O documento resume três histórias bíblicas sobre pessoas que tiveram experiências com o amor de Jesus: 1) Nicodemos, que teve uma conversa noturna com Jesus sobre nascer de novo; 2) Uma mulher adúltera, que Jesus perdoou com compaixão; 3) Lázaro, que Jesus ressuscitou após quatro dias morto, mostrando que seu amor é maior que a morte.
4. Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
1ª Edição: junho/2013
Capa e Diagramação:
Junio Amaro
5. Introdução
A diferença entre conhecer e experimentar. Je-sus
Cristo é um ícone da cultura ocidental, com o
advento das tecnologias virtuais é um nome que
aparece em várias mídias. Ele está na internet, no ci-nema,
nas revistas, na televisão. Nem sempre apre-sentado
da forma corretamente bíblica, mas em
nosso país, por exemplo, todos já sabem quem é Je-sus.
É bem verdade que ainda existem nações que
precisam conhecê-lo e que só de citar o seu nome a
pessoa correrá risco de vida. Este é um tema impor-tante
que deve ser abordado, mas não é sobre isso
que quero falar aqui neste livro, especificamente.
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6. Quero falar de um mal sutil, não tão explícito
quanto a igreja perseguida, mas que certamente
levará um volume considerável de pessoas ao infer-no:
Pessoas que dizem conhecer a Jesus, saber de
quem se trata, contar histórias a seu respeito, mas
que na prática NUNCA TIVERAM UMA EXPERIÊNCIA
COM ELE, NUNCA EXPERIMENTARAM DE FATO DO
SEU AMOR.
Ninguém é mais o mesmo depois que experi-menta
do verdadeiro amor que vem de Jesus. Nin-guém
pode afirmar com convicção que se conver-teu
ao evangelho e nunca teve uma experiência
com o amor do Filho de Deus. Quando falo aqui
de experiência não quero dizer que ela tenha que
ser necessariamente de natureza sobrenatural (vi
um anjo, tive um sonho e nele Jesus falou comigo,
fui curado de uma doença terminal), mas também
de coisas mais simples, mais cotidianas como não
amar mais o pecado e desfrutar da vida com um
olhar diferente, cheio de compaixão. Cada um tem
a sua forma de passar por essa experiência, o que há
de comum é o fato dela ser marcante, inesquecível
e acontecer não uma única vez, mas constantemen-te
na nossa história.
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7. Jesus deseja nos dar estas experiências e cabe
a nós deixarmos ser envolvidos por essa proposta,
sem medo, sem preconceitos, sem preguiça, dese-josos
de estar com Ele. Neste livro quero mostrar
essa realidade, pessoas que tiveram essa oportuni-dade
na Bíblia, suas vidas cruzaram com o amor de
Jesus e como elas jamais foram as mesmas e des-ta
forma encorajar você a ter a sua própria história
com nosso Senhor e Salvador.
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9. 1 – NICODEMOS:
INCOMPREENSÍVEL
NATUREZA DO
AMOR DO PAI E
DO FILHO
Imagine a seguinte situação: Você está tranquilo
em sua casa e de repente ela é invadida por um la-drão,
ele assalta sua casa e ainda mata o seu único
filhinho. Diante de tal cenário trágico você só tem
três caminhos para agir:
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10. • Você persegue o ladrão e o mata, a fim de com-pensar
a morte de seu filho, isto nós chamamos de
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vingança.
• Você aciona a polícia que captura o ladrão, o
prende e após um julgamento irá cumprir uma
pena na prisão, isto nós chamamos de justiça.
• Você pode perdoar o ladrão e adotá-lo no lugar
do seu filho, parece o caminho mais absurdo, mas
ele se chama graça e foi o que Deus fez por mim e
por você.
“E havia entre os fariseus um homem, chamado
Nicodemos, príncipe dos judeus.
Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi,
bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; por-que
ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes,
se Deus não for com ele.
Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na
verdade te digo que aquele que não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem
nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a en-trar
no ventre de sua mãe, e nascer?
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te
digo que aquele que não nascer da água e do
11. Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
O que é nascido da carne é carne, e o que é nas-cido
do Espírito é espírito.
Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos
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é nascer de novo.
O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz,
mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; as-sim
é todo aquele que é nascido do Espírito.
Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode
ser isso?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Is-rael,
e não sabes isto?
Na verdade, na verdade te digo que nós dize-mos
o que sabemos, e testificamos o que vimos;
e não aceitais o nosso testemunho. Se vos falei de
coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos
falar das celestiais?
Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu
do céu, o Filho do Homem, que está no céu.
E, como Moisés levantou a serpente no deserto,
assim importa que o Filho do homem seja levanta-do;
Para que todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna.
12. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”
(João 3.1-16)
Nicodemos era um homem que estava atrás de
respostas. Jesus é a resposta. Aquela conversa na
calada da noite marcaria toda a história do evange-lho.
Ali o Filho de Deus falou de seu Pai, seus planos
para o homem e a razão de ele estar aqui na Terra.
Jesus fala sobre nascer de novo, só é possível ter um
relacionamento com ele se morrermos para mundo
e experimentarmos o novo nascimento. Para aque-le
doutor era uma ideia um tanto confusa, como
entrar no ventre da mãe novamente para nascer?
O que Jesus tentou mostrar para ele é que aquele
novo nascimento não era físico, mas espiritual.
Em João 3.16 está o resumo de todo o projeto
de Deus para o homem, Deus criou o homem para
ter relacionamento com ele, desde o Éden isto fica
claro. Antes de cair no pecado o homem se encon-trava
todos os dias com Deus e eles conversavam
pelo jardim. Era uma amizade sincera e gostosa,
que o homem abriu mão ao ser enganado pela ser-pente.
Mas Deus não abriu mão desta relação, mas
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13. para restabelecê-la teria que pagar o maior dos pre-ços:
dar o seu próprio Filho para morrer no lugar do
homem. Aí está a maior de todas as graças, aí está o
amor de Deus, tão poderoso, poderia fazer tudo de
novo do zero, mas ele preferiu investir no homem.
Esse amor é incompreensível, constrangedor, arre-batador!
Jesus se sujeitou a vergonha da cruz por
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que também nos ama.
Há alguns anos o filme “A paixão de Cristo” mo-veu
multidões para os cinemas, o filme que de for-ma
bem naturalista mostrava o martírio de Cristo na
via dolorosa até a morte na cruz tocou as plateias.
Mas uma polêmica envolvia a película: Muitos crí-ticos
entendiam que o filme era antissemitista, isto
é, coloca as pessoas contra os judeus, pois levava
a crer que eles eram os responsáveis pela crucifica-ção
de Jesus. Naquela época o diretor do filme, Mel
Gibson, foi convidado a participar do programa de
entrevista de maior audiência, o programa da apre-sentadora
Ophra, ela, provocativa, engatilhou logo
de cara uma pergunta sobre esta questão:
_ E aí, Mel Gibson, quem matou Jesus: os judeus
ou os romanos?
_ Nem um nem outro, foi você! – respondeu o
14. diretor emudecendo a apresentadora e a plateia.
Ele tem razão, todos nós matamos Cristo na-quela
cruz. Ele morreu ali por mim e por você, para
nos dar uma chance de experimentar a vida eterna.
Jamais podemos perder de vista esta realidade: a
maior prova de amor de Deus foi essa, dar seu pró-prio
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Filho.
15. 2- A MULHER
ADÚLTERA:
O AMOR
QUE TRAZ O
PERDÃO
“Jesus, porém, foi para o Monte das Oliveiras.
E pela manhã cedo tornou para o templo, e todo
o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os en-sinava.
E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mu-lher
apanhada em adultério;
E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta
mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.
E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam
apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isto diziam eles,
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16. tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas
Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
E, como insistissem, perguntando-lhe, endirei-tou-
se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está
sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra
ela.
E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.
Quando ouviram isto, redarguidos da consciência,
saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos
últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.
E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais
do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aque-les
teus acusadores? Ninguém te condenou?
