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Redes SAN: Solução para Armazenamento de Dados com 
      Grande Capacidade – Estudo de caso PRODEPA
                                   Paulo Lourinho
                    Centro de Ciências Exatas e Naturais (CCEN)
          Departamento de Informática ­ Universidade Federal do Pará (UFPA)
                                Belém, PA – Brazil
                               plourinho@gmail.com
     Abstract. An widely accepted solution to systemize the storage of data in a 
     heterogeneous   IT   environments   of   low   platform   is   the   use   of   a   storage 
     network, which consists in a sets of interconnected hard disks to the servers of  
     a network of high performance. This network can present diverse models that  
     uses specific protocols and softwares for management.

            The   PRODEPA   adopted   a   solution   of   storage   with   model   SAN   to  
     consolidate the bases of some of his main systems. Its shows the implantation  
     of some characteristics of a current network storage.

     Resumo.  Uma   solução   amplamente   aceita   para   sistematizar   o  
     armazenamento   de   dados   em   ambientes   de   TI   heterogêneos   de   baixa  
     plataforma   é   a   instalação   de   uma   rede   de   storage,   que   constitui­se   por  
     conjuntos   de   discos   rígidos   interconectados   aos   servidores   utilizando   uma 
     rede  de  alto   desmpenho.   Esta  rede  pode  apresentar  diversos  modelos  que  
     empregam protocolos e softwares específicos para o seu gerenciamento.

            A PRODEPA adotou uma solução de storage com o modelo SAN para 
     consolidar as bases de alguns dos seus principais sistemas. Sua implantação  
     exemplifica várias características de uma rede de storage atual.

1. Introdução
A problemática do armazenamento e recuperação de dados pode ser balizada em cinco 
pontos básicos: 1) A crescente massa de dados resultante das transações cotidianas nas 
organizações   exige   memória   de   massa   escalável;   2)   Os   dados   normalmente   estão 
dispersos   em   vários   servidores   dentro   de   uma   corporação;   3)Pode   ser   impossível   a 
recuperação   dos   dados,   no   caso   da   ocorrência   de   uma   catástrofe   se   não   houverem 
arquivos de becape  adequados; 4)A disponibilidade dos dados deve ser garantida aos 
sistemas   de   TI   mesmo   na   ocorrência   de   falhas   e;   5)   Os   sistemas   de   informações 
existentes em uma empresa, via de regra, possuem características heterogêneas.
       Aparentemente,   a  mais   salutar  solução   encontrada  para   o  armazenamento  de 
grande capacidade em baixa plataforma, é a utilização de dispositivos específicos para 
armazenamento que são ligados aos servidores de informações por meio de uma rede de 
comunicação de dados (chamada comumente de rede de storage). Esta tecnologia traz 
inúmeras vantagens para o gerenciamento da informação em uma empresa.
      Neste   artigo   será   explicada   de  forma   sucinta   a   importância   da   segurança   de 
dados e do gerenciamento de um ambiente de armazenamento de dados. Para tanto, 
serão pontuadas as características de um esquema de armazenamento usual, que não 
trabalha   concentrando   seus   dados   em   um   dispositivo   único.   Em   seguida   serão 
apresentadas   razões   para   a   adoção   de   um   esquema   de   armazenamento   de   grande 
capacidade,   e   os   seus   modelos   básicos,   bem   como   algumas   das   características   de 
tecnologias de storage disponíveis.
         Para   sedimentação   do   assunto,   será   mostrada   a   solução   de   armazenamento 
adotada na Empresa de Processamento de Dados do Estado do Pará ­ PRODEPA, e a 
seguir   serão   abordadas   as   considerações   finais   sobre   redes   para   dispositivos   de 
armazenamento, bem como sobre o estudo de caso em questão.

2. Segurança de dados
A crescente massa de dados resultante das transações cotidianas, que por vezes incluem 
objetos multimídia, exige grande espaço de memória permanente. Estes dados, muitas 
vezes   colecionados   por   décadas,   perdem­se   em   questão   de   minutos   quando   da 
ocorrência de uma catástrofe.
        Certamente mais corriqueira, mas não menos danosa para uma empresa, do que 
uma catástrofe é a destruição dos dados por pessoas, mal intencionadas ou não, (muitas 
das vezes pessoal interno) que têm acesso aos dados por falha de segurança no sistema 
ou política de acesso.
       É importante que os dados estejam acessíveis a quem é de direito, caracterizando 
com isso um ambiente seguro, podendo manter os dados consistentes e desta forma, 
confiáveis para utilização.
        Uma   vez   perdido   o   ambiente   computacional   é   possível,   num   tempo 
relativamente   reduzido   (ainda   que   hajam   elevados   custos),   a   recuperação   dos 
equipamentos bem como do software básico e aplicativo envolvido.  Hardware  novo 
pode ser comprado e posto para funcionar. Software é facilmente adquirido e instalado.
        Quanto aos dados armazenados, pode­se considerar impossível sua recuperação 
integral caso não existam cópias becape adequadas.
      Segundo uma pesquisa do  Gartner Group,  ARAI(2003), duas em cada cinco 
empresas que têm seus dados perdidos por catástrofes saem do mercado em até cinco 
anos.
       Isto   posto,   fica   clara   importância   de   se   manter   a   segurança   de   dados,   não 
somente   no   ambiente   de   produção,   fator   que   contribui   para   a   estabilidade   no 
crescimento   do   espaço   de   armazenamento   (certeza   na   produção   cotidiana   de   uma 
empresa), mas também na geração de cópias de segurança, facilitando a execução de um 
plano de contingência no caso da perda dos dados de produção.

3. Cenário pré­storage
É fato muito comum, a heterogeneidade em tecnologia da informação dentro da maioria 
das empresas. Não somente no que diz respeito aos equipamentos e aos sistemas básicos 
e   aplicativos,   como   também   das   próprias   bases   de   dados.   Esta   característica   é, 
normalmente,   o   resultado   da   falta   de   planejamento   quando   da 
aquisição/desenvolvimento dos sistemas da empresa.
        Em   um   ambiente   heterogêneo,   cada   aplicação   exige   a   entrada   de   um   novo 
servidor para produção, que opera isolado. O dimensionamento de um servidor neste 
contexto segue duas vertentes: 1) O servidor é sub­dimensionado por questões de custo, 
e toma­se insuficiente para atender às demandas do sistema em pouco tempo, exigindo a 
troca de equipamento o que incide em custo adicional para a empresa; e 2) O servidor é 
super­dimensionado, o que significa um investimento alto para a empresa em recursos 
desnecessários, ainda que momentaneamente, ficando portanto sub­utilizados por um 
certo período de tempo. É importante lembrar que inevitavelmente os equipamentos se 
tomarão obsoletos com o tempo.
        Além do fator custo, a adoção de servidores isolados infere outras características 
que se interpõe ao bom gerenciamento das informações. São elas:
    •      Espaço em disco limitado à quantidade instalada no servidor e quantidade de 
           discos   limitada   à   capacidade   de   baias   do   equipamento   ­   Servidores,   em   sua 
           maioria,   utilizam   discos   SCSI   cujo   valor   de   mercado   está   muito   acima   dos 
           discos ATA utilizados em computadores pessoais. É importante pensar que a 
           simples troca por discos de maior capacidade além de gerar custo operacional 
           por parada do serviço implicará em gastos pela compra de novos discos e perda 
           de equipamentos dentro da sua vida útil. Ao passo que o super­dimensionamento 
           de disco recai no investimento com retomo retardado.
    •      Bancos   dispersos   ­   servidores   independentes   implicam   dizer   que   qualquer 
           solução   "pontual"   é   aceita,   a   fim   de   atender   a   demanda   imediata,   sem 
           comprometimento com a longevidade do investimento. Assim, vários sistemas 
           de bancos de dados podem ser adotados, cada qual com suas características, 
           exigindo   seu   software   de   becape   e   suas   ferramentas   de   gerenciamento 
           específicas.  Além do custo implícito,  este cenário oferece dificuldade  para o 
           administrador   dos   dados, que  deverá  dominar   várias   ferramentas   distintas  de 
           gerenciamento, tomando­o, portanto mais susceptível ao erro;
    •      O   gerenciamento   não   é   centralizado   ­   o   que   pode   desfavorecer   alguns   dos 
           sistemas do ambiente, já que o monitoramento dos sistemas estará dependente da 
           "lembrança" do administrador.




