar
quanto a interpretação rítmica. Para isso, será nescessário ouvirmos cada
ritmo para entendermos sua essência interpretativa.
Observe a ilustração abaixo onde os pontos em vermelho representam a
marcação do metrônomo sobre o ritmo em pauta.
                     Primeiro vamos explicar o que significa uma frase
rítmica. Frase é a extensão das batidas ( tempo ) de um ritmo, quando
executado uma única vez:
Vitor Abud Hiar                                    Curso prático de Tabla Árabe


                      Frase rítmica do Baladi ( 2 frases ):

   Dum Dum takaTa Dum takaTa taka Dum Dum takaTa Dum takaTa taka

            Primeira frase                       Segunda frase

                  Os compassos também recebem uma classificação, de
acordo com seu número de batias ( tempo ) como vamos ver:

Binários: tem duas batidas – uma forte e uma fraca
Terciário: três - uma forte e duas fracas
Quaternário: quatro - uma forte, uma fraca, uma menos forte e outra
fraca

                   Observe agora os ritmos abaixo e , ao lado, o seu
respectivo compasso musical:

                      Ritmo Baladi = Compasso 4/4
                      Ritmo Saaidi = Compasso 4/4
                      Ritmo Ayubb = Compasso 2/4

                      4/4 = Significa que nesse ritmo, cada compasso terá 4
tempos ( batidas ).
                      2/4 = Significa que nesse ritmo, cada compasso terá 2
tempos (batidas ).
                      8/4 = Significa que nesse ritmo, cada compasso terá 8
tempos (batidas ).
                      A grande parte dos principais rítmos libaneses, adotam
o sistema ?/4.
                    Raramente iremos ver 4/8, 3/16 e assim por seguinte. O
primordial é sabermos contar os tempos ( batidas ) de um ritmo. Para título
de curiosidade, a diferença sonora rítmica de um 4/4 e 4/8 é praticamente
imperceptível, na opinião de diversos músicos percussionistas. Nesta obra,
daremos como exemplo o ritmo Karsilama, cujo compasso é 9/8.
                    É evidente que, para melhor fixação e
compreendimento, o exemplo auditivo se faz necessário. O que queremos é
dar aqui uma visão geral sobre esse importante tema, que é o compasso e
sua contagem, fundamental para todo percussionista.


3.6 – Os Principais ritmos Libaneses e Árabes em geral
Vitor Abud Hiar                                Curso prático de Tabla Árabe


                   Analisaremos alguns dos principais ritmos que
compõem a percussão libanesa e árabe. Serão analisados os ritmos que
consideramos os mais significativos e utilizados. Não iremos nos adentrar
nas considerações históricas de cada ritmo, pois seria muito desgastante e
incompatível com a finalidade desta obra, mas sim na forma de como bem
executá-lo Um bom percussionista deve ter grande familiarização com tais
ritmos sendo o estudo primordial neste momento. É importante ressaltar
que as análises serão feitas com base em uma pessoa destra. Caso seja
canhoto, basta apenas fazer a inversão, ou seja, onde se lê “direito”
entenda-se como esquerdo e vice-versa.

3.7 – O Ayubb/Zaar

                   Ritmo de estrutura bastante simplória utilizada
geralmente como ritmo introdutório ao solo de Tabla Árabe. Algumas
curiosidades envolvem tal ritmo como por exemplo a fonte em que fora
inspirado.
                   Acredita-se que o Ayubb é a representação percussiva
do movimento do camelo ou do dromedário. É dessa forma que
popularmente conhecido como “Ritmo do Camelo”.

Ayubb ( compasso 2/4 )

DUM tákáDUM Tá...

DUM káDUM Tá...


3.8 – O Bayou

                   Ritmo similar ao Ayubb possuindo compasso 2/4.

Bayou ( compasso 2/4 )


DUM DUMDUM Tá......


3.9 – O Maqsoun e o Baladi ( Minha terra )


                  De todos os ritmos o Baladi é sem dúvida o mais
comum e o mais conhecido. Trata-se da versão lenta do Maqsoum ( versão
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folclórica, ou seja, popular do Maqsoun ) apresentando caracteristicamente
dois DUM’s em sua inicial. Maqsoun e Baladi possuem relação bastante
intrínseca, assim como outro ritmo denominado Fallahi. Baladi significa
“minha terra” e é conhecido como “pequeno masmoudi”, uma vez que
sua versão extensa constitui-se no denominado ritmo Masmoudi Saghir.
                      Caberia uma outra obra apostilada para falarmos
apenas do ritmo Maqsoun, devido sua monumental importância na música
árabe percussiva. O Maqsoun, o Baladi, o Fallahi e o Walking Maqsoun (
versão enxuta do Maqsoun ) são ritmos totalmente interligados. O Baladi (
pequeno Masmoudi ) e sua sua versão aumentada, o Masmoudi Saghir
possuem compasso 4/4.

Maqsoun ( compasso 4/4 )

DUM tákáTá DUM káTá táká....

Baladi ( compasso 4/4 )

DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká....

Baladi (Clássica Egipcia) ( compasso 4/4 )

DUM DUM ká KÁ DUM ká KÁ táká.....

                    Observe que na execução clássica egipcia, existem dois
toques com a mão esquerda (...ká KÁ...) porém é importante ressaltar que a
mão direita não ficará inerte. Precionando suavemente com o dedo
indicador da mão direita o centro da membrana que o ao bater com a mão
esquerda na extremidade da Tabla Árabe, o som será produzido.
                    É possível se executar essas duas variações do Baladi
em um mesma música ou solo? Sim, mesclar essas variações é uma prática
muito comum de se fazer. Quando devo fazer essa mesclagem ? Não existe
critério para isto, cabendo ao percussionista analizar rapidamente qual
variação é a mais adequada e bonita para ser usada naquele exato momento
da música ou do solo efetuado.

3.10 – O Karatchi

                   Curiosamente o Karatchi é um ritmo que de início já
nos mostra sua característica marcante. Inicia-se com um “Tá”(batida
aguda) e não com um “DUM” (batida grave) como os demais ritmos até
então abordados. Sua execução resume-se em uma sequência de 5 batidas
usando alternativamente as mãos e finalizando na 6º batida com o “DUM”
Vitor Abud Hiar                              Curso prático de Tabla Árabe



Karatchi ( compasso 2/4 )

TákátákáTá DUM......


3.11 – O Saaidi

                      O Saaidi, derivado da essência do Maqsoun, é
reconhecidamente bastante similar ao Baladi e amplamente utilizado como
ritmo base na execução de determinadas danças folclóricas árabes como a
Dança da Bengala e a Dança do Bastão. De sua versão simplificada, é
possível se extrair inúmeras variações.

Saaidi ( compasso 4/4)

DUM Tá tákáDUM DUM tákáTá táká...

DUM Tá tákáDUMDUMDUM tákáTá táká...(3 DUMs)

DUMkáTákátákáDUMkáDUMkátákáTákátáká...(alternada)

Atenção: Muitos confundem, na execução, o ritmo Saaidi com o
Maqsoun e Baladi. É preciso ressaltar que cada ritmo possui a sua
essência interpretativa específica.


3.12 – O Ciftetelli

                    Existem muitas controvérsias à respeito da devida
origem desse ritmo. Alguns acreditam que seja originário da Turquia
principalmente pela etmologia da expressão. Outros porém acreditam que o
Ciftetelli advém da antiga Grécia. De fato, estas contradições são
perfeitamente normais, uma vez que ritmos grego e turco muito se
confundem através do tempo.
                    Trata-se portanto de um ritmo bastante complexo,
deixando o percussionista livre para apresentar inúmeras variações.
                    É usado primordialmente no âmbito da música árabe
para acompanhar solos instrumentais de Tacksim (improvisação) de
instrumentos como o Alaúde, o Kanun, o Violino, o Mejwiz etc.. .

Ciftetelli ( compasso 8/4 )
Vitor Abud Hiar                                 Curso prático de Tabla Árabe


DUM tákátá tá tákáDUM tá ká DUM DUM tá

DUM káKÁ DUMKÁ DUM DUM ká

DUM kákátákátá kákátákátá ká DUM DUM TÁ ( Estilo Fuad
Haidamus)


3.13 – O Bolero e a Rhumba

                    Devido a grande semelhança que há entre esses dois
ritmos, trataremos de ambos em um mesmo tópico.
                    A Rhumba é caracteristicamente executada de forma
mais rápida que o Bolero, pois sua variação base apresenta exatos nove
toques divididos em intervalos curtos, enquanto que a do Bolero, apresenta
doze toque em intervalos mais longos, como podemos observar:

Bolero ( compasso 4/4 )

Dum kákáTá kákáTákáTákáDum Ká

Rumba/Rhumba 2/4

Dum tákátá Ká Tá Ká Dum ká


3.14 – O Zaffa

                    Semelhantemente a uma marcha, o Zaffa é um ritmo
batante executado nos países do norte africano (Saara) principalmente no
Egito. Caracteristamente sua forma simples, da a possibilidade de se extrair
inúmeras variações É importante ressaltar que ao final de cada período
executado, deve-se fazer uma pequena pausa, observe:

Zaffa 8/4

DUM tákátá tá DUM tá tá (pausa)

                    Essa pausa é uma caracteristica marcante em tal ritmo
não podendo portando ser suprida. Existe a possibilidade de se unir dois
perídos, adicionando ao intervalo uma batida “tá”, porém no final, a pausa
é imprecindível. Veja o exemplo:
Vitor Abud Hiar                                 Curso prático de Tabla Árabe


DUM tákátá tá DUM tá tá tá DUM tákátá tá DUM tá tá (pausa)

3.15 – O Karsilama

                    Ritmo bastante conhecido na Turquia e Grécia . É
utilizado no acompanhamento de músicas de natureza folclóricas. Sua
característica marcante se acentua pelas três batidas fortes (T – T – T), no
final de cada sequência. Observe:


Karsilama (compasso 9/8 ).

