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Homenagem ao Grupo JCPM com a Medalha Joaquim Nabuco
1. MEDALHA JOAQUIM NABUCO AO GRUPO JCPM
Discurso da Deputada Terezinha Nunes
Sessão Solene em 11 de agosto de 2009
A Assembléia Legislativa, por decisão unânime dos seus 49 deputados, presta esta noite
uma das mais significativas homenagens de sua história recente ao premiar, com a
concessão de Medalha Joaquim Nabuco, classe Ouro, sua maior comenda, um grupo
econômico que há quarenta anos participa da história econômica e social do nosso
estado.
Uma holding que aqui aportou ‐ por obra e graça da força visionária do empresário João
Carlos Paes Mendonça ‐ cresceu e se consolidou, sendo hoje o grupo mais importante do
Nordeste no segmento de shoppings centers, tendo estendido também sua atuação aos
estados da Bahia, São Paulo e Sergipe.
Falar do JCPM, cujas letras passamos a vislumbrar no alto do edifício sede do grupo, na
confluência das praias de Boa Viagem e do Pina, é o mesmo que caminhar pela trajetória
vitoriosa do seu grande idealizador que imprimiu em sua biografia a marca do
pioneirismo, da ousadia e do compromisso com o desenvolvimento pernambucano.
João Carlos, como costumamos chamá‐lo, foi pautando a vida do JCPM de acordo com a
agenda que traçou ao longo de sua vida profissional de empreendedor; de comunicador
nato; de alguém que, nascido em Sergipe, adotou Pernambuco como sua terra de opção
e de coração.
Desde os 9 anos de idade quando, mostrando a tenacidade que marcaria seu caminho,
acordava às 6 da manhã e passava parte do dia enchendo, humildemente, latas de
querosene para abastecer as prateleiras da pequena loja do seu pai, em Sergipe, João
Carlos tem reproduzido ao longo do tempo o arrojo que pontua a vida dos que nascem
para vencer e para assumir a liderança das comunidades que beneficiam e representam.
Se sua vertente empreendedora já arrancava do pai, na distante Ribeirópolis, palavras
de aprovação e crença – “esse menino vai longe”, costumava dizer Seu Pedro ao amigo
Isaías – esse traço se transformou na força que o acompanha desde criança.
Foi assim quando instalou as primeiras lojas do Bompreço no Recife, há exatos 40 anos,
criando uma nova forma de prestação de serviços que fez escola no estado e no país e
que, já na década de 70, ocupava a 36ª posição entre as 500 maiores empresas
brasileiras de comércio atacadista; quando ajudou a fundar a Associação Pernambucana
de Supermercados; quando foi, por dez anos, presidente da Associação Brasileira de
Supermercados, o único nordestino a ocupar o posto; quando fundou a Associação
Latino‐Americana de Supermercados; e foi assim também quando se tornou, em 1985,
membro do influente Conselho Monetário Nacional.
Em 2000, quando tomou a ousada decisão de sair do setor de supermercados que tratava
com grande amor, ao ponto de o encontrarmos constantemente nos domingos, ao lado
de Auxiliadora, vistoriado pessoalmente suas lojas, todos imaginavam que ele pudesse
vir a perder o "elán" ou reduzir o ânimo empreendedor. Mas aconteceu o contrário. O
João Carlos supermercadista se transformou, quase imediatamente, em se tratando do
tempo econômico, no maior investidor nordestino no setor de shoppings.
2. De forma ousada, adquiriu participação, logo de cara, nos quatro maiores shoppings do
estado, construindo, através de investimentos semelhantes em Sergipe e Bahia, o maior
canal de distribuição regional do setor de varejo moderno, gerando milhares de
empregos e assumindo novos recordes na arrecadação de ICMS.
Se o perfil empreendedor de João Carlos fez o JCPM avançar desta forma na área
econômica em si, não foi diferente quando o outro lado do nosso homenageado
floresceu: o lado do comunicador que, também em Sergipe, já dera sinais de vida
quando ele chegou a exercer a função de comentarista esportivo.
Portanto, em 1987, quando, atendendo a apelos de amigos, João Carlos assumiu o
Sistema Jornal do Commércio de Comunicação, livrando‐o da derrocada iminente,
muitos se surpreenderam, menos os amigos que lá atrás já o tinham visto exercer a
função de profissional de imprensa, ou os próprios jornalistas dos quais ele era, na
época, fonte permanente de notícias econômicas locais e nacionais.
Como fizera na área comercial com as empresas que criou e administrou, João Carlos
imprimiu ao sistema de comunicação, a mesma trajetória vitoriosa. Hoje um braço forte
do JCPM, o Sistema Jornal do Commércio, através de suas duas emissoras de TV, do
Jornal, das sete emissoras de rádio, e do JC On Line, ganhou respeitabilidade na mídia
regional e nacional, seja pela quantidade de prêmios conquistados pelos seus brilhantes
jornalistas, entre os quais seis prêmios Esso, seja pela transparência que suas equipes
vem imprimindo ao trabalho realizado.
