1. TERRENO DO
GOLFINHO ESTÁ
“BLOQUEADO”
Quem consultar a Secretaria de
Urbanismo de Curitiba sobre a
DSF-Doq
possibilidade de erguer alguma obra
no local verá que já foi oficializado
o interesse do município em A área do antigo Golfinho, abandonada por muitos anos,
desapropriá-lo. ::Página 7 foi colocada à venda pelos atuais proprietários.
Do Quintal
R$ 1,50 Curitiba, dezembro de 2011 - Ano I - Número 7
João de Noronha
Um jornal a serviço dos moradores da região do Pilarzinho, Mercês, Vista Alegre, Abranches, São Lourenço e Bom Retiro.
O BAIRRO
» Boom imobiliário
muda a paisagem
VO
SI
O desenvolvimento imobiliário
C LU na área dos parques
EX de Curitiba tem gerado
preocupação dos moradores.
São condomínios residenciais
e sobrados que estão
QUE MESMO
mudando o perfil da região.
::Página 5
“SANATÓRIO”
PRÓXIMO ERA
» Boas novas para
a Cruz em 2012
QUE BATIZOU Região da Cruz do Pilarzinho
O BAIRRO deverá ter um ano novo
RETIRADO
DARÁ LUGAR A
cheio de novidades.
Dentre elas, a chegada da
CONDOMÍNIO integração do transporte
coletivo, a inauguração da
do
A Federação Espírita primeira agência bancária
Paraná (FE P) vai transferir e novos empreendimentos
o
o Hospital Psiquiátric residenciais e comerciais.
Bom Retiro para um ::Página 3
ar,
outro local. Em seu lug
uma áre a nobre de 65 O Bairro Bom Retiro fica apenas a dois quilômetros do Marco Zero
mil metros quadrados de Curitiba, mas só teve seu desenvolvimento acelerado a partir do fi-
65
onde ele funciona há » Derrubada de
anos, a inc orporadora nal dos anos 70. Até então, boa parte dele parecia mais uma zona rural. árvores gera
Invespark construirá Hoje é um dos bairros com melhor qualidade de vida da cidade.
e protestos
prédios residenciais
um comerci al, cujas 150 ::Páginas 8, 9, 10 e 11. O sumiço de árvores de um
P.
lojas ficarão para a FE terreno próximo à Cruz do
o
O “Sanatório” como
, Pilarzinho causou protestos
, é um
hospital é conhecido dos moradores que estão
marco histórico do bairro, cada vez mais preocupados
rgiu
cujo nome inclusive su com a extinção de áreas
dele. ::Página 9
verdes na região.
::Página 4
» Almanaque traz
dicas para o Natal
Confira receitas, sugestões
de presentes e curiosidades
sobre a festa natalina.
::Páginas 14 e 15
João de Noronha
2. Curitiba, dezembro de 2011
»2 Do Quintal
CARTA AO LEITOR
O despertar do
O ano de 2011 chega ao fim
e o Jornal Do Quintal
chega à sua sétima edição
interesse pela bicicleta
discutindo assuntos de
interesse dos moradores
da região dos parques de
Curitiba, nossa principal
área de abrangência.
Muitos desses assuntos
na terra dos pinheirais
ainda não chegaram às
suas conclusões, como a (*) Rafael Milani Medeiros Curitiba tem 4.600 km de ruas,
Q
transformação do antigo
cerca de 30 quilômetros de ciclovias de uso
Clube do Golfinho num uilometragem em ciclovias é exclusivo das bicicletas e cerca de 90 km de
centro de atendimento à um indicador de desenvolvi- calçadas de uso compartilhado e todos os
população, o registro da mento cicloviário, assim como bairros bem sabem o resultado, tanto para o
Cruz do Pilarzinho como a participação da bicicleta no pedestre como para o ciclista, desta manei-
um monumento histórico, total de deslocamentos efetuados em uma ra curitibana de “incentivar” a caminhada e
e o Código Florestal e cidade. Esses dados refletem o quanto cada o uso da bicicleta. As cidades européias que
sua aplicação no Paraná. cidade se esforça para aumentar o uso da bi- ainda insistiam em gastar cada vez mais em
E por isso continuamos
cicleta como meio de transporte e o quanto avenidas, pontes e viadutos que só resulta-
acompanhando-os.
a sociedade aceita e adere a ideias mais sus- vam em mais engarrafamentos, inverteram Ciclista em faixa compartilhada
Nesta edição, abordamos um tentáveis em termos de transporte. seus investimentos e estão aplicando mi- em Curitiba.
outro assunto que é menos No Brasil, o total de quilômetros em ci- lhões em transporte público e infraestrtu-
uma pauta que pede solução clovias de todas as cidades com mais de um ra cicloviária. Um exemplo é Londres que realidade nas ruas, com o respeito que que-
do que um desafio com o milhão de habitantes não chega à metade da construirá em menos de dois anos 12 aveni- remos ver não só para a bicicleta, mas para
qual teremos de conviver quantidade que uma só cidade européia tem das expressas para bicicletas ligando o subúr- os pedestres e usuários de transporte coleti-
ao longo dos próximos dentro de seu território. Menos de 2% do to- bio ao seu centro. Isso em, “bike highways”. vo. Não temos tempo, precisamos de metas
anos: o boom imobiliário tal de deslocamentos das capitais brasileiras Demoraram 30 anos para ver que seus vizi- com datas e orçamento para a promoção da
que tem mudado o perfil de são efetuadas em bicicleta. Reconhecer que nhos, apesar de terem uma frota imensa de bicicleta como meio de transporte. 4km de
nossa região. E, mantendo a todas as metrópoles brasileiras deixaram de veículos (como a nossa), estimulavam sua ciclofaixa foram pintados no centro em 10
proposta do jornal de resgate lado o desenvolvimento do transporte lim- população para usá-los a menor quantidade dias. Quanto a prefeitura poderia entregar
de nossa memória, narramos po, econômico, rápido, promotor da saúde de vezes possível. neste ritmo até outubro do ano que vem?
histórias do bairro Bom e do bem estar é o primeiro passo para que Vejo um despertar na terra dos pi-
Retiro e sua transformação, possamos reparar as perdas deste erro políti- nheirais e fico feliz. Espero que esta vontade
já que o bairro perde uma de co que é ignorar as qualidades da bicicleta se de promover o uso da bicicleta transcenda as Rafael Milani Medeiros é designer,
mestrando em Gestão Urbana pela
suas principais referências, utilizada, expressivamente, em meio urbano. próximas eleições e partidos e se torne uma PUC-PR e morador do Pilarzinho.
o Hospital Espírita de
Psiquatria que, inclusive, deu
origem ao seu nome.
