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ENGT 141 – SANEAMENTO
Aula 6 – Carga poluidora
Prof.ª Aruana Rocha Barros Lopes
aruana.barros@ufvjm.edu.br
Teófilo Otoni - MG
Junho de 2017
Uso X qualidade de água
2
Padrões de qualidade
• Padrões são teores máximos de impurezas
permitidos na água, estabelecidos em função dos
seus usos;
• São fixados por entidades públicas, de acordo
com uma legislação, com o objetivo de garantir
que a água a ser utilizada para um determinado
fim não contenha impurezas que venham a
prejudicá-lo;
3
Padrões de qualidade
• Em termos práticos, há 3 tipos de padrões de
interesse direto referentes à qualidade da água:
– Padrões de lançamento no corpo receptor;
– Padrões de qualidade do corpo receptor;
– Padrões de qualidade para determinado uso
imediato (ex.: padrões de potabilidade,
balneabilidade, irrigação);
4
Padrões de qualidade
• Padrões de lançamento no corpo receptor:
– Tem como objetivo a preservação da qualidade do
corpo d’água;
– Os padrões de lançamento existem apenas por uma
questão prática, já que é difícil se manter o controle
efetivo das fontes poluidoras com base apenas na
qualidade do corpo receptor;
5
Padrões de lançamento e
qualidade do corpo receptor
• Estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser
alcançado e/ou mantido em um segmento de corpo
d´água ao longo do tempo;
• No Brasil o dispositivo legal em vigor é a Resolução
CONAMA nº. 357 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente – CONAMA – de 2005, e CONAMA
430/2011, que apresentam:
– padrões de qualidade dos corpos receptores;
– padrões para o lançamento de efluentes nos corpos
receptores;
– padrões de balneabilidade;
– e classifica as águas de acordo com seus usos
predominantes.
6
Padrões de lançamento e
qualidade do corpo receptor
• A resolução CONAMA n. 357/05, dividiu as águas do
território nacional em:
– Águas doces  salinidade ≤ 0,5%;
– Salobras  0,5 < salinidade < 30%;
– Salinas  salinidade ≥ 30%;
• Em função dos usos previstos, foram criadas classes
para águas superficiais brasileiras;
• Águas doces  Classe especial e classes 1, 2, 3, 4;
• Águas salinas  Classe especial e classes 1, 2, 3;
• Águas salobras  Classe especial e classes 1, 2, 3;
• A cada uma dessas classes corresponde uma
determinada qualidade a ser mantida no corpo
d’água, são os Padrões de Qualidade. 7
Legislação
 Cabe aos órgãos ambientais dos estados,
territórios e Distrito Federal efetuar, não só o
enquadramento dos corpos de água no âmbito
das classes preconizadas pelas Resoluções
CONAMA n0. 357/2005 e 430/2011, como exercer
atividade orientadora, fiscalizadora e
punitiva junto às fontes de poluição que possam
alterar os valores dos padrões de qualidade das
águas da classe estabelecida para o corpo d’água
receptor.
8
Poluição hídrica
 “É qualquer alteração nas características físicas,
químicas e/ou biológicas das águas, que possa
constituir prejuízo à saúde, à segurança e ao
bem estar da população e, ainda, possa
comprometer a fauna ictiológica e a utilização das
águas para fins recreativos, comerciais,
industriais e de geração de energia” (CONAMA).
• POLUIÇÃO = f (uso);
• USO = f(qualidade da água);
• QUALIDADE = f(características físicas, químicas
e/ou biológicas das águas).
9
Causas da poluição
• Alto grau de urbanização aliado à falta de
saneamento básico;
• Desenvolvimento da indústria e seus despejos
complexos;
• Aumento da produção agrícola, que resulta numa
carga mais pesada de pesticidas e fertilizantes no
ambiente.
10
11
Fontes poluidoras
Águas superficiais:
• Esgoto doméstico;
• Efluentes industriais;
• Águas pluviais, carreando impurezas do solo
ou contendo esgotos lançados nas galerias;
• Resíduos sólidos;
• Pesticidas;
• Fertilizantes;
• Detergentes;
• Precipitação de poluentes atmosféricos
(sobre o solo ou a água);
• Alteração nas margens dos mananciais,
provocando carreamento do solo, como
consequências da erosão.
