1. A GRANDE TECELAGEM
Segundo os Xamãs Andinos (Paq´os) somos uma grande bolha de energia, e uma
meditação muito simples para energização consiste em cerrar os olhos e visualizar-se no
centro dessa bolha. A cada inspiração profunda, nossa luz brilha com mais intensidade,
como uma brasa ardente quando é soprada. Após soltar o ar, a luz é irradiada a partir de
nós. No entanto, da mesma forma que o sol (Inti) não diminui quando brilha, nós
também não diminuiremos essa energia quando estivermos compartilhando essa luz.
Depois repetiremos o exercício, até nos sentirmos completamente energizados.
Agora nós podemos realmente começar o exercício da Grande Tecelagem, seguindo
respirando profundamente até nos sentirmos calmos e relaxados. Sem abrir os olhos,
tentemos nos conscientizar de tudo que nos cerca. De início, escolhamos um cristal ou
uma planta para tentar nossa ligação com ele (a).
Visualizemos essa ligação como sendo uma fibra fina, que se estende do nosso corpo
até o objeto no qual estamos concentrados. É possível que isto leve algum tempo,
exigindo várias tentativas, antes de sentirmos a segurança necessária para
prosseguirmos. Avancemos de acordo com o nosso ritmo. Quando estivermos a absoluta
certeza da conscientização desta primeira fibra de ligação, ampliando nossa consciência
de maneira a englobar todos os minerais, depois as plantas, depois todos os objetos que
nos cercam e nos quais sintamos algum poder. Construamos, fibra por fibra, conscientes
da tecelagem de energia que nos liga o ambiente a nossa volta.
Quando nos sentirmos preparados, ampliemos nossa consciência um pouco mais, de
modo a englobar toda nossa casa e nosso quarteirão. Sintamos nossa ligação com cada
uma dessas pessoas. Tentemos nos conscientizar do ponto em que a fibra sai do nosso
corpo e também do ponto em que ela se junta ao corpo dos outros. Talvez alguns de nós
tenhamos animais de estimação; procuremos sentir nossa ligação com cada um deles,
chegando a incluir o menor deles. Existem fibras que nos ligam a tudo que vivem dentro
da nossa casa. Conscientizemo-nos até mesmo das fibras que nos ligam às pedras do
solo sobre o qual nossa casa foi construída.
Quando nos sentirmos preparados, ampliemos um pouco mais nossa consciência, de
modo a incluir o bairro no qual vivemos. Tentemos nos conscientizar das fibras que nos
ligam a cada uma das pessoas, jovens ou velhas, simpáticas ou antipáticas. Sintamos a
nossa ligação com cada animal, tanto os que voam como os que vivem no solo, com
todas as plantas, da árvore mais alta ao menor musgo que cresce num canto da parede, e
com todas as pedras e pedregulhos do solo.
Na medida em que nossa consciência se expande de maneira a englobar a tecelagem da
vida, constataremos que estamos avançando nesse processo de conexões com as outras
criaturas. Agora estamos conscientes de nossa ligação com nossa cidade, com a
totalidade de nosso país e com todo planeta, mas não nos contentemos com isso.
Ampliemos ainda mais nossa consciência, de modo a incluir a totalidade do sistema
solar. Sintamos as fibras que nos ligam a nossa Mãe Terra, e ao Pai Sol, mas não
deixemos de nos lembrar das fibras que nos ligam à lua e a cada um dos planetas e
estrelas.
2. Demos agora o último salto de consciência e sintamos sua ligação com a totalidade do
universo. Estamos ligados a cada estrela e a cada planeta, as todas as coisas visíveis e
invisíveis, conhecidas e desconhecidas. Sintamos as fibras. Conheçamos o nosso lugar
como parte integrante nessa grande tecelagem. Nós nunca mais voltaremos a nos sentir
perdidos ou sozinhos, pois conhecemos o nosso lugar nos esquemas das coisas. Em
todos os lugares onde estivermos, saibamos que seremos sempre conhecidos e amados.
Agora, lentamente, deixemos que nossa consciência volte a encolher-se outra vez.
Voltemos ao sistema solar, a Terra, ao nosso país, à nossa cidade, a nossa casa, ao nosso
quarto e a nós dentro dele. À medida que nossa consciência volta ao seu tamanho
normal, saibamos que o nosso lugar na tecelagem não está sendo perdido, as coisas
continuam sendo como acabamos de experimentar com a simples diferença de que
deixamos de conscientizarmo-nos delas.
Após essa experiência, não nos apressemos a retornar à vida do dia-a-dia; comamos ou
bebamos alguma coisa e certifiquemo-nos de que estamos outra vez firmemente
enraizados na nossa consciência cotidiana das coisas antes de retornar a vida
normalmente.