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Yaol
Culto e Magia
1
Yaol
Culto e Magia
Ubirani Yaraima
1994
Yaol
Culto e Magia
2
“A mata Úmida nos causava arrepios... E muitos olhos estranhos nos seguia...
Não parecia ser um anima...
Yaol
Culto e Magia
3
Dedicatória,
Este livro é dedicado a mãe natureza e amor que ela tem por nós todos aqui na
terra.... ...
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  1. 1. Yaol Culto e Magia 1 Yaol Culto e Magia Ubirani Yaraima 1994
  2. 2. Yaol Culto e Magia 2 “A mata Úmida nos causava arrepios... E muitos olhos estranhos nos seguia... Não parecia ser um animal... Ele não deixou pegadas e nem cheiro.... Algo sobrenatural nos rondava a noite toda.... Diegho Courtenbitter
  3. 3. Yaol Culto e Magia 3 Dedicatória, Este livro é dedicado a mãe natureza e amor que ela tem por nós todos aqui na terra.... Não sejamos filhos ingratos.... Ao tirar dela.... Devolvemos.... Ao destruir dela.... Possamos reconstruir.... Tenhamos clareza em zelar pela nossa mãe matéria e carbono.... Tenhamos bom senso ao cuidar de nossa essência.... Somos um bem coletivo.... Algo que somente temos ao compartilhar com alguém... Rusgat Niccus
  4. 4. Yaol Culto e Magia 4 Autobiografia Nome: Ubirani Yaraima Aruana de Abrantes Data de Nascimento: 04/06/1969 Data de Falecimento: 27/11/2016 Cidade Natal: Belém Estado Natal: Para País: Brasil Nome do Pai: Uipiara Yaraima Aruana de Abrantes Nome da Mãe: Anahí Aymane Aruana de Abrantes Cônjuge: Tuane Aiyra Itapema Aruana de Abrantes Ocupação: Poeta, Escritor, Contista, Cronista, Fotografo, Grafista e Iluminarista Profissão: Representante de Causas Indígenas do Governo do Pará e Paragominas, Comerciante, Ativista Ambiental, Artesão e Chefe de Tribal Bairro onde Morou na Infância: Aldeia Taguatinga Locais onde Trabalhou: Governo do Estado do Pará, Prefeitura de Paragominas, e Centro de Artesanato Formação Acadêmica: Ensino Superior Completo Lugares onde Morou: Pará, Maranhão e Piauí Ideologia Política: Esquerda de Vanguarda Gosto Musical: Cantos do folclore Tupinambá Gosto Gastronômico: Peixes, Cobras, Cutias, Arroz Branco, Vinagreira, Farinha d´água, e Pimenta Religião: Tupã Altura: 1,65 Mts Etnia / Raça: Indígena Aldeia / Povo: Tupinambá Cor da Pele: Parda Cor dos Olhos: Pretos e Pequenos Cor dos Cabelos: Pretos Claros, Lisos e Compridos Postura Física: Estatura Média Tipo Físico: Magro, Dedos pequenos, Pés pequenos e Pernas Curtas Tipo Físico Facial: Nariz pequeno e Afinado, Cabeça Oval e Queixo Arredondado Trajes Habituais: Cocar de Penas Vermelhas, Amarelas, Laranjas, Pretas e Brancas, Camisa Social Branca, Calça Preta, Sapatos Pretos e Várias Pulseiras e Assessórios Indígenas. Escritores Favoritos: Friedrich Wilhelm Nietzsche Johann Wolfgang von Goethe, Fernando Pessoa, Lord Byron e Alvares de Azevedo Pintores Prediletos: Vincent Willem van Gogh, Salvador Dalí i Domènech e Oscar-Claude Monet Músicos Preferidos: Franz Liszt, Wolfgang Amadeus Mozart, Ludwig van Beethoven e Frédéric François Chopin Título Poético: Curiosidade: Idade: 47 anos Orientação Sexual: Heterossexual Heterônimo: Ubirani Yaraima Aruana
  5. 5. Yaol Culto e Magia 5 Historiografia: 1969 - 2016 Autor/Criador: Roosevelt Ferreira Abrantes Ubirani Yaraima Aruana
