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Primeiro foram efectuadas as apre-
        As cores do                             sentações dos elementos para nos come-
                                                çarmos a conhecer, em representação do

Vento
                                                Núcleo de Campanha esteve o José Barbo-
                                                sa, do Núcleo de Santiago do Bougado es-
                                                teve o Filipe Couto, do Núcleo de São Mar-
                                                                                tinho    do
                                                                                Bougado e
                                                                                   Departa-
                                                                                     mento
                                                                                   Regional
                                                                                da Protec-
                                                ção Civil o Jorge Carvalho, do Núcleo de
                                                Ermesinde e Departamento Regional do
                                                Ambiente o José Santana e também do
                                                Núcleo de Ermesinde eu, João Areias, se-
                                                guidamente foi efectuada a escolha dos
                                                grupos a que cada um iria pertencer, fican-
                                                do no Grupo de Orientação o Santana e o



        R
                                                Filipe, no Grupo de Observação o Barbosa
                    espondendo a um apelo
                                                e eu, estando eu nesta missão com o ob-
                    da Direcção Regional
                                                jectivo de captar as imagens e no Grupo de
                    efectuado pelos Depar-
                                                Logística o Jorge Carvalho, seguidamente
tamentos de Protecção Civil e Ambiente na
                                                efectuou-se um pequeno briefing com a
organização de um exercício de interliga-
                                                explicação dos objectivos e propósitos
ção entre a FNA Região do Porto e a ANPC,
                                                deste exercício antes de nos pormos ao
com o objectivo de se tentar perceber se
                                                caminho fizemos a nossas orações e entre-
em caso de alguma chamada seria possível
                                                gamo-nos nas mãos dos nossos patronos.
ter-se uma equipa regional pronta a avan-
çar, para esse efeito foi lançado o desafio a           Finalmente colocamo-nos a cami-
que cada núcleo se fizesse representar por      nho      do
um elemento                                     Gerês, em
no máximo,                                      duas viatu-
a      equipa                                   ras,   pois
seria consti-                                   esperava-
tuída por 12                                    nos     um
elementos,                                      grande dia, chegados ao Gerês deixa-mos
porém       só                                  uma viatura e seguimos todos na outra, em
estivemos 5 elementos em representação                                         direcção a
de 4 Núcleos, não desmotivando com a                                           Pitões de
pouca adesão ao exercício proposto lá nos                                      Júnias, este
reunimos às 07:00 do dia 27 de Novembro                                        seria      o
de 2010 junto da antiga estação da CP na                                       nosso pon-
Trofa.                                                                         to de par-
                                                tida para o exercício, após uns largos qui-
lómetros e de deslumbrantes paisagens,        ção ao Mosteiro ou à Cascata, quando che-
como a barragem da Paradela, começamos        gamos ao cruzamento decidimos pelo Mos-
por avistar a serra que iríamos abraçar,      teiro, Mosteiro de Santa Maria de Júnias
chegados a Pitões de Júnias, estacionamos     este com
                               a viatura e    uns largos
                               começamos      anos      de
                               por fazer      História,
                               uma revi-      para       lá
                               são do ma-     chegarmos
                               terial que     tivemos que passar por uma calçada que se
levávamos, efectuando uma pequena divi-       encontrava com algum gelo, quando che-
são de algum material por todos, no final                       gamos ao Mosteiro
cada elemento deveria estar a carregar                          fomos        confrontados
mais ou menos 30 kg (o que perfazia uns                         com umas ruínas num
150 kg por equipa).                                             estado preocupante, a
                                                                única parte que ainda
        Pitões de Júnias é um local mítico                      se mantém intacta é a
para os montanhistas e amantes de cami-                         da capela, porém en-
nhadas, daqui partem muitas expedições à                        contrava-se      fechada,
serra, é deste lugar que muitos dos nossos    entramos para as ruínas e aí fizemos a nos-
irmãos escutas partem também para a           sa primeira paragem para abastecimento e
aventura e descoberta da natureza não         primeira abordagem às cartas topográficas
esquecendo o 6º Artigo da Lei do Escuta “O    para se co-
Escuta protege as plantas e os animais”,      meçar        a
infelizmente também é deste ponto que         traçar       o
