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Arte, Jazz, Paz para todos Exposição de Artes Plásticas 
De 19 a 20 
de Dezembro de 2014 das 18H00 as 21H00 
Rasgado's Jazz Club 
Mansão Mária Máxima Boavida SALINAS CALOMBOLO 
Baía Azul – Município da Baía Farta – Benguela 
Rasgado’s Jazz Club 
CUCA - SOBA CATUMBELA
Ficha técnica 
Produção e Fotografia 
Rasgado's Jazz Club 
Tel: + 244 923 302 851 – + 244 932 227 609 
Email: rasgadosjazzclub@gmail.com 
facebook.com/rasgadosjazzclub 
Comissário 
Valdemiro Saturnino e Oliveira 
José António Tavares 
Textos 
Adérito Areias 
Cristóvão Kajibanga 
Francisco Rasgado 
Paula Russa 
Joaquim Pedro Teixeira “Tshombé” 
Designer e paginação 
Oliveira &Ligeiro Lda 
Apoio Técnico 
Pedro Chitunguila 
Impressão 
Oliveira & Ligeiro Lda 
- Emancil 
- Repinta, Lda 
- Benguela Construções, Lda 
- Nexia, Lda 
- Restaurante Bar Tropical 
- A Tasca 
- Jornal ChelaPress 
- Jornal de Angola 
- T.P.A – Benguela 
- R.N.A – Emissora de Benguela 
- Angop 
- T.VZimbo 
- Rádio Mais 
- Rádio Morena 
Núcleo de Jovens Pintores 
Na eventualidade de ter sido omitido alguma das entidades ou organismos que de 
algum modo tenham dado o seu contributo, manifesto as minhas sinceras 
desculpas. 
Os meus melhores agradecimentos pela compreensão. 
Abias Ukuma
Mensagem 
Aos meus filhos e esposa, amigos, 
fãs e admiradores das artes. 
Um kandando do tamanho 
de Benguela 
Abias Ukuma 
Agradecimentos 
O artista plástico Abias Ukuma, agradece a todas entidades singulares e 
particulares, pública e estatais e a todos quantos directa ou indiretamente 
contribuíram para a realização e êxito desta exposição. 
Exmo. Engº Isaac Maria dos Anjos 
Governador da Província de Benguela 
Exmo. Sr. Aderito Saramago Areias Pereira 
Presidente do Grupo Aderito Areias 
Exmo. Sr. Henrique Calenga 
Presidente do Concelho de Administração da Empresa de Aguas e Saneamento 
do Lobito 
- Administração Municipal da Baía Farta 
- Administração Municipal de Benguela 
- Cuca – Soba Catumbela 
- G.B – Consultores Reunidos 
- Carlos Freitas 
- Grupo C.A.B 
- Restaurante Tudo na Brasa 
- Grupo O Escondidinho 
- Sulcarnes 
- Restaurante Ferro Velho 
- Kalu - Car
Nota de Abertura 
Adérito Areias 
Arte Jazz 
Coube-me o privilégio de tecer algumas palavras alusivas a esta iniciativa, o que faço com todo o gosto. 
A arte sempre teve a importância devida em cada uma das épocas da história da humanidade. E hoje não é 
diferente. Em nossos dias ela tem o seu papel fundamental para expressar sentimentos sejam eles quais forem, 
através do teatro, da TV, do cinema e da literatura. 
A arte pode ter muitos papeis: pode fortalecer a identidade cultural, pode ampliar a visão do mundo, pode e deve 
integrar-se com outras áreas de conhecimento. A arte constantemente abre portas para um caminho onde o 
impossível não existe. 
Trabalhar a arte dá possibilidades de improvisar, transformar, ir além da superficialidade, entrelaçar os 
conhecimentos, em suma, entrar no terreno criativo da condição humana. 
A emoção geradora da arte ou a que esta nos transmite é tanto mais funda, mais universal, quanto mais artista for o 
homem, seu criador, seu intérprete ou espectador. 
Cada forma de arte deve-nos comover pelos seus meios directos de expressão e neles e por eles arrebatar-nos até ao 
limite do infinito. E isto só é possível conseguir se não houver barreiras, se não houver fundamentalismos, nem 
ideologias redutoras do pensamento e da criatividade, deixando a arte mergulhar profundo no inconsciente da 
humanidade. 
por isso, na construção desse caminho há que saber 
estar sempre do lado da construção, da edificação do 
desenvolvimento humano. 
Que a arte seja fiel a si mesma, renunciando ao 
particular e fazendo cessar por instantes a dolorosa 
tragédia do espírito humano desvairado do grande 
exílio da separação do Todo, e nos transporta pelos 
sentimentos vagos das formas, das cores, dos sons, 
dos tactos e dos sabores à nossa gloriosa fusão no 
Universo. 
Deixo aqui expresso o meu voto a que outra 
iniciativas se sigam a esta com a mesma vivacidade e 
harmonia com que as cores do arco iris nos apelam a 
contemplar a magia deste lugar a que chamamos 
Terra. 