  6. 6. Yaol Culto e Magia 6 “Amar é uma lembrança doce.... Amar é uma doença feliz... Amar um sofrer por causa alguma.... É invenção de te amar.... Ubirani Yaraima Aruana
  7. 7. Yaol Culto e Magia 7 Livro: Yaol Tradução: Culto e Magia Gênero: Conto Ano: 1994 Autor: Ubirani Yaraima Titularidade: Este é um Heterônimos de Roosevelt F. Abrantes Editora: Editora Lascivinista / Produção e Publicação Independente Coletânea: Amores e Perdições Ano de Finalização Escritural da Obra: 1993 Data da Primeira Publicação deste Livro: 26 de Abril de 1993 Contatos: End.: Rua das Palmeiras, n° 09 Residencial Parque das Palmeiras Vila Embratel – São Luís - Maranhão Cep.: 65080140 – São Luís – Ma País.: Brasil / Região.: Nordeste Tel.: (98) 9 9907-9243 / (98) 9 8545-4918 WhatsApp.: (98) 9 8545-4918 E-mail.: rooseveltabrantes@gmail.com Redes Sociais: Facebook.: https://www.facebook.com/rooseveltfabrantes Twitter.: https://twitter.com/rooseveltabrant Linkendin.: https://www.linkedin.com/in/roosevelt-f-abrantes-0b1b2426/ Instagran.: https://www.instagram.com/abrantesroosevelt/ Hotmail.: rooseveltabrantes@outlook.com Blogger: http://movimentolascivinista.blogspot.com/ Site.: http://movimentolascivinista.com
  8. 8. Yaol Culto e Magia 8 “A Trilogia dos livros “O Índio Enfeitiçado”, “Natuya” e “Yaol” são parte de um conto indígena que conta a saga do Índio Guerreiro Yaol que lutou com todas as forças para não perder o amor de sua vida... A bela Índia Natuya... Estes três livros são dedicados a linda Anajara Oliveira... O seu amor verdadeiro... A sua única paixão... O seu eterno amar... Abrantes F. Roosevelt
  9. 9. Yaol Culto e Magia 9 Prefácio Este conto tribal trata do misticismo indígena envolvendo o amor entre dois jovens índios de tribos distintas que residiam na mesma região que abarca o grande rio Kaitana.... O jovem Yaol da tribo Guajajaras, depois de saber que o seu amor poderia ser uma das eleitas ao sacrifício indígena, tenta encontra a jovem as escondidas para fugir... Mas os seres do mundo sobrenatural o impedem de chegar próximo a Natuya... A índia Natuya era uma das indígenas tupinambás mais bela de sua tribo... E por isso foi preterida a sacrifício através de uma consulta mística erigida junto a grande serpente. A índia seria oferecida em sacrilégio ao deus sol. Uma moeda de troca para acalmar a ira do astro rei que havia se afastado da terra devido a desobediência dos indígenas que não desejavam pôr fim a grande guerra. Este conflito ardente entre as tribos já perdurava por muitas luas. E milhares de indígenas haviam morrido devido a questões territoriais e cerimoniais... A guerra era truculenta, insana e egoísta, mas ainda assim não se havia erigido um vencedor. Yoal apaixonado pela jovem Natuya não se conformava com o destino cruel de sua amada e após perde-la para o sacrifício, tentou resgata-la da morte depois de vê-la presa no reflexo do sol imprimido na água do rio Kaituna... O jovem índio passou metade de seus melhores anos de vida nadando da praia até o mar em busca da índia Natuya que se refletia na lamina d´água do mar... Yaol a perseguia do nascer até o pôr do sol... Mas o seu reflexo no mar não podia ser abraçado ou tocado. Milhares de luas mais tarde Yaol