E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus:
Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques
mais” (João 8.1-11)
Nós sempre estamos muito bem preparados para
julgar as pessoas e condená-las. Mas quando a tarefa
é olhar para nós mesmos somos bem mais bondosos
e compassivos. Precisamos entender que ninguém é
melhor ou pior que alguém, somos todos iguais aos
olhos de Cristo.
Nesta passagem da palavra que você acabou de
ler podemos ver isso. Ali os homens usaram uma
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17. mulher pega em adultério para testar Jesus. Para
eles pouco importava a justiça, queriam ver como
Jesus sairia daquela pegadinha que estavam plan-tando
para ele: Se ele fala para não apedrejarem
a mulher, diriam que ele era complacente com o
pecado, se ele apóia o apedrejamento eles diriam
que ele não tinha nada de especial e era tão fariseu
quanto eles. O que fazer?
Jesus os ignorava, tentava vencê-los pelo cansa-ço
ou desinteresse, mas aqueles homens estavam
obstinados a “desmascarar” Jesus, expor suas limi-tações
ou suas hipocrisias, quanto eles estavam en-ganados...
Finalmente, quando Jesus desafia aquele que
nunca pecou a atirar a primeira pedra o que ele
na verdade está querendo dizer é: Só alguém de
ficha limpa pode começar a condenação, só al-guém
que não tem culpa no cartório, um sujeito
tão santo que se converteu com o próprio teste-munho,
nunca errou e nunca vai errar pode co-meçar
a sentença desta mulher, depois os outros
podem fazê-lo. Por que eles foram embora? Por-que
nenhum deles era esse homem, escondidos
em suas hipocrisias eles sabiam que se jogassem
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18. a pedra passariam a ser observados e julgados pe-los
outros que estavam ali, e no primeiro tropeço
seriam os próximos a serem apedrejados.
O que, no entanto, poucas pessoas percebem
nesse texto é que JESUS ERA UMA PESSOA QUE
PODERIA TER JOGADO A PRIMEIRA PEDRA, Ele era
essa pessoa sem pecado, sem culpa, ficha limpa,
ele poderia ter se colocado nessa posição, tinha
autoridade e testemunho para isso. Mas o que ve-mos
da parte dele é algo diferente: “Se ninguém te
condenou mulher não serei eu que farei isso, vá e não
peques mais”. O amor dele se expressou para aquela
mulher por meio do perdão, ele ama o pecador, não
ama o pecado. Deu a oportunidade para ela reco-meçar
a vida, abandonar a prática do pecado e sem
julgamentos a liberou, trocou a pedra pela vida.
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19. 3 – LÁZARO: O
AMOR QUE É
MAIOR QUE A
MORTE
“Tendo, pois, Maria chegado onde Jesus esta-va,
e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe:
Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria
morrido.
Jesus pois, quando a viu chorar, e também
chorando os judeus que com ela vinham, moveu-
-se muito em espírito, e perturbou-se.
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20. E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Se-nhor,
vem, e vê. Jesus chorou.
Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava.
E alguns deles disseram: Não podia ele, que
abriu os olhos ao cego, fazer também com que este
não morresse?
Jesus, pois, movendo-se outra vez muito em
si mesmo, veio ao sepulcro; e era uma caverna, e
tinha uma pedra posta sobre ela.
Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do de-funto,
disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é
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já de quatro dias.
Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres,
verás a glória de Deus?
Tiraram, pois, a pedra de onde o defunto jazia.
E Jesus, levantando os olhos para cima, disse: Pai,
graças te dou, por me haveres ouvido.
Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu dis-se
isto por causa da multidão que está em redor,
para que creiam que tu me enviaste.
E, tendo dito isto, clamou com grande voz:
Lázaro, sai para fora.
E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés liga-dos
com faixas, e o seu rosto envolto num lenço.
21. Disse-lhes Jesus: Desligai-o, e deixai-o ir.
Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo
a Maria, e que tinham visto o que Jesus fizera, cre-ram
nele” (João 11.32-45).
Jesus era um homem do povo, amigo de todos,
mas tinha seus melhores amigos, Lázaro, Marta e
Maria faziam parte deste grupo. Ele era tão íntimo
deles que a casa deles era sempre opção de pousa-da
do Filho de Deus. Como já foi dito, Deus gosta de
ter relacionamento com o homem.