Águas subterrâneas:
– Infiltração de:
•esgotos a partir de sumidouros ou
valas de infiltração (fossas sépticas);
•esgotos depositados em lagoas de
estabilização ou em outros sistemas
de tratamento usando disposição no
solo;
•esgotos aplicados no solo em
sistemas de irrigação;
•águas contendo pesticidas,
fertilizantes, detergentes e poluentes
atmosféricos depositados no solo;
•outras impurezas presentes no solo;
•águas superficiais poluídas;
– Vazamento de tubulações ou depósitos
subterrâneos;
– Percolação do chorume resultante de depósitos
de lixo no solo;
– Injeção de esgoto no subsolo;
– Intrusão de água salgada;
– Resíduos de outras fontes: cemitérios, minas,
depósitos de materiais radioativos.
• As águas subterrâneas e superficiais muitas vezes se interligam, e assim os mananciais
da superfície proporcionam a recargas dos reservatórios subterrâneos, ou, vice-versa,
podendo servir de fontes poluidoras;
• A poluição das águas também estão ligadas com alterações (poluições) provocadas no
solo e ar - Ex. uso de fertilizantes e chuva ácida.
Fontes poluidoras
12
ouPontual
Descarga de efluentes a partir
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de tratamento de esgoto
São bem localizadas, fáceis
de identificar e de monitorar
Difusa
Escoamento superficial urbano,
escoamento superficial de áreas
agrícolas e deposição atmosférica
Espalham-se por toda a cidade,
são difíceis de identificar e tratar
Fontes poluidoras
13
Principais poluentes e
indicadores
• Mat. Orgânica - DBO, DQO e OD (mg/L);
• Sólidos - SS (mg/L); turbidez (unt);
• Ácidos e Álcalis - pH;
• Bactérias - IC (coli/100 mL);
• Óleos e Gorduras - OG (mg/L);
• Nitratos - NO3 (mg/L);
• Fosfatos - PO4 (mg/L);
• Temperatura - T (°C);
• Metais – Metais (mg/L).
14
Principais poluentes e
indicadores
15
Reservas de água
Poluição
BiológicaSedimentar Térmica Despejo de substâncias
Poluição sedimentar
 Acúmulo de partículas em suspensão (solo,
produtos químicos insolúveis).
16
Qual a origem? O que causam?
Extração mineral
Desmatamentos
Erosões
Interferem na fotossíntese
e na capacidade dos animais
encontrarem alimentos
Extração mineral
Esgotos e efluentes
Adsorvem e concentram os
poluentes biológicos e os
poluentes químicos
Partículas do solo
Produtos químicos
insolúveis
Poluição biológica
• Presença de microrganismos patogênicos,
especialmente na água potável:
 4 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à
água potável tratada;
 2,9 bilhões de pessoas vivem em áreas sem coleta
ou tratamento de esgoto.
17
Controle simples
Apesar disso
250 milhões de casos de doenças (cólera, febre tifoide,
diarreia, hepatite A) são transmitidas pela água por ano
10 milhões desses casos resultam em mortes (50% são crianças)
Adição de NaClO
Ou Ca(OH)2
Fervura da água
Poluição térmica
 Descarte de grandes volumes de água aquecida
em rios e oceanos.
18
Diminui a quantidade de oxigênio dissolvido
Diminui do tempo de vida de algumas espécies aquáticas
Altera os ciclos de reprodução
Aumenta a velocidade das reações entre os poluentes presentes na água
Aumenta a quantidade de gás carbônico na atmosfera
Potencializa a ação nociva dos poluentes
Poluição por despejo de
substâncias
• Substâncias tóxicas cuja presença na água não é fácil
de identificar nem de remover;
• Em geral os efeitos são cumulativos e podem levar anos
para serem sentidos;
• Os poluentes mais comuns das águas são:
 Fertilizantes agrícolas;
 Esgotos doméstico e industrial;
 Compostos orgânicos sintéticos;
 Plásticos;
 Petróleo;
 Metais pesados.
