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ANO 1/EDIÇÃO Nº1/ABRIL 2016
Reitor
Prof. Dr. João Carlos Di Gênio
Diretor da Área de Ciências e Comunicação
Prof. Francisco Alves da Silva
Coordenador Geral do Curso de Jornalismo
Prof. Fernando Perillo
Coordenador de Jornalismo do Campus Marquês
Prof. Sergio Braga
Professores responsáveis
Paulo Takechi e Monahyr Campos
Editor Chefe
Mateus Sobreira
Chefe de Reportagem
Erika Costa
Edição e Diagramação
Mateus Lemos
Yago Lorenzon
Fotografia
Cíntia Rubio
Yago Saraiva
Revisão
Claudia Guarnieri
Viviane Santyago
Repórteres
AmandaSantos,LaisSantoro,MarianeMota,GabrielGalvão,Thaina
Marina,EduardoPires,JéssicaVerônica,Gabriela Maruyama,
PryscilaLima,BrunaSoares,JessicaLara,LucasCardoso,Jorge
Willian,RodrigoMendes,ThaysLibrelon,CarmenDias,Rafael
Oliveira,ThamirisSales,JoãoVictorSatiroeRafaelAguiar
ÍNDICE
EDITORIAL
Carta ao leitor
Alguns estudantes de jornalismo
se reuniram uma vez em sala de
aula e através das conversas entre
eles professores e mais as trocas de
experiências pessoais, perceberam
que os universitários enfrentam
algumas dificuldades em seu dia a
dia. Problemas corriqueiros com o
transporte público, má alimentação
e qualidade do sono, por exemplo,
estão presentes na rotina dos alunos.
Com o intuito de auxiliar nessas e
outras questões de cunho estudantil
surgiu a UniSampa, uma revista
voltada ao universo acadêmico e
totalmente sem fins lucrativos. De
estudantes para estudantes!
A revista que você tem em mãos é
a minha edição favorita (talvez por
ser a primeira). Desde os assuntos
abordados nas reportagens, as
fotografias, ilustrações, revisão e
diagramação foram inteiramente feitas
pela equipe UniSampa.
Atividades complementares...
um medo antigo que espreita os
recônditos de todas as graduações e
aterroriza a todos nós é desmistificada
na matéria da página da 23. Você
vai conferir dicas úteis para cumprir
a carga horária e não sentirá que é
apenas uma obrigação já que muitos
lugares são ambientes para o lazer.
É o famoso “unir o útil ao agradável”.
Vai descobrir que o intercâmbio é uma
realidade tangível e você também
pode embarcar nessa viagem! Por
mais inacreditável que seja o exercício
físico pode te ajudar a não dar aquela
“pescada marota” nas palestras
empolgantes sobre Legislação e você
ainda conhecerá um pouco sobre as
Repúblicas e seus moradores.
Nesta e nas próximas edições da
UniSampa, queremos trazer novas
perspectivas ao ambiente acadêmico
e ela é toda dedicada a nós, mortais e
estudantes!
Escreva para nosso e-mail
redacaounisampa@gmail.com e sugira
temas que gostariam que fossem
abordados neste espaço.
Divirta-se!
Érika Costa
Chefe de Reportagem/Redação
4
5
Crédito Universitário Privado
Políticas públicas educacionais
2
Cursos de intercâmbio
Sono dos universitários
Vem Monstro! Alimentos e exercícios
que melhoram desempenho
Se beber, não dirija
7
8
10
11
13
14
Camisinha entre universitários
Gravidez x Universidade
Segurança nas universidades
O transporte público pelos estudantes
Me formei, e agora?
Atividades Complementares, O Retorno
15
16
18
23
UNISAMPA
3
ARTIGO
TCC uma proposta irrecusável
mas administrável
Alguns – ou todos – os estudantes passam
por uma preocupante paranoia, o dia em que o
TCC chegará a porta e bagunçará toda a vida
deles, adicionando prazos impossíveis, revisões
infinitas, textos enormes, milhares de pesquisas
e intermináveis horas de conversas com o
professor orientador, e talvez esse sentimento
transforme algo complexo em uma missão
digna de um filme de ação dos anos 90.
A tese de conclusão de curso (TCC) é a
última etapa entre a sala de aula e o campo
profissional (desde que o aluno não tenha
nenhuma pendência), e todos conhecemos
casos de amigos que tiveram problemas com
os deles e, se friamente avaliados, é fácil
perceber onde houve o erro e como é tranquilo
evitar algo assim. O primeiro passo para evitar
um desastre de proporções catastrofísticas é a
escolha de um tema.
Todo mundo deseja um tema novo, inovador,
único e especial – e convenhamos que algo
assim é magnífico – mas muitos esquecem que
a principal parte de um trabalho desses é o seu
próprio interesse, já que se presumem que o
assunto é algo que o autor/cientista/aluno tem
curiosidade de pesquisar. Caso ele escolha
um tema que não se importa ou que achou
interessante, mas não tenha real vontade, as
chances que no meio do caminho ele se perca e
deseje parar com tudo são gritantes.
Comumtemaemmente,outraparteimportante
é a decisão de executar o trabalho individual ou
em um grupo e, como tudo na vida, existem suas
vantagens e desvantagens em cada escolha. Um
trabalho desse tamanho é algo difícil de executar
e ter mais que uma mão pode se provar a maior
vantagem, além que se prova verdade o ditado
português “duas cabeças pensam melhor do
que uma”, principalmente em dar novas ideias
ou achar maneiras diferentes de se eliminar
problemas ou evitá-los. Mas nada na vida é
um mar de rosas, e trabalhos em grupos podem
causar brigas entre os membros, divergências
sobre como fazer o TCC e confusões diversas.
Por isso muitos preferem um trabalho solo,
já que a pessoa tem total controle do que faz
com o trabalho e seus caminhos, e sempre sabe
em que passo se encontra o mesmo. E para
escolher qual a melhor maneira de se fazer
uma pesquisa, é necessário que o aluno saiba
os prós e contras e decida pensando em o que
será melhor para o tema.
Planejamento é uma obrigação para aquele
que não quer “perder o trem das sete”, saber
como é e quando fazer tal parte, quando deve
entregar a mais recente versão do texto para a
revisão do professor, os prazos finais e tantas
outras coisas que envolvem um trabalho
acadêmico. Uma simples tabela feita no
computador, contendo passos e datas a serem
cumpridas, é uma maneira simples e eficaz de
manter uma tese em dia.
A pesquisa é uma das partes onde mais se
ocorrem erros que podem destruir todo um
TCC. Essa é uma parte de extrema atenção,
já que tudo será olhado pelos professores e a
justificativa do tema é algo de peso enorme
na hora de ser aplicada a nota. É necessário
se apoiar em outros trabalhos, livros e textos
que tratem do tema, não é esperado – nem
necessário – que você crie tudo sobre o assunto,
e para isso é imprescindível saber usar as
citações. E graças a ferramentas de pesquisas
como o Google Acadêmico, pesquisar sobre
um assunto específico se transformou em algo
bem mais simples do que era a uns 20 anos
atrás. Jamais se deve copiar textos de outros
autores sem o devido crédito, pois acreditem,
a banca examinadora conseguirá descobrir e
isso acarretará uma reprovação. E além de tudo
isso, a maneira que deve ser escrito um trabalho
de conclusão é algo a ter sempre em mente:
linguagem clara, concisão e impessoalidade
são algumas das características que um teto
acadêmico precisa ter, e novamente a internet
pode ser uma mão a mais, já que é algo simples
encontrar textos e mais textos falando sobre
como deve ser escrito um texto desse.
“Os italianos — prosseguiu Hagen — têm
uma piada a respeito de que o mundo é tão
duro que um homem precisa ter dois pais
para cuidar dele, e é o motivo porque eles
têm padrinhos.” - Essa frase vem do livro O
Poderoso Chefão de Mario Puzo, e no TCC
uma figura que ajude o aluno no andar da
pesquisa é o professor orientador. Existem duas
maneiras de um professor orientar uma tese de
conclusão, por escolha do aluno ou escolha da
instituição. Caso venha ao aluno o direito de
escolher quem deve o orientar, ele deve pensar
em algumas coisas, sendo a mais importante se
o seu orientador tem algum tipo de experiência
ou conhecimentos no tema, já que ele terá
caminhos ou ideias que agregaram ao trabalho,
principalmente na parte da pesquisa. Tendo um
professor orientador escolhido ou indicado pela
instituição, é importante ouvir o que ele tem
a te dizer, ele está para te orientar, mostrando
e expondo ideias, trazendo seus erros à tona
para que você arrume, e te levando a concluir
essa tese. Mas lembre-se que o papel dele é te
orientar, não de fazer seu trabalho.
O TCC é um período intenso na vida
universitária que deve ser levado a sério, mas
com o planejamento correto, uma boa ideia
de como agir e quando fazer algo, pode ser a
resposta para tornar um momento difícil em
algo bem mais tranquilo.
Hagen: Para quem eu pergunto sobre esse assunto?
Don: O livro X tem algumas dessas informações.
(imagem: godfather.wiki.com)
Mateus Sobreira
4
EDUCAÇÃO
Crédito Universitário Privado
Conheça as principais linhas de crédito estudantil, oferecidas por
bancos privados
Ingressar nas universidades particulares de
São Paulo já não é exclusividade para poucos.
Atentos à expansão do ensino superior no
país, e nas novas necessidades da classe média
econômica, os bancos privados, em parceria com
faculdades particulares, estão lançando novas
linhas de crédito para o financiamento de cursos
de graduação, pós, MBA, entre outros, para os
estudantes universitários.
Alguns programas de financiamento estudantil
chegam a cobrar taxas de juros inferiores, se
comparadoàspagasemprodutosbancárioscomoo
empréstimo pessoal. E podem oferecer condições
diversificadas de pagamento para o aluno custear
as despesas da faculdade particular onde estuda.
Após contratar o crédito, o aluno tem um prazo de
no mínimo de 12 meses para regularizar a dívida
com o financiador, dependendo das condições
exigidas pela instituição, que nessa modalidade
podem ser bancos ou instituições financeiras
especializadas.
Como qualquer outro produto, essa
modalidade de financiamento determina regras
de serviço semelhantes aos empréstimos e
outras linhas de crédito especiais. E o aluno
pode contratar ele a partir de um órgão
conveniado com a faculdade, devendo depois,
formalizar ele em contrato.
Mesmo com a flexibilidade presente nos
programas de financiamento privado, é bom
ressaltar que muitas instituições criam regras
diferentes nas condições exigidas para fechar
negócio. A PraValer Crédito Universitário, da
companhia Ideal Invest, considerado o maior
programa de financiamento estudantil privado,
por exemplo, cobra juros de financiamento a partir
do 2º semestre, variando os valores dos contratos
renovados em até 1,98% ao mês.
Segundo as regras estabelecidas pela instituição
financeira PraValer, para adquirir o crédito , o
aluno e o garantidor - pessoa que vai arcar com
os custos do financiamento caso o estudante
caso o estudante não pague após a contratação -
não podem ter restrições de crédito no SPC ou
SERASA, devem comprovar renda de até duas
vezes e meia maior que a mensalidade do curso,
e receber pagamento de pelo menos um salário
mínimo. O contrato é semestral e financia cursos
de graduação, técnicos, mestrado, MBA e EAD.
Outras instituições também apresentam condições
diversas para firmar negócio com o estudante.
O Instituto Educar, presente em praticamente
todo país, estabelece um limite de 10% a 50%
nas mensalidades financiadas. Vale a pena
conferir outras linhas de financiamento estudantil
pouco conhecidas também, como o Cebrade, a
Fundaplub e a Validata, que oferecem benefícios
diferenciados e juros baixos.
Em entrevista à revista UniSampa, Maria
Cristina da Costa Gloria, 50, professora de
musicalização, dá sua opinião sobre o tema.
Maria Cristina começou seus estudos por meio
do FIES como estudante no curso de licenciatura
em pedagogia, na Universidade Nove de Julho
em 2010. No ano seguinte, Maria Cristina
transferiu o seu financiamento para a Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP),
onde se formou.
De acordo com a professora, existe vantagem
no financiamento estudantil privado em São
Paulo: “Sem ele seria impossível eu ingressar na
universidade, e essa é a situação de muitos no país.
A forma de pagar posteriormente é digna. Faria de
novo, sim”, comenta.
Apesar de aprovar o financiamento, a professora
falou da dificuldade que enfrentou ao tentar
transferir o curso com o contrato da Caixa
Econômica Federal. “Por conta disso tive muitos
problemas para transferir”, finaliza.
Por que financiar?
Aopçãodefinanciarosestudosemuniversidades
particulares é mais indicada para quem está
desempregado ou passa por dificuldades
financeiras. O financiamento pode atender os
estudantes que não conseguiram pontuação
mínima para adquirir a bolsa de estudos do
ProUni (Programa Universidade para Todos), ou
que está sendo prejudicado pelas mudanças nas
regras do Programa de Financiamento Estudantil
(FIES), onde houve corte de verbas pelo governo
em 2015.
O crédito estudantil também é conveniente
para quem pretende financiar só um semestre
do curso, já que os demais continuam sendo
pagos pelo aluno, com o acréscimo das parcelas,
correção monetária, juros, ajustes fiscais (que
utilizam como base avaliadora o Índice Nacional
de Preço ao Consumidor- INPC), as taxas
administrativas, entre outros, dependendo do
banco ou instituição financiadora. E ainda que
muitos vejam no financiamento estudantil, a
chance de estudar em uma universidade privada,
é necessário avaliar se é mesmo vantagem se
comprometer com o valor do financiamento e as
demais mensalidades.
Amanda Santos
5
EDUCAÇÃO
Políticas públicas
educacionais
O conceito de políticas públicas se refere a um
conjunto de ações e decisões do governo. Esse
mecanismo tem como prioridade tentar solucionar
problemas que apareçam na sociedade, é chamado
de políticas públicas porque o governo estabelece
um sistema de metas e planos, que são planejados
pela União Estado e Municípios.
As políticas são ações que estabelecem o padrão
de proteção social, organizado pelo Estado,
são elaboradas para distribuição dos benefícios
sociais tentando melhorar os problemas de
desigualdade sociais que são desenvolvidas pelo
desenvolvimento econômico.
No Brasil essas políticas educacionais, vêem
melhorando nosúltimosanoscomdiversosprogramas
sociais. Com a chegada desses programas sociais o
públicoquetembaixarenda,estáconseguindoestudar
em faculdades privadas e particulares.
Um dos programas que alavancou esse numero
maior de alunos matriculados nas universidades é
o Fies, o fundo de financiamento estudantil, esse
programatemcomofinalidade, financiaragraduação
do aluno que não tem condições de pagar os altos
custos de uma universidade, o programa financia
100% do curso em instituições particulares, e com
uma taxa de juros de 6,5% ao ano. Para participar
do Fies os requisitos são: O aluno não pode ter se
formado no ensino superior, ter renda familiar per
capita de 2,5 salários mínimos e ter feito o Enem
a partir de 2010.
O financiamento estudantil já financia mais de
150,000 mil estudantes desde o inicio do programa
em 1999, graças a esse programa alunos de todo
o Brasil tem a oportunidade de cursar um ensino
superior de qualidade, aumentando assim suas
chances de ingressar no mercado de trabalho.
Outro programa do governo bem conhecido é o
Prouni , universidade para todos, é um programa
criado em 2004 que fornece bolsas de estudos
parciais e integrais em instituições privadas de
ensino superior e para graduação. Os requisitos para
participar do programa são semelhantes ao do Fies.
Programa Bolsa Atleta
O programa bolsa atleta é mais um projeto social
do governo federal, esse programa é de patrocínio
individual para atletas profissionais.
Em vigor desde o ano de 2005, esse projeto já
investiuematletasdevariasmodalidades,maisde439
milhões foram revertidos em benefícios aos atletas.
Os esportistas beneficiados são aqueles
que se destacam em competições nacionais e
internacionais, atualmente esse programa possui
cinco categorias, são elas: Estudantil, nacional,
internacional, Olímpica e paraolímpica.
Os valores são pagos pela Caixa Econômica
Federal e depositados na conta dos atletas que
participam do programa todo o mês.
Educação no Brasil
Espera se que a educação no Brasil resolva
sozinhos os problemas sociais do País. No
entanto, é preciso primeiro melhorar a formação
dos docentes, visto que o desenvolvimento dos
professores implica no desenvolvimento dos
alunos e da escola.
Ao propor uma reflexão sobre a educação
Brasileira, vale lembrar que só em meados do
século20,oprocessodeexpansãodaescolarização
básica no País começou, e que o seu crescimento,
em termos de rede pública de ensino, se deu no
fim dos anos 1970 e inicio dos anos 1980.
Atualmente considera se a Educação uns dos
setores mais importantes para o desenvolvimento
de uma nação. É através da produção de
conhecimentos que um país cresce, aumentando
sua renda e a qualidade de vida das pessoas.
Embora o Brasil tenha avançado neste campo
nas ultimas décadas, ainda há muito para ser feito.
Entrevistas concedidas pelos profissionais
Lucélia Maria da Silva, Formada em Serviço
Social.
1)Os universitários estão atentos a projetos de
políticas públicas em São Paulo?
2)Os estudantes universitários estão bem
informados sobre políticas educacionais vigentes
Rodrigo Mendes
Imagem: Reprodução/Veja
6
EDUCAÇÃO
Alunos de universidades particulares
conseguem descontos de até 100%
Projeto escola da família:
Oportunidades de bolsas de
estudos para universitários
através de serviços comunitários
no Brasil, como Fies e ProUni ?
3)Qual sua opinião sobre a atual situação das
universidades no Brasil?Você acredita que durante
suaformaçãovocêobtevetodososconhecimentos,
ou o ensino médio deixou a desejar?
4)Você acha que com a chegada da internet os
alunos ficam mais ligados as políticas públicas?
R1)Nem todos tem de fato interesse no que diz
respeito ao assunto, porém, uma pequena parte
dos universitários está ligada sim.
R2)As informações existem, as instituições
divulgam, porém nem todo o universitário se
mantém informado sobre o assunto.
R3)As universidades deixam a desejar sim, pois
já viemos de uma educação defasada das escolas
públicas, inclusive alguns professores não tem
informações o suficiente, em relação aos alunos,
muitos só tem o tempo que estão em sala de aula
para obter mais conhecimentos.
R4)Sim, pois a internet nos ajuda muito a
observarmos mais conhecimentos, porém a
minoria ainda tem dificuldades em acessar a
internet, e uma grande porcentagem não tem
interesse em conhecer novas tecnologias.
Fernando Henrique Negri de Menezis, cursando
superior em educação fisica
1)Como você enxerga os programas sociais que o
Brasil vem desenvolvendo na área da Educaçao ?
2)Sobre os programas como Fies e ProUni,
você acredita que facilitaram o acesso ao ensino
superior ?
3)Com o avanço da internet você acha que as
pessoas estão mais ligadas aos programas de
políticas públicas no Brasil ?
4)Na universidade onde estuda, você recebe um
ensino de qualidade?
5)Quando terminou o ensino médio, você chegou
bem preparado para cursar o ensino superior ?
R1)Eu acho muito bom, um grande passo para
a educação brasileira. Muitas pessoas que não
tinham oportunidade ou condições de ter uma boa
educação estão tendo uma visão ampla sobre este
tema.
R2)Sim, ajudou bastante, principalmente para
quem não tinha reais condições de estudar por
conta das condições financeiras.
R3)Com certeza, com o avanço da tecnologia a
internet facilita muito a vida das pessoas,fazendo
com que elas conheçam todas as ferramentas e
assim conseguindo melhorar seus conhecimentos
sobre os temas como os de políticas publicas.
R4)Sim, acredito que recebo um ensino de boa
qualidade, temos professores muito aplicados
e a universidade corresponde com todas as
expectativas do aluno.
R5)Quando terminei o ensino médio, preferi fazer
um cursinho preparatório pra a faculdade, pois
achava que estava despreparado.
Thainá Marina
Em parceria com universidades particulares,
governo federal oferece bolsas de estudos para
jovens de baixa renda. Jovens que optarem
por cursos relacionados à educação como
pedagogia e educação física, podem participar
do programa Bolsa Família.
Após a escolha de seus cursos, os
universitários prestam serviço dentro de uma
instituição de ensino, que funciona somente
aos finais de semana. O universitário oferece
seus serviços dentro do horário escolhido,
desenvolve atividades educativas com os
jovens que frequentam a “Escola da Família”.
Para comprovar presença, é preciso relatar em
folha as atividades que se desenvolveu dentro
de seu horário, finalizando com sua assinatura.
Esses relatórios são diários e entregues ao
coordenador do projeto “Escola da Família”,
que são supervisionados durante todo o tempo
de estagio dentro das escolas.
A Secretaria da Educação banca 50% da bolsa
universidade e os outros 50% são pagos pelo
próprio aluno. Esse programa pode oferecer
bolsa de 100% ao aluno, que fica isento de
pagar as mensalidades da faculdade.
Segundo dados da Secretaria da Educação,
cerca de 13.000 estudantes participam do
Programa Escola da Família.
Em entrevista feita com a Diretora da Escola
Ministro Oscar Dias Correia, Senhora Maria de
Fátima, perguntamos qual a importância desse
projeto para a escola. “Ainteração da escola com
a comunidade possibilita o desenvolvimento dos
jovens que frequentam esse projeto, e também
envolve a comunidade com a escola diferente.
As escolas se tornam um ambiente não só para
estudar, mas sim um lugar, ara, aos finais de
semana, o aluno realizar atividades esportivas
e culturais.
Augusto Ribeiro de Almeida, participa do
projeto Escola da Família, dando aulas de
reforço de matemática. “Sempre fui bom com
cálculos, e estou cursando matemática na
Universidade Anhembi Morumbi. No ‘Escola
da Família’, dou aulas de reforço aos jovens que
procuram aprender ou tirar dúvidas. Também
realizo campeonatos de futebol para os jovens
da comunidade e conto histórias para crianças
que ficam em salas de leitura. Gosto do que faço
e me sinto um professor quando estou aqui”,
afirma o universitário.
Para participar do projeto “Escola da
Família” o estudante deverá verificar as datas
de inscrições, que ficam disponíveis no site
http://escoladafamilia.fde.sp.gov.br/default.
asp. É necessário que o aluno comprove renda
mensal familiar, o tipo da moradia, as despesas
fixas da moradia e a quantidade de pessoas que
residem junto com o candidato. Após preencher
o formulário, o universitário deve levar os
documentos exigidos e apresentar sua situação
econômica e acadêmica até a diretoria de ensino
mais próxima.
Entre as iniciativas do Escola da Famíla, tem o da leitura, com
espaços dedicados especialmente para esta atividade
Augusto Ribeiro (de costas) universitário voluntario do projeto e
Regina Silva (perfil) professora da escola, participando de uma
gincana com os jovens
Thainá Marina
Thainá Marina
7
Com a globalização cada vez mais acentuada,
estamos com uma variedade maior do que nunca
quando o assunto é curso para complementar o
currículo. Especializações, cursos de apoio.....
As opções são tão variadas, que chega a ser
difícil manter um foco, para escolher algo que
realmente agregue ao currículo, e não apenas
preencha espaço
E com esta nova oferta de cursos, aumentam
também os desafios. Segundo o Semesp, em São
Paulo o número de alunos cursando ensino superior
no Estado foi aproximadamente 1,65 milhão em
2013, último ano com dados disponíveis, levando
em conta cursos presenciais. Entre a modalidade
EAD (Ensino a Distancia), foram pouco mais de
216 mil pessoas. Apenas na região metropolitana
de São Paulo, o número de universitários em
cursos presenciais era de 920 mil, enquanto em
EAD os números alcançam 83 mil.
Muitos estudantes estão procurando modos de
diferenciar seu currículo e de quebra, conhecer
novos povos e culturas, algo tão importante
num mundo extremamente globalizado e
conectado. Estudantes contam suas experiências
no intercâmbio para auxiliar quem já pretende
ir e motivar quem está indeciso quanto a esta
oportunidade.
Vinicius França, 20, cursa na faculdade Fiap,
aqui no Brasil e está no quarto ano de Sistemas
de Informação. Mas neste momento, ele está na
Universidade de Kansas, nos Estados Unidos.
