CASO CLÍNICO – OBESIDADE É possível um paciente ser obeso e apresentar carências nutricionais? Assista à reportagem “Relação entre obesidade e desnutrição” produzida pelo Globo Repórter, com duração de 5 minutos. Observe o contexto dessa
CASO CLÍNICO – OBESIDADE É possível um paciente ser obeso e apresentar carências nutricionais? Assista à reportagem “Relação entre obesidade e desnutrição” produzida pelo Globo Repórter, com duração de 5 minutos. Observe o contexto dessa problematização.
CASO CLÍNICO – OBESIDADE É possível um paciente ser obeso e apresentar carências nutricionais? Assista à reportagem “Relação entre obesidade e desnutrição” produzida pelo Globo Repórter, com duração de 5 minutos. Observe o contexto dessa
1. MAPA - NUT - DIETOTERAPIA - 52_2024
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QUESTÃO 1
CASO CLÍNICO – OBESIDADE
É possível um paciente ser obeso e apresentar carências nutricionais?
Assista à reportagem “Relação entre obesidade e desnutrição” produzida pelo Globo
Repórter, com duração de 5 minutos. Observe o contexto dessa problematização.
Fonte: https://globoplay.globo.com/v/11537495/. Acesso em: 26 abr. 2024.
A transição nutricional ocorreu emaranhada às demais mudanças observadas na
epidemiologia e em questões sociodemográficas. Anteriormente, o manejo de doenças
infectocontagiosas e o enfrentamento da fome eram os antigos problemas de ordem primária.
Considerando o atual padrão do estilo de vida ocidental, as doenças crônicas não
transmissíveis e a obesidade tornaram-se mais prevalentes, exigindo novas estratégias de
saúde pública para mudanças no panorama populacional. Apesar do aumento de peso
observado, a desnutrição não deixou de existir. O novo cardápio do brasileiro, com ‘poucas
frutas e hortaliças, muita carne engordurada e refrigerante todos os dias’, explica a
coexistência de obesidade e carências nutricionais, onde há um excesso de calorias e
deficiência de vitaminas e minerais. Por isso, o Ministério da Saúde do Brasil e outras
Instituições Governamentais, como a Organização Mundial da Saúde, estão dedicadas a
promover adequação de hábitos alimentares como um fator central na promoção da saúde
(Brasil, 2014).
A desnutrição em pacientes obesos tem como causa central o consumo de alimentos
hipercalóricos e de baixa densidade nutricional, ou seja, alimentos ricos em calorias, porém
pobres em nutrientes. Sabemos que os ultraprocessados e fast foods fazem parte do padrão de
2. alimentação da maioria dos brasileiros, substituindo preparações culinárias como arroz e
feijão. Além de hipercalóricos, os alimentos ultraprocessados contêm alto teor de sódio,
açúcar adicionado e gordura saturada, componentes que apresentam restrições de ingestão
diária.
Você, que agora é estudante de nutrição, já deve ter ficado curioso para saber sobre as
calorias presentes, por exemplo, em uma fatia de pizza de calabresa, em um hambúrguer
duplo com bacon ou em um milkshake. Além disso, você também já deve ter se atentado
sobre a quantidade de sódio, açúcar adicionado e gordura saturada desses alimentos,
especialmente com a nova rotulagem nutricional frontal (Brasil, 2022). Você já refletiu sobre
a falta de nutrientes dessas preparações?
Depois da reflexão da falta de nutrientes dessas preparações/alimentos, imagine uma pessoa
que adota um padrão de alimentação baseado em alimentos ultraprocessados, hipercalóricos e
ao mesmo tempo com baixa disponibilidade de micronutrientes ao longo de meses, anos…
Como você sugere que estaria a saúde desse paciente? Quais as chances de o paciente estar
em obesidade? Quais as chances de estar desnutrido?
Priorizar melhores escolhas alimentares é fundamental no manejo da Obesidade e da
Síndrome Metabólica, como estudado ao longo da Unidade 4 do Livro da Disciplina de
Dietoterapia.
Como apresentado na introdução do capítulo da Unidade 4, a obesidade é considerada um
grupo heterogêneo de condições com múltiplas causas, que, independentemente dos
diferentes fatores associados, requer excesso de ingestão energética em relação ao gasto para
a deposição de gordura corporal. Contudo, apesar desse ponto comum, os fatores de
predisposição ambientais, comportamentais e genéticos, as manifestações endócrino-
metabólicas e a avaliação dos riscos serão individualizados e devem ser norteadores para as
decisões da conduta nutricional (Cuppari, 2002).
A alimentação exerce, de fato, um papel importante na prevenção e tratamento de doenças
crônicas, incluindo a obesidade e manifestações da Síndrome Metabólica. A perda de peso
ponderal é prescrita para pessoas com obesidade, pois é preciso que haja déficit calórico para
que o processo de emagrecimento ocorre, ou seja o padrão alimentar deverá ser, no geral, de
menor densidade energética, somados aos incrementos na Taxa de Metabolismo Basal
(TMB) pela prática de atividade física.