19
20
Poluição por
fertilizantes agrícolas
Poluição por
esgotos domésticos
e industriais
Poluição por compostos
orgânicos sintéticos
21
Poluição por plásticos
22
Alta produção
Longo tempo para degradação
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Poluição por petróleo
23
Grandes acidentes
Vazamentos em poços
de petróleo, superpetroleiros,
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Exxon Valdez: 42 milhões de litros
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5% dos danos
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Vazamentos de óleo
de motor de barcos
e de carros
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95% dos danos
Poluição por petróleo
• O petróleo vaza e se espalha no mar ou no rio;
• A mancha recobre a superfície das águas;
• Sem a luz do sol as algas param de fazer
fotossíntese.
24
Poluição por petróleo
25
• A quantidade de oxigênio diminui e outras espécies acabam
morrendo;
• Os peixes da superfície
morrem por intoxicação
e falta de oxigênio;
• Peixes que vivem no
fundo e se alimentam
de resíduos, morrem
envenenados.
Poluição por petróleo
26
• As aves marinhas ficam com o corpo impregnado de óleo;
• Deixam de reter o ar entre as
penas e morrem afogadas ao
mergulhar;
• Mesmo as aves tratadas
acabam morrendo.
Poluição por petróleo
27
• No mangue o óleo impede as árvores de captar o oxigênio do ar
causando sua morte;
• Os crustáceos morrem pela falta de alimento (folhas
decompostas);
• Além disso, o óleo fecha as
brânquias, por onde respiram,
e superaquece a lama, seu
habitat;
• No acidente da Baía de
Guanabara espécies como o
caranguejo-uçá podem ter sido
extintas.
Poluição por petróleo
28
• Com o ecossistema comprometido milhares de pessoas ficam
sem trabalho;
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29
Poluição por metais
pesados
Poluição por metais pesados
30
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subterrâneas, córregos
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brasileiros;
• Carência do sistema de esgotamento sanitário;
31
Poluição orgânica
• Esse tipo de poluição é causada por matérias
orgânicas suscetíveis de degradação bacteriana:
– Degradação aeróbia  água rica em oxigênio
dissolvido e matéria orgânica pouco abundante
(formam-se gás carbônico, água e nitratos);
– Degradação anaeróbia  água não contém
oxigênio suficiente (produção de gás carbônico,
metano, amônia, ácidos graxos, etc.);
• Morte do corpo d’água  quantidade de esgotos
lançada >> volume do corpo receptor e
capacidade de oxigenação  proliferação de
bactérias  consumo de todo oxigênio dissolvido.
32
Carga poluidora
• DBO5  dá uma ideia do grau de poluição;
• Avaliação da poluição  necessidade de
correlacionar esse indicador com a quantidade de
despejos;
• Representa a quantidade de oxigênio que vai ser
requerida do corpo d’água na unidade de tempo;
• CP = Concentração (DBO5) x Vazão
33
34
Autodepuração
• Zona de Degradação
• Zona de Decomposição Ativa
• Zona de Recuperação
• Zona de Águas Limpas
Características das zonas de
autodepuração
Zona de Degradação:
• Início  ponto de lançamento dos despejos;
• Água turva (cor acinzentada);
• Precipitação de partículas  lodo no leito do corpo d’água;
• Proliferação de bactérias (consumo de matéria orgânica);
• Redução da concentração de oxigênio dissolvido;
• Concentração de oxigênio atinge 40% da concentração
inicial;
• Não há odor;
• Presença de oxigênio não permite a decomposição
anaeróbia. 35
36
Autodepuração
• Zona de Degradação
• Zona de Decomposição Ativa
• Zona de Recuperação
• Zona de Águas Limpas
Características das zonas de
autodepuração
Zona de Decomposição Ativa:
• Início  oxigênio atinge valores inferiores a 40% da
concentração de saturação;
• Água  cor cinza-escura, quase negra;
• Bancos de lodos no fundo em ativa decomposição anaeróbia;
• Desprendimento de gases mal cheirosos (amônia, gás sulfídrico,
etc);
• Oxigênio dissolvido  pode zerar;
• Biota aeróbia é substituída por outra anaeróbia;
• Ambiente fétido e escuro;
• Oxigênio passa a ser reposto  ar atmosférico ou fotossíntese;
• População de bactérias  decresce;
• Água começa a ficar mais clara (ainda impróprio p/ os peixes);
• Fim da 2ª zona  oxigênio eleva-se a 40% da conc. de
saturação.