Desejo a todos um interessante e prazeroso encontro 
com a pintura de Abias.
Abias, o pintor da Galeria do Jazz do Rasgado's Jazz Club 
Inspirando-se nas figuras internacionais e nacionais do mundo do jazz pintadas por si, Abias 
Kayenga Ukuma vai inaugurar a sua primeira exposição individual de originais em ambiente de 
festa. O espaço escolhido foi o Rasgado's Jazz Club, na Baía Azul, município da Baía Farta – 
Benguela, onde certamente irá receber artistas e amigos, entre eles Dumilde Rangel e Armando 
da Cruz Neto, ex- governadores da província de 
Benguela, e Carlos Freitas, ex-director do 
P.R.U.A.L.B e ex-vice-governador de Benguela, 
Henrique Calenga, ex-director do Plano do 
governo de Benguela, ex-vice-governador de 
Benguela e actualmente Presidente do Conselho 
de Administração da Empresa de Águas e 
Saneamento do Lobito, Zacarias Camwenho, ex-director 
do Urbanismo e Ordenamento do Território, Paula Russa, escritora, docente e 
investigadora cientifica, Tshombé, pintor, Mário Kajibanga, Director Provincial da Cultura em 
Benguela. Adérito Areias, rei do sal, Rosário de Fátima Borrego, Sérgio Rasgado, Aurora Carlos, 
Jorge Arrulo, Jorge Gabriel, Carlos Flora Ramos, Paulo Flora, João Cortês, Galvão Branco, General 
N'Zumbi, Álvaro Eugénio, Dudu Peres, Brigadeiro Pascoal, Túlio Lopes Cordeiro, Belito Xavier, 
Miguel Maquina, José António Tavares, jornalista, Alberto Jorge Leitão Lopes, procurador, Ana 
Filomena Ferreira, Aladino Correia Palege Jasse, Feliciano Rasgado, João José Bernardo, Maria 
Dulce Adelina, Valdemiro Saturnino e Oliveira, José Alberto da Silva Alves e outras mais 
individualidades. Francisco Rasgado 
Presidente do Rasgado's Jazz Club 
PREÇOS DOS QUADROS 
1-Paz agarrada ------------------------------------------------------ 200.000,00 AKZ 
2-Festas das Caviyulas --------------------------------------------- 200.000,00 AKZ 
3-Pensando no futuro ---------------------------------------------- 150.000,00 AKZ 
4-No Kimbo ----------------------------------------------------------- 150.000,00 AKZ 
5-Paz no namoro ----------------------------------------------------- 100.000,00 AKZ 
6-Mulher do Kimbo -------------------------------------------------- 100.000,00 AKZ 
7-Água é vida ----------------------------------------------------------- 100.000,00 AKZ 
8-Moscar partida ------------------------------------------------------ 100.000,00 AKZ 
9-Lua de mel ------------------------------------------------------------ 100.000,00 AKZ 
10-Longa caminhada -------------------------------------------------- 100.000,00 AKZ 
11-Havemos de voltar ------------------------------------------------ 140.000,00 AKZ 
12-O banho de Sol (Baía Azul) -------------------------------------- 100.000,00 AKZ 
13-Libertem África ---------------------------------------------------- 130.000,00 AKZ 
14-A fonte da vida ----------------------------------------------------- 140.000,00 AKZ 
15-A jovem mucubal (Namibe) ------------------------------------- 100.000,00 AKZ 
16-Angola ontem, Angola hoje ------------------------------------- 100.000,00 AKZ 
17-Ikulyovaso ---------------------------------------------------------- 100.000,00 AKZ 
18-Jazz art --------------------------------------------------------------- 500.000,00 AKZ
O Pintor Das Acácias Rubras 
A exposição do pintor Abias Kayenga Ukuma, conhecido pela 
sua versatilidade no mundo artístico, há muito esperada pelo 
público de Benguela será integrada na inauguração do Rasgado's 
Jazz Club. 
Abias Kayenga Ukuma nasceu na aldeia de Kassareia, município 
de Bailundo, Província do Huambo, em 1969. 
Fez os estudos primários e secundários em Benguela. 
Pintor autodidacta, é membro fundador do Núcleo de Jovens 
Pintores de Benguela. 
Em 1986 participou na execução de alguns painéis publicitários 
na antiga secção de desenho e propaganda do Comité Provincial 
do MPLA em Benguela e na UNAP (União Nacional dos Artistas 
Plásticos). 
Desde 1990 que expõe em Angola e Portugal as suas obras, 
tendo realizado 5 mostras individuais e 20 colectivas. 
Prémios 
1990: 2º Lugar do prémio alusivo ao 17 de Setembro 
1995: 1º e 2º Lugares do Prémio Prualb, no concurso sobre o meio ambiente. 
1997: 2º Lugar do Prémio Pruarb, no concurso sobre o meio ambiente. 
