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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO TECNOLÓGICO
SECRETARIA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
Campus Universitário – Trindade
88010-970 - Florianópolis - SC
Fone-fax: (48) 331-9550 - Fone: (48) 331-9393
www.arq.ufsc.br miltonconceicao@hotmail.com
Arq. 5618 - HISTÓRIA DA CIDADE II.
1
Globalização da economia (Brenton Woods) :
Influencia nas cidades
10/05/2017 Milton Luz da Conceição
10ªsemana 9ª aula expositiva
As conferências de Bretton Woods/ Sistema Bretton
Woods/gerenciamento econômico internacional/Julho de
1944/regras para as relações comerciais e financeiras
entre os países mais industrializados do mundo.
O sistema Bretton Woods foi o primeiro exemplo, na
história mundial, de uma ordem monetária totalmente
negociada, tendo como objetivo governar as relações
monetárias entre Nações-Estado independentes.
2
A Internacionalização da economia.
Acordos de Bretton Woods.
Preparando-se para reconstruir o capitalismo mundial enquanto a Segunda guerra Mundial ainda
transcorria, 730 delegados de todas as 44 nações aliadas encontraram-se no Mount Washington
Hotel, em Bretton Woods, New Hampshire para a Conferência monetária e financeira das Nações
Unidas
Os delegados deliberaram e finalmente assinaram o Acordo de Bretton Woods (Bretton Woods
Agreement) durante as primeiras três semanas de julho de 1944.
3
Quando a Conferência de Bretton Woods aconteceu, as vantagens econômicas dos
Estados Unidos eram indiscutíveis e esmagadoras.
Os EUA tinham a maioria dos investimentos mundiais, da produção manufaturada e
das exportações.
Em 1945, os EUA produziam a metade de todo o carvão mundial, dois-terços do
petróleo e mais do que a metade da eletricidade.
Os EUA eram capazes de produzir imensas quantidades de navios, aviões,
automóveis, armamentos, maquinas e produtos químicos, etc.
Reforçando a vantagem inicial—e assegurando a liderança dos EUA no mundo
capitalista — os EUA detinham 80% das reservas mundiais de ouro e tinham não
somente poderosas Forças Armadas mas também a bomba atômica.
4
Na condição de maior potência mundial e uma das poucas nações não afetadas
pela guerra, os EUA estavam em posição de ganhar mais do que qualquer outro
país com a liberação do comércio mundial.
5
Os EUA teriam com isso um mercado mundial para suas exportações, e teriam
acesso irrestrito a matérias-primas vitais.
Os EUA não eram somente capazes de, mas também queriam, assumir essa
liderança.
Apesar de os EUA terem mais ouro, mais capacidade produtora e mais poder
militar do que todo o resto do mundo junto, o capitalismo dos EUA não poderia
sobreviver sem mercados e aliados
Instituições criadas para regular a politica
econômica Internacional:
1) BIRD. (International Bank
Reconstruction and Development)
for
que
depois foi dividido em :
1) BM Banco FMI Mundial
2) Fundo Monetário Internacional.
Essas organizações tornaram
operacionais em
se
1946 depois
de países
que um
ratificou o
número suficiente
acordo.
Principais disposições do sistema Bretton Woods:
1. Cada país adotar uma política monetária com tx. cambio fixa (em torno de U$ 35 = 1 onça ouro)
2. A provisão pelo FMI de financiamento para suportar dificuldades temporárias
de pagamento.
7
A Economia Norte Americana e mundial entre 1950 e 1970.
Nos países de industrialização avançada, o fordismo surgiua partir da crise de 1929, atingindo o auge de
dominação nos anos 50 e 60.
O fordismo /avanços tecnológicos / eletricidade motor à explosão.
Pós-guerra/ avanços científico /eletrônica e da tecnologia da informação.
Grandes indústrias / longas esteiras rolantes / cadeia de montagem.
Grandes estoques/ alto número de trabalhadores/ fluxo de produção não fosse desacelerado.
Os milhares de produtos padronizados eram feitos para mercados de massa.
Os setores industriais mais destacados eram os de bens de consumo duráveis
(automóveis e eletroeletrônicos) e os de bens de produção (destacadamente a
petroquímica).
Entre as décadas de 1940 e 1960 surgiu uma interminável sequência de novos
produtos, a exemplo de rádios portáteis transistorizados, relógios digitais,
calculadoras de bolso, equipamentos de foto e vídeo.
As metrópoles, com seus centros de negócios e de decisões constituídos pelas
sedes sociais das grandes empresas, incorporaram os municípios vizinhos.
8
Grandes regiões urbanizadas - as megalópoles - se formaram entre duas ou mais
metrópoles devido à polarização que tais centros exerciam sobre as pequenas e
médias cidades que se encontravam ao seu redor.
Intensos fluxos de pessoas e mercadorias integraram o conjunto formado por
essas cidades.