37
38
Autodepuração
• Zona de Degradação
• Zona de Decomposição Ativa
• Zona de Recuperação
• Zona de Águas Limpas
Características das zonas de
autodepuração
Zona de Recuperação:
• Início  40% de oxigênio de saturação;
• Término  água saturada de oxigênio;
• Água  mais clara e límpida;
• Proliferação de algas que reoxigenam o meio;
• Amônia  oxidada a nitritos e nitratos (+ nitratos fertilizam
o meio, favorecendo a proliferação de algas);
• Cor esverdeada intensa (alimento p/ crustáceos, larvas de
insetos, vermes, etc., que servem de alimentos p/ os
peixes);
• Diversificação da biocenose. 39
40
Autodepuração
• Zona de Degradação
• Zona de Decomposição Ativa
• Zona de Recuperação
• Zona de Águas Limpas
Características das zonas de
autodepuração
Zona de Águas Limpas:
• Água  características diferentes das águas
poluídas;
• Água encontra-se “eutrófica”;
• Não é limpa, devido a presença das algas (cor
verde);
• Água  recuperou-se, melhorou suas capacidade de
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Padrões de qualidade da água e fontes de poluição hídrica

  • 1. ENGT 141 – SANEAMENTO Aula 6 – Carga poluidora Prof.ª Aruana Rocha Barros Lopes aruana.barros@ufvjm.edu.br Teófilo Otoni - MG Junho de 2017
  • 2. Uso X qualidade de água 2
  • 3. Padrões de qualidade • Padrões são teores máximos de impurezas permitidos na água, estabelecidos em função dos seus usos; • São fixados por entidades públicas, de acordo com uma legislação, com o objetivo de garantir que a água a ser utilizada para um determinado fim não contenha impurezas que venham a prejudicá-lo; 3
  • 4. Padrões de qualidade • Em termos práticos, há 3 tipos de padrões de interesse direto referentes à qualidade da água: – Padrões de lançamento no corpo receptor; – Padrões de qualidade do corpo receptor; – Padrões de qualidade para determinado uso imediato (ex.: padrões de potabilidade, balneabilidade, irrigação); 4
  • 5. Padrões de qualidade • Padrões de lançamento no corpo receptor: – Tem como objetivo a preservação da qualidade do corpo d’água; – Os padrões de lançamento existem apenas por uma questão prática, já que é difícil se manter o controle efetivo das fontes poluidoras com base apenas na qualidade do corpo receptor; 5
  • 6. Padrões de lançamento e qualidade do corpo receptor • Estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser alcançado e/ou mantido em um segmento de corpo d´água ao longo do tempo; • No Brasil o dispositivo legal em vigor é a Resolução CONAMA nº. 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA – de 2005, e CONAMA 430/2011, que apresentam: – padrões de qualidade dos corpos receptores; – padrões para o lançamento de efluentes nos corpos receptores; – padrões de balneabilidade; – e classifica as águas de acordo com seus usos predominantes. 6
