O documento descreve o aproveitamento dos resíduos do coqueiro no Brasil, incluindo a casca de coco verde e seca, folhas e cachos. Ele detalha o processo de trituração, compostagem e usos dos produtos resultantes como substrato para plantio e fonte de nutrientes no solo.
Curso Aproveitamento Resíduos do coqueiro 16.07.08 final.ppt
1. Tabuleiros Costeiros
Aproveitamento da casca de Coco
e Outros Resíduos do Coqueiro
Maria Urbana Corrêa Nunes
Doutora em Produção Vegetal
Pesquisadora
Embrapa Tabuleiros Costeiros
3. Tabuleiros Costeiros
Brasil
Área plantada – 289.815 ha (IBGE)
Produção Anual:
~ Casca de coco verde = 1.786.500 t
~ Casca de coco seco = 1.588.000 t
~ Folhas senescentes = 1.158.617 t
~ Cachos (sem fruto) = 472.905 t
TOTAL = 3.418.022 t/ano
Resíduos do Coqueiro
4. Tabuleiros Costeiros
Aproveitamento dos resíduos
do coqueiro
Impacto Ambiental
• Utilização de matéria-prima infinita e
renovável
• Redução da poluição atmosférica -
queima
• Redução do volume de lixo depositado
no meio ambiente.
5. Tabuleiros Costeiros
Impacto social
Nova fonte de emprego e renda, desde
a fase de coleta até a sua utilização na
agricultura
Saúde pública - redução dos focos de
multiplicação de insetos vetores de
doenças (Cullex ssp e Aedes egyptian)
e animais peçonhentos
6. Tabuleiros Costeiros
Impacto Econômico
• 1,0t de resíduo → 400kg de
substrato ou composto
• Brasil: 3.418.022 t/ano
• Potencial: 1.367.208.800 t/ano de
composto ou substrato
•O,20/kg = R$273.441.760
• Produção de mudas e plantio de vegetais -
impacto significativo na recuperação de
solo, produção agrícola e no
reflorestamento
11. Tabuleiros Costeiros
Pó da casca de coco
Hidrofílico
Alta porosidade
Melhorador de solo – retenção de água,
estruturação, capacidade de retenção de
nutrientes
Excelente estimulador de enraizamento de
plantas
Incorporação ao solo - pó curtido
Fonte renovável sem riscos ecológicos
13. Tabuleiros Costeiros
FIBRA
Celulose: 33% a 43%
Lignina: 41% a 46%
Hemicelulose: 0,15% a 0,25%
Pectinas: 2,75% a 4%
Pectinas - solúveis em água quente.
Lignina e a hemicelulose – material cimentante
entre as células - aumentam em proporção
direta à idade do fruto.
19. Tabuleiros Costeiros
Outras utilidades da casca
• Fonte alternativa de combustível
>Briquetes - valor calórico -3.200 e 4.000
kcal/kg
> Endocarpo “Quenga”
> Casca sem beneficiamento
* Prevenir o desmatamento irracional
• Artesanato
20. Tabuleiros Costeiros
Teores de macronutrientes em
resíduos coletados em Sergipe
RESIDUOS N P K Na Ca Mg S Cl
%
Casca verde de coco
verde (Híbridos e anões)
0,66 0,15 1,83 0,25 0,18 0,11 0,06 1,25
Casca de coco seco
(Híbridos e anões)
0,45 0,08 1,79 0,32 0,19 0,10 0,05 1,49
Casca de coco seco
(gigante)
0,31 0,03 1,31 0,41 0,15 0,10 0,05 1,16
Folha seca de coqueiro
anão
0,82 0,08 0,72 0,36 0,66 0,44 0,12 0,53
Folha seca de coqueiro
gigante
0,67 0,17 0,08 0,51 0,73 0,33 0,17 0,54
Pedúnculo floral de
coqueiro anão
0,67 0,16 1,84 0,66 0,42 0,49 0,08 1,20
Pedúnculo floral de
coqueiro gigante
0,52 0,06 0,86 0,00 0,24 0,31 0,07 0,92
Pó de casca de coco seco 0,45 0,03 1,60 0,38 0,24 0,14 0,06 1,80
21. Tabuleiros Costeiros
Teores de micronutrientes em
resíduos coletados em Sergipe
RESIDUOS Mn Zn Fe Cu B C/N
ppm
Casca de coco verde
(Híbridos e anões)
2,78 11,25 142,50 6,16 20,92 77
Casca de coco seco
(Híbridos e anões)
2,11 11,12 105,96 5,59 19,00 102
Casca de coco seco
(gigante)
6,60 8,73 45,47 15,58 23,63 120
Folha seca de
coqueiro anão
38,60 10,41 230,72 5,05 17,51 50
Folha seca coq.
