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“Eu nunca soube que tudo
  estava desmoronando,
  que todos que conheci
    estavam esperando
uma deixa dar as costas e
   correr quando tudo
  que eu precisava era a
         verdade.”

             The Fray – Over My Head
Um - o que ainda está por vim

                       Setembro de 2009
  Encostei minha cabeça no vidro do carro, olhando as árvores enfileiradas uma das
outras. O dia estava nublado, um típico dia de setembro. Meu pai fora me pegar na
capital do estado da Virgínia, Richmond. Meu regresso à Covington estava mais do que
atrasado. Passei uma semana e meia na Califórnia, mas precisamente na casa do meu tio
Richard, em Laguna Beach. Meus dias por lá foi bem relaxantes e tranqüilos. Meus pais
haviam me mandado para lá com medo dos atentados ocorridos em Covington
ultimamente. A cidade estava um verdadeiro caos.

  Eu estava no banco da frente. Vasculhei na minha parca o livro que eu estava lendo.
Meu pai olhou de relance o livro e sussurrou:

  – Este livro você comprou lá? – balancei a cabeça dizendo que sim. – Qual é o
nome?

  – A última música.

  – O que está achando?

  – Comecei a lê-lo antes de ontem.

  Ele balançou a cabeça e piscou os olhos.

  – Qual foi à programação do seu tio com você? – meu pai e meu tio não se davam
muito bem, ainda não sei o porquê, mas os dois mal se falam.

  – Ah foi bem legal – falei –, fomos ao boliche, demos uma passadinha em
Sacramento, fomos ao shopping depois ao cinema, essas coisas... – Eu sentia falta
quando eu vinha da Califórnia para Glendale – aliás, Covington. Eu havia me mudado
de Glendale desde o início do ano.
Meu pai era chefe de polícia de Glendale, ele fora transferido para Covington, uma
cidadezinha quase despercebida da Virgínia.

   – É, pelo visto você se divertiu bastante. – falou ele olhando para o retrovisor do
carro.

   – Isso eu posso ter certeza.

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rapidamente no freio que o carro rodopiou duas vezes. Bati o queixo no porta-luvas.
Papai parou o carro na outra pista do sentido contrário.

   – O que foi isto que acabou de acontecer? – perguntei ofegante.

   – Não sei.

   Coloquei minhas mãos no meu queixo e o massageei.

   – Ahh. – gemi de dor. Eu não tinha dúvida minha salvação tivera sido o cinto de
segurança.

   Robert olhou através do retrovisor para ver se o cavalo ainda estava ali, ele
desaparecera do nada.

   – Acho que já podemos ir embora. – Ele afundou as duas mãos no volante e voltou
para a outra pista, e continuamos a nossa média caminhada de chegar a Covington.

   Percebi que meu pai estava com os olhos vidrados em tudo que via a sua frente. Uma
coisa inesperada poderia ter me matado, tanto quanto ele. Meu coração palpitava com
velocidade e agitação dentro do meu peito.



   Enfim, em minha viagem longa de mais de quatro horas de avião e mais uma hora e
meia de carro de Richmond para Covington, sem dúvida havia me deixado exausto
completamente.

   Com os vidros fechados do suburban 2009 do meu pai, o Robert, eu encostei a minha
cabeça no vidro do carro, de dentro dá para ver as pessoas de fora, mas as de fora não
nos podem nos ver. Há uma loja que estava sempre aberta era uma das lojas de
presentes da cidade, a loja pertencia ao velho ignorante, sr. Templetom. Na vidraça da
loja havia um adesivo com queima de estoque. Quem iria comprar presentes? Pensei
comigo. Que idiota!

   Chegamos a nossa rua. Como sempre, havia folhas que caíam das árvores
simultaneamente todos dos dias. Meu pai passava os pneus por cima das folhas, e elas
se quebravam. Ele entrou de lado da minha casa e abriu o portão da garagem. Abri a
porta do carro e sai, deixei lá dentro do carro minhas coisas.

   Abri a porta de entrada e vi minha mãe me esperando no sofá.

   – Oh, meu querido, você chegou. – Ela se levantou do sofá e veio me abraçar. –
Como foram suas férias mais do que curtas na casa do seu tio?