        Figura   1.  Estrutura  de  um   ambiente  de  plataforma   baixa   com  dispositivo  de 
        armazenamento de grande capacidade.
Estas características direcionam o ambiente TI para um caos administrativo. A 
estabilidade deste cenário pode ser conseguida iniciando pela adoção de um dispositivo 
de   armazenamento   de   grande   capacidade   em   conjunto   com   uma   estrutura   de 
comunicação  que provenha a  transferência  de  dados  entre  os  sistemas  propriamente 
ditos e o dispositivo de storage (Figura 1).

4. Por quê Utilizar Storage?
Para   prover   aos   sistemas   de   bancos   de   dados   uma   estrutura   com   gerenciamento 
facilitado, algumas características que induzem à utilização de um modelo de  storage 
para o ambiente de armazenamento de dados são desejáveis, tais como:
    •   Deve  ser  permitido  o  aumento   de  espaço  em   disco  conforme   a  demanda  de 
        crescimento das empresas;
    •   Quanto   mais   dispersa   for   a   estrutura   de   armazenamento   de   dados,   mais 
        complexa será sua reestruturação no caso de perda, o que pode ser resolvido ao 
        se centralizar o armazenamento;
    •   No cenário atual, é exigência comum a disponibilidade da informação mesmo na 
        presença de falhas nos sistemas de TI, o que exige um sistema robusto (tolerante 
        a falhas) para armazenamento de dados;
    •   O armazenamento de dados em dispositivos especialistas libera os recursos do 
        servidor de banco de dados para a execução do processamento de transações, 
        tomando o sistema como um todo mais eficiente.
    •   A heterogeneidade dos sistemas legados, muitas vezes não pode ser dissolvida 
        sem impactos prejudiciais para a empresa. Manter os sistemas legados, nestes 
        casos, é requisito obrigatório.
    •   É   desejável   uma   única   ferramenta   capaz   de   gerenciar   os   dispositivos   de 
        armazenamento de dados, bem como as políticas de becape independentemente 
        do sistema de banco de dados envolvido.
    •   A política de becape deve gerar um ambiente consistente para recuperação no 
        caso de perdas.
    •   A   gerência   fica   mais   eficiente   quando   é   centralizada.   Um   único   foco   no 
        gerenciamento permite um controle mais efetivo de segurança e disponibilidade;
       As características acima podem ser atendidas quando implantada de uma solução 
de storage, podendo a partir daí utilizar ferramentas que permitam o gerenciamento de 
forma centralizada.

5. Modelos Básicos de Storage
Atualmente existem disponíveis no mercado, basicamente, três modelos de solução de 
armazenamento com grande capacidade, a saber:
    •   DAS ­ Direct attached storage (storage de ligação direta), onde os dispositivos 
        de   armazenamento   são   conectados   diretamente   aos   servidores   (Sun 
Microsystems, 2002) sendo, portanto, gerenciados por estes. (figura 2(a)). Este 
         modelo   apresenta   a   inconveniência   de   utilizar   a   própria   rede   local   para 
         transferências de grandes massas de dados (como a execução de um becape),  
         além de incumbir o servidor de banco de dados do gerenciamento dos discos, o 
         que significa custo computacional para o servidor, além do overhead de tráfego 
         na rede, por conta dos acessos ao storage;
   •     NAS ­ Network attached storage (storage ligado a rede), cujos dispositivos de 
         armazenamento   estão   diretamente   conectados   à   rede   (figura   2(b)),   (Sun 
         Microsystems,   2002).   Como   o   DAS,   este   modelo   ocupa   a   rede   local   com 
         elevado tráfego de dados, degradando o rendimento total da rede para outras 
         aplicações. Pelo fato dos dispositivos de armazenamento estarem diretamente 
         conectados à rede, esta configuração é essencialmente insegura;




       Figura 2. Modelos de soluções de armazenamento (Sun Mycrosystems, 2002) – 
       com adaptações

   •     SAN ­ Storage area network, (rede de área de storage) que é composta por uma 
         rede dedicada à interconexão dos dispositivos de armazenamento e servidores 
         (Sun Microsystems, 2002), que serve tanto como canal de gerenciamento quanto 
         como canal para transporte de dados entre os componentes da SAN (figura 2(c)). 
         Isto   livra   a   rede   local   da   carga   dos   dados   entre   os   dispositivos   de 
         armazenamento   e   os  servidores   de   bancos   de   dados,  além   de  garantir   maior 
         segurança e rendimento aos acessos nos dispositivos de armazenamento. Esta é a 
         solução mais onerosa.

6. Tecnologias de Storage
Para implantação de uma rede de storage, independente do modelo, essencialmente três 
pontos devem ser pensados: 1) Os discos utilizados para o armazenamento; 2)a rede por 
onde todos os dados irão trafegar; e 3) os softwares responsáveis pelo gerenciamento do 
sistema como um todo e becape.
       A seguir cada um destes pontos será sucintamente discutido com o objetivo de 
elucidar questões pertinentes a cada um dos componentes que envolvem uma tecnologia 
de storage.
6.1. Os discos
A diferença entre dispositivos de disco concebidos para servidores e para desktops está 
nos requisitos de projeto: Enquanto os primeiros necessitam de alto ciclo de trabalho, 
alta   confiabilidade   e   escalabilidade   além   de   garantir   a   velocidade   de   acesso   e 
integridade dos dados, os discos para desktops estão mais preocupados em baixo custo 
com   alta   capacidade   de   armazenamento   em   baixa   potência   (velocidade   de   acesso) 
(WHITTINGTON, 2006).
      Hoje, basicamente, duas tecnologias de discos rígidos estão disponíveis para o 
mercado de servidores: SATA e SCSI.
       A tecnologia SCSI (Small Computer Systems Interface ­ Interface para Sistemas 
Computacionais   de   Pequeno   Porte)   criada   originalmente   para   atender   demandas   de 
servidores em baixa plataforma, apresenta  maior custo por byte, entretanto fornece os 
benefícios de alto rendimento e confiabilidade para um grande volume de transações.
        Os   discos   ATA  (Advanced   Technology   Attachment  ­   Ligação   de   Tecnologia 
Avançada),   mais   conhecidos   como   discos   IDE  (Integrated   Drive   Electronics,  ou 
Eletrônica   de  Drive  Integrada)  (TORRES   e  LIMA,  2006),  que   foram  originalmente 
projetados para micros desktops, deram origem aos discos SATA (Serial ATA ou Serial 
Advanced Technology Attachment ­ Ligação Tecnologia Avançada Serial) ao agregarem 
requisitos para utilização em servidores tal como elevado desempenho, constituindo­se 
assim em uma alternativa  menos onerosa que a utilização  de discos SCSI. Segundo 
Willian  Corrêa (disponível em : http://muitomaisti.blogspot.com/2006112/discos­sata­
serial­ata­dependendo­no.html)   estes   discos   apresentam   certos   problemas   quando 
submetidos a altas taxas de transações com elevado volume de dados.
       Portanto,   seguindo   a   recomendação   do   mesmo   autor,   a   utilização   de   discos 
SATA   deve   limitar­se   a   projetos   cujos   requisitos   sejam   baixo   custo   com   alto 
desempenho   em   um   pequeno   volume   de   transações.   Já   se   os   requisitos   forem 
desempenho de médio a alto para um grande volume de transações com garantia de 
disponibilidade, a recomendação é que sejam usados discos SCSI.

