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CAMELÔS IRREGULARES NO CENTRO
Ainstalaçãodo
Camelódromoeocerco
dafiscalizaçãodaSmic
obrigaramosvendedores
irregularesderuaa
lançaremmãodenovas
estratégiasparanãoperder
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emcatálogoscoloridos.
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tipo”,porR$160. A
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passada,emumaloja
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tênisverdadeiro,
emfunçãodeuma
promoção,estava
custandoR$130.
ROBERTA SCHULER
roberta.schuler@diariogaucho.com.br
ROZANNE ADAMY
rozanne.adamy@diariogaucho.com.br
O primeiro contato
com o camelô foi nas
imediações do Mercado
Público, na terça-feira
passada. Foi só
perguntar se ele vendia
tênis, para aparecer, em
sua mão, um catálogo.
Como a intenção era
mostrar que os
vendedores irregulares
estão utilizando este
expediente, a repórter
solicitou se poderia levar
um catálogo. Pedido
negado, houve uma
negociação.
G Encomenda foi
feita por telefone
O vendedor foi
convencido de que o
calçado era para um
adolescente, morador
de uma cidade da
Região Metropolitana. E
que, nesta idade, filhos
não aceitam o que as
mães compram.
O resultado foi o
deslocamento até uma
galeria na Voluntários da
Pátria, para fazer cópias
coloridas. Com o
material na mão, a
repórter pediu o celular
do vendedor para avisá-
lo do modelo escolhido.
Na quarta-feira, um
telefonema e a
encomenda estava feita.
Ficou combinado que a
entrega seria feita na
tarde de quinta.
No local marcado, a
repórter foi convidada a
buscar o tênis em uma
galeria da Rua Doutor
Flores, no Centro.
G “Para não
dar na vista”
Na porta de uma loja,
o vendedor avisou um
jovem sobre a
encomenda. Em
seguida, voltou com o
pacote. Não era o
combinado.
Segundo informou, a
cor e o modelo
escolhidos estavam
em falta.
Recebeu R$ 160
pelos tênis. Não houve
oportunidade de olhar
muito o calçado.
Inclusive, uma outra
sacola foi providenciada,
“para não dar na vista”.
Uma negociação mais chique
Logo após a
inauguração do
Camelódromo, as ruas
do Centro ficaram livres
de camelôs. Mas,
quem passa
diariamente por lá,
percebeu a volta dos
caixinhas. A princípio
tímidos, agora oferecem
as mercadorias a quem
passa.
Comprar algo é fácil.
É só chegar em quem
está abordando as
pessoas, pedir o objeto
pretendido e usufruir da
comodidade do
catálogo. O folheto
oferece duas vantagens
aos irregulares:
dispensa o estoque
difícil de esconder e dá
ares de ‘negociação
mais chique’.
Rozanne Adamy
Editora especial
Repórter encontra
o camelô no local
combinado, perto do
Mercado Público...
... os dois vão
buscar a encomenda
em uma galeria e...
... ao voltarem, o
caixinha indica onde
fica o ponto de ônibus
Catálogo tem
tênis de duas
marcas famosas
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  • 1. Pirataria com menu 6 CAMELÔS IRREGULARES NO CENTRO Ainstalaçãodo Camelódromoeocerco dafiscalizaçãodaSmic obrigaramosvendedores irregularesderuaa lançaremmãodenovas estratégiasparanãoperder aclientela.Ostênis,que antesficavamexpostosem calçadasoujuntoao meio-fio,agorasãofotos emcatálogoscoloridos. Paracomprovaroque acontecenasruasdo Centro,oDiárioGaúcho comprou,nasemana passada,umpardetênis falsificado,imitaçãodeum modelodaAdidas“último tipo”,porR$160. A grandeironiaéque, tambémnasemana passada,emumaloja oficialdamarcaem PortoAlegre,um tênisverdadeiro, emfunçãodeuma promoção,estava custandoR$130. ROBERTA SCHULER roberta.schuler@diariogaucho.com.br ROZANNE ADAMY rozanne.adamy@diariogaucho.com.br O primeiro contato com o camelô foi nas imediações do Mercado Público, na terça-feira passada. Foi só perguntar se ele vendia tênis, para aparecer, em sua mão, um catálogo. Como a intenção era mostrar que os vendedores irregulares estão utilizando este expediente, a repórter solicitou se poderia levar um catálogo. Pedido negado, houve uma negociação. G Encomenda foi feita por telefone O vendedor foi convencido de que o calçado era para um adolescente, morador de uma cidade da Região Metropolitana. E que, nesta idade, filhos não aceitam o que as mães compram. O resultado foi o deslocamento até uma galeria na Voluntários da Pátria, para fazer cópias coloridas. Com o material na mão, a repórter pediu o celular do vendedor para avisá- lo do modelo escolhido. Na quarta-feira, um telefonema e a encomenda estava feita. Ficou combinado que a entrega seria feita na tarde de quinta. No local marcado, a repórter foi convidada a buscar o tênis em uma galeria da Rua Doutor Flores, no Centro. G “Para não dar na vista” Na porta de uma loja, o vendedor avisou um jovem sobre a encomenda. Em seguida, voltou com o pacote. Não era o combinado. Segundo informou, a cor e o modelo escolhidos estavam em falta. Recebeu R$ 160 pelos tênis. Não houve oportunidade de olhar muito o calçado. Inclusive, uma outra sacola foi providenciada, “para não dar na vista”. Uma negociação mais chique Logo após a inauguração do Camelódromo, as ruas do Centro ficaram livres de camelôs. Mas, quem passa diariamente por lá, percebeu a volta dos caixinhas. A princípio tímidos, agora oferecem as mercadorias a quem passa. Comprar algo é fácil. É só chegar em quem está abordando as pessoas, pedir o objeto pretendido e usufruir da comodidade do catálogo. O folheto oferece duas vantagens aos irregulares: dispensa o estoque difícil de esconder e dá ares de ‘negociação mais chique’. Rozanne Adamy Editora especial Repórter encontra o camelô no local combinado, perto do Mercado Público... ... os dois vão buscar a encomenda em uma galeria e... ... ao voltarem, o caixinha indica onde fica o ponto de ônibus Catálogo tem tênis de duas marcas famosas FOTOS MARCELO OLIVEIRA