Um ano de luta pelo Pilarzinho
A intenção é a de, neste
momento, propor uma
reflexão sobre esse
desenvolvimento, e lembrar
que ele deve vir aliado à (*)Denise Baroni mais corpo e servindo como exemplo de como é possível modificar a
preservação de nossos realidade do próximo com boa vontade e trabalho.
recursos ambientais, A Rede de Desenvolvimento Local do Pilarzinho entrou em 2011 Podemos dizer que a Rede amadureceu em 2011 e está articula-
garantindo, assim, uma no seu segundo ano de atuação, com o desafio de cumprir as metas da para promover o desenvolvimento do bairro em 2012. Deixamos
cidade efetivamente propostas em 2010 e manter a coesão do grupo, ampliando-o e for- aqui o nosso muito obrigado a todos aqueles que trabalharam pelo
sustentável. Como presente talecendo-o. E encerramos o ano com um balanço bastante positivo.
bem comum em 2011
de Natal, é isso que Além da confirmação do interesse da Prefeitura em resgatar o imóvel
Só falta um componente para que nossos sonhos traçados na pri-
desejamos receber como do antigo Clube do Golfinho para atender à comunidade, durante o
meira .reunião, realizada numa noite fria na Paróquia São Marcos, há
cidadãos. Um presente caro ano também foram lançadas as sementes para a criação de uma en-
e desejado e, por que não, tidade que congregue moradores e comerciantes do bairro e para a exatos dois anos, se tornem realidade: A SUA PARTICIPAÇÃO!!
envolto em um jornal raro, formação de um Conselho de Segurança no Pilarzinho. Lembrando que a Rede não tem partido político, não tem cor, não
porque ético. Ou seja, 2011 mostrou o que é possível fazer para melhorar a qua- tem religião, não tem classe social... A Rede somos todos aqueles que
lidade de vida quando as forças comunitárias se organizam e têm o vivemos, transitamos e somos acolhidos por esse bairro. Em 2012,
Feliz Natal e um 2012 repleto
apoio do poder público. apaixone-se pelo lugar onde você vive, resgate suas tradições e venha
de paz, esse é o desejo da
Durante os encontros e trocas de idéias, a comunidade também fazer parte desse grande movimento de transformação de vida.
equipe do jornal Do Quintal a
todos os seus leitores. identificou a importância do fortalecimento da educação formal que Acesse www.desenvolvimentolocal.org.br ou ligue 3271-7614,
insira nos educandos os princípios de cidadania e valores comunitá- e conheça o plano de ações para o Pilarzinho. Cadastre-se e ajude a
rios. Da mesma forma, a importância da integração entre a comuni- construir o bairro dos seus sonhos! A rede somos todos nós!
dade e as instituições públicas de ensino. Nesse sentido, os trabalhos
desenvolvidos pela professora Sonia Brusch estão tomando ainda (*) Coordenadora da Rede de Desenvolvimento Local no Pilarzinho.
Do Quintal
EXPEDIENTE
Propriedade da Editora
Douglas de Souza Fernandes
CNPJ: 12.339.920/0001-18 Uma questão respondermos, quase que automaticamente:
Claro, deve haver uma autorização legal para
não encontravam canais de expressão.
O fato é que a explicação dada pela
de ordem
Jornalista Responsável: isso. Mas, são vários questionamentos que empresa de que o corte foi autorizado pela
Ângela Ribeiro DRT 1574
surgem a partir daí: será que o corte dessa Prefeitura Municipal levantou uma outra
Diretor de Redação: árvore era, de fato, necessário? Será que pergunta: Será que a Prefeitura tem todas as
Douglas de Souza Fernandes
Ângela Ribeiro
necessária sua derrubada para a construção ferramentas para coibir o que a consciência
Projeto gráfico e diagramação: da concessionária da empresa francesa social deveria determinar? É o reverso da
Eduardo Picanço Aguida e A polêmica em torno da derrubada de
Paulo Augusto Krüger de Almeida. Citroën em Curitiba? moeda, se temos a lei não precisamos mais
uma araucária na Avenida Mateus Leme
Amplamente divulgada nas páginas nos preocupar. Se a lei autorizou é legal e,
Endereço: Rua Professor Ignácio Alves no mês de novembro acabou por expor
e Souza Filho, 343, sociais da internet, a imagem da queda portanto, inquestionável? É a tentativa de
Pilarzinho, CEP 82110-450. uma questão bastante recorrente: será que da araucária chegou a obrigar a empresa transferir as responsabilidades para uma
as nossas leis ambientais estão, de fato, a se explicar em sua página do Facebook. autoridade, resquícios do sistema patriarcal.
Telefones: 3527-0501 e 9892-4606.
E-mails: jornalismo@doquintal.com.br, colaborando na defesa do Meio Ambiente? Tempos modernos, qualquer ação gera Se a principal justificativa é sempre a
contato@doquintal.com.br, Quando vemos a notícia de que uma
comercial@doquintal.com.br.
reação mais rápida através dos debates que autorização legal, será que não precisamos
árvore protegida por lei foi derrubada, ganham mais rapidez através da internet. somar a ela, a consciência ética em todas as
Impressão: Editora O Estado do Paraná
pensamos logo: mas será que os órgãos Enfim, as redes sociais são utilizadas para esferas? A araucária foi derrubada porque
Tiragem: 10.000 exemplares competentes sabem disso? Para em seguida, articular movimentos de cidadãos que antes estava condenada. Certo. Mas, por quem?
