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CEFET/SC – Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina 
Gerência Educacional da Construção Civil 
Curso Técnico de Meio Ambiente 
Relatório de Monitoramento: 
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE HÍDRICA DO RIO QUINCA ANTÔNIO 
Florianópolis, julho de 2004
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Equipe: Alex Antônio Morawisk 
Ana Carolina Zen de Moraes 
Camila Rodrigues Blasi 
Clarissa Silva Cardoso 
Cristina Monteggia Varela 
Daniel Pereira Lacerda 
Fabiula Terezinha de Lima 
Fernanda Ouriques Maia 
Gabriel Peixer da Silva 
Gabriela Guimarães Orofino 
Magda Centeio dos Santos 
Paula Centini Torres 
Rafael Schmitz 
Orientadora: Maria Bertília Oss Giacomelli 
Co orientadoras: Maria Angélica B. Marin 
Abgail A’vila de Souza da Silva 
Beatriz Casses Zoucas 
Luiz Carlos Marinho Cavalheiro
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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................06 
1.1 Histórico da Ocupação do Distrito do Pântano do Sul............................................08 
1.2 Justificativa..............................................................................................................16 
1.3 Objetivos..................................................................................................................17 
1.3.1 Objetivo Geral..........................................................................................17 
1.3.2 Objetivos Específicos...............................................................................17 
1.4 Caracterização da Bacia Hidrográfica do distrito do Pântano do Sul.....................18 
1.4.1 Clima.........................................................................................................20 
1.4.2 Tipos de Vegetação...................................................................................21 
2 PARÂMETROS ESTUDADOS.................................................................................26 
2.1 Análises Físicas........................................................................................................26 
2.2 Análises Químicas....................................................................................................26 
2.3 Análises Biológicas..................................................................................................28 
3 DETERMINAÇÃO DE METAIS E MATÉRIA ORGÂNICA EM SEDIMENTO...29 
3.1 Coleta da amostra ....................................................................................................29 
3.2 Preparação da Amostra.............................................................................................29 
3.3 Digestão da Amostra (Ácido Sulfúrico) para determinação volumétrica de Ferro..30 
3.4 Extração e determinação volumétrica de Alumínio.................................................31 
3.5 Determinação da Matéria Orgânica..........................................................................32 
4 COLETA E ANÁLISE................................................................................................33 
5 CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS.......................................................................34 
5.1 Características do Ponto 0........................................................................................35 
5.2 Características do Ponto 1.......................................................................................36
3 
5.3 Características do Ponto 2.......................................................................................37 
5.3.1 Características do Ponto 2A.................................................................................37 
5.3.2 Características do Ponto 2B.................................................................................38 
5.4 Características do Ponto 3......................................................................................39 
5.5 Características do Ponto 4......................................................................................40 
6 RESULTADOS DAS ANÁLISES DE ÁGUA E DISCUSSÃO..............................41 
7 RESULTADO DAS ANÁLISES DE SEDIMENTO E DISCUSSÃO....................47 
8 CONCLUSÃO...........................................................................................................49 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................50 
ANEXO I.....................................................................................................................52
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APRESENTAÇÃO 
Tendo em vista a preservação dos recursos hídricos e a melhoria das condições de vida populacionais, a necessidade de um projeto de monitoramento para a conclusão do 3º módulo do Curso Técnico de Meio Ambiente e baseados nos conhecimentos adquiridos ao longo deste apresenta-se o relatório de Avaliação das Características Hídricas do Rio Quinca Antônio
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1 INTRODUÇÃO 
Nos últimos tempos, a água e principalmente a necessidade de comprometimento com o uso sustentável desta vêm sendo muito debatidos, por esta ser um recurso ambiental finito e muito vulnerável. 
No entanto, convive-se com vários exemplos de irresponsabilidade com este recurso, sendo que grande parcela deste descaso é fruto da acomodação na aquisição e disseminação de informação. 
Benetti e Bidone (1993) salientam que a água é um dos recursos naturais que possui uma maior diversidade de usos como abastecimento público, matéria-prima para a indústria, irrigação, recreação, dessedentação de animais, geração de energia elétrica, transporte, diluição de despejos, e preservação da fauna e flora. 
Tem-se como principal agravante da poluição das águas a explosão demográfica, que na maioria das vezes se dá de maneira desordenada. 
Como a situação atual de desenvolvimento deste ambiente frágil e com as características peculiares à sua insularidade, no caso da Ilha de Santa Catarina, fica explícita a priorização do lucro à medida que a natureza é vista como útil, quando produtiva e super explorada. 
Referente às informações recebidas durante o desenvolvimento dos eixos temáticos do Curso Técnico de Meio Ambiente, juntamente com a necessidade da realização de um trabalho de monitoramento ambiental, apresenta-se este relatório de pré-avaliação das características hídricas do Rio Quinca Antônio. 
Contempla-se neste relatório as seguintes análises: 
 Análise crítica dos pontos escolhidos, de 1 a 4;
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 Análises de água, e sedimento, sendo que este último é iniciado em trabalhos no CEFET/SC; 
 Dos parâmetros físicos: temperatura e turbidez; 
 Dos parâmetros químicos: pH, Oxigênio dissolvido (OD), Demanda Bioquímica de oxigênio, Demanda química de oxigênio, Nitrito, Fosfato, Cloretos, Ferro, Alumínio; 
 Dos parâmetros biológicos: Coliformes Totais e Fecais; 
Enfim, encontram-se aqui as possíveis relações da condição atual de desenvolvimento urbano do distrito do Pântano do Sul com os resultados obtidos.
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1.1 Histórico sobre a ocupação do solo no Distrito do Pântano do Sul 
O Distrito de Pântano do Sul tem uma área de aproximadamente 40 km2, localizada na região sul da Ilha. Recebeu este nome em decorrência dos diversos pântanos e charcos que ocorrem na região. Sua fundação se deu em 1780 quando um grupo de desbravadores seguia para o sul em direção a Armação do Pântano do Sul que chegando lá avistaram uma mulata que ao vê-los saiu correndo em direção ao sul da Ilha, alguns desbravadores a seguiram e encontraram um lugar de boa pesca e ali se fixaram, a mulata nunca mais foi vista.1 
Faz parte da formação de duas bacias hidrográficas naturais: a da Lagoa do Peri e a da Planície do Pântano do Sul, que vai unir suas águas (pluviais e das nascentes) no rio Quinca Antônio, desaguador natural das duas bacias, indo desembocar na praia da Armação na divisa com o Matadeiro. Forma uma planície cercada por morros - dos quais os mais altos são o do Vigia e o do Matadeiro - separada do mar por um ístmo de sedimentação arenosa e de restinga, formando junto com o restante, um ambiente rico e pouco conhecido. 
É uma das primeiras regiões da Ilha que foram habitadas, onde se encontra o mais antigo sambaqui de Florianópolis datado de 4.500 anos. Viviam principalmente da coleta de moluscos pesca e caça. Foram encontradas também oficinas líticas, onde eram polidos instrumentos de pedra etc. 
Já no século XIV, os índios carijós vieram a ocupar tais áreas, devido ao solo arenoso pois cultivavam mandioca. Somente no século XVI foi que os primeiros europeus chegaram à Ilha de Santa Catarina. Estes trazem para o local a exploração agrícola, vem se estabelecer em pequenas aldeias na região, dando a paisagem uma característica rural. 
A Armação, único ponto da pesca da baleia na Ilha, tem como marco físico inicial a implantação do equipamento de pesca junto a barra do rio Quinca Antônio, composto da casa
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grande, armazém, tanques, engenho de azeite (fábrica), senzala e igreja, configurando um conjunto urbano. 
Deste núcleo partiam caminhos, definindo vias de estruturação que até hoje influenciam no desenvolvimento das expansões urbanas. Entre 1740 e 1830 a Armação da Lagoinha era o núcleo economicamente mais dinâmico e integrado ao modo de produção assumido pela coroa, inserido nos roteiros do comercio mundial, mesmo tendo plena autonomia. 
A pesca artesanal - mesmo após a interrupção do ciclo da baleia - por ser uma atividade de caráter coletivo e necessitar da força de muitos braços, passou a atrair muitos colonos para a orla. Esse fato acarretou na construção desordenada de habitações a princípio temporárias, não se solidificando, cada vez mais adensados com vias estreitas, seguindo uma lógica de proximidade espacial. 
O núcleo pioneiro do Pântano do Sul, não teve a implantação do equipamento de pesca como formador de sua estrutura. O resultado disso gerou uma dispersão de casas no canto da praia, pois cerca de 70% dos moradores se dedicavam exclusivamente à pesca. Como não teve espaço público estruturador regular (como na Armação), as formas resultantes de seu adensamento - que ocorreu com mais intensidade nos últimos cinqüenta anos (a população praticamente triplicou de 1980 a 2000) - foram mais irregulares ainda, por tratar-se de uma comunidade com formações histórico-culturais marcantes provenientes do modo de vida que valoriza o espaço público, baseado na simplicidade, com um convívio peculiar e cúmplice. 
Naquela época a implantação das casas de colonos na porção mais baixa das encostas dos morros era freqüente, onde as partes mais altas dos lotes eram utilizadas para exploração agrícola, cuja conseqüência ambiental foi a destruição da mata nativa original, que foi substituída por plantações de milho, café e mandioca. Das trilhas de circulação que ligavam estas casas se originaram as estradas gerais ou caminhos.
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Na segunda metade do século XIX como a partilha paralela as laterais dos lotes esgotou as possibilidades de parcelamento, as divisões passaram a paralelas a estrada geral, permitindo também devido à implantação de servidões estreitas (caracterizando, assim, o crescimento desordenado da região). 
Características importantes da colonização na ilha foram as terras comunais que eram de uso coletivo agro-pastoril que muitas vezes tinham caráter de suplemento das diversas propriedades individuais. No sul da Ilha o principal campo comunal localizava-se na planície do Pântano do Sul. Destas terras, as que ainda não foram privatizadas compreendem uma área de cerca de 480 ha, praticamente toda área da planície, e estão sobre uma das maiores reservas de água da cidade. 
No inicio do século passado, com o ritmo de vida ditado basicamente pelas atividades econômicas extrativistas e artesanais. As transformações ocorridas até então no distrito sede, no sentido da urbanização e modernização da vida coletiva, pouco alteraram a organização inicial da ocupação colonial. 
O crescimento da região no período entre 1960 e 1991 foi significativo e maior do que muitas das metrópoles brasileiras, sendo que este causou grandes impactos em sua estrutura ambiental natural e cultural. Para se ter uma idéia, em 1963 o número de propriedades agrícolas não chegava a 100 e as “indústrias” da região se resumiam a engenhos de farinha de mandioca e de cana-de-açúcar (ao número de 30), e uma indústria de salga de peixe. 
As novas condições de vida apresentadas durante este período incentivaram moradores do centro da cidade a terem sua “casa de fim de semana”. Surge então na Armação, colado ao traçado irregular dos assentamentos nativos, loteamentos regularizados pela recém implantada legislação diretora e de código de obras. 
Com a valorização dos ambientes naturais e bucólicos, o Pântano do Sul e a Armação se tornaram um local de veraneio, levando as pessoas a adquirir lotes aumentando a ocupação
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das terras no povoado. Trazendo como principal impacto ambiental o “corte” no terreno para implantação de acesso ligando a casa à estrada geral, causou - se em muitos casos, sérios prejuízos de assoreamento de riachos e desbarrancamento por erosão. 
Em meados da década de 70, com a intensificação deste processo de imigração e interesse por usufruir os balneários e juntamente com a energia elétrica, surge o loteamento dos Açores. Este tipo de assentamento se diferencia dos loteamentos dos anos 60 na Armação, pelo sistema de organização. 
Assim como a organização às exigências do urbanismo contemporâneo trouxe uma infra-estrutura planejada para ser eficiente e econômica, a provisão de espaços públicos, maiores afastamentos, implicava também em outras conseqüências, nem todas benéficas. 
A diferença se dá ainda no que diz respeito à vinculação do usuário ao espaço: o caráter predominante de veraneio das pessoas de Florianópolis – moradoras da região central com suas casas de praia - ou de turistas de outras cidades que alugavam casas. Isso ocorre até hoje e faz com que na época do verão a população dos loteamentos dobre. 
Dos anos 80 para cá aconteceu a pavimentação da SC - 406 (rodovia que liga o centro ao Pântano do Sul) que foi um ponto decisivo para a intensificação da urbanização no distrito do Pântano do Sul, geralmente trazendo descaracterização da paisagem da ocupação original. E dentre estes impactos, merece atenção aquele que acontece pelo parcelamento de lotes em encostas; uma população economicamente menos favorecida, do interior do estado. Adensaram regiões sem adequação topográfica e com a acessibilidade prejudicada, tanto de moradores quanto de redes de abastecimento e esgotamento. 
E o espaço urbano até então com baixa ocupação e densidade, passa a ser consumido mais rapidamente, mudando o modo de viver dos moradores já instalados. 
A partir daí configuram-se, assim, os tipos básicos de ocupação humana atuais no distrito do Pântano do Sul:
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1. os núcleos, onde geralmente predomina a casa dos nativos, mas existe atividade de comércio e serviços em tipo e quantidade relativamente suficiente para o abastecimento imediato da população local e os arredores; 
2. os loteamentos integrados aos núcleos (Armação), onde predomina casa de veraneio de moradores do centro da cidade, e que se serve dos equipamentos comerciais do núcleo; 
3. as estradas gerais e servidões nas encostas, onde coexistem casas de nativos e moradores alternativos, onde o comércio e os serviços são do tipo estritamente vicinal; aqui incluindo as praias da Solidão (Rio das Pacas), do Saquinho e do Matadeiro, pelas semelhanças que a estrada geral tem com o caminho da beira da praia. 
4. os loteamentos balneários isolados (Açores), onde a casa de veraneio, rotativa e sazonal predomina, sem abastecimento permanente de comércio e serviços. 
Todos os tipos têm causado impactos ao meio ambiente e conseqüências no modo de vida de seus habitantes. Uns pelo modo de ocupação outros pela densidade habitacional, outras ainda pelas transformações que produziram nas características naturais e culturais da região. 
No que se refere à ocupação de locais inadequados: 
 A freqüente destruição e/ou comprometimento de bens públicos e privados pela erosão. 
 O comprometimento parcial ou total de pontos notáveis de paisagem (morros e mirantes naturais) lagoas, dunas, rios etc, de locais e edificações de interesse cultural, histórico e arqueológico, e finalmente, de áreas e locais importantes para a preservação da flora e fauna litorânea.
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Uma característica comum a todos os tipos de crescimento do distrito é, no aspecto infra-estrutural, a completa ausência de redes de esgoto pluvial e tratamento cloacal. 
