1. FALE COM A GENTE >> Editor-Executivo: Émerson Maranhão, emerson@opovo.com.br > Editor-Assistente: Magela Lima magela@opovo.com.br
> Editores-Adjuntos: Luciano Almeida Filho, Paula Lima, Rodrigo Rocha; vidaarte@opovo.com.br; guia@opovo.com.br; buchicho@opovo.com.br; people@opovo.com.br > Fone: 3255.6137, 3255.6115, 3255.6151
FORTALEZA-CE, QUINTA-FEIRA, 17 DE DEZEMBRO DE 2009, WWW.OPOVO.COM.BR
CINEMA
JAMES CAMERON VOLTA
AOS CINEMAS
COM AVATAR
ESTREIA > 5
AS FILMAGENS DE RÂNIA, PRIMEIRO
LONGA DA CEARENSE ROBERTA MARQUES,
TRANSFORMAM A ROTINA DO MORRO
SANTA TEREZINHA, NO MUCURIPE
ANGÉLICA FEITOSA >>> angelica@opovo.com.br
GEÓRGIASANTIAGO
A estreante Graziela Rodrigues entre Roberta Marques e Chico Acioly
A MENINA
DANÇA
Com um pequeno atraso, a
van responsável pelo elenco
chega ao lugar das filmagens.
Graziela Rodrigues chega desde
já maquiada e arrumada para
a cena, e tímida com tanta
gente ao redor. A menina de
sorriso sem fim sob ao local do
ensaio e mostra-se empolgada,
mesmo repetindo toda a fala
mais de uma dezena de vezes,
ao lado da atriz cearense
Nataly Rocha. A cena é curta,
é quando a Zizi, personagem
de Nataly, conta para a amiga
Rânia um segredo.
Quando o assistente de
direção anuncia “ação”, as
pessoas ao redor, adultos e
crianças, respeitam o pedido.
Do outro lado da rua, um
forró começa alto, e um dos
moradores corre até lá, para
pedir silêncio. “A gente tem
que ajudar, porque vai ser
um filme bonito e ai mostrar
um pouco da gente”, acredita
dona Janice..
Rânia bem
de perto
A
ntes mesmo de
o elenco che-
gar à rua Pesca-
dor Jerônimo, no
morro Santa Te-
rezinha, boa parte dos mora-
dores já estava a postos. Na
tarde da última terça, cadeira
na calçada, olhar de quem fu-
ça, tentando adivinhar o que
se passaria na cena. “Eu que-
ria saber quem é a principal.
Deve ser uma moça bonita,
né?”, arrisca a dona Maria de
Lourdes, da porta de casa. Na
rua, um rebuliço de câmera,
cabos, fios e andaimes, mo-
vimentados por uma equipe
de cerca de 30 pessoas dava
o prenúncio de uma espécie
de espetáculo que as pesso-
as se preparavam para assis-
tir. “Bota aqui a mesa pra gen-
te tomar uma enquanto assis-
te”, solta o representante de
vendas Mário Luiz.
A costureira Janete Valen-
te da Cunha, 62, era das
mais contentes, mas estra-
nhava o envelhecimento de
uns 20 anos dado a sua ca-
sa. É de lá que o elenco de
Rânia, primeiro longa-metra-
gem da cineasta cearense Ro-
berta Marques, gravaria ce-
nas no morro Santa Terezi-
nha, depois de locações rea-
lizadas na Praia Mansa, Bei-
ra Mar e praia do Mucuripe.
O trabalho de direção de ar-
te, assinado por Diogo Cos-
ta, transformou a residên-
cia de Janete no lar da per-
sonagem principal, Rânia,
sua mãe e seus irmãos e
aproveitou as divisões imó-
vel, como o pequeno quar-
to de costura, os cômodos de
cores diferentes, alguns dos
móveis. Do ambiente, nasce
a história de uma adolescen-
te do morro Santa Terezinha
que sonha em ser bailarina.