gigante
184,64 16,55 130,22 2,35 26,44 66
Pedúnculo floral de
coqueiro anão
1,70 17,01 69,92 4,04 24,51 52
Pedúnculo floral de
coqueiro gigante
7,49 9,60 52,45 3,46 26,06 64
Pó casca coco seco 17,66 7,45 449,28 3,13 25,57 101
22. Tabuleiros Costeiros
Tecnologia de aproveitamento
dos resíduos do coqueiro sem
gerar outros resíduos
• Brasil - tecnologia de aproveitamento das
cascas de coco seco e verde – desfibramento
• Novas e eficientes tecnologias – essenciais
à preservação do meio ambiente e melhoria
das condições de vida da população
•Produção de alimentos saudáveis – matéria
orgânica
23. Tabuleiros Costeiros
Produção de matéria
orgânica
Compostagem
Decomposição controlada, exotérmica e bio-
oxidativa de materiais de origem orgânica por
microorganismos
> Ambiente úmido, aquecido e aeróbio
> Produção de dióxido de carbono, água, minerais
e matéria orgânica estabilizada
Processo ecológico, bio-ativo e dinâmico - viabiliza a
transformação de resíduos poluidores do meio
ambiente e de difícil biodegradação natural -
nutrientes para as plantas e em produtos
enriquecedores da qualidade do solo e dos meios de
cultivo em contêiners.
24. Tabuleiros Costeiros
Processo de compostagem
Fases
> Fitotóxica
> Semicura
> Maturação
Fitotóxica
> Aquecimento rápido, desprendimento de
calor, vapor d’água e dióxido de carbono
> ácidos orgânicos (fórmico, propiônico,
butírico, capróico e cáprico) e principalmente
acido acético e toxinas danosas às plantas
25. Tabuleiros Costeiros
Processo de compostagem
Semicura – material ainda não apresenta as
caracteristicas físicas, biológicas e químicas
ideais – não danoso
Maturação ou Humificação - propriedades
físicas, químicas e biológicas, cor escura,
bastante brilho quando úmido, cheiro de terra
e aspecto de massa amorfa
26. Tabuleiros Costeiros
Microrganismo na compostagem
Variação das espécies de microrganismos em
cada fase
> Mesófilos -Termófilos – Mesófilos
> Temperatura = ambiente
Elementos essenciais: Carbono e Nitrogênio
> Exigência : Carbono maior que o N
> Microrganismos - 30:1
27. Tabuleiros Costeiros
Relação C/N e o tempo de
compostagem
Biodegradação da casca de coco
Atuação da população microbiana -
influencia diretamente no processo
biodegradativo-antecipar – INOCULANTES
Nutri-Húmus: aditivo biológico - bactérias
aeróbicas e anaeróbicas - humificação
1:1 (casca de coco:esterco bovino)
8 ANOS → 120 DIAS
12:1 - 8 ANOS → 210 DIAS
29. Tabuleiros Costeiros
Fases do Processo
• Trituração
• Lavagem da fibra e pó (substrato)
• Hidrolização ácida das fibras
• Inoculação das fibras com acelerador
biológico
• Montagem, monitoramento e manejo da
leira de compostagem aeróbica
34. Tabuleiros Costeiros
Hidrolização ácida das
fibras
Fibra alta resistência
Solução de ácido fosfórico - 3 litros de
ácido:1000 litros de água não clorada - 10
toneladas de casca triturada
Folhas, pedúnculos, ramos florais e
brácteas
36. Tabuleiros Costeiros
Inoculação da fibra
Inóculo
> 400 litros de água não clorada,
> 1,0 litro do acelerador
> 2,0 kg de açúcar cristal
> 800 g de leite em pó desnatado
Homogeneizar - fermentar durante 72 horas.
Adicionar mais 1600 litros de água não clorada
↓
2000 litros/10 toneladas de resíduos → 36
horas da hidrolização
39. Tabuleiros Costeiros
Montagem da leira
Casca triturada (fibra+pó), esterco bovino ou
ovino, folhas + cachos e brácteas na
proporção de 2:1:1
Camadas ou misturados
41. Tabuleiros Costeiros
Manejo da leira
Condições - trabalho microrganismos
Reviramento – finalidade -15 dias
45 dias – reaplicação do acelerador
Monitoramento
> intervalo: 5 - 7 dias
> Temperatura: parte mediana da altura da
leira, em três a cinco pontos a cada 20 metros
de comprimento
> Termômetro com escala de 0 a 80ºC
> Vergalhão – 7 mm
43. Tabuleiros Costeiros
Manejo da leira
Temperatura
> 15 a 20 dias - 60ºC a 70ºC
> Após esse período - 40ºC a 55ºC
> Temperatura ambiente - humificação
45. Tabuleiros Costeiros
Manejo da leira
Umidade interior - 60%
Monitoramento
Secagem em estufa ou teste-da-mão
> 05 pontos/20m de leira - inferior, mediana
e 30 cm do topo