Em todas as cidades intensificaram-se o comércio, os transportes, as
comunicações e os serviços em geral. As redes urbanas tornaram-se mais
densas.
Diversificaram-se as atividades culturais e de lazer. Cresceram as universidades e
centros de pesquisa e tecnologia.
9
Mais capitais e trabalhadores foram atraídos pelas cidades.
A geografia do fordismo foi a das grandes concentrações urbano- i ndustriais.
O modelo fordista, que floresceu no pós-guerra, dependia da subida constante dos salários para manter o
mercado ativo, ou seja, manter os níveis de produção e de consumo crescentes.
Porém, os salários não podiam crescer a ponto de ameaçar os lucros empresariais; mantiveram-se os níveis
salariais e os lucros aumentando os preços dos produtos, o que gerou uma crise inflacionária.
Nos Estados Unidos, os gastos públicos se agigantaram, tanto interna como externamente - a guerra do
Vietnã foi um exemplo.
A moeda americana ficou debilitada. (a balança comercial passou de um excedente de 6,8 bilhões em 64
para um déficit de 2,9 bilhões em 71, sendo também um dos culpados sobrevalorização do dólar, que
mantinha o preço dos produtos norte-americanos muito elevados face aos europeus), a quantidade de dólares
passou a exceder o stock de ouro.
10
A moeda americana ficou debilitada. (a balança comercial passou de um excedente de 6,8 bilhões em 64 para
um déficit de 2,9 bilhões em 71, sendo também um dos culpados sobrevalorização do dólar, que mantinha o
preço dos produtos norte-americanos muito elevados face aos europeus), a quantidade de dólares passou a
exceder o stock de ouro.
Esse país, que durante todo o período de domínio do fordismo assegurava a estabilidade da economia mundial
com base em sua moeda - o dólar -, viu esse sistema monetário declinar.
A competitividade da Europa e do Japão superavam a dos Estados Unidos.
Assistia-se a uma verdadeira guerra comercial, que nunca deixou de crescer.
Após a metade dos anos 60, com a guerra do Vietnan e o pesado investimento no exterior para garantir
mercados a balança comercial norte americana ficou extremamente negativa.
O resto do mundo percebeu que os EUA não tinham ouro suficiente para resgatar todos os dolares.
Em agosto de 1971 o presidente Nixon rompem unilateralmente o acordo de Bretton Woods anunciando o fim
da convertibilidade.
Entre agosto 1971 e maio de 1973 os governos esforçaram-se, sem sucesso,
para conservar o sistema de Bretton .
Depois de 1973 o valor do dólar não era mais definido nos termos de um peso
fixo em ouro, e outras moedas correntes não eram mais definidas nos termos
dos dólares.
As taxas de troca entre as moedas correntes passaram a flutuar livremente e
foram baseadas na fonte e na demanda.
Hoje os governos controlam as taxas de troca flutuando, mas as moedas
correntes são amarradas em taxas de troca fixa
12
Em 1971, diante de pressões crescentes na demanda global por ouro, Richard
Nixon, então presidente norte-americano, suspendeu unilateralmente o sistema de
Bretton Woods, cancelando a conversibilidade direta do dólar em ouro
13
FIM DE BRENTON WOODS.
GLOBALIZAÇÂO E NÃO MAIS
INTERNACIONALIZAÇÂO
Crise dos PETRODOLARES
A partir da década de 1970, a saída foi investir num novo modelo que rompesse
com aquilo que era considerado a rigidez do modelo fordista.
A ordem era flexibilizar, ou seja, golpear a rigidez nos processos de produção, nas
formas de ocupação da força de trabalho, nas garantias trabalhistas e nos
mercados de massa, então saturados.
As empresas multinacionais, para restabelecer sua rentabilidade, expandiram
espacialmente sua produção por continentes inteiros.
Surgiram novos países industrializados. Os mercados externos cresceram mais que
os mercados internos. O capitalismo internacional reestruturou-se.
14
Década de 80 e a vitória neoliberal.
A economia do período ficou marcada pela consagração do modelo neoliberal nos
Estados Unidos, através do governo Ronald Reagan e no Reino Unido, através da
ação da primeira-ministra Margaret Thatcher.
Esse modelo prevê a menor interferência possível do Estado na atividade
econômica, como estímulo à iniciativa individual e à competição.
Tais medidas viabilizam o cenário econômico de hoje.
A década também ficou conhecida pela derrocada da União Soviética e pelo triunfo
do Sistema Capitalista Internacional.
15
A oportunidade para colocar em prática as ideias neoliberais surge na década de
1970 e no início da década de 1980, com o acirramento do sentimento anticomunista
em fins da década de 1970, provocado pela segunda guerra fria que eclodiu com a
intervenção soviética no Afeganistão e com a vitória de candidatos conservadores na
Europa e nos Estados Unidos.
A vitória de Margareth Thatcher na Inglaterra, em 1979, assegurou para esse país o
pioneirismo na Europa na efetivação da receita neoliberal.