Esta oportunidade foi possível graças ao auxílio
do programa Ciências Sem Fronteiras, criado
em 2011 pelo governo federal , que funciona
em parceria entre os Ministérios da Ciência e
Tecnologia e o da Educação, cujo único requisito,
além do requerente estar em um curso superior,
é ter obtido nota média maior de 600 no Exame
Nacional do Ensino Médio, ENEM. Os cursos
contemplados pelo CSF são da área de tecnologia,
majoritariamente.
Segundo Vinícius, estudar parte do curso no
exterior conta muito, não apenas para questões
profissionais. “Agregou muito culturalmente,
porque aqui tem gente do mundo inteiro, e conheci
muitas culturas diferentes. No Brasil, o povo
valoriza demais o que vem de fora”. Aproveitando
esta interação, agora ele tem aulas de espanhol.
O intercâmbio tem algumas condições, como por
exemplo, ter que concluir o curso pela faculdade
em que se busca a bolsa no Brasil, caso contrário,
o investimento deve retornar ao governo federal.
O intercâmbio dura um ano, na faculdade em
que o aluno é aceito, após este escolher o país.
O aluno pode ficar até três meses fazendo estágio
ou pesquisa em outra universidade no país de sua
escolha, desde que este atenda ao programa
Para cursar nos Estados Unidos, o exame de
proficiência inglesa exigido é o TOEFL (Test
Of English for a Foreign Language, ou Teste de
Inglês para uma Língua Estrangeira), enquanto o
utilizado em outros países da língua é o IELTS
(International English Language Testing System,
ou Sistema de Teste de Inglês Internacional de
Linguagem). Caso o aluno precise aprimorar
a língua, o programa oferece aulas antes de
começar o período letivo, como no caso de
Vinícius. “Quem não tem o inglês tão bom, vem
antes para ter aulas”, diz.
O curso também arca outras despesas do
viajante, como acomodação e alimentação paga.
“[O governo] paga alojamento e dá US$ 300 por
mês para despesas extras”. Mas apesar de conhecer
outro país e isto lhe agradar bastante, Vinícius diz
que quer voltar. “Sinto muita falta do Brasil, então
acho que não viveria por aqui”, diz.
Os países de maior procura são de língua inglesa,
como Canadá, Estados Unidos e o Reino Unido
(Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do
Norte), por ser a língua mais exigida na hora de
uma entrevista de emprego. Mas destinos como
Espanha, Portugal e América Latina também são
bastante procurados.
Rodrigo Saretto, 21, é estudante de Relações
Internacionais pela PUC. Voltou ao Brasil em
Janeiro após passar uma temporada de seis meses
na Holanda, onde conseguiu visitar grande parte da
Europa. No caso de Rodrigo, bastou se inscrever
no programa de intercâmbio, e o único custo é
o da mensalidade no Brasil, por haver convênio
entre as instituições. A universidade daqui do
Intercâmbio é oportunidade para universitários
conhecerem novas culturas
EDUCAÇÃO
Para quem é novo na área em que pretende atuar, fazer cursos no exterior
pode ser alternativa para competir com quem está há mais tempo no mercado
João Victor Satiro
Vinicius em Nevada através de intercâmbio (imagem:Arquivo Pessoal)
Rodrigo em Roterdã (Foto: Arquivo pessoal)
Brasil providencia acomodação, que o aluno tem
opção de aceitar ou procurar outra estadia, já que
a acomodação fica por conta do intercambista.
Na Holanda, Rodrigo cursou um semestre pela
Universidade de Roterdã de Ciências Aplicadas.
Ele atualmente está no terceiro ano.
Antes de cursar na Holanda, ele fez seis meses
de trabalho voluntário através da AIESEC
(Associação Internacional de Estudantes de
Ciências Econômicas e Comerciais), que
apesar do nome, oferece intercâmbios para
diversas áreas, atualmente. A AIESEC promove
intercâmbios onde o foco são atividades
socioeducativas e culturais. Há a possibilidade
de se receber um intercambista em sua casa
aqui no Brasil, se houver interesse, entre outros
projetos, como trocas de ideias em StartUps.
No intercâmbio pela AIESEC, ele foi ao Peru
participar de ações comunitárias, como por
exemplo, lecionar inglês para crianças.
Atualmente, o estudante é estagiário na
empresa internacional Michael Page, de Recursos
Humanos. Para ele, fez toda a diferença ter
realizado intercâmbios. “Sem dúvidas foi
importante [o intercâmbio]. Ajudou-me muito
na hora de entrevistas, porque eu pude usar isso
como experiência no currículo”, diz Rodrigo.
As maiores faculdades de São Paulo e da
região metropolitana possuem programas
internos de intercâmbio, cada uma variando
quanto à faculdade conveniada, modelo e
data do processo seletivo, além do país que o
estudante procura. O estudante interessado deve
ter em mente que viver em outro país, além de
importante para a carreira, é uma oportunidade
de conhecer novas pessoas e sociedades,
portanto, novos desafios.
8
Rotina cansativa afeta qualidade de
sono dos universitários
SAÚDE
Nasociedadeatualécomumqueuniversitários
trabalhem durante o dia e façam faculdade no
período noturno. Mas o que poucos sabem é
que a ansiedade, alimentação inadequada e
passar horas da madrugada fazendo pesquisas
e trabalhos da faculdade, tornam os horários
de sono irregulares, causando distúrbios
psicológicos e rendimento estudantil afetado.
Uma pesquisa divulgada pela Absono
(Associação Brasileira do Sono), mostrou que
a privação crônica de sono é uma condição
comum e crescente. Os dados indicam que
aproximadamente 63% das pessoas relatam
dormir menos de 7 horas durante os dias de
semana e 25% das pessoas dormem menos
de 6 horas, compensando com mais horas
de sono durante o final de semana. Além
disso, aproximadamente 18% das mulheres
e 26% dos homens economicamente ativos
são trabalhadores que atuam em turnos e com
privação crônica de sono.
Especialistas apostam em dicas que ajudaram a dormir com mais facilidade
Pryscila Lima
O especialista em sono, Dr. Ezequiel Fernandes
deOliveira,dizqueaprivaçãodesonopodecausar
raciocínio lentificado, coordenação motora lenta,
problemas de memória, irritabilidade, aumento
ou diminuição da pressão sanguínea, prejuízo
na capacidade de julgamento (decisão racional),
delírio e alucinação, queda da imunidade e
acidentes (especialmente automobilísticos).
Com as tarefas diárias, universitários tendem
a utilizar aparelhos digitais durante o dia inteiro
para verificar mensagens de trabalho, pesquisas
da faculdade e falar com os amigos. A técnica
em polissonografia, exame realizado para
investigar os distúrbios do sono, Diana Santos,
ressalta que o principal vilão que inibi o sono
é uso excessivo de dispositivos móveis. Diana
alerta também que não dormir a quantidade de
horas necessárias pode desencadear apneia do
sono, ou seja, uma desordem no sono.
Os principais problemas de saúde em
universitários que não dormem corretamente,
segundo Dr. Ezequiel Fernandes são: risco
de diabetes, hipertensão arterial, doenças
cardiovasculares, obesidade, envelhecimento
precoce, depressão, ansiedade, agressividade,
estresse, problemas sexuais e menor rendimento
em sala de aula.
A estudante de arquitetura Letícia Silva
comenta que a falta de tempo disponível no
cotidiano, devido ao trabalho e aos estudos,
afetou sua qualidade de sono. “Logo que comecei
a trabalhar, percebi que ficava exausta demais,
sentiaminhavistadoendo,fortesdoresdecabeça,
estresse e mal estar. Foi quando procurei ajuda
médica em uma clínica especializada em sono
e recebi indicações de remédios e tratamentos
que me ajudaram a ter vontade de dormir. Hoje
aprendi administrar meu tempo para tirar um
cochilo e não sinto dificuldade alguma para
dormir”, afirma a universitária.
O Dr. Ezequiel sugere que, caso algum
estudante universitário sofra com problemas de
imagem: Reprodução nathaliapaccola.com.br
Insônia, deve procurar um médico psiquiatra,
de preferência especialista em sono, para poder
ter o tratamento adequado. De modo geral, a
prescrição de medicamentos que ajudam a dormir
e não provocam dependência química, associada
a medidas comportamentais e cognitivas, é a
melhor forma de tratamento. Deixar de dormir
corretamentepodeprovocarproblemasdesaúdeda
noite para o dia, apesar do estresse ser responsável
pelo instinto de sobrevivência e representar uma
defesa natural do organismo, estar frequentemente
estressado pode gerar consequências físicas,
psicológicas e emocionais, como problemas de
pele e cabelos, dores musculares, baixa libido,
depressão e insônia.
A psicóloga Sandra Rodrigues explica que
o estresse pode ser considerado um estado
psicofísico resultante de excessiva exposição
a certos estímulos, caracterizado por tensão
muscular, fadiga, cansaço, dores nas costas,
dificuldade para dormir, dor de cabeça, perda
de memória, dificuldade em resolver problemas,
entre outros. A soma de respostas físicas e
mentais de uma incapacidade de distinguir entre
o real e as experiências e expectativas pessoais.
É uma resposta do organismo frente a um perigo,
que prepara o corpo para fugir ou lutar.
“Cada pessoa reage de modo diferente a
essas situações, o que para uns é motivo de
muito estresse e, para outros, não é motivo
para nenhuma alteração emocional. Entretanto,
SAÚDE
todos têm um limite de tolerância a partir do
qual a saúde começa a ser prejudicada. Ele pode
ser tanto negativo como positivo. O estresse
apropriado e controlado melhora o interesse e
motiva o indivíduo, assim como a ausência total
de estresse pode levar ao tédio e à depressão”,
argumenta Sandra Rodrigues.
Em entrevista, o estudante de design gráfico,
Guilherme da Costa Filho, reclama porque passa
parte do dia fora de casa e nunca dedica atenção
para sua saúde, e, quando chega em casa, deve
esquecer o sono e dar prioridade à outras tarefas
“Eu sou um estudante que vive mais fora do que
dentro da minha própria casa, trabalho de manhã
e estudo na parte da noite. O que percebo é que
engordei muito, pois de uns peã cá, tenho uma
alimentaçãoincorreta.Eutomocafémaisde5vezes
ao dia para enfrentar a sonolência. Sou um cara que
passa muito estresse no trabalho e quando chego
em casa, por morar sozinho, tenho que preparar
meu próprio alimento, lavar minhas roupas e fazer
os trabalhos da faculdade. Tenho apenas 24 anos e
vejo que ando muito indisposto, com humor baixo.
Gostaria de saber o que devo fazer.”
O Dr. Ezequiel tem a resposta para
Guilherme: “Consumir alimentos ou bebidas
ricos em cafeína, que é considerada energética,
sendo capaz de aumentar a disposição, pois
acelera os batimentos cardíacos, melhorando
a circulação sanguínea e, como consequência,
tirando o sono. Porém, seu uso deve ser
reduzido ao mínimo, pois, além de favorecer
as doenças cardíacas, ele compromete a
absorção do cálcio, podendo prejudicar os
ossos. É importante aproveitar o tempo do
almoço para um cochilo rápido e aproveitar
as viagens de deslocação para o trabalho para
dormir. Uma parada de 15 minutos para dormir
já é suficiente para restaurar as forças e o nível
de alerta necessário para enfrentar o resto do
dia ou da noite. Fazer regularmente algum
tipo de atividade física melhora o humor e dá
mais disposição, sendo este um bom método
para afugentar o sono. Ficar muito parado,
num ambiente muito calmo, só vai piorar a
situação. Porém, a forma mais eficaz de acabar
com o sono durante o dia é dormir o suficiente
durante a noite”.
Por meio deste questionamento, o especialista
do sono Dr. Ezequiel Fernandes e a psicóloga
Sandra Rodrigues, revelam que estabelecer
um horário regular para dormir e acordar é
uma ferramenta fundamental, para controlar
os pensamentos, as emoções, seu ambiente e a
forma como você lida com os problemas.
“Com estas dicas, teremos um objetivo de
vida equilibrada, com tempo para o trabalho,
relacionamentos, relaxamento e diversão,
acrescentando uma boa dose de capacidade
de resistência e persistência para lidar com as
situações de pressão no dia a dia, e assim conduzir
os desafios a bom porto”, finaliza Sandra.
9
Descubra alimentos e exercícios
que melhoram a concentração e
aprendizagem
Uma alimentação saudável é a chave principal
para diversas atividades, sejam elas físicas
ou não. E na hora das aulas não é diferente,
reeducar suas refeições pode ajudar o estimulo do
corpo e assim se concentrar e aprender melhor.
Independente dos estudos aprender a se alimentar
de maneira correta é fundamental para uma vida
com perspectiva ativa e benéfica.
Porém a rotina de faculdade e trabalho, na
maioria das vezes, não permite que seja possível
fazer as refeições certas para determinadas horas
do dia, tudo por conta da correria e pela falta de
conhecimento nessa área. “A reeducação alimentar
é uma tarefa difícil atualmente, pois tempo é algo
precioso. A maioria dos jovens não se preocupam
com sua alimentação, acabam optando pelas
comidas práticas e rápidas.” Menciona a Prª e Drª
Ana Paula Puljol – especialista na área de nutrição.
Além da falta de conhecimento, outro fator
prejudicialéafaltadeopçõesdealimentossaudáveis
nas próprias Instituições de Ensino. “Dificilmente
eu escolho comer na Faculdade, como eu estudo no
período matutino não me faz bem ingerir os salgados
fritos ou lanches logo pela manhã” ressalta Larissa
Weissheimer, estudante de Fisioterapia da UNIP.
Para solucionar esse problema a NutricionistaAna
Paula Pujol estabeleceu uma lista de ingredientes
que irão estimular a aprendizagem e concentração,
além de oferecer uma dieta rica em nutrientes:
A falta de
alimentos
saudáveis nas
Universidades
Os hábitos alimentares dos universitários
se apresentam inadequados com o baixo
consumo de verduras, legumes e frutas,
preferindo alimentos ricos em calorias, e os
especialistas confirmam que uma alimentação
cheia de gordura e açúcar prejudica a nossa
saúde física e mental nos causando fadiga,
além de correr o alto risco de desenvolverem
doenças crônicas não transmissíveis.
A falta de tempo é a justificativa mais
comum pela preferência de alimentos
industrializados ou os chamados “fast food”
com baixo valor nutritivo.
‘’Acordo às 5:30 da manhã todos os dias,
pego um ônibus lotado até chegar no meu
destino, quando acaba meu expediente vou
direto para a faculdade, quando penso em
comer algo na lanchonete me deparo sempre
com o mesmo tipo de alimentos, aqui vai uma
lista de alguns deles: Batata frita, coxinha,
cachorro quente, empadão entre outros tipos
de comidas nada saudáveis e quanto aos tipos
de bebidas que nos são oferecidos estão os
refrigerantes, sucos industrializados, tudo
muito prejudicial à saúde. Seria muito bom
se houvesse lanches naturais, alimentos mais
leves, sem gordura ou açúcar, porém está
não é a realidade’’. Disse Nayane Alexandre,
estudante de contabilidade na universidade
Anhanguera.
OBrasiltemvividoumainversãodevalores,
antes a luta contínua era contra a desnutrição,
hoje em dia contra a obesidade.
As Universidades deveriam investir nas
vendas de alimentos com alto valor nutritivo,
assim os estudantes iriam se alimentar de uma
forma adequada e saudável.
Com o primeiro passo dado, é necessário pensar
no corpo de outra maneira. Somando uma boa
alimentação com a prática de exercícios simples,
Confira as dicas de alongamentos básicos
sugeridas por Cristiane Gomes
A eficácia desses dois fatores trazem benefícios para
sua vida acadêmica, entenda como melhorar seu
desempenho com pequenas mudanças em sua rotina
Esticar as
pernas
Esticar os
braços a
frente do
corpo
Esticar
os braços
atrás do
corpo
Flexionar
os joelhos
até a
barriga
Lais Santoro
Jessica Verônica
Cíntia Rubio
imagem: mobilizadores.org.br
10
SAÚDE
que irão ocupar pouca parte do seu tempo, você
terá resultados excelentes nas aulas e na vida em
geral. “Dormir 8 horas por dia é o exercício mais
satisfatório para a concentração nas aulas, o sono
é primordial para que seu corpo se sinta ativo ao
longo do dia. O alongamento assim que acordamos
(na própria cama) deveria ser um hábito de todas
as pessoas, pois estimula o corpo a estar preparado
a rotina.” Explica Cristiane Gomes, Educadora
Física da academia On Sport Center.
Ao entender a importância desses exercícios e
dicas de alimentação simples e práticas, o passo
seguinte é fazer com que eles se tornem hábitos
para a vida, dessa maneira, alcançar o objetivo
nos estudos será uma positiva consequência.
Viva de forma saudável, apesar da falta de tempo,
estabeleça um momento no seu dia para se cuidar
e principalmente descansar.
11
Bebida e direção...
NÃO!
O sonho de todo estudante é chegar à
universidade, e quando isso os acontece se
deparam com um mundo que acreditam que tudo
seja permitido. Essa época da vida, na maioria
dos casos está atrelada a uma independência
financeira, maior idade, e a faculdade traz consigo
muito mais do que a aprendizagem de um curso
especifico, traz também experiências de vida.
É nessa fase que o ciclo de amizade aumenta e
você cria seu networking, conhece alguém com
quem terá um relacionamento, começa a fazer
estágios e claro que as festas mais emocionantes
de sua vida ocorrerão nesse momento.
O que muitos se esquecem, é que com toda essa
liberdade de iniciar a vida acadêmica no ensino
superior, juntamente vem uma responsabilidade
muito maior, o que é infelizmente, ignorada em
diversos momentos. Atualmente, o Brasil conta
com mais de 7,3 milhões de universitários,
segundo dados do MEC e as Universidades estão
cercadas de bares, isso facilita muito o consumo
de álcool pelos estudantes
Nesse cenário, eles fazem dos bares sua rota
de fuga quando acham a aula pouco interessante,
quando estão com acúmulos de estresses da
sobrecarga que vivem entre trabalho, faculdade e
vida social (também relacionamentos amorosos)
e para comemorar a chegada do final de semana,
afinal ninguém é de ferro né? O pensamento que
percorre na mente de boa parte dos universitários:
‘’ não custa nada “tomar uma” só pra relaxar.
Ocorre que, muitas vezes esse tipo de
comemoração pode se estender, e o que era pra ser
uma, viram duas, três, e pode não aparentar muitos
problemas, uma vez que o estudante vai para a
casa usando os meios de transportes públicos que
também estão ao redor da faculdade, mas e os que
usam transportes particulares e excedem na dose?
Estudos mostram que os efeitos do álcool no
corpo prejudicam a coordenação motora, perda no
tempo de resposta do corpo, falta de equilíbrio,
sono, acelera o coração assim como consequências
maiores também produzem náuseas e perda
considerável de memória. É claro que com todos
esses sintomas não é aceitável conduzir um
veículo, porém, não é essa a nossa realidade.
Segundo o levantamento da PNS (Pesquisa
Nacional de Saúde) de 2014 , 24,3% dos
motoristas confirmaram que assumem a direção
mesmo depois de consumir bebida alcoólica,
registrando-se neste ano 172.780 mil internações
que tinham relações diretas com acidentes de
trânsito, e os condutores não são as únicas vítimas.
Os dados ainda mostram que 1/3 da população
consome bebida alcoólica antes de dirigir, em
sua maioria são adultos entre 25 e 39 anos tanto
homens (32,7%) como mulheres (16%) e no que
diz respeito à escolaridade da maioria dos homens
(32,8%) e mulheres (16%) possuem ensino médio
completo e ensino superior incompleto, ou seja,
universitários.
Diante dessa pesquisa, é possível constatarmos
a presença significativa de universitários, sejam
homens em maior grau ou mulheres de uma
maneira menor, no consumo de bebida alcoólica
antes de dirigir, mesmo sendo nítido o risco de
causar acidentes, principalmente com vítimas.
De tal maneira, deparamo-nos ante a uma relação
dialética ao passo que, jovens universitários,
teoricamente, buscando conhecimento e,
consequentemente, formando um senso crítico
diferente daquele formado ao longo da escola,
invertem essa teoria ao tornarem-se potenciais
causadores de acidentes de trânsito ao dirigir
sobre o efeito do álcool.
Nesse aspecto, a necessidade de intervenção do
Estado para tentarinibir estes comportamentosdos
jovens, que representariam o futuro do país a curto
ou médio prazo, pode ser observado na iniciativa
de projeto de lei 409/2011 da Vereadora Sandra
Tadeu (DEM), o qual regularia sobre o seguinte
assunto: “Dispõe sobre a proibição de bebidas
alcoólicas nas proximidades de estabelecimentos
de ensino de nível fundamental e médio da rede
pública e privada”.
Tal Projeto de Lei (PL), ainda que tratasse apenas
do ensino fundamental e médio, demonstra em sua
justificativa objetivar a diminuição do consumo
de bebidas alcoólicas, principalmente, entre os
jovens e para que isso ocorresse destacamos o
artigo 1º que proíbe a venda de bebidas alcoólicas
em um raio de 500 (quinhentos) metros das
escolas.
Muito embora tratemos dos estudantes de ensino
superior, importa citar este projeto de lei em
função de ser oriundo da Câmara de Vereadores
de São Paulo e ter sido aprovado pela Câmara,
porém vetado totalmente pela Prefeitura que
dentre as razões destacamos a seguinte:
“[...]
Entretanto, embora reconhecendo o nobre
propósito de dificultar o acesso e consumo de
bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes, a
propositura não reúne as condições necessárias à
sua conversão em lei, considerando que o meio
nela contemplado para o alcance dessa finalidade
acabaporinviabilizarolivreexercíciodeatividade
econômica no âmbito local, circunstância que a
coloca em desacordo com o disposto no artigo
170, parágrafo único, da Constituição Federal.
[...]”
Esta razão apresentada pela Prefeitura de São
Paulo, dentre outras, para impedir a conversão do
projeto de lei denota que, mesmo havendo nobreza
na medida adotada pela vereadora esta mudança
de comportamento, agora especificamente para os
universitários, deve vir de dentro pra fora e não ao
contrário. Tendo em vista que, uma proibição de
venda de bebida alcoólica num raio determinado
de distâncias das universidades atingiria uma
consequência e não a essência do problema.
Essência esta que, consiste falta de consciência
Jessica Lara
VIDA DE UNIVERSITÁRIO
imagem: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
e senso crítico para avaliar que perder uma
“amizade” em razão sair da aula pra “tomar uma”
vale mais do que causar a perda de uma vida
Por outro lado, a Lei federal nº 11.705/2008, a
famosa Lei Seca, trouxe ferramentas mais severas
para inibis o uso de bebidas alcoólicas antes de
dirigir, através da imposição de penalidades mais
severas ao alterar o Código de Trânsito Brasileiro.
Outro ponto importante trazido por esta lei e,
praticamente, ignorado pelos estabelecimentos
comerciais corresponde à alteração da Lei nº
9.294/16 que dispõe sobre as restrições ao uso
e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas
alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos
agrícolas, ao estabelecer que:
“Art. 4o-A. Na parte interna dos locais em que
se vende bebida alcoólica, deverá ser afixado
advertência escrita de forma legível e ostensiva
de que é crime dirigir sob a influência de álcool,
punível com detenção.”
O desrespeito ao presente artigo é nítido nos
estabelecimentos, ainda mais aqueles próximos
às universidades, ademais a presença de um aviso
como este nos locais mencionados iria servir
de grande valia na formação de consciência
dos jovens universitários. De tal modo, o mero
cumprimento da lei por parte dos estabelecimentos
comerciais já poderia provocar uma queda
no número de acidentes e, por conseguinte, a
quantidade de pessoas vítimas desses lamentáveis
acontecimentos.
Importa destacar alguns dados relacionados
ao gasto do governo brasileiro e acidentes
de trânsito, que segundo o Ministério da
Previdência é de 12 bilhões/ano e segundo o
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea) o gasto é de R$ 40 bilhões/ano em uma
guerra que enfrentamos diariamente no Brasil,
as imprudências no trânsito. No tocante às
vítimas fatais da violência viária também temos
dois números diferentes, segundo o Ministério
das Cidades são mais de 40 mil vítimas por
ano e a Líder Seguros que é responsável pelo
pagamento do Seguro DPVAT afirma, esse
número ultrapassa os 60 mil.
Assimsendo,podemosconcluirqueasmudanças
nas leis podem até ser necessárias, contudo
por consistirem em fatores externos não valem
tanto quanto mudança de cultura e formação de
consciência dessa parcela da população.