Quanto às questões derivadas dos processos e formas de adaptação do espaço, a não observância de critérios de construção e parcelamento que garantem condições mínimas de ventilação e insolação de logradouros públicos e das próprias edificações como a “superocupação” dos lotes. A aceitação de que existam altas concentrações de edificações e atividades em locais em que não há oferta de infra-estrutura, determinando a contaminação das águas, problemas de circulação de veículos e convivência social. E a ocorrência de conjuntos de edificações em desproporção com escala e formas da paisagem, eliminando os visuais e conseqüentemente acarretando na perda de referências da paisagem natural, como os morros e a orla. 
Temos assim um prognóstico possível do processo de adaptação da ilha às novas exigências espaciais da capital, representada pelas grandes incorporadoras tem se tornado mais intenso e problemático. 
A incorporação de atividades turísticas nos planos de desenvolvimento da cidade, pensado pelos órgãos públicos e em especial pelos investidores imobiliários, tem trazido impactos relevantes com importantes transformações e modificações em um curto espaço intervalo de tempo: 
“As conseqüências foram imediatas e devastadoras ao patrimônio natural e cultural. Os recantos mais ermos da Ilha começaram a ser cortados por estradas e loteamentos, e as tradicionais e decadentes comunidades agrícola-pesqueira transformaram-se em balneários”. 2 
E com o estudo do processo de evolução urbana do Distrito do Pântano do Sul, e levando em consideração o mesmo processo de urbanização que se deu nas outras praias da região costeira, o sul da Ilha está se tornando atrativo aos interesses do capital imobiliário. 
Este interesse tem, pelo menos, dois motivos: a farta disposição de terras desocupadas em torno dos núcleos costeiros, que apresentam atrativos naturais e recursos paisagísticos; e a
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supremacia dentro das alternativas econômicas para o município dos ideólogos da indústria turística de altos recursos sobre a atividade turística não industrial, de caráter “doméstico”. 
Ao compartilhar tal idéia com o poder público, o empresariado, acenando com a possibilidade de assumir o encargo da implantação de infra-estrutura vem passando a contribuir, com grande liberdade, no planejamento das futuras expansões urbanas e até mesmo surgindo, com bastante ousadia, índices ocupacionais e densidades populacionais. 
As alternativas econômicas de desenvolvimento turístico industrial ou de “primeiro mundo,” como querem alguns, tendem a resultar em um urbanismo com uma aparência “desdentada”. 
Uma postura includente exigiria, de parte dos órgãos de planejamento, participação da população do modo diferente da que tem sido adotada nas diversas audiências públicas de consulta às comunidades já acontecidas na cidade, ou seja, a possibilidade de reconhecimento de suas necessidades e anseios no rol de problemas a serem separados, e não só a “preparação” das áreas ainda vazias para a futura ocupação. 
Outro aspecto que tem tido bastante impacto nesta região é a sazonalidade de ocupação dos loteamentos e equipamentos turísticos, em que o abandono durante o inverno é grande, ela tem causado prejuízos na economia local e mesmo na do município. O que mostra que a dedicação a atividades de exploração de comércio e serviços voltada para os ocupantes sazonais, em substituição à economia tradicional, já em decadência, perde muito de sua importância durante os meses de inverno, e o investimento e geralmente pequeno. 
E, no que diz respeito aos aspectos sócio-culturais, que toda uma cultura preexistente, deva ser respeitada e, se não isenta, ao menos protegida de quaisquer tipos de mudanças bruscas que venham agredi-la e, pôr em risco hábitos e costumes os quais demoraram a serem fixados à urbanização típica das grandes cidades brasileiras.
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Nota-se, no decorrer destes anos, uma ocupação peculiar e por vezes preocupante a qual se reflete de uma maneira conflitante no espaço e conseqüentemente nas relações sociais, evidenciando claramente o que ocorre quando determinada região passa a ser a “bola da vez”, no dizer de um empresário local. 
Podemos ressaltar que o crescimento desordenado do Distrito do Pântano do Sul vem acontecendo de longa data, pois sua ocupação ocorreu sem planejamento físico – territorial. Com isso temos hoje um cenário desconfigurado, entre a natureza e a urbanização, agravando a cada dia os problemas na saúde pública, gerando epidemias de doenças de fácil controle, que, devido à ausência de informação e saneamento atacam a população; sem contar que, tal crescimento acarretou na quase que total destruição da mata ciliar levando ao assoreamento do rio e gerando enchentes que também colaboram para a precária situação da saúde dos moradores. 1,2,3,4,5
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1.2 Justificativa 
Com o aumento populacional, o ambiente do entorno da Bacia do Rio Quinca Antônio está sendo ameaçado pela contaminação dos ecossistemas costeiros prejudicando a pesca, o turismo sustentável, comprometendo também a balneabilidade das praias, aumentando o risco de doenças e possivelmente diminuindo a renda e qualidade de vida dos pescadores, moradores que dependem do turismo e toda a população em geral. 
A contaminação dos recursos hídricos deve-se provavelmente ao despejo de efluentes domésticos, pois a população ainda não tem atendimento público de coleta e tratamento. 
Rios e córregos estão contaminados por dejetos urbanos e em grande parte canalizados. A falta de proteção às encostas dos morros onde se encontram as nascentes, além de prejudicar o bem natural, a beleza cênica e as condições sanitárias, tem comprometido rapidamente a qualidade das águas. 
O maior problema na área sanitário-ambiental da cidade está relacionado aos esgotos. Nas localidades não atendidas pelo sistema de coleta/tratamento de esgoto encontram-se os maiores problemas relacionados ao saneamento básico dentro de nosso município. Nas áreas periféricas, onde predominam as comunidades carentes, a situação é ainda mais grave. 
Em virtude destes fatos, unindo a percepção dos impactos naquela localidade, optou-se a desenvolver este relatório.
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1.3 Objetivos 
1.3.1 Objetivo Geral: 
Avaliar a qualidade hídrica do Rio Quinca Antônio. 
1.3.2 Objetivos Específicos: 
- Determinar os parâmetros físico-químicos (temperatura, pH, turbidez, OD, DBO, DQO, nitrito, fosfato, cloreto, ferro e alumínio) e biológicos (coliforme total e coliforme fecal); 
- Verificar na Resolução CONAMA nº 20/86 o possível enquadramento do rio frente aos resultados das análises; 
- Viabilizar no Laboratório do CEFET análises de sedimento; 
- Disponibilizar os dados deste estudo para organizações com interesse ambiental. 
- Desenvolver analise crítica dos resultados obtidos nos pontos de coleta, referenciando as possíveis interferências relacionadas às características locais.
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1.4 Caracterização Bacia Hidrográfica Litorânea do Pântano do Sul (BHLPS) 
A Bacia Hidrográfica Litorânea do Pântano do Sul (BHLPS) localiza-se entre as coordenadas geográficas 27º45’10’’ Latitude Sul, 48º 29’35’’ Longitude Oeste (UTM – 22 J 747.094 E – 6.927.665 N) e 27º47’18’’ Latitude Sul, 48º32’56’’ Longitude Oeste (UTM – 22 J 741.511 E – 6.923.835 N), na costa sudeste da porção sul da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis, SC) no distrito do Pântano do Sul. 
Está situada entre quatro Áreas de Proteção Ambiental (APA’s) – Parque Municipal da Lagoinha do Leste, Parque Municipal da Lagoa do Peri, Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca e a porção insular do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro - sendo área de entorno entre esses ambientes. Assim, percebe-se a importância da manutenção de seus recursos naturais. 
Possui uma área de 13,65 km2, sendo 6,11 km2 áreas de planície costeira e 7,54 km2 áreas de encostas que a semicircundam. 
O Maciço Montanhoso que une a Ponta dos Naufragados ao Morro do Ribeirão e a formação que constitui o Parque Municipal da Lagoinha do Leste formam um relevo que serve de moldura para a planície. 
A constituição geológica da BHLPS remonta aproximadamente a cerca de cinco mil anos, caracterizada pelo período Quaternário. 
A parte sedimentar da Bacia, onde predomina a planície costeira, é formada por depósitos marinhos, fluviocoluviais holocênicos rebaixados e praias. Às vezes são recobertos por dunas, minidunas ou materiais turfosos. Na parte litorânea, na Enseada do Pântano do Sul é limítrofe com um cordão arenoso, num ecossistema de restinga. As altitudes da planície
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variam de 1 a 3 metros de altitude em relação ao mar nas áreas alagadas, e de 3 a 10 metros nas arenosas. 
As encostas possuem declividade acentuada, de até 45º, e altitudes que variam, segundo Nascimento (2003), de 1 a 367 metros. As partes mais elevadas, a leste e ao norte, contém os morros de Riolito Cambirela, e a oeste, os morros de Granito da Ilha. Em ambos há algumas intrusões de diabásio na forma de diques. 
De acordo com a Folha Topográfica SG-22-Z-D-V-4-NE-B do município de Florianopolis, IPUF, 1:10.000, a Bacia apresenta uma hierarquia de drenagem de Segunda ordem e o rio principal é o do Quinca Antônio. A declividade chega a 45º em suas vertentes estreitas. Contendo depósitos coluviais e eluviais, as águas percolam com muita velocidade, formando pequenas cachoeiras e cascatinhas, que abastecem o lençol freático e a população local. Sua drenagem corre para a praia da Armação do Pântano do Sul. 
Na década de 1960, o sistema de drenagem da Bacia caracterizava-se por córregos sinuosos, banhados e a Lagoa das Capivaras, todos localizados na planície. Com a obra do Departamento de Obras de retificação do Rio Quincas e da abertura de outros canais com o objetivo de drenar as áreas alagadas para viabilizar o cultivo de arroz, a Lagoa das Capivaras foi drenada, dando hoje lugar a áreas inundáveis que ocorrem em épocas de muita chuva. Portanto, a atual rede hidrográfica da planície apresenta áreas alagadiças com canais retificados.3,6,7
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1.4.1 Clima 
A Bacia Hidrográfica Litorânea do Pântano do Sul está localizada ao sul do Trópico de Capricórnio, e por isso, numa zona subtropical, sendo influenciada por massas de ar tropicais no verão e polares no inverno, apresentando características de tempo essencialmente tropicais no verão e temperadas no inverno. Isso a permite concentrar uma grande diversidade de ambientes importantes. 
Não há estação seca, devido ao tipo de clima de Florianópolis, que é, segundo a classificação climática de Köeppen, do tipo Cfa, pertencente ao grupo mesotérmico úmido. A temperatura média durante o ano fica em torno de 19 ºC. 
Na primavera, as condições climáticas são mais instáveis, ocorrendo pancadas de chuvas com trovoadas isoladas e um aumento gradual da temperatura. O vento predominante é o de norte-nordeste e os ventos vindos do sul são os mais fortes. 
No verão, as temperaturas são mais elevadas em média 27 ºC e segundo (Bastos 1998) a umidade relativa do ar é de 80%. As chuvas são caracterizadas por pancadas associadas a trovoadas, geralmente no período da tarde. Segundo o Departamento de Proteção ao Vôo de Florianópolis os períodos mais chuvosos encontram-se entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. E quanto ao regime de chuva nesse período, Nascimento (2003) ressalta: “Atualmente, nos períodos mais chuvosos, entre a primavera e o verão, os índices pluviométricos chegam a ser 30% maiores que a média” 
Os ventos predominantes são os norte-nordeste, e o vento sul é o mais intenso. 
No outono começam a chegar as massas de ar frio, diminuindo a temperatura. É a estação mais estável, com dias ensolarados e sem chuva. Os ventos característicos de nordeste são mais fracos.
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O inverno, estação na qual ocorreram as análises referentes a este projeto, é caracterizado pela chegada de massas de ar frio. As temperaturas diminuem em torno de 13 °C a 20 °C. Os ventos passam a ser muito variáveis, principalmente com a presença do vento sul. As chuvas são escassas. 
1.4.2 Tipos de vegetação 
 Vegetação Secundária 
Segundo a legislação ambiental brasileira, vegetação secundária é aquela que se encontra em algum dos estágios de regeneração de um ambiente degradado, desde o inicial (capoeirinha), passando pelo intermediário (capoeira) até ao avançado (capoeirão). 
Na Bacia, há o predomínio da vegetação da Mata Atlântica em estágio avançado de regeneração, presentes em todos os morros que contornam a Bacia, abrangendo estas localidades quase que por inteiras, inclusive nas encostas acima do rio Quinca Antônio. O local fora bastante devastado já desde o início da colonização na Ilha pelos portugueses, os quais extraiam a madeira e depois vieram a praticar agricultura. Mais tarde conforme a mudança de atividades praticadas, a vegetação pôde se regenerar. 
Os solos desses morros se caracterizam por uma associação do solo podzólico vermelho- amarelo álico contendo cascalhos com solo podzólico vermelho-escuro álico com textura argilosa, sendo solos bem drenados, porosos e ácidos com baixo teor de matéria orgânica.
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 Áreas Reflorestadas 
Há também, na Bacia, algumas áreas reflorestadas com as espécies exóticas Pinus e Eucalipto, como em pontos na Costa de Dentro, Armação e Costão do Pântano do Sul. 
Um dos afluentes (não o que será avaliado) do Rio Quinca Antônio nasce numa área reflorestada, no Costão do Pântano do Sul, e outro escorre próximo a esta. 
Nos ambientes da Bacia, o pinus não é benéfico. Nascimento (2003) ressalta: “pois como espécie vegetal exótica, compete com o crescimento de algumas espécies nativas. Com isso os animais do lugar ficam sem alimento e tendem a desaparecer juntamente com a floresta nativa. O pinus também produz uma resina avermelhada (terebentina), que polui o solo e as águas”. 
 Restingas e Dunas 
As restingas são ambientes formados por sedimentos marinhos, encontradas na porção arenosa leste da parte insular Florianópolis e presente em todas as praias. 
Possui uma vegetação adaptada às condições rigorosas do litoral, como a presença de sal na areia e na água, os ventos e a insolação sobre os terrenos arenosos, extremamente móveis e pobres em nutrientes. Essa vegetação se torna muito importante, pois fixam a areia e atraem muitos animais. 
As restingas da Bacia possuem uma vegetação de predominância herbácea e arbustiva e algumas das espécies lá encontradas são: as vassouras (Dodonea viscosa), os araçás (Psidium cattleianum), a maria-mole (Guapira opposita), a aroeira-vermelha (Schinus terebenthifolius), a gabiroba (Campomanesia litorallis), o guamirim (Eugenia catharinea), o guamirim-de-folha-miúda (Gomidesia palustris), a pitanga (Eugenia uniflora).
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Nascimento (2003) alerta para o cuidado com esse ecossistema: “A riqueza da paisagem, os animais, a exuberância das flores, frutos e a interface com o mar conferem a esse ecossistema uma grande importância, devendo a sociedade estar em alerta e cuidar para que a expansão urbana e o turismo inadequado não venham a subtrair da BHLPS esse belo cenário”. 