desiste de procura-la nas águas do mar... E como o seu reflexo se confundia com o próprio sol... Yaol tentou de várias maneiras mirabolantes ultrapassar os limites do firmamento dos céus e chegar até o sol... Um fato que se mostrou fracassado e impossível... E poucas luas depois Yaol rever a sua amada Natuya no reflexo do rio Kaituna... Era a primeira vez que ele a olhava durante a noite no reflexo da lua... Antes Yaol a via no reflexo do sol refletido no mar... Desta vez Natuya se transmutou da bela lua... E Yoal foi ao seu encontro... E mergulhou no rio em busca de sua amada... Porém, tudo aquilo era uma mentira produzida por Iara... E desejosa por Yaol... Acabou afogando o jovem.... Levando- o definitivamente para o fundo do rio... Abrantes F. Roosevelt
  10. 10. Yaol Culto e Magia 10 Capitulo I A Fogueira.... Há muitas luas não se via um céu tão iluminado como este... E Yaol não se referia ao brilho das estrelas ou da lua... O clarão enorme que aumentava de intensidade.... Tinha uma natureza artificial.... No alto da pirâmide de pedra.... Ardia uma grande fogueira.... As suas chamas iluminavam toda a aldeia, o rio Kaituna, O grande mar e toda a floresta.... Aquilo parecia um sol no meio da escuridão opaca... Os Guajajaras faziam a madruga mais barulhenta e iluminada de toda a ilha.... Vários povos vieram de longe para participar deste rito... Os Tupinambás e os Xavantes eram a maioria dentre os povos que compareceram à reunião... Todos estavam felizes e contentes... Mas do ato da arvore... E longe da festividades... Yoal era o único que chorava e se entristecia com aquela algazarra...
  11. 11. Yaol Culto e Magia 11 Capitulo II O Sacrifício... O motivo de tanta alegria.... Estava ligado a um sacrifício.... Um ritual indígena.... Há muitas luas.... O deus sol... Furioso com as guerras que existia entre Tupinambás, Guajajaras e Xavantes.... Resolveu que se não se estabelece a paz... Ele iria embora da mãe terra... E se juntaria com as outras estrelas.... Afastando o seu brilho para sempre de nossa aldeia... Quando isto aconteceu.... Muitas nuvens cinzas e pretas se juntaram no alto do firmamento... E por vários anos.... Apenas chovia.... Em outras ocasiões, as vezes garoava.... Em outros momentos, apenas se via o orvalho... Mas na maioria das vezes, a aldeia apenas via os céu nublados e nenhuma chuva... Este inconstante mal humor do deus sol.... Começou a afeta as colheitas... Os aninais domésticos morreram... As crianças, mulheres e idosos adoeciam... E muitos acabaram morrendo...
  12. 12. Yaol Culto e Magia 12 Capitulo III O Fim da Guerra... As tribos resolveram pôr fim à guerra... Os Tupinambás, os Xavantes e os Guajajaras.... Reuniram-se as beiras do rio Kaituna.... Uma longa discursão começou a ser travada... E depois de duas luas.... Uma decisão unânime foi acordada entre as três tribos... Os índios fariam uma oferenda ritualística ao deus sol... Eles pediriam ao astro rei a revogação de seu afastamento.... Os pedidos por piedade, clemencia e mansidão viriam de um ato nobre das três tribos.... Eles ofereceriam o que tinham de melhor em sua aldeia... E para enfatiza a honra ao deus sol... Eles ergueriam a maior fogueira que já existiu no alto da pirâmide de pedra...