Campanha do Ministério das Cidades durante a implementação das mudanças na Lei Seca em 2013, que deixou mais rígida a fiscalização e
aumentou a punição para quem descumprir as regras (imagem: Reprodução Facebook Parada Pela Vida)
12
VIDA DE UNIVERSITÁRIO
O que é o
movimento
Não foi
Acidente?
O Movimento ‘’Não Foi Acidente’’,
surgiu quando Rafael Baltresca teve a mãe
e a irmã mortas no dia 17/09/11, vítimas
de um atropelamento por um carro em alta
velocidade, em São Paulo. O atropelador,
Marcos Alexandre Martins, se recusou a
fazer o exame do bafômetro, mas fez exame
de sangue. No Boletim de Ocorrência,
testemunhas afirmam que Marcos estava
completamente embriagado. Frente a esta
situação e à realidade que o Brasil enfrenta,
Rafael Baltresca e amigos (Avair Gambel,
Manuel Fernandes, Rosmary Mariano, Maria
Luiza Hausch, Lourdes Nunes e Nilton
Gurman) criaram o movimento Não Foi
Acidente, com o objetivo de mudar as leis
brasileiras que abrem tantas portas para a
impunidade.Após isto, centenas de brasileiros
se uniram à causa.
O objetivo desse movimento é “mudar
nossas leis de trânsito, as quais têm tantas
brechas e são tão permissivas no Brasil. O
movimento Não Foi Acidente lutará sempre
por mais educação de trânsito e campanhas
de conscientização, porém, sabemos que se
as leis continuarem tão fracas como estão,
esta ‘guerra civil’ em que vivemos não
acabará tão cedo”.
imagem: Reprodução Facebook Não Foi Acidente
imagem: Reprodução Faceboo Não Foi Acidente
Campanha do movimento no Facebook pedindo para
acabar com a multa de quem é pego embriagado ao
volante. Quem estiver nesta condição tem que ir preso
imdeiatamente, segundo o grupo.
Universitários frequntando o Yes Bar, sediado ao lado da Unip Marquês (imagem: Cíntia Rubio)
13
VIDA DE UNIVERSITÁRIO
O uso da camisinha entre jovens universitários
Mesmo com campanhas de incentivo e acesso à informação, é grande
o número de jovens que descartam o uso de preservativos
que mesmo com todo tipo de informação e com
todos os métodos de prevenção, a maior parte dos
adolescentesaindadescartaousodepreservativos.
Em 2016, próximo ao carnaval, foram
distribuídos mais de 5 milhões de preservativos
em todo o Brasil. A campanha desse ano veio
com o tema “Deixe a camisinha entrar na festa”.
Além dos preservativos masculinos e femininos,
os foliões receberam também sachês de gel
lubrificante. Em vários locais, o personagem da
campanha de carnaval deste ano do ministério,
o Homem Camisinha, é quem fez a distribuição.
Aeroportos, como os do Rio de Janeiro e de
Salvador, e bares também tiveram dispositivos
com preservativos disponíveis.
O diferencial da campanha deste ano foi que, a
partir da quarta-feira de cinzas, começaram a ser
entregues folhetos nos postos de saúde e afixados
outdoors sobre a profilaxia pós-exposição, que
evita a proliferação do vírus HIV caso a pessoa
que fez sexo desprotegido, por exemplo, tome os
medicamentos em até 72 horas após a exposição
ao vírus. O objetivo da campanha é reforçar
a importância do preservativo para evitar a
contaminação, por via sexual, do vírus HIV e
outras doenças sexualmente transmissíveis.
Outranovidadeéadistribuiçãodepreservativosnos
terminais de ônibus, local muito frequente de jovens
na ida e na volta do trabalho ou faculdade. Esses
pontostemreposiçãodiáriaeédelivreacessoparaque
qualquer pessoa possa ter acesso aos preservativos.
De acordo com o Ministério da Saúde, durante
todo o ano de 2015 houve a distribuição de
574 milhões de preservativos, superando os
443,8 milhões entregues em 2014. Apesar das
campanhas de prevenção, 6 entre 10 adolescentes
ainda optam por outros métodos, como a pílula
anticoncepcional ou a pílula do dia seguinte,
mesmo sabendo que esses métodos não previnem
contra doenças sexualmente transmissíveis.
A médica Natalia Lelis, que atende no Pronto
Socorro Municipal Prof. João Catarin Mezomo,
A universitária Ana Fonseca, 22, instalou em seu
celular o aplicativo de namoro Tinder por incentivo
das amigas. Depois do término de um namoro de
três anos sentia-se insegura, e o aplicativo foi um
modo de conhecer pessoas novas. “Eu achava que
não sabia mais flertar, já estava muito confortável
na relação com o meu ex-namorado.”
Depois de poucas semanas e conversas com
alguns rapazes, a estudante marcou um encontro
em uma festa. Ana já conversava com Pedro pelo
aplicativo há alguns dias antes de encontrá-lo
pessoalmente. Divertiram-se na festa e Ana ficou
à vontade, Pedro sabia que ela havia terminado
o namoro recentemente e parecia preocupado em
não pressioná-la a nada.
Nomomentodoqueseriaaprimeirarelaçãosexual
entre os dois, Pedro avisou-a que não tinha consigo
um preservativo, perguntando se havia problema.
Ana, que também não tinha um preservativo,
hesitou, mas acabou concordando. “Eu sabia que
estava errado, que deveria ter insistido pra sairmos
para comprar uma camisinha ou, se fosse o caso,
parar por ali. Mas na hora, parece que esquecemos.
Eu só pensei que ele era um cara legal, e eu tomava
pílula, então acabou acontecendo.”
Casos como o de Ana não são incomuns. Assim
como ela, muitas pessoas, cada vez mais, deixam
de lado o preservativo na hora da relação sexual.
De acordo com a Pesquisa de Conhecimentos,
Atitudes e Práticas na População Brasileira
(PCAP) de 2013, apenas 54% dos brasileiros
usavam camisinha em todas as relações. Entre
os jovens entre 14 e 25 anos, o percentual é
ainda menor, 31%. Apesar destes números, 94%
dos brasileiros reconhecem que o preservativo
ainda é o modo mais eficaz de prevenir doenças
sexualmente transmissíveis (DST).
O sexo está cada vez mais fácil e comum
entre os jovens. Apenas um aplicativo, ou uma
rede social, pode conectar milhares de pessoas
e facilitar o acesso entre elas. O que aumenta
ainda mais o risco de doenças contagiosas, visto
Lapa, conta que o número de jovens entre 14 e
25 anos que chegam contaminados com DST
é assustador, muitos nem sabem que estão
contaminados e desconhecem as doenças
sexualmente transmissíveis, apenas sentem
um desconforto ou uma coceira e se dirigem a
hospitais para o tratamento.
Natalia diz que os próprios postos de saúde
fazem campanhas para prevenção de doenças,
principalmente contra a Aids. O objetivo das
campanhas é lembrar a importância da camisinha e
estimular o hábito de fazer o exame. A estimativa é
de que 300 mil pessoas tenham a doença sem saber.
“Não adianta ter feito uma vez, deu negativo e está
tudobem.Temqueassimilarcomoumhábitodevida,
frequentemente fazer a testagem sorológica e, se der
positivo, já tratar ainda que só tenha a infecção e não
tenha a doença. Essa é uma mudança substantiva,
porque antes se esperava a manifestação clínica da
Aids para iniciar o tratamento”, conta Natalia.
AAids mata 12 mil brasileiros por ano. “O que eu
posso passar para as pessoas é que, por mais que você
goste, que você ame, que você confie, que você tenha
umprojetodevidacomaquelapessoa,usecamisinha.
Porque de repente o seu projeto de vida é um e a vida
acaba te surpreendendo com outro projeto muito
indesejado”, continua a médica. O teste do HIV é
feito de graça em mais de 500 Centros de Testagem e
Acompanhamento, os CTAs. O governo está fazendo
parecerias com prefeituras para que o teste rápido seja
feito em todas as Unidades Básicas de Saúde.
As universidades tem um papel importante no
combate dessas doenças, pois lida com os jovens
diariamente, e podem incentivar muito nessa
campanha de prevenção. A Universidade Mogi
das Cruzes em SP lançou uma campanha com
o desafio #usecamisinha, incentivando alunos
a participarem usando a hashtag e distribuindo
preservativos em suas unidades. Mais informações
no site http://www.umc.br/desafiodacamisinha.
Distribuição de camisinhas gratuitas no Terminal Lapa (imagem:
Cíntia Rubio)
Bruna Soares
14
Toda estudante universitária que ficar grávida,
segundo o decreto 6202/75, que garante a licença
da faculdade por três meses a partir do oitavo
mês de gestação, terá o direito de realizar provas,
trabalhos e outras atividades que valham nota
em casa. A aluna também compensa as ausências
quando voltar da licença. Desta forma, não perde
o semestre ou ano letivo e tem seus direitos
assegurados por lei.
“Traçar novos planos, reajustar a vida aos
horários do bebê, fazer trabalho com os seios
na boca do filho, e ainda manter a disciplina
para que nada saia do controle. Se conseguir
seguir uma meta estabelecida previamente,
acredito que seja possível dar conta de tudo.
Não acredito que a maternidade venha a
interromper o sonho da faculdade, mas claro
que uma dedicação redobrada da mãe é
preciso”, afirma Gleiciene Xavier, estudante
do 6° semestre de letras pela universidade
UMC (Universidade Mogi das Cruzes).
Com este pensamento e muita força de
vontade, Gleiciene finaliza este ano seu curso,
enquanto desvenda a maternidade. Seu filho
Cleber Augusto completou quatro meses de
vida no dia 13 de março.
Ao descobrir a gravidez, Gleiciene estava no
final do 4° semestre da faculdade. A dúvida e as
dificuldades foram intensas, segundo a estudante,
quedizterassistidoàsaulascomsaquinhosnamão
para encarar os enjoos decorrentes da gestação.
“Sem o apoio dos meus professores e colegas de
classe, certamente eu não teria conseguido. Por
muitas vezes vomitei na sala e precisei faltar às
aulas devido ao mal estar causado pela gravidez.
Este foi só o começo, difícil mesmo foi após
o nascimento do Cleber. Aí sim o apoio dos
professores e alunos foi mesmo fundamental”.
Apesar de a licença ser deferida por lei, cada
universidade escolhe a maneira de aplicação e
elaboração de trabalhos. A maioria delas enfrenta
Gravidez x Universidade
Viviane Santyago
Professor Sydney Engelberg segurando uma criança durante uma
aula de Filosofia em Jerusalém (imagem: Reprodução/Facebook)
VIDA DE UNIVERSITÁRIO
um estranhamento e um pouco de dificuldade
quando se depara com a licença de uma aluna,
justamente por ser grande o número de estudantes
que desistem do curso diante de uma gravidez.
Neste caso, a melhor saída é o dialogo entre
faculdade, aluna e professores.
Segundo a professora do curso de Ciências
Sociais da Universidade Brás Cubas, Fabiana
Hangoroso, a maior dificuldade das alunas que
engravidam durante é a retomada aos estudos após
o parto. “Vi muitas meninas que engravidaram
frequentarem as aulas normalmente, mas
desistirem da faculdade após o nascimento do
bebê. A responsabilidade e dedicação exigidas
por um recém-nascido torna a vida da mulher
exaustiva, e conciliar isso com estudos e, muitas
vezes, trabalho e família, faz a conjunção entre
faculdade e filho algo extremamente difícil.
Acredito que nesta fase a responsabilidade social
da faculdade e dos professores seja de grande
valia na vida da aluna. Ajudar com trabalhos
mais brandos e acompanhamento frequente é
fundamentalparaqueestaalunasesintaamparada,
e para que a retomada aos estudos se torne algo
menos doloroso”, enfatiza a professora
De qualquer maneira quando uma aluna desiste
dos estudos para se dedicar exclusivamente ao
filho não deve se tornar algo condenável, pois a
retomada pode vir a acontecer semestres depois,
quando a criança não mais exigir tanto da mãe.
Para isso, o apoio vindo da universidade é
fundamental para que a estudante saiba o suporte
que receberá diante de sua decisão, e o tempo
necessário para reestruturar sua nova vida.
É importante ressaltar que parar os estudos
durante um período não significa que o sonho
acabou, mas simplesmente que a aluna teve que
optar por um dos setores de sua vida, neste caso
a maternidade. Parar ou continuar se torna uma
decisão precisamente individual visto que, a partir
do momento que existe uma criança envolvida,
esta mãe precisará de um suporte familiar para os
cuidados do filho enquanto se dedica aos estudos.
A psicóloga Nair Oliveira Felix relata que
esta pressão é o principal motivo do alto índice
de desistência de cursos superiores após a
maternidade. “A mulher moderna se tornou
multitarefas,muitasvezesdeixaparatrásoslimites
do próprio corpo para cumprir tudo aquilo que se
auto-impôs, o que é totalmente prejudicial à saúde
mental e física. A mulher deseja fazer tudo em sua
total perfeição, tirar notas boas, ser uma ótima
funcionária, ser boa dona de casa, boa esposa e,
acima de tudo, boa mãe. Mas ao se deparar com
uma realidade tão desgastante, elas optam pelo
lado sentimental, e é onde a maternidade fala mais
alto. O que precisa ser entendido é que ninguém
é super-herói, e é totalmente aceitável não lavar a
louça em um dia que se está muito cansada, ou que
se tem uma prova para estudar. Nenhuma mulher
se torna uma péssima mãe porque deixou o filho
três horinhas com o pai, sogra, madrinha, tia ou
mãe, para poder fazer um trabalho, ou mesmo
descansar um pouco. O que tem que ser deixado
para trás é esta síndrome de mulher maravilha,
e entender que se tudo for feito na medida do
possível, no final dará tudo certo”.
O decreto 6202/75 diz que as universidades
devem disponibilizar profissional capacitado para
a estudante que necessitar levar o filho para as
aulas em dias de provas, porém grande parte das
faculdades brasileiras desconhece este direito da
aluna que decide continuar os estudos.
Algumas fotos virilizaram na internet nos
últimos dias pela mensagem altruísta e humana
trazidapelosprofissionaisdaeducação.Emumdos
casos, o professor de filosofia Sydney Engelberg,
da Universidade Gratz, em Jerusalém, pegou no
colo uma criança que chorava, e tentou acalmá-la
enquanto dava aula normalmente. A criança era
filha de uma de suas alunas, que assistia às aulas
com o filho por não ter com quem deixa-lo.
Um caso semelhante aconteceu no Brasil, na
Universidade Veiga de Almeida, Cabo Frio,
RJ. A também professora do curso de filosofia,
Claudia Veiga, ministrava sua aula, quando uma
aluna que sempre levava seu bebê para aulas
precisou amamentar. Em um primeiro momento,
a professora sugeriu que a amamentação
fosse feita ali mesmo, na sala, para que a
aluna não perdesse nenhum conteúdo. Após
a amamentação, a criança ficou inquieta, mas
Claudia pegou a criança no colo e, com toda a
experiência da professora que é mãe de 3 filhos,
acalmou o bebê, que adormeceu em seus braços.
Casos como estes mostram que, com apoio de
todos os envolvidos, a aluna que se torna mãe
durante o curso pode realizar os dois sonhos
em uma junção de dedicação e realizações, que
futuramente servirão de exemplos para várias
outras alunas que enfrentarão a mesma situação.
O fim ou o começo de um sonho?
Gleiciene Xavier (imagem: Reprodução/Facebook)
VIDA DE UNIVERSITÁRIO
15
A universidade tem a função de formar
alunos em profissionais apitos para o
mercado de trabalho. Romperem os vínculos
estabelecidos entre ser estudante e ser
profissional, tem se tornado tarefa difícil
diante do cenário atual. Pesquisa divulgada
pelo o IBGE- Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, a taxa de desemprego
aumentou em 10,2% no último trimestre de
2016, comparada com o mesmo trimestre do
ano passado que foi de 7,4%.
Com o aumento do desemprego as
empresas estão exigindo maior qualificação
dos candidatos recém-formados, segundo
Márjorie Mendonça Haas – Coordenadora
de Recursos Humanos e Seleção do jornal
O Estado de São Paulo, quando a graduação
é realizada após a conclusão do ensino
médio por volta dos 18 anos, o profissional
possui maior fundamentação teórica que a
experiência prática, e se, bem orientado no
momento da contratação, na pratica o gestor
exigirá competência da função solicitada.
Com as mudanças no mundo corporativo,
algumas empresas criam oportunidades para
a formação de novos profissionais, o Grupo
Estado tem o Programa de Aprendiz (que
Mercado de trabalho
e recém formados
atende jovens de 14 a 24 anos, com potencial
e comprometimento).
Fernanda Virgilio, 29 anos, trabalhava
como assistente financeiro, segundo ele, a
faculdade lhe abriu novas portas, formada
em Administração de Empresas pela
Universidade Paulista-UNIP, hoje ocupa
cargo de Gerente Financeira na empresa
Padrão Editorial Eireli. Sonha em construir
uma carreia, “as pessoas tem coisas novas
para aprender, situações difíceis a enfrentar e
o grande desafio de lidar com diferentes tipos
de pessoas”, diz ela.
A transição entre ser estudante e ser
profissional teve outras demandas para
Rafael Gomes, 23 anos, formado em
Odontologia pela Universidade Nove de
Julho no final de 2015. Há seis meses
no mercado de trabalho, nesse período
montou seu consultório odontológico,
segundo Rafael “as dificuldades é com
a parte administrativa e financeira do
estabelecimento, já que sua formação e
totalmente voltada para a área da saúde”.
Mesmo com a instabilidade da economia, a
crise política que o país atravessa, se sente
otimista com a nova fase, diz ele.
imagem: Reprodução/Exame
Carmem Dias
Vale a pena
fazer festa de
Formatura?
Aformaturaéosonhodequalquerestudante
de escolas, faculdades e escolas técnicas.
Porém, os preços que as empresas pedem são
valores altos, dificultando de realizar aquela
tão sonhada festa de formatura. Segundo
Henrique Barbosa, aluno do terceiro
semestre do curso de Gestão Comercial, da
Faculdade Anhanguera, cita que os preços
das empresas fornecedoras de festas de
formaturas estão cobrando valores altos.
“Hoje vejo que a formatura é importante na
vida de um formando, principalmente para
os universitários, porque passa anos numa
faculdade. Mas os valores estão caros demais,
prefiro viajar ou dar entrada em algum bem
do que fazer uma festa que vai durar algumas
horas e gastar R$ 3000”.
A empresa Millenium Formaturas, que
fornece serviços para as faculdades como
USP, PUC-SP, Mackenzie, UNIP entre outras
instituições de ensino superior. Revela o que
há no pacote que custa em torno de R$ 2500.
“Bailes de gala, colação de grau, churrascos,
bota fora, baladas, cervejadas, festas de 100
dias, festas temáticas, show room e outros
tipos de eventos, que são fundamentais
para a integração da turma. Nunca nos
esquecemos de que cada turma tem um perfil
diferenciado, fazendo com que todos os
projetos sejam personalizados e adequados
às suas necessidades, nossa equipe é trabalha
em todo planejamento, logística, organização
e execução de todas as etapas de cada
evento que realizamos de maneira criativa e
personalizada”.
Mas tem aqueles que fizeram a formatura e
a lembranças são as melhores possíveis. Lívia
Peres formada pelo curso de Biologia, na UFJF
(Universidade Federal de Juiz de Fora); revela
que a formatura é o momento de comemorar
com familiares e amigos daquele momento
especial. “Quando se paga mensalidades da
faculdade, é complicado pagar a formatura
também. Os prós de fazer a formatura, é a
possibilidade de desfrutarmos de um momento
tão importante da nossa vida ao lado de amigos,
colegas de sala e da nossa família; guardar na
memória a comemoração de uma vitória e
recordar através do álbum de fotografia”.
Mas se vale a pena ou não, a festa de
formatura proporciona os últimos momentos
de felicidades, alegria, orgulho e objetivo do
dever cumprido.
Eduardo Pires
Números
sobre jovens
e empregos
Fontes: IBGE 2014, 2015, 2016 e Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2015
imagem:Reproduçãoeditoradobrasil.com.br
16
VIDA DE UNIVERSITÁRIO
Na Grande São Paulo, milhares de
estudantes universitários se deslocam
diariamente de suas casas e do
trabalho para seus locais de estudo
em universidades em várias partes da
cidade.
Muitas vezes dependem de diversos
meios de transporte coletivo, como
ônibus, trem e metrô, para chegarem
aos seus destinos, sendo que em
muitos casos passam horas dentro das
conduções devido à distância entre um
lugar e outro.
Um dos usuários do transporte coletivo
de São Paulo, o estudante de engenharia
mecânica, Marcelo Trindade de Faria,
de 27 anos, sai todos os dias de Osasco
para a Barra Funda, local onde estuda, e
para isso, utiliza a linha que o leva até
a estação e que segundo ele, tem um
percurso longo.
No 2° semestre, Marcelo sabe que
tem um grande desafio pela frente e que
muitas vezes, movido pelo cansaço,
passou de sua parada, a Comandante
Sampaio e foi parar em Barueri.
O superintendente da Auto Viação
Benfica, de Barueri, Murilo Saldanha
Filho de 43 anos falou sobre os
investimentos aplicados nas linhas para
melhorar a qualidade do transporte. “As
linhas de ônibus estão cada vez mais
interativas com seus passageiros, e
essa falta de veículos nas ruas vem da
secretaria estadual de transporte que é a
dona dos trajetos”.
O transporte coletivo paulista sob a ótica
dos universitários
Seja sobre rodas ou trilhos, a jornada diária de quem utiliza ônibus,
trens e metrô
Jorge Willian e Lucas Cardoso
Yago Saraiva
17
VIDA DE UNIVERSITÁRIO
O mesmo confirma o gerente de
transportes da empresa TRANSPPASS,
Antônio Silva Domingues de 51 anos,
consórcio oito que opera na zona oeste de
São Paulo. “As linhas são da prefeitura, que
determina horário e quantidade de carros a
operar nelas”.
Ao acordar às seis da manhã, Maria
Adelaide da Nóbrega de 40 anos, estudante
do 3º semestre de psicologia, deixa a casa
em ordem com almoço feito e roupa lavada e
passada para sua mãe não ter muitas funções.
Ela trabalha em uma rede de fest-food na
parte da manhã e estuda no período noturno
em uma universidade da Barra Funda, na
zona oeste da capital.
As 09:00 horas ela já esta na porta do
shopping onde trabalha para começar mais
um dia cansativo de serviço e as 18:00 horas
é liberada e parte para a última parte de sua
jornada diária, aprender.
Moradora de Jandira relata que espera
mais empenho nas linhas de trem que
saem do seu destino e tem final na estação
Júlio Prestes. “O sistema de trem é antigo
e falta tecnologia, a propaganda que o
governo estadual faz há décadas no radio
e TV é enganosa e os novos trens com ar
condicionado e wi-fi só funcionam do lado
de fora”.
Moradora de Francisco Morato, cidade
localizada na região metropolitana de São
Paulo, Isabela Matheus Cardoso de 19 anos,
estudante do 3º semestre de odontologia,
costuma utilizar diariamente os trens da
linha sete Rubi da CPTM, que liga o interior
à capital paulista. Entre uma viagem e outra
estuda e lê como forma de aproveitar o tempo
gasto no trajeto.
Para ela a qualidade do transporte tem
muito a melhorar. “Como usuária da linha
sete da CPTM, vejo que a mesma encontra-
se em situação precária, principalmente
pelo fato de atender grande parcela da
população, sendo que não possui estrutura
para tanto”.
Isabela destacou alguns dos aspectos
que para ela tornam a locomoção mais
complicada e demorada. “Principalmente
no longo tempo desnecessário do trajeto, no
desconforto da qual nos encontramos, pelo
fato de a qualquer momento do dia o trem
estar cheio, no aumento das paradas entre as
estações com a simples desculpa de ‘estamos
esperando liberação da passagem à frente’,
entre outros”.
Paulo Henrique Cardoso Mota trabalha
a 18 anos na CPTM, e a 10 como chefe de
departamento que cuida da operação das
linhas sete e dez. Segundo ele, grande parte
da frota da empresa, aproximadamente 85%
já é modernizada e possui menos de cinco
anos de operação, porém alguns trens antigos
ainda circulam nas linhas.