Misturado com as restingas, se encontram as dunas, que são montes de areia, formados através de um obstáculo e depositados pela ação do vento predominante. Podem ocorrer isoladas ou em cadeias. Podem ser fixas ou móveis. As dunas fixas possuem uma vegetação rasteira e arbustiva que se adapta à falta de água, solo pobre em nutrientes e aos ventos constantes. Nesse ambiente, a fauna é constituída de insetos, répteis e aves. As dunas móveis são as areias carregadas pelo vento, que vão se acumulando e formando montes. Quando muda a direção do vento, as areias são levadas para outro lugar, construindo outra duna provisória. 
As dunas e restingas da Bacia se encontram sobre solos de areias quartzosas marinhas e dunas, e contornam toda a enseada do Pântano do sul, onde se encontram os povoados do Pântano do Sul e do Balneário dos Açores. 
 Áreas Inundáveis da planície sedimentar 
As áreas inundáveis se encontram na vasta planície quaternária da BHLPS, e são áreas úmidas ou terrenos encharcados que sofrem influências dos rios e córregos. Em épocas de chuva a tendência da planície é de transformar-se em uma lagoa temporária, pois possui um solo com sedimentos finos argilosos e orgânicos fazendo com que a água penetre devagar no solo e juntamente com as águas subterrâneas próximas da superfície alagam rapidamente a planície.
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É nesse ambiente que existia a Lagoa das Capivaras, comentada anteriormente. Foi, no entanto, drenada, devido às obras de retificação do Rio Quinca Antônio e de abertura de outros canais. 
 Floresta Turfosa Remanescente das Planícies Quaternárias 
Essa floresta, nunca desmatada, está localizada na planície quaternária, entre os morros e as restingas, lugares que foram formados por sedimentos trazidos pelas águas dos morros e pelos movimentos de subida e descida do nível do mar ao longo do tempo. 
A floresta caracteriza-se por ser muito homogênea e possuir um solo turfoso, que absorve matéria orgânica e toda água que escoa para lá. Abriga um grande número de epífitas (bromélias, líquens e orquídeas), palmeiras e árvores com porte médio, mescladas com plantas de restinga. 
Este ambiente mesmo protegido legalmente, está sendo ameaçado pelo esgoto doméstico oriundo da Costa de Dentro e Açores, atingindo os canais retificados que atravessam a floresta, e por sucessivos desmatamentos e queimadas. 
 Mangues 
Segundo Heloísa, “não se pode dizer que na BHLPS tem-se a formação de um manguezal típico, pois apenas é possível encontrar alguns espécimes vegetais características de mangue ao longo das margens do Rio Quinca Antônio, desde a sua foz, no Canal Sangradouro da Lagoa do Peri, até as proximidades da ponte na SC-406 entre o acesso para a Costa de Cima e a localidade do Pântano do Sul”.
24 
As espécies que ocorrem são o mangue branco (Lagunculária racemosa), a guaxumba (Hibiscus tiliaceus var. pernambucensis) e o mangue preto ou siriúba (Avicennia schaueriana). 3,6
25 
2 PARÂMETROS ESTUDADOS 
2.1 Análises físicas 
2.1.1 Turbidez – presença de substâncias visíveis em suspensão na água. Água muito turva dificulta transmissão de luz e conseqüentemente a fotossíntese. 
Fez-se a leitura no aparelho Turbidímetro da marca Turbilab. 
2.1.2 Temperatura – águas de abastecimento têm temperatura que varia de 15 a 21oC.Valores elevados indicam lançamento de efluentes domésticos e/ou industriais. 
2.2 Análises químicas 
2.2.1 pH (potencial hidrogeniônico) – mede a concentração hidrogeniônica.Animais aquáticos geralmente estão adaptados a ambientes de neutralidade, qualquer mudança brusca de pH pode provocar a morte desses animais. 
Fez-se a leitura no aparelho pHmetro de marca Digimed. 
2.2.2 OD (oxigênio dissolvido) - serve para determinar a concentração de oxigênio dissolvido na água, é essencial para a vida dos peixes e outros animais aquáticos. 
Utilizou-se o método de Winkler Modificado pela Azida Sódica. 
2.2.3 DQO (Demanda Química de Oxigênio)- é importante na quantificação da matéria orgânica. 
O método utilizado é o dicromato em reflexo, de forma indireta. Trata-se de reagentes redutores com o reagente dicromato de potássio (0,0147 mol/L) em meio de ácido sulfúrico.
26 
2.2.4 DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio)- a DBO é por definição a quantidade de oxigênio utilizada por uma população mista de microorganismos durante a oxidação aeróbica da matéria orgânica. 
Fez-se a diluição da amostra em água saturada de O2 e com presença de solução tampão e nutrientes, em dois frascos de 300 mL. Titulou-se um deles imediatamente, com tiossulfato de sódio para encontrar a quantidade de O2 dissolvido, e acondicionou-se o outro numa estufa a 20º C durante cinco dias, quando então, fez-se o mesmo para achar a quantidade de O2 dissolvido presente nesse. Por meio do valor de O2 inicial e final, utilizou-se a fórmula abaixo para calcular o valor da DBO5 referente à amostra. 
mg/L DBO = OD inicial (mg/L) – OD final (mg/L) 
volume da amostra (mL) 
volume da garrafa de DBO (mL) 
2.2.5 Nitrito (nutriente) – nitrito é considerado um nutriente aumenta a eutrofização dos lagos e pântanos são inaceitáveis nas áreas de lazer,recreação e água de abastecimento. 
Utilizou-se o método da determinação espectrofotométrica, no aparelho espectrofotômetro. 
2.2.6 Fosfato- nutriente para o crescimento dos organismos das águas superficiais ,em grande quantidade, podem estimular o desenvolvimento excessivo destes organismos. 
Utilizou-se o método da determinação espectrofotométrica, no aparelho espectrofotômetro. 
2.2.7 Cloreto - caracteriza a água como salina, salobra ou doce.Grande quantidade de cloreto na água pode causar reações fisiológicas e aumenta a corrosividade da água. 
Utilizou-se o método da Potenciometria Direta, no aparelho Potenciômetro.
27 
2.2.8 Alumínio - pode causar, em longo prazo, doenças como a mal de Alzheimer. 
Utilizou-se o método da determinação espectrofotométrica, no aparelho espectrofotômetro. 
2.2.9 Ferro (Fe2+) – Em quantidade adequada, é essencial ao sistema bioquímico das águas, podendo em grandes quantidades dar sabor e cor desagradáveis à água.No homem deposita-se no fígado, especialmente em pessoas com distúrbio na síntese das hemoglobinas (Talassemia). 
Utilizou-se a determinação espectrofotométrica pelo método 1,10 – fenantrolina, no aparelho espectrofotômetro. 
2.3 Análise biológica 
2.3.1 Coliformes - Indicadores mais comuns de poluição sendo o grupo dos coliformes totais e fecais os mais usados, sendo que os de origem fecal podem indicar a presença de outros organismos patogênicos.
28 
3 DETERMINAÇÃO DE METAIS (FERRO E ALUMÍNIO) E MATÉRIA ORGÂNICA EM SEDIMENTO 
3.1 Coleta da Amostra 
Os pontos 2A e 4 foram definidos como locais de coleta pelas seguintes características: o primeiro, pela grande concentração de macrófitas e o segundo, por estar numa região estuarina e confluir com o canal sangrador. 
As amostras foram coletadas entre 1,5 e 2,0 m de distância da margem à 15 cm de profundidade. Utilizou-se para a coleta um cano de PVC manufaturado pelos alunos, acondicionou-se a amostra em potes de polipropileno e foram transportadas sob refrigeração até o laboratório de saneamento do CEFET-SC para serem preparadas para a análise. 
3.2 Preparação da Amostra 
Transferidas para placas de petri, as amostras foram secadas em estufa com circulação de ar à temperatura de 60°C. Após cinco dias, foram peneiradas, maceradas em gral de porcelana e acondicionadas em potes de polímero. Os processos de digestão e extração das amostras para as análises dos metais (ferro e alumínio) e matéria orgânica (M.O.), são descritos pelos esquemas das figuras.
29 
3.3 Digestão da Amostra (Ácido Sulfúrico) para determinação volumétrica de Ferro 
Amostra 1g 
20 mL H2SO4 1:1 
50 mL H2O desionisada 
250 mL 
 30 min 
Filtração 
Amostra 250 mL 
20 mL 
2,5mL (HCl + HNO3) 
30mL H2O desionisada 
pH=1,5 (NH4OH, HCl 1:1) 
1ml Ácido Sulfossalicílico 5% (indicador) 
Titulação com EDTA 
Determinação volumétrica de Ferro 
Figura 01 – Fluxograma do Ferro 
Cálculo: Fe2O3(g/kg) = mL EDTA 0,01 M gastos x 10
30 
3.4 Extração e determinação volumétrica de Alumínio 
Amostra 3,5g 
Adicionar 75 mL de KCl 
Agitar 12 hs + 12 hs em repouso 
Pipetar 50 mL do sobrenadante 
da solução 
Adicionar 3 gotas de azul de bromotimol (indicador) 
Titulação com NaOH 
Cálculo: Al trocable (cmolc/kg) = mL NaOH 
Figura 02 – Fluxograma do Alumínio
31 
3.5 Determinação da Matéria Orgânica 
Amostra 2g 
15mL da solução sulfo-crômica 
Agitação 5 min 
15mL H2O destilada 
Repouso 15 h 
Pipetar 3mL sobrenadante 
Adicionar 3mL de H2O destilada 
Fotocolorímetro 
Figura 03 – Fluxograma de Matéria Orgânica
32 
4 COLETA E ANÁLISE 
Selecionou-se seis pontos de amostragem para água, desde uma das nascentes até a foz, realizando-se três coletas, nos dias 23/06/04, 01/07/04 e 07/07/04, no período matutino, sem ocorrência de chuva. 
Seguiu-se as normas de acondicionamento e conservação das amostras de acordo com o Standart Methods. 
As análises de água foram realizadas no Laboratório de Saneamento do CEFET/SC.
33 
5 CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS 
Figura 04 – Foto aérea do Distrito do Pântano do Sul
34 
5.1 Caracterização do ponto 0 
Este foi escolhido numa das nascentes do Rio do Quinca Antonio com o objetivo de ser um comparativo com a poluição dos outros pontos, haja vista que não há conhecimento de lançamentos de efluentes no mesmo. 
A amostra foi retirada num local de correnteza moderada e profundidade de cerca de 15 cm, em uma cachoeira protegida por uma densa vegetação secundária de Mata Atlântica. Pode-se encontrar algumas árvores com raízes tubulares entre as pedras da cachoeira, e nas margens, outras árvores de médio porte enroladas por cipós. À noite, urubus se abrigam sobre as árvores e por isso se encontram vestígios de fezes dos mesmos nas pedras e no decorrer da cachoeira. 
Pouco abaixo, no fim da cachoeira, encontra-se uma represa de água, utilizada pelas famosas “lavadeiras da comunidade do Pântano do Sul”, que lançam no rio produtos como sabão em pó e água sanitária e incineram nas margens as embalagens. 
Após essa represa, a nascente atinge a planície e a abundante vegetação dá lugar a pastos. Começam a aparecer adensamentos urbanos. Não muito distante, o rio recebe efluentes de esgotos domésticos por meio de um canal. 
Segue então, por entre a encosta do morro e casas, atravessa a SC-406 e atinge outro pasto composto por bastante lodo. Este pasto faz parte das chamadas áreas inundáveis. Chega- se então, ao ponto 1.
35 
5.2 Caracterízação do ponto 1 
Este ponto foi escolhido por estar localizado após um grande número de residências e estabelecimentos comerciais, a fim de avaliarmos o grau de poluição causado pelo lançamento de efluentes das mesmas. 
Está presente numa vasta planície inundável, onde antes havia a Lagoa das Capivaras. A vegetação é formada por pastagem, com presença de algumas árvores isoladas e o solo é bastante lodoso. 
A amostra foi coletada na margem do rio, devido à dificuldade de se chegar ao meio dele. A água é muito parada, com coloração escura, sem correnteza e com a presença de macrófitas que se intensifica conforme a chegada do ponto 2A.
36 
5.3 Caracterização do ponto 2 
Definidos inicialmente para observar o dinamismo das macrófitas, que cobrem quase totalmente o espelho d’água desde o Ponto 1 ao Ponto 2B, quando questionados os valores das análises físico-químicas e bacteriológicas. Os pontos 2A e 2B tem sua descrição mais detalhada abaixo. 
5.3.1 Ponto 2A 
O ponto 2A caracteriza-se por ter em uma de suas margens um campo aberto que serve para pastagem onde se encontram algumas cabeças de gado, e na outra é cercado por uma vegetação típica de área inundável. Apresenta mata ciliar em processo de formação e tem seu espelho d’água totalmente coberto por macrófitas, que podem triplicar o seu número no verão em decorrência do aumento de matéria orgânica e da temperatura no rio. Assim podemos supor que existe uma quantidade muito grande de matéria orgânica na água e no sedimento do local, provavelmente por causa de ligações ilegais de esgoto doméstico. A profundidade do ponto não atinge 50cm e não apresenta correnteza forte. 
O canal foi retificado para drenar a área, antes inundada, podem se perceber lombas (diques) de contenção nas bordas do rio. Também se nota que uma máquina é constantemente utilizada para dragar o rio, pois suas margens estão desmatadas e com marcas de rodas. 
Não possui ligação de esgoto aparente, nem casas a menos de 500m do curso d’água.
37 
5.3.2 Ponto 2B 
O ponto 2B está localizado embaixo de uma ponte (SC-406) e foi escolhido principalmente para se verificar o desempenho das macrófitas do ponto 2A. O rio percorre uma área de pastagem e agricultura de subsistência antes do local da coleta, possui algumas residências em seu entorno inclusive um comércio de base. A profundidade não chega a 30cm. 
Apresenta ligação de esgoto aparente e recebe influencia de outros canais retificados da bacia. O solo apresenta maior quantidade de pedras e alguns sedimentos, a correnteza é constante no local.
38 
5.4 Caracterização do ponto 3 
O ponto 3 possui um grande número de casas, sendo que, ao lado do ponto de coleta há um galinheiro e não foi respeitada a distância de 30 m entre a margem do rio e as casas. Grande quantidade de lixo e entulho depositado na beira da água. O acesso é dificultado por uma cerca e pelas moradias no entorno. 
Neste ponto o rio não possui grande correnteza tendo, assim, água escura e o fundo bastante lodoso. A vegetação do entorno é composta por espécies de Mata Atlântica e de Mangue, sendo que a mata ciliar é quase inexistente. Demonstra um grande grau de assoreamento. 