  • 7. Padrões de lançamento e qualidade do corpo receptor • A resolução CONAMA n. 357/05, dividiu as águas do território nacional em: – Águas doces  salinidade ≤ 0,5%; – Salobras  0,5 < salinidade < 30%; – Salinas  salinidade ≥ 30%; • Em função dos usos previstos, foram criadas classes para águas superficiais brasileiras; • Águas doces  Classe especial e classes 1, 2, 3, 4; • Águas salinas  Classe especial e classes 1, 2, 3; • Águas salobras  Classe especial e classes 1, 2, 3; • A cada uma dessas classes corresponde uma determinada qualidade a ser mantida no corpo d’água, são os Padrões de Qualidade. 7
  • 8. Legislação  Cabe aos órgãos ambientais dos estados, territórios e Distrito Federal efetuar, não só o enquadramento dos corpos de água no âmbito das classes preconizadas pelas Resoluções CONAMA n0. 357/2005 e 430/2011, como exercer atividade orientadora, fiscalizadora e punitiva junto às fontes de poluição que possam alterar os valores dos padrões de qualidade das águas da classe estabelecida para o corpo d’água receptor. 8
  • 9. Poluição hídrica  “É qualquer alteração nas características físicas, químicas e/ou biológicas das águas, que possa constituir prejuízo à saúde, à segurança e ao bem estar da população e, ainda, possa comprometer a fauna ictiológica e a utilização das águas para fins recreativos, comerciais, industriais e de geração de energia” (CONAMA). • POLUIÇÃO = f (uso); • USO = f(qualidade da água); • QUALIDADE = f(características físicas, químicas e/ou biológicas das águas). 9
  • 10. Causas da poluição • Alto grau de urbanização aliado à falta de saneamento básico; • Desenvolvimento da indústria e seus despejos complexos; • Aumento da produção agrícola, que resulta numa carga mais pesada de pesticidas e fertilizantes no ambiente. 10
  • 11. 11 Fontes poluidoras Águas superficiais: • Esgoto doméstico; • Efluentes industriais; • Águas pluviais, carreando impurezas do solo ou contendo esgotos lançados nas galerias; • Resíduos sólidos; • Pesticidas; • Fertilizantes; • Detergentes; • Precipitação de poluentes atmosféricos (sobre o solo ou a água); • Alteração nas margens dos mananciais, provocando carreamento do solo, como consequências da erosão. Águas subterrâneas: – Infiltração de: •esgotos a partir de sumidouros ou valas de infiltração (fossas sépticas); •esgotos depositados em lagoas de estabilização ou em outros sistemas de tratamento usando disposição no solo; •esgotos aplicados no solo em sistemas de irrigação; •águas contendo pesticidas, fertilizantes, detergentes e poluentes atmosféricos depositados no solo; •outras impurezas presentes no solo; •águas superficiais poluídas; – Vazamento de tubulações ou depósitos subterrâneos; – Percolação do chorume resultante de depósitos de lixo no solo; – Injeção de esgoto no subsolo; – Intrusão de água salgada; – Resíduos de outras fontes: cemitérios, minas, depósitos de materiais radioativos. • As águas subterrâneas e superficiais muitas vezes se interligam, e assim os mananciais da superfície proporcionam a recargas dos reservatórios subterrâneos, ou, vice-versa, podendo servir de fontes poluidoras; • A poluição das águas também estão ligadas com alterações (poluições) provocadas no solo e ar - Ex. uso de fertilizantes e chuva ácida.