6.2. As redes
O  segundo ponto a ser analisado, é o canal de comunicação entre os dispositivos de 
armazenamento e os servidores propriamente ditos. Aqui serão discutidas somente as 
redes do modelo SAN.
           Hoje as SANs São encontradas em duas formas: 1) SAN's  Fibre Channel  que 
utilizam infra­estrutura em fibra óptica e o protocolo FCP (Fibre Channel Protocol); e 
2)   IP   SANs,   que   utilizam   a   infra­estrutura   de   uma   rede   ethernet   e   o   protocolo   de 
comunicação iSCSI (disponível em: www.netapp.com/products/sanlintroduction.html).
        As   redes   SAN   devem   ser   capazes   de   suportar   altas   taxas   de   transmissão   de 
dados. Por este motivo, tradicionalmente a tecnologia utilizada para redes de storage 
utiliza fibra óptica como meio fisico. O protocolo utilizado é o FCP que impõe uma 
relação um para um entre os volumes do storage (um volume é um espaço lógico dos 
pools  de discos fisicos) e os servidores, utilizando para isso dispositivos de hardware 
chamados HBA1,s (Host Bus Adapter) que convertem os sinais do barramento PCI em 
protocolo FCP ou SCSI.


  1: Uma HBA pode ser encontrada com outro nome em uma solução proprietária
Esta relação biunívoca entre os dispositivos assegurada pelas HBA's garante a 
segurança do sistema  em ambientes  compartilhados,  pois  um servidor nunca poderá 
manipular uma área de disco no  storage  (um volume) que já esteja relacionada com 
outro servidor.
       Outros protocolos, além do FCP, podem ser utilizados sobre a infra­estrutura em 
fibra óptica de uma SAN São: FCIP  (Fibre Channel  sobre TCPIP) e IFCP  (Internet  
Fibre Channel Protocol)
       A alternativa de baixo custo às redes SAN é a utilização das SAN com iSCSI, 
que  empregam uma estrutura de rede ethernet (ativos e passivos da rede) com o mesmo 
conjunto de comandos SCSI sobre o protocolo TCP/IP.
       É   importante   salientar   que   a   redução   de   custos   trazida   com   a   utilização   de 
equipamentos padrão ethernet nas redes SAN traz consigo uma sobrecarga devida ao 
processamento de encapsular e desencapsular os comandos SCSI dentro de pacotes IP. 
O retardo se toma mais evidente porque as maiores velocidades alcançadas em redes 
ethernet não ultrapassam à taxa de 1 Gbps.

6.3. Os Sofwares
Um ponto bem mais controverso que os anteriores, é a escolha dos softwares que serão 
utilizados tanto para configuração e gerência propriamente dita da rede SAN quando 
para a execução das tarefas de becape.
        Como a maioria das soluções SAN disponívies no mercado é proprietária, elas já 
trazem   incluso   seu   próprio  software  de   gerenciamento.   Cabe,   portanto   a   equipe   de 
implantação   do  sistema   de  storage  analisar   as   soluções   existentes,   e   averiguar   qual 
software  é mais compatível com suas necessidades  em termos de facilidade de uso, 
coerência com o ambiente e relação custo/beneficio, sobretudo para licenças adicionais 
que serão necessárias no caso da inclusão de um outro sistema no ambiente de storage.
          Com relação aos softwares de becape, deve­se ter em mente como requisito de 
escolha, a capacidade deste de trabalhar em todas as plataformas existentes no ambiente 
de   TI   que   se   deseja   consolidar,   a   fim   de   se   evitar   dificuldades   de   gerência   pela 
utilização   de  softwares  diversos   para   becape.  A   observação   acerca   da   relação 
custo/beneficio bem como para licenças adicionais também cabe aqui.

7. Estudo de caso
O estudo de caso apresentado tem por objetivo trazer uma experiência prática acerca da 
implantação de uma solução de storage para a Empresa de Processamento de Dados do 
Estado do Pará ­ PRODEPA. A solução estudada já está em funcionamento na empresa.

7.1. Objetivos da Consolidação
A   motivação   para   a   implantação   de   um   sistema   de   armazenamento   de   dados   na 
PRODEPA está na idéia de “Consolidar as bases de informações em um dispositivo de 
armazenamento   único   e   tolerante   a   falhas   de   maneira   a   garantir   o   gerenciamento 
centralizado   bem   como   políticas   consistentes   para   distribuição   dos   recursos   e 
contingência”, lembrando­se que as plataformas são diversas (ver item 7.2).
Isto posto, nota­se que todas as características desejáveis podem ser atendidas 
com a estruturação de uma rede SAN, juntamente com a implantação de um sistema de 
storage e becape.

7.2. Sistemas candidatos
Os sistemas eleitos para fazer parte da rede de storage da PRODEPA, são os seguintes:
    •   SISP: Sistema de segurança pública. Utiliza a plataforma Linux ES  Enterprise 
        3, com Oracle 10g sobre um servidor Intel Xeon 3.0 GHz (4 processadores). O 
        banco   possui   cerca   de   50   GB   com   cerca   de   1300   usuários   revesando­se   no 
        regime   24   X   7,   realizando   transações   através   de   uma   aplicação   WEB   com 
        agente.
    •   ERGON: Banco de dados do sistema da folha de pagamento do Estado. Trabalha 
        na plataforma Windows 2003 Server cujo servidor é um AMD 64 Opterom 850 
        MHz dual processado. A instância de banco é Oracle 9i com cerca de 220 GB de 
        arquivos de dados, para uma utilização diária de aproximadamente 300 usuários 
        com aplicação em Forms /Report;
    •   DW:  Sistema   de  datawarehouse  para   informações   gerenciais   ao   governo   do 
        estado. O hardware utilizado é uma estação Sun, modelo V880 Ultra Sparc com 
        8 processadores de 900 MHz com sistema operacional Solaris 9.0. O banco de 
        dados utilizado é o Cachê 5.0.14. Sua base se aproxima de 100 GB com cerca de 
        50 usuários diariamente.
    •   LOTUS   NOTES:  É   o   correio   eletrônico   oficial   do   Governo   do   Estado.   Sua 
        plataforma é composta de um hardware baseado em 2 processadores Intel Xeon 
        CPU 2.8 GHz sobre o qual roda o Windows 2003 Server. Utilizando o Lotus 
        Notes   5.0.4  Host   Integration,  com   aproximadamente   63   GB   de   dados   e 
        utilização diária para as aplicações de groupware e workflow.