Este ponto foi escolhido por ter um acesso mais fácil, se encontrar entre um grande número de residências e estar antes da região de confluência do Rio Quinca Antônio com o Canal Sangradouro. É também o penúltimo ponto estudado antes de desembocar no mar (entre as praias do Matadeiro e Armação).
39 
5.5 Caracterização do ponto 4 
O ponto 4 foi escolhido por estar situado na região de encontro do Canal Sangradouro com o Rio Quinca Antônio. Acreditava-se que este seria o ponto mais crítico por nele chegarem todos os poluentes que são lançados ao longo do rio e pelo estágio avançado de degradação no qual se encontra o Canal Sangradouro. O local onde o rio deságua (entre a praia da Armação e do Matadeiro) é considerado impróprio para banho, segundo análises da FATMA. 
Caracteriza-se por ser uma região de Estuário com vegetação de Manguezal. Além do Mangue-branco e da Siriúba encontram-se também o junco e o peri. Essas plantas são conhecidas por sua capacidade de reter nutrientes. Pode-se perceber também a presença de espécies exóticas nas margens do rio. O eucalipto absorve muita água e pode esgotar os nutrientes do solo. 
Neste ponto também há um aumento da calha e da largura do rio (aumenta a vazão), o que possibilita uma maior aeração aumentando a capacidade de autodepuração. É o ponto mais próximo do mar, por isso sofre maior influência da maré. Assim, dependendo da maré pode haver uma diluição da matéria orgânica neste local. E apesar do adensamento urbano diminuir, ainda existem casas a menos de 30m da margem do rio.
40 
6 RESULTADOS DAS ANÁLISES DE ÁGUA E DISCUSSÃO 
Tabela 01 - Parâmetros Físicos 
P0 
P1 
P2A 
P2B 
P3 
P4 
Limite* 
Turbidez (NTU) 
1,6 
15,0 
3,3 
7,7 
8,0 
5,1 
40,0 
Desvio Padrão 
1,0149 
13,927 
11,844 
2,5159 
1,8770 
0,8021 
- 
Temperatura ambiente (°C) 
18,5 
20,7 
20,2 
19,3 
22,0 
20,0 
- 
Desvio Padrão 
2,5658 
1,0408 
0,7071 
2,0818 
1,7320 
2,5167 
- 
Temperatura da água (°C) 
16,8 
19,6 
20,6 
18,5 
18,5 
19,2 
- 
Desvio Padrão 
1,1547 
0,7638 
1,7678 
1,0607 
1,8930 
2,2913 
- 
* Para rios de classe 1 – Resolução CONAMA nº 20/86 
Turbidez - Todos os resultados obtidos apresentaram valores inferiores ao limite permitido e estabelecido pela Resolução CONAMA 20/86 para rios de classe 1. Dos seis pontos analisados, o ponto 1 apresentou o maior valor, acredita-se que este fato ocorre devido ao lançamento de efluentes sem tratamento e principalmente por ser extremamente raso e sem correnteza. 
Temperatura - Relacionando os valores dos pontos estudados, observam-se as menores temperaturas (ambiente e d’água) foram identificadas no ponto 0, pois este ponto é
41 
caracterizado por uma densa vegetação, o que acaba impedindo a penetração dos raios solares. 
Tabela 02 - Parâmetros Químicos 
P0 
P1 
P2A 
P2B 
P3 
P4 
Limite * 
pH (mg/L) 
6,0 
6,2 
6,8 
6,5 
6,5 
6,0 
6 a 9 
Desvio Padrão 
0,6048 
0,2055 
0,2121 
0,0602 
0,1124 
0,0322 
- 
OD (mg/L) 
8,0 
1,5 
1,7 
2,9 
2,6 
3,6 
≥ 6,0 
Desvio Padrão 
0,8434 
0,6650 
0,2616 
0,09 
0,5707 
0,3822 
- 
DQO (mg/L) 
11,11 
22,22 
22,22 
22,22 
44,44 
44,44 
- 
DBO (mg/L) 
2,5 
16,7 
6,8 
5,9 
40,4 
15,8 
< 3,0 
Desvio Padrão 
1,1320 
1,0489 
- 
0,4949 
- 
2,5274 
- 
Cloreto (mg/L) 
35 
47 
233 
172 
797 
1379 
250 
Desvio Padrão 
2,8511 
4,3545 
- 
0,0067 
320,64 
183,61 
- 
Fosfato (mg/L) 
ND** 
0,07 
- 
ND 
0,048 
ND 
0,025 
Nitrito (mg/L) 
ND 
ND 
0,041 
ND 
0,024 
ND 
1,0 
Alumínio (mg/L) 
ND 
ND 
ND 
ND 
ND 
ND 
0,1 
Ferro (mg/L) 
0,16 
0,18 
- 
0,18 
0,21 
0,18 
0,3 
* Para rios de classe 1 – Resolução CONAMA nº 20/86 
** Não detectado pelo método utilizado
42 
pH - O pH da água se manteve estável durante todo percurso do rio e dentro do parâmetro estabelecido, variando de (colocar valor mais alto e mais baixo com seu respectivo ponto). 
OD - Os resultados de OD mostraram que o oxigênio dissolvido na água, apresentou- se insuficiente para a manutenção do equilíbrio das comunidades aquáticas em todos os pontos, exceto no ponto zero, que se apresentou dentro dos limites da Resolução CONAMA nº 20/86. 
DQO - Para a DQO, não existe legislação que imponha limites para sua concentração, mas, conforme os resultados, observou-se um aumento progressivo da quantidade de matéria orgânica, do ponto zero ao ponto quatro. 
DBO - Os resultados da DBO5 de todos os pontos, exceto do ponto zero, indicam o excesso da presença de matéria orgânica nas amostras, acima do exigido pela legislação CONAMA nº 20/86, provocando um consumo excessivo de O2 para a sua depuração. Destaca-se o valor de DBO5 do ponto 3, que se encontrou como o mais elevado dentre os outros, pois além de receber a matéria orgânica que vem à sua montante, está situado entre maior adensamento populacional do que os outros pontos. A queda do valor da DBO5, do Ponto 2A para o ponto 2B, pode ser explicada pela absorção da matéria orgânica feita pelas macrófitas presentes no ponto 2A. 
Cloreto - O cloreto presente na água também variou pouco entre os pontos 0, 1, 2a e 2b, no ponto três o valor encontrado deve-se provavelmente a lançamento de esgoto in natura no rio, no ponto 4 apresentou esse índice elevado por causa da sua proximidade com o mar.
43 
Fosfato - A presença de fosfato nos pontos P0, P2b e P4 não foi detectada pelo método utilizado. No ponto 2a ele não foi analisado. Nos pontos 1 e 3 foi detectada a presença de fosfato, sendo o resultado de 0,07 e 0,048 mg/l, respectivamente, ambos fora do limite de 0,025 estabelecido pela Resolução CONAMA 2086 para rios de classe I. Explica-se o resultado obtido no P1, possivelmente, devido ao lançamento de esgoto e detergentes sintéticos dos estabelecimentos comerciais que existem no local. Já o resultado do P3 explica- se, possivelmente, devido a grande quantidade de lançamento de esgoto doméstico pelas residências daquela área. 
Nitrito - A presença de nitrito na água indica lançamento de efluentes recente no local. O nitrito não foi detectado pelo método utilizado nos pontos P0, P1, P2B e P4. Nos pontos 2A e 3 foi detectada a presença de nitrito, sendo o resultado de 0,041 e 0,024 mg/L, respectivamente, ambos fora do limite de 1,0 mg/L estabelecido pela Resolução CONAMA 2086 para rios de classe I. O resultado obtido no ponto 2A explica-se, possivelmente, devido à presença de animais que defecam nas margens e dentro do rio, por ser área de pastagem. Já no ponto 3, explica-se o resultado, possivelmente, devido a grande quantidade de esgoto doméstico lançado no local, pois é uma área com forte adensamento populacional. 
Alumínio - Segundo o método utilizado para a análise de alumínio no Laboratório CEFET/SC, não foi detectado nas amostras colhidas. 
Ferro - Segundo o pré-estabelecido na Resolução CONAMA, a quantidade de Ferro encontrada nos pontos analisados está dentro do permitido, para esta classe de rio.
44 
Tabela 03 - Parâmetros Biológicos 
P0 
P1 
P2A 
P2B 
P3 
P4 
Limite* 
Coliformes Totais (NMP**/100 mL) 
900 
50.000 
13.000 
60.000 
195.000 
165.000 
1000 
Coliformes Fecais (NMP/100 mL) 
33 
50.000 
2.200 
23.000 
95.000 
26.000 
200 
* Para rios de classe 1 – Resolução CONAMA nº 20/86 
** Número mais provável 
Coliformes - Como pode ser observado na tabela, em todos os pontos analisados, exceto no Ponto 0 (nascente), os valores de NMP/100ml de bactérias do grupo coliforme encontrados ultrapassam em mais de dez vezes o limite estabelecido pela Resolução CONAMA nº20/86. 
O resultado encontrado no Ponto 0, ainda que dentro do estabelecido, pode estar relacionado a excrementos de urubus observados neste local. Este fato foi confirmado por moradores da localidade. 
O significativo aumento do resultado no Ponto 1, pode ser explicado por possíveis despejos de efluentes provindos de estabelecimentos comerciais e residências, uma vez que o trecho a montante deste ponto, caracteriza-se por ser uma área de intenso adensamento urbano: a vila do Pântano do Sul. 
No Ponto 2A, pode-se observar uma diminuição no número de coliformes, quando comparado ao Ponto 1. Isso se deve provavelmente a dois motivos principais: o trecho a montante do ponto 2A se caracteriza como área de pastagem, com a existência poucas habitações; e por haver presença de macrófitas na água, que são conhecidas pela sua alta absorção de nutrientes.
45 
Nas proximidades do Ponto 2B verifica-se o aumento de residências, muito provavelmente lançando seus dejetos no rio, o que pode ser responsável pelo aumento do NMP neste ponto. Além disso, nesta região há criação de gado. 
No Ponto 3, os números são mais alarmantes por este se localizar em uma das regiões de maior adensamento urbano do trecho estudado, que é conhecida como “Região dos Duarte”. 
Como se pode observar na tabela, o NMP no Ponto 4 diminui. Acredita-se que esse fato seja devido à presença de vegetação característica de manguezal e outras como o Junco e o Peri, presentes a montante do ponto. Essas espécies, como já citado anteriormente, absorvem nutrientes e auxiliam na depuração da matéria orgânica. Além disso, neste ponto, há o aumento da calha e da largura do rio, sendo também este o ponto que recebe maior influência da maré, o que pode ocasionar numa diluição da carga orgânica.
46 
7 RESULTADO DAS ANÁLISES DE SEDIMENTO E DISCUSSÃO 
Tabela 04 - Determinação de Fe, Al e M.O. 
Pontos de coleta 
Fe 
Al 
M.O. 
Titulação (mg/kg) 
*FAAS (mg/kg) 
Titulação (mg/kg) 
*FAAS (mg/kg) 
Fotocolorímetro (%) 
P2A 
15 000 
15 200 
**ND 
64 200 
8,09 
P4 
22 500 
23 800 
**ND 
93400 
6,11 
* Espectrofotômetro de absorção atômica com chama 
** Não detectado pelo método utilizado 
Comparando os resultados da análise realizada pela metodologia aplicada no laboratório de saneamento do CEFET-SC com o método de absorção atômica – com chama em forno de grafite, feita no laboratório da UNISUL - comprovou-se a exatidão para análise de Fe pelos valores próximos, porém a metodologia aplicada no CEFET para a determinação de Al não foi satisfatória. 
Os metais Fe e Al possuem origem natural no solo. Pode-se atribuir a grande concentração de Al a geomorfologia do sul da Ilha de Santa Catarina, como trabalhos existentes já comprovaram a elevada presença desse metal nessa região. Seria preocupante se o pH da água dos pontos estudados estivesse baixo, pois os metais se solubilizam em meio ácido. 
Quando determinamos a Matéria Orgânica em sedimento, estamos avaliando indiretamente a disponibilidade de nitrogênio naquele local. Sabendo que o P2A tem como
47 
característica um elevado número de macrófitas, estas se multiplicam com facilidade em ambientes com temperaturas elevadas, e tem o nitrogênio como um dos principais elementos para seu desenvolvimento. A alta concentração de matéria orgânica naquele ponto pode acarretar futuramente em um início de um processo de eutrofização.8
48 
CONCLUSÃO 
Pode-se constatar, com os resultados obtidos nas análises, que o rio Quinca Antônio não se encontra dentro dos padrões de rio de classe 1 recomendados pela Resolução CONAMA n° 20/86. No entanto, atualmente o rio está regulamentado pela Portaria de 1979 como Rio de Classe 1. 
Os pontos analisados, exceto o zero, não apresentaram condições favoráveis para o uso de contato primário, para abastecimento humano sem tratamento prévio ou para o equilíbrio das comunidades aquáticas. 
Salienta-se, que se as análises fossem feitas em alta temporada e no período da tarde, os índices de poluição seriam mais elevados, pois o lançamento de efluentes no rio seriam mais intensos. 
Tendo em vista os resultados e discussões no decorrer deste trabalho, consideram-se importantes a realização das seguintes ações: trabalhos de educação ambiental; implementação de sistema de coleta e tratamento de esgotos; estudos para a reconstituição da mata ciliar em suas margens; monitoramento contínuo do rio; além de um reenquadramento do mesmo, conforme a sua atual situação.
49 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1 Pereira, N. do V. Monografia de Pântano do Sul. Florianópolis-SC, 1963. 
2 Centro de Estados Cultura e Cidade (CECCA). Nossa Ilha Nosso Mundo. Florianópolis – SC, 2003. 
3 Possas, H. P. Análise Ambiental da Bacia Hidrográfica do Pântano do Sul, Município de Florianópolis, SC: O Problema do Abastecimento de Água. Florianópolis-SC, Dezembro, 1998. 
4 Movimento Pró-Qualidade de Vida do Distrito do Pântano do Sul & Grupo PET/ARQ - CAPES da UFSC & Bicca, Vera. Evolução e Diagnóstico da Ocupação Urbana do Distrito do Pântano do Sul. Florianópolis-SC, setembro, 1997. 
5 Prefeitura Municipal de Florianópolis. Agenda 21. Florianópolis – SC, maio, 2001. 
6 Nascimento, R. da S. Instrumentos para prática de educação ambiental formal com foco nos 
recursos hídricos. Florianópolis-SC, novembro, 2003 
7 Projeto Ambiente Sul. Plano de referência para um turismo sustentável no sul da ilha de Santa Catarina. Florianópolis-SC, 1999 (entidade promotora: ACIF).
