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Fluido supercrítico
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uma página originalmente presente numa Wikipédia noutra língua. A
página correspondente pode ser conferida aqui.
Data da tradução: 14 de Abril de 2013.
As fontes foram verificadas.
Lugares relacionados: Wikipédia:Café dos tradutores,
Wikipédia:Projetos/Tradução
Fluido supercrítico, é qualquer substância em uma temperatura e pressão acima do seu Ponto Crítico, no qual
não existe mais distinção entre as fases líquida e gasosa. Ele sofre efusão através de sólidos como um gás, e
pode dissolver materiais como um líquido. Além disso, perto do seu Ponto Crítico, pequenas mudanças em sua
pressão ou temperatura resultam em grandes mudanças de densidade, permitindo que sejam feitos pequenos
ajustes nas propriedades de um fluido supercrítico. Eles são também um adequado substituto a solventes
orgânicos em uma variedade de processos industriais e laboratoriais. Dióxido de Carbono e água são os fluidos
supercríticos mais comumente usados, para descafeinação e geração de eletricidade, respectivamente.
Índice
1 Propriedades
2 Diagrama de fase
3 Ocorrências Naturais
3.1 Vulcões submarinos
3.2 Atmosferas planetárias
4 Aplicações
4.1 Lavagem a seco
4.2 Fluidos supercríticos na geração de energia
4.3 Produção de biodiesel
4.4 Refrigeração
5 História
6 Referências
7 Ver também
Propriedades
Em termos gerais, fluidos supercríticos tem propriedades entre a de um gás e a de um líquido. Na Tabela 1, as
propriedades críticas de alguns componentes que são comumente usados como fluidos supercríticos são
mostradas.
Tabela 1. Propriedades críticas de vários solventes (Reid et al., 1987)
Solvente
Peso molecular Temperatura Crítica Pressão Crítica Densidade Crítica
g/mol K MPa (atm) g/cm3
Dióxido de Carbono (CO2) 44.01 304.1 7.38 (72.8) 0.469
Água (H2O) 18.015 647.096 22.064 (217.755) 0.322
Metano (CH4) 16.04 190.4 4.60 (45.4) 0.162
Etano (C2H6) 30.07 305.3 4.87 (48.1) 0.203
Propano (C3H8) 44.09 369.8 4.25 (41.9) 0.217
Etileno (C2H4) 28.05 282.4 5.04 (49.7) 0.215
Propileno (C3H6) 42.08 364.9 4.60 (45.4) 0.232
Metanol (CH3OH) 32.04 512.6 8.09 (79.8) 0.272
Etanol (C2H5OH) 46.07 513.9 6.14 (60.6) 0.276
Acetona (C3H6O) 58.08 508.1 4.70 (46.4) 0.278
A Tabela 2 mostra densidade, coeficiente de difusão e viscosidade para gases, líquidos e fluidos supercríticos
típicos.
Comparação de gases, fluidos supercríticos e líquidos[1]
Densidade (kg/m3) Viscosidade (µPa∙s) Coeficiente de difusão (mm²/s)
Gases 1 10 1–10
Fluidos supercríticos 100–1000 50–100 0.01–0.1
Líquidos 1000 500–1000 0.001
Além disso, não há tensão superficial em um fluido supercrítico, já que não há uma divisão entre as fases
líquida e gasosa. Mudando a pressão e temperatura do fluido, as propriedades podem ser ajustadas para serem
mais parecidas com as de um líquido ou de um gás. Uma das mais importantes propriedades é a solubilidade do
material no fluido. Solubilidade num fluido supercrítico tende a aumenta com a densidade do fluido (à uma
temperatura constante). Já que a densidade aumenta com a pressão, solubilidade tende a aumentar com a
pressão. A relação com a temperatura é mais complicada. À uma densidade constante, a solubilidade irá
aumentar com a temperatura, no entanto, perto do ponto crítico, a densidade pode cair abruptamente com um
pequeno aumento de temperatura. Portanto, perto da temperatura crítica, a solubilidade geralmente cai com um
aumento de temperatura e então cresce de novo.[2]
Todos os fluidos supercríticos são completamente miscíveis uns com os outros, então para uma mistura uma
única fase pode ser garantida se o seu ponto crítico for excedido. O ponto crítico de uma mistura de dois
elementos pode ser estimada através da média aritmética das temperaturas e pressões críticas dos dois
componentes.[3]
onde:
 e   são as frações molares dos componente A e B e,
 e :  são suas respectivas Temperaturas Críticas.
Figura 1. Diagrama de fase de pressão por
temperatura do Dióxido de Carbono
Figura 2. Diagrama de fase de densidade por
pressão do Dióxido de Carbono
Para uma maior precisão, o ponto crítico pode ser calculado usando equações de estado, como as de Peng
Robinson, ou métodos de contribuição de grupo. Outras propriedades, como a densidade, podem ser calculadas
usando equações de estado.