Foi o primeiro país do centro do capitalismo a se empenhar na concretização do
neoliberalismo.
16
17
“O centrismo liberal e a economia keynesiana ficaram
subitamente fora de moda. Margaret Thatcher lançou o
chamado neoliberalismo, que era na realidade um
conservadorismo agressivo de um tipo que não era visto
desde 1848, e que envolveu uma tentativa de reverter a
redistribuição do Estado de Bem-Estar, de modo a
beneficiar as classes superiores e não as classes mais
baixas “(WALLERSTEIN, 2004, p.61).
“As ações de Thatcher foram: contração da emissão de
moeda; elevação da taxa de juros; redução considerável
dos impostos sobre os rendimentos altos; abolição do
controle sobre os fluxos financeiros; criação de níveis de
desemprego massivos; imposição de uma legislação
anti-sindical; corte de gastos sociais; e lançamento de
um amplo programa de privatização que atingiu a
habitação pública, a indústria de aço, o setor elétrico, a
produção de petróleo, a produção de gás e o
fornecimento de água” (CREMONESE, 2001, p.9)
18
Os governos de outros países da Europa tiveram dificuldades na implementação
do receituário neoliberal.
Isso se deu por causa da resistência das organizações e movimentos populares,
especialmente dos sindicatos que lutaram para manter os direitos adquiridos.
Esses movimentos de resistência aconteceram em diversos países, tais como
Alemanha, França, Espanha e Itália.
A vitória de Ronald Reagan, nos Estados Unidos, marcou o início da prática
neoliberal nesse país.
19
O neoliberalismo foi erigido em doutrina oficial da política econômica do governo
dos Estados Unidos, a qual permaneceu durante toda a década de 1980.
O monetarismo de Milton Friedman teve uma influência grande no começo, porém
a sua rigidez doutrinal criou muitos problemas.
Por isso foi substituído por formas menos dogmáticas, mas sempre originadas da
doutrina do laissez faire, do princípio da não-intervenção do Estado na economia
20
“Eis algumas medidas neoliberais implementadas por Reagan: elevação das
taxas de juros e redução dos impostos dos ricos.
No entanto, não acatou outra medida da cartilha neoliberal, o controle
orçamentário.
Gastou muito dinheiro numa corrida armamentista sem precedentes com a
URSS, levando os USA ao maior déficit público de sua história.
Dessa forma, a maior economia do mundo se transformou de principal credor do
planeta em primeiro devedor do universo. (ARANTES, 1999, p.8)
21
Neo liberalismo na America Latina.
As idéias neoliberais chegaram à América Latina ainda na década de 1970.
O Chile, com o General Pinochet, foi o primeiro país, antes mesmo que a
Inglaterra, a implantar o modelo neoliberal.
Cumprindo à risca o modelo neoliberal, caracterizou-se pela: liberalização da
economia, alta taxa de desemprego, repressão sindical, concentração de renda
em favor dos ricos, e privatização de bens públicos.
“Os ricos precisam ser mais ricos para que os pobres sejam menos pobres”
(Ditador Brasileiro Gen. Ernesto Geisel.
22
Pinochet foi o responsável por uma das mais cruéis ditaduras militares da América
Latina, mandando perseguir, torturar, prender e matar os seus opositores,
especialmente aqueles ligados ao governo de Salvador Allende.
A aplicação do projeto neoliberal no Chile se deu depois da destruição do
movimento operário e popular.
Assim, não houve resistência significativa.
Outros governos da América Latina foram seduzidos pelo discurso neoliberal e
começaram a implantar em seus países o neoliberalismo.
Chegou no México com Salinas, com Menem na Argentina, com Carlos Andrés
Perez na Venezuela e, em 1990, no Peru com Fujimori etc.
23
No Brasil, a adoção do modelo neoliberal,como ideologia de Estado, se iniciou com
o ex-presidente Fernando Collor de Melo e continuou com o governo de Fernando
Henrique Cardoso.
Os anos 1990 foram marcados, no Brasil, por um clima de perplexidade e de aflição
geral no que diz respeito à educação.
Os governos Collor e Cardoso, de orientação neoliberal, caracterizaram-se por uma
política educativa incoerente, combinando um “discurso sobre a importância da
educação” e um “descompromisso do Estado” no setor, com um papel crescente da
iniciativa privada (Universidades Privadas) e das organizações não-governamentais
.
24
Como observa Frigotto (1996), a tese central do neoliberalismo é de que o setor
público (o Estado) é responsável pela crise, pelos privilégios e pela ineficiência.
O mercado e o setor privado são sinônimos de eficiência, de qualidade e de
eqüidade.
A solução torna-se, então, o Estado mínimo e a necessidade de questionar todas
as conquistas sociais, como a estabilidade de emprego, o direito à saúde, à
educação e aos transportes públicos.