50 
Sites: 
www.sertaodoperi.com.br 
www.suldailha.hpg.com.br
51 
ANEXO I 
TÁBUA DE MARÉS 
 Quarta, véspera de coleta (23/06/04) 
05:17 0.3 
12:51 -0.3 
18:32 0.6 
22:49 0.2 
 Quinta, dia de coleta (01/07/04) 
01:19 0.5 
07:41 -0.2 
14:00 0.8 
22:00 0.0 
 Quarta, dia de coleta (07/07/04) 
00:17 0.4 
02:58 0.2 
05:49 0.5 
13:49 -0.3 
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21:13 -0.2

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  • 1. 0 CEFET/SC – Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina Gerência Educacional da Construção Civil Curso Técnico de Meio Ambiente Relatório de Monitoramento: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE HÍDRICA DO RIO QUINCA ANTÔNIO Florianópolis, julho de 2004
  • 2. 1 Equipe: Alex Antônio Morawisk Ana Carolina Zen de Moraes Camila Rodrigues Blasi Clarissa Silva Cardoso Cristina Monteggia Varela Daniel Pereira Lacerda Fabiula Terezinha de Lima Fernanda Ouriques Maia Gabriel Peixer da Silva Gabriela Guimarães Orofino Magda Centeio dos Santos Paula Centini Torres Rafael Schmitz Orientadora: Maria Bertília Oss Giacomelli Co orientadoras: Maria Angélica B. Marin Abgail A’vila de Souza da Silva Beatriz Casses Zoucas Luiz Carlos Marinho Cavalheiro
  • 3. 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................06 1.1 Histórico da Ocupação do Distrito do Pântano do Sul............................................08 1.2 Justificativa..............................................................................................................16 1.3 Objetivos..................................................................................................................17 1.3.1 Objetivo Geral..........................................................................................17 1.3.2 Objetivos Específicos...............................................................................17 1.4 Caracterização da Bacia Hidrográfica do distrito do Pântano do Sul.....................18 1.4.1 Clima.........................................................................................................20 1.4.2 Tipos de Vegetação...................................................................................21 2 PARÂMETROS ESTUDADOS.................................................................................26 2.1 Análises Físicas........................................................................................................26 2.2 Análises Químicas....................................................................................................26 2.3 Análises Biológicas..................................................................................................28 3 DETERMINAÇÃO DE METAIS E MATÉRIA ORGÂNICA EM SEDIMENTO...29 3.1 Coleta da amostra ....................................................................................................29 3.2 Preparação da Amostra.............................................................................................29 3.3 Digestão da Amostra (Ácido Sulfúrico) para determinação volumétrica de Ferro..30 3.4 Extração e determinação volumétrica de Alumínio.................................................31 3.5 Determinação da Matéria Orgânica..........................................................................32 4 COLETA E ANÁLISE................................................................................................33 5 CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS.......................................................................34 5.1 Características do Ponto 0........................................................................................35 5.2 Características do Ponto 1.......................................................................................36
  • 4. 3 5.3 Características do Ponto 2.......................................................................................37 5.3.1 Características do Ponto 2A.................................................................................37 5.3.2 Características do Ponto 2B.................................................................................38 5.4 Características do Ponto 3......................................................................................39 5.5 Características do Ponto 4......................................................................................40 6 RESULTADOS DAS ANÁLISES DE ÁGUA E DISCUSSÃO..............................41 7 RESULTADO DAS ANÁLISES DE SEDIMENTO E DISCUSSÃO....................47 8 CONCLUSÃO...........................................................................................................49 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................50 ANEXO I.....................................................................................................................52
  • 5. 4 APRESENTAÇÃO Tendo em vista a preservação dos recursos hídricos e a melhoria das condições de vida populacionais, a necessidade de um projeto de monitoramento para a conclusão do 3º módulo do Curso Técnico de Meio Ambiente e baseados nos conhecimentos adquiridos ao longo deste apresenta-se o relatório de Avaliação das Características Hídricas do Rio Quinca Antônio
  • 6. 5 1 INTRODUÇÃO Nos últimos tempos, a água e principalmente a necessidade de comprometimento com o uso sustentável desta vêm sendo muito debatidos, por esta ser um recurso ambiental finito e muito vulnerável. No entanto, convive-se com vários exemplos de irresponsabilidade com este recurso, sendo que grande parcela deste descaso é fruto da acomodação na aquisição e disseminação de informação. Benetti e Bidone (1993) salientam que a água é um dos recursos naturais que possui uma maior diversidade de usos como abastecimento público, matéria-prima para a indústria, irrigação, recreação, dessedentação de animais, geração de energia elétrica, transporte, diluição de despejos, e preservação da fauna e flora. Tem-se como principal agravante da poluição das águas a explosão demográfica, que na maioria das vezes se dá de maneira desordenada. Como a situação atual de desenvolvimento deste ambiente frágil e com as características peculiares à sua insularidade, no caso da Ilha de Santa Catarina, fica explícita a priorização do lucro à medida que a natureza é vista como útil, quando produtiva e super explorada. Referente às informações recebidas durante o desenvolvimento dos eixos temáticos do Curso Técnico de Meio Ambiente, juntamente com a necessidade da realização de um trabalho de monitoramento ambiental, apresenta-se este relatório de pré-avaliação das características hídricas do Rio Quinca Antônio. Contempla-se neste relatório as seguintes análises:  Análise crítica dos pontos escolhidos, de 1 a 4;
  • 7. 6  Análises de água, e sedimento, sendo que este último é iniciado em trabalhos no CEFET/SC;  Dos parâmetros físicos: temperatura e turbidez;  Dos parâmetros químicos: pH, Oxigênio dissolvido (OD), Demanda Bioquímica de oxigênio, Demanda química de oxigênio, Nitrito, Fosfato, Cloretos, Ferro, Alumínio;  Dos parâmetros biológicos: Coliformes Totais e Fecais; Enfim, encontram-se aqui as possíveis relações da condição atual de desenvolvimento urbano do distrito do Pântano do Sul com os resultados obtidos.
  • 8. 7 1.1 Histórico sobre a ocupação do solo no Distrito do Pântano do Sul O Distrito de Pântano do Sul tem uma área de aproximadamente 40 km2, localizada na região sul da Ilha. Recebeu este nome em decorrência dos diversos pântanos e charcos que ocorrem na região. Sua fundação se deu em 1780 quando um grupo de desbravadores seguia para o sul em direção a Armação do Pântano do Sul que chegando lá avistaram uma mulata que ao vê-los saiu correndo em direção ao sul da Ilha, alguns desbravadores a seguiram e encontraram um lugar de boa pesca e ali se fixaram, a mulata nunca mais foi vista.1 Faz parte da formação de duas bacias hidrográficas naturais: a da Lagoa do Peri e a da Planície do Pântano do Sul, que vai unir suas águas (pluviais e das nascentes) no rio Quinca Antônio, desaguador natural das duas bacias, indo desembocar na praia da Armação na divisa com o Matadeiro. Forma uma planície cercada por morros - dos quais os mais altos são o do Vigia e o do Matadeiro - separada do mar por um ístmo de sedimentação arenosa e de restinga, formando junto com o restante, um ambiente rico e pouco conhecido. É uma das primeiras regiões da Ilha que foram habitadas, onde se encontra o mais antigo sambaqui de Florianópolis datado de 4.500 anos. Viviam principalmente da coleta de moluscos pesca e caça. Foram encontradas também oficinas líticas, onde eram polidos instrumentos de pedra etc. Já no século XIV, os índios carijós vieram a ocupar tais áreas, devido ao solo arenoso pois cultivavam mandioca. Somente no século XVI foi que os primeiros europeus chegaram à Ilha de Santa Catarina. Estes trazem para o local a exploração agrícola, vem se estabelecer em pequenas aldeias na região, dando a paisagem uma característica rural. A Armação, único ponto da pesca da baleia na Ilha, tem como marco físico inicial a implantação do equipamento de pesca junto a barra do rio Quinca Antônio, composto da casa
  • 9. 8 grande, armazém, tanques, engenho de azeite (fábrica), senzala e igreja, configurando um conjunto urbano. Deste núcleo partiam caminhos, definindo vias de estruturação que até hoje influenciam no desenvolvimento das expansões urbanas. Entre 1740 e 1830 a Armação da Lagoinha era o núcleo economicamente mais dinâmico e integrado ao modo de produção assumido pela coroa, inserido nos roteiros do comercio mundial, mesmo tendo plena autonomia. A pesca artesanal - mesmo após a interrupção do ciclo da baleia - por ser uma atividade de caráter coletivo e necessitar da força de muitos braços, passou a atrair muitos colonos para a orla. Esse fato acarretou na construção desordenada de habitações a princípio temporárias, não se solidificando, cada vez mais adensados com vias estreitas, seguindo uma lógica de proximidade espacial. O núcleo pioneiro do Pântano do Sul, não teve a implantação do equipamento de pesca como formador de sua estrutura. O resultado disso gerou uma dispersão de casas no canto da praia, pois cerca de 70% dos moradores se dedicavam exclusivamente à pesca. Como não teve espaço público estruturador regular (como na Armação), as formas resultantes de seu adensamento - que ocorreu com mais intensidade nos últimos cinqüenta anos (a população praticamente triplicou de 1980 a 2000) - foram mais irregulares ainda, por tratar-se de uma comunidade com formações histórico-culturais marcantes provenientes do modo de vida que valoriza o espaço público, baseado na simplicidade, com um convívio peculiar e cúmplice. Naquela época a implantação das casas de colonos na porção mais baixa das encostas dos morros era freqüente, onde as partes mais altas dos lotes eram utilizadas para exploração agrícola, cuja conseqüência ambiental foi a destruição da mata nativa original, que foi substituída por plantações de milho, café e mandioca. Das trilhas de circulação que ligavam estas casas se originaram as estradas gerais ou caminhos.
  • 10. 9 Na segunda metade do século XIX como a partilha paralela as laterais dos lotes esgotou as possibilidades de parcelamento, as divisões passaram a paralelas a estrada geral, permitindo também devido à implantação de servidões estreitas (caracterizando, assim, o crescimento desordenado da região). Características importantes da colonização na ilha foram as terras comunais que eram de uso coletivo agro-pastoril que muitas vezes tinham caráter de suplemento das diversas propriedades individuais. No sul da Ilha o principal campo comunal localizava-se na planície do Pântano do Sul. Destas terras, as que ainda não foram privatizadas compreendem uma área de cerca de 480 ha, praticamente toda área da planície, e estão sobre uma das maiores reservas de água da cidade. No inicio do século passado, com o ritmo de vida ditado basicamente pelas atividades econômicas extrativistas e artesanais. As transformações ocorridas até então no distrito sede, no sentido da urbanização e modernização da vida coletiva, pouco alteraram a organização inicial da ocupação colonial. O crescimento da região no período entre 1960 e 1991 foi significativo e maior do que muitas das metrópoles brasileiras, sendo que este causou grandes impactos em sua estrutura ambiental natural e cultural. Para se ter uma idéia, em 1963 o número de propriedades agrícolas não chegava a 100 e as “indústrias” da região se resumiam a engenhos de farinha de mandioca e de cana-de-açúcar (ao número de 30), e uma indústria de salga de peixe. As novas condições de vida apresentadas durante este período incentivaram moradores do centro da cidade a terem sua “casa de fim de semana”. Surge então na Armação, colado ao traçado irregular dos assentamentos nativos, loteamentos regularizados pela recém implantada legislação diretora e de código de obras. Com a valorização dos ambientes naturais e bucólicos, o Pântano do Sul e a Armação se tornaram um local de veraneio, levando as pessoas a adquirir lotes aumentando a ocupação
  • 11. 10 das terras no povoado. Trazendo como principal impacto ambiental o “corte” no terreno para implantação de acesso ligando a casa à estrada geral, causou - se em muitos casos, sérios prejuízos de assoreamento de riachos e desbarrancamento por erosão. Em meados da década de 70, com a intensificação deste processo de imigração e interesse por usufruir os balneários e juntamente com a energia elétrica, surge o loteamento dos Açores. Este tipo de assentamento se diferencia dos loteamentos dos anos 60 na Armação, pelo sistema de organização. Assim como a organização às exigências do urbanismo contemporâneo trouxe uma infra-estrutura planejada para ser eficiente e econômica, a provisão de espaços públicos, maiores afastamentos, implicava também em outras conseqüências, nem todas benéficas. A diferença se dá ainda no que diz respeito à vinculação do usuário ao espaço: o caráter predominante de veraneio das pessoas de Florianópolis – moradoras da região central com suas casas de praia - ou de turistas de outras cidades que alugavam casas. Isso ocorre até hoje e faz com que na época do verão a população dos loteamentos dobre. Dos anos 80 para cá aconteceu a pavimentação da SC - 406 (rodovia que liga o centro ao Pântano do Sul) que foi um ponto decisivo para a intensificação da urbanização no distrito do Pântano do Sul, geralmente trazendo descaracterização da paisagem da ocupação original. E dentre estes impactos, merece atenção aquele que acontece pelo parcelamento de lotes em encostas; uma população economicamente menos favorecida, do interior do estado. Adensaram regiões sem adequação topográfica e com a acessibilidade prejudicada, tanto de moradores quanto de redes de abastecimento e esgotamento. E o espaço urbano até então com baixa ocupação e densidade, passa a ser consumido mais rapidamente, mudando o modo de viver dos moradores já instalados. A partir daí configuram-se, assim, os tipos básicos de ocupação humana atuais no distrito do Pântano do Sul:
  • 12. 11 1. os núcleos, onde geralmente predomina a casa dos nativos, mas existe atividade de comércio e serviços em tipo e quantidade relativamente suficiente para o abastecimento imediato da população local e os arredores; 2. os loteamentos integrados aos núcleos (Armação), onde predomina casa de veraneio de moradores do centro da cidade, e que se serve dos equipamentos comerciais do núcleo; 3. as estradas gerais e servidões nas encostas, onde coexistem casas de nativos e moradores alternativos, onde o comércio e os serviços são do tipo estritamente vicinal; aqui incluindo as praias da Solidão (Rio das Pacas), do Saquinho e do Matadeiro, pelas semelhanças que a estrada geral tem com o caminho da beira da praia. 4. os loteamentos balneários isolados (Açores), onde a casa de veraneio, rotativa e sazonal predomina, sem abastecimento permanente de comércio e serviços. Todos os tipos têm causado impactos ao meio ambiente e conseqüências no modo de vida de seus habitantes. Uns pelo modo de ocupação outros pela densidade habitacional, outras ainda pelas transformações que produziram nas características naturais e culturais da região. No que se refere à ocupação de locais inadequados:  A freqüente destruição e/ou comprometimento de bens públicos e privados pela erosão.  O comprometimento parcial ou total de pontos notáveis de paisagem (morros e mirantes naturais) lagoas, dunas, rios etc, de locais e edificações de interesse cultural, histórico e arqueológico, e finalmente, de áreas e locais importantes para a preservação da flora e fauna litorânea.