Esse fato gera alguns cuidados maiores.
“Essas composições mais antigas necessitam
de uma manutenção mais apurada e com
maior frequência, e por sermos uma empresa
de economia mista, não temos facilidade
e agilidade para aquisição de peças, o que
em alguns casos dificulta a realização de
manutenção”.
Mota ainda relata que outras questões
como os trens de carga e agentes externos
causam atrasos e problemas de circulação.
“Por lei federal, a CPTM tem obrigação
de compartilhar as vias com os trens de
carga, porém, por serem bem maiores e
mais pesados, são muito mais lentos, o que
ocasiona grande interferência na circulação
de trens metropolitanos. Fortes chuvas e
descargas atmosféricas também interferem
muito na operação de trens. Já foram
realizadas obras de alteamento (elevação) de
vias, mas ainda não foram suficientes para
prevenção de todas as enchentes. A região
da Grande São Paulo é uma das localidades
que possuem maior incidências de descargas
atmosféricas”.
Maria Cristina da Silva, moradora da
zona leste da capital, cursa o 3º semestre
de publicidade e propaganda em uma
universidade localizada na Consolação.
Utiliza diariamente o transporte coletivo
para se locomover e reclama do descaso, que
segundo ela, se estende por anos.
“Tenho 30 anos de idade, desde que nasci
só vejo falar em melhora e nada, a população
cada dia que passa cresce e as linhas de
ônibus, trens e metros continuam as mesmas,
nada muda. Quando se tem uma pequena
melhora, tem cheiro de corrupção por trás, a
máfia do metro continua a todo vapor, aliás,
tudo que você quer investir nesse país é com
propina, não tem jeito, em minha opinião,
não há futuro promissor.”
AdélcioAntônio de Oliveira, 54 anos, há 20
trabalha na central do metro em uma empresa
que presta serviço à assessoria, relata alguns
problemas enfrentados na operação das
linhas. “Ao longo do tempo faltou infra-
estrutura por parte dos governantes que
passaram pela administração do estado. Para
abrir linhas para o metro é um processo difícil
porque é necessário realizar desapropriações
de casas e comércios, e isso leva muito
tempo, e o procedimento de licitação é muito
demorado.”
O uso diário do transporte coletivo em
São Paulo demanda paciência e tempo, já
que muitos problemas, ocasionados por
fatores internos e externos, influenciam no
funcionamento de linhas de ônibus, trens
e metrô. Por muitas vezes, autoridades e
usuários entram em desacordo, já que cada
um observa a situação de maneira diferente,
seja ela de natureza técnica ou psicológica,
gera certo desconforto. Se existe solução
definitiva para todos os problemas, não se
tem certeza, o que se sabe é que o esforço
e dedicação superam as adversidades que
universitários enfrentam diariamente no vai e
vem da metrópole.
18
VIDA DE UNIVERSITÁRIO
Falta de segurança nas universidades
No mês de Abril, Alunas da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-
SP) relataram que sofreram abuso, tentativa
de roubo e estupro. Depois do ocorrido, o
grupo teve a iniciativa de espalhar cartazes
na Região de Perdizes, a poucos metros da
Universidade, no qual alertava a população
Feminina “Atenção, fui assediada aqui – Em
caso de agressão, abuso e assédio, ligue 180”.
As Estudantes cuidam do site VOA- (voz,
organização e autonomia), aproveitaram o
portal para contarem como foi ter passado
por esse transtorno. “Era meio-dia, estava
atravessando a rua com uma amiga quando
um motoqueiro mexeu com a gente. Minha
amiga mostrou o dedo do meio para ele,
ele voltou e começou a falar coisas muito
pesadas. Pedi para ele ir embora e ele
continuou insistindo, dizendo que ia me
levar para um canto e mostrar como se faz.”
Beatriz Inocêncio, 20, estudante de letras. As
Estudantes relataram no Portal que a região
em torno da Universidade, é perigosa e esse
ocorrido passa a ser constante. A Policia
Militar foi procurada, porém alunas não
acreditam na punição do agressor.
Para a estudante Natalia Moreira, 20,
estudante de direito, é possível notar a
grande diferença entre a segurança de
uma universidade pública e privada, para
ela não são suficientes apenas seguranças
privados dentro das grandes universidades ou
policiamentoporpartedoestado,éimportante
uma campanha que conscientizem alunos
quanto à segurança e o respeito ao próximo.
“Já participei de cursos na USP, mais estudo
na Universidade Nove de Julho. Na Faculdade
em que estudo, nunca soube de casos de
violência. Agora na USP é completamente
diferente, isso é comum, entra quem quer.
No período de seis meses que fiz o curso,
foram poucas vezes que vi algum tipo de
policiamento. Inclusive, quando estava em
curso, tinha vários protestos em defesa da
mulher, porque teve caso de estupro. Lá é
tudo muito distante, praticamente uma cidade.
Então para você se deslocar de um campus
para outro, no período da noite é complicado,
pois tem matagais, e sem uma segurança fica
fácil qualquer ato de violência”. Diz estudante
de direito, Natália Moreira, 20 anos.
Dados estatísticos disponibilizados pela
Secretaria de Segurança Pública (SSP)
apontam que 947 boletins de ocorrência
eletrônicos são registrados na grande São
Paulo. Cerca de 960 casos, entre ameaças,
estupros consumado ou tentado, foram
registrados no mês de março 2016, A maioria
das vítimas são mulheres.
Com base nas informações oferecidas pela
USP, essa realidade já não é tão visível. Foi
assinado no dia 8 de setembro de 2015, pelo
reitor, o termo de cooperação entre a cidade
universitária e a secretária de Segurança
Pública (SSP), que visa à implantação do
policiamento comunitário dentro ou entorno
do campus de São Paulo. “Esse é um passo
significativo para aumentar, em primeiro
A polícia militar paulista faz rondas e operações pontuais para garantir a segurança dos universitários
Mariane Mota
lugar, a segurança das pessoas que aqui
transitam, e em segundo lugar para expressar
a confiança que a USPdeposita na democracia
instalada no país, que tem instrumentos
suficientes para garantir o respeito aos
direitos humanos, elemento fundamental da
vida em sociedade”, destacou o reitor Marco
Antonio Zago, em coletiva de Imprensa.
O ex-aluno de graduação da Universidade
de São Paulo (USP), campus Butantã, nos
relatou que na época em que estudou não
se sentia inseguro. “Os prédios das diversas
faculdades e institutos da USP são seguros.
O campus, como um todo, no entanto, não é.
Nunca fui vítima de roubo ou violência, mas
conheço pessoas que já foram, e ouvi diversos
relatos (pessoais e pela mídia) de outras
pessoas que passaram por estas situações.
Mesmo assim Considero as medidas de
segurança do campus insuficientes. A
forma como o campus Butantã da USP foi
construído favorece a ocorrência de situações
de violência, roubo, etc., especialmente à
noite. A maior parte do campus é muito
mal iluminada, há trechos longos de ruas e
avenidas cercados por matas, sem qualquer
presença humana. Embora a comunidade
universitária tenha por diversas vezes
reivindicado melhorias, a reitoria pouco ou
nada fez neste sentido nos últimos anos”.
Contou Gustavo do Santo Rey Saiz; 28 anos;
professor de História.
De acordo com o policial militar Bruno
Silva, 1º BPM/M 4ª Cia, a segurança nas
universidades enfrenta problemas que são
comuns a todos os setores da sociedade,
como a criminalidade, desrespeito as leis
de trânsito, e perturbação do sossego.
Ele acredita que é necessária a presença
ostensiva da policia militar, a fim de que a
ordem pública e a segurança sejam mantidas.
“Policia militar do estado de São Paulo
passou a atuar ostensivamente na USP, após
uma ocorrência em que um estudante foi
baleado em uma tentativa de roubo. Vale
ressaltar que a PMESP do campus sempre
enfrentou uma resistência “ideológica”, e
que foi preciso uma tragédia ocorrer, para
que alguns alunos revissem posicionamentos.
Atualmente uma base comunitária móvel,
conta com um efetivo de 34 policiais
militares divididos em turnos de serviço. Nas
demais universidades da capital Paulista, a
PMESP realiza atividades pontuais, como por
exemplo: fiscalização de trânsito aos redores,
estacionamento de carros em locais indevidos
e operações preventivas evitando que donos
de estabelecimentos e particulares promovam
nos arredores, som alto e uso excessivo de
bebidas alcoólicas, prejudicando professores
e alunos interessados realmente em estudar”
No segundo semestre do ano de 2015 foi
apresentado na Assembleia Legislativa,
novo projeto de lei, visando segurança
dos estudantes. A Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI), que apura violência
nas universidades, públicas e privadas no
estado de São Paulo, teria como proposta a
proibição do patrocínio de eventos estudantis
por empresas fabricantes que praticam a
comercialização e distribuição de bebidas
alcoólicas. A intenção seria criar um cadastro
de antecedentes universitários no estado
de São Paulo, no qual seriam inseridos os
nomes de alunos que participem de trotes e
atos violentos. Os que tiverem seus nomes
inseridos no cadastro teriam restritos seus
direitoscomoaluno,eaindaseriamimpedidos
de fazer inscrições para concursos públicos e
atuação em cargos públicos.
No entanto, a realidade é bem diferente,
projetos de lei que visam conter com a
violência nem sempre tornam se eficaz. O
que deixa muitos estudantes a mercê de
uma violência sem fim. “Eu acredito que a
violência surge, de acordo também com a
educação, um País como o Brasil teria de
ter mais programas educativos, fazer com
que todos se interessem em estudar, só assim
teria menos casos de violência, a educação é
primordial em qualquer situação”. Ana Rúbia
Almeida Costa, estudante de direito, 22 anos.
Yago Saraiva
VIDA DE UNIVERSITÁRIO
19
DROGAS E UNIVERSIDADES
Consumo de drogas ao redor das instituições de ensino ocorre sem
empecílios
O que antes era nocivo, agora parece ter
se tornado recreativo. Sem a fiscalização
da policia, prefeitura e demais órgãos
responsáveis pela segurança e bem estar dos
cidadãos, o uso de drogas por estudantes
universitários está cada vez maior. Na
universidade Uninove, localizada na Barra
Funda, zona oeste de São Paulo, estudantes
de propaganda e publicidade afirmam
que fumam maconha, e que também já
consumiram outros tipos de drogas. Um
deles, que não quis se identificar, diz que
havia usado LSD há poucos minutos atrás.
Para outro estudante, que também não quis
se identificar, fumar um baseado antes de ir
para a aula o deixa mais “tranquilo”, fazendo
com que consiga fazer os trabalhos em sala
de aula. A maioria desses estudantes começa
a usar drogas por influencia dos amigos
em festas e, até mesmo, na faculdade. Eles
afirmam que a droga serve para socializar e
conhecer mais pessoas.
O universitário Thiago foi viciado em
cocaína por oito anos. Começou a usar a
droga depois que perdeu os pais. Sua primeira
vez foi na balada, por conta própria. Agora,
Thiago afirma estar totalmente recuperado.
“Antigamente, quando saia com amigos que
também usavam drogas, tínhamos medo da
polícia. Nós tentávamos esconder a droga.
Aqui, em frente à faculdade Uninove, os
alunos fumam maconha normalmente, e
ninguém faz nada. Hoje a policia é muito
conivente com o uso das drogas. Concordo
também que, quando seus amigos fazem uso
de drogas, você acha que é legal, então você
decide experimentar”, afirma o estudante.
Thiago também diz que, devido à falta de
policiamento ao redor da faculdade, é fácil
achar drogas pelos seus arredores.
O policial militar Ademir, que não quis
se identificar com o nome verdadeiro, fez
ronda durante dez anos na faculdade UNIP,
localizada na Água Branca, também zona
oeste da capital. “No ‘pancadão’ que tinha
próximo à UNIP, o pessoal usava muita droga.
Às vezes, um número grande de pessoas, umas
600 pra cima, e a gente não conseguia chegar
até todas essas pessoas. Existe muita droga,
tanto na UNIP quanto na Uninove, Puc etc.
Esses meninos que vendem drogas perto de
faculdades são os ‘aviãozinhos’. O traficante
passa a droga para eles e eles vão até as portas
dasuniversidadesparavender.Algunslevam5,
6 unidades da droga. Eles, se pegos, falam que
são usuários. Falta um maior policiamento nos
arredores das faculdades, mais viaturas. Nós
fazemos ronda até às 23h30, mas não temos
condições para atuar quando há um grande
contingente de pessoas”, afirma o policial.
Enquanto não tiver um policiamento com
mais viaturas, e que busque acabar com
o uso de drogas ao redor das faculdades,
a quantidade de universitários usuários de
drogas e a criminalidade irá aumentar. Hoje
em dia o consumo de drogas é grande, o
que leva as autoridades a ter que repensar o
que fazer quanto o uso dessas e substâncias
nocivas. A prefeitura deve agir de outra
maneira em conjunto com a polícia militar,
a fim de evitar que jovens se tornem
escravos das drogas.
Pesquisa sobre o consumo de bebidas e drogas por jovens
universitários e população geral brasileira de 18 a 24 anos
Fonte: II Levantamento Domiciliar sobre Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108
maiores cidades do país, feito pelo CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) em
2005 e pesquisa feita pelo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
com 12.711 estudantes universitários de todas as capitais brasileiras mais o Distrito Federal em 2012.
Gabriel Galvão
imagem: Pixabay
20
Junto com a vontade de fazer uma boa universidade
existem vários desafios que um estudante encontrará,
um deles é sair da casa dos pais. A maioria das
boas universidades ficam nas grandes capitais e os
estudantes, depois do vestibular (que consome suas
vidas) encontram novos desafios.
As Republicas geralmente são grandes casas
onde os estudantes alugam e dividem os espaços
com outros estudantes. Muitas vezes dividem
também os quartos com duas camas ou beliches.
Existem republicas que acomodam cerca de 10
pessoas ou mais.
A história das repúblicas no Brasil começa com o
surgimento dos primeiros cursos superiores no país.
Vida de República
Sala da República de Mario Raia (imagem: Arquivo Pessoal)
Thays Librelon
VIDA DE UNIVERSITÁRIO
As universidades brasileiras recebem
estudantes de toda a parte do país. Nesse
meio tempo, entre o ingresso e a conclução
do curso, muita gente acaba se conhecendo,
criando ciclos de amizade e, até mesmo,
vínculo profissional. O número de bandas
universitárias que são formadas nesse período
de estudos é muito grande, ajudando os
próprios estudantes a se manterem nas cidades
com uma ajuda financeira na esperança de
concluir a formação e, quem sabe, sonhar com
um futuro nos palcos.
Na cidade de Ribeirão Preto, em São
Paulo, a banda Malibloco é formada por
estudantes da Universidade de São Paulo
(USP - campus Ribeirão Preto). Ali ninguém
se conhecia antes da faculdade. Uma casa de
república, denominada Malibú, fez com que
o encontro desses músicos universitários se
tornasse possível. O grupo conta com sete
integrantes, e os instrumentos tocados por eles
são: cavaquinho, pandeiro, bateria e violão.
Segundo o vocalista da banda, Nícolas Stefani,
o grupo se formou após um churrasco, onde
cada um pegou seu instrumento e mandou um
som. “Tudo começou com uma brincadeira,
estávamos em casa e começamos a fazer um
som. Os convidados aprovaram, inclusive outro
amigo, que promove festas, nos incentivou a
Há registros de repúblicas montadas em meados do
século 17, onde estudantes de uma mesma cidade se
reuniam para dividir as despesas de moradias nos
municípios onde frequentavam os cursos. Nesses
locais,todososcômodosdacasaeramtransformados
em quartos e os calouros ficavam nos lugares menos
confortáveis, ou seja, “bicho” sempre sofreu.
Termo originário do latim “res publica”, que
significa “coisa pública”, a república estudantil
normalmente é uma casa alugada por estudantes
que dividem a moradia durante todo (ou parte)
de um período letivo. Com a expansão do ensino
universitário brasileiro, principalmente a partir
da década de 50, as repúblicas estão presentes em
praticamente todas as cidades onde há faculdades
ou universidades.
Geralmente o estudante sai de casa para dividir
esse apartamento ou casa com outros estudantes nos
próximos cinco anos e seus pais creem que seus filhos
dedicarão suas vidas exclusivamente aos estudos,
entretanto na prática as coisas ficam bem diferentes.
Mario Raia está cursando o primeiro ano do curso
bacharel em Física na Universidade Federal de São
Carlos e está morando numa republica pela primeira
vez. “Saí da casa dos meus pais e vim direto para cá.
Está sendo uma experiência bem diferente do que
eu imaginei. Eu tenho que tomar conta das minhas
roupas, se eu não lavar elas ficam sujas ou somem.
A organização da casa quase não existe, pagamos
uma faxineira, porém 3 horas depois que ela sai da
casa já está tudo uma bagunça. São oito meninos
na republica onde eu moro, mas existem republicas
mistas aqui em São Carlos, onde moram meninos
e meninas juntos. Eu tenho dificuldade em estudar
em casa devido a bagunça e estou começando a ir
estudar na biblioteca da universidade. Todo final de
semana várias festas acontecem pelas republicas.
Os estudantes levam suas próprias canecas
penduradas no corpo e praticamente bebem o dia
inteiro e muitas vezem perdem a noção do que estão
fazendo. Eu não gosto muito dessas festas, mas a
galera ama, conta os dias para chegar ao final de
semana. Eu prefiro ir visitar meus pais, mas muitos
ficam meses sem sair da cidade”.
Segundo a professora de patologia bucal da Unesp
de São José dos Campos, Terezinha Nogueira, os
estudantes devem tomar muito cuidado com essa
nova perspectiva de vida. “Os jovens encontram
muita liberdade, coisa que na casa dos pais não
existia. Essa falta de regras acaba mexendo com
a cabeça deles. Eles podem dormir a hora que
querem, comer a hora que querem, ir e vir por onde
quiserem. Se ele tomar um porre hoje e amanhã não
for na aula, não haverá ninguém para cobra-lo no
outro dia. Eu tenho alunos que já estão três anos na
mesma matéria e não conseguem seguir o curso em
frente devido essa falta de regras”.
Som na caixa
tocar em bares universitários “, contou.
A banda tem em seu repertório músicas
populares, que se alternam nos gêneros pop
rock, samba, pagode e sertanejo, como: “Mas
que Nada”, Taj Mahal e Fio Maravilha (Jorge
Ben), “Bombocado” (Arte Popular), “Suíte
14” (Henrique e Diego), “Coração Radiante”
(Grupo Revelação), entre outros.
Atualmente, os amigos do Malibloco contam
com uma agenda para se programarem para
eventos, sem deixar os estudos de lado. Eles
tocam em festas, bares, jogos universitários e,
até mesmo, shows. Algumas vezes, o cachê é
trocado pela entrada em festas e jogos, outras
vezes, recebem um covert artístico, que é uma
taxa incluída na conta de cada consumidor que
estiver presente no bar, restaurante ou evento.
“Sempre que sobra um dinheiro, ele é destinado
às despesas da banda, seja na manutenção dos
instrumentos ou gasolina para transportar a
banda para os locais de evento. Algumas vezes
conseguimos ajudar nas despesas da república,
como comida, móveis ou alguma reforma
necessária”, completa o vocalista.
Já na capital paulista, a banda Kanduras,
também formada por estudantes no período
da faculdade, tem outra proposta. O grupo já
tem prestígio no meio musical, está lançando
seu primeiro álbum e conta com uma agenda
de shows recheada para os próximos dias.
Segundo o guitarrista da Banda, Guilherme
Garelha, o grupo foi formado por integrantes
que já haviam rodado o mundo da música.
“Quando nos conhecemos na faculdade,
decidimos formar a banda pela experiência
que cada um tinha. Alguns pertenciam a outras
bandas, outros tinham carreira solo”, afirmou.
A banda é formada por quatro integrantes e os
instrumentos usados são: guitarra base, guitarra
solo, bateria e contrabaixo.
Muito comuns no meio acadêmico, bandas universitárias podem até
mesmo ser rentáveis, além de proporcionar uma boa diversão
Rafael Arruda
Banda Kanduras - Da esquerda pra direita: Jean Paz (contrabaixo),
Guilherme Garelha (guitarra solo), Junior Breed (bateria), Raphael
Thebas (vocal e guitarra base) - Imagem: Divulgação/Facebook
Jogos Universitários de Comunicação e Artes
Conheça o principal campeonato esportivo universitário brasileiro
Jogos Universitários de Comunicação
e Artes (JUCA) teve primeira edição no
ano de 1993 e, desde então, se tornou uma
das competições mais populares entre os
universitários paulistanos. Atualmente a
competição é formada por oitos Instituições
de Ensino Superior. A Universidade
Presbiteriana Mackenzie, com 15 títulos, é a
maior vencedora geral do JUCA.
O JUCA tem por finalidade aumentar a
participação em atividades esportivas em todas
as Instituições de Ensino Superior, sejam elas
privadas ou públicas do território nacional.
Os campeões do JUCA participam dos Jogos
Universitários Mundiais o (UNIVERSIADE).
A23ª edição do JUCAserá realizada esse ano
em Sorocaba, entre os dias 26 a 29 de maio de
2016. Esta é a principal competição entre os
universitários de comunicação e artes, e é um
campeonato que engloba várias modalidades
como natação, basquete, futebol, futsal, vôlei,
handebol, rúgbi, xadrez, tênis de mesa e tênis
de campo.
A competição funciona como se fosse
uma Olimpíada Universitária, disputada em
quatro dias de competição. As oito faculdades
participantes dos jogos são: Anhembi
Morumbi, Belas Artes, Cásper Libero, ECA-
USP, Mackenzie, Metodista, PUC-SP e PUC
Campinas. Estima-se que o evento irá reunir
cerca de 8.000 mil universitários.
Cada faculdade conta como a sua torcida
organizada, que incentiva os seus atletas na
disputa do torneio durante os quatro dias de
competição. As arquibancadas se tornam
verdadeiras arenas, onde os torcedores vibram
e apoiam as suas equipes com músicas e
instrumentos.As arquibancadas viram grandes
palcos para cada torcida apresentar o seu show
fora das quadras.
Bruno Stocco, atual presidente e ex-ritmista
Rafael Oliveira
da Atlética Grifo, equipe que representa a
faculdade Anhembi Morumbi no JUCA,
afirma que é um orgulho vestir a camisa da
sua universidade no campeonato: “A grande
importância da existência de uma atlética
na faculdade e da participação nos jogos é a
vivência universitária que o aluno tem. Viajar
uma vez por ano para uma cidade do interior
para passar quatro dias defendendo e gritando
o nome da sua faculdade é muito bom. É
ótimo demonstrar e gritar o amor e orgulho
que você tem de estar ali, de fazer parte, de
estudar nessa Instituição”, afirma o estudante.
As festas que ocorrem durante o evento e a
grande rivalidade que existe entre os participantes
também são um tempero a mais. “Acredito que a
maior rivalidade que existe na disputa dos jogos
é entre Anhembi Morumbi, Mackenzie e Cásper
Libero.Ainteraçãoqueacontecenasfestasdurante
o evento é bacana, porque embora estejamos
disputando uma competição, podemos conhecer
pessoas novas e fazer grandes amizades”, destaca
Renata Ribeiro, atleta do Mackenzie que disputa
o seu segundo JUCA.
Para Beatriz Rebelo, atleta da PUC, é um
privilégio poder representar a faculdade
dentro das quadras em uma das competições
universitárias mais importantes: “É
simplesmente inexplicável você poder viajar
para representar a sua faculdade, vestir a
camisa em uma grande competição que tem
uma multidão querendo estar no seu lugar, e
jogando o esporte que você sempre sonhou.
Isso é algo que não tem preço”.
Os atletas das faculdades que participam
do JUCA ficam hospedados em escolas que
servem como alojamento para os alunos
acamparem e armaras suas barracas durante a
competição.Duranteos04diasdecompetições
haverá shows com presenças confirmadas da
cantora Valesca Popozuda, o rapper Emicida e
a banda CPM 22.
21
FIQUE LIGADO
Ranking de Conquistas
Pôster do JUCA 2016
Divulgação JUCA
imagem: Reprodução obaoba.com.br
22
FIQUE LIGADO
Foi-se o tempo em que os estudantes
precisavam se deslocar até uma biblioteca ou
comprar livros para obter informações para
o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos.