O texto mostra algo muito forte, em certa altura da
situação, ao chegar perto de onde Lázaro estava se-pultado
há dias, Jesus se depara com um quadro de
luto, as irmãs de Lázaro chorando e seus amigos muito
tristes, e a Palavra fala que ele chorou. Ele sabia que
iria ressuscitar Lázaro, fato previsto por ele mesmo
instantes antes com a irmã do finado, no entanto, ele
se identificou com o sofrimento de todos. Nosso Deus
não é uma entidade fria e calculista, ele tem sentimen-tos
e se identifica com o sofrimento humano. Deus se
importa com suas lutas e tribulações mesmo sabendo
o final da história, isto é prova de amor.
A ressurreição de Lázaro mostra que não há li-mites
para a manifestação do amor de Deus, ele é
21
22. maior do que todas as circunstâncias, inclusive a
morte. Não importa o deserto que você está pas-sando,
ou se o seu sonho e projeto já morreram, se
suas esperanças acabaram. Ele olha lá do alto e co-necta
com seus anseios, se buscarmos a presença
Dele, Ele tem respostas. Ele ressuscita nossos pro-jetos.
Agora diante disto existem duas atitudes:
Marta: correu em direção a Jesus e cobrou dele o
atraso em chegar que não permitiu que Lázaro fos-se
curado de sua enfermidade, a ponto de morrer.
Mesmo Jesus falando com ela que o ressuscitaria
ela não entendeu, acho que Cristo fala da ressurrei-ção
no último dia. Nossa ansiedade e incredulidade
são oponentes fortes na nossa relação com o amor
de Deus. Quando não compreendemos essa ampli-tude
e ilimitação de seu poder falados no parágrafo
anterior, nos deixamos levar pelo natural e perde-mos
nossa fé. Fé é importantíssima para a operação
dos milagres e é uma atitude que agrada o coração
de Deus. Cuidado para não agirmos impulsivamen-te,
precipitadamente e com isso não entendermos
as intenções de Deus em relação aos nossos sonhos
e projetos mortos. Quando Ele ia operar o milagre
22
23. e pediu para retirar a pedra, Marta insistiu que o
defunto já cheirava mal, nossos sentidos nos en-ganam,
nos deixamos levar pelo que vemos e não
olhamos com os olhos de Cristo uma situação, ela
não cria que ele em putrefação poderia ser ressus-citado.
Mesmo diante da ação de Deus resistimos e
preferimos olhar para o fedor das circunstâncias em
vez de desfrutar do bom perfume de Cristo.
Maria: Enquanto a pragmática Marta rodeava
Jesus com suas ansiedades, incredulidades e ques-tionamentos,
Maria estava em casa sendo conso-lada.
Ao ver Cristo, chorou aos seus pés e tocou o
coração Dele a ponto de fazê-lo chorar, ela também
lamentou o atraso de Cristo, mas não foi de forma
alguma questionadora. Nossa ação pode vir com
choro, mas com o reconhecimento de quem é o
Senhor da vida, como já foi dito Jesus se identifica
com nossas emoções. Maria chegou em Jesus com
doçura e não com murmuração e cobrança, mesmo
triste com a morte do irmão ela o respeitou.
O amor de Jesus transformou os três irmãos,
mas também tocou todos que estavam ali, houve
vida em Lázaro e nova vida em todos os que teste-munharam
23
o milagre.
25. 4 – O LADRÃO
NA CRUZ: O
AMOR QUE
SALVA
“E também por cima dele estava um título, escrito
em letras gregas, romanas, e hebraicas: ESTE É O REI
DOS JUDEUS.
E um dos malfeitores que estavam pendurados
blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te
a ti mesmo, e a nós.
Respondendo, porém, o outro, repreendia-o,
25
26. dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na
mesma condenação?
E nós, na verdade, com justiça, porque recebe-mos
o que os nossos feitos mereciam; mas este ne-nhum
26
mal fez.
E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quan-do
entrares no teu reino.
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje
estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23.38-43).