  • 13. 12 Uma característica comum a todos os tipos de crescimento do distrito é, no aspecto infra-estrutural, a completa ausência de redes de esgoto pluvial e tratamento cloacal. Quanto às questões derivadas dos processos e formas de adaptação do espaço, a não observância de critérios de construção e parcelamento que garantem condições mínimas de ventilação e insolação de logradouros públicos e das próprias edificações como a “superocupação” dos lotes. A aceitação de que existam altas concentrações de edificações e atividades em locais em que não há oferta de infra-estrutura, determinando a contaminação das águas, problemas de circulação de veículos e convivência social. E a ocorrência de conjuntos de edificações em desproporção com escala e formas da paisagem, eliminando os visuais e conseqüentemente acarretando na perda de referências da paisagem natural, como os morros e a orla. Temos assim um prognóstico possível do processo de adaptação da ilha às novas exigências espaciais da capital, representada pelas grandes incorporadoras tem se tornado mais intenso e problemático. A incorporação de atividades turísticas nos planos de desenvolvimento da cidade, pensado pelos órgãos públicos e em especial pelos investidores imobiliários, tem trazido impactos relevantes com importantes transformações e modificações em um curto espaço intervalo de tempo: “As conseqüências foram imediatas e devastadoras ao patrimônio natural e cultural. Os recantos mais ermos da Ilha começaram a ser cortados por estradas e loteamentos, e as tradicionais e decadentes comunidades agrícola-pesqueira transformaram-se em balneários”. 2 E com o estudo do processo de evolução urbana do Distrito do Pântano do Sul, e levando em consideração o mesmo processo de urbanização que se deu nas outras praias da região costeira, o sul da Ilha está se tornando atrativo aos interesses do capital imobiliário. Este interesse tem, pelo menos, dois motivos: a farta disposição de terras desocupadas em torno dos núcleos costeiros, que apresentam atrativos naturais e recursos paisagísticos; e a
  • 14. 13 supremacia dentro das alternativas econômicas para o município dos ideólogos da indústria turística de altos recursos sobre a atividade turística não industrial, de caráter “doméstico”. Ao compartilhar tal idéia com o poder público, o empresariado, acenando com a possibilidade de assumir o encargo da implantação de infra-estrutura vem passando a contribuir, com grande liberdade, no planejamento das futuras expansões urbanas e até mesmo surgindo, com bastante ousadia, índices ocupacionais e densidades populacionais. As alternativas econômicas de desenvolvimento turístico industrial ou de “primeiro mundo,” como querem alguns, tendem a resultar em um urbanismo com uma aparência “desdentada”. Uma postura includente exigiria, de parte dos órgãos de planejamento, participação da população do modo diferente da que tem sido adotada nas diversas audiências públicas de consulta às comunidades já acontecidas na cidade, ou seja, a possibilidade de reconhecimento de suas necessidades e anseios no rol de problemas a serem separados, e não só a “preparação” das áreas ainda vazias para a futura ocupação. Outro aspecto que tem tido bastante impacto nesta região é a sazonalidade de ocupação dos loteamentos e equipamentos turísticos, em que o abandono durante o inverno é grande, ela tem causado prejuízos na economia local e mesmo na do município. O que mostra que a dedicação a atividades de exploração de comércio e serviços voltada para os ocupantes sazonais, em substituição à economia tradicional, já em decadência, perde muito de sua importância durante os meses de inverno, e o investimento e geralmente pequeno. E, no que diz respeito aos aspectos sócio-culturais, que toda uma cultura preexistente, deva ser respeitada e, se não isenta, ao menos protegida de quaisquer tipos de mudanças bruscas que venham agredi-la e, pôr em risco hábitos e costumes os quais demoraram a serem fixados à urbanização típica das grandes cidades brasileiras.
  • 15. 14 Nota-se, no decorrer destes anos, uma ocupação peculiar e por vezes preocupante a qual se reflete de uma maneira conflitante no espaço e conseqüentemente nas relações sociais, evidenciando claramente o que ocorre quando determinada região passa a ser a “bola da vez”, no dizer de um empresário local. Podemos ressaltar que o crescimento desordenado do Distrito do Pântano do Sul vem acontecendo de longa data, pois sua ocupação ocorreu sem planejamento físico – territorial. Com isso temos hoje um cenário desconfigurado, entre a natureza e a urbanização, agravando a cada dia os problemas na saúde pública, gerando epidemias de doenças de fácil controle, que, devido à ausência de informação e saneamento atacam a população; sem contar que, tal crescimento acarretou na quase que total destruição da mata ciliar levando ao assoreamento do rio e gerando enchentes que também colaboram para a precária situação da saúde dos moradores. 1,2,3,4,5
  • 16. 15 1.2 Justificativa Com o aumento populacional, o ambiente do entorno da Bacia do Rio Quinca Antônio está sendo ameaçado pela contaminação dos ecossistemas costeiros prejudicando a pesca, o turismo sustentável, comprometendo também a balneabilidade das praias, aumentando o risco de doenças e possivelmente diminuindo a renda e qualidade de vida dos pescadores, moradores que dependem do turismo e toda a população em geral. A contaminação dos recursos hídricos deve-se provavelmente ao despejo de efluentes domésticos, pois a população ainda não tem atendimento público de coleta e tratamento. Rios e córregos estão contaminados por dejetos urbanos e em grande parte canalizados. A falta de proteção às encostas dos morros onde se encontram as nascentes, além de prejudicar o bem natural, a beleza cênica e as condições sanitárias, tem comprometido rapidamente a qualidade das águas. O maior problema na área sanitário-ambiental da cidade está relacionado aos esgotos. Nas localidades não atendidas pelo sistema de coleta/tratamento de esgoto encontram-se os maiores problemas relacionados ao saneamento básico dentro de nosso município. Nas áreas periféricas, onde predominam as comunidades carentes, a situação é ainda mais grave. Em virtude destes fatos, unindo a percepção dos impactos naquela localidade, optou-se a desenvolver este relatório.
  • 17. 16 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral: Avaliar a qualidade hídrica do Rio Quinca Antônio. 1.3.2 Objetivos Específicos: - Determinar os parâmetros físico-químicos (temperatura, pH, turbidez, OD, DBO, DQO, nitrito, fosfato, cloreto, ferro e alumínio) e biológicos (coliforme total e coliforme fecal); - Verificar na Resolução CONAMA nº 20/86 o possível enquadramento do rio frente aos resultados das análises; - Viabilizar no Laboratório do CEFET análises de sedimento; - Disponibilizar os dados deste estudo para organizações com interesse ambiental. - Desenvolver analise crítica dos resultados obtidos nos pontos de coleta, referenciando as possíveis interferências relacionadas às características locais.
  • 18. 17 1.4 Caracterização Bacia Hidrográfica Litorânea do Pântano do Sul (BHLPS) A Bacia Hidrográfica Litorânea do Pântano do Sul (BHLPS) localiza-se entre as coordenadas geográficas 27º45’10’’ Latitude Sul, 48º 29’35’’ Longitude Oeste (UTM – 22 J 747.094 E – 6.927.665 N) e 27º47’18’’ Latitude Sul, 48º32’56’’ Longitude Oeste (UTM – 22 J 741.511 E – 6.923.835 N), na costa sudeste da porção sul da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis, SC) no distrito do Pântano do Sul. Está situada entre quatro Áreas de Proteção Ambiental (APA’s) – Parque Municipal da Lagoinha do Leste, Parque Municipal da Lagoa do Peri, Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca e a porção insular do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro - sendo área de entorno entre esses ambientes. Assim, percebe-se a importância da manutenção de seus recursos naturais. Possui uma área de 13,65 km2, sendo 6,11 km2 áreas de planície costeira e 7,54 km2 áreas de encostas que a semicircundam. O Maciço Montanhoso que une a Ponta dos Naufragados ao Morro do Ribeirão e a formação que constitui o Parque Municipal da Lagoinha do Leste formam um relevo que serve de moldura para a planície. A constituição geológica da BHLPS remonta aproximadamente a cerca de cinco mil anos, caracterizada pelo período Quaternário. A parte sedimentar da Bacia, onde predomina a planície costeira, é formada por depósitos marinhos, fluviocoluviais holocênicos rebaixados e praias. Às vezes são recobertos por dunas, minidunas ou materiais turfosos. Na parte litorânea, na Enseada do Pântano do Sul é limítrofe com um cordão arenoso, num ecossistema de restinga. As altitudes da planície
  • 19. 18 variam de 1 a 3 metros de altitude em relação ao mar nas áreas alagadas, e de 3 a 10 metros nas arenosas. As encostas possuem declividade acentuada, de até 45º, e altitudes que variam, segundo Nascimento (2003), de 1 a 367 metros. As partes mais elevadas, a leste e ao norte, contém os morros de Riolito Cambirela, e a oeste, os morros de Granito da Ilha. Em ambos há algumas intrusões de diabásio na forma de diques. De acordo com a Folha Topográfica SG-22-Z-D-V-4-NE-B do município de Florianopolis, IPUF, 1:10.000, a Bacia apresenta uma hierarquia de drenagem de Segunda ordem e o rio principal é o do Quinca Antônio. A declividade chega a 45º em suas vertentes estreitas. Contendo depósitos coluviais e eluviais, as águas percolam com muita velocidade, formando pequenas cachoeiras e cascatinhas, que abastecem o lençol freático e a população local. Sua drenagem corre para a praia da Armação do Pântano do Sul. Na década de 1960, o sistema de drenagem da Bacia caracterizava-se por córregos sinuosos, banhados e a Lagoa das Capivaras, todos localizados na planície. Com a obra do Departamento de Obras de retificação do Rio Quincas e da abertura de outros canais com o objetivo de drenar as áreas alagadas para viabilizar o cultivo de arroz, a Lagoa das Capivaras foi drenada, dando hoje lugar a áreas inundáveis que ocorrem em épocas de muita chuva. Portanto, a atual rede hidrográfica da planície apresenta áreas alagadiças com canais retificados.3,6,7
  • 20. 19 1.4.1 Clima A Bacia Hidrográfica Litorânea do Pântano do Sul está localizada ao sul do Trópico de Capricórnio, e por isso, numa zona subtropical, sendo influenciada por massas de ar tropicais no verão e polares no inverno, apresentando características de tempo essencialmente tropicais no verão e temperadas no inverno. Isso a permite concentrar uma grande diversidade de ambientes importantes. Não há estação seca, devido ao tipo de clima de Florianópolis, que é, segundo a classificação climática de Köeppen, do tipo Cfa, pertencente ao grupo mesotérmico úmido. A temperatura média durante o ano fica em torno de 19 ºC. Na primavera, as condições climáticas são mais instáveis, ocorrendo pancadas de chuvas com trovoadas isoladas e um aumento gradual da temperatura. O vento predominante é o de norte-nordeste e os ventos vindos do sul são os mais fortes. No verão, as temperaturas são mais elevadas em média 27 ºC e segundo (Bastos 1998) a umidade relativa do ar é de 80%. As chuvas são caracterizadas por pancadas associadas a trovoadas, geralmente no período da tarde. Segundo o Departamento de Proteção ao Vôo de Florianópolis os períodos mais chuvosos encontram-se entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. E quanto ao regime de chuva nesse período, Nascimento (2003) ressalta: “Atualmente, nos períodos mais chuvosos, entre a primavera e o verão, os índices pluviométricos chegam a ser 30% maiores que a média” Os ventos predominantes são os norte-nordeste, e o vento sul é o mais intenso. No outono começam a chegar as massas de ar frio, diminuindo a temperatura. É a estação mais estável, com dias ensolarados e sem chuva. Os ventos característicos de nordeste são mais fracos.
  • 21. 20 O inverno, estação na qual ocorreram as análises referentes a este projeto, é caracterizado pela chegada de massas de ar frio. As temperaturas diminuem em torno de 13 °C a 20 °C. Os ventos passam a ser muito variáveis, principalmente com a presença do vento sul. As chuvas são escassas. 1.4.2 Tipos de vegetação  Vegetação Secundária Segundo a legislação ambiental brasileira, vegetação secundária é aquela que se encontra em algum dos estágios de regeneração de um ambiente degradado, desde o inicial (capoeirinha), passando pelo intermediário (capoeira) até ao avançado (capoeirão). Na Bacia, há o predomínio da vegetação da Mata Atlântica em estágio avançado de regeneração, presentes em todos os morros que contornam a Bacia, abrangendo estas localidades quase que por inteiras, inclusive nas encostas acima do rio Quinca Antônio. O local fora bastante devastado já desde o início da colonização na Ilha pelos portugueses, os quais extraiam a madeira e depois vieram a praticar agricultura. Mais tarde conforme a mudança de atividades praticadas, a vegetação pôde se regenerar. Os solos desses morros se caracterizam por uma associação do solo podzólico vermelho- amarelo álico contendo cascalhos com solo podzólico vermelho-escuro álico com textura argilosa, sendo solos bem drenados, porosos e ácidos com baixo teor de matéria orgânica.
  • 22. 21  Áreas Reflorestadas Há também, na Bacia, algumas áreas reflorestadas com as espécies exóticas Pinus e Eucalipto, como em pontos na Costa de Dentro, Armação e Costão do Pântano do Sul. Um dos afluentes (não o que será avaliado) do Rio Quinca Antônio nasce numa área reflorestada, no Costão do Pântano do Sul, e outro escorre próximo a esta. Nos ambientes da Bacia, o pinus não é benéfico. Nascimento (2003) ressalta: “pois como espécie vegetal exótica, compete com o crescimento de algumas espécies nativas. Com isso os animais do lugar ficam sem alimento e tendem a desaparecer juntamente com a floresta nativa. O pinus também produz uma resina avermelhada (terebentina), que polui o solo e as águas”.  Restingas e Dunas As restingas são ambientes formados por sedimentos marinhos, encontradas na porção arenosa leste da parte insular Florianópolis e presente em todas as praias. Possui uma vegetação adaptada às condições rigorosas do litoral, como a presença de sal na areia e na água, os ventos e a insolação sobre os terrenos arenosos, extremamente móveis e pobres em nutrientes. Essa vegetação se torna muito importante, pois fixam a areia e atraem muitos animais. As restingas da Bacia possuem uma vegetação de predominância herbácea e arbustiva e algumas das espécies lá encontradas são: as vassouras (Dodonea viscosa), os araçás (Psidium cattleianum), a maria-mole (Guapira opposita), a aroeira-vermelha (Schinus terebenthifolius), a gabiroba (Campomanesia litorallis), o guamirim (Eugenia catharinea), o guamirim-de-folha-miúda (Gomidesia palustris), a pitanga (Eugenia uniflora).