        DUM tákátá tákáDUM TáTáTá




3.16 – O Saudi/ Khaleegy


                   O ritmo Saudita também é conhecido pelo nome de
Khaleegy, recebendo essas duas denominações na Região Geográfica do
Gôlfo Pérsico, fronteira com o Reino na Árabia Saudita. Trata-se de um
ritmo bastante simples, apresentando 2 DUMs na sua forma estrutural.
Deste ritmo nascera folcloricamente a Dança do Khaleegy ou Dança do
Golfo.

Saudi/ Khaleegy (compasso 2/4)

DUMkákáDUMkákáTáká... (Sequência sem intervalos)

DUMkákáDUMkákáTÁká... (Inserção da batida “TÁ”)

DUM Ká DUM kátáká..( Representação com intervalos curtos).


3.17 – O Nawwari

                     Pode-se dizer que o Nawwari é um ritmo Sírio-
Libanes, uma vez que é bastante conhecido e utilizado em danças nos
paises da Síria e Líbano.


Nawwari ( compasso 4/4 )
Vitor Abud Hiar                                Curso prático de Tabla Árabe



KáDUM kákáTá DUM kákáTá káTá....


3.18 – O Basiit e o Btayhi

                    O Bassiit apresenta em sua forma estrutural grande
similaridade com o ritmo Bolero e / ou o ritmo Rhumba. Observe:

Basiit ( compasso 6/4)

DUM ká DUM tákáTá ká tá ká DUM ká tá ká.....

                   Observemos agora o ritmo Btayhi, cuja estrutura
apresenta quase que uma constante de toque alternativamente iguais:

Btayhi ( compasso 8/4 )

Tá ká Tá ká DUM tákáTá ká tá ká DUM ká Tá ká DUM ká......


3.19 – O Cocek / Serto

                   Na     antiga   Macedônia,    hoje    região    onde
geograficamente se localiza o pais da Romênia, “Cocek” é a sua
denominação. Já na Grécia, é conhecido pela denominação de “Serto” onde
é usado em danças folclóricas.

Cocek / Serto ( compasso 4/4 )

DUM tátá táTáka....


3.20 – O Jark

                     O Jark ou Jerk, é um ritmo que apresenta uma estrutura
bastante similar ao Samba brasileiro.


Jark (Compasso 4/4 )

DUM Tá DUMDUM Tá...... (variação simples)
Vitor Abud Hiar                                Curso prático de Tabla Árabe


DUM kákáTá tákáDUMDUMtákátá táká.......


3.21 – O Sombati

                    Famoso Ritmo também extraído da essência do
Maqsoum. Curiosamente vemos o Sombati ser executado por grandes
orquestras ocidentais, em composições relacionadas ao mundo árabe.
                    Podemos citar como um bom exemplo, a tema do filme
Lawrence da Arábia onde se observa nitidamente o Sombati usado como
ritmo base. Outra curiosidade interessante é este ritmo representar o trote
de um cavalo em ritmo de marcha.
                    Nas canções típicas árabes, é utilizado no
acompanhamento de Tacksim ( improvisação) intrumental ou vocal.


Sombati (compasso 4/4)

DUM Tá Tá DUM Tá......( simples )

DUM káTákáTá DUM kákáTá táká......(alternada)


3.22 – O Chaka

                    Moderno Ritmo criado por David Korup.

Chaka ( compasso 6/4 )

DUM tákátákátá tákátáká DUM tákáTá táká DUM Ká........


3.23 – O Vox/Foxs

                    Parecido com uma marcha, o Vox ou Foks foi bastante
utilizado nas composições de Mohamed Abdel Wahad. Acredita-se que
este ritmo tenha sido inspirado na música moderna ocidental ( ligação com
o tradicional ritmo ocidental Foxtrot )

Vox ( compasso 2/4 )

DUM Tá Ká......
Vitor Abud Hiar                                Curso prático de Tabla Árabe


3.24 – O Malfuf/ Leff

                   O Malfuf também é um ritmo bastante conhecido e
comum no Líbano e possui estreita ligação com os ritmos Cocek/Serto e
Saudi. Ritmo bastante utilizado na Dança do Ventre tradicional. Leff é sua
segunda denominação.


Malfuf ( compasso 2/4 )

DUM kákáTá kákáTá.....


3.25 – O Masmoudi

                    O Masmoudi, ritmo basicamente egipcio, é a ligação de
duas frases de 4 batidas cada. Trata-se de um ritmo bastante utilizado na
Dança do Ventre.
                    Curiosamente, temos o Masmoudi Kebir e o
Masmoudi Saghir, que nada mais é do que o ritmo Baladi com frase
ampliada, possuindo compasso 4/4.
                    O Masmoudi Kebir ( grande ) é o também
denominado Masmoudi de guerra, tocado semelhantemente a uma marcha
e possui compasso 8/4: (DUM DUM tákátákáTá DUM tákátákáTá tákátákáTá
táká........)
                    A distinção entre o Masmoudi Kebir e o Masmoudi
Saghir é bastante clara. Muitos percussionistas unem o Baladi ( pequeno
Masmoudi ) e o Masmoudi Saghir em suas explicações.
                    Abaixo, vemos as possíveís variações do Masmoudi.

Masmoudi ( compasso 8/4)


DUM DUM tákátákáTá DUM tákátákáTá tákátákáTá táká........

DUM DUM tákátákáTá ká DUM tákátákáTá tákátákáTá ká.......

DUM DUM tákátá Tá DUM tákátá Tá tákátá Tá.......

DUMkátákáDUMkátákátákátákáTákátákáDUMkátákátákáTátátákát
ákáTá..

DUM DUM tákátákáTá tákáDUM tákátákátá tákátákáTá táká....
Vitor Abud Hiar                               Curso prático de Tabla Árabe



DUM DUM DUM Tá DUM Tá Tá.....

DUM DUM DUM tákáTá DUM tákátákáTá tákátákáTá....


3.26 – O Fallahi

                    O Fallahi nada mais é do que o Maqsoun acelerado.
Curiosamente este ritmo é muito frequente no alto Egito. O Falahi é uma
versão popular e é utilizado frequentenmente em danças típicas.

Fallahi ( compasso 2/4 )

DUMtákátáDUMkátáká

3.27 – O Bambi

                  Trata-se de um ritmo de estrutura moderna que se
assemelha com o Wahida. Sua caractarística primórdia é a sequencia de 3
DUM’s de sua frase.

Bambi ( compasso 4/4 )

DUM DUM DUM Táká káTá Táká ká.....

4 – SOLO DE TABLA ÁRABE ( O TAKASSIM )

4.1 – Considerações Iniciais

                    Destinada em sua totalidade para execução das danças
árabes, o solo de Tabla Árabe possui alto grau de importância dentro da
esfera da Middle Easter. Veremos que existem solos específicos para
ocasiões epecíficas. Obviamente é praticamente impossível falarmos de
percussão árabe sem fazermos alusão à Dança do Ventre. Percussão e
Dança do Ventre estão intrinsicamente ligadas e é por isso que comumente,
vemos bailarinas que também são derbakkistas.
                    Em verdade, toda bailarina é de imediato
percussionista, justamente tanto pelos snujs, amplamente tocado pelas
bailarinas, como pela necessidade de se familiarizar com os ritmos árabes
para bem executar a arte da dança .
Vitor Abud Hiar                                 Curso prático de Tabla Árabe


                     Feita essas considerações façamos agora uma pergunta:
O que uma bailarina de Dança do Ventre espera de um solo de Derbakke ?
Obviamente que seja riquíssimo em ritmos e variações para que ela possa
mostrar seus conhecimentos na arte da Dança. Dessa maneira o
percussionista tem a responsabilidade de fornecer subsídios à bailarina para
que esta assim possa se apresentar . É por isso que corretamente vemos
expressões pontificando a necessidade de uma perfeita sintonia harmoniosa
entre percussionista e bailarina. O problema é como e de forma fornecer
tais subsídios.
                     Existem algumas regras básicas que um percussionista
deve Ter em mente para apresentar um belo solo de Derbakke.
                     Primeiramente deve-se evitar abusos em enfeites que
devem sempre ser realizados em momento oportuno. Isso vale tanto para
um solo de derbakke, como para um acompanhamento musical.
                     Deve-se prestar atenção no compasso inicial de seu
solo. É muito comum observar percussionistas que iniciam um determinado
solo e gradativamente vão aumentando a velocidade do compasso inicial.
Geralmente tal erro acontece com quem abusa nos enfeites.
                     Tocar de forma muito acelerada também é um erro
bastante comum e grave. Criou-se erroniamente um certo dilema que todo
bom percussionista árabe é aquele que toca com extrema rapidez. Na
realidade, o bom percussionista árabe é aquele que toca concientemente,
sentindo a sua percussão e passando nela sua emoção que será transmitida
de imediato à bailarina que estiver se apresentando sob tal solo.

4.2 – Ahmed Hammouda e o “solo de tabla árabe clássico”.