O Estado deve ser reduzido a uma proporção mínima, apenas necessária para a
reprodução do capital.
25
No plano educativo, o neoliberalismo traduz-se pela idéia central do mercado
como mecanismo de regulação e que vai levar qualidade às escolas.
O Estado deveria fornecer a cada família tíquetes (vouchers) que possibilita a
sensação de comprar no mercado livre o serviço educativo que lhe convém.
Por outro lado, muitas empresas privadas auxiliam escolas públicas, normalmente
aquelas em que estudam muitos filhos de seus funcionários.
Empresas de grande porte também constroem escolas para o uso exclusivo dos
funcionários e de seus filhos, como a Nestlé faz na cidade de Marília.
26
Evidentemente isso não sai de graça para os trabalhadores.
A filantropia da parceria encontra-se, assim, elevada ao mesmo patamar que a
política educativa do Estado .
O neoliberalismo propõe novas respostas aos problemas produzidos pelo
liberalismo com novas estratégias em âmbito mundial.
Diante da miséria causada principalmente pelo endividamento externo, os teóricos
do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e do Consenso de
Washington criam a política do ajustamento estrutural, ou neoliberalismo.
27
Esse ajustamento se orienta para a conquista e a fortificação da economia de
mercado, como a melhor maneira de organizar eficientemente a produção e a
distribuição de bens e serviços na visão dos capitalistas.
Isso acontece através de estratégias como: redução e um controle rígido da
inflação; controle do déficit público, feito através de cortes nas áreas da saúde, da
educação e do setor social em geral; privatização, devendo o estado ficar o mais
longe possível dos negócios.
Por outro lado, os capitalistas querem trabalhadores saudáveis e bem preparados
para que as suas empresas possam competir no mercado internacional, galgando
lucros maiores a partir da exploração dos trabalhadores.
28
Consenso de Washington
29
O Consenso de Washington foi a denominação de uma articulação para implantar o
neoliberalismo de maneira ordenada nos diversos países latino-americanos.
Em novembro de 1989, pela primeira vez na história, reuniram-se na capital dos
Estados Unidos funcionários do governo daquele país e dos organismos
financeiros internacionais especializados em assuntos latino-americanos - FMI,
Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O objetivo do encontro era fazer uma avaliação das políticas econômicas
implantadas até então. e intelectual da região como sinônimo de modernidade.
Para relatar as experiências locais, também participaram do evento diversos
economistas latino-americanos.
Às conclusões desta reunião dar-se-ia, posteriormente, o nome informal de
Consenso de Washington.
A novidade era o consenso estabelecido entre as diversas fontes do ideário
neoliberal.
As políticas recomendadas por aquelas agências e organismos internacionais
seriam finalmente unificadas.
A mensagem seria transmitida de forma mais vigorosa e seria absorvida pela
maior parcela da elite econômica
30
O receituário do FMI, dai em diante, deveria fazer parte do discurso das elites
dos países periféricos, como se fosse de sua iniciativa e de interesse do seu
povo.
As reformas comerciais liberalizantes, recomendadas pelo Banco Mundial,
deveriam ser postas em prática em troca da continuidade de financiamento para
obras sociais.
Elas foram fielmente encampadas pelo governo Collor e fizeram parte do elenco
de reformas constitucionais defendidas pelo governo de Fernando Henrique
Cardoso para viabilizar o seu plano de estabilização econômica, o Plano Real.
31
O individualismo, a dificuldade de organização e articulação dos movimentos e
partidos populares, o descrédito com a maioria dos partidos políticos, a cultura do
lucro e da pós-modernidade, entre outros aspectos, facilitam e dão sustentação
para que o neoliberalismo se implante.
Na verdade, o Consenso de Washington representou, no contexto da América
Latina, o mesmo movimento de contra-ataque dos capitalistas, em relação às
conquistas dos trabalhadores a partir da resistência e da organização de
movimentos populares, como, por exemplo, as greves dos metalúrgicos do ABC
e o Movimento dos Sem-Terra, no Brasil.
32
Os Estados Unidos da América têm ampliado seu poder em escala mundial e pretendem firmar-se enquanto um império.
O Brasil de hoje, apos o golpe parlamentar de 2016 que pos fim a governos populares nacional desenvolvimentistas, se vê
vulnerável na dependência dos capitais externos e submetido às exigências oriundas em grande medida dos EUA.
Não tem um projeto
. alternativo para enfrentar os desafios das desigualdades sociais e da concentração de renda, não
tem perspectiva de desenvolvimento que seja inclusivo, e teima em seguir os ditames de políticas de ajuste formuladas
desde os organismos internacionais.
O País tem se modernizado mas, ao mesmo tempo, excluído os trabalhadores urbanos e rurais dos frutos do bem estar.
É necessário, portanto, repensar criticamente os descaminhos político-econômicos, sociais e ambientais que vêm
dramatizando e esgarçando o tecido social da nação.
