O documento discute a importância de entender tanto o projeto artístico quanto a formação do artista para compreender plenamente uma obra. Aponta que os estudos culturais devem analisar ambos, ao invés de se especializarem em apenas um. Citando Williams, afirma que projeto e formação são maneiras diferentes de materializar a mesma disposição de energia e direção do artista.
3. “São os olmos, os pilriteiros, o
cavalo branco no campo que vejo
pela janela enquanto escrevo. São
homens na tarde de novembro
[...] e as mulheres de lenço na
cabeça [...]esperando pelo ônibus
azul que as levará para o campo,
onde trabalharão na colheita
durante o horário escolar, [...] é
a luz acesa na madrugada , na
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10. “não se pode entender um projeto
artístico ou intelectual sem
entender também sua formação”
(WILLIAMS apud CEVASCO, 2003,
18. Quero começar com um problema teórico
fundamental, que é, ao meu ver, central
para os estudos de cultura, ainda que
nem sempre seja lembrado nessa
disciplina. E esse problema, para usar
os termos contemporâneos em vez dos
termos antigos mais informais com que
ele foi originalmente definido, é que
não se pode entender um projeto
artístico ou intelectual sem entender
também a sua formação. O diferencial
dos estudos de cultura é precisamente
que tratam de ambos, em vez de se
especializar em um ou outro. Os estudos
“
19. [...]O projeto e a formação nesse
sentido são maneiras diferentes de
materialização – maneiras diferentes,
então de descrição – do que é de fato
uma disposição comum de energia e
direção. Esta foi, penso, a invenção
teórica crucial: uma recusa em dar
prioridade ou para o projeto ou para a
formação, ou, usando termos mais
antigos, a arte ou a sociedade.
(WILLIAMS, 1977, p.154)
”
30. CASTELO BRANCO, Renato. A Janela do Céu. São Paulo:
Quatro Artes, 1969
CEVASCO, Maria Eliza. Dez Lições Sobre os Estudos Culturais.
São Paulo: Boitempo Editorial, 2003.
_________. Para ler Raymond Williams. São Paulo, Paz e Terra,
2001
FILMER, P. Structures of feeling and socio-cultural formations:
the significance of literature and experience to Raymond
Williams’s sociology of culture. British Journal of Sociology,
London, v.54, n.2, p.199-219, jun. 2003.
31. THOMPSOM, E.P. A formação da classe operária
inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1987.
WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade : na história e
na literatura / Raymond Williams ; tradução Paulo
Henriques Britto. — São Paulo : Companhia das Letras,
2011.