  • 23. 22 Nascimento (2003) alerta para o cuidado com esse ecossistema: “A riqueza da paisagem, os animais, a exuberância das flores, frutos e a interface com o mar conferem a esse ecossistema uma grande importância, devendo a sociedade estar em alerta e cuidar para que a expansão urbana e o turismo inadequado não venham a subtrair da BHLPS esse belo cenário”. Misturado com as restingas, se encontram as dunas, que são montes de areia, formados através de um obstáculo e depositados pela ação do vento predominante. Podem ocorrer isoladas ou em cadeias. Podem ser fixas ou móveis. As dunas fixas possuem uma vegetação rasteira e arbustiva que se adapta à falta de água, solo pobre em nutrientes e aos ventos constantes. Nesse ambiente, a fauna é constituída de insetos, répteis e aves. As dunas móveis são as areias carregadas pelo vento, que vão se acumulando e formando montes. Quando muda a direção do vento, as areias são levadas para outro lugar, construindo outra duna provisória. As dunas e restingas da Bacia se encontram sobre solos de areias quartzosas marinhas e dunas, e contornam toda a enseada do Pântano do sul, onde se encontram os povoados do Pântano do Sul e do Balneário dos Açores.  Áreas Inundáveis da planície sedimentar As áreas inundáveis se encontram na vasta planície quaternária da BHLPS, e são áreas úmidas ou terrenos encharcados que sofrem influências dos rios e córregos. Em épocas de chuva a tendência da planície é de transformar-se em uma lagoa temporária, pois possui um solo com sedimentos finos argilosos e orgânicos fazendo com que a água penetre devagar no solo e juntamente com as águas subterrâneas próximas da superfície alagam rapidamente a planície.
  • 24. 23 É nesse ambiente que existia a Lagoa das Capivaras, comentada anteriormente. Foi, no entanto, drenada, devido às obras de retificação do Rio Quinca Antônio e de abertura de outros canais.  Floresta Turfosa Remanescente das Planícies Quaternárias Essa floresta, nunca desmatada, está localizada na planície quaternária, entre os morros e as restingas, lugares que foram formados por sedimentos trazidos pelas águas dos morros e pelos movimentos de subida e descida do nível do mar ao longo do tempo. A floresta caracteriza-se por ser muito homogênea e possuir um solo turfoso, que absorve matéria orgânica e toda água que escoa para lá. Abriga um grande número de epífitas (bromélias, líquens e orquídeas), palmeiras e árvores com porte médio, mescladas com plantas de restinga. Este ambiente mesmo protegido legalmente, está sendo ameaçado pelo esgoto doméstico oriundo da Costa de Dentro e Açores, atingindo os canais retificados que atravessam a floresta, e por sucessivos desmatamentos e queimadas.  Mangues Segundo Heloísa, “não se pode dizer que na BHLPS tem-se a formação de um manguezal típico, pois apenas é possível encontrar alguns espécimes vegetais características de mangue ao longo das margens do Rio Quinca Antônio, desde a sua foz, no Canal Sangradouro da Lagoa do Peri, até as proximidades da ponte na SC-406 entre o acesso para a Costa de Cima e a localidade do Pântano do Sul”.
  • 25. 24 As espécies que ocorrem são o mangue branco (Lagunculária racemosa), a guaxumba (Hibiscus tiliaceus var. pernambucensis) e o mangue preto ou siriúba (Avicennia schaueriana). 3,6
  • 26. 25 2 PARÂMETROS ESTUDADOS 2.1 Análises físicas 2.1.1 Turbidez – presença de substâncias visíveis em suspensão na água. Água muito turva dificulta transmissão de luz e conseqüentemente a fotossíntese. Fez-se a leitura no aparelho Turbidímetro da marca Turbilab. 2.1.2 Temperatura – águas de abastecimento têm temperatura que varia de 15 a 21oC.Valores elevados indicam lançamento de efluentes domésticos e/ou industriais. 2.2 Análises químicas 2.2.1 pH (potencial hidrogeniônico) – mede a concentração hidrogeniônica.Animais aquáticos geralmente estão adaptados a ambientes de neutralidade, qualquer mudança brusca de pH pode provocar a morte desses animais. Fez-se a leitura no aparelho pHmetro de marca Digimed. 2.2.2 OD (oxigênio dissolvido) - serve para determinar a concentração de oxigênio dissolvido na água, é essencial para a vida dos peixes e outros animais aquáticos. Utilizou-se o método de Winkler Modificado pela Azida Sódica. 2.2.3 DQO (Demanda Química de Oxigênio)- é importante na quantificação da matéria orgânica. O método utilizado é o dicromato em reflexo, de forma indireta. Trata-se de reagentes redutores com o reagente dicromato de potássio (0,0147 mol/L) em meio de ácido sulfúrico.
  • 27. 26 2.2.4 DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio)- a DBO é por definição a quantidade de oxigênio utilizada por uma população mista de microorganismos durante a oxidação aeróbica da matéria orgânica. Fez-se a diluição da amostra em água saturada de O2 e com presença de solução tampão e nutrientes, em dois frascos de 300 mL. Titulou-se um deles imediatamente, com tiossulfato de sódio para encontrar a quantidade de O2 dissolvido, e acondicionou-se o outro numa estufa a 20º C durante cinco dias, quando então, fez-se o mesmo para achar a quantidade de O2 dissolvido presente nesse. Por meio do valor de O2 inicial e final, utilizou-se a fórmula abaixo para calcular o valor da DBO5 referente à amostra. mg/L DBO = OD inicial (mg/L) – OD final (mg/L) volume da amostra (mL) volume da garrafa de DBO (mL) 2.2.5 Nitrito (nutriente) – nitrito é considerado um nutriente aumenta a eutrofização dos lagos e pântanos são inaceitáveis nas áreas de lazer,recreação e água de abastecimento. Utilizou-se o método da determinação espectrofotométrica, no aparelho espectrofotômetro. 2.2.6 Fosfato- nutriente para o crescimento dos organismos das águas superficiais ,em grande quantidade, podem estimular o desenvolvimento excessivo destes organismos. Utilizou-se o método da determinação espectrofotométrica, no aparelho espectrofotômetro. 2.2.7 Cloreto - caracteriza a água como salina, salobra ou doce.Grande quantidade de cloreto na água pode causar reações fisiológicas e aumenta a corrosividade da água. Utilizou-se o método da Potenciometria Direta, no aparelho Potenciômetro.
  • 28. 27 2.2.8 Alumínio - pode causar, em longo prazo, doenças como a mal de Alzheimer. Utilizou-se o método da determinação espectrofotométrica, no aparelho espectrofotômetro. 2.2.9 Ferro (Fe2+) – Em quantidade adequada, é essencial ao sistema bioquímico das águas, podendo em grandes quantidades dar sabor e cor desagradáveis à água.No homem deposita-se no fígado, especialmente em pessoas com distúrbio na síntese das hemoglobinas (Talassemia). Utilizou-se a determinação espectrofotométrica pelo método 1,10 – fenantrolina, no aparelho espectrofotômetro. 2.3 Análise biológica 2.3.1 Coliformes - Indicadores mais comuns de poluição sendo o grupo dos coliformes totais e fecais os mais usados, sendo que os de origem fecal podem indicar a presença de outros organismos patogênicos.
  • 29. 28 3 DETERMINAÇÃO DE METAIS (FERRO E ALUMÍNIO) E MATÉRIA ORGÂNICA EM SEDIMENTO 3.1 Coleta da Amostra Os pontos 2A e 4 foram definidos como locais de coleta pelas seguintes características: o primeiro, pela grande concentração de macrófitas e o segundo, por estar numa região estuarina e confluir com o canal sangrador. As amostras foram coletadas entre 1,5 e 2,0 m de distância da margem à 15 cm de profundidade. Utilizou-se para a coleta um cano de PVC manufaturado pelos alunos, acondicionou-se a amostra em potes de polipropileno e foram transportadas sob refrigeração até o laboratório de saneamento do CEFET-SC para serem preparadas para a análise. 3.2 Preparação da Amostra Transferidas para placas de petri, as amostras foram secadas em estufa com circulação de ar à temperatura de 60°C. Após cinco dias, foram peneiradas, maceradas em gral de porcelana e acondicionadas em potes de polímero. Os processos de digestão e extração das amostras para as análises dos metais (ferro e alumínio) e matéria orgânica (M.O.), são descritos pelos esquemas das figuras.
  • 30. 29 3.3 Digestão da Amostra (Ácido Sulfúrico) para determinação volumétrica de Ferro Amostra 1g 20 mL H2SO4 1:1 50 mL H2O desionisada 250 mL  30 min Filtração Amostra 250 mL 20 mL 2,5mL (HCl + HNO3) 30mL H2O desionisada pH=1,5 (NH4OH, HCl 1:1) 1ml Ácido Sulfossalicílico 5% (indicador) Titulação com EDTA Determinação volumétrica de Ferro Figura 01 – Fluxograma do Ferro Cálculo: Fe2O3(g/kg) = mL EDTA 0,01 M gastos x 10
  • 31. 30 3.4 Extração e determinação volumétrica de Alumínio Amostra 3,5g Adicionar 75 mL de KCl Agitar 12 hs + 12 hs em repouso Pipetar 50 mL do sobrenadante da solução Adicionar 3 gotas de azul de bromotimol (indicador) Titulação com NaOH Cálculo: Al trocable (cmolc/kg) = mL NaOH Figura 02 – Fluxograma do Alumínio
  • 32. 31 3.5 Determinação da Matéria Orgânica Amostra 2g 15mL da solução sulfo-crômica Agitação 5 min 15mL H2O destilada Repouso 15 h Pipetar 3mL sobrenadante Adicionar 3mL de H2O destilada Fotocolorímetro Figura 03 – Fluxograma de Matéria Orgânica
  • 33. 32 4 COLETA E ANÁLISE Selecionou-se seis pontos de amostragem para água, desde uma das nascentes até a foz, realizando-se três coletas, nos dias 23/06/04, 01/07/04 e 07/07/04, no período matutino, sem ocorrência de chuva. Seguiu-se as normas de acondicionamento e conservação das amostras de acordo com o Standart Methods. As análises de água foram realizadas no Laboratório de Saneamento do CEFET/SC.
  • 34. 33 5 CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS Figura 04 – Foto aérea do Distrito do Pântano do Sul
  • 35. 34 5.1 Caracterização do ponto 0 Este foi escolhido numa das nascentes do Rio do Quinca Antonio com o objetivo de ser um comparativo com a poluição dos outros pontos, haja vista que não há conhecimento de lançamentos de efluentes no mesmo. A amostra foi retirada num local de correnteza moderada e profundidade de cerca de 15 cm, em uma cachoeira protegida por uma densa vegetação secundária de Mata Atlântica. Pode-se encontrar algumas árvores com raízes tubulares entre as pedras da cachoeira, e nas margens, outras árvores de médio porte enroladas por cipós. À noite, urubus se abrigam sobre as árvores e por isso se encontram vestígios de fezes dos mesmos nas pedras e no decorrer da cachoeira. Pouco abaixo, no fim da cachoeira, encontra-se uma represa de água, utilizada pelas famosas “lavadeiras da comunidade do Pântano do Sul”, que lançam no rio produtos como sabão em pó e água sanitária e incineram nas margens as embalagens. Após essa represa, a nascente atinge a planície e a abundante vegetação dá lugar a pastos. Começam a aparecer adensamentos urbanos. Não muito distante, o rio recebe efluentes de esgotos domésticos por meio de um canal. Segue então, por entre a encosta do morro e casas, atravessa a SC-406 e atinge outro pasto composto por bastante lodo. Este pasto faz parte das chamadas áreas inundáveis. Chega- se então, ao ponto 1.
  • 36. 35 5.2 Caracterízação do ponto 1 Este ponto foi escolhido por estar localizado após um grande número de residências e estabelecimentos comerciais, a fim de avaliarmos o grau de poluição causado pelo lançamento de efluentes das mesmas. Está presente numa vasta planície inundável, onde antes havia a Lagoa das Capivaras. A vegetação é formada por pastagem, com presença de algumas árvores isoladas e o solo é bastante lodoso. A amostra foi coletada na margem do rio, devido à dificuldade de se chegar ao meio dele. A água é muito parada, com coloração escura, sem correnteza e com a presença de macrófitas que se intensifica conforme a chegada do ponto 2A.
  • 37. 36 5.3 Caracterização do ponto 2 Definidos inicialmente para observar o dinamismo das macrófitas, que cobrem quase totalmente o espelho d’água desde o Ponto 1 ao Ponto 2B, quando questionados os valores das análises físico-químicas e bacteriológicas. Os pontos 2A e 2B tem sua descrição mais detalhada abaixo. 5.3.1 Ponto 2A O ponto 2A caracteriza-se por ter em uma de suas margens um campo aberto que serve para pastagem onde se encontram algumas cabeças de gado, e na outra é cercado por uma vegetação típica de área inundável. Apresenta mata ciliar em processo de formação e tem seu espelho d’água totalmente coberto por macrófitas, que podem triplicar o seu número no verão em decorrência do aumento de matéria orgânica e da temperatura no rio. Assim podemos supor que existe uma quantidade muito grande de matéria orgânica na água e no sedimento do local, provavelmente por causa de ligações ilegais de esgoto doméstico. A profundidade do ponto não atinge 50cm e não apresenta correnteza forte. O canal foi retificado para drenar a área, antes inundada, podem se perceber lombas (diques) de contenção nas bordas do rio. Também se nota que uma máquina é constantemente utilizada para dragar o rio, pois suas margens estão desmatadas e com marcas de rodas. Não possui ligação de esgoto aparente, nem casas a menos de 500m do curso d’água.
  • 38. 37 5.3.2 Ponto 2B O ponto 2B está localizado embaixo de uma ponte (SC-406) e foi escolhido principalmente para se verificar o desempenho das macrófitas do ponto 2A. O rio percorre uma área de pastagem e agricultura de subsistência antes do local da coleta, possui algumas residências em seu entorno inclusive um comércio de base. A profundidade não chega a 30cm. Apresenta ligação de esgoto aparente e recebe influencia de outros canais retificados da bacia. O solo apresenta maior quantidade de pedras e alguns sedimentos, a correnteza é constante no local.
  • 39. 38 5.4 Caracterização do ponto 3 O ponto 3 possui um grande número de casas, sendo que, ao lado do ponto de coleta há um galinheiro e não foi respeitada a distância de 30 m entre a margem do rio e as casas. Grande quantidade de lixo e entulho depositado na beira da água. O acesso é dificultado por uma cerca e pelas moradias no entorno. Neste ponto o rio não possui grande correnteza tendo, assim, água escura e o fundo bastante lodoso. A vegetação do entorno é composta por espécies de Mata Atlântica e de Mangue, sendo que a mata ciliar é quase inexistente. Demonstra um grande grau de assoreamento. Este ponto foi escolhido por ter um acesso mais fácil, se encontrar entre um grande número de residências e estar antes da região de confluência do Rio Quinca Antônio com o Canal Sangradouro. É também o penúltimo ponto estudado antes de desembocar no mar (entre as praias do Matadeiro e Armação).