Não basta crescimento econômico, mas um desenvolvimento que seja estruturado no bem estar dos trabalhadores e, neste
sentido, o legado do nacional desenvolvimentismo tem atualidade e ensinamentos válidos.
33
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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO SECRETARIA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Campus Universitário – Trindade 88010-970 - Florianópolis - SC Fone-fax: (48) 331-9550 - Fone: (48) 331-9393 www.arq.ufsc.br miltonconceicao@hotmail.com Arq. 5618 - HISTÓRIA DA CIDADE II. 1 Globalização da economia (Brenton Woods) : Influencia nas cidades 10/05/2017 Milton Luz da Conceição 10ªsemana 9ª aula expositiva
  • 2. As conferências de Bretton Woods/ Sistema Bretton Woods/gerenciamento econômico internacional/Julho de 1944/regras para as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo. O sistema Bretton Woods foi o primeiro exemplo, na história mundial, de uma ordem monetária totalmente negociada, tendo como objetivo governar as relações monetárias entre Nações-Estado independentes. 2 A Internacionalização da economia. Acordos de Bretton Woods. Preparando-se para reconstruir o capitalismo mundial enquanto a Segunda guerra Mundial ainda transcorria, 730 delegados de todas as 44 nações aliadas encontraram-se no Mount Washington Hotel, em Bretton Woods, New Hampshire para a Conferência monetária e financeira das Nações Unidas
  • 3. Os delegados deliberaram e finalmente assinaram o Acordo de Bretton Woods (Bretton Woods Agreement) durante as primeiras três semanas de julho de 1944. 3
  • 4. Quando a Conferência de Bretton Woods aconteceu, as vantagens econômicas dos Estados Unidos eram indiscutíveis e esmagadoras. Os EUA tinham a maioria dos investimentos mundiais, da produção manufaturada e das exportações. Em 1945, os EUA produziam a metade de todo o carvão mundial, dois-terços do petróleo e mais do que a metade da eletricidade. Os EUA eram capazes de produzir imensas quantidades de navios, aviões, automóveis, armamentos, maquinas e produtos químicos, etc. Reforçando a vantagem inicial—e assegurando a liderança dos EUA no mundo capitalista — os EUA detinham 80% das reservas mundiais de ouro e tinham não somente poderosas Forças Armadas mas também a bomba atômica. 4
  • 5. Na condição de maior potência mundial e uma das poucas nações não afetadas pela guerra, os EUA estavam em posição de ganhar mais do que qualquer outro país com a liberação do comércio mundial. 5 Os EUA teriam com isso um mercado mundial para suas exportações, e teriam acesso irrestrito a matérias-primas vitais. Os EUA não eram somente capazes de, mas também queriam, assumir essa liderança. Apesar de os EUA terem mais ouro, mais capacidade produtora e mais poder militar do que todo o resto do mundo junto, o capitalismo dos EUA não poderia sobreviver sem mercados e aliados
  • 6. Instituições criadas para regular a politica econômica Internacional: 1) BIRD. (International Bank Reconstruction and Development) for que depois foi dividido em : 1) BM Banco FMI Mundial 2) Fundo Monetário Internacional. Essas organizações tornaram operacionais em se 1946 depois de países que um ratificou o número suficiente acordo.
  • 7. Principais disposições do sistema Bretton Woods: 1. Cada país adotar uma política monetária com tx. cambio fixa (em torno de U$ 35 = 1 onça ouro) 2. A provisão pelo FMI de financiamento para suportar dificuldades temporárias de pagamento. 7 A Economia Norte Americana e mundial entre 1950 e 1970. Nos países de industrialização avançada, o fordismo surgiua partir da crise de 1929, atingindo o auge de dominação nos anos 50 e 60. O fordismo /avanços tecnológicos / eletricidade motor à explosão. Pós-guerra/ avanços científico /eletrônica e da tecnologia da informação. Grandes indústrias / longas esteiras rolantes / cadeia de montagem. Grandes estoques/ alto número de trabalhadores/ fluxo de produção não fosse desacelerado.
