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CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO



           FERNANDA COSTA PEREIRA




GENTILEZA URBANA – OUTRO FOCO SOBRE A CIDADE DE
                  FORTALEZA
INTRODUÇÃO


• A cidade é objeto da produção de imagens e discursos que se colocam
  no lugar da materialidade e do social e os representam. Assim, a cidade
  é um fenômeno que se revela pela percepção de emoções e sentimentos
  dados pelo viver urbano e também pela expressão de utopias, de
  esperanças, de desejos e medos, individuais e coletivos, que esse habitar
  em proximidade propicia. (Sandra Pesavento em Cidades visíveis,
  cidades sensíveis, cidades imaginárias.)




• O cidadão tende a perder a sensibilidade para manter o olhar crítico
  sobre a cidade onde vive, por conta da pressa, em suas atividades diárias.
INTRODUÇÃO


•   “Acupuntura Urbana” - Jaime Lerner (arquiteto e urbanista, ex-prefeito de
    Curitiba) diz que é preciso provocar as pessoas a entender e planejar a sua
    própria cidade através de ações pontuais, como numa “acupuntura urbana”.
    Uma ação local que desperte a atenção dos habitantes cria uma nova energia
    capaz de modificar os espaços comuns, decorrente do nascimento do sentimento
    de urbanidade.



•   Documentar as pequenas gentilezas urbanas cotidianas que foram reconhecidas
    por seus próprios cidadãos - agentes modificadores do meio - e por diversos
    outros profissionais, em forma de prêmio concedido pelo Departamento do
    Ceará do Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/CE, denominado Prêmio IAB
    Gentileza Urbana.



•   Desenvolver o sentimento de urbanidade pode contribuir para melhorar o
    espaço comum.
JUSTIFICATIVA


• Chamar atenção para aquilo que perde sua obviedade ao longo
  do tempo na cidade, como a necessidade de contribuir para a
  transformação do espaço urbano.




• Transformar a cidade e os locais que sofreram intervenções
  urbanas, em possíveis objetos de estudos futuros, por meio da
  documentação fotográfica.



• Divulgar o Prêmio Gentileza Urbana.
METODOLOGIA




• Metodologia: se apoia no conceito de Gillian Rose que utiliza as
  fotografias como projeto de pesquisa. A autora defende que nas ciências
  sociais a fotografia funciona como a representação de uma sociologia
  humana.

• Livro:Visual Methodologies: An Introduction to the Interpretation of
  Visual Materials - Making photographs as part of a research project:
  photo - documentation and other uses fotos.
REFERENCIAL TEÓRICO

• A fotografia desenvolve um papel especial no estudo das sociedades e é
  contemporânea da antropologia. Ambas desenvolveram-se de acordo
  com o olhar da sociedade.




• John Coollier Jr., em Antropologia Visual: A Fotografia como método
  de Pesquisa, propõe o uso da câmera fotográfica como instrumento
  fundamental no estudo de campo. Ele destaca que as imagens auxiliam
  o pesquisador a fazer a análise dos detalhes sem que haja necessidade
  de uma volta a campo por parte do pesquisador.
REFERENCIAL TEÓRICO

• O propósito da fotografia documental é narrar uma história e para isso
  utiliza-se de imagens sequenciais, que a conferem sentido.




• A cidade, como campo de estudo antropológico, é palco para todo o tipo
  de interação de seus habitantes entre si e em espaços públicos.




• Os habitantes precisam se sentir responsáveis pelo meio urbano do qual
  desfrutam para compreenderem de melhor a coletividade e o senso de
  cooperação para o bem estar do próximo.
O PRÊMIO GENTILEZA URBANA
•   Concebido pelo departamento de Minas Gerais do Instituto de Arquitetos do
    Brasil, em 1993.


•   Premia anualmente, cidadãos e empresas privadas que, sem a participação do
    poder público, de alguma forma contribuem para uma mudança positiva no
    meio urbano.