Com a consolidação da tecnologia,
estudantes e universidades apostam cada
vez mais em aplicativos acadêmicos como
ferramentas de estudo. Um exemplo disso
é a Estácio, conglomerado formado por
33 instituições de ensino superior, que
investe em aplicativos conteúdo interativos
multimídia com foco acadêmico.
ParaohistoriadorAndréGobi,graduadopela
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
esses meios facilitam a vida acadêmica, mas
também acabam prejudicando o trabalho
cognitivo do aluno, que estuda menos e que
busca menos informação. “O Google já é
uma ferramenta de pesquisa que armazena
todas as informações necessárias para um
estudante. Com a criação de aplicativos
acadêmicos, tudo está ainda mais rápido e
instantâneo”, declara ele.
No Brasil, a rede social “Passei Direto”
é o principal recurso dos universitários,
Aplicativos acadêmicos são febre
entre universitários
Especialistas destacam os pontos positivos e negativos do uso de
aplicativos entre os jovens estudantes
Rubens Moriya atesta a contribuição dos aplicativos para
fins acadêmicos (imagem: Arquivo Pessoal)
O acesso à internet na palma da mão, fatores que transformaram
a vida do estudante para André Gobi (imagem: Arquivo Pessoal)
Gabriela Maruyama
Aplicativos educativos populares no Google Play Store
visto que disponibiliza materiais de
estudo, além de possibilitar a interação
com estudantes de todo o Brasil. “Quando
eu entrei na faculdade, em 2009, esse
método não era popular, então eu tinha que
ir até bibliotecas e abordar pessoas na rua
para realizar pesquisas. Hoje isso mudou”,
complementa Gobi.
No entanto, esse fator impacta diretamente
nos meios tradicionais de pesquisa. De acordo
com a Fundação Biblioteca Nacional, cerca
de 20 municípios do Brasil não possuem
uma biblioteca. “Dicionários, enciclopédias
e livros estão sendo substituídos por
computadores, celulares e tablets, uma vez
que através desses meios tecnológicos é
possível ter acesso a tradutores, pesquisas
e bibliografias”, declara Rubens Moriya,
formado em Ciências Sociais pela
Universidade de São Paulo (USP). “Um
aplicativo como o Photomath pode auxiliar
na resolução de cálculos, enquanto um
meio como o Fastformat pode ajudar na
formatação de textos nas normas da ABNT”,
finaliza o historiador.
1) Determine o tema e faça uma
pesquisa de mercado – Realize
entrevistas com o seu público. Se você
deseja desenvolver um aplicativo para
jornalistas, por exemplo, pergunte
aos seus colegas de redação se eles
baixariam o app.
2) Faça o esboço do projeto –
Identifique todas as seções que você
quer colocar no seu aplicativo. Qual
seria o material de interesse para
um jornalista? Atualidade, conteúdo
histórico, filosófico, gramatical etc.
3) Encontre um fornecedor confiável,
de preferência por indicação –Apressa
é inimiga da perfeição. Não pesquise no
Google “fornecedores de apps” e feche
com o primeiro que aparecer. Agende
reuniões e selecione aquele que acreditar
genuinamente no seu projeto.
Os três mandamentos para
desenvolver um aplicativo
educativo
*Dados de 27/05/2016
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  • 2. Reitor Prof. Dr. João Carlos Di Gênio Diretor da Área de Ciências e Comunicação Prof. Francisco Alves da Silva Coordenador Geral do Curso de Jornalismo Prof. Fernando Perillo Coordenador de Jornalismo do Campus Marquês Prof. Sergio Braga Professores responsáveis Paulo Takechi e Monahyr Campos Editor Chefe Mateus Sobreira Chefe de Reportagem Erika Costa Edição e Diagramação Mateus Lemos Yago Lorenzon Fotografia Cíntia Rubio Yago Saraiva Revisão Claudia Guarnieri Viviane Santyago Repórteres AmandaSantos,LaisSantoro,MarianeMota,GabrielGalvão,Thaina Marina,EduardoPires,JéssicaVerônica,Gabriela Maruyama, PryscilaLima,BrunaSoares,JessicaLara,LucasCardoso,Jorge Willian,RodrigoMendes,ThaysLibrelon,CarmenDias,Rafael Oliveira,ThamirisSales,JoãoVictorSatiroeRafaelAguiar ÍNDICE EDITORIAL Carta ao leitor Alguns estudantes de jornalismo se reuniram uma vez em sala de aula e através das conversas entre eles professores e mais as trocas de experiências pessoais, perceberam que os universitários enfrentam algumas dificuldades em seu dia a dia. Problemas corriqueiros com o transporte público, má alimentação e qualidade do sono, por exemplo, estão presentes na rotina dos alunos. Com o intuito de auxiliar nessas e outras questões de cunho estudantil surgiu a UniSampa, uma revista voltada ao universo acadêmico e totalmente sem fins lucrativos. De estudantes para estudantes! A revista que você tem em mãos é a minha edição favorita (talvez por ser a primeira). Desde os assuntos abordados nas reportagens, as fotografias, ilustrações, revisão e diagramação foram inteiramente feitas pela equipe UniSampa. Atividades complementares... um medo antigo que espreita os recônditos de todas as graduações e aterroriza a todos nós é desmistificada na matéria da página da 23. Você vai conferir dicas úteis para cumprir a carga horária e não sentirá que é apenas uma obrigação já que muitos lugares são ambientes para o lazer. É o famoso “unir o útil ao agradável”. Vai descobrir que o intercâmbio é uma realidade tangível e você também pode embarcar nessa viagem! Por mais inacreditável que seja o exercício físico pode te ajudar a não dar aquela “pescada marota” nas palestras empolgantes sobre Legislação e você ainda conhecerá um pouco sobre as Repúblicas e seus moradores. Nesta e nas próximas edições da UniSampa, queremos trazer novas perspectivas ao ambiente acadêmico e ela é toda dedicada a nós, mortais e estudantes! Escreva para nosso e-mail redacaounisampa@gmail.com e sugira temas que gostariam que fossem abordados neste espaço. Divirta-se! Érika Costa Chefe de Reportagem/Redação 4 5 Crédito Universitário Privado Políticas públicas educacionais 2 Cursos de intercâmbio Sono dos universitários Vem Monstro! Alimentos e exercícios que melhoram desempenho Se beber, não dirija 7 8 10 11 13 14 Camisinha entre universitários Gravidez x Universidade Segurança nas universidades O transporte público pelos estudantes Me formei, e agora? Atividades Complementares, O Retorno 15 16 18 23 UNISAMPA
  • 3. 3 ARTIGO TCC uma proposta irrecusável mas administrável Alguns – ou todos – os estudantes passam por uma preocupante paranoia, o dia em que o TCC chegará a porta e bagunçará toda a vida deles, adicionando prazos impossíveis, revisões infinitas, textos enormes, milhares de pesquisas e intermináveis horas de conversas com o professor orientador, e talvez esse sentimento transforme algo complexo em uma missão digna de um filme de ação dos anos 90. A tese de conclusão de curso (TCC) é a última etapa entre a sala de aula e o campo profissional (desde que o aluno não tenha nenhuma pendência), e todos conhecemos casos de amigos que tiveram problemas com os deles e, se friamente avaliados, é fácil perceber onde houve o erro e como é tranquilo evitar algo assim. O primeiro passo para evitar um desastre de proporções catastrofísticas é a escolha de um tema. Todo mundo deseja um tema novo, inovador, único e especial – e convenhamos que algo assim é magnífico – mas muitos esquecem que a principal parte de um trabalho desses é o seu próprio interesse, já que se presumem que o assunto é algo que o autor/cientista/aluno tem curiosidade de pesquisar. Caso ele escolha um tema que não se importa ou que achou interessante, mas não tenha real vontade, as chances que no meio do caminho ele se perca e deseje parar com tudo são gritantes. Comumtemaemmente,outraparteimportante é a decisão de executar o trabalho individual ou em um grupo e, como tudo na vida, existem suas vantagens e desvantagens em cada escolha. Um trabalho desse tamanho é algo difícil de executar e ter mais que uma mão pode se provar a maior vantagem, além que se prova verdade o ditado português “duas cabeças pensam melhor do que uma”, principalmente em dar novas ideias ou achar maneiras diferentes de se eliminar problemas ou evitá-los. Mas nada na vida é um mar de rosas, e trabalhos em grupos podem causar brigas entre os membros, divergências sobre como fazer o TCC e confusões diversas. Por isso muitos preferem um trabalho solo, já que a pessoa tem total controle do que faz com o trabalho e seus caminhos, e sempre sabe em que passo se encontra o mesmo. E para escolher qual a melhor maneira de se fazer uma pesquisa, é necessário que o aluno saiba os prós e contras e decida pensando em o que será melhor para o tema. Planejamento é uma obrigação para aquele que não quer “perder o trem das sete”, saber como é e quando fazer tal parte, quando deve entregar a mais recente versão do texto para a revisão do professor, os prazos finais e tantas outras coisas que envolvem um trabalho acadêmico. Uma simples tabela feita no computador, contendo passos e datas a serem cumpridas, é uma maneira simples e eficaz de manter uma tese em dia. A pesquisa é uma das partes onde mais se ocorrem erros que podem destruir todo um TCC. Essa é uma parte de extrema atenção, já que tudo será olhado pelos professores e a justificativa do tema é algo de peso enorme na hora de ser aplicada a nota. É necessário se apoiar em outros trabalhos, livros e textos que tratem do tema, não é esperado – nem necessário – que você crie tudo sobre o assunto, e para isso é imprescindível saber usar as citações. E graças a ferramentas de pesquisas como o Google Acadêmico, pesquisar sobre um assunto específico se transformou em algo bem mais simples do que era a uns 20 anos atrás. Jamais se deve copiar textos de outros autores sem o devido crédito, pois acreditem, a banca examinadora conseguirá descobrir e isso acarretará uma reprovação. E além de tudo isso, a maneira que deve ser escrito um trabalho de conclusão é algo a ter sempre em mente: linguagem clara, concisão e impessoalidade são algumas das características que um teto acadêmico precisa ter, e novamente a internet pode ser uma mão a mais, já que é algo simples encontrar textos e mais textos falando sobre como deve ser escrito um texto desse. “Os italianos — prosseguiu Hagen — têm uma piada a respeito de que o mundo é tão duro que um homem precisa ter dois pais para cuidar dele, e é o motivo porque eles têm padrinhos.” - Essa frase vem do livro O Poderoso Chefão de Mario Puzo, e no TCC uma figura que ajude o aluno no andar da pesquisa é o professor orientador. Existem duas maneiras de um professor orientar uma tese de conclusão, por escolha do aluno ou escolha da instituição. Caso venha ao aluno o direito de escolher quem deve o orientar, ele deve pensar em algumas coisas, sendo a mais importante se o seu orientador tem algum tipo de experiência ou conhecimentos no tema, já que ele terá caminhos ou ideias que agregaram ao trabalho, principalmente na parte da pesquisa. Tendo um professor orientador escolhido ou indicado pela instituição, é importante ouvir o que ele tem a te dizer, ele está para te orientar, mostrando e expondo ideias, trazendo seus erros à tona para que você arrume, e te levando a concluir essa tese. Mas lembre-se que o papel dele é te orientar, não de fazer seu trabalho. O TCC é um período intenso na vida universitária que deve ser levado a sério, mas com o planejamento correto, uma boa ideia de como agir e quando fazer algo, pode ser a resposta para tornar um momento difícil em algo bem mais tranquilo. Hagen: Para quem eu pergunto sobre esse assunto? Don: O livro X tem algumas dessas informações. (imagem: godfather.wiki.com) Mateus Sobreira
  • 4. 4 EDUCAÇÃO Crédito Universitário Privado Conheça as principais linhas de crédito estudantil, oferecidas por bancos privados Ingressar nas universidades particulares de São Paulo já não é exclusividade para poucos. Atentos à expansão do ensino superior no país, e nas novas necessidades da classe média econômica, os bancos privados, em parceria com faculdades particulares, estão lançando novas linhas de crédito para o financiamento de cursos de graduação, pós, MBA, entre outros, para os estudantes universitários. Alguns programas de financiamento estudantil chegam a cobrar taxas de juros inferiores, se comparadoàspagasemprodutosbancárioscomoo empréstimo pessoal. E podem oferecer condições diversificadas de pagamento para o aluno custear as despesas da faculdade particular onde estuda. Após contratar o crédito, o aluno tem um prazo de no mínimo de 12 meses para regularizar a dívida com o financiador, dependendo das condições exigidas pela instituição, que nessa modalidade podem ser bancos ou instituições financeiras especializadas. Como qualquer outro produto, essa modalidade de financiamento determina regras de serviço semelhantes aos empréstimos e outras linhas de crédito especiais. E o aluno pode contratar ele a partir de um órgão conveniado com a faculdade, devendo depois, formalizar ele em contrato. Mesmo com a flexibilidade presente nos programas de financiamento privado, é bom ressaltar que muitas instituições criam regras diferentes nas condições exigidas para fechar negócio. A PraValer Crédito Universitário, da companhia Ideal Invest, considerado o maior programa de financiamento estudantil privado, por exemplo, cobra juros de financiamento a partir do 2º semestre, variando os valores dos contratos renovados em até 1,98% ao mês. Segundo as regras estabelecidas pela instituição financeira PraValer, para adquirir o crédito , o aluno e o garantidor - pessoa que vai arcar com os custos do financiamento caso o estudante caso o estudante não pague após a contratação - não podem ter restrições de crédito no SPC ou SERASA, devem comprovar renda de até duas vezes e meia maior que a mensalidade do curso, e receber pagamento de pelo menos um salário mínimo. O contrato é semestral e financia cursos de graduação, técnicos, mestrado, MBA e EAD. Outras instituições também apresentam condições diversas para firmar negócio com o estudante. O Instituto Educar, presente em praticamente todo país, estabelece um limite de 10% a 50% nas mensalidades financiadas. Vale a pena conferir outras linhas de financiamento estudantil pouco conhecidas também, como o Cebrade, a Fundaplub e a Validata, que oferecem benefícios diferenciados e juros baixos. Em entrevista à revista UniSampa, Maria Cristina da Costa Gloria, 50, professora de musicalização, dá sua opinião sobre o tema. Maria Cristina começou seus estudos por meio do FIES como estudante no curso de licenciatura em pedagogia, na Universidade Nove de Julho em 2010. No ano seguinte, Maria Cristina transferiu o seu financiamento para a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde se formou. De acordo com a professora, existe vantagem no financiamento estudantil privado em São Paulo: “Sem ele seria impossível eu ingressar na universidade, e essa é a situação de muitos no país. A forma de pagar posteriormente é digna. Faria de novo, sim”, comenta. Apesar de aprovar o financiamento, a professora falou da dificuldade que enfrentou ao tentar transferir o curso com o contrato da Caixa Econômica Federal. “Por conta disso tive muitos problemas para transferir”, finaliza. Por que financiar? Aopçãodefinanciarosestudosemuniversidades particulares é mais indicada para quem está desempregado ou passa por dificuldades financeiras. O financiamento pode atender os estudantes que não conseguiram pontuação mínima para adquirir a bolsa de estudos do ProUni (Programa Universidade para Todos), ou que está sendo prejudicado pelas mudanças nas regras do Programa de Financiamento Estudantil (FIES), onde houve corte de verbas pelo governo em 2015. O crédito estudantil também é conveniente para quem pretende financiar só um semestre do curso, já que os demais continuam sendo pagos pelo aluno, com o acréscimo das parcelas, correção monetária, juros, ajustes fiscais (que utilizam como base avaliadora o Índice Nacional de Preço ao Consumidor- INPC), as taxas administrativas, entre outros, dependendo do banco ou instituição financiadora. E ainda que muitos vejam no financiamento estudantil, a chance de estudar em uma universidade privada, é necessário avaliar se é mesmo vantagem se comprometer com o valor do financiamento e as demais mensalidades. Amanda Santos
  • 5. 5 EDUCAÇÃO Políticas públicas educacionais O conceito de políticas públicas se refere a um conjunto de ações e decisões do governo. Esse mecanismo tem como prioridade tentar solucionar problemas que apareçam na sociedade, é chamado de políticas públicas porque o governo estabelece um sistema de metas e planos, que são planejados pela União Estado e Municípios. As políticas são ações que estabelecem o padrão de proteção social, organizado pelo Estado, são elaboradas para distribuição dos benefícios sociais tentando melhorar os problemas de desigualdade sociais que são desenvolvidas pelo desenvolvimento econômico. No Brasil essas políticas educacionais, vêem melhorando nosúltimosanoscomdiversosprogramas sociais. Com a chegada desses programas sociais o públicoquetembaixarenda,estáconseguindoestudar em faculdades privadas e particulares. Um dos programas que alavancou esse numero maior de alunos matriculados nas universidades é o Fies, o fundo de financiamento estudantil, esse programatemcomofinalidade, financiaragraduação do aluno que não tem condições de pagar os altos custos de uma universidade, o programa financia 100% do curso em instituições particulares, e com uma taxa de juros de 6,5% ao ano. Para participar do Fies os requisitos são: O aluno não pode ter se formado no ensino superior, ter renda familiar per capita de 2,5 salários mínimos e ter feito o Enem a partir de 2010. O financiamento estudantil já financia mais de 150,000 mil estudantes desde o inicio do programa em 1999, graças a esse programa alunos de todo o Brasil tem a oportunidade de cursar um ensino superior de qualidade, aumentando assim suas chances de ingressar no mercado de trabalho. Outro programa do governo bem conhecido é o Prouni , universidade para todos, é um programa criado em 2004 que fornece bolsas de estudos parciais e integrais em instituições privadas de ensino superior e para graduação. Os requisitos para participar do programa são semelhantes ao do Fies. Programa Bolsa Atleta O programa bolsa atleta é mais um projeto social do governo federal, esse programa é de patrocínio individual para atletas profissionais. Em vigor desde o ano de 2005, esse projeto já investiuematletasdevariasmodalidades,maisde439 milhões foram revertidos em benefícios aos atletas. Os esportistas beneficiados são aqueles que se destacam em competições nacionais e internacionais, atualmente esse programa possui cinco categorias, são elas: Estudantil, nacional, internacional, Olímpica e paraolímpica. Os valores são pagos pela Caixa Econômica Federal e depositados na conta dos atletas que participam do programa todo o mês. Educação no Brasil Espera se que a educação no Brasil resolva sozinhos os problemas sociais do País. No entanto, é preciso primeiro melhorar a formação dos docentes, visto que o desenvolvimento dos professores implica no desenvolvimento dos alunos e da escola. Ao propor uma reflexão sobre a educação Brasileira, vale lembrar que só em meados do século20,oprocessodeexpansãodaescolarização básica no País começou, e que o seu crescimento, em termos de rede pública de ensino, se deu no fim dos anos 1970 e inicio dos anos 1980. Atualmente considera se a Educação uns dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas ultimas décadas, ainda há muito para ser feito. Entrevistas concedidas pelos profissionais Lucélia Maria da Silva, Formada em Serviço Social. 1)Os universitários estão atentos a projetos de políticas públicas em São Paulo? 2)Os estudantes universitários estão bem informados sobre políticas educacionais vigentes Rodrigo Mendes Imagem: Reprodução/Veja
  • 6. 6 EDUCAÇÃO Alunos de universidades particulares conseguem descontos de até 100% Projeto escola da família: Oportunidades de bolsas de estudos para universitários através de serviços comunitários no Brasil, como Fies e ProUni ? 3)Qual sua opinião sobre a atual situação das universidades no Brasil?Você acredita que durante suaformaçãovocêobtevetodososconhecimentos, ou o ensino médio deixou a desejar? 4)Você acha que com a chegada da internet os alunos ficam mais ligados as políticas públicas? R1)Nem todos tem de fato interesse no que diz respeito ao assunto, porém, uma pequena parte dos universitários está ligada sim. R2)As informações existem, as instituições divulgam, porém nem todo o universitário se mantém informado sobre o assunto. R3)As universidades deixam a desejar sim, pois já viemos de uma educação defasada das escolas públicas, inclusive alguns professores não tem informações o suficiente, em relação aos alunos, muitos só tem o tempo que estão em sala de aula para obter mais conhecimentos. R4)Sim, pois a internet nos ajuda muito a observarmos mais conhecimentos, porém a minoria ainda tem dificuldades em acessar a internet, e uma grande porcentagem não tem interesse em conhecer novas tecnologias. Fernando Henrique Negri de Menezis, cursando superior em educação fisica 1)Como você enxerga os programas sociais que o Brasil vem desenvolvendo na área da Educaçao ? 2)Sobre os programas como Fies e ProUni, você acredita que facilitaram o acesso ao ensino superior ? 3)Com o avanço da internet você acha que as pessoas estão mais ligadas aos programas de políticas públicas no Brasil ? 4)Na universidade onde estuda, você recebe um ensino de qualidade? 5)Quando terminou o ensino médio, você chegou bem preparado para cursar o ensino superior ? R1)Eu acho muito bom, um grande passo para a educação brasileira. Muitas pessoas que não tinham oportunidade ou condições de ter uma boa educação estão tendo uma visão ampla sobre este tema. R2)Sim, ajudou bastante, principalmente para quem não tinha reais condições de estudar por conta das condições financeiras. R3)Com certeza, com o avanço da tecnologia a internet facilita muito a vida das pessoas,fazendo com que elas conheçam todas as ferramentas e assim conseguindo melhorar seus conhecimentos sobre os temas como os de políticas publicas. R4)Sim, acredito que recebo um ensino de boa qualidade, temos professores muito aplicados e a universidade corresponde com todas as expectativas do aluno. R5)Quando terminei o ensino médio, preferi fazer um cursinho preparatório pra a faculdade, pois achava que estava despreparado. Thainá Marina Em parceria com universidades particulares, governo federal oferece bolsas de estudos para jovens de baixa renda. Jovens que optarem por cursos relacionados à educação como pedagogia e educação física, podem participar do programa Bolsa Família. Após a escolha de seus cursos, os universitários prestam serviço dentro de uma instituição de ensino, que funciona somente aos finais de semana. O universitário oferece seus serviços dentro do horário escolhido, desenvolve atividades educativas com os jovens que frequentam a “Escola da Família”. Para comprovar presença, é preciso relatar em folha as atividades que se desenvolveu dentro de seu horário, finalizando com sua assinatura. Esses relatórios são diários e entregues ao coordenador do projeto “Escola da Família”, que são supervisionados durante todo o tempo de estagio dentro das escolas. A Secretaria da Educação banca 50% da bolsa universidade e os outros 50% são pagos pelo próprio aluno. Esse programa pode oferecer bolsa de 100% ao aluno, que fica isento de pagar as mensalidades da faculdade. Segundo dados da Secretaria da Educação, cerca de 13.000 estudantes participam do Programa Escola da Família. Em entrevista feita com a Diretora da Escola Ministro Oscar Dias Correia, Senhora Maria de Fátima, perguntamos qual a importância desse projeto para a escola. “Ainteração da escola com a comunidade possibilita o desenvolvimento dos jovens que frequentam esse projeto, e também envolve a comunidade com a escola diferente. As escolas se tornam um ambiente não só para estudar, mas sim um lugar, ara, aos finais de semana, o aluno realizar atividades esportivas e culturais. Augusto Ribeiro de Almeida, participa do projeto Escola da Família, dando aulas de reforço de matemática. “Sempre fui bom com cálculos, e estou cursando matemática na Universidade Anhembi Morumbi. No ‘Escola da Família’, dou aulas de reforço aos jovens que procuram aprender ou tirar dúvidas. Também realizo campeonatos de futebol para os jovens da comunidade e conto histórias para crianças que ficam em salas de leitura. Gosto do que faço e me sinto um professor quando estou aqui”, afirma o universitário. Para participar do projeto “Escola da Família” o estudante deverá verificar as datas de inscrições, que ficam disponíveis no site http://escoladafamilia.fde.sp.gov.br/default. asp. É necessário que o aluno comprove renda mensal familiar, o tipo da moradia, as despesas fixas da moradia e a quantidade de pessoas que residem junto com o candidato. Após preencher o formulário, o universitário deve levar os documentos exigidos e apresentar sua situação econômica e acadêmica até a diretoria de ensino mais próxima. Entre as iniciativas do Escola da Famíla, tem o da leitura, com espaços dedicados especialmente para esta atividade Augusto Ribeiro (de costas) universitário voluntario do projeto e Regina Silva (perfil) professora da escola, participando de uma gincana com os jovens Thainá Marina Thainá Marina
  • 7. 7 Com a globalização cada vez mais acentuada, estamos com uma variedade maior do que nunca quando o assunto é curso para complementar o currículo. Especializações, cursos de apoio..... As opções são tão variadas, que chega a ser difícil manter um foco, para escolher algo que realmente agregue ao currículo, e não apenas preencha espaço E com esta nova oferta de cursos, aumentam também os desafios. Segundo o Semesp, em São Paulo o número de alunos cursando ensino superior no Estado foi aproximadamente 1,65 milhão em 2013, último ano com dados disponíveis, levando em conta cursos presenciais. Entre a modalidade EAD (Ensino a Distancia), foram pouco mais de 216 mil pessoas. Apenas na região metropolitana de São Paulo, o número de universitários em cursos presenciais era de 920 mil, enquanto em EAD os números alcançam 83 mil. Muitos estudantes estão procurando modos de diferenciar seu currículo e de quebra, conhecer novos povos e culturas, algo tão importante num mundo extremamente globalizado e conectado. Estudantes contam suas experiências no intercâmbio para auxiliar quem já pretende ir e motivar quem está indeciso quanto a esta oportunidade. Vinicius França, 20, cursa na faculdade Fiap, aqui no Brasil e está no quarto ano de Sistemas de Informação. Mas neste momento, ele está na Universidade de Kansas, nos Estados Unidos. Esta oportunidade foi possível graças ao auxílio do programa Ciências Sem Fronteiras, criado em 2011 pelo governo federal , que funciona em parceria entre os Ministérios da Ciência e Tecnologia e o da Educação, cujo único requisito, além do requerente estar em um curso superior, é ter obtido nota média maior de 600 no Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM. Os cursos contemplados pelo CSF são da área de tecnologia, majoritariamente. Segundo Vinícius, estudar parte do curso no exterior conta muito, não apenas para questões profissionais. “Agregou muito culturalmente, porque aqui tem gente do mundo inteiro, e conheci muitas culturas diferentes. No Brasil, o povo valoriza demais o que vem de fora”. Aproveitando esta interação, agora ele tem aulas de espanhol. O intercâmbio tem algumas condições, como por exemplo, ter que concluir o curso pela faculdade em que se busca a bolsa no Brasil, caso contrário, o investimento deve retornar ao governo federal. O intercâmbio dura um ano, na faculdade em que o aluno é aceito, após este escolher o país. O aluno pode ficar até três meses fazendo estágio ou pesquisa em outra universidade no país de sua escolha, desde que este atenda ao programa Para cursar nos Estados Unidos, o exame de proficiência inglesa exigido é o TOEFL (Test Of English for a Foreign Language, ou Teste de Inglês para uma Língua Estrangeira), enquanto o utilizado em outros países da língua é o IELTS (International English Language Testing System, ou Sistema de Teste de Inglês Internacional de Linguagem). Caso o aluno precise aprimorar a língua, o programa oferece aulas antes de começar o período letivo, como no caso de Vinícius. “Quem não tem o inglês tão bom, vem antes para ter aulas”, diz. O curso também arca outras despesas do viajante, como acomodação e alimentação paga. “[O governo] paga alojamento e dá US$ 300 por mês para despesas extras”. Mas apesar de conhecer outro país e isto lhe agradar bastante, Vinícius diz que quer voltar. “Sinto muita falta do Brasil, então acho que não viveria por aqui”, diz. Os países de maior procura são de língua inglesa, como Canadá, Estados Unidos e o Reino Unido (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte), por ser a língua mais exigida na hora de uma entrevista de emprego. Mas destinos como Espanha, Portugal e América Latina também são bastante procurados. Rodrigo Saretto, 21, é estudante de Relações Internacionais pela PUC. Voltou ao Brasil em Janeiro após passar uma temporada de seis meses na Holanda, onde conseguiu visitar grande parte da Europa. No caso de Rodrigo, bastou se inscrever no programa de intercâmbio, e o único custo é o da mensalidade no Brasil, por haver convênio entre as instituições. A universidade daqui do Intercâmbio é oportunidade para universitários conhecerem novas culturas EDUCAÇÃO Para quem é novo na área em que pretende atuar, fazer cursos no exterior pode ser alternativa para competir com quem está há mais tempo no mercado João Victor Satiro Vinicius em Nevada através de intercâmbio (imagem:Arquivo Pessoal) Rodrigo em Roterdã (Foto: Arquivo pessoal) Brasil providencia acomodação, que o aluno tem opção de aceitar ou procurar outra estadia, já que a acomodação fica por conta do intercambista. Na Holanda, Rodrigo cursou um semestre pela Universidade de Roterdã de Ciências Aplicadas. Ele atualmente está no terceiro ano. Antes de cursar na Holanda, ele fez seis meses de trabalho voluntário através da AIESEC (Associação Internacional de Estudantes de Ciências Econômicas e Comerciais), que apesar do nome, oferece intercâmbios para diversas áreas, atualmente. A AIESEC promove intercâmbios onde o foco são atividades socioeducativas e culturais. Há a possibilidade de se receber um intercambista em sua casa aqui no Brasil, se houver interesse, entre outros projetos, como trocas de ideias em StartUps. No intercâmbio pela AIESEC, ele foi ao Peru participar de ações comunitárias, como por exemplo, lecionar inglês para crianças. Atualmente, o estudante é estagiário na empresa internacional Michael Page, de Recursos Humanos. Para ele, fez toda a diferença ter realizado intercâmbios. “Sem dúvidas foi importante [o intercâmbio]. Ajudou-me muito na hora de entrevistas, porque eu pude usar isso como experiência no currículo”, diz Rodrigo. As maiores faculdades de São Paulo e da região metropolitana possuem programas internos de intercâmbio, cada uma variando quanto à faculdade conveniada, modelo e data do processo seletivo, além do país que o estudante procura. O estudante interessado deve ter em mente que viver em outro país, além de importante para a carreira, é uma oportunidade de conhecer novas pessoas e sociedades, portanto, novos desafios.