  • 8. Os milhares de produtos padronizados eram feitos para mercados de massa. Os setores industriais mais destacados eram os de bens de consumo duráveis (automóveis e eletroeletrônicos) e os de bens de produção (destacadamente a petroquímica). Entre as décadas de 1940 e 1960 surgiu uma interminável sequência de novos produtos, a exemplo de rádios portáteis transistorizados, relógios digitais, calculadoras de bolso, equipamentos de foto e vídeo. As metrópoles, com seus centros de negócios e de decisões constituídos pelas sedes sociais das grandes empresas, incorporaram os municípios vizinhos. 8
  • 9. Grandes regiões urbanizadas - as megalópoles - se formaram entre duas ou mais metrópoles devido à polarização que tais centros exerciam sobre as pequenas e médias cidades que se encontravam ao seu redor. Intensos fluxos de pessoas e mercadorias integraram o conjunto formado por essas cidades. Em todas as cidades intensificaram-se o comércio, os transportes, as comunicações e os serviços em geral. As redes urbanas tornaram-se mais densas. Diversificaram-se as atividades culturais e de lazer. Cresceram as universidades e centros de pesquisa e tecnologia. 9
  • 10. Mais capitais e trabalhadores foram atraídos pelas cidades. A geografia do fordismo foi a das grandes concentrações urbano- i ndustriais. O modelo fordista, que floresceu no pós-guerra, dependia da subida constante dos salários para manter o mercado ativo, ou seja, manter os níveis de produção e de consumo crescentes. Porém, os salários não podiam crescer a ponto de ameaçar os lucros empresariais; mantiveram-se os níveis salariais e os lucros aumentando os preços dos produtos, o que gerou uma crise inflacionária. Nos Estados Unidos, os gastos públicos se agigantaram, tanto interna como externamente - a guerra do Vietnã foi um exemplo. A moeda americana ficou debilitada. (a balança comercial passou de um excedente de 6,8 bilhões em 64 para um déficit de 2,9 bilhões em 71, sendo também um dos culpados sobrevalorização do dólar, que mantinha o preço dos produtos norte-americanos muito elevados face aos europeus), a quantidade de dólares passou a exceder o stock de ouro. 10
  • 11. A moeda americana ficou debilitada. (a balança comercial passou de um excedente de 6,8 bilhões em 64 para um déficit de 2,9 bilhões em 71, sendo também um dos culpados sobrevalorização do dólar, que mantinha o preço dos produtos norte-americanos muito elevados face aos europeus), a quantidade de dólares passou a exceder o stock de ouro. Esse país, que durante todo o período de domínio do fordismo assegurava a estabilidade da economia mundial com base em sua moeda - o dólar -, viu esse sistema monetário declinar. A competitividade da Europa e do Japão superavam a dos Estados Unidos. Assistia-se a uma verdadeira guerra comercial, que nunca deixou de crescer. Após a metade dos anos 60, com a guerra do Vietnan e o pesado investimento no exterior para garantir mercados a balança comercial norte americana ficou extremamente negativa. O resto do mundo percebeu que os EUA não tinham ouro suficiente para resgatar todos os dolares. Em agosto de 1971 o presidente Nixon rompem unilateralmente o acordo de Bretton Woods anunciando o fim da convertibilidade.
  • 12. Entre agosto 1971 e maio de 1973 os governos esforçaram-se, sem sucesso, para conservar o sistema de Bretton . Depois de 1973 o valor do dólar não era mais definido nos termos de um peso fixo em ouro, e outras moedas correntes não eram mais definidas nos termos dos dólares. As taxas de troca entre as moedas correntes passaram a flutuar livremente e foram baseadas na fonte e na demanda. Hoje os governos controlam as taxas de troca flutuando, mas as moedas correntes são amarradas em taxas de troca fixa 12
  • 13. Em 1971, diante de pressões crescentes na demanda global por ouro, Richard Nixon, então presidente norte-americano, suspendeu unilateralmente o sistema de Bretton Woods, cancelando a conversibilidade direta do dólar em ouro 13 FIM DE BRENTON WOODS. GLOBALIZAÇÂO E NÃO MAIS INTERNACIONALIZAÇÂO Crise dos PETRODOLARES
  • 14. A partir da década de 1970, a saída foi investir num novo modelo que rompesse com aquilo que era considerado a rigidez do modelo fordista. A ordem era flexibilizar, ou seja, golpear a rigidez nos processos de produção, nas formas de ocupação da força de trabalho, nas garantias trabalhistas e nos mercados de massa, então saturados. As empresas multinacionais, para restabelecer sua rentabilidade, expandiram espacialmente sua produção por continentes inteiros. Surgiram novos países industrializados. Os mercados externos cresceram mais que os mercados internos. O capitalismo internacional reestruturou-se. 14
  • 15. Década de 80 e a vitória neoliberal. A economia do período ficou marcada pela consagração do modelo neoliberal nos Estados Unidos, através do governo Ronald Reagan e no Reino Unido, através da ação da primeira-ministra Margaret Thatcher. Esse modelo prevê a menor interferência possível do Estado na atividade econômica, como estímulo à iniciativa individual e à competição. Tais medidas viabilizam o cenário econômico de hoje. A década também ficou conhecida pela derrocada da União Soviética e pelo triunfo do Sistema Capitalista Internacional. 15
  • 16. A oportunidade para colocar em prática as ideias neoliberais surge na década de 1970 e no início da década de 1980, com o acirramento do sentimento anticomunista em fins da década de 1970, provocado pela segunda guerra fria que eclodiu com a intervenção soviética no Afeganistão e com a vitória de candidatos conservadores na Europa e nos Estados Unidos. A vitória de Margareth Thatcher na Inglaterra, em 1979, assegurou para esse país o pioneirismo na Europa na efetivação da receita neoliberal. Foi o primeiro país do centro do capitalismo a se empenhar na concretização do neoliberalismo. 16
  • 17. 17 “O centrismo liberal e a economia keynesiana ficaram subitamente fora de moda. Margaret Thatcher lançou o chamado neoliberalismo, que era na realidade um conservadorismo agressivo de um tipo que não era visto desde 1848, e que envolveu uma tentativa de reverter a redistribuição do Estado de Bem-Estar, de modo a beneficiar as classes superiores e não as classes mais baixas “(WALLERSTEIN, 2004, p.61).