•   Intervenções feitas nos campos da arquitetura, urbanismo e paisagismo, e
    outras iniciativas estéticas ou utilitárias que se qualifiquem como “uma
    gentileza para os cidadãos”.


•   O departamento do Ceará do Instituto dos Arquitetos do Brasil trouxe a
    premiação para o Estado em 2005.
O PRÊMIO GENTILEZA URBANA

•   A indicação ao prêmio pode ser feita pelo próprio realizador da gentileza ou por
    moradores da cidade que tenham tomado conhecimento do feito.



•   Não existe premiação em dinheiro, pois a proposta é promover a gentileza por
    meio de gestos simples.



•   Comissão julgadora é formada por profissionais das áreas de arquitetura,
    urbanismo, artes visuais, literatura, comunicação, filosofia e áreas afins.



•   Todos os outros      indicados recebem menções honrosas e além dos
    mantenedores das boas ações, os responsáveis pelas indicações também
    recebem um certificado, como forma de agradecimento pela indicação.
ENSAIO

•   Trinta fotos foram escolhidas para fazer parte do ensaio produzido em duas
    semanas de visitas aos seguintes locais:



•   Praça do Pólo de lazer da Avenida Sargento Hermínio, no Bairro Ellery;
•   Caixas de telefonia espalhadas por diversos pontos da cidade;
•   Túnel das Árvores, na Rua Monsenhor Catão, no bairro Aldeota;
•   Pinturas no muro da Universidade Federal do Ceará – UFC, na Avenida Treze
    de Maio;
•   Calçada e muro na Avenida Engenheiro Santana Júnior, no bairro Papicu;
•   Praça do Lago Jacarey, no bairro Cidade dos Funcionários;
•   Praça da Quadra 33, no bairro Cidade 2000;
•   Praça Martins Dourado, no bairro Papicu.
Praça do Pólo de lazer da Avenida Sargento Hermínio, no Bairro Ellery, que com os mosaicos na
       mureta produzidos pelos próprios moradores, foi vencedora do Prêmio em 2008
Caixas de telefonia espalhadas por diversos pontos da cidade, pintadas voluntariamente pelo artista
                   plástico Narcélio Grud, foram vencedoras do Prêmio em 2009
Túnel das Árvores, na Rua Monsenhor Catão, no bairro Aldeota, que recebeu menção honrosa em
       2008 por se destacar como um raro registro de preservação do passeio arborizado
Pinturas no muro da Universidade Federal do Ceará – UFC, na Avenida Treze de Maio, os desenhos
e gravuras são pintados por artistas e alunos do núcleo de artes plásticas do programa Bolsa Arte e
                              receberam menção honrosa em 2007;
Calçada e muro do Seu Alves, na av. Eng. Santana Jr.. Seu Alves trabalha no local há mais de 18
anos e registra suas ideias e sentimentos em forma de frases de verve filosófica. O muro e calçada
                                receberam menção honrosa em 2007
Praça do Lago Jacarey, no bairro Cidade dos Funcionários, mantida pela associação Unilago,
           formada por moradores do bairro, recebeu menção honrosa em 2006
Praça da Quadra 33, no bairro Cidade 2000, mantida pelo morador Antônio de Pádua que recebeu
                                   menção honrosa em 2006
Praça Martins Dourado, no bairro Papicu, mantida pelos moradores do entorno e demais
   frequentadores, através de contribuições mensais, vencedora do Prêmio em 2005
CONCLUSÃO

• A documentação fotográfica destes ambientes proporcionou a mesma
  relação de cumplicidade experimentada por aqueles que se sentem
  responsáveis pelos locais. Documentar estes lugares serviu para
  despertar a consciência para o poder dos registros imagéticos que, além
  de funcionarem como objeto de estudo para análises futuras, provocam
  nas pessoas que estão fazendo parte destes registros a sensação real de
  participar da história do local.




• Ao constatar que ações de gentileza provocam na sociedade uma
  espécie de despertar da consciência urbana, nos damos conta de que é
  válido todo e qualquer esforço para contribuir com a preservação do
  patrimônio urbano.