  13. 13. Yaol Culto e Magia 13 Capitulo IV A Recusa de Iara... No dia do ritual.... Os índios trouxeram de suas aldeias.... As três índias mais lindas que existia em seus povoados... E uma delas seria a escolhida para o sacrifício.... Uma nova reunião juntou novamente os três povos as beiras do rio Kaituna.... Mas um consenso parecia impossível... O ego dos pajés era enorme... E nenhum deles queria ficar de fora daquele ritual... Afinal quem trouxesse a luz do sol de volta para a terra... Deveria reinar sobre as outras aldeias... Isto era o acordado... Então um ritual de purificação e consulta mística foi erigido pelos caciques.... Eles iriam consulta Iara no alto da nascente do rio Kaituna... E a ela.... Eles pediriam orientação... Mas Iara estava antipática... E se negava a falar com Os índios... Os rios nunca estiveram tão cheios e repleto de vivos... As matas estas mais vividas e verdes.... Os animais aquáticos se multiplicavam... E os animais terrestres se alimentavam com abundância e fervo... E para Iara.... A deusa dos rios e das águas.... O afastamento do deus Sol era benéfico... A noite não era o bastante para o seu reinado... E por isso tinha interesse nos dias nublado e escuros... Iara agora tinha mais dias escuros e nublados para se locomover... E a sua única preocupação e apreço era em cuida de suas crias e alimentar os escravizados... Os índios então não viam outra saída a não ser consultar um outro deus... No entanto... Este outro ser sempre exigia pagamentos... E como de habitual... Uma índia era ofertada como alimento para tal criatura....
  14. 14. Yaol Culto e Magia 14 Capitulo V O Caminho até Sucumbira.... Os indígenas então caminharam até o alto do rio Kaituna e foram em direção a floresta negra.... Todos queria chegar a gruta das lamentações antes que a escuridão ficasse compacta... Esta gruta... Abrigava uma grande cachoeira... As suas águas eram as mais límpidas e bonitas de toda a região... E este era o lar de Sucumbira... A Grande Serpente... A criatura portadora do abraço da morte... A dona dos olhos e língua de fogo... O deus mais cruel dos indígenas... E na comitiva... Além dos três reis indígenas.... Também estavam as três índias... Uma Tupinambá, uma Xavante e um Guajajara.... Todas estavam preparadas com banhos mágicos, perfumadas, alimentadas e amarada em uma dobra de madeira... Uma das lindas índias seria escolhida pela grande serpente... E somente assim a consulta mística poderia ser desperta e acolhida por Sucumbira... E em meio as águas da cachoeira.... Eis que uma surpresa estava as portas da gruta... Mãe Iara estava banhando... E ainda nua e lavando os cabelos... Iara perguntou o motivo da visita aos viajantes.... Afinal.... Sucumbira era uma das escravas de Iara.... E todos tinham que dar satisfações a ela... O rei xavante foi o primeiro a falar... Eles queriam o deus sol de volta a aldeia... Os seus filhos estavam doentes... suas mulheres morriam de uma tosse desconhecida, seus idosos morriam dormido após uma longa febre.... E as suas plantações não germinavam... E os peixes, e os outros animais da floresta sobre as suas ordens não se doavam como alimento.... Até água do rio não quer mais nos saciar a sede.... Estamos morrendo de fome e de sede...
