O documento descreve um projeto arquitetônico para um espaço de conhecimento e cultura dentro de uma unidade prisional. O projeto propõe "paredes de livros" que vão do chão ao teto e sistemas de portas de correr e painéis móveis para criar flexibilidade no espaço. O objetivo é que o livro e o conhecimento sejam protagonistas e tragam novas perspectivas para os detentos.
6. Memorial Justificativo
A arquitetura do espaço busca trazer o livro para o papel de protagonista. O livro representa a “janela”
para o mundo de imaginação que extrapola as fronteiras físicas do edifício. A “janela” do saber e da
imaginação que traz o conhecimento abrindo novas perspectivas para um espaço tão limitado como a
unidade carcerária.
Neste sentido, do ponto de vista da arquitetura, criam-se “paredes de livros”, estantes que vão do piso
ao teto à toda volta.
A apropriação do espaço pelo usuário é tema central do projeto e acontece de duas maneiras: corredor-
galeria e flexibilidade do espaço interno.
O corredor, porta de entrada do presídio, adquire dignidade e passa a ser um espaço expositivo através
de um sistema de painéis corrediços que se organizam conforme o tipo de trabalho a ser exposto. Esses
trabalhos passam por uma curadoria mista que determina o que deve ser exposto, e como deve ser
organizada a exposição.
As paredes que dividem os espaços dão lugar à um sistema de portas-lousa que, quando fechadas
abrigam salas de aula e a biblioteca, e quando abertas criam um espaço contínuo adequado para
diversos usos: exposições , cinema, palestras, etc. Um palco no fundo serve de banco para todos os
usos.
Construtivamente retiram-se as paredes de alvenaria que são substituídas pelos “painéis-lousa”,
deixando a estrutura de vigas e pilares aparentes. As estantes são de madeira e o forro de grelha de
madeira atirantada para que possam ser pendurados objetos. Os caixilhos são de madeira com acrílico
transparente incolor, que possibilita que mesmo fechados aumentem a sensação espacial e tragam para
dentro a exposição.