Mulheres na PMMG: 29 anos de conquistas e desafios
1. Assessoria de Imprensa da PMMG – Edição 304 - 1° de setembro 2010
Nesta quarta-feira, 1º de setembro de 2010, é um dia muito
importante para todos os mineiros. É que há 29 anos, exatamente
em 1981, a Polícia Militar de Minas Gerais marcou para sempre a
história do Estado, com a inclusão da primeira turma de mulheres
em suas fileiras. Na época, 2.400 delas se inscreveram para
concorrer a uma vaga do primeiro concurso para o Curso de
Formação de Sargentos. Cento e vinte foram vitoriosas e se
formaram no dia 2 de abril do ano seguinte.
Vinte e nove anos depois dessa conquista, a mulher ocupa
os diversos postos e graduações na PMMG, com funções e
atribuições no comando de Batalhões, nas Unidades
Operacionais e Administrativas, na Junta Central de Saúde, na
DAOP - Diretoria de Apoio Operacional, no CICOp – Centro
Integrado de Apoio Operacional, na Diretoria de Saúde e até na
Subchefia do Estado-Maior, elas deram mostras do seu talento,
alto grau de profissionalismo e dedicação. Com esses valores,
elas conquistaram o seu espaço na Instituição.
2. SENSIBILIDADE EM TODOS
OS MOMENTOS
Ser policial militar não é fácil, mas as mulheres, a todo momento, dão
prova de seu valor, embasado por um apurado senso de profissionalismo,
que as levam a obter sucesso em todas as funções que desempenham. Elas
são fator de integração na PMMG, onde usam sua perspicácia e
sensibilidade nas questões que se lhe apresentam. Essas mesmas
qualidades são utilizadas por elas nas questões operacionais, que muitas
vezes exigem a presença da PFem para minimizar e solucionar problemas.
UM VISUAL DIFERENTE
INVADIU OS QUARTÉIS
Sapato de pequeno salto, modelo scarpin, e bolsa de tamanho médio
agregado à farda. Com este uniforme, elas, inicialmente, chamaram a
atenção dos belo-horizontinos e abrandaram a presença masculina nos
quartéis. Depois, ao longo dos anos, receberam a mesma atenção nas
centenas de municípios mineiros.
Com o seu jeito espontâneo e gentil, as mulheres provocaram
mudanças profundas na Instituição. Amenizarm o clima dos quartéis,
colocaram flores em suas mesas e trouxeram, para um ambiente tipicamente
masculino, a leveza que só elas são capazes de provocar.
“Quando chegamos aos quartéis, estranhamos porque estávamos em
um ambiente exclusivamente dominado por homens”, lembrou a Subchefe
do Estado-Maior, Coronel Luciene Magalhães de Albuquerque, que, naquela
época impressionou seus colegas pela rapidez com a qual se adaptou com a
caserna. A Oficial lembra que o processo de seleção e treinamento da
mulher foi tão rigoroso quanto o do homens, que, segundo ela, as recebeu
de braços abertos.
“É claro que as coisas não eram fáceis, mas nós não fizemos feio,
demos conta do recado e, hoje, 29 anos depois, aqui estamos participando
de todas as atividades que nos são atribuídas, contribuindo para fazer da
Polícia Militar de Minas Gerais o orgulho do povo mineiro”, ressalta a Cel
Luciene, que, dentre outras funções, com sua sutileza, persistência e
profissionalismo, comandou o 34° Batalhão, em Belo Horizonte, atuou no
Batalhão de Trânsito e foi Chefe da PM5.
3. AS PFEM DÃO SEU RECADO
"Uma conquista para a mulher no sentido profissional, pois demonstra
a competência feminina. Estes 29 anos representam um ganho não só para
a Corporação, mas para toda a sociedade."
Cel Maria de Lourdes - Presidente da Junta Central de Saúde
"A relevância do papel da mulher dentro da PM reflete muito a
importância que a mulher tem na sociedade como um todo. Hoje temos
figuras femininas em todas as esferas sociais. Graças a entrada da primeira
de turma de mulheres na Corporação eu pude realizar um sonho de
pertencer a PMMG. Hoje sou muito realizada já que, após estudar no
Colégio Tiradentes, hoje retorno para comandar esta Instituição."