  15. 15. Yaol Culto e Magia 15 Capitulo VI A Suplica a Iara... Mãe Iara ouvia com atenção todas as lamurias e as dores que os índios enfrentavam por ter desobedecidos o astro sol... E convencida do arrependimento daquele povo... Iara ofereceu um pacto... Trata-se de uma troca... A dona do rio.... Deseja ter em seus braços.... Um amor que a muito tempo aguardava... O seu nascimento ocorreu a doze anos atrás... Ele vive hoje na aldeia Guajajaras... E o seu nome é Yaol.... Tragam a mim este menino... Desejo ter com ele uma noite inteira de amor... Após isso... Vocês podem entra na gruta e falar com Sucumbira... A oferta de Iara não era algo incomum ou impossível... Mas o povo tinha pressa... E a fome e a sede não aguardam prazos... E descer as montanhas somente para buscar o menino em outra aldeia... Permitiria mais mortes, fome e sede para todas as tribos... E isto também demandaria umas três luas... O Chefe pajé Guajajara.... Angustiado e perdido.... Então fez a Iara um contra pedido.... Explicou a urgência que a consulta demandaria com Sucumbira... Reforçou que a fome e a sede poderia matar muitos mais índios se isto se prolongasse.... E sendo direto ao assunto.... Ofertou o jovem Yaol como presente... A bela Iara não teria uma noite apenas com o Jovem.... Ela o teria para todo o sempre.... Afirmou o pajé.... Estabelecendo a sua palavra como fechamento e confirmação do acordo... Iara pensou um pouco... Mas não vacilou com a oferta... Aceito e permitiu que os índios entrassem na gruta... A serpente foi despertada por Mae Iara.... A consulta iria começar....
  16. 16. Yaol Culto e Magia 16 Capitulo VII A Consulta.... Quando os índios entraram na gruta... A grande serpente já estava de pé e soerguida sobre as faces dos indignas.... Os grandes olhos de Sucumbira ardiam em chamas.... E a sua voz parecia um trovão em plena chuva... A sua língua tinha labaredas de fogo sendo expelidas a cada falar da serpente... E o seu cheiro principiava a enxofre e fel... A serpente então os indagou... – O que vocês desejam saber... – O que querem de mim nesta noite de chuva... E os índios lhe perguntaram.... – Queremos saber de povo o astro rei deseja ter a índia para o sacrifício no alto da pirâmide de pedra... – Ele nos ignora.... – Não falar conosco a muitas luas... – Sabemos que é exigido de nós um sacrifício... – A rainha Iara também não quer nos orientar... – E por isso estamos aqui.... – Pois sabemos que em troca de sua consulta... – Podemos lhe pagar.... A serpente enrola-se em sim mesma e prostrando-se perante os índios, os refuta de maneira positiva... – Vou lhes ajudar... – Mais primeiro amarem a minha oferta sobre o Girau.... Eu quero a índia Guajajaras para oferta... E assim foi feito... A índia Guajajara foi amarrada e preparada no Girau ritualístico... E depois da índia ter sido devorada pela serpente... Sucumbira se pronunciou... – A índia que o seu deus sol deseja está entre os Tupinambás... Trata-se da menina que nasceu a doze anos atrás... E a menina Natuya...
  17. 17. Yaol Culto e Magia 17 Capitulo VIII A Oferta... Os índios retornaram a aldeia Tupinambá... E seguindo o que a grande serpente dissera... Prepararam a menina Natuya para o sacrifício... As mães de outras meninas choravam pela escolha triste que a tribo tinham tomado. Uma decisão desta afetou não somente a família da pequena Natuya, mas toda a tribo... Todos cantarolavam consternados durante as preparações ritualísticas... E enquanto a fogueira era erguida... Yaol chorava... E quanto mais se enfeitavam a aldeia... Mas tristeza se acumulava no coração do pequeno índio... Yaol e Natuya tiveram apenas três luas como encontro amoroso... A lua e a cachoeira Itamavapa era as suas únicas testemunhas.... O índio Yaol não se conformava com aquela decisão grotescas.... Por que somente as meninas índias estão passiveis de sacrifícios.... Por que os deuses querem tanto as índias.... Eles não se contentam mais somente com os sacrifícios de nossos animais domésticos. Agora eles também querem os nossos amores, as nossas paixões e as nossas vidas... Yaol estava desolado.... Uma estória alegre veio a sua cabeça em meio a tristeza... o jovem Yaol recordou-se de uma curiosidade que a pela menina compartilhou no alto da cachoeira. Natuya contava a Yaol como adquiriu o machucado da testa... Yaol gostava de ficar passando a mão sobre a sua pequenina cicatriz em forma de carinho... A linda indígena ainda era muito criança quando caiu de testa sobre a pedra grande do rio Kaituna... A sua mãe e irmão lembram que o rio ficou tingido de vermelho... E até os peixes se cobriram com o seu sangue.... Alguns desses peixes até hoje se banho perto da margem para brinca com a pequena Natuya.. Os tambores começaram a ruflar.... As mesas com comidas e bebidas estavam expostas no meio da aldeia.... Os mastros com frutas estavam erguidos... E a fogueira estava montada.... Agora não se tinha nada a fazer... Yaol perderia o seu grande amor para o fogo da fogueira naquela noite...