Contudo, a perda de peso deve ser sustentável, em ritmo lento e gradativo, evitando a
escassez de macro e micronutrientes.
Evidências científicas apontam a relação inversa entre a ingestão de alimentos in natura e
minimamente processados e essas desordens, por isso dietas como a do mediterrâneo são
recomendadas. Nesse tipo de padrão alimentar, há abundância de fibras, vitaminas, minerais,
gorduras saudáveis e compostos bioativos como os antioxidantes, por isso são considerados
padrões de alta densidade nutricional e que possibilitam cumprir aspectos da conduta
dietética para obesidade, apresentados ao longo da Unidade de Dietoterapia na Obesidade e
Síndrome Metabólica.
3. Fontes: adaptado de:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf;
https://www.cfn.org.br/index.php/noticias/governo-e-sociedade-constroem-estrategia-de-
prevencao-a-obesidade-no-pais/; https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-
quero-ter-peso-saudavel/noticias/2022/sobrepeso-e-obesidade-como-problemas-de-saude-
publica. Acesso em: 26 abr. 2024.
Cientes do papel do nutricionista na prevenção e tratamento da obesidade, conhecer os
alimentos e a composição de refeições a partir dos conceitos de densidade
energética e densidade nutricional contribui para a atuação na prática clínica.
Nessa etapa do MAPA, convido você a fazer leitura do material complementar que descreve
a partir de imagens a comparação de alimentos com alta e baixa densidade calórica. Reflita
sobre os desafios de priorizar uma alimentação de alta densidade nutricional e mais baixa
densidade energética.
Fonte: MICALIS, F. G. Instrumento imagético para orientação nutricional. 2014. 112 f.
Dissertação (Mestrado em Nutrição) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
Responda:
Você é o nutricionista clínico da Paciente N.A.L, 29 anos, classificada com IMC 37 kg/m2
após aferir peso (89 kg) e altura (1,55 m). Em sua avaliação, você também realizou a medida
da circunferência da cintura (CC), que é de 95 cm. A paciente trouxe seus exames
laboratoriais recentemente realizados a pedido do Endocrinologista, apresentando os
seguintes resultados:
Glicemia: 135 mg/dL
Triglicerídeos: 195 mg/dL
Colesterol total: 230 mg/dL
HDL: 35 mg/dL
A paciente se diz sedentária, trabalhando de casa pelo computador. Não faz nenhuma refeição
acordar, mas, por volta das 10h relata consumir alguma bolacha recheada ou bolo de
pacotinho, pois geralmente tem reuniões estressantes na parte da manhã e, por isso, fica
ansiosa, com vontade de comer doce. Geralmente, não tem tempo de cozinhar e, como mora
sozinha, prefere comer comidas prontas industrializadas, como lasanha congelada e
escondidinho de carne, no horário do almoço. Durante o período da tarde, normalmente
belisca salgadinhos de pacote e à noite pede comida pronta pelo aplicativo (pizza e lanches
com batata frita) e janta no sofá enquanto assiste televisão para desestressar. Costuma trocar a
ingestão de água por refrigerante.
Ao perguntar sobre como a paciente tem se sentido, ela relatou que se sente cansada, com
dificuldade de memória, com fezes endurecidas e dor ao evacuar, sem disposição para fazer
atividades físicas e frustrada por não conseguir emagrecer, apesar de diversas tentativas
passadas. Quando você a questionou sobre essa tentativa de emagrecimento, a paciente disse
que fazia jejum e apenas 1 refeição ao dia, mas se sentia muito fraca.
4. Após avaliar cuidadosamente o caso, responda:
1) Qual a hipótese de diagnóstico nutricional da paciente considerando suas medidas
antropométricas, seus exames bioquímicos, seus hábitos dietéticos e seus sintomas relatados?
2) Visando um emagrecimento saudável e sustentável, qual a meta de perda de peso você
sugeriria para a paciente?
3) Considerando a Dietoterapia proposta pela ABESO e descrita na Unidade 4 do livro da
disciplina, indique qual a conduta para o emagrecimento saudável (considere as
características físicas e químicas; não precisa fazer o cardápio).
4) Ciente da importância da adesão do paciente no plano alimentar e de mudanças
comportamentais sustentáveis, quais orientações você faria para a paciente em relação aos
seus hábitos, preferências e escolhas alimentares?
5) Considerando seu papel de educação alimentar e nutricional, apresente um material
orientativo para a paciente, o qual mostra a diferença entre densidade calórica e densidade
nutricional (utilizar imagens para comparação – pode usar imagens da internet).
OBS: use o formulário Padrão MAPA, que está disponível em "Materiais da disciplina".
Orientações para anexar sua imagem: na barra de ferramentas superior deste arquivo,
clique em: INSERIR> IMAGENS e procure onde sua imagem foi salva em seu computador e
anexe a mesma neste formulário.