7.3. O modelo de storage adotado na PRODEPA
A prodepa utilizou para consolidar suas bases de dados em um sistema de  storage  o 
modelo   SAN   com   infra­estrutura   em   fibra   óptica   e   protocolo   de   comunicação   FCP 
arbitrated loop.
       Com objetivo de manter a robustez do sistema as  fabrics  foram duplicadas, de 
forma que uma funciona independente da outra, acrescentando tolerância a falhas por 
redundância de hardware.
         O   dispositivo   de  storage  é   um  Sun  6320  composto  de  4  bandejas  de  disco 
modelo 6020 também da Sun, cada uma com 13 discos em raid 5 sendo 1 disco de hot 
spare perfazendo um total de espaço no storage de 3.18 TB, que serão divididos entre 
os sistemas já apontados mantendo­se uma reserva para a inserção de sistemas futuros 
(figura 3).
Figura 3. Estrutura da fabric SAN na PRODEPA

      Para   realizar   os   becapes  em   todas   as   bases   consolidadas   no  storage,  foi 
empregada uma biblioteca de fitas da Sun modelo L100 com capacidade para 100 fitas 
LTO­2 de 200 GB cada, sem compressão.
      A   conexão   dos   servidores   à   rede   SAN   foi   feita   utilizando   HBAs   da   marca 
Emulex   para   os   sistemas   baseados   em   Windows   e   Qlogic   para   os   Baseados   em 
Unix/Linux. Os dois concentradores ópticos utilizados (independentes) são da marca 
Brocade modelo 3850.
        Uma rede ethernet conectada a rede local da empresa permite o gerenciamento 
da SAN através de qualquer micro da rede local que tenha o agente e um  browser 
instalado.

7.4. Ganhos Obtidos
A implantação da rede SAN trouxe consigo a estabilidade dos sistemas que dela fazem 
parte.   Os   problemas   com   espaço   de   armazenamento   foram   sanados,   permitindo   um 
gerenciamento   pró­ativo   e   coerente   do   espaço   em   disco,   além   de   garantir   a 
escalabilidade tanto dos sistemas já componentes da SAN quanto para novos sistemas 
que podem ser inseridos no ambiente sem prejuízo para os já existentes.
        O rendimento de servidores que atendem aos bancos de dados, citados no item 
7.2, voltou a ser satisfatório mesmo sem mudanças no hardware.
       As políticas de becape puderam ser replanejadas, sendo executadas de maneira 
automatizada e confiável utilizando o  robot  de fitas. Os monitoramentos referentes à 
execução dos becapes são feitos através de logs da ferramenta empregada com esse fim 
na solução.

7.5. Dificuldades encontradas
O maior empecilho enfrentado durante a instalação da rede SAN foi o fato de se tratar 
de nova tecnologia, desconhecida para toda a equipe envolvida.
          Prévios   treinamentos   fornecidos   pelos   desenvolvedores   da   solução   adquirida, 
para   a   aprendizagem   dos   novos   paradigmas   que   envolvem   a   tecnologia,   bem   como 
consultoria on­site no momento da instalação inicial foram imprescindíveis para que a 
equipe mantivesse o serviço em funcionamento nos seus primeiros meses e, a posteriori, 
garantir a estabilidade e continuidade dos serviços sem interferências externas.
        A migração das bases de dados para o dispositivo de armazenamento, bem como 
a instalação das HBAs nos servidores e sua configuração na SAN exigiu janelas de 
paradas reduzidas por se tratarem de servidores que operam no regime 24 x 7.

7.6 Novos desafios para o ambiente de storage
A  aquisição de um  mainframe  IBM modelo Z890 criou a demanda da conexão deste 
servidor ao storage. Para tanto foi usada uma placa OSA com conector para fibra óptica 
instalada no mainframe, interligando­o ao circuito SAN, de forma que instancias linux 
instaladas no servidor conseguem (com a devida configuração) ter acesso à volumes do 
storage  através   da   rede   SAN.   Esta   estrutura   une   a   capacidade   de   armazenamento 
elevada com a capacidade de processsamento inerente ao mainframe.
       Além disso, mais um servidor foi adicionado a estrutura e, tanto na instalação do 
servidor   de   baixa   plataforma   quanto   do  mainframe,  a   SAN   continuou   funcionando 
normalmente. Deixando clara a robustez do sistema.

8. Considerações finais
Uma solução de redes de storage baseada no modelo SAN apresenta elevados padrões 
de confiabilidade indispensáveis nos requisitos de sistemas de missão critica. Outras 
soluções menos onerosas são viáveis quando as exigências dos sistemas componentes 
apresentam níveis menores de criticidade.
       A SAN instalada na PRODEPA vem confirmar os requisitos de estabilidade e 
confiabilidade além de desempenho e segurança prometidos por esta tecnologia.
       Com esta SAN foi possível centralizar de forma segura a gerência do espaço 
disponível que pode ser alocado de forma dinâmica para várias aplicações que estão 
conectadas ao dispositivo de storage. O gerenciamento do becape também foi facilitado, 
sendo executado de forma automatizada e consistente.
      A escalabilidade em sistemas heterogêneos também é um requisito atendido a 
medida   que   vão   sendo   inseridos   os   novos   sistemas   ­   inclusive   no   ambiente   de 
mainframe.  As   modificações   são   feitas   com   o   ambiente   em   produção,   sem   afetar 
nenhum dos sistemas em operação, o que comprova a robustez do ambiente.
        Isto   posto,   ficam   comprovadas   as   vantagens   no   uso  de   uma   rede   SAN   com 
dispositivos  de armazenamento  em grande capacidade  para a utilização  em sistemas 
heterogêneos de missão crítica.

Referências
ARAI, Nádia Keiko. Gerenciamento Eletrônico de Documentos, 2003.56 f. Trabalho de 
  conclusão   de   curso   (Graduação   em   Ciência   da   Computação).   Departamento   de 
  computação, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2003.
SUN Microsystems, 2002. Design and Administration of Storage Area Networks (ES­
  475):  Instructor   Manual.   Revision   8.1.   Sun   Educational   Services.   Palo   Alto  ­
  Califórnia ­ U.S.A, 2002
SUN Microsystems, 2003.  Sun StorEdge™ 6320 System and 6120 Array Instalation 
  and   Administration   (ES­343):   Student   Guide.  Revision   A.   Serviços   Educacionais 
  Sun. Palo Alto ­ Califórnia ­ U.S.A, 2003
SUN Microsystems, 2004. Installing and Configuring Storage Area Networks (ES490): 
  Student Guide.  Revision A.3.  Serviços Educacionais Sun. PaIo Alto ­ Califomia ­ 
  U.S.A, 2004.
TORRES, Gabriel; e LIMA, Cássio. 2006. Tudo o Que Você Precisa Saber Sobre o 
  Serial   ATA.   Disponível   em:   <http://www.clubedohardware.com.br/artigos/564/1>. 
  Acesso em: 21. fev. 2007.
WHITTINGTON, Willis.  2006.  Desktop  and Enterprise  Disk Drivers  ­ A World  of 
 Difference. SNIA ­ Storage Networking Industry Associationl. [S.I.]. 2006.
NetAPP.  IP  SAN  Solutions   Introduction   to   iSCSI.  Disponível   em:   <www.netapp. 
  com/products/san/introduction.html> acesso em 21. fev. 2007.
CORRÊA,   Willian.   Discos   SATA   (Serial   ATA);   dependendo   não   vale   a   pena. 
  Disponível   em:   <   http://muitomaisti.blogspot.com/2006/12/discos­sata­serial­ata­
  dependendo­no.html>. Acesso em 21.fev.2007.