  18. 18. Yaol Culto e Magia 18 Capitulo IX A Tristeza de Yaol... O jovem Yaol sabendo que a bela Natuya podia ser uma das erigidas ao grande sacrifício... Tentou se comunicar com a jovem para poderem fugirem juntos da aldeia... Mas os espíritos sobrenaturais da floreta e das águas do rio Kaitana, o impediu de chegar próximo a Natuya. O dia amanheceu... Yaol havia dormido no topo da arvore.... Nos céus apenas um rastro de fumaça e cinzas... A fogueira estava apagada... E junto com ela o seu amor... Natuya havia sido sacrificada... O seu grande amor está com os deuses.... O jovem Yaol não tinha mais por que viver... A sua vida era Natuya... Depois de algumas horas sobre o alto da arvores... Algo surpreendente aconteceu sobre a aldeia...... As nuvens cinzas e pretas estavam se dissipando... Algumas estavam indo embora... O céu se abriu majestoso e lindo... E o sol finalmente apareceu nos céus de maneira lindíssima... A muito tempo não se via o sol... Tanto tempo que Yaol quase se esqueceu de como era lindo a sua face... Minutos mais tarde... Um movimentos atípico atinou os aldeões... Muitas vozes... Muitos cânticos... Algumas correrias... E algumas outras gritarias se iniciavam entre as ocas... Segundos depois principiou-se uma nova festa.... Todos se presentavam no meio da aldeia... A alegria estava de volta aos Tupinambás... O mesmo deveria está ocorrendo com os Xavante e Guajajaras. Todos ali já se esqueceram de Natuya... Menos Yaol...
  19. 19. Yaol Culto e Magia 19 Capítulo X A Presença de Natuya... O jovem Yaol estava triste... O seu rosto tinha muitas lacrimas para alguém de apenas doze anos de idade.... Os pingos de suas lagrimas batam com forma nas aguas do rio Kaituna... E do alto daquela arvore solitária... Beirada no topo do rio.... Não se via nada... Além do pobre Yaol... E com a cabeça para baixo... E com os olhos em lagrimas voltados para lamina d´água do rio... Yaol fitava a correnteza que não para de seguir o seu curso natural... Mas eis que o dia estava lindo... O sol era um colírio para a felicidade... Todos os pássaros voltaram a voar livremente.... Os animais voltaram a beber agua no rio Kaituna.... Os peixes pulavam sobre a lamina d´água... E a floreta parecia respirar.... E junto com os raios de sol... Yoal viu a sua bela Natuya no reflexo da água.... Ela sorria... Era sim... A sua Natuya... Yaol pulou do alto da arvore e mergulhou no rio.... Tentou alcançar a sua amada... Mas Yaol percebia que quanto mais nadava para o fundo mais Natuya se afastava... O reflexo do sol e de Natuya se misturava em um só ser sobrenatural... A sua bela amada era o sol literalmente.... Os dois agora eram um ser unificado... O brilho do sol hora se transmutava em Natuya, ora se transmutava no próprio sol... Aquilo era incrível e magico... O coração de Yaol tinha menos peso... O amor voltou a seu lugar de origem... E tudo que estava morto dentro dele... Tinha voltado a vida... Até o seu coração voltou a bater feliz... Pois Natuya estava de volta...