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  • 1. CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO FERNANDA COSTA PEREIRA GENTILEZA URBANA – OUTRO FOCO SOBRE A CIDADE DE FORTALEZA
  • 2. INTRODUÇÃO • A cidade é objeto da produção de imagens e discursos que se colocam no lugar da materialidade e do social e os representam. Assim, a cidade é um fenômeno que se revela pela percepção de emoções e sentimentos dados pelo viver urbano e também pela expressão de utopias, de esperanças, de desejos e medos, individuais e coletivos, que esse habitar em proximidade propicia. (Sandra Pesavento em Cidades visíveis, cidades sensíveis, cidades imaginárias.) • O cidadão tende a perder a sensibilidade para manter o olhar crítico sobre a cidade onde vive, por conta da pressa, em suas atividades diárias.
  • 3. INTRODUÇÃO • “Acupuntura Urbana” - Jaime Lerner (arquiteto e urbanista, ex-prefeito de Curitiba) diz que é preciso provocar as pessoas a entender e planejar a sua própria cidade através de ações pontuais, como numa “acupuntura urbana”. Uma ação local que desperte a atenção dos habitantes cria uma nova energia capaz de modificar os espaços comuns, decorrente do nascimento do sentimento de urbanidade. • Documentar as pequenas gentilezas urbanas cotidianas que foram reconhecidas por seus próprios cidadãos - agentes modificadores do meio - e por diversos outros profissionais, em forma de prêmio concedido pelo Departamento do Ceará do Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB/CE, denominado Prêmio IAB Gentileza Urbana. • Desenvolver o sentimento de urbanidade pode contribuir para melhorar o espaço comum.
  • 4. JUSTIFICATIVA • Chamar atenção para aquilo que perde sua obviedade ao longo do tempo na cidade, como a necessidade de contribuir para a transformação do espaço urbano. • Transformar a cidade e os locais que sofreram intervenções urbanas, em possíveis objetos de estudos futuros, por meio da documentação fotográfica. • Divulgar o Prêmio Gentileza Urbana.
  • 5. METODOLOGIA • Metodologia: se apoia no conceito de Gillian Rose que utiliza as fotografias como projeto de pesquisa. A autora defende que nas ciências sociais a fotografia funciona como a representação de uma sociologia humana. • Livro:Visual Methodologies: An Introduction to the Interpretation of Visual Materials - Making photographs as part of a research project: photo - documentation and other uses fotos.
  • 6. REFERENCIAL TEÓRICO • A fotografia desenvolve um papel especial no estudo das sociedades e é contemporânea da antropologia. Ambas desenvolveram-se de acordo com o olhar da sociedade. • John Coollier Jr., em Antropologia Visual: A Fotografia como método de Pesquisa, propõe o uso da câmera fotográfica como instrumento fundamental no estudo de campo. Ele destaca que as imagens auxiliam o pesquisador a fazer a análise dos detalhes sem que haja necessidade de uma volta a campo por parte do pesquisador.
  • 7. REFERENCIAL TEÓRICO • O propósito da fotografia documental é narrar uma história e para isso utiliza-se de imagens sequenciais, que a conferem sentido. • A cidade, como campo de estudo antropológico, é palco para todo o tipo de interação de seus habitantes entre si e em espaços públicos. • Os habitantes precisam se sentir responsáveis pelo meio urbano do qual desfrutam para compreenderem de melhor a coletividade e o senso de cooperação para o bem estar do próximo.
  • 8. O PRÊMIO GENTILEZA URBANA • Concebido pelo departamento de Minas Gerais do Instituto de Arquitetos do Brasil, em 1993. • Premia anualmente, cidadãos e empresas privadas que, sem a participação do poder público, de alguma forma contribuem para uma mudança positiva no meio urbano. • Intervenções feitas nos campos da arquitetura, urbanismo e paisagismo, e outras iniciativas estéticas ou utilitárias que se qualifiquem como “uma gentileza para os cidadãos”. • O departamento do Ceará do Instituto dos Arquitetos do Brasil trouxe a premiação para o Estado em 2005.
