A Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Brasil enviou uma carta ao Secretário Geral da ONU pedindo o fim da ocupação da MINUSTAH no Haiti, que já dura desde 2004. A CUT acredita que não há justificativa para a permanência das tropas da ONU no Haiti, que atenta contra a soberania do povo haitiano. Além disso, a CUT não vê justificativa para o Brasil liderar o comando militar da MINUSTAH e promete continuar apoiando o povo haitiano em sua luta pela sober
1. CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES
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São Paulo, 7 de outubro de 2013
Senhor Ban-Ki-Moon
Secretário Geral da Organização das Nações Unidas
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Brasil dirige-se à vossa pessoa para somar-se às
demandas da Delegação Internacional que será recebida em audiência na sede de vossa organização
em Nova York em 10 de outubro, para expressar a posição de que é preciso terminar com a ocupação
da MINUSTAH que já se prolonga desde 2004 no país irmão do Haiti.
A CUT esteve representada na Conferência continental pela retirada da Minustah, realizada
em Porto Príncipe em 30 de maio e 1º de junho deste ano de 2013, tendo endossado as suas
conclusões, sendo uma delas a própria organização da delegação que será recebida na ONU, da qual
fazemos porta-voz desta mensagem.
Para a CUT, seus sindicatos filiados e os mais de 7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras
sindicalizados que representamos no Brasil, não se justifica a permanência de tropas da ONU no
Haiti, o que, de acordo com resoluções tomadas em nossos congressos em 2009 e 2012, atenta
contra a soberania do povo haitiano em decidir o seu próprio destino. Para nós tampouco se justifica
que seja o Brasil o responsável pelo comando militar das tropas da MINUSTAH, posicionamento que
comunicamos ao governo de nosso país em várias oportunidades.
A CUT, através de seus dirigentes, esteve presente no Haiti em atividades de solidariedade e
apoio ao movimento sindical do país, quando pudemos constatar que a retirada das tropas da
Minustah, o quanto antes, é o sentimento da grande maioria dos haitianos, os quais esperam
também reparações por danos infligidos à população, como a epidemia de cólera, a partir da
presença de soldados sob a bandeira da ONU em seu país.
Reafirmamos o compromisso da CUT em continuar mobilizando-se em apoio ao povo haitiano
no seu combate para recuperar a soberania da primeira nação negra independente do mundo, caso a
vossa organização renove uma vez mais o mandato de uma missão, a MINUSTAH, que já deveria ter
se encerrado há muito tempo.
Respeitosamente
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João Antonio Felício Julio Turra
Secretário de Relações Internacionais Diretor Executivo