Tem obras representadas em colecções particulares em Angola, Portugal, França, Espanha, 
Estados Unidos, Inglaterra, Finlândia, Suécia e Alemanha. 
A exposição de pintura em óleo sobre tela de Abias, retrata a realidade social e o amor. Abias, 
revelando-se um pintor com verdadeiro labor na arte de pintar a vida, consegue, com esta obra, 
romper com algumas normas tradicionais. 
Abias disse que esta foi a melhor forma que encontrou para mostrar algumas das suas melhores 
obras, com uma “Vernisage” algo diferente do habitual. 
E mais, segundo Abias, com esta exposição vê os seus créditos reconfirmados e o seu trabalho 
valorizado, desta feita, pelas mãos do Rasgado's Jazz Cub. 
Os quadros reunidos para esta exposição são de uma importância extrema, pois acompanham 
todo percurso artístico de Abias, dono de uma vasta e plurifacetada obra em óleo sobre tela. 
Francisco Rasgado 
Director do Jornal ChelaPress 
Nesse esforço de mostrar a 
sua poesia na tela já fez duas 
e x p o s i ç õ e s i n d i v i d u a i s , 1 5 
colectivas nacionais e 2 colectivas 
internacionais (Palácio de Valência, 
Sintra – Portugal, Pousada da 
J u v e n t u d e e M o v i m e n t o – 
Portugal). Já ganhou 3 prémios: 
2º lugar concurso alusivo ao 17 de 
Setembro, 1990 
1º e 2º lugares no concurso sobre o 
meio ambiente, PRUALB1995 
2º lugar concurso sobre meio 
ambiente 1997 
É dessa figura que hoje 
recebemos a proposta de Paz para 
Todos, um desejo expresso na tela 
para que cada um a seu jeito, no seu 
recanto, possa influenciar o seu 
próximo na preservação desse bem 
maior para o ser humano e assim 
conseguir restituir as fogueiras 
“roubadas” a muitos de nós, certos 
de que desta forma o aprendizado 
sobre “as coisas de sonho e 
liberdade” se efectuarão em Paz! 
Bem Haja Abias 
Mário Kajibanga 
Director Provincial da Cultura – 
Benguela
ABIAS CAYENGA 
O ARTISTA DAS MULTICORES 
A arte nada mais é senão a interpretação de uma realidade 
experimentada através dos órgãos dos sentidos por alguém, 
ora por si mesmo como ser singular, ora por outros. Uma 
realidade boa, ruim, bonita e até mesmo feia, absorvida por 
um simples olhar, ou um simples e singelo tocar de dedos, ou 
ainda um simples escutar de sussurros... que para a maioria 
pode não significar absolutamente nada, mas que para uns e 
outros pode ser fonte de inspiração do belo, do impossível imaginário, após processada de forma 
inteligente no intelecto do artista. 
Todos os homens, como seres racionais que são, experimentam realidades diversas ao 
longo da sua vida, porém, apenas muito poucos possuem a sabedoria e a destreza de discernir 
tais realidades práticas e transportá-las do abstracto ao concreto permitindo a muitos viverem 
internamente misturas inexplicáveis de emoções e sentimentos que nos levam para além do 
imaginário. 
Abias Cayenga Ucuma, humilde e simples cidadão de Benguela, embora não tenha 
nascido nesta cidade, nela aprendeu a aperfeiçoar o seu dom nato, aos olhos de muitos não é 
senão um “pobre homem” da periferia, que virou agente policial por necessidade de 
sobrevivência. Para os que profundamente o conhecem e com ele convivem todos os dias, como 
eu, desde tenra idade, desde os primeiros momentos, 1986, em que com sua mão “canhota” de 
artista começou a traçar esboços e a misturar cores quentes, frias, neutras, primárias e 
secundárias, ele é dos poucos que teve a sorte de lhe ser dado, ainda quando embrião, o exercício 
das pinceladas, tornando-o muito para além de um simples artista, ou como muitos dizem, um 
simples pintor de rostos, paisagens, animais, plantas... 
Com dupla personalidade, uma como agente da Polícia Nacional Angolana, na qual Abias 
se entrega diariamente fora do mundo das cores, com profissionalismo, disciplina e rigor, por 
hábito adquirido nos anos de incorporação; outra na qual ele se identifica como verdadeiro 
artista, um dos membros das Artes Plásticas da província de Benguela e quiçá do país, que tenta 
buscar, no que há à sua volta, inspirações que sejam a razão do seu real e imaginário mundo de 
cores. 
Paz Para Todos 
O aprendizado seja sobre o que for pode ser feito de várias 
maneiras. Em África, na maioria das vezes, é pela pratica. Os filhos 
acompanham e observam o fazer dos pais e assim mesmo adquirem 
a habilidade almejada por eles ou pelos pais. Nos tempos que 
correm isso se faz sob forma dual, pois existe um sistema formal de 
ensino, que amiúde vai suprindo as necessidades de instrução e 
educação da sociedade angolana em cooperação com outras 
instituições. 
