1. CBF "não se opõe" à Liga, mas diz que formato apresentado é
inviável
Walter Feldman, secretário-geral da CBF, declarou nesta terça-feira, após a Assembleia Geral da entidade, que a
confederação "não vai se opor" à realização de um torneio organizado pela Liga Primeira, com clubes de Rio Grande do Sul,
Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Mas o dirigente fez uma série de ressalvas para que a competição
seja realizada. Para a CBF, no formato atual, não é possível homologar a competição.
- A legislação brasileira e o calendário têm que ser respeitados. Fazer de qualquer jeito não é um bom caminho. Do jeito que
está hoje, objetivamente, não é possível entrar no calendário nacional, não é possível homologar a vinculação da Liga à
CBF, de uma Liga que não está respeitando os trâmites.
O presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, se mostrou otimista em relação à realização da Liga já
em 2016 e afirmou que as federações também precisam "ceder um pouco":
- Eu acho que a Liga já sai no ano que vem. O campeonato deles tem só cinco datas, é pouco. Então cabe ao pessoal das
federações ceder um pouco, porque esses campeonatos são bons para os clubes. Para fazer a Copa do Nordeste a gente teve
que ceder um pouco também, e hoje é um sucesso.
Já o presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, Rubens Lopes, discursou em tom oposto. Ele continua não
acreditando que a competição saia no próximo ano. Um dos pontos questionados por Lopes foi o conflito de datas com o
Campeonato Carioca. A final da Liga na tabela divulgada nesta segunda cairia no mesmo dia de rodada da segunda fase do
Carioca.
- Acho muito difícil que a Liga ocorra em 2016. O calendário já foi divulgado e não temos datas - disse Lopes, que deixou a
reunião satisfeito com a posição adotada pela CBF de exigir o cumprimento dos estatutos.
Castelar Neto, presidente da Federação Mineira de Futebol, também discursou em tom de necessidade de diálogo para
atender aos pedidos da CBF:
- O que a CBF disse é que existem condições técnicas que devem ser observadas, tais como respeito ao calendário, férias
para os atletas, pré-temporada, intervalo entre partidas, questões de STJD, arbitragem e todas essas questões que envolvem
os bastidores dos grandes campeonatos. Tudo isso tem que ser deliberado entre a diretoria de competições da CBF e a
diretoria de competições da recém-criada Liga Sul-Minas-Rio. A CBF tem que avaliar a possibilidade técnica de se atender
o calendário tal qual foi divulgado. Faltam agora esses ajustes técnicos que devem acontecer nos próximos dias.
A Liga considera que a Assembleia Geral realizada pela CBF nesta terça-feira não tem efeito por ter "vício de origem". No
entendimento da entidade, os clubes das Séries A e B teriam que ser chamados a participar da Assembleia - e não foram. A
filiação da Liga à CBF será discutida em outra ocasião.