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Rede SAN para armazenamento de dados

  • 1. Redes SAN: Solução para Armazenamento de Dados com  Grande Capacidade – Estudo de caso PRODEPA Paulo Lourinho Centro de Ciências Exatas e Naturais (CCEN) Departamento de Informática ­ Universidade Federal do Pará (UFPA) Belém, PA – Brazil plourinho@gmail.com Abstract. An widely accepted solution to systemize the storage of data in a  heterogeneous   IT   environments   of   low   platform   is   the   use   of   a   storage  network, which consists in a sets of interconnected hard disks to the servers of   a network of high performance. This network can present diverse models that   uses specific protocols and softwares for management. The   PRODEPA   adopted   a   solution   of   storage   with   model   SAN   to   consolidate the bases of some of his main systems. Its shows the implantation   of some characteristics of a current network storage. Resumo.  Uma   solução   amplamente   aceita   para   sistematizar   o   armazenamento   de   dados   em   ambientes   de   TI   heterogêneos   de   baixa   plataforma   é   a   instalação   de   uma   rede   de   storage,   que   constitui­se   por   conjuntos   de   discos   rígidos   interconectados   aos   servidores   utilizando   uma  rede  de  alto   desmpenho.   Esta  rede  pode  apresentar  diversos  modelos  que   empregam protocolos e softwares específicos para o seu gerenciamento. A PRODEPA adotou uma solução de storage com o modelo SAN para  consolidar as bases de alguns dos seus principais sistemas. Sua implantação   exemplifica várias características de uma rede de storage atual. 1. Introdução A problemática do armazenamento e recuperação de dados pode ser balizada em cinco  pontos básicos: 1) A crescente massa de dados resultante das transações cotidianas nas  organizações   exige   memória   de   massa   escalável;   2)   Os   dados   normalmente   estão  dispersos   em   vários   servidores   dentro   de   uma   corporação;   3)Pode   ser   impossível   a  recuperação   dos   dados,   no   caso   da   ocorrência   de   uma   catástrofe   se   não   houverem  arquivos de becape  adequados; 4)A disponibilidade dos dados deve ser garantida aos  sistemas   de   TI   mesmo   na   ocorrência   de   falhas   e;   5)   Os   sistemas   de   informações  existentes em uma empresa, via de regra, possuem características heterogêneas. Aparentemente,   a  mais   salutar  solução   encontrada  para   o  armazenamento  de  grande capacidade em baixa plataforma, é a utilização de dispositivos específicos para  armazenamento que são ligados aos servidores de informações por meio de uma rede de  comunicação de dados (chamada comumente de rede de storage). Esta tecnologia traz  inúmeras vantagens para o gerenciamento da informação em uma empresa. Neste   artigo   será   explicada   de  forma   sucinta   a   importância   da   segurança   de  dados e do gerenciamento de um ambiente de armazenamento de dados. Para tanto, 
  • 2. serão pontuadas as características de um esquema de armazenamento usual, que não  trabalha   concentrando   seus   dados   em   um   dispositivo   único.   Em   seguida   serão  apresentadas   razões   para   a   adoção   de   um   esquema   de   armazenamento   de   grande  capacidade,   e   os   seus   modelos   básicos,   bem   como   algumas   das   características   de  tecnologias de storage disponíveis. Para   sedimentação   do   assunto,   será   mostrada   a   solução   de   armazenamento  adotada na Empresa de Processamento de Dados do Estado do Pará ­ PRODEPA, e a  seguir   serão   abordadas   as   considerações   finais   sobre   redes   para   dispositivos   de  armazenamento, bem como sobre o estudo de caso em questão. 2. Segurança de dados A crescente massa de dados resultante das transações cotidianas, que por vezes incluem  objetos multimídia, exige grande espaço de memória permanente. Estes dados, muitas  vezes   colecionados   por   décadas,   perdem­se   em   questão   de   minutos   quando   da  ocorrência de uma catástrofe. Certamente mais corriqueira, mas não menos danosa para uma empresa, do que  uma catástrofe é a destruição dos dados por pessoas, mal intencionadas ou não, (muitas  das vezes pessoal interno) que têm acesso aos dados por falha de segurança no sistema  ou política de acesso. É importante que os dados estejam acessíveis a quem é de direito, caracterizando  com isso um ambiente seguro, podendo manter os dados consistentes e desta forma,  confiáveis para utilização. Uma   vez   perdido   o   ambiente   computacional   é   possível,   num   tempo  relativamente   reduzido   (ainda   que   hajam   elevados   custos),   a   recuperação   dos  equipamentos bem como do software básico e aplicativo envolvido.  Hardware  novo  pode ser comprado e posto para funcionar. Software é facilmente adquirido e instalado. Quanto aos dados armazenados, pode­se considerar impossível sua recuperação  integral caso não existam cópias becape adequadas. Segundo uma pesquisa do  Gartner Group,  ARAI(2003), duas em cada cinco  empresas que têm seus dados perdidos por catástrofes saem do mercado em até cinco  anos. Isto   posto,   fica   clara   importância   de   se   manter   a   segurança   de   dados,   não  somente   no   ambiente   de   produção,   fator   que   contribui   para   a   estabilidade   no  crescimento   do   espaço   de   armazenamento   (certeza   na   produção   cotidiana   de   uma  empresa), mas também na geração de cópias de segurança, facilitando a execução de um  plano de contingência no caso da perda dos dados de produção. 3. Cenário pré­storage É fato muito comum, a heterogeneidade em tecnologia da informação dentro da maioria  das empresas. Não somente no que diz respeito aos equipamentos e aos sistemas básicos  e   aplicativos,   como   também   das   próprias   bases   de   dados.   Esta   característica   é,  normalmente,   o   resultado   da   falta   de   planejamento   quando   da 
  • 3. aquisição/desenvolvimento dos sistemas da empresa. Em   um   ambiente   heterogêneo,   cada   aplicação   exige   a   entrada   de   um   novo  servidor para produção, que opera isolado. O dimensionamento de um servidor neste  contexto segue duas vertentes: 1) O servidor é sub­dimensionado por questões de custo,  e toma­se insuficiente para atender às demandas do sistema em pouco tempo, exigindo a  troca de equipamento o que incide em custo adicional para a empresa; e 2) O servidor é  super­dimensionado, o que significa um investimento alto para a empresa em recursos  desnecessários, ainda que momentaneamente, ficando portanto sub­utilizados por um  certo período de tempo. É importante lembrar que inevitavelmente os equipamentos se  tomarão obsoletos com o tempo. Além do fator custo, a adoção de servidores isolados infere outras características  que se interpõe ao bom gerenciamento das informações. São elas: • Espaço em disco limitado à quantidade instalada no servidor e quantidade de  discos   limitada   à   capacidade   de   baias   do   equipamento   ­   Servidores,   em   sua  maioria,   utilizam   discos   SCSI   cujo   valor   de   mercado   está   muito   acima   dos  discos ATA utilizados em computadores pessoais. É importante pensar que a  simples troca por discos de maior capacidade além de gerar custo operacional  por parada do serviço implicará em gastos pela compra de novos discos e perda  de equipamentos dentro da sua vida útil. Ao passo que o super­dimensionamento  de disco recai no investimento com retomo retardado. • Bancos   dispersos   ­   servidores   independentes   implicam   dizer   que   qualquer  solução   "pontual"   é   aceita,   a   fim   de   atender   a   demanda   imediata,   sem  comprometimento com a longevidade do investimento. Assim, vários sistemas  de bancos de dados podem ser adotados, cada qual com suas características,  exigindo   seu   software   de   becape   e   suas   ferramentas   de   gerenciamento  específicas.  