Os poetas vaticinam muitas coisas, são mestres nos discursos 
do amor, da amargura, do trabalho, da coragem, dos sonhos e 
também do patriotismo, pois já disseram que é a volta da fogueira 
que se aprendem “as coisas de sonho e de liberdade” mas uns por 
vezes “não conheceram” a fogueira, porque a guerra ceifou os seus e em consequência 
cresceram e temperaram-se sozinhos e nem por isso deixaram de saber sobre os sonhos e a 
liberdade... 
E nisso de sonhos e liberdade vem a tona a figura do Abias Kayenga Ukuma, um nome 
como um outro qualquer, assim só de ouvir falar ou mesmo de o ver calado, mas que cala 
quando o vemos fazer. Ele não veio despropositado. Ele é artista plástico e faz poesia na tela tal 
como definiu o grande artista Leonardo de Vinci: “poesia é pintura que se vê”. Ele tem muitos 
poemas assim e que nasceram de si mesmo. 
Nasceu a 20 de Setembro de 1969, na aldeia de Kassareia, município do Bailundo, 
província do Huambo. Fez os estudos primários e secundários em Benguela. Começou a estar “à 
volta da fogueira” em 1986 na secção de desenho e propaganda do Comité Provincial do 
M.P.L.A, onde entendeu que podia também contribuir para a formação do homem novo através 
do despertar das emoções com aquilo que lhe vinha na alma, pintar, tendo para isso 
aperfeiçoado as técnicas inerentes à pintura, com as quais participou na elaboração de painéis 
publicitários e também na execução de suas obras que já andaram pelo mundo fora, a exemplo 
de Portugal, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Finlândia, Suécia e em coleções particulares.
As obras de Abias Kayenga Ukuma, jovem pintor 
autodidacta, são interessantes e multifacetadas; com paisagens 
cheias de vida, retratos bem como pinturas abstractas inspiradas 
pela nostalgia da cultura da região. 
O pintor não procura imitar a maneira dos grandes 
pintores, nem precisa de o fazer. Ele possui o seu próprio 
caminho, o seu próprio estilo, diferente na destreza, que atrai, 
ficando gravado na memória e não deixa ninguém impassível... 
Uma das obras mais salientes é «A dança na aldeia a 
madrugada”, interessante na expressão da luz da madrugada e o 
esbater do branco junto dos chocalhos amarrados nas canelas ao 
deslizar da dança dos caviúlas. 
Estes quadros contêm em si a simbiose dialéctica entre o 
mundo (in concreto) e o mundo artístico... entre o real e o fantástico e quero acreditar que este 
gesto constitui um passo seguro rumo à descoberta da “fisionomia artístico-cultural” da urbe 
em que vivemos... 
Tudo isso são símbolos, fazem pensar e até crer que os talentos da actual geração 
incrementarão esforços de forma a influenciar o gosto para executar as mais importantes 
encomendas culturais. 
Assim, a mestria do pintor reside precisamente em obrigar-nos a parar e observar os 
valores que identificam a sua actual fase de desenvolvimento como reflexo da vitalidade, 
combinação e harmonia na procura de perfeição. 
Neste contexto, parafraseamos o camarada Presidente da República quando dizia: 
“Sendo a diversidade a grande riqueza da nossa cultura, é talvez no campo da criação, mais do 
que em qualquer outro sector de actividade, que os actores e os agentes da cultura se 
distinguem uns dos outros por méritos próprios, isto é pela qualidade e importância que a 
sociedade reconhece na sua obra”. 
Neste sentido todas as imagens são reais. Elas têm vidas, nas nossas vidas e parecem 
estar a gritar! 
Joaquim Pedro Teixeira “Tshombé”– Representante da U.N.A.P.- Benguela 
Com a alma, movido pelo sentimento profundo de amor, de paixão e de entrega, vindos do 
mais recôndito si, ao que melhor sabe fazer, Abias Cayanga, pinta e repinta nas telas, na mente e 
no coração de quem consome a sua arte, o reflexo de si mesmo: a sua humildade e simplicidade, 
a capacidade, a sua destreza e sapiência, a sua facilidade de transformar o imaginário negro no 
real colorido e luzidio, que o tornam 
único e exclusivo no seu estilo peculiar. 
Um estilo perfeito que o identifica, 
onde mesmo o esborratado, com o 
pincel, é transformado e modificado 
para belo. 
S u a a r t e m u l t i f a c e t a d a , 
espalhada pelo mundo, pois Abias é um 
artista de mão cheia, procurado mesmo 
por desconhecidos, pelo que faz e 
muito bem feito, demonstram a sua 
preferência por telas de tamanho 
“gigante”, como a sua alma de homem 
digno, nas quais, como “poemas 
visuais”, ele destaca de forma colorida 
e duma beleza perfeita, de entre muitos temas, elementos da cultura do seu próprio povo, os 
seus hábitos e costumes que, talvez, os seus olhos e ouvidos atentos de angolano/africano 
experimentem no seu dia-a-dia. 