Às vezes o que precisamos é de um momento
de lucidez, uma clareza de mente. No momento
mais terrível da trajetória de Cristo na terra, a cruz,
ele teve a oportunidade de transformar uma vida.
Junto com ele havia dois ladrões sendo crucifica-dos,
sabe-se que só recebiam esse tipo de condena-ção
as piores pessoas da sociedade daquela época:
ladrões, assassinos, gente da pior espécie segundo
o conceito humano comum. Portanto, ao contrário
de Cristo, dentro da perspectiva natural eles mere-ciam
estar ali, pois, foram julgados e condenados a
essa pena capital.
Ninguém teve uma visão tão próxima do martí-rio
final de Cristo do que aqueles dois ladrões. Mas
apesar de estarem vendo a mesma cena, cada um
27. a interpretou de uma forma, cada um entendeu de
um jeito e cada um teve a recompensa por sua pe-culiar
interpretação do fato diante deles: a crucifica-ção
do Salvador do mundo.
O primeiro ladrão citado optou em zombar de
Cristo, seguiu o padrão dos soldados romanos que
jocosamente diziam que Jesus era o
Rei dos Judeus, um deboche. Ele cobrou de cris-to
esta realeza e o desafio, se de fato era o Filho de
Deus, se livrasse e livrasse-o daquela condição. Mui-tos
de nós infelizmente agimos como ele, cauteriza-dos
por uma vida de pecado, não somos sensíveis o
suficiente para reconhecer quem é Jesus nem quan-do
Ele está bem pertinho de nós. Seja as decepções
da vida, seja a prática sistemática do pecado, perde-mos
o ouvido espiritual, não entendemos quando o
Espírito Santo está nos tentando convencer do erro.
Essa lepra espiritual vai se desenvolvendo de tal
forma que, em determinado momento, passamos a
ver o Cristo como uma figura de valor menor, um
serviçal que tem que fazer nossas vontades. O pro-vocamos,
o desafiamos, cobramos dele que atenda
nossas vontades terrenas em vez de buscarmos
cumprir a vontade Dele.
27
28. O segundo ladrão, sim, foi transformado pelo
amor de Cristo. Ao vê-lo em seus últimos momen-tos
na cruz, ele entendeu o que de fato estava acon-tecendo
ali na sua frente. Aquele homem que es-tava
sendo crucificado ao seu lado não tinha culpa
alguma, mais que isso, era o Messias, o Salvador. Ele
então reconhece essa realidade e com isso expe-rimenta
a salvação. Talvez ele tenha levado toda a
sua vida no erro, mas em seu último suspiro fez algo
certo e com isso recebeu a promessa de entrar no
céu. Tudo que Deus quer é um coração contrito e
quebrantado, ele não resiste a essa atitude, nessa
situação o amor dele transborda sobre nós e abre
caminho para nossa salvação.
“Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca en-toará
o teu louvor.
Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu
não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para
Deus são o espírito quebrantado; a um coração
quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”
(Salmo 51.15-17).
28
29. 5 – PEDRO: O
INIMITÁVEL,
MAS
ALTAMENTE
INSPIRATIVO
AMOR DE
CRISTO
“E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão
Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que
29
30. estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te
amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.
Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de
Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes
que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ove-lhas.
Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas,
amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito ter-ceira
vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes
tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apas-centa
as minhas ovelhas” (João 21.15-17).
Pedro certamente foi o discípulo de Jesus que
mais esteve em evidência nos evangelhos, você
verá ele o tempo todo como uma espécie de porta
voz dos doze diante de Cristo. Seu temperamento
sanguíneo e impulsivo lhe permitiu protagonizar
interessantes experiências com Jesus. Sua história
começa com uma pesca maravilhosa para em se-guida
ele largar tudo e seguir o mestre. Em vários
momentos ele quis mostrar a Deus sua devoção,
sua dedicação. Pedro era tanto usado pelo Espírito
Santo, quando reconheceu Jesus como Deus, como
foi usado pelo diabo, quando tentou convencer
Cristo de que não seria necessário passar pela cruz.
30
31. Mas certamente nada o preparou para o grande
baque que teria quando negou a Jesus durante o
julgamento de sua crucificação.