                    Segundo consta na história da percussão árabe, o solo
de Tabla árabe ou Derbakke foi criado e pela primeira vez apresentado pelo
célebre percussionista egípcio Ahmed Hammouda, que foi o primeiro a
gravar um solo e tocar ao vivo.
                    Hammouda idealizou o “Solo Clássico de Tabla
Árabe” incorporados no rítmo maqsoum, apresentando belos enfeites
improvisados com espaço de um “DUM”.
                    Sua invenção, especialmente criada para a Dança do
Leste ( Dança do ventre ) foi adotada por quase todos os percussionistas
árabes, que sempre apresentam em seus trabalhos esses belos solos,
contando sempre com bela criatividade.
                    Ahmed Hammouda, trabalhou ao lado de grandes
nomes da dança egípcia, como por exemplo, Nagwa Fouad e é considerado
o “pai da percussão árabe moderna”.
Vitor Abud Hiar                                Curso prático de Tabla Árabe


4.3 – Tipos de Solos

                     Todo solo de Tabla Árabe é fruto de uma improvisação
criada exclusivamente pelo percussionista. É o que chamamos de Taksim
Tabla, ou seja, uma improvisação melódica feita através das batidas
rítmicas da Tabla Árabe.
                     Existem duas maneiras de se apresentar um solo de
Takassim: O Takassim sobre ritmos e o Takassim solo ( denominações
por nós utilizadas).
                     O Takassim sobre ritmos árabes é a improvisação
realizada tendo como base um determinado ritmo ou vários ritmos, feito
por um segundo instrumento ( Tabla, Riqq (Daff), Dohollah, Mazhar, etc
).
                     Desde a invensão do solo de Tabla Árabe, feita pelo
percussionista egípcio Ahmed Hammouda, o que vemos é uma repetição
melódica similar ao então solo apresentado pelo seu respectivo criador.
                     Evidentemente o que ocorreu foi uma limitação da
criatividade e imaginação, e pouco se desenvolveu até os dias atuais.
                     É por isso que essas composições devem apresentar
uma pluralidade rítmica e criatividade, sob pena de se transformar em algo
monótono com improvisações repetidas e cansativas da Tabla Árabe.
                     O Takassim solo ou improvisação solo é aquela
realizada somente pelo percussionista não tendo como base nenhum ritmo.
Impera grande complexidade onde percussionista e bailarina devem estar
em perfeita sintonia. Inúmeros ritmos e variações são apresentados em um
curto espaço de tempo, mesclados por vários enfeites improvisados.

4.4 - Construindo um solo improvisadamente


                     O solo de Tabla Árabe clássica não tem muitos
segredos. Evidentemente que nunca deve faltar imaginação e criatividade
do percussionista. É importante ressaltar que, como já mencionado
anteriormente, o solo de tabla árabe pouco evoluiu, desde sua invenção.
                     É praticamente impossível ditarmos regras de como um
solo deve ser criado, pois isso varia de acordo com cada percussionista.
                     Não seria conveniente taxarmos aqui a estrutura de um
solo de tabla árabe, justamente porque ele surge com a criatividade do
percussionista, que é quem dará a estrutura que desejar ao seu solo.
                     Trataremos aqui dos subsídios necessários para se bem
construir um solo improvisadamente, vejamos:

                   1 – Prestar atenção no compasso do ritmo.
Vitor Abud Hiar                               Curso prático de Tabla Árabe



                 É evidente que o percussionista deve prestar a
atenção no compasso ritmico. Paradas bruscas, repiques e enfeites
devem ser aplicados sem contudo ferir a marcha do ritmo. Utilize o
metrônomo para esse tipo de treinamento.

                   2 – Tocar sem afobação

                   O afobamento é muito prejudicial na execução de
um solo. Se o percussionista estiver nervoso, todo seu nervosismo é
refletido no instrumento.
                   3 – Preocupar-se com a harmonia sonora dos
instrumentos (Derbakke e Mazhar, por exemplo )

                 Devemos nos preocupar com em criar solos
harmônicos, ou seja, solos em que todos os instrumentos possam ser
ouvidos.
                 4 – Dar uma sequência lógica à execução

                  Devemos utilizar os repiques sempre como ponto
final de uma execução ou então como uma preparação para o que vem
a seguir e nunca no meio dos solos pois gera uma certa confusão para
quem o escuta.
                  5 – Não repetir por várias vezes o mesmo enfeite
realizado.
                  É evidente que isso deve ser evitado, para não se
cair em uma monotonia.


4.5 - Técnicas básicas aplicáveis ao solo de Tabla Árabe ( Enfeites )
Vitor Abud Hiar                                  Curso prático de Tabla Árabe


1 – “Estalo sequenciado” – Enfeite amplamente utilizado pelos atuais
percussionistas. Utiliza-se a lateral do polegar para abafar o som do
instrumento.

2 – “Estalo” - Utiliza-se a lateral da mão principal para realizar o efeito
de abafamento sonoro ( Amplamente utilizado por Fuad Haidamus )

3 – “Pop ponta” – Utilizado na Baladi Egípcia.

4 – “Repique normal” – Repique utilizando ampas as mãos.

5 – “Pop Concha” – Outro enfeite bastante utilizado.


5   – EXERCÍCIOS


5.1 – Exercícios I (1 ritmo).

Ayubb/Zaar 2/4

DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM káDUM
Tá DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM
káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM..................

Baladi 4/4

DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká DUM DUM tákáTá DUM
tákáTá táká DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táka DUM DUM
tákáTá DUM tákáTá táká DUM DUM tákáTá DUM tákáTá
táká.............

Baladi (Clássico Egipcio) 4/4

DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ
táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM
káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ
DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM
káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM
DUM káKÁ DUM káKÁ táká.............


Malfuf
Vitor Abud Hiar                            Curso prático de Tabla Árabe



DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá
DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá
DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá
DUM kákáTákákáTá..........


5.2 – Exercícios II (2 e 3 ritmos)

Ayubb / Baladi
DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM DUM tákáTá DUM tákáTá
táká DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM DUM tákáTá DUM
tákáTá táká DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM DUM tákáTá
DUM tákáTá táká DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM DUM
tákáTá DUM tákáTá táká DUM...............