3. Curitiba, dezembro de 2011
Do Quintal »3
Notas - Do Quintal
Novos tempos para a Cruz
O ano de 2011 termina trazendo
várias novidades para a Cruz do
Pilarzinho, que prometem dar um
novo ritmo à região já no próximo ano. Para 2012, estão previstos o Em obras 1 vereador José Maria (PPS), entidades assistenciais e
início de operação do Sistema de Integração Temporal de Transporte, que recebeu a informação da hospitais. Em agosto último,
O entorno da Cruz também está gerência regional do Banco por exemplo, ela se apresentou
a inauguração da primeira agência bancária da região, além da
em obras. Num amplo terreno Bradesco. Segundo Zé Maria, na comemoração dos 50
implantação de novos comércios e inauguração de novas unidades
da esquina da Hugo Simas com o pedido foi feito para vários anos do Hospital de Clínicas
habitacionais em seu entorno. Na edição de julho deste ano, o Do
a Ignácio Gbur estão sendo bancos, mas só o Bradesco (foto). No eclético repertório,
Quintal fez reportagem sobre a história da Cruz e de como, apesar
levantados vários sobrados percebeu o potencial da região sucessos internacionais e
de ser a principal referência do bairro, aquele marco histórico já não
residenciais. Já bem em frente para abrigar uma agência. clássicos brasileiros, além de
era mais percebido por quem passava pelo local. Também descobriu
à Cruz, na esquina com a São Sua assessoria informou que composições próprias. Escolas
que a Cruz ainda não era oficialmente considerada um monumento
Domingos, será erguida uma o Banco atualmente está ou entidades interessadas
por não ter registro no Município. Por isso, o Do Quintal entrou com
panificadora. Ali funcionava o negociando a locação de um podem conseguir mais
pedido de seu registro como um patrimônio da cidade.
Bar Hollywood, fechado após terreno nas proximidades. A informações pelo telefone
a morte, em abril este ano, de intenção, disse, é inaugurar a 3022-3326, ou e-mail Clovis@
Via Crucis Seu Edwino Polak, o incansável agência em outubro de 2012. taticomovel.com.br.
defensor da Cruz, que era o
O processo continua em análise na Prefeitura. Depois de passar pela dono do prédio.
Unidade de Interesse de Preservação – IPUC, foi enviado para
...eatrás devem
a Secretaria de Urbanismo que o encaminhou para a análise do
vir mais...
Departamento do Meio Ambiente. Em seguida, o processo foi enviado
à Fundação Cultural e avaliado pelo Departamento do Patrimônio. No A expectativa é que a partir da
último dia 5, o processo chegou à Unidade de Cadastro Técnico que, instalação da primeira agência
finalmente, determinará os trâmites necessários para a efetivação do bancária no Pilarzinho, outros
registro do lote da cruz, primeiro passo para que exista, oficialmente, bancos façam o mesmo. É uma
como um monumento de Curitiba. questão de “marcar terreno”.
É exatamente o que está
acontecendo com o bairro Bom
Integração 1 Retiro. Por muito tempo, aquela
Confraternizando
Em obras 2
população não foi atendida por Mais uma vez, a festa oferecida por
A administradora da Regional Boa Vista, Janaína Lopes Gehr, nos Antes de dar lugar ao bar, o nenhum banco, até que o Itaú Romário Luis Palhares pode ser
informou na última semana que a Cruz do Pilarzinho receberá, a prédio era a casa dos Polak, resolveu abrir uma agência no considerada o “aniversário do
partir de 2012, a chamada Integração Temporal de Transporte. Ou pioneiros da região. A viúva local. Em seguida, vieram o ano” no Pilarzinho. Em outubro,
seja, em vez da integração ser feita em um terminal, é feita a partir de seu Edwino, Nena Polak, Santander e o Bradesco deve ele recebeu centenas de amigos
de uma máquina instalada em um ponto, onde o passageiro passa o informou que um de seus inaugurar nos próximos dias, do bairro e vindos de outras
cartão e paga uma passagem, mas tem direito a utilizar um segundo netos irá montar uma moderna sem contar a Caixa, que está partes da cidade para um
ônibus sem pagar nova passagem. panificadora no local. Como em fase final de construção. almoço e uma tarde inteira de
o prédio antigo é tombado boa música, na Associação dos
pelo patrimônio e não pode Magistrados. No palco, o grupo
Integração 2 ser derrubado, será feita uma Reconhecimento musical de Zezinho e Natal, que
Janaína explicou que o sistema já está em teste no Santa Quitéria e construção a partir do que brindou os presentes com MPB
A Banda Tático Móvel, formada
no Xaxim, e que a Urbs lhe garantiu que, a partir do ano que vem, existe. A terra depositada há de alta qualidade e o melhor do
pela família Salvadori, residente
chegará também ao Pilarzinho. Ela lembra que isso vai atender meses em frente ao prédio, samba. Na foto, Romário com a
no Pilarzinho, recebeu no
a uma das principais reivindicações dos moradores, que há anos segundo ela, será usada para esposa Amélia.
último dia 9, na Câmara
pleiteiam a instalação de um terminal na região da Cruz. Estudos igualar o terreno, ao lado do
Municipal de Curitiba, o Prêmio
mostraram, porém, a inviabilidade de se construir um terminal na prédio, ao nível da rua.
João Batista Gnoato, que
região, por causa da falta de espaço para sua implantação.
homenageia personalidades
locais que se destacam na
Lá vem o Bradesco...
área musical da cidade. Por
Outra reivindicação dos moradores proposição do vereador José
que deverá ser atendida em Maria (PPS), a banda foi uma
2012 é a instalação de uma das homenageadas pelo
agência bancária no bairro. trabalho social que realiza,
A confirmação foi dada pelo apresentando-se em escolas,
ASSESSORIA
Feltes CONTÁBIL
Assessoria e
Consultoria
CRC -PR 15546-0-9 Contábil
Constituição e
R. Victório Viezzer, 148, Mercês
regularização de
Fone/Fax: (41) 3026-6867 empresas, Imposto
E-mail: ffeltes@milenio.com.br de Renda e
Site: feltescontabilidade.com.br Condomínios.