Pedro havia prometido a Jesus que jamais per-mitiria
que ele fosse capturado e morto. Mas Jesus,
sabedor de todas as coisas, o avisou que não só isso
não ocorreria como Pedro o negaria antes do galo
cantar. Quando Jesus foi preso Pedro até cortou a
orelha de um soldado para evitar a captura, mas
Jesus o repreendeu e curou o homem. Seguindo
Cristo de longo chegou ao pátio do lugar onde ele
passaria por um dos vários momentos terríveis da-quela
noite. Ali a profecia se cumpriu: questionado
por três pessoas se andava com Cristo ele negou e
em seguida o galo cantou fazendo-o lembrar das
palavras proféticas de algum tempo atrás. A Bíblia
fala que, tomado pela consciência do que havia
ocorrido, ele chorou amargamente naquela noite.
Fica claro que não foi só aquela noite que ele
carregou aquele sentimento, e certamente que
quando ficou sabendo das primeiras aparições
de Cristo após a sua ressurreição ele deve ter fi-cado
apreensivo, pensando: “O que será que ele
está pensando de mim, eu o neguei, será que ele vai
31
32. me perdoar, será que serei digno de continuar sua
obra?”
O momento finalmente chegou e eles se encon-traram
onde tudo começou, numa pesca no mar da
Galilélia, ali em um momento a sós eles travam o
diálogo que você leu no início desse capítulo. Muito
se fala a respeito do significa destas perguntas de
Cristo: “Tu me amas?”. Para entender o que aconte-ceu
ali precisamos fazer uma análise exegética do
texto, isto é, precisamos ler o texto na língua origi-nal
em que foi escrito, o grego antigo.
Nesta língua a palavra que temos no português
AMOR tem três significados, aqui aparecem dois
deles:
• αγαπας (Ágapas) o amor de Deus
• φιλω (Filo) o amor fraterno, de amigo
Jesus na primeira pergunta: “Pedro, tu agapas-
-me?” e ele responde: “Senhor filéo-te”, a mesma
coisa acontece na segunda pergunta. Na terceira
vez Jesus muda a pergunta: “Pedro tu filéo-te”. Ao
final de cada resposta Jesus o mandava cuidar das
suas ovelhas. O que significa tudo isso? Jesus per-guntava
a Pedro se ele seria capaz de amá-lo como
Deus ama as pessoas e Pedro respondia que não,
32
33. somente poderia amá-lo como um amigo. Mas a cada
vez que ele falava isso, Jesus o dava a missão de cuidar
das outras pessoas.
Jesus mostra para Pedro na última pergunta,
que para nós é impossível fazer, algo para que Deus
nos ame mais ou menos, o amor de Deus é incon-dicional
e imutável. Pedro jamais magoara Jesus
a ponto deste não lhe dar mais atenção ou valor.
Deus nos ama apesar de nós mesmos. Nós, e Pedro,
não somos capazes de amar assim, mas foi a nós
que Jesus deu a responsabilidade de cuidar dos ou-tros,
de apresentar o amor de Cristo aos que ainda
33
não experimentaram.
Esta experiência arrebatadora mudou a vida de
Pedro, basta ver como foi usado em Pentecostes, na
fundação da igreja primitiva e como está mais doce
em suas cartas no final da Bíblia. É essa experiência
que Deus quer que você passe hoje, agora!
35. CONCLUSÃO
NADA PODE NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS
QUE ESTÁ EM CRISTO
Mais que transformadora e arrebatora, a experi-ência
do amor de Cristo é irresistível, indestrutível.
Nenhuma circunstância é capaz de sobrepujar ou
enfraquecer esse sentimento, ele é eterno, imate-rial,
sem reservas e sem critérios humanos. Nunca
seremos capazes de entendê-lo ou explicá-lo. É lou-cura
para os sábios deste século e escândalo para
os que vivem sobre o julgo da religiosidade. Se você
vive na igreja e não experimentou esse amor sua
trajetória está incompleta, não se contente com a
35
36. vida que tem hoje, busque esta experiência em sua
vida.