  • 12. Fontes poluidoras 12 ouPontual Descarga de efluentes a partir de indústrias e de estações de tratamento de esgoto São bem localizadas, fáceis de identificar e de monitorar Difusa Escoamento superficial urbano, escoamento superficial de áreas agrícolas e deposição atmosférica Espalham-se por toda a cidade, são difíceis de identificar e tratar
  • 14. Principais poluentes e indicadores • Mat. Orgânica - DBO, DQO e OD (mg/L); • Sólidos - SS (mg/L); turbidez (unt); • Ácidos e Álcalis - pH; • Bactérias - IC (coli/100 mL); • Óleos e Gorduras - OG (mg/L); • Nitratos - NO3 (mg/L); • Fosfatos - PO4 (mg/L); • Temperatura - T (°C); • Metais – Metais (mg/L). 14
  • 15. Principais poluentes e indicadores 15 Reservas de água Poluição BiológicaSedimentar Térmica Despejo de substâncias
  • 16. Poluição sedimentar  Acúmulo de partículas em suspensão (solo, produtos químicos insolúveis). 16 Qual a origem? O que causam? Extração mineral Desmatamentos Erosões Interferem na fotossíntese e na capacidade dos animais encontrarem alimentos Extração mineral Esgotos e efluentes Adsorvem e concentram os poluentes biológicos e os poluentes químicos Partículas do solo Produtos químicos insolúveis
  • 17. Poluição biológica • Presença de microrganismos patogênicos, especialmente na água potável:  4 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável tratada;  2,9 bilhões de pessoas vivem em áreas sem coleta ou tratamento de esgoto. 17 Controle simples Apesar disso 250 milhões de casos de doenças (cólera, febre tifoide, diarreia, hepatite A) são transmitidas pela água por ano 10 milhões desses casos resultam em mortes (50% são crianças) Adição de NaClO Ou Ca(OH)2 Fervura da água
  • 18. Poluição térmica  Descarte de grandes volumes de água aquecida em rios e oceanos. 18 Diminui a quantidade de oxigênio dissolvido Diminui do tempo de vida de algumas espécies aquáticas Altera os ciclos de reprodução Aumenta a velocidade das reações entre os poluentes presentes na água Aumenta a quantidade de gás carbônico na atmosfera Potencializa a ação nociva dos poluentes
  • 19. Poluição por despejo de substâncias • Substâncias tóxicas cuja presença na água não é fácil de identificar nem de remover; • Em geral os efeitos são cumulativos e podem levar anos para serem sentidos; • Os poluentes mais comuns das águas são:  Fertilizantes agrícolas;  Esgotos doméstico e industrial;  Compostos orgânicos sintéticos;  Plásticos;  Petróleo;  Metais pesados. 19
  • 20. 20 Poluição por fertilizantes agrícolas Poluição por esgotos domésticos e industriais
  • 22. Poluição por plásticos 22 Alta produção Longo tempo para degradação Causam a morte de animais por sufocamento Alta velocidade de uso e descarte
  • 23. Poluição por petróleo 23 Grandes acidentes Vazamentos em poços de petróleo, superpetroleiros, rompimentos de dutos Exxon Valdez: 42 milhões de litros Kuwait: 200.000 t no Golfo Pérsico Rio Barigui: 4 milhões de litros Baia de Guanabara: 1,3 milhão de litros 5% dos danos Pequenos acidentes Vazamentos de óleo de motor de barcos e de carros Somente no Canadá: 300 milhões de litros/ano 95% dos danos
  • 24. Poluição por petróleo • O petróleo vaza e se espalha no mar ou no rio; • A mancha recobre a superfície das águas; • Sem a luz do sol as algas param de fazer fotossíntese. 24
  • 25. Poluição por petróleo 25 • A quantidade de oxigênio diminui e outras espécies acabam morrendo; • Os peixes da superfície morrem por intoxicação e falta de oxigênio; • Peixes que vivem no fundo e se alimentam de resíduos, morrem envenenados.
  • 26. Poluição por petróleo 26 • As aves marinhas ficam com o corpo impregnado de óleo; • Deixam de reter o ar entre as penas e morrem afogadas ao mergulhar; • Mesmo as aves tratadas acabam morrendo.
  • 27. Poluição por petróleo 27 • No mangue o óleo impede as árvores de captar o oxigênio do ar causando sua morte; • Os crustáceos morrem pela falta de alimento (folhas decompostas); • Além disso, o óleo fecha as brânquias, por onde respiram, e superaquece a lama, seu habitat; • No acidente da Baía de Guanabara espécies como o caranguejo-uçá podem ter sido extintas.
  • 28. Poluição por petróleo 28 • Com o ecossistema comprometido milhares de pessoas ficam sem trabalho; • Famílias de pescadores perdem sua fonte de sustento; • O comércio local acaba falindo com o fim do turismo na região.
