O documento resume a vida e obra de Antonio Benetazzo, um ativista político brasileiro que lutou contra a ditadura militar de 1964. Detalha sua juventude na Itália e no Brasil, seu envolvimento com o Partido Comunista e movimentos estudantis. Descreve como Benetazzo se tornou um guerrilheiro urbano durante a ditadura, fundando o jornal Imprensa Popular, antes de ser preso, torturado e assassinado pelo regime em 1972, aos 30 anos de idade. O documento também destaca como um grupo de estudantes
2. Benetazzo Presente! Dossiê de resgate da memória de Antonio Benetazzo produzido por um coletivo de alunos do terceiro ano da E.E. Thomaz Ribeiro de Lima, turmas de 2010, coordenados pela professora Rose Mary Teles Sousa.
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4. Eles eram desprendidos, generosos, Um dia milhares de jovens em nosso país sonharam com um mundo mais justo e sem opressão. feitos de coragem, de confiança, de amor.
6. Antonio Benetazzo chegou criança ao Brasil, vindo da Itália. Em Caraguatatuba fez seus estudos ginasianos.
7. Fundador do grêmio no Thomaz, as inclinações política e artística já eram percebidas pelos amigos e mestres.
8. Aluno brilhante, fez o secundário em Mogi das Cruzes e ingressou na Universidade de São Paulo. Ganhava a vida dando aulas em cursinhos. Faculdade de Filosofia/USP Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
9. Filiado ao Partido Comunista, o jovem atuava no movimento estudantil e desenvolvia sua produção artística.
10. Após o golpe de 64, começa a militar na Dissidência Estudantil. Com o endurecimento do regime, integrará a ALN, de Carlos Marighella.
11. O caminho para a luta armada e a clandestinidade será quase um imperativo para aqueles que não aceitam o cerceamento da liberdade.
12. Em 1969, Antonio Benetazzo vai para Cuba, fazer treinamento para guerrilha. Com outros companheiros funda o MOLIPO (Movimento de Libertação Popular).
13. Hoje pode parecer inverossímil, mas os jovens daquela época tentaram mudar o mundo.
14. No final de 1971, aos 30 anos, Benetazzo volta ao país, utilizando outros nomes e disfarces. Organiza a luta. Funda o jornal Imprensa Popular. Apaixona-se por Cida Horta e juntos esperam um bebê.
15. Eram os chamados anos de chumbo, em que a repressão fez o maior número de vítimas. Foi assim com ele: perseguido, preso, torturado e assassinado pelo regime.
16. Benetazzo morreu no dia 30 de outubro de 1972, às vésperas de completar 31anos. Mas sua breve trajetória é repleta de vida, generosidade, inteligência, coragem e beleza. Nosso coletivo foi atrás das histórias que estavam guardadas na memória de seus amigos.
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18. O presente projeto promoveu o diálogo entre essas duas gerações, para que juntas possam refletir sobre o que passou, resistindo assim ao esquecimento. São essas histórias que nossos jovens ouviram e querem compartilhar.
19. A história oral é uma poderosa forma de aproximação, escuta, diálogo e respeito. Os vínculos que se criam entre os entrevistadores e os depoentes reforçam a sensação de coletividade que se insere não apenas no espaço, mas na dimensão temporal, histórica.
20. Como Benetazzo, nos idos de 1960, nossos jovens subiram a serra, para conhecer novos espaços. Espaços que encerram nossa memória. E ela nos foi contada pelos sobreviventes de um duro período.
21. Através de Antônio Benetazzo homenageamos a todos que perderam a vida na luta contra a ditadura militar e também aos sobreviventes que continuam lutando por um mundo fraterno, no qual a justiça e a liberdade não serão apenas privilégios de alguns.
22. Projeto Benetazzo presente! Pesquisa, seleção de imagens e montagem Isabela HeilGonsalves Rose Mary Teles Sousa Fotos de Antonio Benetazzo: arquivo da família Músicas Adágio - TomasoAlbinoni Inverno - Vivaldi maio de 2011