Sem dúvida, nem medo de errar, e, pelo que conheço da trajetória artística e do “eu” de 
Abias Cayenga, que, como ser humano que é, teve momentos de altos e baixos, quer na vida 
profissional, quer na artística e na pessoal e os superou, ele é, com seus defeitos e suas 
qualidades, um poeta, um sonhador, um transformador dos sonhos alheios... que, com o 
cavalete, o pincel, as tintas e uma simples tela de pano dá vida e beleza até mesmo ao impossível. 
Ele é o artista das multicores. 
Paula Russa 
(Escritora, Docente e Investigadora Científica) 
Parem, Meditem, Lembrem, Admirem! Isto é Vida

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Agenda Cultural de Março
 

Arte Jazz Paz Para Todos

  • 1. Arte, Jazz, Paz para todos Exposição de Artes Plásticas De 19 a 20 de Dezembro de 2014 das 18H00 as 21H00 Rasgado's Jazz Club Mansão Mária Máxima Boavida SALINAS CALOMBOLO Baía Azul – Município da Baía Farta – Benguela Rasgado’s Jazz Club CUCA - SOBA CATUMBELA
  • 2. Ficha técnica Produção e Fotografia Rasgado's Jazz Club Tel: + 244 923 302 851 – + 244 932 227 609 Email: rasgadosjazzclub@gmail.com facebook.com/rasgadosjazzclub Comissário Valdemiro Saturnino e Oliveira José António Tavares Textos Adérito Areias Cristóvão Kajibanga Francisco Rasgado Paula Russa Joaquim Pedro Teixeira “Tshombé” Designer e paginação Oliveira &Ligeiro Lda Apoio Técnico Pedro Chitunguila Impressão Oliveira & Ligeiro Lda - Emancil - Repinta, Lda - Benguela Construções, Lda - Nexia, Lda - Restaurante Bar Tropical - A Tasca - Jornal ChelaPress - Jornal de Angola - T.P.A – Benguela - R.N.A – Emissora de Benguela - Angop - T.VZimbo - Rádio Mais - Rádio Morena Núcleo de Jovens Pintores Na eventualidade de ter sido omitido alguma das entidades ou organismos que de algum modo tenham dado o seu contributo, manifesto as minhas sinceras desculpas. Os meus melhores agradecimentos pela compreensão. Abias Ukuma
  • 3. Mensagem Aos meus filhos e esposa, amigos, fãs e admiradores das artes. Um kandando do tamanho de Benguela Abias Ukuma Agradecimentos O artista plástico Abias Ukuma, agradece a todas entidades singulares e particulares, pública e estatais e a todos quantos directa ou indiretamente contribuíram para a realização e êxito desta exposição. Exmo. Engº Isaac Maria dos Anjos Governador da Província de Benguela Exmo. Sr. Aderito Saramago Areias Pereira Presidente do Grupo Aderito Areias Exmo. Sr. Henrique Calenga Presidente do Concelho de Administração da Empresa de Aguas e Saneamento do Lobito - Administração Municipal da Baía Farta - Administração Municipal de Benguela - Cuca – Soba Catumbela - G.B – Consultores Reunidos - Carlos Freitas - Grupo C.A.B - Restaurante Tudo na Brasa - Grupo O Escondidinho - Sulcarnes - Restaurante Ferro Velho - Kalu - Car
  • 4. Nota de Abertura Adérito Areias Arte Jazz Coube-me o privilégio de tecer algumas palavras alusivas a esta iniciativa, o que faço com todo o gosto. A arte sempre teve a importância devida em cada uma das épocas da história da humanidade. E hoje não é diferente. Em nossos dias ela tem o seu papel fundamental para expressar sentimentos sejam eles quais forem, através do teatro, da TV, do cinema e da literatura. A arte pode ter muitos papeis: pode fortalecer a identidade cultural, pode ampliar a visão do mundo, pode e deve integrar-se com outras áreas de conhecimento. A arte constantemente abre portas para um caminho onde o impossível não existe. Trabalhar a arte dá possibilidades de improvisar, transformar, ir além da superficialidade, entrelaçar os conhecimentos, em suma, entrar no terreno criativo da condição humana. A emoção geradora da arte ou a que esta nos transmite é tanto mais funda, mais universal, quanto mais artista for o homem, seu criador, seu intérprete ou espectador. Cada forma de arte deve-nos comover pelos seus meios directos de expressão e neles e por eles arrebatar-nos até ao limite do infinito. E isto só é possível conseguir se não houver barreiras, se não houver fundamentalismos, nem ideologias redutoras do pensamento e da criatividade, deixando a arte mergulhar profundo no inconsciente da humanidade. por isso, na construção desse caminho há que saber estar sempre do lado da construção, da edificação do desenvolvimento humano. Que a arte seja fiel a si mesma, renunciando ao particular e fazendo cessar por instantes a dolorosa tragédia do espírito humano desvairado do grande exílio da separação do Todo, e nos transporta pelos sentimentos vagos das formas, das cores, dos sons, dos tactos e dos sabores à nossa gloriosa fusão no Universo. Deixo aqui expresso o meu voto a que outra iniciativas se sigam a esta com a mesma vivacidade e harmonia com que as cores do arco iris nos apelam a contemplar a magia deste lugar a que chamamos Terra. Desejo a todos um interessante e prazeroso encontro com a pintura de Abias.