por vezes partem montanhistas que ficam       percurso
perdidos na serra, desorientados pois         que iríamos
quando a nevoeiro caí fica sem se ver nada,
                                              fazer,    eis
perdendo facilmente a orientação, por esse    que quando
motivo é que foi idealizado este exercício.   nos começamos a preparar para a 1ª refei-
        Pés ao caminho em busca de um         ção do dia notámos que tínhamos alguém
                                    resgate                           na equipa com
                              fictício, mas                           experiência      de
                              ao mesmo                                caminhadas, um
                              tempo ad-                               “survivor”, o nos-
                                   quirindo                           so irmão Barbosa
                                   conheci-                             surpreendeu-nos
mentos, sentindo as dificuldades e man-                               com as suas em-
tendo o espírito de equipa, desfrutando                               balagens de ração
dos bons momentos e da bela paisagem lá                               de campo indivi-
fomos nós, o dia estava esplêndido, aberto                            dual feitas por ele
porém notava-se o vento gélido, junto ao                              em casa, disse-nos
parque estava um tanque com água e o                                  também que es-
qual tinha uma placa de gelo com cerca de                             tava habituado a
0,5 cm de espessura, seguimos em direc-       comer algo quente e não “lanche frio”, pois
sabe sempre melhor algo quente nestas           paramos para realizar a
alturas, começávamos aqui a troca de ex-        1ª comunicação com os
periências entre elementos, finda a refei-      nossos familiares, con-
ção havia que colocar novamente os pés ao                           tem-
                                       cami-                         plar
                                         nho                          a
                                         pois                      paisa
                                       tínha-                        sa-
                                         mos                       gem, vimos uma nas-
                                       muito                       cente e passamos por
                                          que                      um local chamado “Cer-
                                       cami-    ca do Lo-
nhar e a noite na serra vêm cedo, entre-        bo”, até
gues nas mãos dos dois membros do grupo         que por
de orientação lá fomos nós em busca do          fim demos
trilho que nos levasse ao local de pernoita.    com um
                                                trilho que
        Deixámos para trás o Mosteiro e         nos     iria
aldeia      de                                  fazer transpor o rio para a outra margem,
Pitões      de                                  como a noite já se estava a aproximar o
Júnias e co-                                    Grupo de Orientação encontrou um local
meçamos a                                                                      para per-
incursão                                                                        noitarmos,
pela verten-                                                                   local esse
                              te esquerda                                      que       se
                              em direcção                                           situava
                              à Albufeira                                      junto     de
                              da    Barra-
                                                                               um curso
                              gem      da       de água e abrigado por carvalhos, mal
                                  Paradela      pousámos as mochilas o Grupo de Logística
                              sempre em         começou por preparar o terreno, efectu-
busca do trilho que nos iria levar para a       ando uns famosos colchões de fetos e
vertente da direita e aí então estaríamos       montando as tendas, também aqui houve
no     trilho                                   colaboração dos restantes elementos pois
traçado                                         era ne-
para        o                                   cessário
exercício,                                      montar o
porém não                                       campo o
foi      fácil                                  mais bre-
essa trans-                                     ve possí-
posição, seguimos um trilho ao qual lhe
                                                vel já que
demos o nome de “trilho dos bois”, pois         se avizi-
existiam muitos vestígios de esses animais      nhava uma noite longa e gélida, preparou-
por aí passarem, fizemos corta-mato, atra-      se uma fogueira à maneira escutista com
vessámos vegetação e terrenos difíceis,         lenha de carvalho, depois de jantarmos
chegou a hora de recolher para mim, pois     problemas físicos, mas passo a passo lá
estava bastante cansado devido à falta de    fomos galgando terreno, quando chegamos
descanso nas duas noites anteriores o res-   ao Prado das Negras, começaram nova-
to da equipa ficou a trocar conhecimentos,   mente os problemas pois voltamos a efec-
deu para compreender o porque de as pes-     tuar corta-mato em busca do trilho que nos
soas da montanha se deitarem cedo e cedo     iria levar ao Pico da Nevosa e depois aos
erguer.                                      Carris, os meus problemas físicos começa-
                                             ram por se acentuar e foi então que com os
        Mal se sentiram os primeiros raios                                    Cornos da
de sol foi hora de levantar e desmontar o                                     Candela à
