Astrônomos descobriram uma nova classe de planetas sem estrelas, chamados de "planetas solitários", que flutuam livremente no espaço fora da órbita de qualquer estrela. Análises de dados de observações da Via Láctea encontraram evidências de aproximadamente 10 planetas do tamanho de Júpiter flutuando isoladamente. Os cientistas acreditam que esses planetas provavelmente se formaram originalmente em torno de estrelas, mas foram expulsos de seus sistemas planetários por forças gravitacionais.
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Astrônomos descobrem 10 planetas sem estrelas
1. Astrônomos descobrem planetas sem
estrelas
Os planetas solitários são corpos celestes escuros, flutuando sozinhos no espaço, fora da
órbita de qualquer estrela.[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Planetas sem estrelas
Astrônomos anunciaram a descoberta de uma nova classe de planetas - planetas
solitários, sem estrelas.
São corpos celestes escuros, com massa semelhante à de Júpiter, flutuando sozinhos no
espaço, fora da órbita de qualquer estrela.
Os cientistas acreditam que o mais provável é que esses planetas órfãos tenham se
formado em torno de estrelas e, mais tarde, sido expulsos de seu sistema planetário por
alguma conjunção de forças gravitacionais.
A descoberta resultou da análise dos dados coletados durante uma série de observações
do bojo central da Via Láctea, realizadas entre 2006 e 2007 por um grupo de
astrônomos do Japão e da Nova Zelândia.
Planetas solitários
2. A análise fornece indícios do que parecem ser 10 "planetas flutuando livremente", em
locais distintos, todos aproximadamente do tamanho de Júpiter - o equipamento usado
na pesquisa não é preciso o suficiente para localizar planetas menores.
"Nossos resultados sugerem que os sistemas planetários frequentemente tornam-se
instáveis, com os planetas sendo expulsos de seus locais de nascimento ao passarem
perto demais de outros planetas," explica David Bennett, um dos membros da equipe.
A descoberta não apenas confirma que existem planetas flutuando isoladamente no
espaço, mas também indica que eles são bastante comuns - como detectá-los é muito
difícil, o fato de um único rastreio ter localizado 10 deles indica que deve haver muitos
mais não detectados.
Segundo os astrônomos, essa população inesperadamente grande também descarta a
ideia de que os planetas livres formem-se isoladamente, e não ao redor de estrelas - se
esse fosse o caso, deveria haver muito menos deles.
Censo planetário
A equipe estima que pode haver duas vezes mais planetas isolados do que estrelas, o
que equivale a dizer que os planetas sem estrelas podem ser tão comuns quanto os
planetas ao redor de estrelas.
"Nossa pesquisa é como um censo da população - nós amostramos uma parte da galáxia
e, com base nesses dados, pode-se estimar o número total da galáxia," explica Bennett.
"A pesquisa não é sensível a planetas solitários com massa menor do que Júpiter ou
Saturno, mas as teorias sugerem que planetas de menor massa, como a Terra, devem ser
expulsos de suas estrelas com mais frequência, sendo assim, mais comuns do que os
gigantes gasosos isolados," completou ele.
A NASA tem planos de enviar ao espaço um novo observatório - o WFIRST (Wide-
Field Infrared Survey Telescope) - que usará o método de microlentes, capaz de fazer
estimativas mais precisas de quantos planetas solitários há na Via Láctea.
Com a vantagem de que esse futuro telescópio terá a capacidade para detectar planetas
solitários do tamanho da Terra.
Bibliografia:
Unbound or distant planetary mass population detected by gravitational microlensing
The Microlensing Observations in Astrophysics (MOA) Collaboration, The Optical
Gravitational Lensing Experiment (OGLE) Collaboration
Nature
18 May 2011
Vol.: 473, pp. 349-352
DOI: 10.1038/nature10092