Além do custo implícito,  este cenário oferece dificuldade  para o  administrador   dos   dados, que  deverá  dominar   várias   ferramentas   distintas  de  gerenciamento, tomando­o, portanto mais susceptível ao erro; • O   gerenciamento   não   é   centralizado   ­   o   que   pode   desfavorecer   alguns   dos  sistemas do ambiente, já que o monitoramento dos sistemas estará dependente da  "lembrança" do administrador. Figura   1.  Estrutura  de  um   ambiente  de  plataforma   baixa   com  dispositivo  de  armazenamento de grande capacidade.
  • 4. Estas características direcionam o ambiente TI para um caos administrativo. A  estabilidade deste cenário pode ser conseguida iniciando pela adoção de um dispositivo  de   armazenamento   de   grande   capacidade   em   conjunto   com   uma   estrutura   de  comunicação  que provenha a  transferência  de  dados  entre  os  sistemas  propriamente  ditos e o dispositivo de storage (Figura 1). 4. Por quê Utilizar Storage? Para   prover   aos   sistemas   de   bancos   de   dados   uma   estrutura   com   gerenciamento  facilitado, algumas características que induzem à utilização de um modelo de  storage  para o ambiente de armazenamento de dados são desejáveis, tais como: • Deve  ser  permitido  o  aumento   de  espaço  em   disco  conforme   a  demanda  de  crescimento das empresas; • Quanto   mais   dispersa   for   a   estrutura   de   armazenamento   de   dados,   mais  complexa será sua reestruturação no caso de perda, o que pode ser resolvido ao  se centralizar o armazenamento; • No cenário atual, é exigência comum a disponibilidade da informação mesmo na  presença de falhas nos sistemas de TI, o que exige um sistema robusto (tolerante  a falhas) para armazenamento de dados; • O armazenamento de dados em dispositivos especialistas libera os recursos do  servidor de banco de dados para a execução do processamento de transações,  tomando o sistema como um todo mais eficiente. • A heterogeneidade dos sistemas legados, muitas vezes não pode ser dissolvida  sem impactos prejudiciais para a empresa. Manter os sistemas legados, nestes  casos, é requisito obrigatório. • É   desejável   uma   única   ferramenta   capaz   de   gerenciar   os   dispositivos   de  armazenamento de dados, bem como as políticas de becape independentemente  do sistema de banco de dados envolvido. • A política de becape deve gerar um ambiente consistente para recuperação no  caso de perdas. • A   gerência   fica   mais   eficiente   quando   é   centralizada.   Um   único   foco   no  gerenciamento permite um controle mais efetivo de segurança e disponibilidade; As características acima podem ser atendidas quando implantada de uma solução  de storage, podendo a partir daí utilizar ferramentas que permitam o gerenciamento de  forma centralizada. 5. Modelos Básicos de Storage Atualmente existem disponíveis no mercado, basicamente, três modelos de solução de  armazenamento com grande capacidade, a saber: • DAS ­ Direct attached storage (storage de ligação direta), onde os dispositivos  de   armazenamento   são   conectados   diretamente   aos   servidores   (Sun 
  • 5. Microsystems, 2002) sendo, portanto, gerenciados por estes. (figura 2(a)). Este  modelo   apresenta   a   inconveniência   de   utilizar   a   própria   rede   local   para  transferências de grandes massas de dados (como a execução de um becape),   além de incumbir o servidor de banco de dados do gerenciamento dos discos, o  que significa custo computacional para o servidor, além do overhead de tráfego  na rede, por conta dos acessos ao storage; • NAS ­ Network attached storage (storage ligado a rede), cujos dispositivos de  armazenamento   estão   diretamente   conectados   à   rede   (figura   2(b)),   (Sun  Microsystems,   2002).   Como   o   DAS,   este   modelo   ocupa   a   rede   local   com  elevado tráfego de dados, degradando o rendimento total da rede para outras  aplicações. Pelo fato dos dispositivos de armazenamento estarem diretamente  conectados à rede, esta configuração é essencialmente insegura; Figura 2. Modelos de soluções de armazenamento (Sun Mycrosystems, 2002) –  com adaptações • SAN ­ Storage area network, (rede de área de storage) que é composta por uma  rede dedicada à interconexão dos dispositivos de armazenamento e servidores  (Sun Microsystems, 2002), que serve tanto como canal de gerenciamento quanto  como canal para transporte de dados entre os componentes da SAN (figura 2(c)).  Isto   livra   a   rede   local   da   carga   dos   dados   entre   os   dispositivos   de  armazenamento   e   os  servidores   de   bancos   de   dados,  além   de  garantir   maior  segurança e rendimento aos acessos nos dispositivos de armazenamento. Esta é a  solução mais onerosa. 6. Tecnologias de Storage Para implantação de uma rede de storage, independente do modelo, essencialmente três  pontos devem ser pensados: 1) Os discos utilizados para o armazenamento; 2)a rede por  onde todos os dados irão trafegar; e 3) os softwares responsáveis pelo gerenciamento do  sistema como um todo e becape. A seguir cada um destes pontos será sucintamente discutido com o objetivo de  elucidar questões pertinentes a cada um dos componentes que envolvem uma tecnologia  de storage. 6.1. Os discos A diferença entre dispositivos de disco concebidos para servidores e para desktops está  nos requisitos de projeto: Enquanto os primeiros necessitam de alto ciclo de trabalho, 
