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Qual o maior amor do mundo?


    O de mãe, é claro.
E é verdade.

Só que as mães têm uma maneira muito peculiar de amar;
 acham que para as filhas serem felizes só precisam de
  duas coisas: proteção e segurança – econômica, claro.

  Elas conhecem a vida, já passaram por boas e péssimas
e sabem que o amor e uma cabana são coisas de romance –
              nada a ver com a realidade.
O pior é que os homens mais interessantes, aqueles que
         despertam paixões, são, na maioria, pobres.

E evidentemente não trabalham, porque têm mais o que fazer.

 Como trabalhar se têm que ir à praia, fazer ginástica, saber
como vão os campeonatos de futebol para poder à noite estar
  de cabeça fresca dizendo que passaram o dia pensando no
            momento em que iriam encontra- la?
Como perceber que ela emagreceu, que o vestido
      é novo se trabalharam o dia inteiro?

 Sinceramente: um homem sério, que passa a vida
  cuidando de cálculos, taxas de juros, vai notar
       que ela fez três mechas no cabelo?

Mas é disso que mulher gosta, e é por esses que elas
              costumam se apaixonar.
As mães vão ser contra, sempre, por amor, é claro.

  E, quando aparecer um bom rapaz, de boa família,
      trabalhador, é a favor dele que vão ficar,
                 por amor, é claro.

Esse faz tudo direito: é gentil e lembra todas as datas.
Já o outro faz com que a filha às vezes se desespere,

  mas basta um “vem cá meu bem” para ela esquecer

tudo que ele aprontou, enquanto o outro dá a impressão

           de que nunca vai fazê-la sofrer.
É disso que mãe gosta, com toda razão.

Não adianta tentar explicar que não sente um pingo de emoção
quando o vê e que preferiria morrer virgem, se virgem fosse, a
               dormir na mesma cama com ele.

                 Que mãe que entende isso?

Não dá para contar a uma mãe extremosa que, quando o outro
  chega e passa a mão na cintura dela, dá aquele aperto e
        diz, baixinho, “gostosa”, ela se arrepia toda.
Que ela prefere esse momento a qualquer iate, a qualquer
viagem, com direito a comer trufas brancas na Toscana como
                      se fosse farofa.

    Ah, nenhuma mãe entende isso – porque as mães se
           esqueceram de quando eram jovens.

         Não que não tenham memória – têm, sim.
Mas se lembram de que, quando preferiram o amor
à tal da segurança, um dia o amor acabou; e quando
  preferiram a segurança ao amor se lembraram
           com saudades do outro, aquele.

   Elas só se esquecem de que experiência não
    se transmite e de que qualquer casamento
 com qualquer homem pode dar certo ou errado.
Mãe quer, entre outras coisas,
       um pouco de tranquilidade.

Se a filha escolhe um bonitão irresponsável,
        sabe que vai sobrar para ela,
que está cansada de passar noites em claro
        imaginando onde está a filha.
Mãe ama os filhos, mas prefere vê-los ligados a pessoas
sérias, com quem possam dividir a responsabilidade, e dormir
                     as noites em paz.

As filhas não sabem que mãe, além de amar, também precisa
                  de um pouco de sossego.
Mas, quando essas filhas crescerem

   e tiverem os próprios filhos,

  vão pensar e agir exatamente

        da mesma maneira.


 Então, e só então, vão entender.
AUTORIA: Danuza Leão
      FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan
           mimabadan@yahoo.com.br
           MÚSICA: Douce Amanda
           Execução: André Gagnon
       (Repasse com os devidos créditos)

           BLOGs de MIMA BADAN:
          www.mimabadan.blogspot.com
      wwwrecantodepalavras.blogspot.com
      wwwrecantodasreceitas.blogspot.com
       wwwpurezadoutrinaria.blogspot.com
        wwwcasadavovomima.blogspot.com

PPSs e ESTÓRIAS INFANTIS de MIMA BADAN em:
          www.slideshare.net/mimabadan