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  • 1. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe
  • 2. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe Sumário 1 – INTRODUÇÃO.......................................................................... 4 2 – A TABLA ÁRABE / Derbakke..................................................4 2.1 – Fuad Haidamus e a Percussão Árabe no Brasil......................... 4 2.2 - Considerações iniciais sobre a Tabla Árabe...............................5 2.3 – Tipos de Tabla Árabe................................................................ 6 2.4 – Darbuka e Zarb são versões da Tabla Árabe ?...........................8 2.5 – Considerações sobre a afinação................................................9 2.6 –.Posicionamento.......................................................................... 9 2.7 – Vícios na percussão.................................................................. 11 2.8- Pluralidade sonora da Tabla Árabe............................................ 12 3 – OS RITMOS ............................................................................. 13 3.1 – A notação gráfica dos ritmos árabes........................................ 13 3.2 – As batidas e os sons especiais.................................................. 15 3.3 – A importância do DUM no ritmo árabe................................... 16 3.4 – O ritmo libanês e o ritmo árabe................................................ 17 3.5 – O Compasso no Ritmo Libanês................................................ 18 3.6 - Os principais ritmos libaneses e árabes em geral......................19 3.7 – O Ayubb/Zaar........................................................................... 20 3.8 – O Bayou.................................................................................... 20 3.9 – O Maqsoun e o Baladi...............................................................20 3.10 – O Karatchi............................................................................... 21 3.11 – O Saaidi................................................................................... 22 3.12 – O Ciftetelli............................................................................... 22 3.13 – O Bolero e a Rhumba.............................................................. 23 3.14 – O Zaffa.................................................................................... 23 3.15 – O Karsilama............................................................................ 24 3.16 – O Saudi / Khaleegy................................................................. 24 3.17 – O Nawwary............................................................................. 24 3.18 - O Basiit e Btayhi .................................................................... 25 3.19 – O Cocek / Serto....................................................................... 25 3.20 – O Jark...................................................................................... 25 3.21 – O Sombati.................................................................................... 26 3.22 – O Chaka....................................................................................... 26 3.23 – O Vox/Foxs...................................................................................26 3.24 – Malfuf/Leff....................................................................................27
  • 3. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe 3.25 – O Masmoudi................................................................................. 27 3.26 – O Falahi ........................................................................................28 3.27 – O Bambi....................................................................................... 28 4 – SOLO DE TABLA ÁRABE (O TAKASSIM )............................. 28 4.1 – Considerações Iniciais................................................................... 28 4.3 – Ahmed Hammouda e o “solo clássico de Tabla Árabe “...............29 4.2 – Tipos de solo................................................................................. 30 4.4 - Construindo um solo improvisadamente....................................... 30 4.5 – Técnicas básicas aplicáveis ao solo de Tabla Árabe..................... 31 5 – EXERCÍCIOS ............................................................................... 32 5.1 – Exercícios I ( prática )................................................................... 32 5.2 – Exercícios II (1 ritmo)................................................................... 32 5.3 – Exercícios III (2 e 3 ritmos).......................................................... 33 ____________________________
  • 4. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe 1- INTRODUÇÃO Desde os primórdios tempos da humanidade, a percussão sempre foi algo que fascinou o ser humano. Dados históricos revelam que o tambor foi o primeiro instrumento musical criado pelo homem. Do nascimento do tambor, surgem posteriormente os ritmos tribais que acabaram se tornando muitas vêzes, caracterísca marcante de um povo ou nação. Na obra “Introdução à Tabla Árabe”, falamos dos pontos primordiais para uma pessoa iniciar seu sestudos ao referido instrumento. Agora, faremos uma compilação atualizada da sua versão anterior, sempre de uma forma didádica e liguagem simples, faremos uma introdução aos principais ritmos e técnicas aplicadas na Tabla Árabe, evidentemente com as devidas atualizações e ilustrações pertinentes. Fica evidente que a elaboração de uma nova apostila , revista e atualizada, se fez nescessário. 2- A TABLA ÁRABE / DERBAKKE 2.1 –Fuad Haidamus e a Percussão Árabe no Brasil ( Histórico). A história inicial da Percussão Árabe no Brasil muito se confunde com a história do percussionista e Mestre Fuad Calil Haidamus. Nascido em 1920 na República do Líbano, e iniciando seus estudos na percussão árabe aos 15 anos de idade, Fuad Haidamus se tornou em muito pouco tempo, um dos maiores nomes da música árabe percussiva no Brasil. Seu trabalho pioneiro em difundir a percussão árabe, fora uma verdadeira mola propulsora no surgimento de outros percussionistas árabes. Como percussionista oficial de grandes nomes da Dança do Ventre no Brasil como por exemplo Shahrazad Sharkey, viajou para inúmeras cidades do Brasil, levando à todos parte dessa tão nobre e rica Cultura Árabe. Na década de 70, Fuad Haidamus participou de inúmeros programas de auditório, ao lado de orquestras renomadas como dos maestros Sílvio Mazucca e Osmar Millani. Em 1977, fora convidado para participar musicalmente em um dos capítulos da novela global "O Astro" de Janete Clair, que fora ao ar entre os anos de 1977 e 1978, apresentando-se em umas das festas patrocinadas
  • 5. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe pelo inesquecível personagem “Salomão Hayallah”, interpretado pelo ator Dionísio Azevedo. Fuad Haidamus foi o primeiro percussionista a apresentar no Brasil um solo de derbakke para dança do ventre ao vivo. Durante o período em que se apresentou foi o melhor derbakkista do Brasil, sendo muito requisitado para shows, programas de auditório, novelas etc.. De estilo forte e marcante, encantava a todos com seus repiques e batidas especiais. Tivemos o prazer de ser um dos seus únicos alunos de Tabla árabe, pois na época ( meados de 1977 e 1978 ),o derbakke era muito pouco conhecido no Brasil. Faleceu aos 82 anos de idade, na cidade de Santos, Estado de São Paulo, no dia 24 de Janeiro de 2002. É considerado o mestre da percussão árabe no Brasil, por suas técnicas, pioneirismo e dedicação aos instrumentos da percussão árabe. 2.2 – Considerações Iniciais sobre a Tabla Árabe. De fato, a Tabla Árabe é, sem dúvida, um instrumento fascinante. Seu som inconfundível, perante os demais instrumentos de percussão, nos convida a viajar num verdadeiro mundo de ritmos e variações. É considerada no âmbito da tradicionalidade a mais importante peça instrumental da percussão árabe. Popularmente esse instrumento recebe inúmeras denominações: Derbakke, Doumbek, Doumbec, Dumbec, Darbukka, Dumbek ( “Dum” da batida grave e “bek” da batida aguda), Derback, etc. Obviamente, estes nomes não surgiram por acaso. Provavelmente seria no sentido de individualizar ainda mais a Tabla Árabe, uma vez que Tabla também é a denominação do principal instrumento de percussão da Índia (Tabla Indiana).
  • 6. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe O nome originário da Tabla Árabe é Tabla Egipcia, pois surgira ainda no antigo Egito e, certamente, figura como um dos instrumentos de percussão mais antigos da humanidade. Curiosamente em nosso vocabulário, a expressão tabla significa um objeto cortante e precioso. Em verdade, pode-se dizer que no âmbito de uma execução rítmica, a Tabla Árabe tem exatamente esta característica, ou seja, é uma peça de preciosa importância que como uma lâmina corta o ritmo bruto de maciço com o escopo de extrair sua verdadeira essência. Isso vale tanto para a Tabla Árabe quanto para a Tabla Indiana. Verdadeiramente, todo tablista árabe ou derbakkista, se revela como um grande pesquisador. Seu objeto de estudo são os ritmos e sua pesquisa consiste em como e de que forma extrair variantes destes sem contudo descaracterizá-los. 2.3 - Tipos de Tabla Árabe (versões) A Tabla Árabe, em sua original confeccção, é produzida em argila queimada revestida em madrepérolas. Possui membrana em pele de peixe do rio Nilo ou pele de Cabrito. Por muito tempo, essas Tablas Árabes foram utilizadas pelos percussionistas até que, devidas certas desvantagens relacionadas com a afinação do instrumento, em meados de 1980, surgem as Tablas em alumínio fundido e em pele de nylon tornando-se rapidamente mais uma opção para o percussionista árabe. É importante ressaltar que, quando falamos em tipos de tabla árabe, estamos nos referindo aos modelos (versões) diversificados que ela possui no mundo árabe, pois existe uma Tabla Árabe apenas. A Darbuka é a versão turca da Tabla Árabe, apesar de haver posicionamento contrário, com corpo mais afilado e em níquel. O Dohollah também é considerado uma espécie de Tabla, porém possui sonoridade bastante grave. São confeccionadas em argila queimada e pele de peixe, porém já existe sua versão modernizada em corpo de alumínio e pele de nylon. Observe abaixo, os mais diversificados modelos de tablas árabes existentes:
  • 7. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe a1 – Tabla Árabe / Derbakke ( versão Libanesa/Síria,/Egípcia ) modelo standard em corpo de alumínio fundido e pele de nylon, possuindo revestimento em polímero de vinil. a2 – Darbuka ( versão turca ) de corpo niquelado e pele em nylon ou cabra. a3 – Doumbek ( estilo iraniano ) em corpo de madeira e pele de cabra. a4 – Tabla Árabe ( estilo marroquina ) em corpo de cerâmica e pele de cabra. a5 – Tabla Árabe / Derbakke ( versão egípcia/síria/libanesa ) em pele de peixe e corpo em cerâmica revestido em madrepérolas. a6 – Tabla Árabe / Derbakke ( versão libanesa/síria/egípcia ) em pele de nylon e corpo de alumínio revestido em madrepérolas. Em relação ao Zarb, podemos afirmar que é o principal instrumento de percussão do Irã. Existe porém uma grande divergência sobre a sua denominação mais correta ( Zarb ou Tombak). Trata-se de um instrumento semelhante ao Derbakke, mas é de se ressaltar que alguns defendem a tese de que Derbakke e Zarb são instrumentos distintos, baseando-se em algumas questões que relataremos no próximo tópico, assim como ocorre com a Darbuka Turca. Outra questão importante, que não podemos deixar de mensionar, é sobre a surgimento da versão moderna das tablas árabes. Quando falamos na versão moderna de alguma coisa, logo imaginamos em algo melhor, mais aprimorado e que irá substituir a sua versão antiga, tornando-a definitivamente ultrapassada. Curiosamente, com relação às Tablas egípcias modernas, ocorrera algo um pouco diferente uma vez que estas não vieram para substituir as Tablas de cerâmica, mas sim para serem uma alternativa a mais para os músicos percussionistas. Pelo menos este é o entendimento de mestres da percussão árabe mundial.
  • 8. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe Não há substitutividade, mas sim alternatividade no surgimento da versão moderna das Tablas egípcias. Cabe agora fazermos uma indagação: Por que então as Tablas egípcias modernas passaram a ser utilizadas nas orquestras e conjuntos árabes ? Simplesmente porque nestes casos tal versão se tornou a melhor opção, uma vez que é bastante complicado em um show, manter a pele de uma Tabla de cerâmica aquecida e, por consequência, esticada o tempo todo. Sempre mantive uma posição neutra, pois a neutralidade é a melhor resposta nesses casos. Quem gosta de solos estremamente técnicos, geralmente opta pelas Tablas de cerâmica e em pele animal, uma vez que o couro valoriza e individualiza mais o toque dos dedos no instrumento, tornando-os um pouco mais nítidos auditivamente. É por esta razão que mestres de percussão árabe ainda dão "alguns pontinhos" a favor para a versão tradicional da Tabla egípcia. Não existe versão antiga da Tabla egípcia porque elas não foram substituídas por novas. Existe sim a versão tradicional, feita em corpo de barro e em membrana animal (couro de peixe ou cabrito), cuja fabricação se perpetua até os tempos atuais, e agora a versão moderna ( próxima a nós ) criada em meados dos anos 80. “A Tabla egípica em sua versão moderna, conseguira definitivamente aquilo que realmente era esperado, figurar como uma alternativa ao lado de sua versão tradicional e isto obviamente não seria possível, se não fosse graças a sua sonoridade, que é provida de grandes méritos”. 2.4 – Darbuka e Zarb são versões da Tabla Árabe ? Existe divergência sobre tal questão. Muitos percussionistas consideram que a Darbukka e o Zarb ou Tombak são instrumentos parecidos com a Tabla Árabe, mas não são versões desta. Mas em que se baseiam ? Bem, a Tabla Árabe, como o próprio nome explicita, é a Tabla tocada no mundo árabe, ou seja, nos países árabes. Curiosamente o Irã (antiga Pérsia ) e a Turquia, não são considerados países árabes, e por esta razão a Darbuka e o Zarb não são versões da Tabla Árabe (originária do Egito ) mas sim instrumentos parecidos, familiares. Realmente, Turquia e Grécia são países próximos culturalmente, tanto que a Darbuka é conhecida na Grécia com o nome de Tumberleke. Em opinião particular, considero a Darbuka como a versão turca da Tabla Árabe, porém com sonoridade e utilidade
  • 9. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe musical diversificada (assim como o violão clássico se difere da viola caipira, tanto em sonoridade como utilidade musical ). Afirmamos isso pois raramente vemos uma percussão para dança do ventre ser executada em uma darbuka turca. Sem dúvida, trata-se de uma questão muito ampla e divergente. Quando falamos em “utilidade musical”, estamos nos referindo ao gênero musical em que o instrumento se adequa melhor. Por exemplo: a viola caipira se adequa melhor às músicas sertanejas; o pandeiro se adequa melhor ao samba, pagode e chorinhos; a zabumba se adequa ao baião nordestino; etc... 2.5 – Considerações sobre a afinação As Tablas Árabes modernas, confeccionadas em alumínio fundido e pele em nylon, possuem um sistema bastante simples de afinação. Isto se faz através de 6 parafusos embutidos na borda do instrumento, que deverão ser apertados sempre de forma igualitária, ou seja, dando-se uma volta em um parafuso, deve-se dar uma volta em todos os 5 restantes. Este procedimento tem como objetivo evitar distorções na afinação como também possíveis danos ao instrumento. Em geral, é comum as Tablas Árabes em alumínio virem afinadas desde sua confeccção. Nos casos de Tablas novas, é perfeitamente comum ocorrer uma pequena perda de afinação. Neste caso, deve-se dar uma volta em todos os parafusos (sentido horário ou anti-horário para não se perder) e verificar se a afinação está correta. Caso ainda não estiver de acordo, deve- se repetir a operação. Nos casos das Tablas Árabes de cerâmica, a afinação é feita através do emprego de uma lâmpada não muito potente no seu interior. O calor da lâmpada retira toda umidade do couro fazendo com que se chegue à uma perfeita afinação. Nos períodos de clima seco, as Tablas de cerâmica apresentam uma ótima afinação sem mesmo a necessidade do uso de lâmpadas. Já em dias chuvosos ou de clima úmido, o uso destas torna-se indispensável.
  • 10. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe Fuad Haidamus foi o primeiro percussionsita árabe a utilizar lâmpadas como fonte de calor na afinação das tablas árabes em cerâmica no Brasil. 2.6 – Posicionamento ( Instrumento e mãos ) Trataremos aqui do correto posicionamento da Tabla Árabe. Existem duas formas de se posicionar a Tabla Árabe. A primeira forma denominada tradicional, consiste em apoiar a Tabla Árabe no membro superior da perna esquerda (pessoa destra) ou no membro superior da perna direita (pessoa canhota). Esta posição tradicional proporciona ao percussionista a possibilidade de tocar o instrumento sentado ou em pé. A forma não tradicional, consiste em sustentar a Tabla Árabe na forma vertical fixada entre os membros superiores de ambas as pernas ou em pé, com o auxílio de um suporte específico para a Tabla Árabe. Convém ressaltar que, para o Mestre Fuad Haidamus, só existia a forma tradicional de posicionamento da tabla árabe, pois considerava errada qualquer outra forma divergente. Devido certas desvantagens que esta forma proporciona ao percussionista, adotaremos a maneira tradicional de posicionamento em nossas explicações. * Posicionamento da Tabla árabe em relação ao joelho do percussionista: A – Tabla declinada - errado B – Tabla com inclinação suave - correto C - Tabla inclinada – errado Outro dado importante é a forma correta de posicionamento das mãos na Tabla Árabe. Observe a figura abaixo:
  • 11. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe * Posição das mãos para pessoa destra. Para pessoa canhota, inverte-se as posições. E = mão esquerda - direita para canhotos. D = mão direita – esquerda para conhotos. Dum = Batida grave, usando sempre sua mão principal. 2.7 – Vícios na percussão. O vício é sem dúvida um problema muito comum enfrentado pela maioria das pessoas que aprendem qualquer tipo de instrumento musical, sendo muito comum no caso dos autodidatas. É por essa forma que trataremos desse assunto logo no início deste curso. Mas afinal, o que é um vício de percussão ? Vício é o "hábito defeituoso" de se tocar o instrumento, adquirido no ínício do aprendizado, e que muitas vezes pode prejudicar a atuação do instrumentista no futuro. Trata-se de um problema que afeta diretamente a forma de se executar e por isso deve ser evitado. Exemplos comuns de vícios adquiridos: A) Pessoa destra que toca instrumento na forma canhota ou vice-versa. B) Usar mão esquerda para executar o DUM ao invés da direita ou vice-versa nos casos de pessoa canhota. C) Apoiar instrumento muito inclinado ou declinado, sendo este muito comum. D) Usar o polegar para executar o DUM, vício bastante comum por aqueles que tocam da forma não tradicional. Solucionando tais vícios: A) Nunca se deve trocar a posição do instrumento, ou seja, se a pessoa for destra deverá tocar o instrumento no lado esquerdo, e direito nos casos de pessoa canhota.
  • 12. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe B) Usar sempre sua mão principal para executar o DUM. C) A tabla árabe deve estar apoiada horizontalmente com uma ligeira inclinação. D) O DUM deve sempre ser tocado com o os dedos indicador, médio e o anular unidos e nunca com o polegar. 2.8 – Pluralidade sonora da Tabla Árabe. A Tabla Árabe é um instrumento extremamente versátil em termos de sonoridade. Nela é possível se realizar inúmeros sons, enfeites e repiques variando-se assim de acordo com o gosto de cada percussionista. Para se extrair tais sons é necessário recorrer a algumas técnicas pertinentes muitas vezes à percussão em geral. Vejamos os principais sons e efeitos produzidos na Tabla Árabe. A) Repique – O repique é utilizado no embelezamento percussivo como também no início e/ou término de um solo. Utiliza-se em geral os dedos médio e anular de ambas as mãos unidos, batendo-os de forma alternada e rápida, nas bordas superiores da Tabla Árabe. B) Estouro – O estouro é utilizado muitas vezes como um recurso para acelerar determinado ritmo. Com a mão direita (destros) ou esquerda (canhotos), em forma de cone razo, bate-se no centro da Tabla Árabe produzindo o referido som. C) Estalo – Batida seca e aguda sem vibração da membrana de couro ou nylon. Usa-se a base do polegar da mão direita (destro) ou esquerda (canhoto) para precionar o centro da Tabla Árabe, batendo-se com a mão esquerda (destros) ou direta (canhotos) na borda da mesma. Movimentando a base do polegar verticalmente sobre a membrana, é possível a obtenção de sons dos mais variados. D) Trigêmeo – Espécie de repique no qual utiliza-se os dedos anular, médio e indicador da mão esquerda (destros) ou direita (canhotos), que deverão tocar a borda da Tabla de forma alternada e sempre nesta ordem apresentada (1ºtoque – dedo anular, 2º toque – dedo médio e 3º toque – dedo indicador ) sempre de forma rápida e sequenciada.