  20. 20. Yaol Culto e Magia 20 Capítulo XI A Busca de Natuya... A busca por Natuya levou Yaol até o grande mar... O jovem Yaol passava agora todos os dias de sua vida tentando alcançar a materialidade de Natuya... Houve dias que ele nadava para o alto mar seguindo o reflexo do sol até ele se pôr no horizonte... Yaol nadava todos os dias.... Isto era feito logo nos primeiros raios de sol... Yaol nadava tanto que chegava a exaustão... O sal da água do mar... O sol quente... O vento frio dos invernos e as oscilações das marés.... Estavam acabando com a saúde de Yaol... Yaol então percebendo que não conseguiria alcança a sua amada pelo mar... Ele tentaria chegar a ela indo até os céus... O grande mar azul do firmamento pintado por Tycara.... Seria a sua nova batalha... O índio resolveu que iria até o firmamento para vê-la... Ele começou a desenhar nas areias da praia várias maquetes de engenhocas que pudessem lhe catapultar até o sol... E por várias luas Yaol tentou ser lançado para o sol... Usou um tipo de catapulta feita com cipós e uma palmeira para ser inçado e lançado...... A arvore teve o todo de suas folhas amarradas ao chão e direcionada ao horizonte... O ártico contava com uma mecânica engenhosa... O corte do cipó acionava a catapulta... Mas ideia não deu certo... Yaol mal passou da altura das maiores arvores que existia na beira da praia... Depois tentou uma espécie de alavanca... Feita de madeira cortada e amarrações de cipós... O dispositivo contava com um tipo de palha elástica que poderia lhe oferecer a energia de impulso necessário para ser alavancado da praia até o sol... E novamente falhou.... Depois tentou usar um elástico amarado a um cofo de palha.... As amarrações contavam com um tipo de fluido retirado de uma seringueira... E sendo resistente... Desta vez ele seria impulsionado até os céus... Mas novamente falhou... E por fim usou um arco e flecha gigantesco para lhe arremessar. Mas novamente fracassou...
  21. 21. Yaol Culto e Magia 21 Capitulo XII O Fim Trágico de Yaol... Yaol tentou por várias luas e vários sois chegar até a sua amada Natuya... Mas o tempo foi um carrasco e algoz de suas empreitadas... O jovem índio já estava doente e cansado... Quando em uma destas luas viu a sua Natuya pela primeira vez no reflexo da lua espreitada na lamina das águas do rio Kaituna... Yaol foi a encontro de sua amada... Mas novamente não conseguia ter em seus braços... Yaol novamente sentia que quanto mais nadava para o fundo do rio.... Perseguindo a imagem de Natuya.... Mais ele se afastava de si mesmo e de sua amada. Isto ocorreu por duas luas inteiras... Na terceira noite Yaol morreu afogado... A imagem refletida da lua que apresentava as feições de Natuya... Na verdade era Iara... Ela o enganou e reclamou o jovem para o fundo do rio... E como prometido pelo povo Tupinambá... Yaol foi finalmente entregue a dona do rio...
  22. 22. Yaol Culto e Magia 22 Capitulo XIII O Jovem Yaol.... Hoje em todas as luas que se fazem cheias no céu.... É possível ver o pequeno Yaol se lamentando por não ter Natuya em seus braços... O jovem índio sempre é visto na beira do rio Kaituna... E sentado sobre a grande pedra... vive eternamente esperando o nascer do sol para ver o seu.... Para ver o seu sol.... A bela Natuya.... Infelizmente até os dias de hoje... Yaol nunca mais pode ver o sol nascer... Ele nunca mais viu o rosto de Natuya... Pois Iara sempre que possível.... Vai busca-lo antes que o sol nasça.... Levando-o novamente para o fundo do rio... Fim
  23. 23. Yaol Culto e Magia 23 Agradecimentos A todos os meus amigos e colegas que leram este livro Antes mesmo de sua impressão Que elogiaram e criticaram as suas entrelinhas Que deram muitas sugestões importantes E que às vezes até compactuaram comigo Em recitações ao ar livre E dito isto Na embriaguez da companhia de um bom e velho vinho Um salve a todos vocês...