4. Curitiba, dezembro de 2011
»4 Do Quintal
Área dos parques terá rede de esgoto
A Sanepar pretende atender a toda a região, chegando até Almirante Tamandaré
Foto: DSF
Ângela Ribeiro
A
região dos parques Tanguá e Tingui vai começar a ganhar uma rede de esgoto a partir do ano que
vem. É a primeira fase das obras que têm início previsto para o mês de julho de 2012 e cuja con-
clusão está prevista para o início de 2014. Trata-se do início de um amplo projeto que pretende
estender a rede de esgoto até o município de Almirante Tamandaré. A primeira etapa prevê a
instalação de uma rede coletora, sem a qual fica impossível estender o sistema de esgoto da região. Todo o
sistema coletor terá 4,5 km e vai custar R$ 2 milhões. Segundo Paulo Roberto Franco, gerente da Unidade
Regional Curitiba Norte da Sanepar, a primeira parte do projeto já tem recursos assegurados.
A instalação do coletor Barigui norte é fundamental nessa fase inicial para possibilitar a extensão da
rede até o Parque Tanguá, seguindo a bacia do Rio Barigui e chegar à estação de tratamento de esgoto de
Santa Quitéria. A segunda etapa, cujo projeto está em fase de conclusão, pretende estender essa rede até o
bairro de Cachoeira, em Almirante Tamandaré, passando pelo Taboão e Abranches, alcançando a região do
parque Tingui, até a estação de Santa Quitéria. Com a conclusão da segunda etapa é que toda a região será
beneficiada com um sistema de esgoto.
Dona Angélica Gava Nikos mostra por onde
Segundo o gerente da Unidade Norte da Sanepar, embora os recursos para a segunda etapa ainda não chega o esgoto que está contaminando sua área.
tenham sido captados, a Sanepar está otimista uma vez que tanto o governo estadual, quanto o federal, atra-
vés de órgãos como o BNDES, Caixa Econômica ou através do PAC, têm demonstrado boa vontade com
projetos de saneamento. “Essa obra, inclusive, já está no plano diretor da Sanepar”- assegurou.
Parte do esgoto é desviada
para rios e fundos de vale
João de Noronha
Derrubada
Em sua fase inicial, o projeto pela prefeitura que conta com seis
vai atender apenas parte de bairros equipes técnicas habilitadas para o
como o Taboão e Abranches, onde serviço: “Chegamos a fazer 2.400
de árvore moradores há anos vêm tentando
chamar a atenção dos órgãos com-
vistorias por mês, fora a averigua-
ção de denúncias que podem ser
provoca petentes para a urgência da amplia-
ção da rede de esgoto para a região.
feitas pelo 156. No caso de conta-
minação por esgoto irregular, o res-
protestos
Mônica Bajerski, moradora há ponsável é notificado e multado.”
50 anos do bairro do Taboão, afir- Eliana Ribeiro, síndica do con-
ma que a maioria dos moradores domínio localizado nos fundos
tem fossas em suas casas, mas é caro da propriedade de Dona Angélica
O desaparecimento de fazer sua manutenção, uma vez que Gava Nikos, explicou que o sistema
algu¬mas árvores num terreno deve ser esvaziada a cada três me- de coleta de esgoto particular do
na es¬quina da Avenida Hugo ses: “Muita gente acaba fazendo condomínio, que reúne 11 mora-
Simas com a Avenida Raposo manilhas e desembocando parte dores, já foi vistoriado pelos fiscais
Tavares, no Pilarzinho, causou Placa que anunciava a construção foi derrubada. do esgoto em terrenos, em fundos da prefeitura, mas não conseguiram
indigna¬ção e gerou protes- de vale”. detectar a origem do esgoto. Para
tos de mora¬dores do bairro. presenta a preservação de mais critérios do Meio Ambiente.” É o que acontece na propriedade detectar o origem do problema, se-
Manifestantes chegaram a pi- de 50% da área verde. O Alvará Segundo a funcionária, de Dona Angélica Gava Nikos que gundo a síndica, teria de ser solicita-
char a placa do licenciamento 300206 da Prefeitura prevê a não há previsão para o início afirma estar há mais de um ano so- da uma vistoria pelos moradores da
ambiental com palavras como construção de escritórios numa das obras, e o adiamento nada licitando junto à Prefeitura a resolu- rua de cima de onde, aparentemen-
“assassinos”. Tra¬ta-se de uma área onde haviam árvores isola- tem a ver com os protestos dos ção para o problema de um esgoto te, vem a água da chuva, misturada
propriedade par¬ticular que foi das, pre¬servando os fundos do mora¬dores. “Trata-se de uma quem vem sendo despejado no com o esgoto.
vendida para a Faculdade Opet terreno, onde está a mata nativa. política interna da empresa que fundo de sua propriedade, na Rua Dona Regina Jaroz, moradora
que pretende construir sua sede Segundo Jaqueline não vê a obra como prioridade Maria de Lurdes Nikos. “Já existem do bairro do Taboão há 62 anos,
administrati¬va no local. Snak, fun¬cionária do setor no mo¬mento”- explicou. A fa- vários protocolos na Prefeitura e, lembrou que a limpeza de uma fos-
Segundo a Secretaria administrati¬vo da Opet, foram culdade pretende construir, no até agora, nada foi feito. Não conse- sa custa uma média de R$ 350,00 e
Muni¬cipal do Meio Ambiente, necessários quatro anos para Pilarzi¬nho, sua sede adminis- guem localizar a origem esse dejeto isso leva muitos moradores a joga-
a li¬cença ambiental, obedecen- conseguir o li¬cenciamento trativa que hoje está espalhada que ameaça as nascentes de minha rem apenas parte do esgoto nesse
do à Lei Municipal 9806/2000, junto à Secretaria do Meio Am- em vários pontos da cidade. A propriedade.” sistema: “O bairro cresceu, muitos
de¬terminou que apenas três biente e o proje¬to inicial teve funcioná¬ria fez questão de es- Segundo José Tadeu Motta, di- moradores canalizam para as bocas
mil, dos sete mil metros qua- de passar por vá¬rias alterações. clarecer que toda a vegetação retor de Recursos Hídricos e Sane- de lobo que seriam somente para a
drados do terreno, fossem des- “Até o layout do prédio teve de existente no fundo do terreno amento da Secretaria do Meio Am- água pluvial. O resultado é que mui-
tinados à construção, o que re- ser mudado para obedecer aos será preservada. (AR) biente, toda denúncia é vistoriada to esgoto desemboca em rios”.
