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PSICOLOGIA APLICADA ÀS ORGANIZAÇÕES
Estudante: Diogo Satiro e Souza
ATIVIDADE AVALIATIVA PARCIAL
1) Descreva as características do modo como Carlos foi criado por seus pais (valores, regras, tc).
Carlos teve uma criação muito simples, humilde. Veio de família pobre com pais muitos
preocupados com sua educação. O pai era rigoroso mas não era violento, nunca batia nos filhos.
Da sua maneira, ensinou aos filhos que a importância de se ter educação até o fim da vida. Foi
criado com muito controle, mal saia de casa. Não conheceu muitos lugares. Não era dessas
crianças que saiam pela rua para brincar. Seus pais não consentiam! A regra era antiga em sua
família e ninguém desobedecia: sair apenas se acompanhando de um irmão mais velho. A mãe
também cobrava educação, mas ao contrário do pai, às vezes dava uns puxões de orelha nos
filhos. Carlos, enquanto criança, estudou na escola até a quarta série por falta de recursos
financeiros e não questionava as lições que os pais lhe pregava, pois já era assim na família desde
sempre.
2) Enumere as características que Carlos valorizava enquanto profissional (nele e nos demais).
Carlos gosta de cumprir todas as obrigações que a ele são designadas. Ele é uma pessoa
simples e calma, não gosta de discutir. Respeita com rigor os horários de trabalho. Mostrou-se
corajoso, por trocar de emprego algumas vezes na perspectiva de algo melhor e até abriu o
próprio negócio. Ele é honesto, esforçado e não se opõe às regras. Ele se culpa pelos fracassos.
3) Aponte os elementos presentes em seu último emprego que podem ter contribuído para a
deterioração de sua saúde e os sintomas por ele desenvolvidos relacionados.
Carlos trabalhava sob pressão todo o tempo. Tinha um chefe ríspido e que lhe tirou todos
os benefícios que o chefe anterior tinha concedido aos funcionários. Além de ser um trabalho
noturno, mais monótono, as condições de trabalho eram as piores possíveis. Se sentia vigiado
todo o tempo por uma câmera, mesmo tendo recebido a informação de que a câmera não
funcionava após as 21h. Apesar do chefe de Carlos nunca ter lhe tratado com grosseria, ele já
havia presenciado isso acontecer com alguns de seus colegas, o que aumentada ainda mais a
pressão. Ele não gostava de ser chamado a atenção, pois valorizava muito o trabalho. Carlos tinha
uma boa relação com os usuários, mas não era permitido conversar durante o expediente,
limitando-se a “oi’s” e “tchau’s”. O seus espaço de trabalho era muito pequeno e sua função exigia
muita concetração com botões, luzes, campainhas e buzinas. Além de toda essa concentração
exigida o chefe ainda aumentou o controle do trabalho através de um relógio. Este relógio deveria
ser acionado a cada 25min, caso não fosse acionado, o funcionário deveria assinar uma
advertência.
4) Dê sua opinião sobre a questão levantada no início do texto: “o trabalho provoca ou precipita
transtornos mentais?”.
Na minha opinião o trabalho precipita transtornos mentais. Me parece que o conjunto de
características que uma pessoa incorpora durante a vida à sua personalidade influenciam
diretamente nas relações com o trabalho. Assim, a interação com o meio ambiente e a história
do ser estão diretamente relacionadas com o aparecimento de transtornos. Muito provavelmente
há pessoas que trabalhando nas mesmas condições que o Carlos não desenvolveriam o mesmo
transtorno, o que me leva a crer que características da personalidade do Carlos propiciam o
desenvolvimento do transtorno. Me questiono sobre a possibilidade de outras situações que
envolvem muita pressão na vida de Carlos também pudessem desencadear em um transtorno.
No entanto, o trabalho ocupa grande parte do nosso cotidiano e é para a maioria das pessoas
quando estamos vivendo sob maior pressão. Por isso, o trabalho acaba sendo uma fábrica de
condições para a precipitação de transtornos.