Diagrama de fase
As figuras 1 e 2 mostram projeções de diagramas de fase. No
diagrama de fase de pressão por temperatura (Fig. 1) as fases
líquida e gasosa são separadas pela ebulição até o ponto
crítico, onde essas duas fases somem e viram uma única fase
supercrítica. Isso pode ser observado no diagrama de fase de
pressão por densidade do dióxido de carbono, como mostra a
Figura 2. Bem abaixo da temperatura crítica, como, por
exemplo, à 280K, conforme a pressão aumenta, o gás é
comprimido e eventualmente, a apenas 40 bar, condensa em
um líquido muito mais denso, resultando na descontinuidade
na linha (linha vertical pontilhada). O sistema consiste de
duas fases em equilíbrio, um líquido de alta densidade e um
gás de baixa densidade. Conforme se chega próximo à
temperatura crítica (300K), a densidade do gás em equilíbrio
se torna maior e a do líquido menor. No ponto crítico, (304.1
K e 7.38 MPa (73.8 bar)) não há diferença na densidade, e as
duas fases se tornam uma única fase fluida. Portanto, acima
da temperatura crítica, um gás não pode ser liquefeito através
de pressão. Um pouco acima da temperatura crítica (310K),
nas proximidades da pressão crítica, a linha é quase vertical.
Um pequeno incremento na pressão causa um grande
aumento na densidade da fase supercrítica. Muitas outras
propriedades física também mostram grandes gradientes com
a pressão perto do ponto crítico, como por exemplo, a
viscosidade, a constante dielétrica e a força do solvente, que
são intimamente relacionados com a densidade. Em
temperaturas mais altas, o fluido começa a se comportar
como um gás, como pode ser visto na Figura 2. Para o
dióxido de carbono, a 400K, a densidade aumenta quase
linearmente com a pressão.
Muitos gases pressurizados são na verdade fluidos
supercríticos. Por exemplo, o Nitrogênio tem um ponto
crítico de 126.2K (­147 ºC) e 3.4 MPa (34 bar). Portanto,
Nitrogênio (ou ar comprimido) em um cilindro de gás acima
dessa temperatura é na verdade um fluido supercrítico. Estes
são mais comumente conhecidos como gases permanentes. Em temperatura ambiente, eles estão bem abaixo de
sua temperatura crítica, e portanto se comportam como um gás, como o CO2 a 400K e acima. No entanto, eles
não podem ser liquefeitos por pressão a não ser que sejam resfriados abaixo de sua temperatura crítica.
Ocorrências Naturais
Vulcões submarinos
Fumarola negra no oceano Atlântico,
um tipo de vulcão submarino
Vulcões submarinos são comuns no fundo oceânico. Alguns são ativos
e, em águas rasas, mostram sua presença através de um jato de vapor e
detritos muito acima da superfície do mar. Muitos outros ficam em
profundidades tão grandes que a imensa pressão do peso da água sobre
eles previne esses jatos explosivos de vapor e gases. Isso faz com que a
água seja aquecida a mais de 375 ºC, transformando a água nas partes
mais quentes do vulcão em um fluido supercrítico, já que a pressão
numa profundidade de 3 km é de mais de 300 atmosferas, bem acima
das 218 atmosferas necessárias.
Atmosferas planetárias
A atmosfera de Vênus é 96.5% dióxido de carbono e 3.5% Nitrogênio.
A pressão na sua superfície é de 9.3 MPa (93 bar) e a temperatura é de
735K, acima dos pontos críticos dos seus principais constituintes e
fazendo a superfície de sua atmosfera um fluido supercrítico.
As atmosferas interiores dos gigantes gasosos do Sistema Solar são
compostas principalmente de Hidrogênio e Hélio a temperaturas muito
acima de seus pontos críticos. As atmosferas gasosas exteriores de
Júpiter e Saturno se transicionam suavemente até o interior fluido dos
planetas. Modelos teoréticos dos planetas extra solares 55 Cancri e e
Gliese 876 d postularam um oceano de água pressurizada e supercrítica com uma camada de gelo sólido a uma
alta pressão no fundo.
