Terreno à venda, Comunidade Boa Vista, S.A.JESUS, 11.03.17
dgjul2009
1. Pirataria com menu
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CAMELÔS IRREGULARES NO CENTRO
Ainstalaçãodo
Camelódromoeocerco
dafiscalizaçãodaSmic
obrigaramosvendedores
irregularesderuaa
lançaremmãodenovas
estratégiasparanãoperder
aclientela.Ostênis,que
antesficavamexpostosem
calçadasoujuntoao
meio-fio,agorasãofotos
emcatálogoscoloridos.
Paracomprovaroque
acontecenasruasdo
Centro,oDiárioGaúcho
comprou,nasemana
passada,umpardetênis
falsificado,imitaçãodeum
modelodaAdidas“último
tipo”,porR$160. A
grandeironiaéque,
tambémnasemana
passada,emumaloja
oficialdamarcaem
PortoAlegre,um
tênisverdadeiro,
emfunçãodeuma
promoção,estava
custandoR$130.
ROBERTA SCHULER
roberta.schuler@diariogaucho.com.br
ROZANNE ADAMY
rozanne.adamy@diariogaucho.com.br
O primeiro contato
com o camelô foi nas
imediações do Mercado
Público, na terça-feira
passada. Foi só
perguntar se ele vendia
tênis, para aparecer, em
sua mão, um catálogo.
Como a intenção era
mostrar que os
vendedores irregulares
estão utilizando este
expediente, a repórter
solicitou se poderia levar
um catálogo. Pedido
negado, houve uma
negociação.
G Encomenda foi
feita por telefone
O vendedor foi
convencido de que o
calçado era para um
adolescente, morador
de uma cidade da
Região Metropolitana. E
que, nesta idade, filhos
não aceitam o que as
mães compram.
O resultado foi o
deslocamento até uma
galeria na Voluntários da
Pátria, para fazer cópias
coloridas. Com o
material na mão, a
repórter pediu o celular
do vendedor para avisá-
lo do modelo escolhido.
Na quarta-feira, um
telefonema e a
encomenda estava feita.
Ficou combinado que a
entrega seria feita na
tarde de quinta.
No local marcado, a
repórter foi convidada a
buscar o tênis em uma
galeria da Rua Doutor
Flores, no Centro.
G “Para não
dar na vista”
Na porta de uma loja,
o vendedor avisou um
jovem sobre a
encomenda. Em
seguida, voltou com o
pacote. Não era o
combinado.
Segundo informou, a
cor e o modelo
escolhidos estavam
em falta.
Recebeu R$ 160
pelos tênis. Não houve
oportunidade de olhar
muito o calçado.
Inclusive, uma outra
sacola foi providenciada,
“para não dar na vista”.
Uma negociação mais chique
Logo após a
inauguração do
Camelódromo, as ruas
do Centro ficaram livres
de camelôs. Mas,
quem passa
diariamente por lá,
percebeu a volta dos
caixinhas. A princípio
tímidos, agora oferecem
as mercadorias a quem
passa.
Comprar algo é fácil.
É só chegar em quem
está abordando as
pessoas, pedir o objeto
pretendido e usufruir da
comodidade do
catálogo. O folheto
oferece duas vantagens
aos irregulares:
dispensa o estoque
difícil de esconder e dá
ares de ‘negociação
mais chique’.
Rozanne Adamy
Editora especial
Repórter encontra
o camelô no local
combinado, perto do
Mercado Público...
... os dois vão
buscar a encomenda
em uma galeria e...
... ao voltarem, o
caixinha indica onde
fica o ponto de ônibus
Catálogo tem
tênis de duas
marcas famosas
FOTOS MARCELO OLIVEIRA