8. Do tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as suas crianças?
9. Naqueles adultos cheios de problemas que hoje são os filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum as suas crianças perdidas .
10. Sem dores, sem choros. Aquela criancinha da qual você morria de saudades, chega. Símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um Filho seu que lhe é devolvido.
11. E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito de o amar com extravagância.
12. Ao contrário, causaria espanto, decepção, se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.
13. Sim, tenho certeza de que a vida nos dá netos para nos compensar de todas as perdas trazidas pela velhice.
14. São amores novos, profundos e felizes, que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis.
15. É quando vai embalar o menino e ele, tonto de sono, abre o olho e diz: "Vó ", que seu coração estala de felicidade, como pão no forno! Rachel de Queiroz
16. Texto :Rachel de Queiroz - Jornalista e escritora Nasceu em Fortaleza aos 17/11/1910 Faleceu no R.de Janeiro em o1/11/2003 Formatação : NC 16/09/2008 A todos que já são avós! E àqueles que, se Deus permitir, também serão avós!