Talvez você acredite que não é digno desse
amor, mas ninguém é. Talvez você ache que Ele lhe
esqueceu por algum momento, ou que algumas
áreas de sua vida não estão sendo assistidas por ele.
Talvez você cresceu em um lar cristão, na igreja, mas
nunca entendeu a natureza desse Deus. Talvez você
ainda não se envolveu em uma igreja e só conheça
Jesus de nome.
Em todos os casos a resposta que tenho para você
36
é a mesma:
“Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós,
quem será contra nós?
Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho pou-pou,
antes o entregou por todos nós, como nos não
dará também com ele todas as coisas?
Quem intentará acusação contra os escolhidos de
Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena?
Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou
dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e tam-bém
intercede por nós.Quem nos separará do amor
de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a persegui-ção,
ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
37. Como está escrito: Por amor de ti somos en-tregues
à morte todo o dia; Somos reputados como
ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coi-sas
somos mais do que vencedores, por aquele que
nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte,
nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem
as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a
altura, nem a profundidade, nem alguma outra cria-tura
nos poderá separar do amor de Deus, que está
em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8.35-39).
Não duvide da palavra de Deus, se você não co-nhece
Jesus, ELE O CONHECE, ELE ESTÁ AÍ AO SEU
LADO, TORCENDO PARA QUE VOCÊ ABRA O SEU
CORAÇÃO E SE DEIXE SER TRANFORMADO PELO
AMOR DELE. NÃO RESISTA, APENAS EXPERIMENTE!
“Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a
vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz,
e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e
37
eu vos ouvirei.
E buscar-me-eis, e me achareis, quando me
buscardes com todo o vosso coração” (Jeremias
29.11-13).
39. Richarde Guerra é for-mado
39
como Técnico em
Química Industrial pelo CE-FET/
MG e Licenciatura em
Química pela UFMG, possui
pós-graduação em Estudos
Pastorais e mestrado em
Teologia da Ação Pastoral na América Lati-na,
pela FATE/BH. É professor no Centro de
Treinamento Ministerial Diante do Trono e
Seminário Teológico Carisma. É pai de Daniel
Guerra e casado com Priscila Guerra e pastor
de jovens da Igreja Batista da Lagoinha.
Telefone e e-mail para contatos: (31)
8489-3057 / richarde.guerra@lagoinha.com
41. JESUS TE
AMA E QUER
VOCÊ!
1º PASSO: Deus o ama e tem um plano
maravilhoso para sua vida. “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigê-nito,
para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.“ (Jo 3.16.)
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42. 2º PASSO: O Homem é pecador e está
separado de Deus. “Pois todos pecaram e ca-recem
da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)
3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus,
para o conflito do homem. “Respondeu-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo 14.6.)
4º PASSO: É preciso receber a Jesus em
nosso coração. “Mas, a todos quantos o rece-beram,
deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“
(Jo 1.12a.) “Se, com tua boca, confessares Jesus
como Senhor e, em teu coração, creres que Deus
o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Porque
com o coração se crê para justiça e com a boca
se confessa a respeito da salvação.” (Rm 10.9-10.)
5º PASSO: Você gostaria de receber a
Cristo em seu coração? Faça essa oração de
decisão em voz alta: “Senhor Jesus eu preciso
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43. de Ti, confesso-te o meu pecado de estar
longe dos teus caminhos. Abro a porta do
meu coração e te recebo como meu único
Salvador e Senhor. Te agradeço porque me
aceita assim como eu sou e perdoa o meu pe-cado.
Eu desejo estar sempre dentro dos teus
planos para minha vida, amém”.
6º PASSO: Procure uma igreja evangé-lica
próxima à sua casa.
Nós estamos reunidos na Igreja Batista da
Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro
São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.
Nossa igreja está pronta para lhe acom-panhar
neste momento tão importante da
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sua vida.
Nossos principais cultos são realizados
aos domingos, nos horários de 10h, 15h e
18h horas.
Ficaremos felizes com sua visita!
44. Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
Gerência de Comunicação
Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão
CEP: 31110-440 - Belo Horizonte - MG
www.lagoinha.com
Twitter: @Lagoinha_com
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