Texto de Referência:
LIMA, M. E. A., ASSUNÇÃO, A. A. & FRANCISCO, J. M. S. D. (2002). Aprisionado pelos ponteiros de um
relógio - um caso de transtorno mental desencadeado no trabalho. In W. Codo & M. G. Jacques (Orgs.),
Saúde Mental e Trabalho – Leituras (pp. 209-246). Petrópolis: Vozes

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  • 1. PSICOLOGIA APLICADA ÀS ORGANIZAÇÕES Estudante: Diogo Satiro e Souza ATIVIDADE AVALIATIVA PARCIAL 1) Descreva as características do modo como Carlos foi criado por seus pais (valores, regras, tc). Carlos teve uma criação muito simples, humilde. Veio de família pobre com pais muitos preocupados com sua educação. O pai era rigoroso mas não era violento, nunca batia nos filhos. Da sua maneira, ensinou aos filhos que a importância de se ter educação até o fim da vida. Foi criado com muito controle, mal saia de casa. Não conheceu muitos lugares. Não era dessas crianças que saiam pela rua para brincar. Seus pais não consentiam! A regra era antiga em sua família e ninguém desobedecia: sair apenas se acompanhando de um irmão mais velho. A mãe também cobrava educação, mas ao contrário do pai, às vezes dava uns puxões de orelha nos filhos. Carlos, enquanto criança, estudou na escola até a quarta série por falta de recursos financeiros e não questionava as lições que os pais lhe pregava, pois já era assim na família desde sempre. 2) Enumere as características que Carlos valorizava enquanto profissional (nele e nos demais). Carlos gosta de cumprir todas as obrigações que a ele são designadas. Ele é uma pessoa simples e calma, não gosta de discutir. Respeita com rigor os horários de trabalho. Mostrou-se corajoso, por trocar de emprego algumas vezes na perspectiva de algo melhor e até abriu o próprio negócio. Ele é honesto, esforçado e não se opõe às regras. Ele se culpa pelos fracassos. 3) Aponte os elementos presentes em seu último emprego que podem ter contribuído para a deterioração de sua saúde e os sintomas por ele desenvolvidos relacionados. Carlos trabalhava sob pressão todo o tempo. Tinha um chefe ríspido e que lhe tirou todos os benefícios que o chefe anterior tinha concedido aos funcionários. Além de ser um trabalho noturno, mais monótono, as condições de trabalho eram as piores possíveis. Se sentia vigiado todo o tempo por uma câmera, mesmo tendo recebido a informação de que a câmera não funcionava após as 21h. Apesar do chefe de Carlos nunca ter lhe tratado com grosseria, ele já havia presenciado isso acontecer com alguns de seus colegas, o que aumentada ainda mais a pressão. Ele não gostava de ser chamado a atenção, pois valorizava muito o trabalho. Carlos tinha uma boa relação com os usuários, mas não era permitido conversar durante o expediente, limitando-se a “oi’s” e “tchau’s”. O seus espaço de trabalho era muito pequeno e sua função exigia muita concetração com botões, luzes, campainhas e buzinas. Além de toda essa concentração exigida o chefe ainda aumentou o controle do trabalho através de um relógio. Este relógio deveria ser acionado a cada 25min, caso não fosse acionado, o funcionário deveria assinar uma advertência.
  • 2. 4) Dê sua opinião sobre a questão levantada no início do texto: “o trabalho provoca ou precipita transtornos mentais?”. Na minha opinião o trabalho precipita transtornos mentais. Me parece que o conjunto de características que uma pessoa incorpora durante a vida à sua personalidade influenciam diretamente nas relações com o trabalho. Assim, a interação com o meio ambiente e a história do ser estão diretamente relacionadas com o aparecimento de transtornos. Muito provavelmente há pessoas que trabalhando nas mesmas condições que o Carlos não desenvolveriam o mesmo transtorno, o que me leva a crer que características da personalidade do Carlos propiciam o desenvolvimento do transtorno. Me questiono sobre a possibilidade de outras situações que envolvem muita pressão na vida de Carlos também pudessem desencadear em um transtorno. No entanto, o trabalho ocupa grande parte do nosso cotidiano e é para a maioria das pessoas quando estamos vivendo sob maior pressão. Por isso, o trabalho acaba sendo uma fábrica de condições para a precipitação de transtornos. Texto de Referência: LIMA, M. E. A., ASSUNÇÃO, A. A. & FRANCISCO, J. M. S. D. (2002). Aprisionado pelos ponteiros de um relógio - um caso de transtorno mental desencadeado no trabalho. In W. Codo & M. G. Jacques (Orgs.), Saúde Mental e Trabalho – Leituras (pp. 209-246). Petrópolis: Vozes