campo, ao desmontar as tendas observá-                                        nossa vista
mos que na parte interior do duplo tecto                                          fizemos
existiam algumas películas de gelo, antes
                                                                              uma avalia-
                                 de partir                                    ção do que
                                     ainda   já tínhamos feito e do que ainda faltava
                                    houve    fazer, se valeria a pena seguir em frente ou
                                    tempo    então voltar para trás, para o ponto de
                                 para    o   partida, visto que só tínhamos efectuado
                                 pequeno-    cerca de 1/3 do percurso e já eram cerca
                                   almoço    das
                                 aquecido    11h30mn
nas brasas que ainda sobreviveram à gélida   do dia 28
noite, a um chá quente feito pelo nosso      de     No-
“survivor” e à oração da manhã, deixámos     vembro
o campo limpo e ainda recuperámos lixo       de 2010 e
que lá se encontrava, como nos disse BP      ainda
“Procurai                                    faltavam
deixar o
                                             2/3 para o final resolvemos em unanimida-
Mundo                                        de regressar e adiar para uma próxima a
um pouco                                     expedição até ao fim.
melhor
do que o                                             No caminho de regresso resol-
encon-                                                                  vemos vir
tras-te”, rapidamente nos colocamos ao                                  em direcção
caminho pois ainda tínhamos um grande                                   a São João
percurso para efectuar com algumas incur-                               da Fraga e
sões a partes altas, desta vez seguimos o                               contornar a
trilho o qual parecia crocante devido ao                                 montanha,
gelo.                                                                   para depois
                                             apanharmos novamente o trilho que nos
       Quando começamos com as pri-          iria levar
                       meiras subi-          de volta a
                       das eis que           Pitões de
                       me    surgem          Júnias,
                       também os             este cami-
                           primeiros
nho de regresso foi efectuado por algumas                                     tos resolve-
vertentes íngremes e escorregadias, por                                       ram aliviar-
fim voltamos a encontrar o trilho devida-                                     me da car-
mente assinalado por “mariolas”, deixadas                                     ga e leva-
por montanhistas que por lá já passaram e                                     ram a mi-
resolveram sinalizar o caminho, servindo                                      nha mochi-
também de orientação, antes de chegar-                                        la,     mas
mos a São João da Fraga tivemos que parar     mesmo assim eu pouco mais andei, terei
para me prestarem auxilio de enfermagem,      efectuado mais 200 mt, quando vimos que
visto que devido à fricção das botas os       era possí-
meus calcanhares ficaram em ferida, mais      vel fazer
uma vez fomos surpreendidos pelo “survi-      chegar a
vor”, ele trazia uns pensos especiais para    viatura até
este tipo                                     nós para-
de situa-                                     mos       e
ções,      o                                  deixámos
auxilio foi                                   todo o material, ficando eu e o Filipe junto
prestado                                      do mesmo enquanto o resto da equipa foi
pelo Filipe                                   até à aldeia para ir buscar a viatura e nos
o qual tem                                                                     transportar
dotes de Socorrista, aproveitamos a pausa                                      bem como
para nos alimentarmos.                                                         o material.

        Após o almoço e descanso lá conti-                                           Qu
                              nuamos a                                       ando     fi-
                              descer ver-                                    nalmente a
                                  tiginosa-                                      viatura
                              mente em        chegou lá fomos para a aldeia e quando lá
                              direcção ao     chegamos já dois elementos da equipa
                              rio para o      tinham ido para o Restaurante e tinham
atravessarmos e começarmos a subir para       pedido o
a aldeia, pelo caminho abastecemo-nos         famoso
várias vezes de água, pois aqui é algo que    Cozido à
não falta, pura e cristalina a correr pela    Portugue-
montanha abaixo, finalmente chegamos à        sa,   mas
ponte e eis                                   antes co-
que nos de-                                   memos uma sopa de cozido quente e que
parámos                                       nos soube às mil maravilhas é claro que
com a última                                                                depois foi a
subida, mal a                                                               vez de de-
começamos                                                                     gustarmos
a fazer deu-                                                                o Cozido, o
me uma cãibra nas duas pernas, fiquei                                       qual      se
momentaneamente imobilizado porém e                                          encontrava
com espírito de equipa os outros elemen-                                    divinal.
