1. Algo de mim sem eu
Eu sem mim, inevitável,
Vi desterro e fim, inexorável,
Me vi padecente nas entranhas silentes
D’alguma invasiva solidão.
Me vi perdido entre sonhos
Ou amargos devaneios,
Que ao findarem, se fizeram de permeio,
Com meu buscar de infinitude.
Onde, ao renascer das esperanças,
Reencontro-me a mim mesmo
Para não expirar agruras,
De braços dados com alguma ilusão,
Que, não partindo da alma,
Não fará padecer meu próprio coração.
Enfim, à distância de um nada,
2. Tenho, eu mesmo, razões de ser,
Que me alegram, fazem querer,
Até agora, todas as veredas que
Já trilhei,
Em nome deste amor eternizado
Nos meandros do mesmo ser,
Que já se fez, fiel seguidor de mim.
Autor: José Roberto Abib – Capivari, 25/06/2009
Ref. Raquel Donegá