Um importante instrumento a serviço dos pernambucanos, o Sistema JC não se limita a
nos fornecer notícias de qualidade, valoriza a nossa cultura e estimula a cidadania do
nosso povo.
Nada disso teria acontecido em Pernambuco se João Carlos, inspirado por um latente
espírito pernambucano, cuja origem ainda não consegui decifrar, não tivesse decidido,
na década de 60, transferir sua residência para o Recife na companhia de sua fiel
esposa, Auxiliadora, invertendo a lógica familiar que era migrar para a Bahia, como
fizeram seus tios e primos.
“Eu vou para o Recife” comunicou ao pai e aos oito irmãos e dessa decisão não abriu
mão nunca mais. Há alguns anos, por exemplo, a Bahia voltou a enamorar‐se dele
quando o consultor americano que contratou para desenvolver o projeto do edifício
JCPM lhe sugeriu que construísse o prédio em Salvador. “Não, eu fico mesmo no Recife”
– vaticinou. E nossa capital ganhou o JCPM Trade Center, um dos mais modernos e
inteligentes centros empresariais do país.
Quando veio para o Recife, João Carlos tinha dois objetivos – formar‐se em
administração e colocar o pé na influente capital pernambucana. Aracaju tinha ficado
pequena para quem desejava crescer sempre mais.
A partir daí, foi um pulo para que ele exercesse a cidadania pernambucana, já
reconhecida por esta casa, onde recebeu o título de cidadão estadual em 1980, e para
que fosse multiplicando os gestos de dedicação à sua nova terra. Além dos muitos já
citados aqui, devemos a ele as obras sociais que comanda através do Instituto JCPM de
Reponsabilidade Social em Brasília Teimosa e Boa Viagem, atendendo a jovens carentes,
e cuja prova de eficiência foi dada esta segunda‐feira com a apresentação das jóias
confeccionadas pelos meninos e meninas assistidos pelo projeto Bantu, causando
3. emoção ao grupo presente.
Devemos também a João Carlos algumas iniciativas fundamentais para melhorar a auto‐
estima do pernambucano.
Quem não se lembra do “Orgulho de Ser Nordestino”, frase que agregou à história do
Bompreço no momento em que nosso estado se encontrava combalido com a
permanente perda de espaço para Bahia e Ceará? Quem não inchou o peito ao vê‐la
exibida nos quatro cantos do estado e nos estados vizinhos? Quem não se sentiu
orgulhoso disso? Quem não se ufana hoje ao ver estampada no alto da primeira página do
JC a bandeira pernambucana?
De tanto participar do cotidiano estadual não só na economia, mas também na política,
colecionando amigos entre os políticos de todos os matizes, seria natural que João
Carlos passasse, como já passou algumas vezes, a ser cogitado para enfrentar o batismo
das urnas, desenvolvendo mais o espírito conciliador de que é portador.
Certamente, posso aqui revelar, este é o único capítulo da história familiar que ele se
recusou até agora a reproduzir. Mergulhando no passado de sua família descobrimos que
ele não é nenhum neófito neste campo. Pelo contrário. Nasceu no meio da política. Seu
pai foi, por dois mandatos, deputado estadual de Sergipe, representando o partido
republicano, e foi prefeito do município de Moita Bonita que, como deputado, ajudou a
fundar através de projeto de sua autoria na primeira metade da década de 60.
Outro traço familiar de João Carlos é o gosto pelo futebol. E para os que sonham em um
dia vê‐lo presidindo o Clube Náutico Capibaribe, seu clube de coração, não convém
perder a esperança. Se ele respondeu com um sonoro “Não” a todos que o incentivaram
a ingressar na política, em relação ao futebol ele já se rendeu uma vez quando foi
presidente de outro clube que admira, o Confiança, de Sergipe.
Também neste campo ele deixou baixar a guarda quando ganhou, da filha Jacy e do
genro Marcelo, os netos que adora – João Carlos Neto, Marcelo Filho e Renato. Conseguiu
que os três seguissem a sua carreira, cursando administração de empresas, e os
converteu em torcedores alvirrubros.
Em se tratando de um grupo que nasceu em Sergipe e se consolidou em Pernambuco não
se tem dúvida do amor que João Carlos sente pelo estado onde nasceu, sobretudo pela
Serra do Machado, onde vem devolvendo, através de um significativo projeto social, a
generosidade que aquele povo devotou à sua família.
Mas, sem querer provocar aqui uma guerra santa com Sergipe, sabemos, os
pernambucanos, que ele hoje é muito mais nosso. Trouxe pais e irmãos para cá, teve
aqui sua filha e viu nascer seus netos. Aqui é a sede do time do seu coração.
Por isso, neste dia de homenagens, João Carlos, não poderíamos deixar de dizer, usando
seu próprio slogan, que temos orgulho de ser nordestinos e temos certeza de que você
também tem, como nós, orgulho de ser pernambucano.
Muito Obrigada.