  • 9. O PRÊMIO GENTILEZA URBANA • A indicação ao prêmio pode ser feita pelo próprio realizador da gentileza ou por moradores da cidade que tenham tomado conhecimento do feito. • Não existe premiação em dinheiro, pois a proposta é promover a gentileza por meio de gestos simples. • Comissão julgadora é formada por profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo, artes visuais, literatura, comunicação, filosofia e áreas afins. • Todos os outros indicados recebem menções honrosas e além dos mantenedores das boas ações, os responsáveis pelas indicações também recebem um certificado, como forma de agradecimento pela indicação.
  • 10. ENSAIO • Trinta fotos foram escolhidas para fazer parte do ensaio produzido em duas semanas de visitas aos seguintes locais: • Praça do Pólo de lazer da Avenida Sargento Hermínio, no Bairro Ellery; • Caixas de telefonia espalhadas por diversos pontos da cidade; • Túnel das Árvores, na Rua Monsenhor Catão, no bairro Aldeota; • Pinturas no muro da Universidade Federal do Ceará – UFC, na Avenida Treze de Maio; • Calçada e muro na Avenida Engenheiro Santana Júnior, no bairro Papicu; • Praça do Lago Jacarey, no bairro Cidade dos Funcionários; • Praça da Quadra 33, no bairro Cidade 2000; • Praça Martins Dourado, no bairro Papicu.
  • 11. Praça do Pólo de lazer da Avenida Sargento Hermínio, no Bairro Ellery, que com os mosaicos na mureta produzidos pelos próprios moradores, foi vencedora do Prêmio em 2008
  • 12.
  • 13.
  • 14. Caixas de telefonia espalhadas por diversos pontos da cidade, pintadas voluntariamente pelo artista plástico Narcélio Grud, foram vencedoras do Prêmio em 2009
  • 15. Túnel das Árvores, na Rua Monsenhor Catão, no bairro Aldeota, que recebeu menção honrosa em 2008 por se destacar como um raro registro de preservação do passeio arborizado
  • 16. Pinturas no muro da Universidade Federal do Ceará – UFC, na Avenida Treze de Maio, os desenhos e gravuras são pintados por artistas e alunos do núcleo de artes plásticas do programa Bolsa Arte e receberam menção honrosa em 2007;
  • 17.
  • 18.
  • 19. Calçada e muro do Seu Alves, na av. Eng. Santana Jr.. Seu Alves trabalha no local há mais de 18 anos e registra suas ideias e sentimentos em forma de frases de verve filosófica. O muro e calçada receberam menção honrosa em 2007
  • 20.
  • 21.
  • 22.
  • 23.
  • 24. Praça do Lago Jacarey, no bairro Cidade dos Funcionários, mantida pela associação Unilago, formada por moradores do bairro, recebeu menção honrosa em 2006
  • 25.
  • 26.
  • 27.
  • 28. Praça da Quadra 33, no bairro Cidade 2000, mantida pelo morador Antônio de Pádua que recebeu menção honrosa em 2006
  • 29.
  • 30.
  • 31. Praça Martins Dourado, no bairro Papicu, mantida pelos moradores do entorno e demais frequentadores, através de contribuições mensais, vencedora do Prêmio em 2005
  • 32.
  • 33.
  • 34.
  • 35.
  • 36.
  • 37.
  • 38.
  • 39.
  • 40. CONCLUSÃO • A documentação fotográfica destes ambientes proporcionou a mesma relação de cumplicidade experimentada por aqueles que se sentem responsáveis pelos locais. Documentar estes lugares serviu para despertar a consciência para o poder dos registros imagéticos que, além de funcionarem como objeto de estudo para análises futuras, provocam nas pessoas que estão fazendo parte destes registros a sensação real de participar da história do local. • Ao constatar que ações de gentileza provocam na sociedade uma espécie de despertar da consciência urbana, nos damos conta de que é válido todo e qualquer esforço para contribuir com a preservação do patrimônio urbano.