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O verdadeiro amor de uma mãe: proteção e segurança

  • 1.
  • 2. Qual o maior amor do mundo? O de mãe, é claro.
  • 3. E é verdade. Só que as mães têm uma maneira muito peculiar de amar; acham que para as filhas serem felizes só precisam de duas coisas: proteção e segurança – econômica, claro. Elas conhecem a vida, já passaram por boas e péssimas e sabem que o amor e uma cabana são coisas de romance – nada a ver com a realidade.
  • 4. O pior é que os homens mais interessantes, aqueles que despertam paixões, são, na maioria, pobres. E evidentemente não trabalham, porque têm mais o que fazer. Como trabalhar se têm que ir à praia, fazer ginástica, saber como vão os campeonatos de futebol para poder à noite estar de cabeça fresca dizendo que passaram o dia pensando no momento em que iriam encontra- la?
  • 5. Como perceber que ela emagreceu, que o vestido é novo se trabalharam o dia inteiro? Sinceramente: um homem sério, que passa a vida cuidando de cálculos, taxas de juros, vai notar que ela fez três mechas no cabelo? Mas é disso que mulher gosta, e é por esses que elas costumam se apaixonar.
  • 6. As mães vão ser contra, sempre, por amor, é claro. E, quando aparecer um bom rapaz, de boa família, trabalhador, é a favor dele que vão ficar, por amor, é claro. Esse faz tudo direito: é gentil e lembra todas as datas.
  • 7. Já o outro faz com que a filha às vezes se desespere, mas basta um “vem cá meu bem” para ela esquecer tudo que ele aprontou, enquanto o outro dá a impressão de que nunca vai fazê-la sofrer.
  • 8. É disso que mãe gosta, com toda razão. Não adianta tentar explicar que não sente um pingo de emoção quando o vê e que preferiria morrer virgem, se virgem fosse, a dormir na mesma cama com ele. Que mãe que entende isso? Não dá para contar a uma mãe extremosa que, quando o outro chega e passa a mão na cintura dela, dá aquele aperto e diz, baixinho, “gostosa”, ela se arrepia toda.
  • 9. Que ela prefere esse momento a qualquer iate, a qualquer viagem, com direito a comer trufas brancas na Toscana como se fosse farofa. Ah, nenhuma mãe entende isso – porque as mães se esqueceram de quando eram jovens. Não que não tenham memória – têm, sim.
  • 10. Mas se lembram de que, quando preferiram o amor à tal da segurança, um dia o amor acabou; e quando preferiram a segurança ao amor se lembraram com saudades do outro, aquele. Elas só se esquecem de que experiência não se transmite e de que qualquer casamento com qualquer homem pode dar certo ou errado.
  • 11. Mãe quer, entre outras coisas, um pouco de tranquilidade. Se a filha escolhe um bonitão irresponsável, sabe que vai sobrar para ela, que está cansada de passar noites em claro imaginando onde está a filha.
  • 12. Mãe ama os filhos, mas prefere vê-los ligados a pessoas sérias, com quem possam dividir a responsabilidade, e dormir as noites em paz. As filhas não sabem que mãe, além de amar, também precisa de um pouco de sossego.
  • 13. Mas, quando essas filhas crescerem e tiverem os próprios filhos, vão pensar e agir exatamente da mesma maneira. Então, e só então, vão entender.
  • 14. AUTORIA: Danuza Leão FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan mimabadan@yahoo.com.br MÚSICA: Douce Amanda Execução: André Gagnon (Repasse com os devidos créditos) BLOGs de MIMA BADAN: www.mimabadan.blogspot.com wwwrecantodepalavras.blogspot.com wwwrecantodasreceitas.blogspot.com wwwpurezadoutrinaria.blogspot.com wwwcasadavovomima.blogspot.com PPSs e ESTÓRIAS INFANTIS de MIMA BADAN em: www.slideshare.net/mimabadan