  • 30. Poluição por metais pesados 30 Cu, Zn, Pb, Cd, Hg, Ni e Sn Bioacumulação Mineração (garimpo)Pilhas e baterias Rios e maresAterro sanitário Os oceanos recebem por ano 400.000 t de metais pesados (80.000 t só de mercúrio) Contaminação de águas subterrâneas, córregos e riachos
  • 31. Poluição orgânica • Resultante do lançamento de esgotos domésticos e industriais ricos em matéria orgânica; • Forma de poluição mais presente no dia-a-dia dos brasileiros; • Carência do sistema de esgotamento sanitário; 31
  • 32. Poluição orgânica • Esse tipo de poluição é causada por matérias orgânicas suscetíveis de degradação bacteriana: – Degradação aeróbia  água rica em oxigênio dissolvido e matéria orgânica pouco abundante (formam-se gás carbônico, água e nitratos); – Degradação anaeróbia  água não contém oxigênio suficiente (produção de gás carbônico, metano, amônia, ácidos graxos, etc.); • Morte do corpo d’água  quantidade de esgotos lançada >> volume do corpo receptor e capacidade de oxigenação  proliferação de bactérias  consumo de todo oxigênio dissolvido. 32
  • 33. Carga poluidora • DBO5  dá uma ideia do grau de poluição; • Avaliação da poluição  necessidade de correlacionar esse indicador com a quantidade de despejos; • Representa a quantidade de oxigênio que vai ser requerida do corpo d’água na unidade de tempo; • CP = Concentração (DBO5) x Vazão 33
  • 34. 34 Autodepuração • Zona de Degradação • Zona de Decomposição Ativa • Zona de Recuperação • Zona de Águas Limpas
  • 35. Características das zonas de autodepuração Zona de Degradação: • Início  ponto de lançamento dos despejos; • Água turva (cor acinzentada); • Precipitação de partículas  lodo no leito do corpo d’água; • Proliferação de bactérias (consumo de matéria orgânica); • Redução da concentração de oxigênio dissolvido; • Concentração de oxigênio atinge 40% da concentração inicial; • Não há odor; • Presença de oxigênio não permite a decomposição anaeróbia. 35
  • 36. 36 Autodepuração • Zona de Degradação • Zona de Decomposição Ativa • Zona de Recuperação • Zona de Águas Limpas
  • 37. Características das zonas de autodepuração Zona de Decomposição Ativa: • Início  oxigênio atinge valores inferiores a 40% da concentração de saturação; • Água  cor cinza-escura, quase negra; • Bancos de lodos no fundo em ativa decomposição anaeróbia; • Desprendimento de gases mal cheirosos (amônia, gás sulfídrico, etc); • Oxigênio dissolvido  pode zerar; • Biota aeróbia é substituída por outra anaeróbia; • Ambiente fétido e escuro; • Oxigênio passa a ser reposto  ar atmosférico ou fotossíntese; • População de bactérias  decresce; • Água começa a ficar mais clara (ainda impróprio p/ os peixes); • Fim da 2ª zona  oxigênio eleva-se a 40% da conc. de saturação. 37
  • 38. 38 Autodepuração • Zona de Degradação • Zona de Decomposição Ativa • Zona de Recuperação • Zona de Águas Limpas
  • 39. Características das zonas de autodepuração Zona de Recuperação: • Início  40% de oxigênio de saturação; • Término  água saturada de oxigênio; • Água  mais clara e límpida; • Proliferação de algas que reoxigenam o meio; • Amônia  oxidada a nitritos e nitratos (+ nitratos fertilizam o meio, favorecendo a proliferação de algas); • Cor esverdeada intensa (alimento p/ crustáceos, larvas de insetos, vermes, etc., que servem de alimentos p/ os peixes); • Diversificação da biocenose. 39
  • 40. 40 Autodepuração • Zona de Degradação • Zona de Decomposição Ativa • Zona de Recuperação • Zona de Águas Limpas
  • 41. Características das zonas de autodepuração Zona de Águas Limpas: • Água  características diferentes das águas poluídas; • Água encontra-se “eutrófica”; • Não é limpa, devido a presença das algas (cor verde); • Água  recuperou-se, melhorou suas capacidade de produzir alimento proteico (piorou no quesito de potabilidade); • Péssimo aspecto estético; • Invasão de plantas aquáticas indesejáveis. 41