   – Ótimas. – falei com ela apertando minhas bochechas.

   Robert abriu a porta da sala carregando a parca (que minha mãe me emprestou assim
que eu estava prestes a sair para viajar), ele estava carregando também minha mala de
rodinhas preta. Ele colocou tudo no canto da parede.

   – Mãe, no meio do caminho nós íamos quase sofrendo um acidente de carro. Um
cavalo apareceu na frente do carro. Foi por pouco que nós sofremos um grave e
perigoso acidente que poderia ser fatal.

   Minha mãe colocou a mão boca e me puxou para perto dela.

   – Ainda bem que não aconteceu nada. Ufa! – senti sua respiração em cima do meu
cabelo.

   Ela puxou meu pai para mais perto e lhe deu um beijo. Virei e falei:

   – Vão ficar aí se amassando?

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                                            ...

  Subi para o quarto, tirei a roupa e cai na cama.

  Acordei-me com o iPhone tocando do meu lado. Atendi o celular, ainda com sono.

  – Alô?

  – Matt, aqui é Ronald.

  – Ah, oi, tudo bem?

  – Tudo ótimo. Desculpe-me por não ter passado pela sua casa estes dias, é por que
não deu.

  – Foi bom mesmo você não ter vindo. Por que estava na Califórnia, fui passar uns
dias na casa do meu tio. Voltei hoje, acabei praticamente de chegar. Estou exausto. –
falei com minha voz quase embolorada.

  – Ah, então tá. Eu queria só falar contigo mesmo. – ele deu uma pausa. – Tchau, até
segunda.

  – Até. – desliguei o celular e cocei a cabeça.

  Levantei da cama rapidamente e troquei de roupa e desci para a sala de jantar.

  A sala estava vazia, não havia ninguém. Corri para a cozinha, também não havia
ninguém. Onde eles foram? Perguntei a mim mesmo.

  Como não havia ninguém ali, resolvi subir para o quarto, novamente.