  • 5. Abias, o pintor da Galeria do Jazz do Rasgado's Jazz Club Inspirando-se nas figuras internacionais e nacionais do mundo do jazz pintadas por si, Abias Kayenga Ukuma vai inaugurar a sua primeira exposição individual de originais em ambiente de festa. O espaço escolhido foi o Rasgado's Jazz Club, na Baía Azul, município da Baía Farta – Benguela, onde certamente irá receber artistas e amigos, entre eles Dumilde Rangel e Armando da Cruz Neto, ex- governadores da província de Benguela, e Carlos Freitas, ex-director do P.R.U.A.L.B e ex-vice-governador de Benguela, Henrique Calenga, ex-director do Plano do governo de Benguela, ex-vice-governador de Benguela e actualmente Presidente do Conselho de Administração da Empresa de Águas e Saneamento do Lobito, Zacarias Camwenho, ex-director do Urbanismo e Ordenamento do Território, Paula Russa, escritora, docente e investigadora cientifica, Tshombé, pintor, Mário Kajibanga, Director Provincial da Cultura em Benguela. Adérito Areias, rei do sal, Rosário de Fátima Borrego, Sérgio Rasgado, Aurora Carlos, Jorge Arrulo, Jorge Gabriel, Carlos Flora Ramos, Paulo Flora, João Cortês, Galvão Branco, General N'Zumbi, Álvaro Eugénio, Dudu Peres, Brigadeiro Pascoal, Túlio Lopes Cordeiro, Belito Xavier, Miguel Maquina, José António Tavares, jornalista, Alberto Jorge Leitão Lopes, procurador, Ana Filomena Ferreira, Aladino Correia Palege Jasse, Feliciano Rasgado, João José Bernardo, Maria Dulce Adelina, Valdemiro Saturnino e Oliveira, José Alberto da Silva Alves e outras mais individualidades. Francisco Rasgado Presidente do Rasgado's Jazz Club PREÇOS DOS QUADROS 1-Paz agarrada ------------------------------------------------------ 200.000,00 AKZ 2-Festas das Caviyulas --------------------------------------------- 200.000,00 AKZ 3-Pensando no futuro ---------------------------------------------- 150.000,00 AKZ 4-No Kimbo ----------------------------------------------------------- 150.000,00 AKZ 5-Paz no namoro ----------------------------------------------------- 100.000,00 AKZ 6-Mulher do Kimbo -------------------------------------------------- 100.000,00 AKZ 7-Água é vida ----------------------------------------------------------- 100.000,00 AKZ 8-Moscar partida ------------------------------------------------------ 100.000,00 AKZ 9-Lua de mel ------------------------------------------------------------ 100.000,00 AKZ 10-Longa caminhada -------------------------------------------------- 100.000,00 AKZ 11-Havemos de voltar ------------------------------------------------ 140.000,00 AKZ 12-O banho de Sol (Baía Azul) -------------------------------------- 100.000,00 AKZ 13-Libertem África ---------------------------------------------------- 130.000,00 AKZ 14-A fonte da vida ----------------------------------------------------- 140.000,00 AKZ 15-A jovem mucubal (Namibe) ------------------------------------- 100.000,00 AKZ 16-Angola ontem, Angola hoje ------------------------------------- 100.000,00 AKZ 17-Ikulyovaso ---------------------------------------------------------- 100.000,00 AKZ 18-Jazz art --------------------------------------------------------------- 500.000,00 AKZ
  • 6. O Pintor Das Acácias Rubras A exposição do pintor Abias Kayenga Ukuma, conhecido pela sua versatilidade no mundo artístico, há muito esperada pelo público de Benguela será integrada na inauguração do Rasgado's Jazz Club. Abias Kayenga Ukuma nasceu na aldeia de Kassareia, município de Bailundo, Província do Huambo, em 1969. Fez os estudos primários e secundários em Benguela. Pintor autodidacta, é membro fundador do Núcleo de Jovens Pintores de Benguela. Em 1986 participou na execução de alguns painéis publicitários na antiga secção de desenho e propaganda do Comité Provincial do MPLA em Benguela e na UNAP (União Nacional dos Artistas Plásticos). Desde 1990 que expõe em Angola e Portugal as suas obras, tendo realizado 5 mostras individuais e 20 colectivas. Prémios 1990: 2º Lugar do prémio alusivo ao 17 de Setembro 1995: 1º e 2º Lugares do Prémio Prualb, no concurso sobre o meio ambiente. 1997: 2º Lugar do Prémio Pruarb, no concurso sobre o meio ambiente. Tem obras representadas em colecções particulares em Angola, Portugal, França, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Finlândia, Suécia e Alemanha. A exposição de pintura em óleo sobre tela de Abias, retrata a realidade social e o amor. Abias, revelando-se um pintor com verdadeiro labor na arte de pintar a vida, consegue, com esta obra, romper com algumas normas tradicionais. Abias disse que esta foi a melhor forma que encontrou para mostrar algumas das suas melhores obras, com uma “Vernisage” algo diferente do habitual. E mais, segundo Abias, com esta exposição vê os seus créditos reconfirmados e o seu trabalho valorizado, desta feita, pelas mãos do Rasgado's Jazz Cub. Os quadros reunidos para esta exposição são de uma importância extrema, pois acompanham todo percurso artístico de Abias, dono de uma vasta e plurifacetada obra em óleo sobre tela. Francisco Rasgado Director do Jornal ChelaPress Nesse esforço de mostrar a sua