  • 6. alta   confiabilidade   e   escalabilidade   além   de   garantir   a   velocidade   de   acesso   e  integridade dos dados, os discos para desktops estão mais preocupados em baixo custo  com   alta   capacidade   de   armazenamento   em   baixa   potência   (velocidade   de   acesso)  (WHITTINGTON, 2006). Hoje, basicamente, duas tecnologias de discos rígidos estão disponíveis para o  mercado de servidores: SATA e SCSI. A tecnologia SCSI (Small Computer Systems Interface ­ Interface para Sistemas  Computacionais   de   Pequeno   Porte)   criada   originalmente   para   atender   demandas   de  servidores em baixa plataforma, apresenta  maior custo por byte, entretanto fornece os  benefícios de alto rendimento e confiabilidade para um grande volume de transações. Os   discos   ATA  (Advanced   Technology   Attachment  ­   Ligação   de   Tecnologia  Avançada),   mais   conhecidos   como   discos   IDE  (Integrated   Drive   Electronics,  ou  Eletrônica   de  Drive  Integrada)  (TORRES   e  LIMA,  2006),  que   foram  originalmente  projetados para micros desktops, deram origem aos discos SATA (Serial ATA ou Serial  Advanced Technology Attachment ­ Ligação Tecnologia Avançada Serial) ao agregarem  requisitos para utilização em servidores tal como elevado desempenho, constituindo­se  assim em uma alternativa  menos onerosa que a utilização  de discos SCSI. Segundo  Willian  Corrêa (disponível em : http://muitomaisti.blogspot.com/2006112/discos­sata­ serial­ata­dependendo­no.html)   estes   discos   apresentam   certos   problemas   quando  submetidos a altas taxas de transações com elevado volume de dados. Portanto,   seguindo   a   recomendação   do   mesmo   autor,   a   utilização   de   discos  SATA   deve   limitar­se   a   projetos   cujos   requisitos   sejam   baixo   custo   com   alto  desempenho   em   um   pequeno   volume   de   transações.   Já   se   os   requisitos   forem  desempenho de médio a alto para um grande volume de transações com garantia de  disponibilidade, a recomendação é que sejam usados discos SCSI. 6.2. As redes O  segundo ponto a ser analisado, é o canal de comunicação entre os dispositivos de  armazenamento e os servidores propriamente ditos. Aqui serão discutidas somente as  redes do modelo SAN. Hoje as SANs São encontradas em duas formas: 1) SAN's  Fibre Channel  que  utilizam infra­estrutura em fibra óptica e o protocolo FCP (Fibre Channel Protocol); e  2)   IP   SANs,   que   utilizam   a   infra­estrutura   de   uma   rede   ethernet   e   o   protocolo   de  comunicação iSCSI (disponível em: www.netapp.com/products/sanlintroduction.html). As   redes   SAN   devem   ser   capazes   de   suportar   altas   taxas   de   transmissão   de  dados. Por este motivo, tradicionalmente a tecnologia utilizada para redes de storage  utiliza fibra óptica como meio fisico. O protocolo utilizado é o FCP que impõe uma  relação um para um entre os volumes do storage (um volume é um espaço lógico dos  pools  de discos fisicos) e os servidores, utilizando para isso dispositivos de hardware  chamados HBA1,s (Host Bus Adapter) que convertem os sinais do barramento PCI em  protocolo FCP ou SCSI. 1: Uma HBA pode ser encontrada com outro nome em uma solução proprietária
  • 7. Esta relação biunívoca entre os dispositivos assegurada pelas HBA's garante a  segurança do sistema  em ambientes  compartilhados,  pois  um servidor nunca poderá  manipular uma área de disco no  storage  (um volume) que já esteja relacionada com  outro servidor. Outros protocolos, além do FCP, podem ser utilizados sobre a infra­estrutura em  fibra óptica de uma SAN São: FCIP  (Fibre Channel  sobre TCPIP) e IFCP  (Internet   Fibre Channel Protocol) A alternativa de baixo custo às redes SAN é a utilização das SAN com iSCSI,  que  empregam uma estrutura de rede ethernet (ativos e passivos da rede) com o mesmo  conjunto de comandos SCSI sobre o protocolo TCP/IP. É   importante   salientar   que   a   redução   de   custos   trazida   com   a   utilização   de  equipamentos padrão ethernet nas redes SAN traz consigo uma sobrecarga devida ao  processamento de encapsular e desencapsular os comandos SCSI dentro de pacotes IP.  O retardo se toma mais evidente porque as maiores velocidades alcançadas em redes  ethernet não ultrapassam à taxa de 1 Gbps. 6.3. Os Sofwares Um ponto bem mais controverso que os anteriores, é a escolha dos softwares que serão  utilizados tanto para configuração e gerência propriamente dita da rede SAN quando  para a execução das tarefas de becape. Como a maioria das soluções SAN disponívies no mercado é proprietária, elas já  trazem   incluso   seu   próprio  software  de   gerenciamento.   Cabe,   portanto   a   equipe   de  implantação   do  sistema   de  storage  analisar   as   soluções   existentes,   e   averiguar   qual  software  é mais compatível com suas necessidades  em termos de facilidade de uso,  coerência com o ambiente e relação custo/beneficio, sobretudo para licenças adicionais  que serão necessárias no caso da inclusão de um outro sistema no ambiente de storage. Com relação aos softwares de becape, deve­se ter em mente como requisito de  escolha, a capacidade deste de trabalhar em todas as plataformas existentes no ambiente  de   TI   que   se   deseja   consolidar,   a   fim   de   se   evitar   dificuldades   de   gerência   pela  utilização   de  softwares  diversos   para   becape.  A   observação   acerca   da   relação  custo/beneficio bem como para licenças adicionais também cabe aqui. 7. Estudo de caso O estudo de caso apresentado tem por objetivo trazer uma experiência prática acerca da  implantação de uma solução de storage para a Empresa de Processamento de Dados do  Estado do Pará ­ PRODEPA. A solução estudada já está em funcionamento na empresa. 7.1. Objetivos da Consolidação A   motivação   para   a   implantação   de   um   sistema   de   armazenamento   de   dados   na  PRODEPA está na idéia de “Consolidar as bases de informações em um dispositivo de  armazenamento   único   e   tolerante   a   falhas   de   maneira   a   garantir   o   gerenciamento  centralizado   bem   como   políticas   consistentes   para   distribuição   dos   recursos   e  contingência”, lembrando­se que as plataformas são diversas (ver item 7.2).
  • 8. Isto posto, nota­se que todas as características desejáveis podem ser atendidas  com a estruturação de uma rede SAN, juntamente com a implantação de um sistema de  storage e becape. 7.2. Sistemas candidatos Os sistemas eleitos para fazer parte da rede de storage da PRODEPA, são os seguintes: • SISP: Sistema de segurança pública. Utiliza a plataforma Linux ES  Enterprise  3, com Oracle 10g sobre um servidor Intel Xeon 3.0 GHz (4 processadores). O  banco   possui   cerca   de   50   GB   com   cerca   de   1300   usuários   revesando­se   no  regime   24   X   7,   realizando   transações   através   de   uma   aplicação   WEB   com  agente. • ERGON: Banco de dados do sistema da folha de pagamento do Estado. Trabalha  na plataforma Windows 2003 Server cujo servidor é um AMD 64 Opterom 850  MHz dual processado. A instância de banco é Oracle 9i com cerca de 220 GB de  arquivos de dados, para uma utilização diária de aproximadamente 300 usuários  com aplicação em Forms /Report; • DW:  Sistema   de  datawarehouse  para   informações   gerenciais   ao   governo   do  estado. O hardware utilizado é uma estação Sun, modelo V880 Ultra Sparc com  8 processadores de 900 MHz com sistema operacional Solaris 9.0. O banco de  dados utilizado é o Cachê 5.0.14. Sua base se aproxima de 100 GB com cerca de  50 usuários diariamente. • LOTUS   NOTES:  É   o   correio   eletrônico   oficial   do   Governo   do   Estado.   Sua  plataforma é composta de um hardware baseado em 2 processadores Intel Xeon  CPU 2.8 GHz sobre o qual roda o Windows 2003 Server. Utilizando o Lotus  Notes   5.0.4  Host   Integration,  com   aproximadamente   63   GB   de   dados   e  utilização diária para as aplicações de groupware e workflow. 7.3. O modelo de storage adotado na PRODEPA A prodepa utilizou para consolidar suas bases de dados em um sistema de  storage  o  modelo   SAN   com   infra­estrutura   em   fibra   óptica   e   protocolo   de   comunicação   FCP  arbitrated loop. Com objetivo de manter a robustez do sistema as  fabrics  foram duplicadas, de  forma que uma funciona independente da outra, acrescentando tolerância a falhas por  redundância de hardware. O   dispositivo   de  storage  é   um  Sun  6320  composto  de  4  bandejas  de  disco  modelo 6020 também da Sun, cada uma com 13 discos em raid 5 sendo 1 disco de hot  spare perfazendo um total de espaço no storage de 3.18 TB, que serão divididos entre  os sistemas já apontados mantendo­se uma reserva para a inserção de sistemas futuros  (figura 3).