Anunciadas obras para
transformar a Vila Nori
Um total de 174 famílias timentos vão beneficiar dire- Barigui. As obras de relo-
que vivem às margens do tamente 299 famílias e fazem cação dessas famílias fazem
Rio Barigui, na Vila Nori, parte dos R$ R$ 3,5 milhões parte, inclusive, de uma ação
no Pilarzinho, serão reloca- captados pela Prefeitura no estratégica da Prefeitura para
das e outras 125 famílias te- Banco In¬teramericano de a implantação do Plano Dire-
rão suas propriedades regu- Desenvolvi¬mento (BID), tor de Drenagem, que prevê
larizadas pela Prefeitura. O dentro do Pro¬grama Inte- o desassoreamento do Rio
projeto prevê ainda obras de grado de Desenvol¬vimento Barigui. Para o prefeito Lu-
urbanização, saneamento bá- Social e Urbano. ciano Ducci, “será uma gran-
sico, energia elétrica, asfalto A Vila Nori está sujeita de trans-formação urbana,
e recuperação ambiental da às restrições ao uso habita- ambiental e principalmente
área. A Vila Nori é uma das cional já que fica localizada social, que ti¬rará essa co-
mais antigas áreas de inva- às margens da Área de Pre- munidade de situ-ações de
são da capital. Ela começou servação Permanente (APP) riscos como alaga¬mentos e
ainda nos anos 70. Os inves- do córrego afluente do rio insalubridade.”
5. Curitiba, dezembro de 2011
»5
Do Quintal
Boom imobiliário
Fotos: João de Noronha
transforma região
dos parques
Condomínios e sobrados ocupam espaços antes
Rua particular em loteamento para
ocupados pelos grandes quintais e áreas verdes onstrução de condomínio, no Pilarzinho
Angela Ribeiro
O Grandes quintais viram
d esenvol v i m ento
imobiliário na re-
gião dos parques de
Curitiba tem chama-
condomínios de sobrados
do a atenção e gerado preocupa- O grande número de ter- ção de condomínios de so-
ção entre os moradores da região. renos irregulares, com fun- brados, reduzindo o número
A exemplo do que já aconteceu em dos de vale e áreas de pre- de quintais, antes comuns
bairros como Vista Alegre e Mer- servação determinadas pela na região: “ O aumento no
cês, um boom imobiliário está ace- presença de nascentes e rios poder aquisitivo, além de
lerando a transformação de bair- acaba atraindo um tipo es- programas habitacionais do
ros como o Pilarzinho, Tanguá, pecífico de construtor para governo federal, fez com que
Abranches, Taboão e São João, bairros como o Pilarzinho, uma grande parcela da po-
que ficam no entorno dos parques Tanguá, , Abranches , Ta- pulação tivesse acesso à casa
Construção de sobrados mudam paisagem no Pilarzinho.
Tanguá, Tingui e São Lourenço. boão e bairro São João. Se- própria. Isso aqueceu o mer-
São condomínios residenciais e gundo Jorge Luiz Kalno- cado de vendas para jovens,
terrenos na região há dez anos já ideia é manter uma grande área
sobrados que, aos poucos, estão wski, corretor de imóveis na por exemplo, que preferem
prevendo o crescimento da cida- verde nesses condomínios porque
mudando o perfil desses bairros. região, são empreendedores comprar um sobrado em pe-
de em direção a esses bairros. A isso agrega valor ao nosso produ-
É crescente, por exemplo, a que têm recursos para inves- quenos condomínios.”
empresa teria investido R$ 40 mi- to.”
construção de condomínios resi- tir nesse tipo de terreno, uma A esperança, tanto para
lhões na região, o que, segundo Um dos condomínios no bair-
denciais que têm oferecido como vez que a construção torna- corretores, como para mora-
o diretor, representou entre R$5 ro São João, nas proximidades do
principal diferencial para suas ven- -se mais cara por exigir obras dores da região, é que a ma-
a R$6 milhões por empreendi- Parque Tingui, por exemplo, cha-
das a qualidade de vida determina- de aterro e de nivelamento, nutenção às áreas verdes e o
mento. Hoje, a empresa está co- ma-se condomínio Paysage Par-
da pelas inúmeras matas da região. por exemplo. respeito ao Meio Ambiente
mercializando 252 terrenos que que e oferece terrenos a partir de
A Paysage Condomínios, empre- O fato é que com a redu- sejam, de fato, algo que agre-
giram entre R$ 180 e R$ 700 mil. 360 m2. Tipo de empreendimen-
sa responsável pelo lançamento ção das grandes áreas esses gue valor a esses imóveis,
Segundo o diretor, “eram chácaras
to que tem chamado a atenção do empreendedores têm busca- reduzindo os riscos à quali-
de inúmeros condomínios nesses que estavam há várias gerações em
bairros, está com quatro grandes público alvo do projeto que é a do terrenos para a constru- dade de vida na região. (AR)
famílias que preferem vender es-
empreendimentos prontos e com Classe A.
sas grandes áreas, até fazendo uma
vários lançamentos previstos para parceria com empreendedoras
os próximos anos. A previsão é a imobiliárias, por causa do cresci-
construção de mais seis condomí- mento da cidade que fez com que
nios nos bairros do Pilarzinho e se tornassem chácaras urbanas”.