Estávamos a acabar de almoçar
quando recebemos a gratificante visita do
                                                  Não leves mais que
nosso Presidente e sua esposa os quais nos   recordações
felicitaram pelo esforço que fizemos.




       C
                 hegou a hora de partir           Não tires mais que
                 rumo a casa, ainda tí-
                                             fotografias
                 nhamos que passar pelo
Gerês pois tínhamos que ir buscar a outra
viatura, porém acho que em todos nós              Não mates mais que
ficou a vontade de um dia aqui voltar, re-   o tempo
cordar e quem sabe continuar…

                                                 Não deixes mais que
                                             pegadas
                                                 Adágio popular montanhista




                                                           João Areias - 2010/11/27 e 28

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Exercício de interligação entre a FNA Região do Porto e a ANPC na Serra do Gerês

  • 1. Primeiro foram efectuadas as apre- As cores do sentações dos elementos para nos come- çarmos a conhecer, em representação do Vento Núcleo de Campanha esteve o José Barbo- sa, do Núcleo de Santiago do Bougado es- teve o Filipe Couto, do Núcleo de São Mar- tinho do Bougado e Departa- mento Regional da Protec- ção Civil o Jorge Carvalho, do Núcleo de Ermesinde e Departamento Regional do Ambiente o José Santana e também do Núcleo de Ermesinde eu, João Areias, se- guidamente foi efectuada a escolha dos grupos a que cada um iria pertencer, fican- do no Grupo de Orientação o Santana e o R Filipe, no Grupo de Observação o Barbosa espondendo a um apelo e eu, estando eu nesta missão com o ob- da Direcção Regional jectivo de captar as imagens e no Grupo de efectuado pelos Depar- Logística o Jorge Carvalho, seguidamente tamentos de Protecção Civil e Ambiente na efectuou-se um pequeno briefing com a organização de um exercício de interliga- explicação dos objectivos e propósitos ção entre a FNA Região do Porto e a ANPC, deste exercício antes de nos pormos ao com o objectivo de se tentar perceber se caminho fizemos a nossas orações e entre- em caso de alguma chamada seria possível gamo-nos nas mãos dos nossos patronos. ter-se uma equipa regional pronta a avan- çar, para esse efeito foi lançado o desafio a Finalmente colocamo-nos a cami- que cada núcleo se fizesse representar por nho do um elemento Gerês, em no máximo, duas viatu- a equipa ras, pois seria consti- esperava- tuída por 12 nos um elementos, grande dia, chegados ao Gerês deixa-mos porém só uma viatura e seguimos todos na outra, em estivemos 5 elementos em representação direcção a de 4 Núcleos, não desmotivando com a Pitões de pouca adesão ao exercício proposto lá nos Júnias, este reunimos às 07:00 do dia 27 de Novembro seria o de 2010 junto da antiga estação da CP na nosso pon- Trofa. to de par- tida para o exercício, após uns largos qui-
  • 2. lómetros e de deslumbrantes paisagens, ção ao Mosteiro ou à Cascata, quando che- como a barragem da Paradela, começamos gamos ao cruzamento decidimos pelo Mos- por avistar a serra que iríamos abraçar, teiro, Mosteiro de Santa Maria de Júnias chegados a Pitões de Júnias, estacionamos este com a viatura e uns largos começamos anos de por fazer História, uma revi- para lá são do ma- chegarmos terial que tivemos que passar por uma calçada que se levávamos, efectuando uma pequena divi- encontrava com algum gelo, quando che- são de algum material por todos, no final gamos ao Mosteiro cada elemento deveria estar a carregar fomos confrontados mais ou menos 30 kg (o que perfazia uns com umas ruínas num 150 kg por equipa). estado preocupante, a única parte que ainda Pitões de Júnias é um local mítico se mantém intacta é a para os montanhistas e amantes de