  • 13. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe Dessas batidas chaves apresentadas, é possível criar inúmeros enfeites e repiques especiais que poderão ser utilizados nos mais variados tipos de solos. É neste momento que entra a criatividade do percussionista. 3 – OS RITMOS 3.1 – A notação gráfica dos ritmos árabes Com o objetivo de representar graficamente os ritmos árabes, buscando sempre aproximar-se ao máximo de sua representação sonora É importante ressaltar que nenhuma forma anotada de representação dos ritmos árabes pode ser considerada como cem por cento eficaz, visto aos olhos do sistema de aprendizagem rítmica. Todo ritmo possui uma determinada essência e característica própria e isto não se é possível passar em uma forma anotada. Se deve sempre ter em mente que a forma gráfica deve sempre ser interpretada pelo percussionista. É portanto aconselhável ouvir o ritmo para sua perfeita compreensão. Existem formas gráficas de extrema complexidade e por consequência de difícil entendimento ( o que contraria a sua finalidade ) bem como outras extremamente simples e que por isso podem apresentar profundos erros. Outro dado importante é não confundirmos notação rítmica com cifragem rítmica. Cifras, são símbolos que representam as notas musicais (batidas da percussão) em uma pauta. A notação gráfica
  • 14. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe é uma forma prática, didática e simplificada de representação das batidas rítmicas e não exige do aluno conhecimento de leitura de pautas musicais. Fica evidente que a notação gráfica dos ritmos libabaneses não são tão precisos quanto sua representação em cifras, podendo proporcionar interpretações errônias e diversificadas. Sempre digo que a melhor forma de se aprender percussão é a auditiva. Desta forma, buscando sempre atender o máximo possível do princípio didático, adotaremos uma forma simples e didática de notação, porém faremos comentários a essas notações para evitar possíveis erros de entendimento. Obseve e memorize o texto chave abaixo: Texto chave para pessoa destra: Tá = Batida forte com a mão direita. Ká = Batida forte com a mão esquerda. tá = Batida suave com a mão direita. ká = Batida suave usando a mão esquerda. KÁ = Batida aguda e seca usando a mão esquerda. TÁ = Estouro usando a mão direita. DUM = Batida grave no centro da Tabla árabe usando sempre sua mão direita. Espacos = pequena pausa entre uma batida e outra Texto chave para pessoa canhota: Tá = Batida forte com a mão esquerda. Ká = Batida forte com a mão direita. tá = Batida suave com a mão esquerda. ká = Batida suave usando a mão direita. KÁ = Batida aguda e seca usando a mão direita. TÁ = Estouro usando a mão esquerda DUM = Batida grave no centro da Tabla árabe usando sempre sua mão esquerda. Espaço = pequena pausa entre uma batida e outra. Observe agora a notação gráfica do ritmo Baladi 4/4: DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká DUM DUM = Duas batidas pausadas no centro da Tabla Árabe.
  • 15. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe tákáTá = Sequência de 3 batidas na borda superior da Tabla Árabe, sendo a última batida, mais forte que as anteriores. DUM = Uma batida no centro da Tabla Árabe. tákáTá = Sequência de 3 batidas na borda superior da Tabla Árabe, sendo a última batida mais forte que as anteriores. táká = Sequência de duas batidas suaves na borda superior da Tabla Árabe. Terminada uma sequência, torna-se a repeti-la dando assim início a uma continuidade rítmica, observe: DUM DUM tákaTá DUM tákáTá táká DUM DUM tákátá DUM tákáTá táká DUM DUM tákáTá DUM tákáTá ..... Vamos agora, em um segundo exemplo, analisar outro ritmo bastante comum na percussão árabe chamado Malfuf: DUMkákáTákákáTá DUM = Uma batida no centro da Tabla Árabe. kákáTákákáTá = Sequência de seis batidas onde os dois primeiros toques são feitos com a mão esquerda (destro) ou direita (canhoto) e o terceiro usa-se a mão direita (destro) ou esquerda (canhoto). Novamente no quarto e no quinto toque, usa-se a mão esquerda (destro) ou direta (canhoto) e no sexto, a mão direita (destro) ou esquerda (canhoto). Novamente, ao terminar uma sequência, torna-se a repeti-la, dando assim uma continuidade ritmica da seguinte forma: DUMkákáTákákáTá DUMkákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUMkákáTákákáTá DUM........ 3.2 – As Batidas Especiais e os sons especiais No tópico anterior, analizamos as batidas simples ou comuns da Tabla Árabe, representadas graficamente pelas expressões “tá”, “ká”, “Tá” e “Ká”. Agora iremos nos preocupar com as batidas especiais graficamente representadas pelas expressões “TÁ” e “KÁ”. A batida “KÁ” representa o estalo com vibração da membrana, ou seja, toque de som agudo efetuado na borda da Tabla Árabe.
  • 16. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe É amplamente utilizados na execução de algumas variações rítmicas como por exemplo o Baladi Clássico Egípcio. Observe: DUM DUM ká KÁ DUM ká KÁ... Com o dedo indicador ou médio da mão que se executa a batida do “DUM”, preciona-se suavemente o centro da Tabla Árabe. Dessa forma o som, ao se bater na borda do instrumento, será produzido. A batida “TÁ” é o estouro, já mencionado em tópico anterior. Com a mesma mão que se executa o “DUM”, posicionando-se em forma de cone raso, bate-se no centro da Tabla Árabe (fig.). Ela pode ser introduzida em ritmos de natureza acelerados, como por exemplo o Maqsoum, o Ayubb e o Bayou. 3.3 – A importância do “DUM” no ritmo libanês ( O Maqsoun e o Baladi ) Digo sempre que o “DUM” é o coração do ritmo. Quando aquele se torna imperceptível, este perde toda sua vida. Mas afinal, o que significa a expressão “DUM” ? “DUM” é a nota grave do ritmo executado e, por consequência, a mais vibrante. Representa também a badita no centro do Derbakke que é a maneira de se reproduzir da nota de “DUM”. Por ser a nota mais vibrante, deve ser evidentemente precisa tanto ritmicamente como auditivamente. Podemos elencar algumas características importantes da nota do “DUM” como: 1 – Auxiliar no reconhecimento do ritmo que está sendo executado e 2 – Auxiliar no reconhecimento do compasso rítmico. 3 – Identificação do ritmo ( graficamente e/ou execução ) O “DUM” também “pode” se consubstanciar na identidade de um ritmo como, por exemplo, nos casos do Maqsoum, Baladi e Saaidi. A expressão “pode” realmente quebra a virtual constante, fictamente presente na regra dos DUMS entre o Baladi e o Maqsoun, que deve ser aplicado apenas na forma anotada ou cifrada. O Baladi é a versão lenta do Maqsoun justamente por possuir graficamente um DUM a mais em sua frase, porém é errônio afirmarmos que o Maqsoun obrigatoriamente, na execução, deve possuir apenas um “DUM” em sua frase. O Maqsoun é basicamente igual ao Baladi, porém
  • 17. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe executado de maneira rápida, assim, quando executamos a frase do ritmo Baladi rapidamente, estamos executando, na verdade, o Maqsoun. O Baladi possui graficamente dois “DUM´s” em sua frase, justamente para demostrar que ele deve ser executado de forma mais lenta que o Maqsoun, mas isso não obriga o percussionista a executar obrigatoriamente os dois “DUM´s”. Se executarmos a frase do Maqsoun lentamente, estaremos, na verdade, executando o Baladi. O que realmente vai diferenciar os dois ritmos na execução, é a velocidade com que são tocados. A regra dos “DUM´s” vale apenas para a forma de notação gráfica ou cifrada, ou seja, se representarmos no papel uma frase com um “DUM”, estaremos descrevendo o Maqsoun e não o Baladi, que deve possuir graficamente um “DUM” a mais. Desta forma só é possível demostrarmos o ritmo Baladi ou Maqsoun com um ou dois DUM’s na execução e nunca na forma anotada ou cifrada. Baladi 4/4 DUM DUM takaTá DUM takaTá Táka DUM DUM.... * a inserção do DUM no ritmo Baladi é apenas para torná-lo mais lento que sua versão acelerada, o Maqsoun * A Exemplo, vide obra discográfica “ Ritmos do Nilo” de Hossam Ramzy( ritmo maqsoum). 3.4 – O ritmo libanês e o ritmo árabe. Muitas pessoas utilizam a expressão árabe sem contudo analisar o sentido amplo que esta representa. Quando falamos em ritmos árabes, estamos nos referindo à todos os ritmos do mundo árabe, ou seja, os ritmos gerais e específicos de todos os países que compõem o mundo árabe: Líbano, Síria, Egito, Iraque, Líbia, Mauritânia, Arábia Saudita, Palestina, Etiópia, Jordânia, Sudão, Tunísia, Marrocos, Yêmen, Kuweit, Argélia, Eritréia, Somália, Omã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Catar e Bahrein. O ritmos árabes são muito vastos e seria muito difícil conhecê-los em sua totalidade. Vale lembrar dos rítmos específicos de cada país árabe ( exemplo: Nawwari – Líbano ) Desta forma seria conveniente especificar-mos o estudo rítmico como: ritmo libanês, ritmo egípcio, ritmo saudita etc.. Desta forma temos:
  • 18. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe 1 – Ritmos Árabes = Ritmos de todas as nações árabes, que são os ritmos comuns e específicos. 2 – Ritmos libaneses, egípcios, etc = Ritmos comuns mais os específicos do país mencionado. Esta apostila,por exermplo, tem como objetivo de estudo os ritmos libaneses, ou seja, os ritmos comuns e os específicos deste país. É sempre importante temos em mente a divisão das esferas presente no ritmo árabe. 3.5 – Compasso no ritmo libanês ( Considerações sobre sua contagem ) O Compasso é a medida de tempo de um ritmo. É dentro do compasso que contruiremos o ritmo e suas possíveis variações. Sem compasso definido não existe ritmo. Antes de mais nada, seria de grande valia abordarmos algumas questões sobre o Metrônomo, que é uma importante ferramenta auxiliadora no estudo dos ritmos. Para que serve o metrônomo? O metrônomo é um aparelho que auxilia o músico em seus estúdos, principalmente os que trabalham com percussão. Trata-se de um aparelho pendular que marca o tempo rítmico com batidas constantes. É ótimo para que o percussionista, tanto avançado como iniciante, possa desenvolver suas técnicas sem contudo correr o risco de ferir os espaços entre as frases. Na percussão , podemos utilizar o metrônomo para as seguintes finalidades: a - Estudar os ritmos e compassos ( com seus devidos tempos ) b- Desenvolver técnicas c- Criar combinações rítmicas d- Treinar velocidade Infelizmente, o metrônomo não poderá lhe ajudar quanto a interpretação rítmica. Para isso, será nescessário ouvirmos cada ritmo para entendermos sua essência interpretativa. Observe a ilustração abaixo onde os pontos em vermelho representam a marcação do metrônomo sobre o ritmo em pauta. Primeiro vamos explicar o que significa uma frase rítmica. Frase é a extensão das batidas ( tempo ) de um ritmo, quando executado uma única vez:
  • 19. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe Frase rítmica do Baladi ( 2 frases ): Dum Dum takaTa Dum takaTa taka Dum Dum takaTa Dum takaTa taka Primeira frase Segunda frase Os compassos também recebem uma classificação, de acordo com seu número de batias ( tempo ) como vamos ver: Binários: tem duas batidas – uma forte e uma fraca Terciário: três - uma forte e duas fracas Quaternário: quatro - uma forte, uma fraca, uma menos forte e outra fraca Observe agora os ritmos abaixo e , ao lado, o seu respectivo compasso musical: Ritmo Baladi = Compasso 4/4 Ritmo Saaidi = Compasso 4/4 Ritmo Ayubb = Compasso 2/4 4/4 = Significa que nesse ritmo, cada compasso terá 4 tempos ( batidas ). 2/4 = Significa que nesse ritmo, cada compasso terá 2 tempos (batidas ). 8/4 = Significa que nesse ritmo, cada compasso terá 8 tempos (batidas ). A grande parte dos principais rítmos libaneses, adotam o sistema ?/4. Raramente iremos ver 4/8, 3/16 e assim por seguinte. O primordial é sabermos contar os tempos ( batidas ) de um ritmo. Para título de curiosidade, a diferença sonora rítmica de um 4/4 e 4/8 é praticamente imperceptível, na opinião de diversos músicos percussionistas. Nesta obra, daremos como exemplo o ritmo Karsilama, cujo compasso é 9/8. É evidente que, para melhor fixação e compreendimento, o exemplo auditivo se faz necessário. O que queremos é dar aqui uma visão geral sobre esse importante tema, que é o compasso e sua contagem, fundamental para todo percussionista. 3.6 – Os Principais ritmos Libaneses e Árabes em geral
  • 20. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe Analisaremos alguns dos principais ritmos que compõem a percussão libanesa e árabe. Serão analisados os ritmos que consideramos os mais significativos e utilizados. Não iremos nos adentrar nas considerações históricas de cada ritmo, pois seria muito desgastante e incompatível com a finalidade desta obra, mas sim na forma de como bem executá-lo Um bom percussionista deve ter grande familiarização com tais ritmos sendo o estudo primordial neste momento. É importante ressaltar que as análises serão feitas com base em uma pessoa destra. Caso seja canhoto, basta apenas fazer a inversão, ou seja, onde se lê “direito” entenda-se como esquerdo e vice-versa. 3.7 – O Ayubb/Zaar Ritmo de estrutura bastante simplória utilizada geralmente como ritmo introdutório ao solo de Tabla Árabe. Algumas curiosidades envolvem tal ritmo como por exemplo a fonte em que fora inspirado. Acredita-se que o Ayubb é a representação percussiva do movimento do camelo ou do dromedário. É dessa forma que popularmente conhecido como “Ritmo do Camelo”. Ayubb ( compasso 2/4 ) DUM tákáDUM Tá... DUM káDUM Tá... 3.8 – O Bayou Ritmo similar ao Ayubb possuindo compasso 2/4. Bayou ( compasso 2/4 ) DUM DUMDUM Tá...... 3.9 – O Maqsoun e o Baladi ( Minha terra ) De todos os ritmos o Baladi é sem dúvida o mais comum e o mais conhecido. Trata-se da versão lenta do Maqsoum ( versão
  • 21. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe folclórica, ou seja, popular do Maqsoun ) apresentando caracteristicamente dois DUM’s em sua inicial. Maqsoun e Baladi possuem relação bastante intrínseca, assim como outro ritmo denominado Fallahi. Baladi significa “minha terra” e é conhecido como “pequeno masmoudi”, uma vez que sua versão extensa constitui-se no denominado ritmo Masmoudi Saghir. Caberia uma outra obra apostilada para falarmos apenas do ritmo Maqsoun, devido sua monumental importância na música árabe percussiva. O Maqsoun, o Baladi, o Fallahi e o Walking Maqsoun ( versão enxuta do Maqsoun ) são ritmos totalmente interligados. O Baladi ( pequeno Masmoudi ) e sua sua versão aumentada, o Masmoudi Saghir possuem compasso 4/4. Maqsoun ( compasso 4/4 ) DUM tákáTá DUM káTá táká.... Baladi ( compasso 4/4 ) DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká.... Baladi (Clássica Egipcia) ( compasso 4/4 ) DUM DUM ká KÁ DUM ká KÁ táká..... Observe que na execução clássica egipcia, existem dois toques com a mão esquerda (...ká KÁ...) porém é importante ressaltar que a mão direita não ficará inerte. Precionando suavemente com o dedo indicador da mão direita o centro da membrana que o ao bater com a mão esquerda na extremidade da Tabla Árabe, o som será produzido. É possível se executar essas duas variações do Baladi em um mesma música ou solo? Sim, mesclar essas variações é uma prática muito comum de se fazer. Quando devo fazer essa mesclagem ? Não existe critério para isto, cabendo ao percussionista analizar rapidamente qual variação é a mais adequada e bonita para ser usada naquele exato momento da música ou do solo efetuado. 3.10 – O Karatchi Curiosamente o Karatchi é um ritmo que de início já nos mostra sua característica marcante. Inicia-se com um “Tá”(batida aguda) e não com um “DUM” (batida grave) como os demais ritmos até então abordados. Sua execução resume-se em uma sequência de 5 batidas usando alternativamente as mãos e finalizando na 6º batida com o “DUM”
  • 22. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe Karatchi ( compasso 2/4 ) TákátákáTá DUM...... 3.11 – O Saaidi O Saaidi, derivado da essência do Maqsoun, é reconhecidamente bastante similar ao Baladi e amplamente utilizado como ritmo base na execução de determinadas danças folclóricas árabes como a Dança da Bengala e a Dança do Bastão. De sua versão simplificada, é possível se extrair inúmeras variações. Saaidi ( compasso 4/4) DUM Tá tákáDUM DUM tákáTá táká... DUM Tá tákáDUMDUMDUM tákáTá táká...(3 DUMs) DUMkáTákátákáDUMkáDUMkátákáTákátáká...(alternada) Atenção: Muitos confundem, na execução, o ritmo Saaidi com o Maqsoun e Baladi. É preciso ressaltar que cada ritmo possui a sua essência interpretativa específica. 3.12 – O Ciftetelli Existem muitas controvérsias à respeito da devida origem desse ritmo. Alguns acreditam que seja originário da Turquia principalmente pela etmologia da expressão. Outros porém acreditam que o Ciftetelli advém da antiga Grécia. De fato, estas contradições são perfeitamente normais, uma vez que ritmos grego e turco muito se confundem através do tempo. Trata-se portanto de um ritmo bastante complexo, deixando o percussionista livre para apresentar inúmeras variações. É usado primordialmente no âmbito da música árabe para acompanhar solos instrumentais de Tacksim (improvisação) de instrumentos como o Alaúde, o Kanun, o Violino, o Mejwiz etc.. . Ciftetelli ( compasso 8/4 )
  • 23. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe DUM tákátá tá tákáDUM tá ká DUM DUM tá DUM káKÁ DUMKÁ DUM DUM ká DUM kákátákátá kákátákátá ká DUM DUM TÁ ( Estilo Fuad Haidamus) 3.13 – O Bolero e a Rhumba Devido a grande semelhança que há entre esses dois ritmos, trataremos de ambos em um mesmo tópico. A Rhumba é caracteristicamente executada de forma mais rápida que o Bolero, pois sua variação base apresenta exatos nove toques divididos em intervalos curtos, enquanto que a do Bolero, apresenta doze toque em intervalos mais longos, como podemos observar: Bolero ( compasso 4/4 ) Dum kákáTá kákáTákáTákáDum Ká Rumba/Rhumba 2/4 Dum tákátá Ká Tá Ká Dum ká 3.14 – O Zaffa Semelhantemente a uma marcha, o Zaffa é um ritmo batante executado nos países do norte africano (Saara) principalmente no Egito. Caracteristamente sua forma simples, da a possibilidade de se extrair inúmeras variações É importante ressaltar que ao final de cada período executado, deve-se fazer uma pequena pausa, observe: Zaffa 8/4 DUM tákátá tá DUM tá tá (pausa) Essa pausa é uma caracteristica marcante em tal ritmo não podendo portando ser suprida. Existe a possibilidade de se unir dois perídos, adicionando ao intervalo uma batida “tá”, porém no final, a pausa é imprecindível. Veja o exemplo:
  • 24. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe DUM tákátá tá DUM tá tá tá DUM tákátá tá DUM tá tá (pausa) 3.15 – O Karsilama Ritmo bastante conhecido na Turquia e Grécia . É utilizado no acompanhamento de músicas de natureza folclóricas. Sua característica marcante se acentua pelas três batidas fortes (T – T – T), no final de cada sequência. Observe: Karsilama (compasso 9/8 ). DUM tákátá tákáDUM TáTáTá 3.16 – O Saudi/ Khaleegy O ritmo Saudita também é conhecido pelo nome de Khaleegy, recebendo essas duas denominações na Região Geográfica do Gôlfo Pérsico, fronteira com o Reino na Árabia Saudita. Trata-se de um ritmo bastante simples, apresentando 2 DUMs na sua forma estrutural. Deste ritmo nascera folcloricamente a Dança do Khaleegy ou Dança do Golfo. Saudi/ Khaleegy (compasso 2/4) DUMkákáDUMkákáTáká... (Sequência sem intervalos) DUMkákáDUMkákáTÁká... (Inserção da batida “TÁ”) DUM Ká DUM kátáká..( Representação com intervalos curtos). 3.17 – O Nawwari Pode-se dizer que o Nawwari é um ritmo Sírio- Libanes, uma vez que é bastante conhecido e utilizado em danças nos paises da Síria e Líbano. Nawwari ( compasso 4/4 )
  • 25. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe KáDUM kákáTá DUM kákáTá káTá.... 3.18 – O Basiit e o Btayhi O Bassiit apresenta em sua forma estrutural grande similaridade com o ritmo Bolero e / ou o ritmo Rhumba. Observe: Basiit ( compasso 6/4) DUM ká DUM tákáTá ká tá ká DUM ká tá ká..... Observemos agora o ritmo Btayhi, cuja estrutura apresenta quase que uma constante de toque alternativamente iguais: Btayhi ( compasso 8/4 ) Tá ká Tá ká DUM tákáTá ká tá ká DUM ká Tá ká DUM ká...... 3.19 – O Cocek / Serto Na antiga Macedônia, hoje região onde geograficamente se localiza o pais da Romênia, “Cocek” é a sua denominação. Já na Grécia, é conhecido pela denominação de “Serto” onde é usado em danças folclóricas. Cocek / Serto ( compasso 4/4 ) DUM tátá táTáka.... 3.20 – O Jark O Jark ou Jerk, é um ritmo que apresenta uma estrutura bastante similar ao Samba brasileiro. Jark (Compasso 4/4 ) DUM Tá DUMDUM Tá...... (variação simples)