Tanguá, além de áreas para a cons- Esses grandes terrenos tornam-
trução de quatro a oito condomí -se empreendimentos de grande
nios no bairro do Taboão. porte, como Condomínios Par-
Segundo Juliano Maran, di- ques exatamente por terem como
retor da Paysage Condomínios, diferencial as áreas verdes, inclu-
a empresa iniciou um estoque de sive, com bosques particulares. “A
Moradores chamam atenção
para a mudança nos bairros
O engenheiro florestal Gustavo Ambiente de Curitiba, no entanto,
Pacheco destacou a necessidade as leis ambientais determinam que
de critérios diferenciados para o li- em áreas não cobertas por uma rede
cenciamento de construções, na re- de esgoto, toda edificação deve pre-
gião: “Moramos numa região com ver um sistema adequado. No caso
um grande número de nascentes e de grandes loteamentos como con-
rios, com inúmeros fundos de vale domínios, a legislação exige a insta-
que exigem um tratamento diferen- lação de um sistema particular de
ciado”. tratamento correspondente ao por-
Outra preocupação é que boa te do empreendimento: “Um con-
parte das áreas de bairros como o domínio, por exemplo, deve prever
Pilarzinho, Abranches, Taboão e não somente os moradores, como
Tanguá ainda não conta com ser- a população flutuante, principal-
viço de coleta de esgoto. Segun- mente porque esse tipo de empre-
do José Tadeu Motta, diretor de endimento inclui a construção de
Recursos Hídricos e Saneamento grandes áreas de lazer”- evidenciou
da Secretaria Municipal do Meio Tadeu Motta. (AR)
6. Curitiba, dezembro de 2011
»6 Do Quintal
Bicicleta
Luis Claudio Patrício busca novos
lcpatricio@gmail.com
caminhos
Dicas para ciclistas urbanos em Curitiba
Ângela Ribeiro
Em artigos anteriores já foram dadas dicas para escolher a bicicleta e isso é proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro. No mundo inteiro, A Prefeitura de Curitiba
como iniciar nas pedaladas. Agora vamos ver algumas dicas mais as colisões por trás em bicicletas representam uma porcentagem pretende implantar 15 quilô-
direcionadas para o dia-a-dia das ruas da cidade. irrisória do total de acidentes. Os cruzamentos são os locais mais metros de vias exclusivas para
perigosos e muitas vezes a culpa é do próprio ciclista e/ou da falta a circulação de bicicletas, com
de tratamento viário adequado propiciando maior segurança e operação todos os domingos e
Seja previsível prioridade aos elementos mais frágeis do trânsito. feriados, até o segundo semes-
Essa é a regra de ouro. A bicicleta é um veículo pequeno e pode passar tre de 2012. A primeira Ciclo-
facilmente despercebida. Mesmo o mais bem intencionado dos faixa de Lazer de Curitiba, no
motoristas pode acabar sendo surpreendido por um ciclista e não 3. Manter linha reta entanto, vai funcionar apenas
conseguir evitar um acidente. Esteja atento ao trânsito e sempre Exceto em ruas congestionadas, vias locais ou com redutores de uma vez por mês, com um ca-
sinalize suas intenções. Vamos ver como se aplica esse princípio em velocidade, os carros provavelmente estarão mais rápidos do ráter educativo. A iniciativa
algumas situações. que você. Para evitar acidentes, pedale em linha reta e não faça acabou gerando protestos en-
mudanças bruscas de direção. Não esqueça também de sinalizar tre os cicloativistas que acusam
suas intenções. Isso irá reduzir drasticamente as chances de o projeto de fortalecer a visão
1. Ponto cego colisões por trás da sua bicicleta quando você estiver sendo da bicicleta como lazer e não
ultrapassado. como um meio de transporte
Evite se posicionar em alguns locais
urbano, além do fato da ciclo-
em relação ao carro que está a sua
faixa funcionar no lado esquer-
frente. Veja a figura 1.
4. Distância do bordo da pista do da via de rolamento, contra-
Pedalar muito próximo à calçada ou ao meio-fio é extremamente riando o artigo 58 do Código
perigoso pelos seguintes motivos: de Trânsito Brasileiro.
2. Pedalar na contramão Em resposta aos protestos, a
Ao contrário do que muitos acreditam, • Sarjetas e irregularidades são mais comuns nas bordas da pista.
Eles podem causar danos, tombos ou mudanças drásticas de
Prefeitura divulgou dados reve-
pedalar na contramão é bem
direção.
lando que a capital paranaense
mais perigoso. Em primeiro lugar,
tem mais ciclovias do que as ca-
os carros, ao saírem de ruas ou • Carros estacionados podem abrir a porta repentinamente e, apesar pitais de São Paulo, Porto Ale-
garagens, podem cortar sua frente de a culpa não ser sua (o artigo 49 do CTB prevê essa situação), gre e Belo Horizonte, juntas.
sem olhar na sua direção se você você pode se machucar seriamente. Foram anunciados, ainda, mais
estiver na contramão. Isso é bem 22,5 quilômetros de infraestru-
• Se por um motivo qualquer um carro se aproximar demais de você
comum de acontecer. A sua postura tura cicloviária em que já estão
(lembre-se que a distância mínima lateral deveria ser de 1,5 metro)
também é mais agressiva ao pedalar em processo de implantação.
existe um espaço de folga para você manobrar.
assim. Você está indo de encontro Gradativamente a Prefeitura
ao carro e ele vai esperar (nem • E o motivo mais importante de todos. As famosas espremidas. promete ampliar a malha ciclo-
que seja inconscientemente) que Numa rua de duas faixas, se você pedalar muito rente à calçada viária para atingir a meta de 400
você desvie ou saia do caminho. direita, você vai dar a impressão para o motorista que há espaço quilômetros prevista no Plano
Sem contar que as colisões são entre você e o carro da pista esquerda e vai ser praticamente Diretor Cicloviário de Curiti-
bem mais graves por causa da jogada pra fora. Ocupando um pouco mais a faixa, o motorista será ba. O Ippuc prevê ainda 10 km
velocidade relativa. Não é à toa que obrigado a mudar de faixa e ultrapassá-lo com mais espaço. de ciclovias na avenida Comen-
dador Franco (avenida das Tor-
res). É parte do pacote de obras
da Copa 2014 que pretende re-
5. Cruzamentos vitalizar o Corredor Aeropor-
A grande maioria dos acidentes ocorre em to/Rodoferroviária. Segundo
cruzamentos. Para garantir a segurança o projeto, as ciclovias terão co-
de pedestres e ciclistas, as ruas deveriam nexão com as estações de me-
ser projetadas para minimizar os riscos por trô. Segundo o designer Rafael
meio da redução de velocidade dos veículos Milani Medeiros, “Curitiba tem
motorizados, da priorização da travessia 4.600 km de ruas, cerca de 30
para não-motorizados e da melhoria da quilômetros de ciclovias de uso
visibilidade entre os atores do trânsito. exclusivo das bicicletas e cerca
Enquanto isso não ocorre, vejamos como de 90 km de calçadas de uso
é a forma mais segura de passar por um compartilhado”. Isso significa
cruzamento. que a maior parte das ciclovias
de Curitiba leva a bicicleta a di-
• Se você pretende seguir reto, sinalize com Numa rua de sentido único, se você for vidir espaço com o pedestre e
situações. Se for virar para esquerda
o braço sua intenção e não se aproxime virar para esquerda, mantenha-se desse não com os carros. Mas ele está
num rua de mão dupla (figura 2), a forma
demais da calçada. Isso dará a impressão lado, atravesse a rua como se fosse seguir otimista (ver artigo na página
mais segura é fazer isso em duas etapas.