cami- da capela, porém en- nhadas, daqui partem muitas expedições à contrava-se fechada, serra, é deste lugar que muitos dos nossos entramos para as ruínas e aí fizemos a nos- irmãos escutas partem também para a sa primeira paragem para abastecimento e aventura e descoberta da natureza não primeira abordagem às cartas topográficas esquecendo o 6º Artigo da Lei do Escuta “O para se co- Escuta protege as plantas e os animais”, meçar a infelizmente também é deste ponto que traçar o por vezes partem montanhistas que ficam percurso perdidos na serra, desorientados pois que iríamos quando a nevoeiro caí fica sem se ver nada, fazer, eis perdendo facilmente a orientação, por esse que quando motivo é que foi idealizado este exercício. nos começamos a preparar para a 1ª refei- Pés ao caminho em busca de um ção do dia notámos que tínhamos alguém resgate na equipa com fictício, mas experiência de ao mesmo caminhadas, um tempo ad- “survivor”, o nos- quirindo so irmão Barbosa conheci- surpreendeu-nos mentos, sentindo as dificuldades e man- com as suas em- tendo o espírito de equipa, desfrutando balagens de ração dos bons momentos e da bela paisagem lá de campo indivi- fomos nós, o dia estava esplêndido, aberto dual feitas por ele porém notava-se o vento gélido, junto ao em casa, disse-nos parque estava um tanque com água e o também que es- qual tinha uma placa de gelo com cerca de tava habituado a 0,5 cm de espessura, seguimos em direc- comer algo quente e não “lanche frio”, pois
  • 3. sabe sempre melhor algo quente nestas paramos para realizar a alturas, começávamos aqui a troca de ex- 1ª comunicação com os periências entre elementos, finda a refei- nossos familiares, con- ção havia que colocar novamente os pés ao tem- cami- plar nho a pois paisa tínha- sa- mos gem, vimos uma nas- muito cente e passamos por que um local chamado “Cer- cami- ca do Lo- nhar e a noite na serra vêm cedo, entre- bo”, até gues nas mãos dos dois membros do grupo que por de orientação lá fomos nós em busca do fim demos trilho que nos levasse ao local de pernoita. com um trilho que Deixámos para trás o Mosteiro e nos iria aldeia de fazer transpor o rio para a outra margem, Pitões de como a noite já se estava a aproximar o Júnias e co- Grupo de Orientação encontrou um local meçamos a para per- incursão noitarmos, pela verten- local esse te esquerda que se em direcção situava à Albufeira junto de da Barra- um curso gem da de água e abrigado por carvalhos, mal Paradela pousámos as mochilas o Grupo de Logística sempre em começou por preparar o terreno, efectu- busca do trilho que nos iria levar para a ando uns famosos colchões de fetos e vertente da direita e aí então estaríamos montando as tendas, também aqui houve no trilho colaboração dos restantes elementos pois traçado era ne- para o cessário exercício, montar o porém não campo o foi fácil mais bre- essa trans- ve possí- posição, seguimos um trilho ao qual lhe vel já que demos o nome de “trilho dos bois”, pois se avizi- existiam muitos vestígios de esses animais nhava uma noite longa e gélida, preparou- por aí passarem, fizemos corta-mato, atra- se uma fogueira à maneira escutista com vessámos vegetação e terrenos difíceis, lenha de carvalho, depois de jantarmos
  • 4. chegou a hora de recolher para mim, pois problemas físicos, mas passo a passo lá estava bastante cansado devido à falta de fomos galgando terreno, quando chegamos descanso nas duas noites anteriores o res- ao Prado das Negras, começaram nova- to da equipa ficou a trocar conhecimentos, mente os problemas pois voltamos a efec- deu para compreender o porque de as pes- tuar corta-mato em busca do trilho que nos soas da montanha se deitarem cedo e cedo iria levar ao Pico da Nevosa e depois aos erguer. Carris, os meus problemas físicos começa- ram por se acentuar e foi então que com os Mal se sentiram os primeiros raios Cornos da