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Semi-automático
Eu tive que aceitar, que eu viera ao mundo, para fazer algo por ele,
para tentar dar-lhe o melhor de mim, deixar rastos positivos
de minha passagem e, em dado momento, partir .
Eu tive que aceitar, que o
meu corpo nunca fora
imortal, que ele envelhecerá
Eu tive que aceitar que os meus pais não durariam para sempre e
que meus filhos, pouco a pouco, escolheriam os seus caminhos e
prosseguiriam a sua caminhada
sem mim. Eu tive que aceitar que
eles não eram meus, como eu supunha,
e que a liberdade de ir e vir é um direito deles também .
Eu tive que aceitar que todos os meus bens foram-me confiados por
empréstimo,
que não me pertenciam e que eram tão fugazes quanto fugaz era a
minha própria existência na TERRA. Eu tive que aceitar que os
bens ficariam para uso de outras pessoas, quando eu já não estiver
por aqui.
Eu tive que aceitar que o que eu chamava de “minha casa” era só um
teto temporário que, mais dia menos dia, seria o abrigo terreno de
outra família.
Eu tive que aceitar que o meu apego às coisas só apressaria ainda
mais a minha despedida e a minha partida.
Eu tive que aceitar que os meus
animais de estimação, a árvore
que eu plantei, as minhas flores
e as minhas aves
eram
mortais, não me pertenciam!
Foi difícil, mas eu tive que
aceitar.
Eu tive que aceitar as minhas fragilidades,
os meus limites, a minha condição de ser
mortal, de ser atingível, de ser perecível. Eu
tive que aceitar para não perecer!
Eu tive que aceitar que a VIDA
sempre continuaria com ou sem mim e
que o mundo em pouco tempo me
esqueceria.
Eu me rendi e aceitei que eu tinha que aceitar.
Aceitei para deixar de sofrer, para lançar fora o meu orgulho,
a minha prepotência e para voltar à simplicidade da Natureza,
que trata a todos da mesma maneira, sem favoritismo.
Humildemente, eu te confesso que foi
preciso
fazer cessar umas guerras dentro de
mim.
Eu tive que me desarmar e abrir os meus
braços
para receber e aceitar a minha tão
sonhada Paz!
Texto- Silvia Schmidt
Imagens: internet
Música: Ave-Maria do Morro.
Interpretação :
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  • 7. Eu tive que aceitar, que eu viera ao mundo, para fazer algo por ele, para tentar dar-lhe o melhor de mim, deixar rastos positivos de minha passagem e, em dado momento, partir .
  • 8. Eu tive que aceitar, que o meu corpo nunca fora imortal, que ele envelhecerá
  • 9. Eu tive que aceitar que os meus pais não durariam para sempre e que meus filhos, pouco a pouco, escolheriam os seus caminhos e prosseguiriam a sua caminhada sem mim. Eu tive que aceitar que eles não eram meus, como eu supunha, e que a liberdade de ir e vir é um direito deles também .
  • 10. Eu tive que aceitar que todos os meus bens foram-me confiados por empréstimo, que não me pertenciam e que eram tão fugazes quanto fugaz era a minha própria existência na TERRA. Eu tive que aceitar que os bens ficariam para uso de outras pessoas, quando eu já não estiver por aqui.
  • 11. Eu tive que aceitar que o que eu chamava de “minha casa” era só um teto temporário que, mais dia menos dia, seria o abrigo terreno de outra família. Eu tive que aceitar que o meu apego às coisas só apressaria ainda mais a minha despedida e a minha partida.
  • 12. Eu tive que aceitar que os meus animais de estimação, a árvore que eu plantei, as minhas flores e as minhas aves eram mortais, não me pertenciam! Foi difícil, mas eu tive que aceitar.
  • 13. Eu tive que aceitar as minhas fragilidades, os meus limites, a minha condição de ser mortal, de ser atingível, de ser perecível. Eu tive que aceitar para não perecer!
  • 14. Eu tive que aceitar que a VIDA sempre continuaria com ou sem mim e que o mundo em pouco tempo me esqueceria.
  • 15. Eu me rendi e aceitei que eu tinha que aceitar. Aceitei para deixar de sofrer, para lançar fora o meu orgulho, a minha prepotência e para voltar à simplicidade da Natureza, que trata a todos da mesma maneira, sem favoritismo.
  • 16. Humildemente, eu te confesso que foi preciso fazer cessar umas guerras dentro de mim.
  • 17. Eu tive que me desarmar e abrir os meus braços para receber e aceitar a minha tão sonhada Paz!
  • 18.
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  • 20.
  • 21. Texto- Silvia Schmidt Imagens: internet Música: Ave-Maria do Morro. Interpretação : Andrea Bocelli / Luciano Pavarotti.
  • 22. F I M