  • 8. 8 Rotina cansativa afeta qualidade de sono dos universitários SAÚDE Nasociedadeatualécomumqueuniversitários trabalhem durante o dia e façam faculdade no período noturno. Mas o que poucos sabem é que a ansiedade, alimentação inadequada e passar horas da madrugada fazendo pesquisas e trabalhos da faculdade, tornam os horários de sono irregulares, causando distúrbios psicológicos e rendimento estudantil afetado. Uma pesquisa divulgada pela Absono (Associação Brasileira do Sono), mostrou que a privação crônica de sono é uma condição comum e crescente. Os dados indicam que aproximadamente 63% das pessoas relatam dormir menos de 7 horas durante os dias de semana e 25% das pessoas dormem menos de 6 horas, compensando com mais horas de sono durante o final de semana. Além disso, aproximadamente 18% das mulheres e 26% dos homens economicamente ativos são trabalhadores que atuam em turnos e com privação crônica de sono. Especialistas apostam em dicas que ajudaram a dormir com mais facilidade Pryscila Lima O especialista em sono, Dr. Ezequiel Fernandes deOliveira,dizqueaprivaçãodesonopodecausar raciocínio lentificado, coordenação motora lenta, problemas de memória, irritabilidade, aumento ou diminuição da pressão sanguínea, prejuízo na capacidade de julgamento (decisão racional), delírio e alucinação, queda da imunidade e acidentes (especialmente automobilísticos). Com as tarefas diárias, universitários tendem a utilizar aparelhos digitais durante o dia inteiro para verificar mensagens de trabalho, pesquisas da faculdade e falar com os amigos. A técnica em polissonografia, exame realizado para investigar os distúrbios do sono, Diana Santos, ressalta que o principal vilão que inibi o sono é uso excessivo de dispositivos móveis. Diana alerta também que não dormir a quantidade de horas necessárias pode desencadear apneia do sono, ou seja, uma desordem no sono. Os principais problemas de saúde em universitários que não dormem corretamente, segundo Dr. Ezequiel Fernandes são: risco de diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, obesidade, envelhecimento precoce, depressão, ansiedade, agressividade, estresse, problemas sexuais e menor rendimento em sala de aula. A estudante de arquitetura Letícia Silva comenta que a falta de tempo disponível no cotidiano, devido ao trabalho e aos estudos, afetou sua qualidade de sono. “Logo que comecei a trabalhar, percebi que ficava exausta demais, sentiaminhavistadoendo,fortesdoresdecabeça, estresse e mal estar. Foi quando procurei ajuda médica em uma clínica especializada em sono e recebi indicações de remédios e tratamentos que me ajudaram a ter vontade de dormir. Hoje aprendi administrar meu tempo para tirar um cochilo e não sinto dificuldade alguma para dormir”, afirma a universitária. O Dr. Ezequiel sugere que, caso algum estudante universitário sofra com problemas de imagem: Reprodução nathaliapaccola.com.br
  • 9. Insônia, deve procurar um médico psiquiatra, de preferência especialista em sono, para poder ter o tratamento adequado. De modo geral, a prescrição de medicamentos que ajudam a dormir e não provocam dependência química, associada a medidas comportamentais e cognitivas, é a melhor forma de tratamento. Deixar de dormir corretamentepodeprovocarproblemasdesaúdeda noite para o dia, apesar do estresse ser responsável pelo instinto de sobrevivência e representar uma defesa natural do organismo, estar frequentemente estressado pode gerar consequências físicas, psicológicas e emocionais, como problemas de pele e cabelos, dores musculares, baixa libido, depressão e insônia. A psicóloga Sandra Rodrigues explica que o estresse pode ser considerado um estado psicofísico resultante de excessiva exposição a certos estímulos, caracterizado por tensão muscular, fadiga, cansaço, dores nas costas, dificuldade para dormir, dor de cabeça, perda de memória, dificuldade em resolver problemas, entre outros. A soma de respostas físicas e mentais de uma incapacidade de distinguir entre o real e as experiências e expectativas pessoais. É uma resposta do organismo frente a um perigo, que prepara o corpo para fugir ou lutar. “Cada pessoa reage de modo diferente a essas situações, o que para uns é motivo de muito estresse e, para outros, não é motivo para nenhuma alteração emocional. Entretanto, SAÚDE todos têm um limite de tolerância a partir do qual a saúde começa a ser prejudicada. Ele pode ser tanto negativo como positivo. O estresse apropriado e controlado melhora o interesse e motiva o indivíduo, assim como a ausência total de estresse pode levar ao tédio e à depressão”, argumenta Sandra Rodrigues. Em entrevista, o estudante de design gráfico, Guilherme da Costa Filho, reclama porque passa parte do dia fora de casa e nunca dedica atenção para sua saúde, e, quando chega em casa, deve esquecer o sono e dar prioridade à outras tarefas “Eu sou um estudante que vive mais fora do que dentro da minha própria casa, trabalho de manhã e estudo na parte da noite. O que percebo é que engordei muito, pois de uns peã cá, tenho uma alimentaçãoincorreta.Eutomocafémaisde5vezes ao dia para enfrentar a sonolência. Sou um cara que passa muito estresse no trabalho e quando chego em casa, por morar sozinho, tenho que preparar meu próprio alimento, lavar minhas roupas e fazer os trabalhos da faculdade. Tenho apenas 24 anos e vejo que ando muito indisposto, com humor baixo. Gostaria de saber o que devo fazer.” O Dr. Ezequiel tem a resposta para Guilherme: “Consumir alimentos ou bebidas ricos em cafeína, que é considerada energética, sendo capaz de aumentar a disposição, pois acelera os batimentos cardíacos, melhorando a circulação sanguínea e, como consequência, tirando o sono. Porém, seu uso deve ser reduzido ao mínimo, pois, além de favorecer as doenças cardíacas, ele compromete a absorção do cálcio, podendo prejudicar os ossos. É importante aproveitar o tempo do almoço para um cochilo rápido e aproveitar as viagens de deslocação para o trabalho para dormir. Uma parada de 15 minutos para dormir já é suficiente para restaurar as forças e o nível de alerta necessário para enfrentar o resto do dia ou da noite. Fazer regularmente algum tipo de atividade física melhora o humor e dá mais disposição, sendo este um bom método para afugentar o sono. Ficar muito parado, num ambiente muito calmo, só vai piorar a situação. Porém, a forma mais eficaz de acabar com o sono durante o dia é dormir o suficiente durante a noite”. Por meio deste questionamento, o especialista do sono Dr. Ezequiel Fernandes e a psicóloga Sandra Rodrigues, revelam que estabelecer um horário regular para dormir e acordar é uma ferramenta fundamental, para controlar os pensamentos, as emoções, seu ambiente e a forma como você lida com os problemas. “Com estas dicas, teremos um objetivo de vida equilibrada, com tempo para o trabalho, relacionamentos, relaxamento e diversão, acrescentando uma boa dose de capacidade de resistência e persistência para lidar com as situações de pressão no dia a dia, e assim conduzir os desafios a bom porto”, finaliza Sandra. 9
  • 10. Descubra alimentos e exercícios que melhoram a concentração e aprendizagem Uma alimentação saudável é a chave principal para diversas atividades, sejam elas físicas ou não. E na hora das aulas não é diferente, reeducar suas refeições pode ajudar o estimulo do corpo e assim se concentrar e aprender melhor. Independente dos estudos aprender a se alimentar de maneira correta é fundamental para uma vida com perspectiva ativa e benéfica. Porém a rotina de faculdade e trabalho, na maioria das vezes, não permite que seja possível fazer as refeições certas para determinadas horas do dia, tudo por conta da correria e pela falta de conhecimento nessa área. “A reeducação alimentar é uma tarefa difícil atualmente, pois tempo é algo precioso. A maioria dos jovens não se preocupam com sua alimentação, acabam optando pelas comidas práticas e rápidas.” Menciona a Prª e Drª Ana Paula Puljol – especialista na área de nutrição. Além da falta de conhecimento, outro fator prejudicialéafaltadeopçõesdealimentossaudáveis nas próprias Instituições de Ensino. “Dificilmente eu escolho comer na Faculdade, como eu estudo no período matutino não me faz bem ingerir os salgados fritos ou lanches logo pela manhã” ressalta Larissa Weissheimer, estudante de Fisioterapia da UNIP. Para solucionar esse problema a NutricionistaAna Paula Pujol estabeleceu uma lista de ingredientes que irão estimular a aprendizagem e concentração, além de oferecer uma dieta rica em nutrientes: A falta de alimentos saudáveis nas Universidades Os hábitos alimentares dos universitários se apresentam inadequados com o baixo consumo de verduras, legumes e frutas, preferindo alimentos ricos em calorias, e os especialistas confirmam que uma alimentação cheia de gordura e açúcar prejudica a nossa saúde física e mental nos causando fadiga, além de correr o alto risco de desenvolverem doenças crônicas não transmissíveis. A falta de tempo é a justificativa mais comum pela preferência de alimentos industrializados ou os chamados “fast food” com baixo valor nutritivo. ‘’Acordo às 5:30 da manhã todos os dias, pego um ônibus lotado até chegar no meu destino, quando acaba meu expediente vou direto para a faculdade, quando penso em comer algo na lanchonete me deparo sempre com o mesmo tipo de alimentos, aqui vai uma lista de alguns deles: Batata frita, coxinha, cachorro quente, empadão entre outros tipos de comidas nada saudáveis e quanto aos tipos de bebidas que nos são oferecidos estão os refrigerantes, sucos industrializados, tudo muito prejudicial à saúde. Seria muito bom se houvesse lanches naturais, alimentos mais leves, sem gordura ou açúcar, porém está não é a realidade’’. Disse Nayane Alexandre, estudante de contabilidade na universidade Anhanguera. OBrasiltemvividoumainversãodevalores, antes a luta contínua era contra a desnutrição, hoje em dia contra a obesidade. As Universidades deveriam investir nas vendas de alimentos com alto valor nutritivo, assim os estudantes iriam se alimentar de uma forma adequada e saudável. Com o primeiro passo dado, é necessário pensar no corpo de outra maneira. Somando uma boa alimentação com a prática de exercícios simples, Confira as dicas de alongamentos básicos sugeridas por Cristiane Gomes A eficácia desses dois fatores trazem benefícios para sua vida acadêmica, entenda como melhorar seu desempenho com pequenas mudanças em sua rotina Esticar as pernas Esticar os braços a frente do corpo Esticar os braços atrás do corpo Flexionar os joelhos até a barriga Lais Santoro Jessica Verônica Cíntia Rubio imagem: mobilizadores.org.br 10 SAÚDE que irão ocupar pouca parte do seu tempo, você terá resultados excelentes nas aulas e na vida em geral. “Dormir 8 horas por dia é o exercício mais satisfatório para a concentração nas aulas, o sono é primordial para que seu corpo se sinta ativo ao longo do dia. O alongamento assim que acordamos (na própria cama) deveria ser um hábito de todas as pessoas, pois estimula o corpo a estar preparado a rotina.” Explica Cristiane Gomes, Educadora Física da academia On Sport Center. Ao entender a importância desses exercícios e dicas de alimentação simples e práticas, o passo seguinte é fazer com que eles se tornem hábitos para a vida, dessa maneira, alcançar o objetivo nos estudos será uma positiva consequência. Viva de forma saudável, apesar da falta de tempo, estabeleça um momento no seu dia para se cuidar e principalmente descansar.