Ten-Cel Nilma Froes Vieira - Comandante do CTPM
"A mulher veio para agregar valores à Polícia Militar. Chegamos em
uma Instituição que era predominantemente masculina e trouxemos uma
sensibilidade que reflete na atuação policial nas ruas. Sinto-me honrada de
ser a primeira mulher a comandar o CTP – Centro de Treinamento Policial. É
um grande desafio, mas e, também, um trabalho extremamente prazeroso."
Ten-Cel Káthia Aparecida Cardoso Cabral - Comandante do CTP
"Considero uma grande vitória para as mulheres. Ingressei na PMMG
com 20 anos e sou muito feliz pela escolha que fiz ainda jovem. Sinto-me
realizada por pertencer as fileiras da Corporação."
Capitão Lirliê Aparecida de Souza Alves - P5 do 6º Batalhão
“Não viemos para ocupar o lugar de ninguém, mas para preencher
uma lacuna que existia, para somar nas questões que o homem não tem
muito tato para lidar. É importante observar que a mulher tem sua
personalidade própria, sua forma agir, que é totalmente diferente das do
homem, que é mais prático. Nós somos mais detalhistas, mais
observadores. Então, juntando as diferenças consegue-se um tudo muito
melhor.”
Ten Lea Pereira – Diretoria de Apoio Logístico - DAL
4. “A inclusão da mulher na PM foi de fundamental importância para que
centenas de outras mulheres conseguissem o seu espaço no mercado de
trabalho. Isso porque a PM deu o exemplo mostrando que é possível, sim,
mulheres e homens desenvolverem atividades comuns que beneficiem
milhares de outras pessoas. Mostrou, ainda, com a sua atitude, que a mulher
está apta para atuar em outros setores que, antes, eram ocupados apenas
por homens.”
Ten Rosemary – DRH – Diretoria de Recursos Humanos
“A entrada da mulher na PM foi uma conquista muito importante para
todas nós, independente da área em que trabalhamos. Observo que a cada
dia que passa nossos valores estão sendo reconhecidos dentro da
Instituição e a nossa importância tem sido destacada em todos os setores da
sociedade. O que é também muito importante é que a Corporação nos
permite passar por diversos setores, o que amplia o nosso conhecimento
profissional. Eu, por exemplo, já trabalhei nas atividades operacionais, no
22° BPM, Belo Horizonte, e na 182ª Cia, em Pedro Le opoldo e, hoje, estou
na DAOP – Diretoria de Apoio Operacional.”
Sgt Joyce Carvalho
“As mulheres vieram somar no que diz respeito ao trabalho
desenvolvido na PM. Com elas, nós aprendemos coisas importantes a todo
instante, tendo em vista a capacidade e a tranquilidade que têm para
solucionar problemas, desde os mais simples até os de alta gravidade.
Acredito que as mulheres chegaram, viram e venceram. É um caminho sem
volta.”
Sgt Carlos Henrique – CICOp
“Eu me considero uma pessoa felizarda por ter chegado oito anos
depois que as primeiras mulheres entraram na PM. Elas foram as pioneiras
e, com sua competência, mostraram que era possível homens e mulheres se
dedicarem juntos por uma mesma causa. Com orgulho, já trabalhei no 1° e
no 16° Batalhões, ambos em BH, no Colégio Tiradente s e CICOp.”
Sgt Cláudia Andrea Cândido Ventura - DAOP
"Tenho apenas um ano e sete meses de Polícia Militar e já me sinto
totalmente realizada. Acredito que os 29 anos de entrada da mulher na
Corporação representa a grande capacidade feminina. Já trabalhei nas ruas
e comprovei como o trabalho das mulheres auxilia no serviço operacional"
Sd Bruna Aparecida Hilarino Valadares - 25º Batalhão
5. CORONEL LUCIENE - PRIMEIRA
MULHER A COMANDAR UMA TROPA
Ela foi a primeira
mulher a comandar uma
tropa no País. Em 1992, a
Coronel Luciene
Magalhães Albuquerque –
que, hoje, é a Subchefe
do Estado-Maior da PM –
é prova de que há
espaço para mulheres na
nova concepção da
segurança pública.
Para ela, a grande
conquista do ingresso da
mulher nas instituições policiais é a humanização nos relacionamentos.
“Atitudes simples, como mudanças no tratamento entre as pessoas, trazem
transformações, como uma melhor relação da polícia com a comunidade,
que passa a participar das medidas preventivas, comunicando casos à
polícia e assim ajudando a evitar novas ocorrências”, explica a oficial.