  • 18. “As ações de Thatcher foram: contração da emissão de moeda; elevação da taxa de juros; redução considerável dos impostos sobre os rendimentos altos; abolição do controle sobre os fluxos financeiros; criação de níveis de desemprego massivos; imposição de uma legislação anti-sindical; corte de gastos sociais; e lançamento de um amplo programa de privatização que atingiu a habitação pública, a indústria de aço, o setor elétrico, a produção de petróleo, a produção de gás e o fornecimento de água” (CREMONESE, 2001, p.9) 18
  • 19. Os governos de outros países da Europa tiveram dificuldades na implementação do receituário neoliberal. Isso se deu por causa da resistência das organizações e movimentos populares, especialmente dos sindicatos que lutaram para manter os direitos adquiridos. Esses movimentos de resistência aconteceram em diversos países, tais como Alemanha, França, Espanha e Itália. A vitória de Ronald Reagan, nos Estados Unidos, marcou o início da prática neoliberal nesse país. 19
  • 20. O neoliberalismo foi erigido em doutrina oficial da política econômica do governo dos Estados Unidos, a qual permaneceu durante toda a década de 1980. O monetarismo de Milton Friedman teve uma influência grande no começo, porém a sua rigidez doutrinal criou muitos problemas. Por isso foi substituído por formas menos dogmáticas, mas sempre originadas da doutrina do laissez faire, do princípio da não-intervenção do Estado na economia 20
  • 21. “Eis algumas medidas neoliberais implementadas por Reagan: elevação das taxas de juros e redução dos impostos dos ricos. No entanto, não acatou outra medida da cartilha neoliberal, o controle orçamentário. Gastou muito dinheiro numa corrida armamentista sem precedentes com a URSS, levando os USA ao maior déficit público de sua história. Dessa forma, a maior economia do mundo se transformou de principal credor do planeta em primeiro devedor do universo. (ARANTES, 1999, p.8) 21
  • 22. Neo liberalismo na America Latina. As idéias neoliberais chegaram à América Latina ainda na década de 1970. O Chile, com o General Pinochet, foi o primeiro país, antes mesmo que a Inglaterra, a implantar o modelo neoliberal. Cumprindo à risca o modelo neoliberal, caracterizou-se pela: liberalização da economia, alta taxa de desemprego, repressão sindical, concentração de renda em favor dos ricos, e privatização de bens públicos. “Os ricos precisam ser mais ricos para que os pobres sejam menos pobres” (Ditador Brasileiro Gen. Ernesto Geisel. 22
  • 23. Pinochet foi o responsável por uma das mais cruéis ditaduras militares da América Latina, mandando perseguir, torturar, prender e matar os seus opositores, especialmente aqueles ligados ao governo de Salvador Allende. A aplicação do projeto neoliberal no Chile se deu depois da destruição do movimento operário e popular. Assim, não houve resistência significativa. Outros governos da América Latina foram seduzidos pelo discurso neoliberal e começaram a implantar em seus países o neoliberalismo. Chegou no México com Salinas, com Menem na Argentina, com Carlos Andrés Perez na Venezuela e, em 1990, no Peru com Fujimori etc. 23
  • 24. No Brasil, a adoção do modelo neoliberal,como ideologia de Estado, se iniciou com o ex-presidente Fernando Collor de Melo e continuou com o governo de Fernando Henrique Cardoso. Os anos 1990 foram marcados, no Brasil, por um clima de perplexidade e de aflição geral no que diz respeito à educação. Os governos Collor e Cardoso, de orientação neoliberal, caracterizaram-se por uma política educativa incoerente, combinando um “discurso sobre a importância da educação” e um “descompromisso do Estado” no setor, com um papel crescente da iniciativa privada (Universidades Privadas) e das organizações não-governamentais . 24
  • 25. Como observa Frigotto (1996), a tese central do neoliberalismo é de que o setor público (o Estado) é responsável pela crise, pelos privilégios e pela ineficiência. O mercado e o setor privado são sinônimos de eficiência, de qualidade e de eqüidade. A solução torna-se, então, o Estado mínimo e a necessidade de questionar todas as conquistas sociais, como a estabilidade de emprego, o direito à saúde, à educação e aos transportes públicos. O Estado deve ser reduzido a uma proporção mínima, apenas necessária para a reprodução do capital. 25
  • 26. No plano educativo, o neoliberalismo traduz-se pela idéia central do mercado como mecanismo de regulação e que vai levar qualidade às escolas. O Estado deveria fornecer a cada família tíquetes (vouchers) que possibilita a sensação de comprar no mercado livre o serviço educativo que lhe convém. Por outro lado, muitas empresas privadas auxiliam escolas públicas, normalmente aquelas em que estudam muitos filhos de seus funcionários. Empresas de grande porte também constroem escolas para o uso exclusivo dos funcionários e de seus filhos, como a Nestlé faz na cidade de Marília. 26