  • 11. 11 Bebida e direção... NÃO! O sonho de todo estudante é chegar à universidade, e quando isso os acontece se deparam com um mundo que acreditam que tudo seja permitido. Essa época da vida, na maioria dos casos está atrelada a uma independência financeira, maior idade, e a faculdade traz consigo muito mais do que a aprendizagem de um curso especifico, traz também experiências de vida. É nessa fase que o ciclo de amizade aumenta e você cria seu networking, conhece alguém com quem terá um relacionamento, começa a fazer estágios e claro que as festas mais emocionantes de sua vida ocorrerão nesse momento. O que muitos se esquecem, é que com toda essa liberdade de iniciar a vida acadêmica no ensino superior, juntamente vem uma responsabilidade muito maior, o que é infelizmente, ignorada em diversos momentos. Atualmente, o Brasil conta com mais de 7,3 milhões de universitários, segundo dados do MEC e as Universidades estão cercadas de bares, isso facilita muito o consumo de álcool pelos estudantes Nesse cenário, eles fazem dos bares sua rota de fuga quando acham a aula pouco interessante, quando estão com acúmulos de estresses da sobrecarga que vivem entre trabalho, faculdade e vida social (também relacionamentos amorosos) e para comemorar a chegada do final de semana, afinal ninguém é de ferro né? O pensamento que percorre na mente de boa parte dos universitários: ‘’ não custa nada “tomar uma” só pra relaxar. Ocorre que, muitas vezes esse tipo de comemoração pode se estender, e o que era pra ser uma, viram duas, três, e pode não aparentar muitos problemas, uma vez que o estudante vai para a casa usando os meios de transportes públicos que também estão ao redor da faculdade, mas e os que usam transportes particulares e excedem na dose? Estudos mostram que os efeitos do álcool no corpo prejudicam a coordenação motora, perda no tempo de resposta do corpo, falta de equilíbrio, sono, acelera o coração assim como consequências maiores também produzem náuseas e perda considerável de memória. É claro que com todos esses sintomas não é aceitável conduzir um veículo, porém, não é essa a nossa realidade. Segundo o levantamento da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) de 2014 , 24,3% dos motoristas confirmaram que assumem a direção mesmo depois de consumir bebida alcoólica, registrando-se neste ano 172.780 mil internações que tinham relações diretas com acidentes de trânsito, e os condutores não são as únicas vítimas. Os dados ainda mostram que 1/3 da população consome bebida alcoólica antes de dirigir, em sua maioria são adultos entre 25 e 39 anos tanto homens (32,7%) como mulheres (16%) e no que diz respeito à escolaridade da maioria dos homens (32,8%) e mulheres (16%) possuem ensino médio completo e ensino superior incompleto, ou seja, universitários. Diante dessa pesquisa, é possível constatarmos a presença significativa de universitários, sejam homens em maior grau ou mulheres de uma maneira menor, no consumo de bebida alcoólica antes de dirigir, mesmo sendo nítido o risco de causar acidentes, principalmente com vítimas. De tal maneira, deparamo-nos ante a uma relação dialética ao passo que, jovens universitários, teoricamente, buscando conhecimento e, consequentemente, formando um senso crítico diferente daquele formado ao longo da escola, invertem essa teoria ao tornarem-se potenciais causadores de acidentes de trânsito ao dirigir sobre o efeito do álcool. Nesse aspecto, a necessidade de intervenção do Estado para tentarinibir estes comportamentosdos jovens, que representariam o futuro do país a curto ou médio prazo, pode ser observado na iniciativa de projeto de lei 409/2011 da Vereadora Sandra Tadeu (DEM), o qual regularia sobre o seguinte assunto: “Dispõe sobre a proibição de bebidas alcoólicas nas proximidades de estabelecimentos de ensino de nível fundamental e médio da rede pública e privada”. Tal Projeto de Lei (PL), ainda que tratasse apenas do ensino fundamental e médio, demonstra em sua justificativa objetivar a diminuição do consumo de bebidas alcoólicas, principalmente, entre os jovens e para que isso ocorresse destacamos o artigo 1º que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em um raio de 500 (quinhentos) metros das escolas. Muito embora tratemos dos estudantes de ensino superior, importa citar este projeto de lei em função de ser oriundo da Câmara de Vereadores de São Paulo e ter sido aprovado pela Câmara, porém vetado totalmente pela Prefeitura que dentre as razões destacamos a seguinte: “[...] Entretanto, embora reconhecendo o nobre propósito de dificultar o acesso e consumo de bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes, a propositura não reúne as condições necessárias à sua conversão em lei, considerando que o meio nela contemplado para o alcance dessa finalidade acabaporinviabilizarolivreexercíciodeatividade econômica no âmbito local, circunstância que a coloca em desacordo com o disposto no artigo 170, parágrafo único, da Constituição Federal. [...]” Esta razão apresentada pela Prefeitura de São Paulo, dentre outras, para impedir a conversão do projeto de lei denota que, mesmo havendo nobreza na medida adotada pela vereadora esta mudança de comportamento, agora especificamente para os universitários, deve vir de dentro pra fora e não ao contrário. Tendo em vista que, uma proibição de venda de bebida alcoólica num raio determinado de distâncias das universidades atingiria uma consequência e não a essência do problema. Essência esta que, consiste falta de consciência Jessica Lara VIDA DE UNIVERSITÁRIO imagem: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
  • 12. e senso crítico para avaliar que perder uma “amizade” em razão sair da aula pra “tomar uma” vale mais do que causar a perda de uma vida Por outro lado, a Lei federal nº 11.705/2008, a famosa Lei Seca, trouxe ferramentas mais severas para inibis o uso de bebidas alcoólicas antes de dirigir, através da imposição de penalidades mais severas ao alterar o Código de Trânsito Brasileiro. Outro ponto importante trazido por esta lei e, praticamente, ignorado pelos estabelecimentos comerciais corresponde à alteração da Lei nº 9.294/16 que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, ao estabelecer que: “Art. 4o-A. Na parte interna dos locais em que se vende bebida alcoólica, deverá ser afixado advertência escrita de forma legível e ostensiva de que é crime dirigir sob a influência de álcool, punível com detenção.” O desrespeito ao presente artigo é nítido nos estabelecimentos, ainda mais aqueles próximos às universidades, ademais a presença de um aviso como este nos locais mencionados iria servir de grande valia na formação de consciência dos jovens universitários. De tal modo, o mero cumprimento da lei por parte dos estabelecimentos comerciais já poderia provocar uma queda no número de acidentes e, por conseguinte, a quantidade de pessoas vítimas desses lamentáveis acontecimentos. Importa destacar alguns dados relacionados ao gasto do governo brasileiro e acidentes de trânsito, que segundo o Ministério da Previdência é de 12 bilhões/ano e segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) o gasto é de R$ 40 bilhões/ano em uma guerra que enfrentamos diariamente no Brasil, as imprudências no trânsito. No tocante às vítimas fatais da violência viária também temos dois números diferentes, segundo o Ministério das Cidades são mais de 40 mil vítimas por ano e a Líder Seguros que é responsável pelo pagamento do Seguro DPVAT afirma, esse número ultrapassa os 60 mil. Assimsendo,podemosconcluirqueasmudanças nas leis podem até ser necessárias, contudo por consistirem em fatores externos não valem tanto quanto mudança de cultura e formação de consciência dessa parcela da população. Campanha do Ministério das Cidades durante a implementação das mudanças na Lei Seca em 2013, que deixou mais rígida a fiscalização e aumentou a punição para quem descumprir as regras (imagem: Reprodução Facebook Parada Pela Vida) 12 VIDA DE UNIVERSITÁRIO O que é o movimento Não foi Acidente? O Movimento ‘’Não Foi Acidente’’, surgiu quando Rafael Baltresca teve a mãe e a irmã mortas no dia 17/09/11, vítimas de um atropelamento por um carro em alta velocidade, em São Paulo. O atropelador, Marcos Alexandre Martins, se recusou a fazer o exame do bafômetro, mas fez exame de sangue. No Boletim de Ocorrência, testemunhas afirmam que Marcos estava completamente embriagado. Frente a esta situação e à realidade que o Brasil enfrenta, Rafael Baltresca e amigos (Avair Gambel, Manuel Fernandes, Rosmary Mariano, Maria Luiza Hausch, Lourdes Nunes e Nilton Gurman) criaram o movimento Não Foi Acidente, com o objetivo de mudar as leis brasileiras que abrem tantas portas para a impunidade.Após isto, centenas de brasileiros se uniram à causa. O objetivo desse movimento é “mudar nossas leis de trânsito, as quais têm tantas brechas e são tão permissivas no Brasil. O movimento Não Foi Acidente lutará sempre por mais educação de trânsito e campanhas de conscientização, porém, sabemos que se as leis continuarem tão fracas como estão, esta ‘guerra civil’ em que vivemos não acabará tão cedo”. imagem: Reprodução Facebook Não Foi Acidente imagem: Reprodução Faceboo Não Foi Acidente Campanha do movimento no Facebook pedindo para acabar com a multa de quem é pego embriagado ao volante. Quem estiver nesta condição tem que ir preso imdeiatamente, segundo o grupo. Universitários frequntando o Yes Bar, sediado ao lado da Unip Marquês (imagem: Cíntia Rubio)
  • 13. 13 VIDA DE UNIVERSITÁRIO O uso da camisinha entre jovens universitários Mesmo com campanhas de incentivo e acesso à informação, é grande o número de jovens que descartam o uso de preservativos que mesmo com todo tipo de informação e com todos os métodos de prevenção, a maior parte dos adolescentesaindadescartaousodepreservativos. Em 2016, próximo ao carnaval, foram distribuídos mais de 5 milhões de preservativos em todo o Brasil. A campanha desse ano veio com o tema “Deixe a camisinha entrar na festa”. Além dos preservativos masculinos e femininos, os foliões receberam também sachês de gel lubrificante. Em vários locais, o personagem da campanha de carnaval deste ano do ministério, o Homem Camisinha, é quem fez a distribuição. Aeroportos, como os do Rio de Janeiro e de Salvador, e bares também tiveram dispositivos com preservativos disponíveis. O diferencial da campanha deste ano foi que, a partir da quarta-feira de cinzas, começaram a ser entregues folhetos nos postos de saúde e afixados outdoors sobre a profilaxia pós-exposição, que evita a proliferação do vírus HIV caso a pessoa que fez sexo desprotegido, por exemplo, tome os medicamentos em até 72 horas após a exposição ao vírus. O objetivo da campanha é reforçar a importância do preservativo para evitar a contaminação, por via sexual, do vírus HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. Outranovidadeéadistribuiçãodepreservativosnos terminais de ônibus, local muito frequente de jovens na ida e na volta do trabalho ou faculdade. Esses pontostemreposiçãodiáriaeédelivreacessoparaque qualquer pessoa possa ter acesso aos preservativos. De acordo com o Ministério da Saúde, durante todo o ano de 2015 houve a distribuição de 574 milhões de preservativos, superando os 443,8 milhões entregues em 2014. Apesar das campanhas de prevenção, 6 entre 10 adolescentes ainda optam por outros métodos, como a pílula anticoncepcional ou a pílula do dia seguinte, mesmo sabendo que esses métodos não previnem contra doenças sexualmente transmissíveis. A médica Natalia Lelis, que atende no Pronto Socorro Municipal Prof. João Catarin Mezomo, A universitária Ana Fonseca, 22, instalou em seu celular o aplicativo de namoro Tinder por incentivo das amigas. Depois do término de um namoro de três anos sentia-se insegura, e o aplicativo foi um modo de conhecer pessoas novas. “Eu achava que não sabia mais flertar, já estava muito confortável na relação com o meu ex-namorado.” Depois de poucas semanas e conversas com alguns rapazes, a estudante marcou um encontro em uma festa. Ana já conversava com Pedro pelo aplicativo há alguns dias antes de encontrá-lo pessoalmente. Divertiram-se na festa e Ana ficou à vontade, Pedro sabia que ela havia terminado o namoro recentemente e parecia preocupado em não pressioná-la a nada. Nomomentodoqueseriaaprimeirarelaçãosexual entre os dois, Pedro avisou-a que não tinha consigo um preservativo, perguntando se havia problema. Ana, que também não tinha um preservativo, hesitou, mas acabou concordando. “Eu sabia que estava errado, que deveria ter insistido pra sairmos para comprar uma camisinha ou, se fosse o caso, parar por ali. Mas na hora, parece que esquecemos. Eu só pensei que ele era um cara legal, e eu tomava pílula, então acabou acontecendo.” Casos como o de Ana não são incomuns. Assim como ela, muitas pessoas, cada vez mais, deixam de lado o preservativo na hora da relação sexual. De acordo com a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP) de 2013, apenas 54% dos brasileiros usavam camisinha em todas as relações. Entre os jovens entre 14 e 25 anos, o percentual é ainda menor, 31%. Apesar destes números, 94% dos brasileiros reconhecem que o preservativo ainda é o modo mais eficaz de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DST). O sexo está cada vez mais fácil e comum entre os jovens. Apenas um aplicativo, ou uma rede social, pode conectar milhares de pessoas e facilitar o acesso entre elas. O que aumenta ainda mais o risco de doenças contagiosas, visto Lapa, conta que o número de jovens entre 14 e 25 anos que chegam contaminados com DST é assustador, muitos nem sabem que estão contaminados e desconhecem as doenças sexualmente transmissíveis, apenas sentem um desconforto ou uma coceira e se dirigem a hospitais para o tratamento. Natalia diz que os próprios postos de saúde fazem campanhas para prevenção de doenças, principalmente contra a Aids. O objetivo das campanhas é lembrar a importância da camisinha e estimular o hábito de fazer o exame. A estimativa é de que 300 mil pessoas tenham a doença sem saber. “Não adianta ter feito uma vez, deu negativo e está tudobem.Temqueassimilarcomoumhábitodevida, frequentemente fazer a testagem sorológica e, se der positivo, já tratar ainda que só tenha a infecção e não tenha a doença. Essa é uma mudança substantiva, porque antes se esperava a manifestação clínica da Aids para iniciar o tratamento”, conta Natalia. AAids mata 12 mil brasileiros por ano. “O que eu posso passar para as pessoas é que, por mais que você goste, que você ame, que você confie, que você tenha umprojetodevidacomaquelapessoa,usecamisinha. Porque de repente o seu projeto de vida é um e a vida acaba te surpreendendo com outro projeto muito indesejado”, continua a médica. O teste do HIV é feito de graça em mais de 500 Centros de Testagem e Acompanhamento, os CTAs. O governo está fazendo parecerias com prefeituras para que o teste rápido seja feito em todas as Unidades Básicas de Saúde. As universidades tem um papel importante no combate dessas doenças, pois lida com os jovens diariamente, e podem incentivar muito nessa campanha de prevenção. A Universidade Mogi das Cruzes em SP lançou uma campanha com o desafio #usecamisinha, incentivando alunos a participarem usando a hashtag e distribuindo preservativos em suas unidades. Mais informações no site http://www.umc.br/desafiodacamisinha. Distribuição de camisinhas gratuitas no Terminal Lapa (imagem: Cíntia Rubio) Bruna Soares
  • 14. 14 Toda estudante universitária que ficar grávida, segundo o decreto 6202/75, que garante a licença da faculdade por três meses a partir do oitavo mês de gestação, terá o direito de realizar provas, trabalhos e outras atividades que valham nota em casa. A aluna também compensa as ausências quando voltar da licença. Desta forma, não perde o semestre ou ano letivo e tem seus direitos assegurados por lei. “Traçar novos planos, reajustar a vida aos horários do bebê, fazer trabalho com os seios na boca do filho, e ainda manter a disciplina para que nada saia do controle. Se conseguir seguir uma meta estabelecida previamente, acredito que seja possível dar conta de tudo. Não acredito que a maternidade venha a interromper o sonho da faculdade, mas claro que uma dedicação redobrada da mãe é preciso”, afirma Gleiciene Xavier, estudante do 6° semestre de letras pela universidade UMC (Universidade Mogi das Cruzes). Com este pensamento e muita força de vontade, Gleiciene finaliza este ano seu curso, enquanto desvenda a maternidade. Seu filho Cleber Augusto completou quatro meses de vida no dia 13 de março. Ao descobrir a gravidez, Gleiciene estava no final do 4° semestre da faculdade. A dúvida e as dificuldades foram intensas, segundo a estudante, quedizterassistidoàsaulascomsaquinhosnamão para encarar os enjoos decorrentes da gestação. “Sem o apoio dos meus professores e colegas de classe, certamente eu não teria conseguido. Por muitas vezes vomitei na sala e precisei faltar às aulas devido ao mal estar causado pela gravidez. Este foi só o começo, difícil mesmo foi após o nascimento do Cleber. Aí sim o apoio dos professores e alunos foi mesmo fundamental”. Apesar de a licença ser deferida por lei, cada universidade escolhe a maneira de aplicação e elaboração de trabalhos. A maioria delas enfrenta Gravidez x Universidade Viviane Santyago Professor Sydney Engelberg segurando uma criança durante uma aula de Filosofia em Jerusalém (imagem: Reprodução/Facebook) VIDA DE UNIVERSITÁRIO um estranhamento e um pouco de dificuldade quando se depara com a licença de uma aluna, justamente por ser grande o número de estudantes que desistem do curso diante de uma gravidez. Neste caso, a melhor saída é o dialogo entre faculdade, aluna e professores. Segundo a professora do curso de Ciências Sociais da Universidade Brás Cubas, Fabiana Hangoroso, a maior dificuldade das alunas que engravidam durante é a retomada aos estudos após o parto. “Vi muitas meninas que engravidaram frequentarem as aulas normalmente, mas desistirem da faculdade após o nascimento do bebê. A responsabilidade e dedicação exigidas por um recém-nascido torna a vida da mulher exaustiva, e conciliar isso com estudos e, muitas vezes, trabalho e família, faz a conjunção entre faculdade e filho algo extremamente difícil. Acredito que nesta fase a responsabilidade social da faculdade e dos professores seja de grande valia na vida da aluna. Ajudar com trabalhos mais brandos e acompanhamento frequente é fundamentalparaqueestaalunasesintaamparada, e para que a retomada aos estudos se torne algo menos doloroso”, enfatiza a professora De qualquer maneira quando uma aluna desiste dos estudos para se dedicar exclusivamente ao filho não deve se tornar algo condenável, pois a retomada pode vir a acontecer semestres depois, quando a criança não mais exigir tanto da mãe. Para isso, o apoio vindo da universidade é fundamental para que a estudante saiba o suporte que receberá diante de sua decisão, e o tempo necessário para reestruturar sua nova vida. É importante ressaltar que parar os estudos durante um período não significa que o sonho acabou, mas simplesmente que a aluna teve que optar por um dos setores de sua vida, neste caso a maternidade. Parar ou continuar se torna uma decisão precisamente individual visto que, a partir do momento que existe uma criança envolvida, esta mãe precisará de um suporte familiar para os cuidados do filho enquanto se dedica aos estudos. A psicóloga Nair Oliveira Felix relata que esta pressão é o principal motivo do alto índice de desistência de cursos superiores após a maternidade. “A mulher moderna se tornou multitarefas,muitasvezesdeixaparatrásoslimites do próprio corpo para cumprir tudo aquilo que se auto-impôs, o que é totalmente prejudicial à saúde mental e física. A mulher deseja fazer tudo em sua total perfeição, tirar notas boas, ser uma ótima funcionária, ser boa dona de casa, boa esposa e, acima de tudo, boa mãe. Mas ao se deparar com uma realidade tão desgastante, elas optam pelo lado sentimental, e é onde a maternidade fala mais alto. O que precisa ser entendido é que ninguém é super-herói, e é totalmente aceitável não lavar a louça em um dia que se está muito cansada, ou que se tem uma prova para estudar. Nenhuma mulher se torna uma péssima mãe porque deixou o filho três horinhas com o pai, sogra, madrinha, tia ou mãe, para poder fazer um trabalho, ou mesmo descansar um pouco. O que tem que ser deixado para trás é esta síndrome de mulher maravilha, e entender que se tudo for feito na medida do possível, no final dará tudo certo”. O decreto 6202/75 diz que as universidades devem disponibilizar profissional capacitado para a estudante que necessitar levar o filho para as aulas em dias de provas, porém grande parte das faculdades brasileiras desconhece este direito da aluna que decide continuar os estudos. Algumas fotos virilizaram na internet nos últimos dias pela mensagem altruísta e humana trazidapelosprofissionaisdaeducação.Emumdos casos, o professor de filosofia Sydney Engelberg, da Universidade Gratz, em Jerusalém, pegou no colo uma criança que chorava, e tentou acalmá-la enquanto dava aula normalmente. A criança era filha de uma de suas alunas, que assistia às aulas com o filho por não ter com quem deixa-lo. Um caso semelhante aconteceu no Brasil, na Universidade Veiga de Almeida, Cabo Frio, RJ. A também professora do curso de filosofia, Claudia Veiga, ministrava sua aula, quando uma aluna que sempre levava seu bebê para aulas precisou amamentar. Em um primeiro momento, a professora sugeriu que a amamentação fosse feita ali mesmo, na sala, para que a aluna não perdesse nenhum conteúdo. Após a amamentação, a criança ficou inquieta, mas Claudia pegou a criança no colo e, com toda a experiência da professora que é mãe de 3 filhos, acalmou o bebê, que adormeceu em seus braços. Casos como estes mostram que, com apoio de todos os envolvidos, a aluna que se torna mãe durante o curso pode realizar os dois sonhos em uma junção de dedicação e realizações, que futuramente servirão de exemplos para várias outras alunas que enfrentarão a mesma situação. O fim ou o começo de um sonho? Gleiciene Xavier (imagem: Reprodução/Facebook)
  • 15. VIDA DE UNIVERSITÁRIO 15 A universidade tem a função de formar alunos em profissionais apitos para o mercado de trabalho. Romperem os vínculos estabelecidos entre ser estudante e ser profissional, tem se tornado tarefa difícil diante do cenário atual. Pesquisa divulgada pelo o IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa de desemprego aumentou em 10,2% no último trimestre de 2016, comparada com o mesmo trimestre do ano passado que foi de 7,4%. Com o aumento do desemprego as empresas estão exigindo maior qualificação dos candidatos recém-formados, segundo Márjorie Mendonça Haas – Coordenadora de Recursos Humanos e Seleção do jornal O Estado de São Paulo, quando a graduação é realizada após a conclusão do ensino médio por volta dos 18 anos, o profissional possui maior fundamentação teórica que a experiência prática, e se, bem orientado no momento da contratação, na pratica o gestor exigirá competência da função solicitada. Com as mudanças no mundo corporativo, algumas empresas criam oportunidades para a formação de novos profissionais, o Grupo Estado tem o Programa de Aprendiz (que Mercado de trabalho e recém formados atende jovens de 14 a 24 anos, com potencial e comprometimento). Fernanda Virgilio, 29 anos, trabalhava como assistente financeiro, segundo ele, a faculdade lhe abriu novas portas, formada em Administração de Empresas pela Universidade Paulista-UNIP, hoje ocupa cargo de Gerente Financeira na empresa Padrão Editorial Eireli. Sonha em construir uma carreia, “as pessoas tem coisas novas para aprender, situações difíceis a enfrentar e o grande desafio de lidar com diferentes tipos de pessoas”, diz ela. A transição entre ser estudante e ser profissional teve outras demandas para Rafael Gomes, 23 anos, formado em Odontologia pela Universidade Nove de Julho no final de 2015. Há seis meses no mercado de trabalho, nesse período montou seu consultório odontológico, segundo Rafael “as dificuldades é com a parte administrativa e financeira do estabelecimento, já que sua formação e totalmente voltada para a área da saúde”. Mesmo com a instabilidade da economia, a crise política que o país atravessa, se sente otimista com a nova fase, diz ele. imagem: Reprodução/Exame Carmem Dias Vale a pena fazer festa de Formatura? Aformaturaéosonhodequalquerestudante de escolas, faculdades e escolas técnicas. Porém, os preços que as empresas pedem são valores altos, dificultando de realizar aquela tão sonhada festa de formatura. Segundo Henrique Barbosa, aluno do terceiro semestre do curso de Gestão Comercial, da Faculdade Anhanguera, cita que os preços das empresas fornecedoras de festas de formaturas estão cobrando valores altos. “Hoje vejo que a formatura é importante na vida de um formando, principalmente para os universitários, porque passa anos numa faculdade. Mas os valores estão caros demais, prefiro viajar ou dar entrada em algum bem do que fazer uma festa que vai durar algumas horas e gastar R$ 3000”. A empresa Millenium Formaturas, que fornece serviços para as faculdades como USP, PUC-SP, Mackenzie, UNIP entre outras instituições de ensino superior. Revela o que há no pacote que custa em torno de R$ 2500. “Bailes de gala, colação de grau, churrascos, bota fora, baladas, cervejadas, festas de 100 dias, festas temáticas, show room e outros tipos de eventos, que são fundamentais para a integração da turma. Nunca nos esquecemos de que cada turma tem um perfil diferenciado, fazendo com que todos os projetos sejam personalizados e adequados às suas necessidades, nossa equipe é trabalha em todo planejamento, logística, organização e execução de todas as etapas de cada evento que realizamos de maneira criativa e personalizada”. Mas tem aqueles que fizeram a formatura e a lembranças são as melhores possíveis. Lívia Peres formada pelo curso de Biologia, na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora); revela que a formatura é o momento de comemorar com familiares e amigos daquele momento especial. “Quando se paga mensalidades da faculdade, é complicado pagar a formatura também. Os prós de fazer a formatura, é a possibilidade de desfrutarmos de um momento tão importante da nossa vida ao lado de amigos, colegas de sala e da nossa família; guardar na memória a comemoração de uma vitória e recordar através do álbum de fotografia”. Mas se vale a pena ou não, a festa de formatura proporciona os últimos momentos de felicidades, alegria, orgulho e objetivo do dever cumprido. Eduardo Pires Números sobre jovens e empregos Fontes: IBGE 2014, 2015, 2016 e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2015 imagem:Reproduçãoeditoradobrasil.com.br
  • 16. 16 VIDA DE UNIVERSITÁRIO Na Grande São Paulo, milhares de estudantes universitários se deslocam diariamente de suas casas e do trabalho para seus locais de estudo em universidades em várias partes da cidade. Muitas vezes dependem de diversos meios de transporte coletivo, como ônibus, trem e metrô, para chegarem aos seus destinos, sendo que em muitos casos passam horas dentro das conduções devido à distância entre um lugar e outro. Um dos usuários do transporte coletivo de São Paulo, o estudante de engenharia mecânica, Marcelo Trindade de Faria, de 27 anos, sai todos os dias de Osasco para a Barra Funda, local onde estuda, e para isso, utiliza a linha que o leva até a estação e que segundo ele, tem um percurso longo. No 2° semestre, Marcelo sabe que tem um grande desafio pela frente e que muitas vezes, movido pelo cansaço, passou de sua parada, a Comandante Sampaio e foi parar em Barueri. O superintendente da Auto Viação Benfica, de Barueri, Murilo Saldanha Filho de 43 anos falou sobre os investimentos aplicados nas linhas para melhorar a qualidade do transporte. “As linhas de ônibus estão cada vez mais interativas com seus passageiros, e essa falta de veículos nas ruas vem da secretaria estadual de transporte que é a dona dos trajetos”. O transporte coletivo paulista sob a ótica dos universitários Seja sobre rodas ou trilhos, a jornada diária de quem utiliza ônibus, trens e metrô Jorge Willian e Lucas Cardoso Yago Saraiva
  • 17. 17 VIDA DE UNIVERSITÁRIO O mesmo confirma o gerente de transportes da empresa TRANSPPASS, Antônio Silva Domingues de 51 anos, consórcio oito que opera na zona oeste de São Paulo. “As linhas são da prefeitura, que determina horário e quantidade de carros a operar nelas”. Ao acordar às seis da manhã, Maria Adelaide da Nóbrega de 40 anos, estudante do 3º semestre de psicologia, deixa a casa em ordem com almoço feito e roupa lavada e passada para sua mãe não ter muitas funções. Ela trabalha em uma rede de fest-food na parte da manhã e estuda no período noturno em uma universidade da Barra Funda, na zona oeste da capital. As 09:00 horas ela já esta na porta do shopping onde trabalha para começar mais um dia cansativo de serviço e as 18:00 horas é liberada e parte para a última parte de sua jornada diária, aprender. Moradora de Jandira relata que espera mais empenho nas linhas de trem que saem do seu destino e tem final na estação Júlio Prestes. “O sistema de trem é antigo e falta tecnologia, a propaganda que o governo estadual faz há décadas no radio e TV é enganosa e os novos trens com ar condicionado e wi-fi só funcionam do lado de fora”. Moradora de Francisco Morato, cidade localizada na região metropolitana de São Paulo, Isabela Matheus Cardoso de 19 anos, estudante do 3º semestre de odontologia, costuma utilizar diariamente os trens da linha sete Rubi da CPTM, que liga o interior à capital paulista. Entre uma viagem e outra estuda e lê como forma de aproveitar o tempo gasto no trajeto. Para ela a qualidade do transporte tem muito a melhorar. “Como usuária da linha sete da CPTM, vejo que a mesma encontra- se em situação precária, principalmente pelo fato de atender grande parcela da população, sendo que não possui estrutura para tanto”. Isabela destacou alguns dos aspectos que para ela tornam a locomoção mais complicada e demorada. “Principalmente no longo tempo desnecessário do trajeto, no desconforto da qual nos encontramos, pelo fato de a qualquer momento do dia o trem estar cheio, no aumento das paradas entre as estações com a simples desculpa de ‘estamos esperando liberação da passagem à frente’, entre outros”. Paulo Henrique Cardoso Mota trabalha a 18 anos na CPTM, e a 10 como chefe de departamento que cuida da operação das linhas sete e dez. Segundo ele, grande parte da frota da empresa, aproximadamente 85% já é modernizada e possui menos de cinco anos de operação, porém alguns trens antigos ainda circulam nas linhas. Esse fato gera alguns cuidados maiores. “Essas composições mais antigas necessitam de uma manutenção mais apurada e com maior frequência, e por sermos uma empresa de economia mista, não temos facilidade e agilidade para aquisição de peças, o que em alguns casos dificulta a realização de manutenção”. Mota ainda relata que outras questões como os trens de carga e agentes externos causam atrasos e problemas de circulação. “Por lei federal, a CPTM tem obrigação de compartilhar as vias com os trens de carga, porém, por serem bem maiores e mais pesados, são muito mais lentos, o que ocasiona grande interferência na circulação de trens metropolitanos. Fortes chuvas e descargas atmosféricas também interferem muito na operação de trens. Já foram realizadas obras de alteamento (elevação) de vias, mas ainda não foram suficientes para prevenção de todas as enchentes. A região da Grande São Paulo é uma das localidades que possuem maior incidências de descargas atmosféricas”. Maria Cristina da Silva, moradora da zona leste da capital, cursa o 3º semestre de publicidade e propaganda em uma universidade localizada na Consolação. Utiliza diariamente o transporte coletivo para se locomover e reclama do descaso, que segundo ela, se estende por anos. “Tenho 30 anos de idade, desde que nasci só vejo falar em melhora e nada, a população cada dia que passa cresce e as linhas de ônibus, trens e metros continuam as mesmas, nada muda. Quando se tem uma pequena melhora, tem cheiro de corrupção por trás, a máfia do metro continua a todo vapor, aliás, tudo que você quer investir nesse país é com propina, não tem jeito, em minha opinião, não há futuro promissor.” AdélcioAntônio de Oliveira, 54 anos, há 20 trabalha na central do metro em uma empresa que presta serviço à assessoria, relata alguns problemas enfrentados na operação das linhas. “Ao longo do tempo faltou infra- estrutura por parte dos governantes que passaram pela administração do estado. Para abrir linhas para o metro é um processo difícil porque é necessário realizar desapropriações de casas e comércios, e isso leva muito tempo, e o procedimento de licitação é muito demorado.” O uso diário do transporte coletivo em São Paulo demanda paciência e tempo, já que muitos problemas, ocasionados por fatores internos e externos, influenciam no funcionamento de linhas de ônibus, trens e metrô. Por muitas vezes, autoridades e usuários entram em desacordo, já que cada um observa a situação de maneira diferente, seja ela de natureza técnica ou psicológica, gera certo desconforto. Se existe solução definitiva para todos os problemas, não se tem certeza, o que se sabe é que o esforço e dedicação superam as adversidades que universitários enfrentam diariamente no vai e vem da metrópole.