  24. 24. Yaol Culto e Magia 24 Memorial Em memória de um amor Que ficou no passado... Ao amor de minha vida Ao amor de meu viver... Ainda que este amor Não esteja por mim.... Em público Em púlpito... Como devia o ser Como deveria ter... Tanto a mim Quanto a ela... Esteja aqui está declaração Em memória de seu nome Em estrato de dignifico título... Oh! Minha amada bendita Oh! Minha bendita amada... Está escrito em sangue Está escrito em chamas... Mesmo que ainda esteja No anonimato completo Meu amor por você anA Ainda continuará no espaço... Percorrendo o infinito Como o brilho de bilhões De estrelas mortas nos céus Que insistem em te focalizar... Ainda que inerte na alma Ainda que inerte na calma Isto sim meu amor É apenas amar-te....
  25. 25. Yaol Culto e Magia 25 Notas do Autor Este livro revela todas as ansiedades de liberação de pensamento, ilustra todas as dramaticidades da exposição dos sentimentos proibidos a raízes ideológicas inóspitas, refrata todas as inteligíveis percepções de um mundo completamente formulado e arquitetado pelos apaixonados.... Exercer na declaração dos sentimentos inócuos, o amor, o desejo, a ternura, a saudade, a dedicação, a paixão e o tempo a efêmeros resultados da resignação refrataria de quem se ama, incidindo no desejo febril, o amor ao colo coibido do próprio inimigo... Um permanecer do tempo, entregue aos julgamentos dos amantes, um vincular do cerne as críticas dos possíveis insultos alógenos.... Um sofre eterno do amar, um vagar inacabável da escuridão, um sitiar deixado aos escritos não correspondidos, um ferver do amor, um sofre do amar, uma desilusão no tecer do tempo... Um amor colocado a guilhotina dos medos, um puxar incerto da alça que libera a laminar do frio carrasco, um íntimo sentir tênue da ríspida morte.... Um milésimo mínimo da paixão profana aterrada no sofrer... Um final pernicioso a todos os poetas, uma ponderação inóspita ao ternário das letras, um partir solitário na data de suas publicações, um livro incendiado pelas forças do sobrenatural, um texto solto ao acaso do amados... Entre os poetas, restam o lúgubre trabalho do sentir, a frágil volúpia do fingir, a réstia da eternidade efêmera, o fardo do etéreo, a casta de um patrimônio cultural sucumbido, a matéria da humanidade mórbida e a insanidade absurda do vazio. Um especulo dos loucos, um hospício da maturidade, um assombro das angustias, um atributo do amor frágil, um vício da paixão inerte. Um pertencimento da comunhão seletiva dos leitores, um expor-se imediato a ilusão, um querer complicado do universo... Um atendimento irracional de todas as expectativas de quem nos devora a alma, pagina por pagina, um remetente da preparação da trincheira, uma vivacidade de guerra oblíqua, um tumulto revirado pelas bombas, onde as armas e o tedio são colunas que pouco importam ao imprevisto da musa, algo que não nos incomoda a carne, travá-la em campo aberto e ao frio. Exposto as estas letras, desejo aos meus devoradores que este livro e um bom vinho, sejam em uma madrugada chuvosa, belos companheiros, sugiro aos meus leitores que os tome como hospede inato em suas vidas, regozije-o em tamanha amplitude e gozo, na intenção de degustá-los e recita-los como prova de minha companhia, tendo também os velhos amigos, reunidos sobre roda de uma boa conversa em recitação de meus versos. Permanecendo o vinho, o livro e as belas jovens ao lado de suas ébrias confraternizações eternas. Abrantes F. Roosevelt

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