de sol foi hora de levantar e desmontar o Candela à campo, ao desmontar as tendas observá- nossa vista mos que na parte interior do duplo tecto fizemos existiam algumas películas de gelo, antes uma avalia- de partir ção do que ainda já tínhamos feito e do que ainda faltava houve fazer, se valeria a pena seguir em frente ou tempo então voltar para trás, para o ponto de para o partida, visto que só tínhamos efectuado pequeno- cerca de 1/3 do percurso e já eram cerca almoço das aquecido 11h30mn nas brasas que ainda sobreviveram à gélida do dia 28 noite, a um chá quente feito pelo nosso de No- “survivor” e à oração da manhã, deixámos vembro o campo limpo e ainda recuperámos lixo de 2010 e que lá se encontrava, como nos disse BP ainda “Procurai faltavam deixar o 2/3 para o final resolvemos em unanimida- Mundo de regressar e adiar para uma próxima a um pouco expedição até ao fim. melhor do que o No caminho de regresso resol- encon- vemos vir tras-te”, rapidamente nos colocamos ao em direcção caminho pois ainda tínhamos um grande a São João percurso para efectuar com algumas incur- da Fraga e sões a partes altas, desta vez seguimos o contornar a trilho o qual parecia crocante devido ao montanha, gelo. para depois apanharmos novamente o trilho que nos Quando começamos com as pri- iria levar meiras subi- de volta a das eis que Pitões de me surgem Júnias, também os este cami- primeiros
  • 5. nho de regresso foi efectuado por algumas tos resolve- vertentes íngremes e escorregadias, por ram aliviar- fim voltamos a encontrar o trilho devida- me da car- mente assinalado por “mariolas”, deixadas ga e leva- por montanhistas que por lá já passaram e ram a mi- resolveram sinalizar o caminho, servindo nha mochi- também de orientação, antes de chegar- la, mas mos a São João da Fraga tivemos que parar mesmo assim eu pouco mais andei, terei para me prestarem auxilio de enfermagem, efectuado mais 200 mt, quando vimos que visto que devido à fricção das botas os era possí- meus calcanhares ficaram em ferida, mais vel fazer uma vez fomos surpreendidos pelo “survi- chegar a vor”, ele trazia uns pensos especiais para viatura até este tipo nós para- de situa- mos e ções, o deixámos auxilio foi todo o material, ficando eu e o Filipe junto prestado do mesmo enquanto o resto da equipa foi pelo Filipe até à aldeia para ir buscar a viatura e nos o qual tem transportar dotes de Socorrista, aproveitamos a pausa bem como para nos alimentarmos. o material. Após o almoço e descanso lá conti- Qu nuamos a ando fi- descer ver- nalmente a tiginosa- viatura mente em chegou lá fomos para a aldeia e quando lá direcção ao chegamos já dois elementos da equipa rio para o tinham ido para o Restaurante e tinham atravessarmos e começarmos a subir para pedido o a aldeia, pelo caminho abastecemo-nos famoso várias vezes de água, pois aqui é algo que Cozido à não falta, pura e cristalina a correr pela Portugue- montanha abaixo, finalmente chegamos à sa, mas ponte e eis antes co- que nos de- memos uma sopa de cozido quente e que parámos nos soube às mil maravilhas é claro que com a última depois foi a subida, mal a vez de de- começamos gustarmos a fazer deu- o Cozido, o me uma cãibra nas duas pernas, fiquei qual se momentaneamente imobilizado porém e encontrava com espírito de equipa os outros elemen- divinal.
  • 6. Estávamos a acabar de almoçar quando recebemos a gratificante visita do Não leves mais que nosso Presidente e sua esposa os quais nos recordações felicitaram pelo esforço que fizemos. C hegou a hora de partir Não tires mais que rumo a casa, ainda tí- fotografias nhamos que passar pelo Gerês pois tínhamos que ir buscar a outra viatura, porém acho que em todos nós Não mates mais que ficou a vontade de um dia aqui voltar, re- o tempo cordar e quem sabe continuar… Não deixes mais que pegadas Adágio popular montanhista João Areias - 2010/11/27 e 28