O projeto do filme é anti-
go e desde 2003 acompanha-
va a inquieta Roberta Mar-
ques. Dividindo-se entre as
residências no Ceará e em
Amsterdã, a cineasta fez os
primeiros esboços do roteiro
há seis anos e, a partir daí, bu-
rilou o trabalho a seis mãos,
com a contribuição de Luíza
Monique e Felipe Bragança.
Com o projeto contemplado
pelo Edital de Fomento à Pro-
dução da Secretaria de Audi-
ovisual do Ministério da Cul-
tura (MinC), dentro da ca-
tegoria de baixo orçamento
(cujo teto é de R$ 1 milhão),
Roberta pode, finalmen-
te, colocar em prática o
desejo. A cineasta que
envereda pela primei-
ra vez em um longa-
metragem, opta pe-
la ficção, mas conti-
nua perseguindo o seu
intuito de pesquisar a
dança, iniciado trabalho há
mais de 20 anos, sempre en-
volvendo o audiovisual e os
movimentos do corpo.
Roteiro
Esse filme fala, principal-
mente, de sonho e de um en-
contro bonito. A dança é o
elo. A arte é o que une. No
encontro de Estela (persona-
gem da atriz Mariana Lima),
uma professora de dança que
vem de uma estadia na Euro-
pa e Rânia (a cearense Gra-
ziela Rodrigues), uma adoles-
cente do morro Santa Terezi-
nha, vai modificar a vida das
duas”, conta a diretora. Ro-
berta fez questão de que a
maior parte do elenco fosse
formada por pessoas do Ce-
ará. Com essa missão, convi-
dou o preparador e produtor
de elenco, Chico Acioly, um
cearense criado em Recife e
atualmente radicado no Rio
de Janeiro.
Ele teve a missão, junto
com Roberta, de encontrar a
menina que iria viver a Râ-
nia. O primeiro lugar de bus-
ca foi a Escola Cia. Vidança,
um projeto com adolescentes
da Barra do Ceará. “Na pri-
meira vez que fui ao projeto,
comecei a chorar. Tínhamos
quatro semanas de pesquisa,
um tempo curto. A Graziela
é a grande descoberta do fil-
me”, derrete-se Acioly. Se é a
dança o grande condutor do
longa, é na mudança que ela
provoca que está a história
de transformação que Rober-
ta quer contar.
FILMOGRAFIA DE
ROBERTA MARQUES
> Looking Forward - Man and
Woman (2009, 12’)
> Looking Forward - Man (2007, 8’)
> Deixa Ir (2005, 59’)
> Acorda (Ficção, DV, 16’)
> 3 Linhas (2003, 29’)
> Do lado de lá (2001, 95’)
> Amá-la (1997, 13’)
> Pretexte ou Desespoir (1996 -20’)
> In Bed With Schwuppdiwupp
(1995, 10’)
> Ex-votos (1994, 15’)
> O Fantasma do Farol (1992, 10’)
> Liquidific a Dor (1991, 13’)
> Ensaios (1989, 13’)
Émerson Maranhão, emerson@opovo.com.br > Editor-Assistente: Magela Lima magela@opovo.com.br
go Rocha; vidaarte@opovo.com.br; guia@opovo.com.br; buchicho@opovo.com.br; people@opovo.com.br > Fone: 3255.6137, 3255.6115, 3255.6151
RTA MARQUES,
DO MORRO
CURIPE
o Acioly
RIMEIRO
RTA MARQUES
Com um pequeno atraso, a
á l l l
bem
de perto
e Audi-
da Cul-
da ca-
amento
lhão),
en-
o
e
-
-
-
i-
eu
r a
ho há
pre en-
ual e os
o.
ncipal-
um en-
ça é o
ne. No
ersona-
Lima),
nça quee
a Euro--
se Gra--
adoles-
Terezi-
ida das
ra. Ro-
que aa
o fosse
do Ce-
convi-
rodutor
oly, um
if
>> Com apenas 17 anos, a
jovem Graziela Rodrigues é proibida
pela produção do filme de dar
entrevistas.