  • 18. 18 VIDA DE UNIVERSITÁRIO Falta de segurança nas universidades No mês de Abril, Alunas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC- SP) relataram que sofreram abuso, tentativa de roubo e estupro. Depois do ocorrido, o grupo teve a iniciativa de espalhar cartazes na Região de Perdizes, a poucos metros da Universidade, no qual alertava a população Feminina “Atenção, fui assediada aqui – Em caso de agressão, abuso e assédio, ligue 180”. As Estudantes cuidam do site VOA- (voz, organização e autonomia), aproveitaram o portal para contarem como foi ter passado por esse transtorno. “Era meio-dia, estava atravessando a rua com uma amiga quando um motoqueiro mexeu com a gente. Minha amiga mostrou o dedo do meio para ele, ele voltou e começou a falar coisas muito pesadas. Pedi para ele ir embora e ele continuou insistindo, dizendo que ia me levar para um canto e mostrar como se faz.” Beatriz Inocêncio, 20, estudante de letras. As Estudantes relataram no Portal que a região em torno da Universidade, é perigosa e esse ocorrido passa a ser constante. A Policia Militar foi procurada, porém alunas não acreditam na punição do agressor. Para a estudante Natalia Moreira, 20, estudante de direito, é possível notar a grande diferença entre a segurança de uma universidade pública e privada, para ela não são suficientes apenas seguranças privados dentro das grandes universidades ou policiamentoporpartedoestado,éimportante uma campanha que conscientizem alunos quanto à segurança e o respeito ao próximo. “Já participei de cursos na USP, mais estudo na Universidade Nove de Julho. Na Faculdade em que estudo, nunca soube de casos de violência. Agora na USP é completamente diferente, isso é comum, entra quem quer. No período de seis meses que fiz o curso, foram poucas vezes que vi algum tipo de policiamento. Inclusive, quando estava em curso, tinha vários protestos em defesa da mulher, porque teve caso de estupro. Lá é tudo muito distante, praticamente uma cidade. Então para você se deslocar de um campus para outro, no período da noite é complicado, pois tem matagais, e sem uma segurança fica fácil qualquer ato de violência”. Diz estudante de direito, Natália Moreira, 20 anos. Dados estatísticos disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam que 947 boletins de ocorrência eletrônicos são registrados na grande São Paulo. Cerca de 960 casos, entre ameaças, estupros consumado ou tentado, foram registrados no mês de março 2016, A maioria das vítimas são mulheres. Com base nas informações oferecidas pela USP, essa realidade já não é tão visível. Foi assinado no dia 8 de setembro de 2015, pelo reitor, o termo de cooperação entre a cidade universitária e a secretária de Segurança Pública (SSP), que visa à implantação do policiamento comunitário dentro ou entorno do campus de São Paulo. “Esse é um passo significativo para aumentar, em primeiro A polícia militar paulista faz rondas e operações pontuais para garantir a segurança dos universitários Mariane Mota lugar, a segurança das pessoas que aqui transitam, e em segundo lugar para expressar a confiança que a USPdeposita na democracia instalada no país, que tem instrumentos suficientes para garantir o respeito aos direitos humanos, elemento fundamental da vida em sociedade”, destacou o reitor Marco Antonio Zago, em coletiva de Imprensa. O ex-aluno de graduação da Universidade de São Paulo (USP), campus Butantã, nos relatou que na época em que estudou não se sentia inseguro. “Os prédios das diversas faculdades e institutos da USP são seguros. O campus, como um todo, no entanto, não é. Nunca fui vítima de roubo ou violência, mas conheço pessoas que já foram, e ouvi diversos relatos (pessoais e pela mídia) de outras pessoas que passaram por estas situações. Mesmo assim Considero as medidas de segurança do campus insuficientes. A forma como o campus Butantã da USP foi construído favorece a ocorrência de situações de violência, roubo, etc., especialmente à noite. A maior parte do campus é muito mal iluminada, há trechos longos de ruas e avenidas cercados por matas, sem qualquer presença humana. Embora a comunidade universitária tenha por diversas vezes reivindicado melhorias, a reitoria pouco ou nada fez neste sentido nos últimos anos”. Contou Gustavo do Santo Rey Saiz; 28 anos; professor de História. De acordo com o policial militar Bruno Silva, 1º BPM/M 4ª Cia, a segurança nas universidades enfrenta problemas que são comuns a todos os setores da sociedade, como a criminalidade, desrespeito as leis de trânsito, e perturbação do sossego. Ele acredita que é necessária a presença ostensiva da policia militar, a fim de que a ordem pública e a segurança sejam mantidas. “Policia militar do estado de São Paulo passou a atuar ostensivamente na USP, após uma ocorrência em que um estudante foi baleado em uma tentativa de roubo. Vale ressaltar que a PMESP do campus sempre enfrentou uma resistência “ideológica”, e que foi preciso uma tragédia ocorrer, para que alguns alunos revissem posicionamentos. Atualmente uma base comunitária móvel, conta com um efetivo de 34 policiais militares divididos em turnos de serviço. Nas demais universidades da capital Paulista, a PMESP realiza atividades pontuais, como por exemplo: fiscalização de trânsito aos redores, estacionamento de carros em locais indevidos e operações preventivas evitando que donos de estabelecimentos e particulares promovam nos arredores, som alto e uso excessivo de bebidas alcoólicas, prejudicando professores e alunos interessados realmente em estudar” No segundo semestre do ano de 2015 foi apresentado na Assembleia Legislativa, novo projeto de lei, visando segurança dos estudantes. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apura violência nas universidades, públicas e privadas no estado de São Paulo, teria como proposta a proibição do patrocínio de eventos estudantis por empresas fabricantes que praticam a comercialização e distribuição de bebidas alcoólicas. A intenção seria criar um cadastro de antecedentes universitários no estado de São Paulo, no qual seriam inseridos os nomes de alunos que participem de trotes e atos violentos. Os que tiverem seus nomes inseridos no cadastro teriam restritos seus direitoscomoaluno,eaindaseriamimpedidos de fazer inscrições para concursos públicos e atuação em cargos públicos. No entanto, a realidade é bem diferente, projetos de lei que visam conter com a violência nem sempre tornam se eficaz. O que deixa muitos estudantes a mercê de uma violência sem fim. “Eu acredito que a violência surge, de acordo também com a educação, um País como o Brasil teria de ter mais programas educativos, fazer com que todos se interessem em estudar, só assim teria menos casos de violência, a educação é primordial em qualquer situação”. Ana Rúbia Almeida Costa, estudante de direito, 22 anos. Yago Saraiva
  • 19. VIDA DE UNIVERSITÁRIO 19 DROGAS E UNIVERSIDADES Consumo de drogas ao redor das instituições de ensino ocorre sem empecílios O que antes era nocivo, agora parece ter se tornado recreativo. Sem a fiscalização da policia, prefeitura e demais órgãos responsáveis pela segurança e bem estar dos cidadãos, o uso de drogas por estudantes universitários está cada vez maior. Na universidade Uninove, localizada na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, estudantes de propaganda e publicidade afirmam que fumam maconha, e que também já consumiram outros tipos de drogas. Um deles, que não quis se identificar, diz que havia usado LSD há poucos minutos atrás. Para outro estudante, que também não quis se identificar, fumar um baseado antes de ir para a aula o deixa mais “tranquilo”, fazendo com que consiga fazer os trabalhos em sala de aula. A maioria desses estudantes começa a usar drogas por influencia dos amigos em festas e, até mesmo, na faculdade. Eles afirmam que a droga serve para socializar e conhecer mais pessoas. O universitário Thiago foi viciado em cocaína por oito anos. Começou a usar a droga depois que perdeu os pais. Sua primeira vez foi na balada, por conta própria. Agora, Thiago afirma estar totalmente recuperado. “Antigamente, quando saia com amigos que também usavam drogas, tínhamos medo da polícia. Nós tentávamos esconder a droga. Aqui, em frente à faculdade Uninove, os alunos fumam maconha normalmente, e ninguém faz nada. Hoje a policia é muito conivente com o uso das drogas. Concordo também que, quando seus amigos fazem uso de drogas, você acha que é legal, então você decide experimentar”, afirma o estudante. Thiago também diz que, devido à falta de policiamento ao redor da faculdade, é fácil achar drogas pelos seus arredores. O policial militar Ademir, que não quis se identificar com o nome verdadeiro, fez ronda durante dez anos na faculdade UNIP, localizada na Água Branca, também zona oeste da capital. “No ‘pancadão’ que tinha próximo à UNIP, o pessoal usava muita droga. Às vezes, um número grande de pessoas, umas 600 pra cima, e a gente não conseguia chegar até todas essas pessoas. Existe muita droga, tanto na UNIP quanto na Uninove, Puc etc. Esses meninos que vendem drogas perto de faculdades são os ‘aviãozinhos’. O traficante passa a droga para eles e eles vão até as portas dasuniversidadesparavender.Algunslevam5, 6 unidades da droga. Eles, se pegos, falam que são usuários. Falta um maior policiamento nos arredores das faculdades, mais viaturas. Nós fazemos ronda até às 23h30, mas não temos condições para atuar quando há um grande contingente de pessoas”, afirma o policial. Enquanto não tiver um policiamento com mais viaturas, e que busque acabar com o uso de drogas ao redor das faculdades, a quantidade de universitários usuários de drogas e a criminalidade irá aumentar. Hoje em dia o consumo de drogas é grande, o que leva as autoridades a ter que repensar o que fazer quanto o uso dessas e substâncias nocivas. A prefeitura deve agir de outra maneira em conjunto com a polícia militar, a fim de evitar que jovens se tornem escravos das drogas. Pesquisa sobre o consumo de bebidas e drogas por jovens universitários e população geral brasileira de 18 a 24 anos Fonte: II Levantamento Domiciliar sobre Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país, feito pelo CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) em 2005 e pesquisa feita pelo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com 12.711 estudantes universitários de todas as capitais brasileiras mais o Distrito Federal em 2012. Gabriel Galvão imagem: Pixabay
  • 20. 20 Junto com a vontade de fazer uma boa universidade existem vários desafios que um estudante encontrará, um deles é sair da casa dos pais. A maioria das boas universidades ficam nas grandes capitais e os estudantes, depois do vestibular (que consome suas vidas) encontram novos desafios. As Republicas geralmente são grandes casas onde os estudantes alugam e dividem os espaços com outros estudantes. Muitas vezes dividem também os quartos com duas camas ou beliches. Existem republicas que acomodam cerca de 10 pessoas ou mais. A história das repúblicas no Brasil começa com o surgimento dos primeiros cursos superiores no país. Vida de República Sala da República de Mario Raia (imagem: Arquivo Pessoal) Thays Librelon VIDA DE UNIVERSITÁRIO As universidades brasileiras recebem estudantes de toda a parte do país. Nesse meio tempo, entre o ingresso e a conclução do curso, muita gente acaba se conhecendo, criando ciclos de amizade e, até mesmo, vínculo profissional. O número de bandas universitárias que são formadas nesse período de estudos é muito grande, ajudando os próprios estudantes a se manterem nas cidades com uma ajuda financeira na esperança de concluir a formação e, quem sabe, sonhar com um futuro nos palcos. Na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, a banda Malibloco é formada por estudantes da Universidade de São Paulo (USP - campus Ribeirão Preto). Ali ninguém se conhecia antes da faculdade. Uma casa de república, denominada Malibú, fez com que o encontro desses músicos universitários se tornasse possível. O grupo conta com sete integrantes, e os instrumentos tocados por eles são: cavaquinho, pandeiro, bateria e violão. Segundo o vocalista da banda, Nícolas Stefani, o grupo se formou após um churrasco, onde cada um pegou seu instrumento e mandou um som. “Tudo começou com uma brincadeira, estávamos em casa e começamos a fazer um som. Os convidados aprovaram, inclusive outro amigo, que promove festas, nos incentivou a Há registros de repúblicas montadas em meados do século 17, onde estudantes de uma mesma cidade se reuniam para dividir as despesas de moradias nos municípios onde frequentavam os cursos. Nesses locais,todososcômodosdacasaeramtransformados em quartos e os calouros ficavam nos lugares menos confortáveis, ou seja, “bicho” sempre sofreu. Termo originário do latim “res publica”, que significa “coisa pública”, a república estudantil normalmente é uma casa alugada por estudantes que dividem a moradia durante todo (ou parte) de um período letivo. Com a expansão do ensino universitário brasileiro, principalmente a partir da década de 50, as repúblicas estão presentes em praticamente todas as cidades onde há faculdades ou universidades. Geralmente o estudante sai de casa para dividir esse apartamento ou casa com outros estudantes nos próximos cinco anos e seus pais creem que seus filhos dedicarão suas vidas exclusivamente aos estudos, entretanto na prática as coisas ficam bem diferentes. Mario Raia está cursando o primeiro ano do curso bacharel em Física na Universidade Federal de São Carlos e está morando numa republica pela primeira vez. “Saí da casa dos meus pais e vim direto para cá. Está sendo uma experiência bem diferente do que eu imaginei. Eu tenho que tomar conta das minhas roupas, se eu não lavar elas ficam sujas ou somem. A organização da casa quase não existe, pagamos uma faxineira, porém 3 horas depois que ela sai da casa já está tudo uma bagunça. São oito meninos na republica onde eu moro, mas existem republicas mistas aqui em São Carlos, onde moram meninos e meninas juntos. Eu tenho dificuldade em estudar em casa devido a bagunça e estou começando a ir estudar na biblioteca da universidade. Todo final de semana várias festas acontecem pelas republicas. Os estudantes levam suas próprias canecas penduradas no corpo e praticamente bebem o dia inteiro e muitas vezem perdem a noção do que estão fazendo. Eu não gosto muito dessas festas, mas a galera ama, conta os dias para chegar ao final de semana. Eu prefiro ir visitar meus pais, mas muitos ficam meses sem sair da cidade”. Segundo a professora de patologia bucal da Unesp de São José dos Campos, Terezinha Nogueira, os estudantes devem tomar muito cuidado com essa nova perspectiva de vida. “Os jovens encontram muita liberdade, coisa que na casa dos pais não existia. Essa falta de regras acaba mexendo com a cabeça deles. Eles podem dormir a hora que querem, comer a hora que querem, ir e vir por onde quiserem. Se ele tomar um porre hoje e amanhã não for na aula, não haverá ninguém para cobra-lo no outro dia. Eu tenho alunos que já estão três anos na mesma matéria e não conseguem seguir o curso em frente devido essa falta de regras”. Som na caixa tocar em bares universitários “, contou. A banda tem em seu repertório músicas populares, que se alternam nos gêneros pop rock, samba, pagode e sertanejo, como: “Mas que Nada”, Taj Mahal e Fio Maravilha (Jorge Ben), “Bombocado” (Arte Popular), “Suíte 14” (Henrique e Diego), “Coração Radiante” (Grupo Revelação), entre outros. Atualmente, os amigos do Malibloco contam com uma agenda para se programarem para eventos, sem deixar os estudos de lado. Eles tocam em festas, bares, jogos universitários e, até mesmo, shows. Algumas vezes, o cachê é trocado pela entrada em festas e jogos, outras vezes, recebem um covert artístico, que é uma taxa incluída na conta de cada consumidor que estiver presente no bar, restaurante ou evento. “Sempre que sobra um dinheiro, ele é destinado às despesas da banda, seja na manutenção dos instrumentos ou gasolina para transportar a banda para os locais de evento. Algumas vezes conseguimos ajudar nas despesas da república, como comida, móveis ou alguma reforma necessária”, completa o vocalista. Já na capital paulista, a banda Kanduras, também formada por estudantes no período da faculdade, tem outra proposta. O grupo já tem prestígio no meio musical, está lançando seu primeiro álbum e conta com uma agenda de shows recheada para os próximos dias. Segundo o guitarrista da Banda, Guilherme Garelha, o grupo foi formado por integrantes que já haviam rodado o mundo da música. “Quando nos conhecemos na faculdade, decidimos formar a banda pela experiência que cada um tinha. Alguns pertenciam a outras bandas, outros tinham carreira solo”, afirmou. A banda é formada por quatro integrantes e os instrumentos usados são: guitarra base, guitarra solo, bateria e contrabaixo. Muito comuns no meio acadêmico, bandas universitárias podem até mesmo ser rentáveis, além de proporcionar uma boa diversão Rafael Arruda Banda Kanduras - Da esquerda pra direita: Jean Paz (contrabaixo), Guilherme Garelha (guitarra solo), Junior Breed (bateria), Raphael Thebas (vocal e guitarra base) - Imagem: Divulgação/Facebook
  • 21. Jogos Universitários de Comunicação e Artes Conheça o principal campeonato esportivo universitário brasileiro Jogos Universitários de Comunicação e Artes (JUCA) teve primeira edição no ano de 1993 e, desde então, se tornou uma das competições mais populares entre os universitários paulistanos. Atualmente a competição é formada por oitos Instituições de Ensino Superior. A Universidade Presbiteriana Mackenzie, com 15 títulos, é a maior vencedora geral do JUCA. O JUCA tem por finalidade aumentar a participação em atividades esportivas em todas as Instituições de Ensino Superior, sejam elas privadas ou públicas do território nacional. Os campeões do JUCA participam dos Jogos Universitários Mundiais o (UNIVERSIADE). A23ª edição do JUCAserá realizada esse ano em Sorocaba, entre os dias 26 a 29 de maio de 2016. Esta é a principal competição entre os universitários de comunicação e artes, e é um campeonato que engloba várias modalidades como natação, basquete, futebol, futsal, vôlei, handebol, rúgbi, xadrez, tênis de mesa e tênis de campo. A competição funciona como se fosse uma Olimpíada Universitária, disputada em quatro dias de competição. As oito faculdades participantes dos jogos são: Anhembi Morumbi, Belas Artes, Cásper Libero, ECA- USP, Mackenzie, Metodista, PUC-SP e PUC Campinas. Estima-se que o evento irá reunir cerca de 8.000 mil universitários. Cada faculdade conta como a sua torcida organizada, que incentiva os seus atletas na disputa do torneio durante os quatro dias de competição. As arquibancadas se tornam verdadeiras arenas, onde os torcedores vibram e apoiam as suas equipes com músicas e instrumentos.As arquibancadas viram grandes palcos para cada torcida apresentar o seu show fora das quadras. Bruno Stocco, atual presidente e ex-ritmista Rafael Oliveira da Atlética Grifo, equipe que representa a faculdade Anhembi Morumbi no JUCA, afirma que é um orgulho vestir a camisa da sua universidade no campeonato: “A grande importância da existência de uma atlética na faculdade e da participação nos jogos é a vivência universitária que o aluno tem. Viajar uma vez por ano para uma cidade do interior para passar quatro dias defendendo e gritando o nome da sua faculdade é muito bom. É ótimo demonstrar e gritar o amor e orgulho que você tem de estar ali, de fazer parte, de estudar nessa Instituição”, afirma o estudante. As festas que ocorrem durante o evento e a grande rivalidade que existe entre os participantes também são um tempero a mais. “Acredito que a maior rivalidade que existe na disputa dos jogos é entre Anhembi Morumbi, Mackenzie e Cásper Libero.Ainteraçãoqueacontecenasfestasdurante o evento é bacana, porque embora estejamos disputando uma competição, podemos conhecer pessoas novas e fazer grandes amizades”, destaca Renata Ribeiro, atleta do Mackenzie que disputa o seu segundo JUCA. Para Beatriz Rebelo, atleta da PUC, é um privilégio poder representar a faculdade dentro das quadras em uma das competições universitárias mais importantes: “É simplesmente inexplicável você poder viajar para representar a sua faculdade, vestir a camisa em uma grande competição que tem uma multidão querendo estar no seu lugar, e jogando o esporte que você sempre sonhou. Isso é algo que não tem preço”. Os atletas das faculdades que participam do JUCA ficam hospedados em escolas que servem como alojamento para os alunos acamparem e armaras suas barracas durante a competição.Duranteos04diasdecompetições haverá shows com presenças confirmadas da cantora Valesca Popozuda, o rapper Emicida e a banda CPM 22. 21 FIQUE LIGADO Ranking de Conquistas Pôster do JUCA 2016 Divulgação JUCA imagem: Reprodução obaoba.com.br
  • 22. 22 FIQUE LIGADO Foi-se o tempo em que os estudantes precisavam se deslocar até uma biblioteca ou comprar livros para obter informações para o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos. Com a consolidação da tecnologia, estudantes e universidades apostam cada vez mais em aplicativos acadêmicos como ferramentas de estudo. Um exemplo disso é a Estácio, conglomerado formado por 33 instituições de ensino superior, que investe em aplicativos conteúdo interativos multimídia com foco acadêmico. ParaohistoriadorAndréGobi,graduadopela Universidade Estadual Paulista (UNESP), esses meios facilitam a vida acadêmica, mas também acabam prejudicando o trabalho cognitivo do aluno, que estuda menos e que busca menos informação. “O Google já é uma ferramenta de pesquisa que armazena todas as informações necessárias para um estudante. Com a criação de aplicativos acadêmicos, tudo está ainda mais rápido e instantâneo”, declara ele. No Brasil, a rede social “Passei Direto” é o principal recurso dos universitários, Aplicativos acadêmicos são febre entre universitários Especialistas destacam os pontos positivos e negativos do uso de aplicativos entre os jovens estudantes Rubens Moriya atesta a contribuição dos aplicativos para fins acadêmicos (imagem: Arquivo Pessoal) O acesso à internet na palma da mão, fatores que transformaram a vida do estudante para André Gobi (imagem: Arquivo Pessoal) Gabriela Maruyama Aplicativos educativos populares no Google Play Store visto que disponibiliza materiais de estudo, além de possibilitar a interação com estudantes de todo o Brasil. “Quando eu entrei na faculdade, em 2009, esse método não era popular, então eu tinha que ir até bibliotecas e abordar pessoas na rua para realizar pesquisas. Hoje isso mudou”, complementa Gobi. No entanto, esse fator impacta diretamente nos meios tradicionais de pesquisa. De acordo com a Fundação Biblioteca Nacional, cerca de 20 municípios do Brasil não possuem uma biblioteca. “Dicionários, enciclopédias e livros estão sendo substituídos por computadores, celulares e tablets, uma vez que através desses meios tecnológicos é possível ter acesso a tradutores, pesquisas e bibliografias”, declara Rubens Moriya, formado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). “Um aplicativo como o Photomath pode auxiliar na resolução de cálculos, enquanto um meio como o Fastformat pode ajudar na formatação de textos nas normas da ABNT”, finaliza o historiador. 1) Determine o tema e faça uma pesquisa de mercado – Realize entrevistas com o seu público. Se você deseja desenvolver um aplicativo para jornalistas, por exemplo, pergunte aos seus colegas de redação se eles baixariam o app. 2) Faça o esboço do projeto – Identifique todas as seções que você quer colocar no seu aplicativo. Qual seria o material de interesse para um jornalista? Atualidade, conteúdo histórico, filosófico, gramatical etc. 3) Encontre um fornecedor confiável, de preferência por indicação –Apressa é inimiga da perfeição. Não pesquise no Google “fornecedores de apps” e feche com o primeiro que aparecer. Agende reuniões e selecione aquele que acreditar genuinamente no seu projeto. Os três mandamentos para desenvolver um aplicativo educativo *Dados de 27/05/2016