Aplicações
Lavagem a seco
Dióxido de Carbono supercrítico pode ser usado ao invés de Percloroetileno ou outro solvente indesejável para
lavagem a seco. O dióxido de carbono supercrítico às vezes se intercala nos botões, e, quando despressurizado,
os botões estouram ou se quebram. Detergentes que são solúveis em dióxido de carbono melhoram o poder
solvente do solvente.[4]
Fluidos supercríticos na geração de energia
A eficiência de uma máquina térmica é dependente da diferença de temperatura entre a fonte de calor e a fonte
fria. Para melhorar a eficiência de usinas, a temperatura de operação precisa ser aumentada. Usando água como
fluido funcional, isto a leva a condições supercríticas.[5] Eficiência pode ser aumentada de cerca de 39% para
operação subcrítica para cerca de 45% usando a tecnologia atual. Reatores de água supercrítica são sistemas
nucleares avançados promissores que oferecem um ganho termal de eficiência similar. Dióxido de carbono
também pode ser usado em ciclos supercríticos em plantas nucleares, com ganhos similares de eficiência.[6]
Produção de biodiesel
A conversão de óleo vegetal para biodiesel é feita via uma reação de transesterificação, onde o triglicerídeo é
convertido no metil éster mais glicerol. Isso é geralmente feito usando metanol e um catalisador básico ou
ácido, mas pode ser feito usando­se metanol supercrítico sem um catalisador. Esse método tem a vantagem de
permitir uma maior variedade de material bruto para ser usado, o produto não precisa ser lavado para se
remover o catalisador e é mais fácil de ser projetado como um processo contínuo.[7]
Refrigeração
Dióxido de carbono supercrítico é também um importante refrigerante emergente, sendo usando em novas
soluções para bombas de calor domésticas. Esses sistemas estão sob contínuo desenvolvimento com bombas de
calor com dióxido de carbono supercrítico sendo vendidas com sucesso na Ásia. Os sistemas EcoCute do Japão,
desenvolvidos por um consórcio de companhias, incluindo a Mitsubishi, dão água doméstica a altas
temperaturas com um pequeno gasto de energia colocando calor dentro do sistema vindo dos seus arredores.
Seu sucesso prevê um futuro uso em outras regiões possível.[8]
História
Em 1822, o barão Charles Cagniard de la Tour descobriu o ponto crítico de uma substância em seus famosos
experimentos em barris de canhão. Escutando às descontinuidades no som de uma bola de Silex rolando dentro
de um canhão selado com fluidos a várias temperaturas, ele observou a temperatura crítica. Acima dessa
temperatura, as densidades das fases líquidas e gasosas se tornam iguais e a distinção entre elas desaparece,
resultando numa única fase fluida supercrítica.[9]
Referências
1. Edit Székely. «Supercritical Fluid Extraction» (http://sunny.vemt.bme.hu/sfe/angol/supercritical.html). Budapest
University of Technology and Economics. Consultado em 2013­04­14.
2. «Supercritical Fluid Extraction, Density Considerations» (http://eng.ege.edu.tr/~otles/SupercriticalFluidsScienceAndT
echnology/Wc488d76f2c655.htm). Consultado em 2013­04­14.
3. A.A. Clifford (2007­12­04). «Calculation of Thermodynamic Properties of CO2 using Peng Robinson equation of
state.» (http://www.criticalprocesses.com/Calculation%20of%20density,%20enthalpy%20and%20entropy%20of%20ca
rbon%20dioxide.htm). Critical Processes Ltd. Consultado em 2013­04­14.
4. «Science News Online» (http://www.sciencenews.org/pages/sn_arc97/8_16_97/bob1.htm). Consultado em
2013­04­14.
5. Malhotra, Ashok and Satyakam,R, 2000,Influence of climatic parameters on optimal design of supercritical power
plants,IECEC, Energy Conversion Engineering Conference (http://ieeexplore.ieee.org/xpl/articleDetails.jsp?reload=tr
ue&arnumber=870911&contentType=Conference+Publications), pp1053­1058,
6. Dostal, M.J. Driscoll, P. Hejzlar. «A Supercritical Carbon Dioxide Cycle for Next Generation Nuclear Reactors» (htt
p://stuff.mit.edu/afs/athena/course/22/22.33/www/dostal.pdf) (PDF). MIT­ANP­TR­100. MIT­ANP­Series. Consultado
em 2013­04­14.
7. Kunchana Bunyakiat, Sukunya Makmee, Ruengwit Sawangkeaw, and Somkiat Ngamprasertsith (2006). «Continuous
Production of Biodiesel via Transesterification from Vegetable Oils in Supercritical Methanol». Energy and Fuels
[S.l.: s.n.] 20 (2): 812–817. doi:10.1021/ef050329b (https://dx.doi.org/10.1021%2Fef050329b).
8. FAQs ­ Everything R744 (http://www.r744.com/knowledge/faq)
9. Berche, Bertrand; Henkel, Malte; Kenna, Ralph (2009). «Critical phenomena: 150 years since Cagniard de la Tour» (h
ttp://arxiv.org/abs/0905.1886/). Journal of Physical Studies [S.l.: s.n.] 13 (3): 3.
Ver também
Ponto crítico (termodinâmica)
Secagem supercrítica
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fluido_supercrítico&oldid=43213959"
Categorias:  Termodinâmica Propriedades da matéria Gases
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