ao motorista que você vai parar, virar ou até reto e só então mude de direção para 2) com o interesse que a bici-
mesmo subir na calçada. Continue do lado direito e cruze a rua (ponto
evitar “fechadas” Se começar a virar no
. cleta como meio de transpor-
“A” ao “B”) e quando o sinal abrir no outro
• Se você vai fazer uma conversão, é comecinho do cruzamento você confunde te urbano tem despertado em
sentido prossiga (ponto “B” ao “C”) Curitiba.
preciso tomar cuidado redobrado. Veja os motoristas e pode acabar causando
nas ilustrações abaixo duas possíveis • Um outro caso está ilustrado na figura 3. acidentes.
7. Curitiba, dezembro de 2011
Do Quintal »7
Prefeitura desapropriará o Golfinho
Fotos: DSF
Os atuais
proprietários
Primeira ação foi suspender aprovação
colocaram
o imóvel à venda
de alvará para construção no local
no último mês.
Douglas de Souza Fernandes da região entre R$ 2,5 milhões e R$ 3 milhões,
A
foi arrematado por R$ 730 mil por um pool de
Prefeitura de Curitiba deu o primeiro
imobiliárias capitaneado pela Mansão Imóveis, de
passo para garantir a desapropriação do
imóvel do antigo Clube do Golfinho, Pinhais, e pertencente a Thiago Pastre.
no Pilarzinho. Desde o dia 13 de Há um mês ele foi colocado à venda pela Vitória
setembro deste ano, está bloqueada a emissão de Imóveis ao preço de R$ 4 milhões e 600 mil. Quem
alvarás para qualquer tipo de construção no local. liga para a imobiliária atrás de informações sobre o
Com isso, o Município ganha tempo para estudar terreno, porém, não é informado que ele está com
qual equipamento de atendimento à comunidade o processo para construção bloqueado.
irá implantar no local e dar início de fato ao
processo para desapropriar a área, o que deverá ser » Em estudo
anunciado no ano que vem. A administradora da Regional Boa Vista,
Quem faz uma consulta para fins de construção Janaína Lopes Gehr, informou ao Do Quintal que
na Secretaria de Urbanismo (indicação fiscal está em estudo qual equipamento a ser instalado
71.090.002) depara-se com a informação de que no terreno do antigo Golfinho. Ela explicou que
trata-se de “imóvel de interesse de desapropriação não poderá ser um Clube da Gente, pois só pode
para fins de utilidade pública, para futura ser construído um deles por regional, e a Boa Vista
implantação de projetos e ou equipamentos. E que já terá o seu a partir do ano que vem no Bairro Alto,
para qualquer liberação de uso da edificação terá como anunciou o prefeito Luciano Ducci.
que ser ouvida a Secretaria Geral do Município. Uma das possibilidades, explicou Janaína, seria
O imóvel do antigo clube que pertence um Centro da Juventude – Atendimento Social
atualmente a um grupo de imobiliárias que o e Convivência, voltado para jovens entre 15 e 18
arrematou em um leilão da Justiça do Trabalho, anos. Mas só os estudos que estão sendo feitos pela
após ter ficado abandonado por mais de 10 anos. Prefeitura mostrarão qual o equipamento mais
(veja abaixo nesta página o histórico do caso ). adequado para ser instalado no local. De qualquer
o já consta o
Como o Do Quintal apurou, o imóvel de 8.312 forma, será um centro de atendimento voltado à
de Urbanism
Na Secretaria sapropriação. metros quadrados avaliado por imobiliaristas comunidade.
icipal para de
interesse mun
ENTENDA O CASO
Início - O Clube foi criado no iní-
cio dos anos 70 por um grupo de pais
que sentiam a falta de um clube exclu-
sivo de natação na cidade para os seus
filhos treinarem. Capitaneado pelo em-
presário e entusiasta da natação Berek
Kriger o grupo comprou um terreno de
pouco mais de 8 mil m2 na Rua São Sal-
vador, no Pilarzinho. Foram vendidos
250 títulos de sócios e com os recursos Dívidas - Em 2010, um grupo de moradores
construíram as primeiras piscinas. O do Pilarzinho - preocupado com os focos de mos-
Golfinho foi inaugurado oficialmente quitos criados nas piscinas abandonadas - desco-
em dezembro de 1975. briu que pesavam sobre o imóvel dívidas de R$
1.500.000,00 com o INSS e de R$ 300 mil com o
O auge – Em pouco tempo, atletas IPTU. A situação foi levada ao prefeito Luciano
do Golfinho já se destacavam no cená- Ducci, a quem foi pedido que o município desa-
rio estadual e nacional, batendo segui- propriasse o local em prol da comunidade. O pre-
dos recordes. Em 1979, clube inaugu- feito disse que a situação era complexa por envol-
rou a primeira piscina olímpica da cida- ver os governos municipal e federal.
