1. Bárbara Monteiro 11º J
Monteiro
CARTA DE ‘AMOR’
A primeira impressão nem sequer foi a melhor. Hoje, tudo mudou.
Já estava talvez habituada à tua presença, mas não sonhava ainda o
quanto lhe ficaria presa. Lembro-me da primeira vez que tivemos
oportunidade de nos conhecermos, de falar, de partilhar.
Foram dias marcantes, mas, para nós, foi apenas um ponto de partida.
A partir daí tínhamos algo que nos ligava, a partir daí criámos laços
sobre laços e fomos atando com firmeza a amizade que nascia.
Ao fim de poucos meses a tua presença já causava em mim a estranha
sensação de familiaridade, como se nos conhecêssemos desde sempre. Sim,
estranha. Digo-o porque nunca compreendi realmente como nos
aproximámos tanto, como dei por mim a mudar os meus planos para estar
contigo, como te tornaste uma prioridade tão grande.
A partir daí começou a ser pior. Já o temia, confesso.
A dependência que criámos tornou-nos frágeis. Discussões frequentes
assaltavam a nossa amizade. Seguiam-se contudo momentos perfeitos de
grande proximidade. Chegou a haver quem dissesse que discutíamos para
fazer as pazes. Só sei que esses momentos foram-nos, de certa forma,
fortalecendo. Os motivos das nossas brigas chegavam a ser tão inexplicáveis
como a dor que causavam e que me foi ensinando, da pior maneira, que já
não sabia nem queria viver sem ti.
Hoje, encontro-me nos teus olhos. Mas perco-me num mundo nosso
quando me olhas assim. Não te resisto. Só estou bem quando estamos bem e
quando estás comigo.
Olha-me mais uma vez, deixa-me voltar saborear o teu sorriso, e diz-
me o que quero ouvir. Eu sei que sentes o mesmo.
Amo-te.