O texto descreve a relação entre uma montanha e uma janela de uma estalagem. A janela abria-se para a montanha e trazia-lhe alegria. Quando a estalagem fechou, a montanha ficou triste sem a janela. Anos depois, a estalagem reabriu e a montanha ficou feliz por voltar a ver a janela.
9. Não poluas o ambiente…
Repara na sua beleza e frescura!
10.
11.
12.
13. Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo. Mas escusam de me
atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...
Miguel Torga
14. • Miguel Torga (1907-1995), pseudónimo de
Adolfo Correia da Rocha, nasceu em São
Martinho de Anta, Vila Real.
• foi um escritor português, um dos mais
importantes poetas do século XX. Destacou-se
também como contista, ensaísta, romancista e
dramaturgo.
17. Os frutos
Pêssegos, pêras, laranjas,
morangos, cerejas, figos,
maçãs, melão, melancia,
ó música de meus sentidos,
pura delícia da língua;
deixai-me agora falar
do fruto que me fascina,
pelo sabor, pela cor,
pelo aroma das sílabas:
tangerina, tangerina.
Eugénio de Andrade
18. Eugénio de Andrade foi um poeta Português,
nasceu na Póvoa de Atalaia a 19 de Janeiro de
1923 e morreu no Porto a 13 de Junho de 2005.
19.
20. • O trevo simboliza a sorte, a abundância, a
prosperidade, a fecundidade, o sucesso, a
esperança, a fé.
21. A janela e a montanha – A. Torrado
António Torrado
O coração das coisas
Porto, Edições Asa, 2004
A JANELA E A MONTANHA
A janela abria para a frente, para fora, para o ar lavado da montanha.
Quem dormisse naquele quarto, ao saltar da cama, de manhã, abria a janela de dois
batentes como se estivesse a respirar fundo. Enchia os pulmões de ar e os olhos de
claridade. Era o primeiro exercício de ginástica.
Podia ficar por aqui, de cotovelos sobre o parapeito, a apreciar a paisagem. Ou podia
voltar para dentro, com um pequeno arrepio de prazer.
A janela, que abria para fora, até nem se importava que voltassem a fechá-la. Tinha
cumprido a sua missão. Dera, de longe, um primeiro abraço à montanha. Não pedia
mais.
22. Eram muito amigas a montanha e a janela. Não podiam passar uma sem a outra. A
janela emoldurava a montanha, por sinal que o seu lado mais fotogénico. A montanha
sentia-se protegida por aquela janela prazenteira, sorridente, aberta de par em par.
Mas aconteceu que a estalagem, a que pertencia a janela, fechou. De vez. Falta de
clientes, cansaço do dono ou fosse do que fosse, fechou. Portas e janelas trancadas.
A montanha olhava para a janela e sentia saudades. Cá em baixo, no vale, ouviam-na
suspirar e diziam:
— É o vento da montanha.
Mas não era. Até a paisagem entristecia.
Da janela e do seu sentir não podemos saber. Pois se estava fechada. Só aberta, toda
aberta de alegria é que ela era uma verdadeira janela.
A montanha convocou os ventos para que eles abrissem a sua janela, sem a qual nem
as manhãs de orvalho apeteciam nem as tardes rubras do pôr-do-sol nem as noites
alucinadas pela Lua Cheia.
23. — Para quê, para quê, se não tenho a minha janela a ver-me? — murmurava a
montanha, inconsolável.
Mas os vendavais da montanha por mais esforços que fizessem, por mais empurrões
que dessem não conseguiam abrir a janela. Impossível. Ela só abria para fora.
Desistiram. Não desistiu a montanha, que chorou, noites e noites a fio, a perda da sua
janela.
Depois da época das chuvas, voltou o bom tempo. Romperam os malmequeres, no
jardim abandonado da estalagem. A montanha cobriu-se de veludo roxo, que era uma
maciça penugem de pétalas sobre o chão de urze. Começou a cheirar a rosmaninho.
— Parece que vão reabrir a estalagem, com nova gerência — contava-se, no vale.
E assim aconteceu. Quando a janela abriu as suas duas portadas, a abarcar a
montanha, fez-se um grande silêncio.
— Olá, montanha — disse a janela.
— Olá, janela — disse a montanha.
Como se ainda ontem se tivessem visto… Mas ficaram que tempos, que tempos, a
olhar uma para a outra.
24. Regista, com a tua turma e
professor(a), alguns exemplos dos
5 sentidos presentes no texto.