  • 26. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe DUM kákáTá tákáDUMDUMtákátá táká....... 3.21 – O Sombati Famoso Ritmo também extraído da essência do Maqsoum. Curiosamente vemos o Sombati ser executado por grandes orquestras ocidentais, em composições relacionadas ao mundo árabe. Podemos citar como um bom exemplo, a tema do filme Lawrence da Arábia onde se observa nitidamente o Sombati usado como ritmo base. Outra curiosidade interessante é este ritmo representar o trote de um cavalo em ritmo de marcha. Nas canções típicas árabes, é utilizado no acompanhamento de Tacksim ( improvisação) intrumental ou vocal. Sombati (compasso 4/4) DUM Tá Tá DUM Tá......( simples ) DUM káTákáTá DUM kákáTá táká......(alternada) 3.22 – O Chaka Moderno Ritmo criado por David Korup. Chaka ( compasso 6/4 ) DUM tákátákátá tákátáká DUM tákáTá táká DUM Ká........ 3.23 – O Vox/Foxs Parecido com uma marcha, o Vox ou Foks foi bastante utilizado nas composições de Mohamed Abdel Wahad. Acredita-se que este ritmo tenha sido inspirado na música moderna ocidental ( ligação com o tradicional ritmo ocidental Foxtrot ) Vox ( compasso 2/4 ) DUM Tá Ká......
  • 27. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe 3.24 – O Malfuf/ Leff O Malfuf também é um ritmo bastante conhecido e comum no Líbano e possui estreita ligação com os ritmos Cocek/Serto e Saudi. Ritmo bastante utilizado na Dança do Ventre tradicional. Leff é sua segunda denominação. Malfuf ( compasso 2/4 ) DUM kákáTá kákáTá..... 3.25 – O Masmoudi O Masmoudi, ritmo basicamente egipcio, é a ligação de duas frases de 4 batidas cada. Trata-se de um ritmo bastante utilizado na Dança do Ventre. Curiosamente, temos o Masmoudi Kebir e o Masmoudi Saghir, que nada mais é do que o ritmo Baladi com frase ampliada, possuindo compasso 4/4. O Masmoudi Kebir ( grande ) é o também denominado Masmoudi de guerra, tocado semelhantemente a uma marcha e possui compasso 8/4: (DUM DUM tákátákáTá DUM tákátákáTá tákátákáTá táká........) A distinção entre o Masmoudi Kebir e o Masmoudi Saghir é bastante clara. Muitos percussionistas unem o Baladi ( pequeno Masmoudi ) e o Masmoudi Saghir em suas explicações. Abaixo, vemos as possíveís variações do Masmoudi. Masmoudi ( compasso 8/4) DUM DUM tákátákáTá DUM tákátákáTá tákátákáTá táká........ DUM DUM tákátákáTá ká DUM tákátákáTá tákátákáTá ká....... DUM DUM tákátá Tá DUM tákátá Tá tákátá Tá....... DUMkátákáDUMkátákátákátákáTákátákáDUMkátákátákáTátátákát ákáTá.. DUM DUM tákátákáTá tákáDUM tákátákátá tákátákáTá táká....
  • 28. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe DUM DUM DUM Tá DUM Tá Tá..... DUM DUM DUM tákáTá DUM tákátákáTá tákátákáTá.... 3.26 – O Fallahi O Fallahi nada mais é do que o Maqsoun acelerado. Curiosamente este ritmo é muito frequente no alto Egito. O Falahi é uma versão popular e é utilizado frequentenmente em danças típicas. Fallahi ( compasso 2/4 ) DUMtákátáDUMkátáká 3.27 – O Bambi Trata-se de um ritmo de estrutura moderna que se assemelha com o Wahida. Sua caractarística primórdia é a sequencia de 3 DUM’s de sua frase. Bambi ( compasso 4/4 ) DUM DUM DUM Táká káTá Táká ká..... 4 – SOLO DE TABLA ÁRABE ( O TAKASSIM ) 4.1 – Considerações Iniciais Destinada em sua totalidade para execução das danças árabes, o solo de Tabla Árabe possui alto grau de importância dentro da esfera da Middle Easter. Veremos que existem solos específicos para ocasiões epecíficas. Obviamente é praticamente impossível falarmos de percussão árabe sem fazermos alusão à Dança do Ventre. Percussão e Dança do Ventre estão intrinsicamente ligadas e é por isso que comumente, vemos bailarinas que também são derbakkistas. Em verdade, toda bailarina é de imediato percussionista, justamente tanto pelos snujs, amplamente tocado pelas bailarinas, como pela necessidade de se familiarizar com os ritmos árabes para bem executar a arte da dança .
  • 29. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe Feita essas considerações façamos agora uma pergunta: O que uma bailarina de Dança do Ventre espera de um solo de Derbakke ? Obviamente que seja riquíssimo em ritmos e variações para que ela possa mostrar seus conhecimentos na arte da Dança. Dessa maneira o percussionista tem a responsabilidade de fornecer subsídios à bailarina para que esta assim possa se apresentar . É por isso que corretamente vemos expressões pontificando a necessidade de uma perfeita sintonia harmoniosa entre percussionista e bailarina. O problema é como e de forma fornecer tais subsídios. Existem algumas regras básicas que um percussionista deve Ter em mente para apresentar um belo solo de Derbakke. Primeiramente deve-se evitar abusos em enfeites que devem sempre ser realizados em momento oportuno. Isso vale tanto para um solo de derbakke, como para um acompanhamento musical. Deve-se prestar atenção no compasso inicial de seu solo. É muito comum observar percussionistas que iniciam um determinado solo e gradativamente vão aumentando a velocidade do compasso inicial. Geralmente tal erro acontece com quem abusa nos enfeites. Tocar de forma muito acelerada também é um erro bastante comum e grave. Criou-se erroniamente um certo dilema que todo bom percussionista árabe é aquele que toca com extrema rapidez. Na realidade, o bom percussionista árabe é aquele que toca concientemente, sentindo a sua percussão e passando nela sua emoção que será transmitida de imediato à bailarina que estiver se apresentando sob tal solo. 4.2 – Ahmed Hammouda e o “solo de tabla árabe clássico”. Segundo consta na história da percussão árabe, o solo de Tabla árabe ou Derbakke foi criado e pela primeira vez apresentado pelo célebre percussionista egípcio Ahmed Hammouda, que foi o primeiro a gravar um solo e tocar ao vivo. Hammouda idealizou o “Solo Clássico de Tabla Árabe” incorporados no rítmo maqsoum, apresentando belos enfeites improvisados com espaço de um “DUM”. Sua invenção, especialmente criada para a Dança do Leste ( Dança do ventre ) foi adotada por quase todos os percussionistas árabes, que sempre apresentam em seus trabalhos esses belos solos, contando sempre com bela criatividade. Ahmed Hammouda, trabalhou ao lado de grandes nomes da dança egípcia, como por exemplo, Nagwa Fouad e é considerado o “pai da percussão árabe moderna”.
  • 30. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe 4.3 – Tipos de Solos Todo solo de Tabla Árabe é fruto de uma improvisação criada exclusivamente pelo percussionista. É o que chamamos de Taksim Tabla, ou seja, uma improvisação melódica feita através das batidas rítmicas da Tabla Árabe. Existem duas maneiras de se apresentar um solo de Takassim: O Takassim sobre ritmos e o Takassim solo ( denominações por nós utilizadas). O Takassim sobre ritmos árabes é a improvisação realizada tendo como base um determinado ritmo ou vários ritmos, feito por um segundo instrumento ( Tabla, Riqq (Daff), Dohollah, Mazhar, etc ). Desde a invensão do solo de Tabla Árabe, feita pelo percussionista egípcio Ahmed Hammouda, o que vemos é uma repetição melódica similar ao então solo apresentado pelo seu respectivo criador. Evidentemente o que ocorreu foi uma limitação da criatividade e imaginação, e pouco se desenvolveu até os dias atuais. É por isso que essas composições devem apresentar uma pluralidade rítmica e criatividade, sob pena de se transformar em algo monótono com improvisações repetidas e cansativas da Tabla Árabe. O Takassim solo ou improvisação solo é aquela realizada somente pelo percussionista não tendo como base nenhum ritmo. Impera grande complexidade onde percussionista e bailarina devem estar em perfeita sintonia. Inúmeros ritmos e variações são apresentados em um curto espaço de tempo, mesclados por vários enfeites improvisados. 4.4 - Construindo um solo improvisadamente O solo de Tabla Árabe clássica não tem muitos segredos. Evidentemente que nunca deve faltar imaginação e criatividade do percussionista. É importante ressaltar que, como já mencionado anteriormente, o solo de tabla árabe pouco evoluiu, desde sua invenção. É praticamente impossível ditarmos regras de como um solo deve ser criado, pois isso varia de acordo com cada percussionista. Não seria conveniente taxarmos aqui a estrutura de um solo de tabla árabe, justamente porque ele surge com a criatividade do percussionista, que é quem dará a estrutura que desejar ao seu solo. Trataremos aqui dos subsídios necessários para se bem construir um solo improvisadamente, vejamos: 1 – Prestar atenção no compasso do ritmo.
  • 31. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe É evidente que o percussionista deve prestar a atenção no compasso ritmico. Paradas bruscas, repiques e enfeites devem ser aplicados sem contudo ferir a marcha do ritmo. Utilize o metrônomo para esse tipo de treinamento. 2 – Tocar sem afobação O afobamento é muito prejudicial na execução de um solo. Se o percussionista estiver nervoso, todo seu nervosismo é refletido no instrumento. 3 – Preocupar-se com a harmonia sonora dos instrumentos (Derbakke e Mazhar, por exemplo ) Devemos nos preocupar com em criar solos harmônicos, ou seja, solos em que todos os instrumentos possam ser ouvidos. 4 – Dar uma sequência lógica à execução Devemos utilizar os repiques sempre como ponto final de uma execução ou então como uma preparação para o que vem a seguir e nunca no meio dos solos pois gera uma certa confusão para quem o escuta. 5 – Não repetir por várias vezes o mesmo enfeite realizado. É evidente que isso deve ser evitado, para não se cair em uma monotonia. 4.5 - Técnicas básicas aplicáveis ao solo de Tabla Árabe ( Enfeites )
  • 32. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe 1 – “Estalo sequenciado” – Enfeite amplamente utilizado pelos atuais percussionistas. Utiliza-se a lateral do polegar para abafar o som do instrumento. 2 – “Estalo” - Utiliza-se a lateral da mão principal para realizar o efeito de abafamento sonoro ( Amplamente utilizado por Fuad Haidamus ) 3 – “Pop ponta” – Utilizado na Baladi Egípcia. 4 – “Repique normal” – Repique utilizando ampas as mãos. 5 – “Pop Concha” – Outro enfeite bastante utilizado. 5 – EXERCÍCIOS 5.1 – Exercícios I (1 ritmo). Ayubb/Zaar 2/4 DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM.................. Baladi 4/4 DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táka DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká............. Baladi (Clássico Egipcio) 4/4 DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká DUM DUM káKÁ DUM káKÁ táká............. Malfuf
  • 33. Vitor Abud Hiar Curso prático de Tabla Árabe DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá DUM kákáTákákáTá.......... 5.2 – Exercícios II (2 e 3 ritmos) Ayubb / Baladi DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká DUM káDUM Tá DUM káDUM Tá DUM DUM tákáTá DUM tákáTá táká DUM............... ___________________________________