  • 40. 39 5.5 Caracterização do ponto 4 O ponto 4 foi escolhido por estar situado na região de encontro do Canal Sangradouro com o Rio Quinca Antônio. Acreditava-se que este seria o ponto mais crítico por nele chegarem todos os poluentes que são lançados ao longo do rio e pelo estágio avançado de degradação no qual se encontra o Canal Sangradouro. O local onde o rio deságua (entre a praia da Armação e do Matadeiro) é considerado impróprio para banho, segundo análises da FATMA. Caracteriza-se por ser uma região de Estuário com vegetação de Manguezal. Além do Mangue-branco e da Siriúba encontram-se também o junco e o peri. Essas plantas são conhecidas por sua capacidade de reter nutrientes. Pode-se perceber também a presença de espécies exóticas nas margens do rio. O eucalipto absorve muita água e pode esgotar os nutrientes do solo. Neste ponto também há um aumento da calha e da largura do rio (aumenta a vazão), o que possibilita uma maior aeração aumentando a capacidade de autodepuração. É o ponto mais próximo do mar, por isso sofre maior influência da maré. Assim, dependendo da maré pode haver uma diluição da matéria orgânica neste local. E apesar do adensamento urbano diminuir, ainda existem casas a menos de 30m da margem do rio.
  • 41. 40 6 RESULTADOS DAS ANÁLISES DE ÁGUA E DISCUSSÃO Tabela 01 - Parâmetros Físicos P0 P1 P2A P2B P3 P4 Limite* Turbidez (NTU) 1,6 15,0 3,3 7,7 8,0 5,1 40,0 Desvio Padrão 1,0149 13,927 11,844 2,5159 1,8770 0,8021 - Temperatura ambiente (°C) 18,5 20,7 20,2 19,3 22,0 20,0 - Desvio Padrão 2,5658 1,0408 0,7071 2,0818 1,7320 2,5167 - Temperatura da água (°C) 16,8 19,6 20,6 18,5 18,5 19,2 - Desvio Padrão 1,1547 0,7638 1,7678 1,0607 1,8930 2,2913 - * Para rios de classe 1 – Resolução CONAMA nº 20/86 Turbidez - Todos os resultados obtidos apresentaram valores inferiores ao limite permitido e estabelecido pela Resolução CONAMA 20/86 para rios de classe 1. Dos seis pontos analisados, o ponto 1 apresentou o maior valor, acredita-se que este fato ocorre devido ao lançamento de efluentes sem tratamento e principalmente por ser extremamente raso e sem correnteza. Temperatura - Relacionando os valores dos pontos estudados, observam-se as menores temperaturas (ambiente e d’água) foram identificadas no ponto 0, pois este ponto é
  • 42. 41 caracterizado por uma densa vegetação, o que acaba impedindo a penetração dos raios solares. Tabela 02 - Parâmetros Químicos P0 P1 P2A P2B P3 P4 Limite * pH (mg/L) 6,0 6,2 6,8 6,5 6,5 6,0 6 a 9 Desvio Padrão 0,6048 0,2055 0,2121 0,0602 0,1124 0,0322 - OD (mg/L) 8,0 1,5 1,7 2,9 2,6 3,6 ≥ 6,0 Desvio Padrão 0,8434 0,6650 0,2616 0,09 0,5707 0,3822 - DQO (mg/L) 11,11 22,22 22,22 22,22 44,44 44,44 - DBO (mg/L) 2,5 16,7 6,8 5,9 40,4 15,8 < 3,0 Desvio Padrão 1,1320 1,0489 - 0,4949 - 2,5274 - Cloreto (mg/L) 35 47 233 172 797 1379 250 Desvio Padrão 2,8511 4,3545 - 0,0067 320,64 183,61 - Fosfato (mg/L) ND** 0,07 - ND 0,048 ND 0,025 Nitrito (mg/L) ND ND 0,041 ND 0,024 ND 1,0 Alumínio (mg/L) ND ND ND ND ND ND 0,1 Ferro (mg/L) 0,16 0,18 - 0,18 0,21 0,18 0,3 * Para rios de classe 1 – Resolução CONAMA nº 20/86 ** Não detectado pelo método utilizado
  • 43. 42 pH - O pH da água se manteve estável durante todo percurso do rio e dentro do parâmetro estabelecido, variando de (colocar valor mais alto e mais baixo com seu respectivo ponto). OD - Os resultados de OD mostraram que o oxigênio dissolvido na água, apresentou- se insuficiente para a manutenção do equilíbrio das comunidades aquáticas em todos os pontos, exceto no ponto zero, que se apresentou dentro dos limites da Resolução CONAMA nº 20/86. DQO - Para a DQO, não existe legislação que imponha limites para sua concentração, mas, conforme os resultados, observou-se um aumento progressivo da quantidade de matéria orgânica, do ponto zero ao ponto quatro. DBO - Os resultados da DBO5 de todos os pontos, exceto do ponto zero, indicam o excesso da presença de matéria orgânica nas amostras, acima do exigido pela legislação CONAMA nº 20/86, provocando um consumo excessivo de O2 para a sua depuração. Destaca-se o valor de DBO5 do ponto 3, que se encontrou como o mais elevado dentre os outros, pois além de receber a matéria orgânica que vem à sua montante, está situado entre maior adensamento populacional do que os outros pontos. A queda do valor da DBO5, do Ponto 2A para o ponto 2B, pode ser explicada pela absorção da matéria orgânica feita pelas macrófitas presentes no ponto 2A. Cloreto - O cloreto presente na água também variou pouco entre os pontos 0, 1, 2a e 2b, no ponto três o valor encontrado deve-se provavelmente a lançamento de esgoto in natura no rio, no ponto 4 apresentou esse índice elevado por causa da sua proximidade com o mar.
  • 44. 43 Fosfato - A presença de fosfato nos pontos P0, P2b e P4 não foi detectada pelo método utilizado. No ponto 2a ele não foi analisado. Nos pontos 1 e 3 foi detectada a presença de fosfato, sendo o resultado de 0,07 e 0,048 mg/l, respectivamente, ambos fora do limite de 0,025 estabelecido pela Resolução CONAMA 2086 para rios de classe I. Explica-se o resultado obtido no P1, possivelmente, devido ao lançamento de esgoto e detergentes sintéticos dos estabelecimentos comerciais que existem no local. Já o resultado do P3 explica- se, possivelmente, devido a grande quantidade de lançamento de esgoto doméstico pelas residências daquela área. Nitrito - A presença de nitrito na água indica lançamento de efluentes recente no local. O nitrito não foi detectado pelo método utilizado nos pontos P0, P1, P2B e P4. Nos pontos 2A e 3 foi detectada a presença de nitrito, sendo o resultado de 0,041 e 0,024 mg/L, respectivamente, ambos fora do limite de 1,0 mg/L estabelecido pela Resolução CONAMA 2086 para rios de classe I. O resultado obtido no ponto 2A explica-se, possivelmente, devido à presença de animais que defecam nas margens e dentro do rio, por ser área de pastagem. Já no ponto 3, explica-se o resultado, possivelmente, devido a grande quantidade de esgoto doméstico lançado no local, pois é uma área com forte adensamento populacional. Alumínio - Segundo o método utilizado para a análise de alumínio no Laboratório CEFET/SC, não foi detectado nas amostras colhidas. Ferro - Segundo o pré-estabelecido na Resolução CONAMA, a quantidade de Ferro encontrada nos pontos analisados está dentro do permitido, para esta classe de rio.
  • 45. 44 Tabela 03 - Parâmetros Biológicos P0 P1 P2A P2B P3 P4 Limite* Coliformes Totais (NMP**/100 mL) 900 50.000 13.000 60.000 195.000 165.000 1000 Coliformes Fecais (NMP/100 mL) 33 50.000 2.200 23.000 95.000 26.000 200 * Para rios de classe 1 – Resolução CONAMA nº 20/86 ** Número mais provável Coliformes - Como pode ser observado na tabela, em todos os pontos analisados, exceto no Ponto 0 (nascente), os valores de NMP/100ml de bactérias do grupo coliforme encontrados ultrapassam em mais de dez vezes o limite estabelecido pela Resolução CONAMA nº20/86. O resultado encontrado no Ponto 0, ainda que dentro do estabelecido, pode estar relacionado a excrementos de urubus observados neste local. Este fato foi confirmado por moradores da localidade. O significativo aumento do resultado no Ponto 1, pode ser explicado por possíveis despejos de efluentes provindos de estabelecimentos comerciais e residências, uma vez que o trecho a montante deste ponto, caracteriza-se por ser uma área de intenso adensamento urbano: a vila do Pântano do Sul. No Ponto 2A, pode-se observar uma diminuição no número de coliformes, quando comparado ao Ponto 1. Isso se deve provavelmente a dois motivos principais: o trecho a montante do ponto 2A se caracteriza como área de pastagem, com a existência poucas habitações; e por haver presença de macrófitas na água, que são conhecidas pela sua alta absorção de nutrientes.
  • 46. 45 Nas proximidades do Ponto 2B verifica-se o aumento de residências, muito provavelmente lançando seus dejetos no rio, o que pode ser responsável pelo aumento do NMP neste ponto. Além disso, nesta região há criação de gado. No Ponto 3, os números são mais alarmantes por este se localizar em uma das regiões de maior adensamento urbano do trecho estudado, que é conhecida como “Região dos Duarte”. Como se pode observar na tabela, o NMP no Ponto 4 diminui. Acredita-se que esse fato seja devido à presença de vegetação característica de manguezal e outras como o Junco e o Peri, presentes a montante do ponto. Essas espécies, como já citado anteriormente, absorvem nutrientes e auxiliam na depuração da matéria orgânica. Além disso, neste ponto, há o aumento da calha e da largura do rio, sendo também este o ponto que recebe maior influência da maré, o que pode ocasionar numa diluição da carga orgânica.
  • 47. 46 7 RESULTADO DAS ANÁLISES DE SEDIMENTO E DISCUSSÃO Tabela 04 - Determinação de Fe, Al e M.O. Pontos de coleta Fe Al M.O. Titulação (mg/kg) *FAAS (mg/kg) Titulação (mg/kg) *FAAS (mg/kg) Fotocolorímetro (%) P2A 15 000 15 200 **ND 64 200 8,09 P4 22 500 23 800 **ND 93400 6,11 * Espectrofotômetro de absorção atômica com chama ** Não detectado pelo método utilizado Comparando os resultados da análise realizada pela metodologia aplicada no laboratório de saneamento do CEFET-SC com o método de absorção atômica – com chama em forno de grafite, feita no laboratório da UNISUL - comprovou-se a exatidão para análise de Fe pelos valores próximos, porém a metodologia aplicada no CEFET para a determinação de Al não foi satisfatória. Os metais Fe e Al possuem origem natural no solo. Pode-se atribuir a grande concentração de Al a geomorfologia do sul da Ilha de Santa Catarina, como trabalhos existentes já comprovaram a elevada presença desse metal nessa região. Seria preocupante se o pH da água dos pontos estudados estivesse baixo, pois os metais se solubilizam em meio ácido. Quando determinamos a Matéria Orgânica em sedimento, estamos avaliando indiretamente a disponibilidade de nitrogênio naquele local. Sabendo que o P2A tem como
  • 48. 47 característica um elevado número de macrófitas, estas se multiplicam com facilidade em ambientes com temperaturas elevadas, e tem o nitrogênio como um dos principais elementos para seu desenvolvimento. A alta concentração de matéria orgânica naquele ponto pode acarretar futuramente em um início de um processo de eutrofização.8
  • 49. 48 CONCLUSÃO Pode-se constatar, com os resultados obtidos nas análises, que o rio Quinca Antônio não se encontra dentro dos padrões de rio de classe 1 recomendados pela Resolução CONAMA n° 20/86. No entanto, atualmente o rio está regulamentado pela Portaria de 1979 como Rio de Classe 1. Os pontos analisados, exceto o zero, não apresentaram condições favoráveis para o uso de contato primário, para abastecimento humano sem tratamento prévio ou para o equilíbrio das comunidades aquáticas. Salienta-se, que se as análises fossem feitas em alta temporada e no período da tarde, os índices de poluição seriam mais elevados, pois o lançamento de efluentes no rio seriam mais intensos. Tendo em vista os resultados e discussões no decorrer deste trabalho, consideram-se importantes a realização das seguintes ações: trabalhos de educação ambiental; implementação de sistema de coleta e tratamento de esgotos; estudos para a reconstituição da mata ciliar em suas margens; monitoramento contínuo do rio; além de um reenquadramento do mesmo, conforme a sua atual situação.
  • 50. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 Pereira, N. do V. Monografia de Pântano do Sul. Florianópolis-SC, 1963. 2 Centro de Estados Cultura e Cidade (CECCA). Nossa Ilha Nosso Mundo. Florianópolis – SC, 2003. 3 Possas, H. P. Análise Ambiental da Bacia Hidrográfica do Pântano do Sul, Município de Florianópolis, SC: O Problema do Abastecimento de Água. Florianópolis-SC, Dezembro, 1998. 4 Movimento Pró-Qualidade de Vida do Distrito do Pântano do Sul & Grupo PET/ARQ - CAPES da UFSC & Bicca, Vera. Evolução e Diagnóstico da Ocupação Urbana do Distrito do Pântano do Sul. Florianópolis-SC, setembro, 1997. 5 Prefeitura Municipal de Florianópolis. Agenda 21. Florianópolis – SC, maio, 2001. 6 Nascimento, R. da S. Instrumentos para prática de educação ambiental formal com foco nos recursos hídricos. Florianópolis-SC, novembro, 2003 7 Projeto Ambiente Sul. Plano de referência para um turismo sustentável no sul da ilha de Santa Catarina. Florianópolis-SC, 1999 (entidade promotora: ACIF).
  • 51. 50 Sites: www.sertaodoperi.com.br www.suldailha.hpg.com.br
  • 52. 51 ANEXO I TÁBUA DE MARÉS  Quarta, véspera de coleta (23/06/04) 05:17 0.3 12:51 -0.3 18:32 0.6 22:49 0.2  Quinta, dia de coleta (01/07/04) 01:19 0.5 07:41 -0.2 14:00 0.8 22:00 0.0  Quarta, dia de coleta (07/07/04) 00:17 0.4 02:58 0.2 05:49 0.5 13:49 -0.3 17:56 0.3 21:13 -0.2