A Oficial garante que nunca foi desrespeitada pelo fato de ser mulher.
“Minha percepção é de que o respeito é até maior, em função da
preocupação do homem de não falhar perante uma mulher. Outra hipótese é
o fato de o homem ter sido educado por uma mulher. Não temos problemas
com liderança de mulheres”, afirma.
Sobre o fato de ocupar o terceiro cargo na hierarquia da PM, ela diz
sentir muito mais responsabilidade do que orgulho. “No início, em 1981, o
percentual de entrada de mulheres era de 5% do efetivo. Éramos 120
mulheres, todas praças. Cinco passaram no concurso para oficial. Por
sermos sempre minoria, nos exigimos mais, buscamos a perfeição e a
correção para provar que somos capazes”, lembra.
A PMMG é a mais antiga do País, com 234 anos, 29 deles com
participação feminina. Hoje, o limite de entrada aumentou para 10% do
efetivo. “É difícil quebrar paradigmas numa instituição tão antiga, mas
lutamos para garantir o espaço das mulheres no futuro”, enfatiza. E garante:
“A polícia moderna tem características femininas, como parlamentação,
comunicação e mediação de conflitos. Ela inspira confiança.”
6. TENENTE-CORONEL CLÁUDIA
À FRENTE DO 36° BPM
A Tenente-Coronel Cláudia Araújo
Romualdo comanda o 36º BPM, em
Vespasiano, desde o ano passado. Ela é a
segunda policial militar que assume o posto
máximo de comando em uma Unidade
operacional.
A primeira foi a Coronel Luciene
Magalhães Albuquerque, atual Subchefe do
Estado-Maior da PM, que esteve à frente do 34º Batalhão, no Bairro Caiçara,
em Belo Horizonte.
Ao tomar posse, a Ten-Cel Cláudia disse estar preparada para
exercer a função e não decepcionou, uma vez que conseguiu reduzir a
criminalidade no município, onde é admirada, tanto por seus comandados
quanto pela comunidade. Natural de Belo Horizonte, é casada, tem 23 anos
de serviços prestados à PMMG e uma vasta experiência operacional.
UM GRANDE SONHO E O
PRIMEIRO LUGAR NO CFO
A Aspirante-a-Oficial Maressa de Assis
Silva Martins, casada e um grande sonho:
ser uma excelente policial militar. Este é o
perfil da aluna que, no dia 28 de novembro
de 2009, recebeu o diploma de conclusão
do Curso de Formação de Oficiais – CFO e
foi a primeira classificada entre 60
formandos. Ela é a segunda mulher a
conseguir o feito em Minas; a primeira foi a atual Subchefe do Estado-Maior
da PMMG, Coronel Luciene Magalhães de Albuquerque. Competindo em pé
de igualdade com seus colegas de curso, Maressa, desde o início,
sobressaiu-se em todas as disciplinas constantes do CFO.
7. ELAS SEMPRE SÃO LEMBRADAS
É comum as policiais militares serem homenageadas no Dia
Internacional da Mulher, como ocorreu este ano em Varginha. A surpresa
ficou por conta das pessoas que
entregaram as flores: eram todas
policiais militares do Destacamento de
Monsenhor Paulo que saíram da
Unidade e foram ao centro da cidade
para enaltecer as colegas de farda e
todas as mulheres da região.
A iniciativa serviu também para
mostrar como a mulher é importante
para a sociedade e para a Polícia Militar e que a Corporação busca,
diuturnamente, construir, em todos os recantos do Estado de Minas Gerais,
ambientes onde reine a harmonia e prospere a paz.
ESTÃO EM TODOS OS LUGARES
Não existe na PM mais companhia formada por mulheres, nem
missão especial: elas estão integradas em todas as atividades. Elas podem
ser vistas nos policiamentos de trânsito, rodoviário, ambiental, escolar,
motorizado, de bicicletas e até no Batalhão de Choque e na Corregedoria.
Elas estão também presentes nos serviços administrativos, nos
projetos sociais e nas atividades musicais, no quadro de saúde saúde, como
médicas, dentistas, farmacêuticas, veterinárias ou auxiliares de saúde,
podendo ainda atuar como mecânicas de aeronaves, no Grupamento de
Radiopatrulhamento Aéreo.
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DAOP - Diretoria de Apoio Operacional
Assessor de Imprensa - Capitão Gedir Rocha
Jornalistas - Márcia Cândido, Alexandre França e Sheila de Ângelis