  • 27. Evidentemente isso não sai de graça para os trabalhadores. A filantropia da parceria encontra-se, assim, elevada ao mesmo patamar que a política educativa do Estado . O neoliberalismo propõe novas respostas aos problemas produzidos pelo liberalismo com novas estratégias em âmbito mundial. Diante da miséria causada principalmente pelo endividamento externo, os teóricos do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e do Consenso de Washington criam a política do ajustamento estrutural, ou neoliberalismo. 27
  • 28. Esse ajustamento se orienta para a conquista e a fortificação da economia de mercado, como a melhor maneira de organizar eficientemente a produção e a distribuição de bens e serviços na visão dos capitalistas. Isso acontece através de estratégias como: redução e um controle rígido da inflação; controle do déficit público, feito através de cortes nas áreas da saúde, da educação e do setor social em geral; privatização, devendo o estado ficar o mais longe possível dos negócios. Por outro lado, os capitalistas querem trabalhadores saudáveis e bem preparados para que as suas empresas possam competir no mercado internacional, galgando lucros maiores a partir da exploração dos trabalhadores. 28
  • 29. Consenso de Washington 29 O Consenso de Washington foi a denominação de uma articulação para implantar o neoliberalismo de maneira ordenada nos diversos países latino-americanos. Em novembro de 1989, pela primeira vez na história, reuniram-se na capital dos Estados Unidos funcionários do governo daquele país e dos organismos financeiros internacionais especializados em assuntos latino-americanos - FMI, Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O objetivo do encontro era fazer uma avaliação das políticas econômicas implantadas até então. e intelectual da região como sinônimo de modernidade.
  • 30. Para relatar as experiências locais, também participaram do evento diversos economistas latino-americanos. Às conclusões desta reunião dar-se-ia, posteriormente, o nome informal de Consenso de Washington. A novidade era o consenso estabelecido entre as diversas fontes do ideário neoliberal. As políticas recomendadas por aquelas agências e organismos internacionais seriam finalmente unificadas. A mensagem seria transmitida de forma mais vigorosa e seria absorvida pela maior parcela da elite econômica 30
  • 31. O receituário do FMI, dai em diante, deveria fazer parte do discurso das elites dos países periféricos, como se fosse de sua iniciativa e de interesse do seu povo. As reformas comerciais liberalizantes, recomendadas pelo Banco Mundial, deveriam ser postas em prática em troca da continuidade de financiamento para obras sociais. Elas foram fielmente encampadas pelo governo Collor e fizeram parte do elenco de reformas constitucionais defendidas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso para viabilizar o seu plano de estabilização econômica, o Plano Real. 31
  • 32. O individualismo, a dificuldade de organização e articulação dos movimentos e partidos populares, o descrédito com a maioria dos partidos políticos, a cultura do lucro e da pós-modernidade, entre outros aspectos, facilitam e dão sustentação para que o neoliberalismo se implante. Na verdade, o Consenso de Washington representou, no contexto da América Latina, o mesmo movimento de contra-ataque dos capitalistas, em relação às conquistas dos trabalhadores a partir da resistência e da organização de movimentos populares, como, por exemplo, as greves dos metalúrgicos do ABC e o Movimento dos Sem-Terra, no Brasil. 32
  • 33. Os Estados Unidos da América têm ampliado seu poder em escala mundial e pretendem firmar-se enquanto um império. O Brasil de hoje, apos o golpe parlamentar de 2016 que pos fim a governos populares nacional desenvolvimentistas, se vê vulnerável na dependência dos capitais externos e submetido às exigências oriundas em grande medida dos EUA. Não tem um projeto . alternativo para enfrentar os desafios das desigualdades sociais e da concentração de renda, não tem perspectiva de desenvolvimento que seja inclusivo, e teima em seguir os ditames de políticas de ajuste formuladas desde os organismos internacionais. O País tem se modernizado mas, ao mesmo tempo, excluído os trabalhadores urbanos e rurais dos frutos do bem estar. É necessário, portanto, repensar criticamente os descaminhos político-econômicos, sociais e ambientais que vêm dramatizando e esgarçando o tecido social da nação. Não basta crescimento econômico, mas um desenvolvimento que seja estruturado no bem estar dos trabalhadores e, neste sentido, o legado do nacional desenvolvimentismo tem atualidade e ensinamentos válidos. 33
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