de. Em 1986, com vários futuros nada-
dores olímpicos, o Golfinho assumiu a
segunda posição do ranking da natação Novo dono - Em julho de 2011, a reportagem
nacional, atrás somente do Flamengo do Do Quintal descobriu que o imóvel foi lei-
e à frente de clubes tradicionais, como loado pela Justiça Trabalhista e arrematado pela
Minas Tênis, Hebraica e Vasco. Mansão Imóveis, de Tiago Pastre, filho do dono
do Shopping Jardim das Américas. Entrevistado
por telefone, Tiago disse que não havia ainda pro-
O declínio – Com o afastamento
dos sócios-fundadores, o clube entrou jeto para o imóvel, e que ele só havia sido arre-
em declínio no final dos anos 90, até matado por se tratar de um “negócio de ocasião”.
ser vendido para a Sociedade Juventus,
que também afundada em dívidas, teve Para a comunidade- A informação sobre o ar-
o imóvel leiloado pelo INSS em 2003. remate foi levada ao prefeito no dia 29 de julho,
Lorival Lincol Ferreira arrematou-o quando Ducci anunciou o interesse do municí-
por R$ 600 mil a serem pagos em 60 pio em desapropriar o imóvel e construir no local
um centro de atendimento à população. Desde
Marco André Lima
prestações. Ele pagou só a primeira e
desde então o imóvel era considerado então, comunidade e ex- nadadores aguardam a
indisponível pela Justiça. confirmação oficial do que será feito no local.
8. Curitiba, dezembro de 2011
»8
Do Quintal
Ainda um Bom Retiro...
Douglas de Souza Fernandes
O
s primeiros moradores, na maior parte imigran-
tes alemães, italianos e poloneses, chegaram BOM RETIRO
por ali ainda no Século XIX e encontraram uma Regional • Matriz
natureza exuberante. Embora bem próxima de
onde havia começado a colonização de Curitiba, a região Área • 1,94 km²
demoraria mais para começar a ser urbanizada que seus vizi- • 2.783 mulheres
nhos mais distantes. Até a década de 1940 era praticamente • 2.373 homens
População
uma zona rural com amplas matas, cursos d’água, vales e coli- • 5.156 habitantes
nas. E foi justamente essa mansidão que levaria a região a ser (Censo 2010)
escolhida para a instalação de uma casa de saúde, de repouso. • Ahú, Centro Cívico, Mercês,
Bairros
Em 31 de março de 1945 era inaugurado o Sanatório Bom Pilarzinho, São Francisco,
Limítrofes
Retiro. Em pouco tempo, a região, até então uma extensão do São Lourenço e Vista Alegre
Pilarzinho, já passaria a ser conhecida por esse nome.
Distância do
Hoje, o Bom Retiro não lembra mais uma área rural, mas • 2.288 metros
marco zero
não perdeu certas características de antigamente. Apesar
do trânsito intenso de suas principais vias, o bairro ainda • Celepar
• Igreja Santa Maria Goretti
mantém ruas tranqüilas, bem arborizadas. Antigas casas de
• Sup. Condor Bom Retiro
madeira dividem espaço com edificações modernas. Ainda Pontos de • Hospital Espírita de Psiquiatria
mantém um certo ar de cidade pequena, onde vizinhos se co- referência Bom Retiro
nhecem pelo nome, se cumprimentam na rua. O tempo pas- • Escola Prieto Martínez
• Centro Israelita do Paraná
sou, mas para quem escolheu essa parte da cidade para morar, • Hospital Pilar
o bairro continua sendo um Bom Retiro.
O progresso demorou...mas chegou
Embora sendo um bairro próximo do bairro praticamente central, habitado pela Curiosamente, o jornal informava que o
João de Noronha
centro, pequeno e densamente povoado, classe A e média”. Segundo o repórter não bairro era densamente povoado, sendo que
até a metade da década de 1970 o Bom identificado, ao lado de algumas residên- no Censo de 1970, quatro anos antes, ti-
Retiro ainda tinha pouca atenção do po- cias de alto padrão, havia lavouras de man- nham sido computados 8.614 habitantes, o
der público. Além da Nilo Peçanha, poucas dioca, galinheiros e pomares tomados pela que o colocava em 28 lugar entre os mais
outras ruas eram asfaltadas. A Albano Reis, ferrugem. habitados da cidade. De lá para cá, a popula-
por exemplo, só tinha asfalto até a Albino Praticamente todo o comércio e as ção encolheu. Já em 2010, segundo o IBGE,
Born. Em grande parte, o bairro ainda pa- principais instituições do bairro estavam eram 5.156 moradores no Bom Retiro.
recia uma zona rural, ou “um fundo de hor- na Nilo Peçanha: o Colégio Pietro Marti- Por isso, o redator do Diário do Paraná
ta”, como definia o redator da reportagem nez, o Sanatório Bom Retiro, o Lar Icléa, lamentava o descaso público e concluía a
publicada pelo extinto Diário do Paraná em o Instituto Lins de Vasconcellos e a Socie- matéria dizendo que o desenvolvimento
sua edição de 12 de junho de 1974. dade Israelita. Já nas áreas de divisa com do Bom Retiro deveria ser melhor acompa-
A reportagem começava assim: “Che- o Pilarzinho, Mercês, Vista Alegre e Ahú – nhado pela Prefeitura, cuja sede, inclusive,
ga a ser melancólico o estado em que se dizia a reportagem – “tudo ainda está por fica muito perto do Bom Retiro, no vizinho
encontra o Bom Retiro, embora seja um fazer”. Centro Cívico. (DSF)
João de Noronha
Até a metade dos anos 70, olhando deste
ângulo o que se via até a Torre da Telepar
era um descampado...
João de Noronha
No cruzamento da Carlos Baroni com
a Alan Kardec, havia antigamente
somente um enorme barranco.
Na Carlos Baroni sem asfalto de quatro
João de Noronha
décadas atrás tinha até pneu jogado
em meio ao barro.
DSF-Doq
Arrendado há 14 anos pela Federação Espírita,
o antigo Lins de Vasconcelos virou Colégio Para chegar à Churrascaria do Darci, lá no alto,
Opet. Em lugar do barro ao redor, um belo até o final dos anos 70 os clientes tinham que
jardim, com direito a Papai Noel. enfrentar muito barro...