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  • 1. “Eu nunca soube que tudo estava desmoronando, que todos que conheci estavam esperando uma deixa dar as costas e correr quando tudo que eu precisava era a verdade.” The Fray – Over My Head
  • 2. Um - o que ainda está por vim Setembro de 2009 Encostei minha cabeça no vidro do carro, olhando as árvores enfileiradas uma das outras. O dia estava nublado, um típico dia de setembro. Meu pai fora me pegar na capital do estado da Virgínia, Richmond. Meu regresso à Covington estava mais do que atrasado. Passei uma semana e meia na Califórnia, mas precisamente na casa do meu tio Richard, em Laguna Beach. Meus dias por lá foi bem relaxantes e tranqüilos. Meus pais haviam me mandado para lá com medo dos atentados ocorridos em Covington ultimamente. A cidade estava um verdadeiro caos. Eu estava no banco da frente. Vasculhei na minha parca o livro que eu estava lendo. Meu pai olhou de relance o livro e sussurrou: – Este livro você comprou lá? – balancei a cabeça dizendo que sim. – Qual é o nome? – A última música. – O que está achando? – Comecei a lê-lo antes de ontem. Ele balançou a cabeça e piscou os olhos. – Qual foi à programação do seu tio com você? – meu pai e meu tio não se davam muito bem, ainda não sei o porquê, mas os dois mal se falam. – Ah foi bem legal – falei –, fomos ao boliche, demos uma passadinha em Sacramento, fomos ao shopping depois ao cinema, essas coisas... – Eu sentia falta quando eu vinha da Califórnia para Glendale – aliás, Covington. Eu havia me mudado de Glendale desde o início do ano.
  • 3. Meu pai era chefe de polícia de Glendale, ele fora transferido para Covington, uma cidadezinha quase despercebida da Virgínia. – É, pelo visto você se divertiu bastante. – falou ele olhando para o retrovisor do carro. – Isso eu posso ter certeza. Fechei os olhos, e numa fração de segundos quando os abri novamente, vi na frente do carro um cavalo de cor escura, que estava parado na frente da pista. Meu pai pisou rapidamente no freio que o carro rodopiou duas vezes. Bati o queixo no porta-luvas. Papai parou o carro na outra pista do sentido contrário. – O que foi isto que acabou de acontecer? – perguntei ofegante. – Não sei. Coloquei minhas mãos no meu queixo e o massageei. – Ahh. – gemi de dor. Eu não tinha dúvida minha salvação tivera sido o cinto de segurança. Robert olhou através do retrovisor para ver se o cavalo ainda estava ali, ele desaparecera do nada. – Acho que já podemos ir embora. – Ele afundou as duas mãos no volante e voltou para a outra pista, e continuamos a nossa média caminhada de chegar a Covington. Percebi que meu pai estava com os olhos vidrados em tudo que via a sua frente. Uma coisa inesperada poderia ter me matado, tanto quanto ele. Meu coração palpitava com velocidade e agitação dentro do meu peito. Enfim, em minha viagem longa de mais de quatro horas de avião e mais uma hora e meia de carro de Richmond para Covington, sem dúvida havia me deixado exausto completamente. Com os vidros fechados do suburban 2009 do meu pai, o Robert, eu encostei a minha cabeça no vidro do carro, de dentro dá para ver as pessoas de fora, mas as de fora não nos podem nos ver. Há uma loja que estava sempre aberta era uma das lojas de
  • 4. presentes da cidade, a loja pertencia ao velho ignorante, sr. Templetom. Na vidraça da loja havia um adesivo com queima de estoque. Quem iria comprar presentes? Pensei comigo. Que idiota! Chegamos a nossa rua. Como sempre, havia folhas que caíam das árvores simultaneamente todos dos dias. Meu pai passava os pneus por cima das folhas, e elas se quebravam. Ele entrou de lado da minha casa e abriu o portão da garagem. Abri a porta do carro e sai, deixei lá dentro do carro minhas coisas. Abri a porta de entrada e vi minha mãe me esperando no sofá. – Oh, meu querido, você chegou. – Ela se levantou do sofá e veio me abraçar. – Como foram suas férias mais do que curtas na casa do seu tio? – Ótimas. – falei com ela apertando minhas bochechas. Robert abriu a porta da sala carregando a parca (que minha mãe me emprestou assim que eu estava prestes a sair para viajar), ele estava carregando também minha mala de rodinhas preta. Ele colocou tudo no canto da parede. – Mãe, no meio do caminho nós íamos quase sofrendo um acidente de carro. Um cavalo apareceu na frente do carro. Foi por pouco que nós sofremos um grave e perigoso acidente que poderia ser fatal. Minha mãe colocou a mão boca e me puxou para perto dela. – Ainda bem que não aconteceu nada. Ufa! – senti sua respiração em cima do meu cabelo. Ela puxou meu pai para mais perto e lhe deu um beijo. Virei e falei: – Vão ficar aí se amassando? Os dois viraram seus rostos para mim e me chamaram. – Venha – ordenou meu pai. Andei para abraçá-los, minha mãe beijou minha testa e meu pai deu uma tapa na minha cabeça. – Ai – arfei.
  • 5. – Para com isso – brigou mamãe. ... Subi para o quarto, tirei a roupa e cai na cama. Acordei-me com o iPhone tocando do meu lado. Atendi o celular, ainda com sono. – Alô? – Matt, aqui é Ronald. – Ah, oi, tudo bem? – Tudo ótimo. Desculpe-me por não ter passado pela sua casa estes dias, é por que não deu. – Foi bom mesmo você não ter vindo. Por que estava na Califórnia, fui passar uns dias na casa do meu tio. Voltei hoje, acabei praticamente de chegar. Estou exausto. – falei com minha voz quase embolorada. – Ah, então tá. Eu queria só falar contigo mesmo. – ele deu uma pausa. – Tchau, até segunda. – Até. – desliguei o celular e cocei a cabeça. Levantei da cama rapidamente e troquei de roupa e desci para a sala de jantar. A sala estava vazia, não havia ninguém. Corri para a cozinha, também não havia ninguém. Onde eles foram? Perguntei a mim mesmo. Como não havia ninguém ali, resolvi subir para o quarto, novamente.