poesia na tela já fez duas e x p o s i ç õ e s i n d i v i d u a i s , 1 5 colectivas nacionais e 2 colectivas internacionais (Palácio de Valência, Sintra – Portugal, Pousada da J u v e n t u d e e M o v i m e n t o – Portugal). Já ganhou 3 prémios: 2º lugar concurso alusivo ao 17 de Setembro, 1990 1º e 2º lugares no concurso sobre o meio ambiente, PRUALB1995 2º lugar concurso sobre meio ambiente 1997 É dessa figura que hoje recebemos a proposta de Paz para Todos, um desejo expresso na tela para que cada um a seu jeito, no seu recanto, possa influenciar o seu próximo na preservação desse bem maior para o ser humano e assim conseguir restituir as fogueiras “roubadas” a muitos de nós, certos de que desta forma o aprendizado sobre “as coisas de sonho e liberdade” se efectuarão em Paz! Bem Haja Abias Mário Kajibanga Director Provincial da Cultura – Benguela
  • 7. ABIAS CAYENGA O ARTISTA DAS MULTICORES A arte nada mais é senão a interpretação de uma realidade experimentada através dos órgãos dos sentidos por alguém, ora por si mesmo como ser singular, ora por outros. Uma realidade boa, ruim, bonita e até mesmo feia, absorvida por um simples olhar, ou um simples e singelo tocar de dedos, ou ainda um simples escutar de sussurros... que para a maioria pode não significar absolutamente nada, mas que para uns e outros pode ser fonte de inspiração do belo, do impossível imaginário, após processada de forma inteligente no intelecto do artista. Todos os homens, como seres racionais que são, experimentam realidades diversas ao longo da sua vida, porém, apenas muito poucos possuem a sabedoria e a destreza de discernir tais realidades práticas e transportá-las do abstracto ao concreto permitindo a muitos viverem internamente misturas inexplicáveis de emoções e sentimentos que nos levam para além do imaginário. Abias Cayenga Ucuma, humilde e simples cidadão de Benguela, embora não tenha nascido nesta cidade, nela aprendeu a aperfeiçoar o seu dom nato, aos olhos de muitos não é senão um “pobre homem” da periferia, que virou agente policial por necessidade de sobrevivência. Para os que profundamente o conhecem e com ele convivem todos os dias, como eu, desde tenra idade, desde os primeiros momentos, 1986, em que com sua mão “canhota” de artista começou a traçar esboços e a misturar cores quentes, frias, neutras, primárias e secundárias, ele é dos poucos que teve a sorte de lhe ser dado, ainda quando embrião, o exercício das pinceladas, tornando-o muito para além de um simples artista, ou como muitos dizem, um simples pintor de rostos, paisagens, animais, plantas... Com dupla personalidade, uma como agente da Polícia Nacional Angolana, na qual Abias se entrega diariamente fora do mundo das cores, com profissionalismo, disciplina e rigor, por hábito adquirido nos anos de incorporação; outra na qual ele se identifica como verdadeiro artista, um dos membros das Artes Plásticas da província de Benguela e quiçá do país, que tenta buscar, no que há à sua volta, inspirações que sejam a razão do seu real e imaginário mundo de cores. Paz Para Todos O aprendizado seja sobre o que for pode ser feito de várias maneiras. Em África, na maioria das vezes, é pela pratica. Os filhos acompanham e observam o fazer dos pais e assim mesmo adquirem a habilidade almejada por eles ou pelos pais. Nos tempos que correm isso se faz sob forma dual, pois existe um sistema formal de ensino, que amiúde vai suprindo as necessidades de instrução e educação da sociedade angolana em cooperação com outras instituições. Os poetas vaticinam muitas coisas, são mestres nos discursos do amor, da amargura, do trabalho, da coragem, dos sonhos e também do patriotismo, pois já disseram que é a volta da fogueira que se aprendem “as coisas de sonho e de liberdade” mas uns por vezes “não conheceram” a fogueira, porque a guerra ceifou os seus e em consequência cresceram e temperaram-se sozinhos e nem por isso deixaram de saber sobre os sonhos e a liberdade... E nisso de sonhos e liberdade vem a tona a figura do Abias Kayenga Ukuma, um nome como um outro qualquer, assim só de ouvir falar ou mesmo de o ver calado, mas que cala quando o vemos fazer. Ele não veio despropositado. Ele é artista plástico e faz poesia na tela tal como definiu o grande artista Leonardo de Vinci: “poesia é pintura que se vê”. Ele tem muitos poemas assim e que nasceram de si mesmo. Nasceu a 20 de Setembro de 1969, na aldeia de Kassareia, município do Bailundo, província do Huambo. Fez os estudos primários e secundários em Benguela. Começou a estar “à volta da fogueira” em 1986 na secção de desenho e propaganda do Comité Provincial do M.P.L.A, onde entendeu que podia também contribuir para a formação do homem novo através do despertar das emoções com aquilo que lhe vinha na alma, pintar, tendo para isso aperfeiçoado as técnicas inerentes à pintura, com as quais participou na elaboração de painéis publicitários e também na execução de suas obras que já andaram pelo mundo fora, a exemplo de Portugal, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Finlândia, Suécia e em coleções particulares.
