O poema descreve as dificuldades enfrentadas pelo sertão, incluindo a seca histórica que assola a região, a falta de chuvas que impedem o plantio e a criação de gado, e o pedido de socorro do sertão que é ignorado. Apesar das dificuldades, o poema celebra a resiliência do povo do sertão que continua feliz e orgulhoso de sua terra.
Conférence - Les mercredis de la finance - Octobre 2014
O sertão pede socorro
1. O Sertão pede socorro
Em todo canto que se olha
Já não se enxerga mais o verde da esperança,
Apenas o cinza da realidade,
Nua e crua.
O sertão padece, carece de chuvas,
De sonhos e também de soluções.
O sol castiga, instiga a terra a ser dura,
Cruel e mortal com quem lhe quer bem...
Como é grande, rude, amargo esse meu sertão!
Ao mesmo tempo pequeno, frágil, carente
E dependente de coisas que em outros lugares
São tão fartos...
Ah, se chovesse BEM este ano para plantar feijão,
Mandioca, milho e capim para criação!
Esse ano vai ser de lascar, a barragem tá secando,
O gado tá morrendo, o pasto tá acabando...
Senhor manda chuva, senão o bicho vai pegar!
O sertão pede socorro.
E seu grito ecoa esquecido, abafado,
Ignorado pela imensidão de preconceito e descriminação.
E essa seca histórica que perdura, maltrata, assusta, preocupa...?
Até quando!
Até quando, meu Deus?!
Mas...
Apesar de tudo ainda há risos!
Apesar de tudo ainda há São
João!
Apesar de tudo esse povo é feliz!
Apesar de tudo sou mais sertão!!
Leandro Flores