  • 9. Figura 3. Estrutura da fabric SAN na PRODEPA Para   realizar   os   becapes  em   todas   as   bases   consolidadas   no  storage,  foi  empregada uma biblioteca de fitas da Sun modelo L100 com capacidade para 100 fitas  LTO­2 de 200 GB cada, sem compressão. A   conexão   dos   servidores   à   rede   SAN   foi   feita   utilizando   HBAs   da   marca  Emulex   para   os   sistemas   baseados   em   Windows   e   Qlogic   para   os   Baseados   em  Unix/Linux. Os dois concentradores ópticos utilizados (independentes) são da marca  Brocade modelo 3850. Uma rede ethernet conectada a rede local da empresa permite o gerenciamento  da SAN através de qualquer micro da rede local que tenha o agente e um  browser  instalado. 7.4. Ganhos Obtidos A implantação da rede SAN trouxe consigo a estabilidade dos sistemas que dela fazem  parte.   Os   problemas   com   espaço   de   armazenamento   foram   sanados,   permitindo   um  gerenciamento   pró­ativo   e   coerente   do   espaço   em   disco,   além   de   garantir   a  escalabilidade tanto dos sistemas já componentes da SAN quanto para novos sistemas  que podem ser inseridos no ambiente sem prejuízo para os já existentes. O rendimento de servidores que atendem aos bancos de dados, citados no item 
  • 10. 7.2, voltou a ser satisfatório mesmo sem mudanças no hardware. As políticas de becape puderam ser replanejadas, sendo executadas de maneira  automatizada e confiável utilizando o  robot  de fitas. Os monitoramentos referentes à  execução dos becapes são feitos através de logs da ferramenta empregada com esse fim  na solução. 7.5. Dificuldades encontradas O maior empecilho enfrentado durante a instalação da rede SAN foi o fato de se tratar  de nova tecnologia, desconhecida para toda a equipe envolvida. Prévios   treinamentos   fornecidos   pelos   desenvolvedores   da   solução   adquirida,  para   a   aprendizagem   dos   novos   paradigmas   que   envolvem   a   tecnologia,   bem   como  consultoria on­site no momento da instalação inicial foram imprescindíveis para que a  equipe mantivesse o serviço em funcionamento nos seus primeiros meses e, a posteriori,  garantir a estabilidade e continuidade dos serviços sem interferências externas. A migração das bases de dados para o dispositivo de armazenamento, bem como  a instalação das HBAs nos servidores e sua configuração na SAN exigiu janelas de  paradas reduzidas por se tratarem de servidores que operam no regime 24 x 7. 7.6 Novos desafios para o ambiente de storage A  aquisição de um  mainframe  IBM modelo Z890 criou a demanda da conexão deste  servidor ao storage. Para tanto foi usada uma placa OSA com conector para fibra óptica  instalada no mainframe, interligando­o ao circuito SAN, de forma que instancias linux  instaladas no servidor conseguem (com a devida configuração) ter acesso à volumes do  storage  através   da   rede   SAN.   Esta   estrutura   une   a   capacidade   de   armazenamento  elevada com a capacidade de processsamento inerente ao mainframe. Além disso, mais um servidor foi adicionado a estrutura e, tanto na instalação do  servidor   de   baixa   plataforma   quanto   do  mainframe,  a   SAN   continuou   funcionando  normalmente. Deixando clara a robustez do sistema. 8. Considerações finais Uma solução de redes de storage baseada no modelo SAN apresenta elevados padrões  de confiabilidade indispensáveis nos requisitos de sistemas de missão critica. Outras  soluções menos onerosas são viáveis quando as exigências dos sistemas componentes  apresentam níveis menores de criticidade. A SAN instalada na PRODEPA vem confirmar os requisitos de estabilidade e  confiabilidade além de desempenho e segurança prometidos por esta tecnologia. Com esta SAN foi possível centralizar de forma segura a gerência do espaço  disponível que pode ser alocado de forma dinâmica para várias aplicações que estão  conectadas ao dispositivo de storage. O gerenciamento do becape também foi facilitado,  sendo executado de forma automatizada e consistente. A escalabilidade em sistemas heterogêneos também é um requisito atendido a  medida   que   vão   sendo   inseridos   os   novos   sistemas   ­   inclusive   no   ambiente   de 
  • 11. mainframe.  As   modificações   são   feitas   com   o   ambiente   em   produção,   sem   afetar  nenhum dos sistemas em operação, o que comprova a robustez do ambiente. Isto   posto,   ficam   comprovadas   as   vantagens   no   uso  de   uma   rede   SAN   com  dispositivos  de armazenamento  em grande capacidade  para a utilização  em sistemas  heterogêneos de missão crítica. Referências ARAI, Nádia Keiko. Gerenciamento Eletrônico de Documentos, 2003.56 f. Trabalho de  conclusão   de   curso   (Graduação   em   Ciência   da   Computação).   Departamento   de  computação, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2003. SUN Microsystems, 2002. Design and Administration of Storage Area Networks (ES­ 475):  Instructor   Manual.   Revision   8.1.   Sun   Educational   Services.   Palo   Alto  ­ Califórnia ­ U.S.A, 2002 SUN Microsystems, 2003.  Sun StorEdge™ 6320 System and 6120 Array Instalation  and   Administration   (ES­343):   Student   Guide.  Revision   A.   Serviços   Educacionais  Sun. Palo Alto ­ Califórnia ­ U.S.A, 2003 SUN Microsystems, 2004. Installing and Configuring Storage Area Networks (ES490):  Student Guide.  Revision A.3.  Serviços Educacionais Sun. PaIo Alto ­ Califomia ­  U.S.A, 2004. TORRES, Gabriel; e LIMA, Cássio. 2006. Tudo o Que Você Precisa Saber Sobre o  Serial   ATA.   Disponível   em:   <http://www.clubedohardware.com.br/artigos/564/1>.  Acesso em: 21. fev. 2007. WHITTINGTON, Willis.  2006.  Desktop  and Enterprise  Disk Drivers  ­ A World  of  Difference. SNIA ­ Storage Networking Industry Associationl. [S.I.]. 2006. NetAPP.  IP  SAN  Solutions   Introduction   to   iSCSI.  Disponível   em:   <www.netapp.  com/products/san/introduction.html> acesso em 21. fev. 2007. CORRÊA,   Willian.   Discos   SATA   (Serial   ATA);   dependendo   não   vale   a   pena.  Disponível   em:   <   http://muitomaisti.blogspot.com/2006/12/discos­sata­serial­ata­ dependendo­no.html>. Acesso em 21.fev.2007.