  • 8. As obras de Abias Kayenga Ukuma, jovem pintor autodidacta, são interessantes e multifacetadas; com paisagens cheias de vida, retratos bem como pinturas abstractas inspiradas pela nostalgia da cultura da região. O pintor não procura imitar a maneira dos grandes pintores, nem precisa de o fazer. Ele possui o seu próprio caminho, o seu próprio estilo, diferente na destreza, que atrai, ficando gravado na memória e não deixa ninguém impassível... Uma das obras mais salientes é «A dança na aldeia a madrugada”, interessante na expressão da luz da madrugada e o esbater do branco junto dos chocalhos amarrados nas canelas ao deslizar da dança dos caviúlas. Estes quadros contêm em si a simbiose dialéctica entre o mundo (in concreto) e o mundo artístico... entre o real e o fantástico e quero acreditar que este gesto constitui um passo seguro rumo à descoberta da “fisionomia artístico-cultural” da urbe em que vivemos... Tudo isso são símbolos, fazem pensar e até crer que os talentos da actual geração incrementarão esforços de forma a influenciar o gosto para executar as mais importantes encomendas culturais. Assim, a mestria do pintor reside precisamente em obrigar-nos a parar e observar os valores que identificam a sua actual fase de desenvolvimento como reflexo da vitalidade, combinação e harmonia na procura de perfeição. Neste contexto, parafraseamos o camarada Presidente da República quando dizia: “Sendo a diversidade a grande riqueza da nossa cultura, é talvez no campo da criação, mais do que em qualquer outro sector de actividade, que os actores e os agentes da cultura se distinguem uns dos outros por méritos próprios, isto é pela qualidade e importância que a sociedade reconhece na sua obra”. Neste sentido todas as imagens são reais. Elas têm vidas, nas nossas vidas e parecem estar a gritar! Joaquim Pedro Teixeira “Tshombé”– Representante da U.N.A.P.- Benguela Com a alma, movido pelo sentimento profundo de amor, de paixão e de entrega, vindos do mais recôndito si, ao que melhor sabe fazer, Abias Cayanga, pinta e repinta nas telas, na mente e no coração de quem consome a sua arte, o reflexo de si mesmo: a sua humildade e simplicidade, a capacidade, a sua destreza e sapiência, a sua facilidade de transformar o imaginário negro no real colorido e luzidio, que o tornam único e exclusivo no seu estilo peculiar. Um estilo perfeito que o identifica, onde mesmo o esborratado, com o pincel, é transformado e modificado para belo. S u a a r t e m u l t i f a c e t a d a , espalhada pelo mundo, pois Abias é um artista de mão cheia, procurado mesmo por desconhecidos, pelo que faz e muito bem feito, demonstram a sua preferência por telas de tamanho “gigante”, como a sua alma de homem digno, nas quais, como “poemas visuais”, ele destaca de forma colorida e duma beleza perfeita, de entre muitos temas, elementos da cultura do seu próprio povo, os seus hábitos e costumes que, talvez, os seus olhos e ouvidos atentos de angolano/africano experimentem no seu dia-a-dia. Sem dúvida, nem medo de errar, e, pelo que conheço da trajetória artística e do “eu” de Abias Cayenga, que, como ser humano que é, teve momentos de altos e baixos, quer na vida profissional, quer na artística e na pessoal e os superou, ele é, com seus defeitos e suas qualidades, um poeta, um sonhador, um transformador dos sonhos alheios... que, com o cavalete, o pincel, as tintas e uma simples tela de pano dá vida e beleza até mesmo ao impossível. Ele é o artista das multicores. Paula Russa (Escritora, Docente e Investigadora Científica) Parem, Meditem, Lembrem, Admirem! Isto é Vida